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quinta-feira, 2 de abril de 2009

Guiné 63/74 - P4125: O trauma da notícia da mobilização (7): Não se pode mudar o destino (Pedro Neves)

1. Mensagem de Pedro Neves, ex-Fur Mil Op Esp da CCaç 4745/73 - Águias de Binta, Binta, 1973/74, com data de 30 de Março de 2009:

Camarada Luís Graça

Já refeito sobre as palavras do Sr. Gen. graças ao que despejei ontem no mail que enviei para a Nossa Tabanca Grande, aqui estou para contar como foi o meu percurso desde a inspecção, até à minha mobilização para a Guiné.

Não se pode mudar o destino

Fui aconselhado pelo meu padrinho (de baptismo), que era Oficial da nossa Marinha de Guerra, para quando fosse dar o nome para a tropa, não dizer quais eram as minhas habilitações literárias, porque depois ele tratava de manobrar as coisas, para ir para Paço de Arcos. Eu estava ligado ao ramo do Ar Condicionado e Refrigeração e era mais fácil, se fosse soldado ou cabo, a minha colocação e assim livrar-me do terror dos nossos tempos de jovens, que era a ida para a guerra. Mal sabia eu o que me esperava!!!

Apresentei-me no dia 9 de Outubro de 1972 no R.I.7, em Leiria, no Contingente Geral e aí iniciei a minha vida militar, com as primeiras fascinas, nunca me oferecendo para nada, seguindo os conselhos dos mais velhos e levando a minha vidinha descansada.

Passados cerca de 15 dias, durante a formatura, fomos informados que os nomes de fulano e Sicrano (e o meu também), se deveriam apresentar após o destroçar na secretaria do Comando. Lá fomos, eu e mais três camaradas, intrigados e com algum receio, sobre a convocatória e o que estaria por detrás da mesma.
Fomos recebidos por um Major, que de rajada nos disse, que era crime, punível com prisão militar, a omissão das habilitações literárias e que teríamos de declarar imediatamente as mesmas, sob pena de que se não correspondessem às verdadeiras, esperava-nos a prisão. Estão a ver este vosso camarada, a declarar tudo e mais alguma coisa, faltando apenas os nomes dos meus professores, desde a instrução primária. Era sexta-feira e nesse mesmo dia recebemos as Guias de Marcha para nos apresentarmos na segunda-feira no R.I.5, nas Caldas da Rainha.
Fomos recebidos pelo terror de todos os recrutas que nesse tempo passaram pelo R.I.5, o famoso Ten. Varela que nos dias em que estava de Oficial de Dia, durante a inspecção para a dispensa do recolher, entre dezenas que tinham nota nos testes, só saíam meia dúzia ou menos. Nos dias em que ele estava de Oficial de Dia, eu não pedia dispensa de recolher!

Adaptado à minha nova vida de Instruendo, os dias iam correndo, até que um dia fomos informados que os nomes afixados na secretaria da Companhia iriam prestar provas para o C.O.M. e Comandos. O meu estava lá!!!
Depois de algumas provas físicas, que um Capitão dos Comandos de óculos Ray-Ban e blusão de cabedal verde, do qual não me lembro o nome (Almeida Bruno?), nos ministrou, mandou-nos subir ao pórtico. Eu que não estava minimamente interessado em ir para os Comandos, nem para qualquer tipo de tropa especial, disse que não era capaz, porque tinha vertigens, mas obrigou- me a subir e eu fiquei sentado lá em cima, a dizer que não era capaz!
Mentira, porque era um dos meus exercícios favoritos. Mandou-me descer e chamou-me tudo o que lhe veio à cabeça, que me ia lixar, porque tinha cara de homem destemido e não queria ir para os Comandos.
Quando saíram as especialidades, o meu destino era o C.I.O.E., em Lamego e logo pensei no que o gajo disse e lixou-me mesmo.
Puro engano meu, porque apesar da dureza do Curso de Operações Especiais, hoje tenho o prazer e a honra de ter pertencido aos Rangers e uma vez Ranger, Ranger para sempre!
Depois de concluir o meu curso Ranger, fiquei em Penude, como instrutor do 1.º Grupo de Cadetes e hoje tenho o prazer de ter alguns no meu lote de amigos.

