domingo, 11 de dezembro de 2011

Guiné 63/74 - P9181: Troca dos últimos prisioneiros: 35 guerrilheiros do PAIGC e 7 militares portugueses (III Parte) (Luís Gonçalves Vaz)



Segunda via da caderneta militar do nosso camarigo António da Silva Baptista, emitida a 4 de Junho de 1987... Nascido a 15 de Março de 1950, na freguesia da Moreira, concelho da Maia, foi incorporado no RI 13 a 26 de Julho de 1971, tendo passado à disponibilidade em 25 de Novembro de 1974... 


O Batista fez parte do lote de 7 prisioneiros portugueses entregues pelo PAIGC às NT em 14 de Setembro de 1974, em Aldeia Formosa. O nosso camarada pertenceu à CCAÇ 3490 (Saltinho) do BCAÇ 3872 (Galomaro, 1972/74) e é conhecido carinhosamente, na nossa Tabanca Grande, como o "morto-vivo do Quirafo".Imagem reproduzido, com a devida vénia, do blogue do nosso camarigo Sousa de Castro, CART 3494 & Camaradas da Guiné)...


1. Terceira e última parte do texto de Luís Gonçalves Vaz (*):

A troca dos trinta e cinco prisioneiros de guerra (guerrilheiros do PAIGC), em nosso poder,  e retidos na Ilha das Galinhas, pelos sete prisioneiros (já identificados anteriormente) das nossas tropas, e retidos pelo PAIGC na região do Boé, só veio finalmente a concretizar-se no dia 14 de Setembro de 1974, pelas onze horas, no aquartelamento de Aldeia Formosa.


Estiveram presentes nesse ato,  pelas nossas tropas, o Major de Infantaria, Tito José Barroso Capela (Chefe da 2ª Rep. do QG), o Major de Artilharia Aragão, o Capitão-tenente Patrício, o capitão de Infantaria Manarte e o Furriel miliciano Elias (da 2ª Rep./QG/CTIG). Por parte do PAIGC, estiveram presentes os seguintes elementos:  Manuel dos Santos (Subsecretário Informação/Turismo da GB), Carmen Pereira (Membro do Conselho de Estado/GB) e Iafai Camará (Comandante do Aquartelamento de Aldeia Formosa). 

Recebidos os prisioneiros das nossas tropas (sete militares) e depois de identificados, constatou-se que,  dos sete prisioneiros entregues, um era o soldado nº 10998071, António da Silva Baptista,  do Batalhão de Caçadores 3872 – não constava dos ficheiros de militares portugueses retidos pelo inimigo, ou desaparecidos em combate. Pelo que foi de imediato elaborada uma ficha, que foi entregue à 1ª Rep/QG, com a finalidade de "esclarecer a situação deste militar". 

Como já referi anteriormente, o soldado em questão, António Baptista foi dado (erradamente) como morto em 17 de Abril de 1972, numa emboscada em Madina-Buco, onde as nossas tropas sofreram 1 desaparecido e 10 mortos, 6 dos quais queimados na explosão da viatura em que seguiam. Foi este facto que levou a confundir um dos corpos queimados na referida emboscada, com este militar desaparecido, António da Silva Baptista,  do Batalhão de Caçadores 3872. 

Imediatamente após a "identificação oficial" pelas nossas tropas dos nossos militares prisioneiros, a comitiva regressou por via aérea, a Bissau onde desembarcaram cerca das 23 horas do dia 14 do mês de Setembro. Ficaram instalados no Hospital Militar de Bissau até às 04:30 horas do dia seguinte (15 de Setembro), data em que embarcaram por via aérea para Lisboa.

Luís Gonçalves Vaz

(filho do último Chefe de Estado-Maior do CTIG, Coronel Henrique Gonçalves Vaz)

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Nota dos editores:



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