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domingo, 20 de outubro de 2024

Guiné 61/74 - P26062: Humor de caserna (78): o velho, a "bajuda fugidona" e a justiça salomónica do alferes Mota (Carlos Fortunato, ex-fur mil, CCAÇ 13, Bissorã, 1969/71)


Guiné > Região do Oio > Carta de Bula  (1953) > Escala 1/50 mil  > Posição relativa de Manga... e ainda Bula, Binar,  Choquemone (a vermelho, base do PAIGC), Nhamate, Changue, Unche, Ponta Cuboi  e João Landim...

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2024)


Carlos Fortunato, em Bissau, 2006.   
Foto: Arquivo do Blogue Luís Graça
& Camaradas da Guiné

Humor de caserna > o velho, a "bajuda fugidona" e a justiça salomónica do alferes Mota  
A construção dos aldeamentos e aquartelamentos que realizámos, acabou por nos trazer outro tipo de problemas, além dos de índole militar, pois à falta de outra autoridade ou apoio, a população recorria aos militares pedindo ajuda.  Assim além de sermos os construtores de aldeias e aquartelamentos, éramos muitas vezes professores nas escolas primárias, médicos, policias, juízes, etc.

Um dos casos caricatos passou-se com o alferes Matos sedeado em Manga, quando lhe apareceu um velhote a pedir ajuda porque tinha comprado uma bajuda, e ela agora andava a fugir-lhe, mas tinha-a encontrado ali, e ela recusava-se a voltar com ele.

O velhote falava convicto de que os militares o iriam ajudar, pois isso fazia parte dos seus usos e costumes há muitos anos, e nem sequer imaginava que houvesse outros lugares em que as coisas não fossem assim.

Uma visita à tabanca onde estava a bajuda, confirmou a decisão desta em não regressar com o "marido" para o "harém".


Guiné > Região do Oio > Binar >
Manga > 1970 > A bajuda balanta

O alferes Matos tomou então uma decisão ao estilo de Salomão, que tinha dado uma espada a duas mulheres para cortarem ao meio um bebé, pois ambas diziam ser seu, e que acabou por dá-lo à que preferiu que a outra ficasse com ele a fazer tal coisa... 

Assim deu uma catana ao velhote, e disse-lhe que podia levar a bajuda, depois de cortar uma enorme árvore que ali existia com aquela catana.

O velhote ainda experimentou tentar cortar a árvore, mas logo se convenceu que os anos de vida que tinha não eram suficientes para a obra, e foi-se embora a resmungar contra a tropa, perante a alegria da bajuda.


Foto (e legenda): © Carlos Fortunato (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Fonte: Guiné - Os Leões Negros > CCAÇ 13 > Binar > 1970 > A bajuda fugidona
[ página que foi descontinuada, por estar alojada no "Sapo", tendo sido "capturada" e "salva" pelo Arquivo.pt; era administrada pelo nosso camarada Carlos Fortunato, ex-fur mil, CCAÇ 2591 / CCAÇ 13 (Bissorã, 1969/71). Texto publicado originalmente
publicado em 15/04/2006, e revisto em 21/07/2006 por Carlos Fortunato. ]

(Seleção, revisão/ foxação de texto, título: LG)

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