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domingo, 5 de novembro de 2006

Guiné 63/74 - P1250: Os amigos são mesmo para as ocasiões, Leopoldo Amado!

1. Mensagem do nosso amigo, tertuliano, luso-guineense, Leopoldo Amado (1):

Organizado pelo Centro de Estudos de História Contemporânea do ISCTE, em Lisboa, teve lugar, entre os dias 3 e 4 do corrente mês, uma conferência em que se discutiu a guerra colonial. Fui convidado como conferencista a proferir umas palavras sobre «as implicações internacionais das guerras de libertação: o caso da Guiné».

Surpreendentemente, o Carlos Fortunato, o Pedro Lauret e o Luís Graça (todos membros da nossa Tertúlia) resolveram fazer-me uma agradável surpresa. Compareceram os três e pudemos conhecer-nos em pessoa. É escusado dizer que para mim foi algo extraordinário (certamente para eles também), pelo que aqui os deixo o testemunho do meu regozijo e os profundos agradecimentos pelo seu gesto.

Por razões profissionais e outras, lamento estar por agora um pouco arredado dos nossos profícuos debates, mas aqui fica a promessa de um regresso a breve trecho.

Cumprimentos
Leopoldo Amado


2. Comentário de L.G.:

Leopoldo: Os amigos são mesmo para as ocasiões. Eu já sabia da tua participação nesta iniciativa através de um e-mail do nosso camarada João Tunes. Divulguei, muito em cima da hora, através da nossa rede, a notícia desse Encontro Internacional, em Lisboa, nos dias 3 e 4 de Novembro, subordinado ao tema do Império: Guerra, Revolução e Descolonização… Foi, de facto, no ISCTE, aqui em Lisboa. A entrada no Encontro era livre, mas uma inscrição de 5 euros dava acesso aos resumos das comunicações e ao catálogo da exposição.

O nosso tertuliano Leopoldo Amado (doutorando em história contemporânea, pela Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa) fez uma comunicação, na manhã do dia 3, sobre As implicações da guerra de libertação: o caso da Guiné-Bissau...

Fiz um esforço para lá dar um salto, ainda tive a sorte de ouvir o Leopoldo, de lhe dar um abraço, de lhe desejar boa sorte para as provas públicas em que irá, em breve, defender a sua tese de doutoramento, e ainda por cima tive a grata supresa de encontrar o Carlos Fortunato, além do Pedro Lauret (de cuja presença, aliás, eu já estava à espera)... No meio dos abraços (havia ainda gente do meu tempo de ISCTE, a começar pelo Prof. Doutor Arsénio Nunes), deixei fugir o Aniceto Afonso, coronel e historiador, que o Pedro Lauret ficou de me apresentar...

Estamos a organizar um pequeno/grande grupo de amigos e camaradas da Guiné para dar apoio ao nosso Leopoldo, quando em breve ele for defender, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a sua tese sobre a Guerra de Libertação 'versus' guerra colonial: o caso da Guiné-Bissau... Mais do que convidados, estão mobilizados todos os nossos amigos e camaradas de Lisboa e arredores, que estiverem disponíveis na altura (O dia, a hora e o local serão oportunamente comunicados à tertúlia)... Vamos mostrar-lhe o que é amizade, a camaradagem e a solidariedade luso-guineenses...
____________

Nota de L.G.:

(1) Vd. post de 4 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P840: Curriculum Vitae do nosso doutorando Leopoldo Amado

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Guiné 63/74 - P1244: Continuaremos... amigos, brancos e negros (Paulo Santiago)

Guiné > Zona Leste > Sector L5 > Galomaro > Saltinho > Pel Caç Nat 53 > Distintivo da unidade: "Continuaremos"...

Foto: © Paulo Santiago (2006). Direitos reservados.

1. Texto do Paulo Santiago, de 6 de Outubro de 2006:

Luís

Pedias um título para as histórias da minha vivência na Guiné com o Pel Caç Nat 53. Fui ao distintivo do 53 e penso que poderá ser CONTINUAREMOS...AMIGOS.