Soube que estava mobilizado para a Guiné quando tinha um caso de namorisco com uma natural de Lamego. Corria o boato que quem andasse com ela, e fosse mobilizado para a Guiné não sobreviveria, porque o 1.º namorado dela tinha morrido na Guiné e todos os outros teriam o mesmo destino. Aí, fiquei acagaçado, mas foram só os primeiros dias ou quando as coisas lá na Guiné não corriam pelo melhor, (não era dentro do arame) é que me lembrava do tal boato, mas nunca passou disso, porque regressei vivo para contar o que foi o tormento da nossa juventude em terras da Guiné, pela qual tenho uma paixão enorme.

Cumprimentos para toda a tabanca grande do
José Pedro Neves
Ex-Fur Mil Op Esp
CCaç 4745 Águias de Binta

(Título da responsabilidade do editor)
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 29 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4101: O trauma da notícia da mobilização (6): Trata de arranjar o caixão, disse-me o pobre do Zé... (Manuel Maia)

segunda-feira, 30 de março de 2009

Guiné 63/74 - P4105: Carta aberta a... (3): Sr. gen Almeida Bruno (3): Agradecimento ao gen Almeida Bruno e a outros almeidas brunos (Pedro Neves)

1. Mensagem de José Pedro Neves, ex-Fur Mil Op Esp da CCaç 4745/73 - Águias de Binta, Binta, 1973/74, com data de 29 de Março de 2009:

Caro Luís Graça

Cumprimentos a todos os camaradas, principalmente aos que passaram os meses de comissão na Guiné, em resorts pagos pelos nossos governantes de então e que em vez de termos vedações com arbustos e jardins floridos, piscinas e bares, suites e outros confortos a que tínhamos direito, fomos colocados dentro de vedações com arame farpado, barracas e barracões para dormirmos, em vez de camas normais, tinhamos colchões de ar, água da bolanha e água de furos, na maior parte salobra, comida liofilizada, ração de combate e tudo o que só nós sabemos, porque fomos nós que aguentámos meses e meses, todos os luxos com que nos contemplaram. Assim, com todas essas mordomias, quem é que queria sair do arame farpado, ninguem!!!

Mas tenho que agradecer ao sr. gen Almeida Bruno e aos muitos Almeidas Brunos, que por lá andavam, a preciosa ajuda que me deram, por ficar a saber passados tantos anos, que apesar de andarmos a fazer patrulhamentos, emboscadas, protecção aos trabalhos de abertura de estradas, sofrermos flagelações no mato e nos destacamentos, emboscadas e outros brindes, é que eramos BANDOS, porque ficávamos à espera que o IN viesse ao arame farpado, acordar o pessoal e isso chateava a malta.

Pura ignorância, Sr. Gen., porque para falar e dizer o que disse, o Sr. teria que, no mínimo, ter passado meses no mato e não em Bissau, no Q.G. e à noite no bar dos oficiais, a congeminar a estratégia no papel, junto dos seus acólitos, para que os BANDOS, vos guardassem as costas.

Os BANDOS não fomos nós, foram vocês, porque, quando foram visitar o destacamento em Binta, no norte da Guiné (este é apenas um exemplo e eu estava lá), a minha CCaç 4745 e outra que estava reduzida a metade e que pertencia ao Batalhão de Farim, andámos a dormir no mato (fora do arame), para que pudessem aterrar, mandar "bitates" e levantar rumo ao ar condicionado, de Bissau, nos ALOUETTS da comitiva, isto para que vossas senhorias, pudessem estar (dentro do arame), em segurança!!!

Tenho mais exemplos, mas mais uma vez agradeço ao Sr. Gen, ter divulgado o termo que eu andava à procura, pois não sabia se tinha sido combatente, guerrilheiro, herói, cobarde, assassino ou outros apelidos, que procurei durante estes anos todos, mas afinal fui chamado, juntamente com os outros camaradas, na sua maioria, de BANDOS.

Sr. Gen, tenha mais respeito por aqueles que tudo deram pela Pátria, alguns a própria vida e muitos sem saberem a razão do porquê de ali estarem e mesmo assim, defenderam com todas as suas energias, as costas de muitos, como o Sr. Gen, ou não foi assim?

Finalmente e nunca desprestigiando, as forças especiais tais como, Pára-quedistas, Fuzileiros e Comandos, até porque eu pertenci aos Rangers (Operações Especiais), devo dizer que essas forças "eram chatas como tudo", porque por duas vezes tivemos que fazer a cobertura das operações deles, na mata do CHANGALANA, (quando estávamos a fazer a protecção aos trabalhos da abertura da estrada JUGUDUL - BABADINCA) e por isso tivemos que "sair do conforto do arame farpado". Assim, tenho que concluir, que o Sr. Gen Almeida Bruno, andou na Guiné, apenas a ler possíveis relatórios, em vez de passar uns tempinhos connosco, noutros "arames farpados", que não os de Bissau!!!

Tenho muito mais a dizer, sobre alguma elite de iluminados dos oficiais generais, mas como a maior parte deles devem ter algumas luzes partidas e as que estão inteiras devem estar fundidas, dou desconto a essa gente, que não soube e não sabe dar o devido valor, a quem aguentou meses e meses de angústias, medos, desconforto, sem serem profissionais da guerra, (vocês sim, são profissionais) para que hoje possam estar vivos e dizer as baboseiras que lhes dá na gana. Por isso vemos hoje em dia, cada vez mais essa gente como "ASPORN" (Acessores de Porra Nenhuma)!!!

Luís Graça, possivelmente estamos a dar-lhe (ao Sr. Gen.) demasiada importância, ou talvez não?

Atentamente
José Pedro Neves
Ex Fur Miliciano de Op Esp
CCaç 4745 - Águias de Binta
GUINÉ
__________

Nota de CV:

Vd. último poste de 29 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4104: Carta aberta ao sr. gen Almeida Bruno (2): Tinha pelo Gen João Almeida Bruno a maior consideração e respeito (J. Mexia Alves)

domingo, 18 de janeiro de 2009

Guiné 63/74 - P3755: Fauna & flora (12): Respondendo às perguntas sobre o macaco-cão (Pedro Neves / Alberto Branquinho)


Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3477 (1971/77) > Oráculo, com a imagem de Nossa Senhora de Fátima e do Santo Cristo dos Milagres... Na imagem, o Amaro Munhoz Samúdio, ex-1º cabo enfermeiro, está a pegar ao colo um bébé, não de macaco-cão, mas de chimpazé que ele comprou a um caçador local por 500 pesos... Foi um gesto bonito por parte dele, salvando de morte certa um animal que pertence à Ordem dos Primatas, como nós, e que é dos grandes símios o que partilha mais genes connosco (ou seja, o chimpanzé é nosso primo, o nosso primo mais próximo de acordo com a zoologia, a genética e a biologia evolutiva)...


Foto: © Amaro Samúdio (2006). Direitos reservados.


1. Mensagem do Pedro Neves, com data de 11 de Janeiro:

Caro Luis Graça:

Em resposta ao pedido da Drª Maria Joana Silva (*),vou relatar alguns factos, que se passaram comigo, durante o tempo de comissão na Guiné e mais recentemente há cerca de 8 (oito) anos.

Quando cheguei à Guiné, no ano de 1973, integrado na CCaç 4745/73, formada nos Açores, fomos tirar o IAO (Instrução de Adaptação Operacional) no Cumuré e, em frente à porta de armas, havia um conjunto de casas e numa delas um restaurante, cujo prato típico e principal era o de carne de Macaco-Cão e que, se bem me lembro, era vendido meio à sucapa e por encomenda. Nunca comi,talvez por pensar que estaria a praticar um acto de canibalismo!!!

Quando estive em Polibaque,a fazer a protecção aos trabalhos da abertura da estrada entre Jugudul e Babadinca (mata do Changalana), havia um Macaco-Cão no nosso destacamento, preso junto à porta de armas, e que pertencia ao 1º pelotão. Quando algum guineense passava por perto, ele ficava furioso.Penso que a reação do macaco se devia ao facto de ter sido capturado por um natural e a côr da pele marcava o seu comportamento. Mais tarde foi libertado.

Assisti à captura, na mesma zona, de um Macaco-Cão, ainda juvenil, por naturais, que consistia no seguinte método:

Dentro de uma garrafa presa ao chão, colocavam uma banana e o juvenil, quando metia a mão, dentro da garrafa e agarrava a banana, nunca mais a largava, mesmo quando era capturado, porque a mão ficava mais larga que o bocal e ficava assim preso, mas não largou a banana. Bastava largá-la, tirar a mão e fugir, mas preferiu ser apanhado a largar a comida, apesar de estar a gritar e apavorado.

Depois de partida a garrafa, sem magoar o macaco, não largou a banana. Dei alguns pesos(moedas) ao caçador e ele libertou o juvenil. Deve ter pensado, que o tuga era doido!