CONTINUAREMOS...AMIGOS dos nossos camaradas do Pelotão, brancos e negros;
CONTINUAREMOS...AMIGOS de outros camaradas militares com quem convivemos;
CONTINUAREMOS...AMIGOS dos civis que conhecemos pelas tabancas;
CONTINUAREMOS...AMIGOS dos outrora designados inimigos.

Aguardo a tua opinião sobre o assunto.

Junto o distintivo do Pel Caç Nat 53.
Um abraço do
Paulo Santiago

PS - Não sei qual o meu antecessor que imaginou o emblema.


2. Comentário de L.G.:


Olha, Paulo, se queres saber a minha opinião, não te achava com tiques de poeta, o teu ar de guerreiro, viking, façanhudo era mais consentâneo com a ideia que a gente faz de um comandante de pelotão de caçadores nativos... Não segui a tua sugestão, pela razão simples de que a vida de um editor de blogues é uma grande blogaria, o que o obriga a decisões rápidas, que nem sempre são as mais acertadas e concertadas, como deves imaginar... Se eu fiz mal a escolha (1), espero que me perdoes...

Em contrapartida, achei bonita, solidária, apropriada, congruente, de bom gosto, a tua glosa... Ficaria mais preocupado se tivesses uma deriva para o abismo, do género Continuaremos... pátria ou morte; Continuaremos... até à última gota de sangue; Continuaremos... até onde der o depósito de gasolina; Continuaremos... até à vitória final; Continuaremos... até ao fim; Continuaremos... até que se acabem as munições; Continuaremos... até à próxima curva do caminho... A ideia pode heróica, mas a frase não se presta a título de post: preferi um título mais prosaico, Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (que de resto mereceu a tua posterior concordância)...

A verdade, amigo e camarada, é que não se passa impunemente, incolumemente, pela Guiné sem deixar lá nossa amizade e trazer de lá a amizade dos guineenses... Os conflitos passam à história, e fica o melhor de cada um dos nossos povos.... Não é demagogia: tu mesmo, durão, tiveste que lá voltar, à Guiné, com o teu puto (que lindo!), no regresso de todas as emoções, em Fevereiro de 2005...

_________

Nota de L.G.:

(1) Vd. posts de:

12 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1168: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (1): Periquito gozado

13 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1170: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (2) : nhac nhac nhac nhac ou um teste de liderança

19 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1192: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (3): De prevenção por causa da invasão de Conacri

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Guiné 63/74 - P1072: Uma comunidade de afectos: relembrando o Furriel Branquinho (Pel Caç Nat 63) (Jorge Cabral)


Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > Fá Mandinga > Pel Caç Nat 63 > Março de 1970 > Dois amigos, o Alf Mil Jorge Cabral, e o Fur Mil Branquinho.
Foto: © Jorge Cabral (2006)


Companheiro Luis,
Também graças ao blogue, estou a recordar os Amigos do Pelotão. Hoje é a vez do Branquinho.

Um grande Abraço
Jorge


Os Amigos

Todas as minhas estórias, aventuras e desventuras, foram vividas colectivamente, entre Amigos, no meu Pelotão, que constituía, acima de tudo, uma Comunidade de Afectos.

De todos, furriéis, cabos, soldados, guardo as mais gratas recordações, mas hoje quero realçar, porque é de Justiça, o meu Amigo Branquinho.

Ao longo da vida conheci e trabalhei com muita gente, mas jamais encontrei alguém tão leal. Entre nós, logo desde o início, estabeleceu-se uma tal cumplicidade, que nem sequer necessitávamos de palavras para nos entendermos. Juntos estivemos vinte e um meses, e nunca surgiu a mais leve desavença. O Branquinho, mais do que o meu braço direito, foi sempre o Amigo Certo, na Alegria e na Tristeza.

É tempo de te dizer, Branquinho, Obrigado! Pela quotidiana, sã e total fraternidade!

Às vezes eu próprio me interrogo. Saudades da guerra? De quê? Dos Amigos! E de entre eles, do Branquinho. De poder contar com um Amigo como ele, nesta época de compadrios, interesses e troca de favores, sim, faz-me sentir saudades!

Jorge Cabral