Durante a protecção aos trabalhos, um Cão pertencente à nossa CCaç (não me lembro a que pelotão) foi atropelado por uma viatura pesada, da empresa civil, que estava a construir a estrada e morreu. Logo apareceu um capinador (eram às dezenas), apanhou o cão e, quando lhe perguntei se o ia enterrar, ele e os outros, que entretanto se juntaram, disseram que era para comer. Se comiam carne de cão, tambem comeriam carne de Macaco-Cão, pelo menos algumas etnias.

Numa das minhas idas à Guiné-Bissau, fui visitar um acampamento de caça perto de Bafatá,de seu nome Capé e, entre outros animais, tinham um Macaco-Cão, do sexo feminino, que penso se chamava Mizé e que adorava catar os pelos dos nossos braços e vêr-se ao espelho em tudo o que reflectisse a sua imagem. Vaidosa e era um encanto!

Com este modesto contributo, penso têr ajudado um pouco,na pesquisa da Drª Maria Joana Silva, sobre os locais e como era respeitado pelo Exército Português o Macaco-Cão.

Aproveito para desejar, uma vêz mais a todos os camaradas e amigos, um BOM ANO de 2009!

Pedro Neves
ex-Furriel Mil Op Esp
CCaç 4745

Águias de Binta
inverterac@gmail.com


2. Mensagem do Alberto Branquinho, com a mesma data:

Respondendo, alínea por alínea, às questões colocadas pela doutoranda Maria Joana Silva (*):


(i) Onde foram avistados os grupos de babuínos ?


Onde vegetação fosse mais ou menos densa, com árvores de médio e grande porte. Posso referir, como exemplo, no sul (Catió, Cufar, Bedanda...), no centro/norte (Banjara, Canjambari...).


(ii) Quantos animais existiriam num grupo social e quantos machos adultos ?

10/15/20. Machos adultos-3 a 5. Havia sempre um mais idoso que assumia a liderança do grupo, caminhando à frente; era mais corpulento e tinha o peito coberto de cabelos brancos. Para além de seguirem as colunas militares apeadas, saltando de árvore em árvore, por vezes imitando a coluna militar em fila (se fosse em picada ou estrada), seguindo-a também em fila, estando à frente o macho corpulento e com cabelos brancos no peito.

Este e os outros machos adultos, quando provocados com gestos, "ladravam" e arreganhavam os dentes em atitude ameaçadora, chegando a dar cambalhotas como atitude agressiva ou dissuassora. As crias seguiam agarradas ao ventre (mais ao ventre que às costas) das fêmeas.


(iii) Se os babuínos eram caçados pelos caçadores das tropas para os portugueses ...

Não, nunca vi.

(iv) Se as crias de babuínos eram levadas para os quartéis...


Havia alguns quartéis que tinham um babuíno/macaco-cão que era uma espécie de mascote da unidade militar (por vezes "herdado" da unidade que os antecedera) ou era "companhia" particular de um soldado, que o cosiderava como seu. Houve casos em que tentaram embarcar com eles no regresso a Lisboa. O mesmo acontecia com os periquitos e conheci o caso de um veado. Os babuínos, por vezes, não estavam acorrentados e pouco se afastavam da zona onde eram alimentados e estavam alojados.

Se eram apanhados enquanto crias, é possível e verosimil. Os que conheci eram já adultos ou jovens adultos.

(v) Se os bloguistas ouviram falar de medicinas tradicionais que usassem peles de mamíferos (nomeadamente babuínos)...

Não.



(vi) Onde se comeria "cabrito pé de rocha" na Guiné ?


Não sei o que é ou que tenha sido. (**)

(vii) Outras informações deste teor que considerem relavantes.

a) Tendo andado por várias zonas da Guiné, desde o Nordeste (Canquelifá, Piche...) onde não me lembro de ver babuínos, Centro/Norte (Canjambari, Sambaculo, Banjara ...), Centro (Bambadinca,Xime, Xitole, Enxalé...), Sul( peninsula de Empada,Catió, Cufar, Bedanda, Cabedu...), Sudeste (Buba, Aldeia Formosa, Gandembel...), o território onde vi maior quantidade de babuínos e famílias mais numerosas foi no Sul - Catió, Cufar, Bedanda.

b) Em accões (que na gíria militar eram chamadas de psico-social para contacto com as aldeias próximas dos quartéis (quando as havia), por vezes elementos a população pediam para matar um babuíno que estivesse próximo e que, com a sua curiosidade natural, observava o ajuntamento de pesoas. Diziam que era para comer.

c) Creio que saberá que a designação de "macaco-cão" se deve ao facto de, quando em atitude defensiva e desafiante, ladrava "quase-quase" como um cão. Assim, também, os soldados chamavam ao sagui "macaco-gato", porque emite um som semelhante ao miar de um gato jovem. Alías, o sagui era preferido ao "macaco-cão" para "mascote", talvez por ser de pequeno porte mesmo quando adulto.

Desejando-lhe um óptimo trabalho e esperando ter-lhe sido útil, sou

Alberto Branquinho

______________

Notas de L.G. :

(*) Vd. último poste da série Fauna & flora > 17 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3751: Fauna & flora (11): O babuíno da Guiné ou... cabrito pé de rocha (Vitor Junqueira)


terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Guiné 63/74 - P3588: Tabanca Grande (103): Pedro Neves, ex-Fur Mil Op Esp da CCAÇ 4745, Águias de Binta (Binta, 1972/74)


Pedro Neves, ex-Fur Mil Op Esp da CCAÇ 4745/73, Águias de Binta, Binta, 1973/74

1. Mensagem do nosso camarada Pedro Neves, com data de 8 de Dezembro de 2008:

Caros Luis Graça e Carlos Vinhal:

Em primeiro lugar, o meu agradecimento ao Blogue, porque graças ao mesmo já encontrei um camarada da minha equipe, o Raúl do 1.º Curso de 1973, em Lamego e um 1.º Cabo Condutor da minha CCaç 4745, Águias de Binta, o Tomás Carneiro, natural e residente em S. Miguel, nos Açores.

Como devem calcular, só por isso já estou muito grato ao vosso magnifico trabalho e iniciativa de terem criado e dado vida ao nosso Blogue.

Agradeço que façam a minha inscrição no Blogue e em anexo as fotos, actual e do tempo em que éramos mais jovens. A diferença é visivel!!!

Aproveito a ocasião para desejar a todos os camaradas e seus familiares, votos de BOAS FESTAS!

Um abraço
Pedro Neves
ex-Fur Mil Op Esp


2. Recordemos parte da mensagem do nosso camarada Pedro Neves com data de 16 de Outubro:

Caro Luís Graça:

No passado dia 25-08-08, pela primeira vez, enviei uma mensagem para o nosso site à procura de antigos camaradas que estiveram comigo em Lamego, no 1.º curso [, de OE,] de 1973 e aos camaradas a quem dei o 2.º curso, também de 73, assim como os que estiveram na Guiné, na CCAÇ 4745, (Águias de Binta), Companhia de Caçadores Independente formada no antigo BII 17 (Angra do Heroísmo, Terceira, Açores) e já obtive o contacto do Raúl que pertencia à minha equipa, 1.º Grupo, do nosso curso em Lamego. Como devem de calcular, foi uma alegria encontrar, graças ao site, alguém com quem palmilhei montes, vales, ribeiros e a famosa serra das Meadas. Obrigado.



3. Comentário de Carlos Vinhal

Caro Pedro Neves, estás apresentado à Tertúlia desde 16 de Outubro de 2008 (*).

Quero desde já clarificar que o Blogue é de autoria do nosso camarada Luís Graça, que é ainda e será o único responsável pela sua manutenção. Eu e o camarada Virgínio Briote apenas damos uma mãozinha na edição dos postes.

Com a publicação das tuas fotos, estão cumpridas as formalidades de entrada no Blogue, mas como deves compreender, acarreta uma responsabilidade, que é a tua participação. Logo contamos contigo para enviares as tuas histórias e fotografias.

Renovo o abraço em nome da tertúlia e aproveito para te desejar umas Festas com saúde junto dos teus familiares e amigos.
___________

Nota de CV:

(*) Vd. poste de 16 de Outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3322: Tabanca Grande (92): José Pedro Neves, ex-Fur Mil da CCAÇ 4745, 1972/74

Vd. último poste da série de 5 de Dezembro > Guiné 63/74 - P3570: Tabanca Grande (102): Vasco da Gama, ex-Cap Mil, CCAV 8351, Cumbijã, 1972/74

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Guiné 63/74 - P3322: Tabanca Grande (92): José Pedro Neves, ex-Fur Mil da CCAÇ 4745/73, 1973/74

1. Mensagem do nosso camarada Pedro Neves (*), ex-Fur Mil Op Esp da CCAÇ 4745/73, Guiné 1973/74, com data de 13 de Outubro de 2008.

Caro Luís Graça:

No passado dia 25-08-08, pela primeira vez, enviei uma mensagem para o nosso site à procura de antigos camaradas que estiveram comigo em Lamego, no 1.º curso [, de OE,] de 1973 e aos camaradas a quem dei o 2.º curso, também de 73, assim como os que estiveram na Guiné, na CCAÇ 4745/73, (Águias de Binta), Companhia de Caçadores Independente formada no antigo BII 17 (Angra do Heroísmo, Terceira, Açores) e já obtive o contacto do Raúl que pertencia à minha equipa, 1.º Grupo, do nosso curso em Lamego. Como devem de calcular, foi uma alegria encontrar, graças ao site, alguém com quem palmilhei montes, vales, ribeiros e a famosa serra das Meadas. Obrigado.

Mas uma outra razão me leva a comunicar, que apesar de não conseguir encontrar os antigos camaradas que estiveram comigo na Guiné, no passado dia 4 de Outubro estive presente com a minha esposa, no almoço da 3ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72 que estava sediado em Mansoa e que, com a minha CCAÇ 4745, fez alguns patrulhamentos na protecção dos trabalhos da abertura da estrada Jugudul-Bambadinca.

Foi um dia bem agradável, recordando as peripécias que passámos, os bons e os maus momentos.

Quero agradecer ao Jorge Canhão, ex-Furriel Mil da 3.ª CCAÇ e a todos os restantes camaradas, o modo como receberam o Furriel Pedro, da Companhia dos Açorianos e a minha esposa Ana Maria, no seio do seu encontro anual. Já fomos convidados para o próximo, que se realizará na zona de Setúbal. Não faltaremos!!!

Para terminar, renovo a missiva que me levou a contactar o site, para tentar encontrar antigos camaradas, que estiveram comigo nos seguintes locais:

Lamego:

- 1.º curso de 1973 (Instruendo do 1.º Grupo)
- Instrutor do 2.º curso de 1973 (1.º Grupo de Cadetes)

Guiné

- CCAÇ 4745 (Águias de Binta) - Companhia de Caçadores Independente, formada nos Açores - Ilha Terceira.
- BINTA, GUIDAGE, NEMA, FARIM, MANSOA, JUGUDUL, POLIBAQUE, PORTO-GOLE, BULA, NHAMATE, CAPUNGA, BINAR e outros arredores que já não lembro os nomes.

- Posto - Ex-Fur Mil Op Esp (RANGER)
- Nome - José Pedro Ferreira das Neves (56 anos) (Nome de guerra, Pedro
- Localidade - Lisboa

Contactos:

- Móvel - 912 179 200
- E-mail - inverterac@gmail.com

Luís Graça/Carlos Vinhal, brevemente enviarei algumas fotos do passado e do presente, na Guiné-Bissau, assim como alguns episódios, do passado e recentes, uma vez que depois da Independência da Guiné-Bissau, já lá fui 51 (Cinquenta e uma vezes) por motivos de negócio e tenho realmente algumas situações curiosas e interessantes para contar.

Agradeço uma vez mais a vossa disponibilidade para nos aturarem.

Um abraço
Pedro Neves
Ex-Fur Mil Op Esp

2. Comentário de CV

Caro José Pedro, como já te disse em contacto anterior, deves enviar as tuas fotos da praxe para o Blogue e começares a contar as tuas histórias. Esperamos também as tuas fotos antigas e as actuais da Guiné-Bissau.
_________________

(*) Nota de Cv

Vd. poste de 25 de Agosto de 2008 > Guiné 63/74 - P3148: O Nosso Livro de Visitas (24): José Pedro Neves, ex-Fur Mil da CCAÇ 4745 (Guiné 1972/74)

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Guiné 63/74 - P3148: O Nosso Livro de Visitas (24): José Pedro Neves, ex-Fur Mil da CCAÇ 4745 (Guiné 1973/74)

1. Mensagem com data de 23 de Agosto de 2008 do nosso novo camarada José Pedro Ferreira das Neves, ex-Fur Mil da CCAÇ 4745/73, que esteve na Guiné entre 1973 e 1974:

Caro Luis Graça:
Quero agradecer a todos os antigos combatentes, principalmente aos que estiveram na Guiné, todos os contributos relatados neste site. Graças a si e a esses contributos tornei-me um doente saudável na consulta constante do blogue, na ânsia de encontrar relatos de antigos camaradas que comigo percorreram as matas e bolanhas da Guiné, mas nunca encontrei nenhum relato que identificasse a minha Companhia de Caçadores, independente, com origem dos Açores, da Ilha Terceira, CCAÇ 4745/73.

Agora, apresento-me, se me permitem:
Chamo-me José Pedro Ferreira das Neves, fiz o Curso de Operações Especiais em Lamego, 1.º curso de 1973 e dei instrução ao 2.º curso, também de 1973.
Fui mobilizado para a Guiné em Julho de 1973 e ingressei na CCAÇ 4745/73, (Companhia de Intervenção), em Agosto de 1973.
Regressei em Setembro de 1974 e passei à disponibilidade no dia 20 do mesmo mês.

Posto: Furriel Miliciano de Operações Especiais (nome de guerra PEDRO)

Locais na Guiné por onde andei: Binta, Nema, Farim, Mansoa, Jugudul, Polibaque (Protecção aos trabalhos de abertura da estrada, Jugudul-Bambadinca), Bula, Binar, Nhamate, Capunga, Bissau e outros arredores, que agora não me ocorrem.

O que procuro: Antigos camaradas da CCAÇ 4745/73 e outros que conheci, quando andei por terras da Guiné e alguns camaradas que fizeram o curso comigo e outros, a quem dei o curso, em Lamego.

O que já encontrei: Alguns antigos camaradas de Lamego, porque vou aos encontros, que se realizam anualmente, na nossa Faculdade Ranger.

Comentários: Penso que as dificuldades de encontrar antigos camaradas se deve ao facto, de só os graduados serem do Continente, apesar do Borges (Furriel)e de um Alferes, do qual não me lembro do nome, serem dos Açores, assim como os restantes camaradas da CCAÇ 4745/73, também conhecida, por Águias de Binta.

Vou frequentemente à Guiné-Bissau, desde 1989 (51 vezes), uma das vezes, com o tertuliano Humberto Reis, do qual me orgulho de ter como amigo e sofro, ao ver as condições de vida do povo da Guiné-Bissau, mas, isso são outras histórias.

Brevemente vou começar a contribuir, com relatos, da minha passagem pela Guiné, em parte, instigado pelo também grande amigo e tertuliano Magalhães Ribeiro, mas também, para contribuir um pouco com as minhas memórias do passado.

Antecipadamente, agradeço toda a vossa paciência para nos aturarem!

2. Caro Pedro

Primeiro que tudo, quero agradecer as tuas palavras que são para nós um incentivo.

És um tertuliano com dupla qualidade. Por um lado és um ex-combatente, e por outro, um amigo da Guiné-Bissau, atendendo ao número de vezes que já visitaste aquele país.

Não temos na tertúlia pessoas que se disponham a contar-nos estórias dos tempos, conturbados, depois de terem terminado as hostilidades com o PAIGC. A maioria de nós é um pouco mais velha que tu e regressou uns anitos antes de a guerra terminar. Sabemos por alto que nem tudo correu bem. Esperamos que sejas tu a colmatar essa falta de informação no nosso Blogue.

Esperamos de ti estas e outras estórias, assim como as tuas fotografias de então, e porque não de agora, para quem nunca mais à voltou à Guiné, possa ver como está o país actualmente.

Já reparaste que te estou a tratar por tu?

Na nossa Tabanca Grande, tratamo-nos todos por tu, como verdadeiros camaradas que somos, independentemente do nosso antigo posto militar, que hoje serve apenas como referência e não para marcar alguma hierarquia, e da nossa posição social.

As convicções políticas, religiosas e outras, não interferem nas nossas relações, nem são discutidas no nosso Blogue. As diferenças de ideias discutem-se com cortesia e aceitação das diferenças.

Na nossa página, do lado esquerdo, poderás ler as nossas 10 normas de conduta e aquilo que nós (não) somos.

Caro camarada, esperamos que envies em breve as fotos da ordem para seres apresentado formalmente à Tertúlia.

Recebe um abraço de todos os camaradas e amigos da Guiné-Bissau, tertulianos do nosso Blogue.
CV
Co-editor