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domingo, 28 de outubro de 2007

Guiné 63/74 - P2226: A nossa Tabanca Grande e As Duas Faces da Guerra (13): Um filme sério, honesto, positivo, inacabado (Hélder Sousa)

Lisboa > Belém > Forte de Bom Sucesso > Monumento aos Combatentes do Ultramar > 28 de Outubro de 2007 > Apesar dos longos e duros 11 anos de guerra, não há hoje ódio entre portugueses e guineenses, é o sentimento com se que fica quando se ouve falar os ex-combatentes, de um lado e de outro, no filme As Duas Faces da Guerra.

Foto: © Luís Graça (2007). Direitos reservados.


1. Mensagem do Helder Sousa (ex-Fur Mil de Transmissões TSF, Piche e Bissau, 1970/72) (1)

Assunto As duas faces da guerra - Filme/Documentário

Caros Amigos


Li com muita atenção os vários comentários que foram feitos ao trabalho da Diana e do Flora (2) e não posso deixar de manifestar o meu acordo com o que na generalidade foi sendo divulgado, sendo certo que algumas das opiniões emitidas revelam ainda uma grande carga emocional, o que, valha a verdade, só vem em abono do que o Filme/Documentário contém em si mesmo e que é o de ser capaz de despertar as emoções e suscitar a reflexão/discussão.

Sem qualquer reticência ou reserva mental considero que achei uma grande honestidade na forma e no conteúdo do trabalho, principalmente depois de anotar e aceitar o que a Diana disse sobre o facto de se tratar de uma obra necessariamente incompleta pela enormidade das coisas que havia a referir, a exibir, a mostrar.

É certo que muitos de nós gostaríamos de ver mais, de ver traduzidas em imagens a beleza da paisagem estranha que tanto nos cativou, as dificuldades de atravessar as bolanhas, o tarrafo, a floresta-galeria, a angústia das esperas nas emboscadas, a incerteza das flagelações, enfim, também todo o trabalho de assistência às populações (independentemente se isso era parte da "psícola" ou também muito de nós próprios), mas isso seria certamente um outro filme.

É claro também (e já foi escrito no nosso Blogue) que alguns dos episódios passados durante os longos 11 anos de guerra dariam bons temas para bons filmes, épicos, dramáticos, heróicos, etc., (os americanos fizeram vários filmes sobre o Vietnam, quem não se lembra de "O Caçador", "Platoon", "Apocallipse Now" e outros) mas isso poderão ser propostas para outros trabalhos que não este que observámos. Uma coisa de cada vez! Quem sabe se não se lança agora a semente duma iniciativa desse género?

Por outro lado é bom não esquecer também que está em marcha o "Projecto Guiledje" o qual vai muito mais no sentido do futuro, ou seja, recordar a guerra, como e onde as "coisas" se passaram mas agora para consolidar a paz obtida e construir o futuro.

Conhecendo a postura anti-guerra manifestada pela co-realizadora e sabendo do divulgado impacto emocional que lhe causou o visionamento do monumento com os nomes dos jovens mortos em Geba, dois dos quais no dia do seu 20º aniversário, parece-me que houve, da parte dela e portanto da forma como se reflecte no trabalho apresentado, uma caminhada no sentido de respeitar aqueles que lá estiveram, que sofreram, que lutaram, que morreram ou ficaram feridos (no corpo e na alma), independentemente da posição que tinham sobre a justeza ou não da guerra, da sua presença ali, e que, para muitos, foi o verdadeiro local de consciencialização da necessidade de mudança que veio a acontecer.

Não acho, como alguns amigos manifestaram o receio, de que "mais uma vez fomos apresentados como os maus da fita", pelo contrário, não me lembro de ter visto algo que referisse a acção dos nossos jovens militares como "criminosa".

Vi sim, e muitas vezes, a referência ao "não ódio" entre as partes, mesmo no tempo em que os acontecimentos se desenrolavam, e também agora no tempo presente. Vi inclusivamente a teorização de que "guerra é guerra", agora já tudo passou!

Portanto, é um trabalho sério, honesto, positivo, inacabado (no sentido que pode ter mais matéria para discussão) que se recomenda vivamente para fomentar essa discussão, levar ao conhecimento de amigos, familiares e público em geral o que foram esses tempos que muitos de nós vivemos e a que raramente nos referíamos, até para, inclusivamente, levar as autoridades a colocar dignidade e respeito na memória de toda uma geração de portugueses que fizeram História e que agora escrevem a história dessa época.

Cumprimentos a todos os amigos e camaradas da Guiné e, já agora, aproveito para prometer ao Luís Graça que, se não me distrair, não volto a chamar lhe
"comandante"... para ele não ficar embaraçado!

Hélder Sousa

___________

Notas dos editores:

(1) Vd. posts de:

20 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2197: A nossa Tabanca Grande e As Duas Faces da Guerra (4): Encontro tertuliano no hall da Culturgest na estreia do filme (Luís Graça)

26 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1702: A guerra também se ganhava (ou perdia) nas ondas hertzianas (Helder Sousa, Centro de Escuta e de Radiolocalização, Bissau)

11 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1652: Tertúlia: Três novos candidatos: José Pereira, Hélder Sousa e Jorge Teixeira

(2) Vd. último post desta série > 27 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2223: A nossa Tabanca Grande e as Duas Faces da Guerra (5): A minha luta diária com a Maria Turra, no HM241 (Carlos Américo Cardoso)

sábado, 27 de outubro de 2007

Guiné 63/74 - P2223: A nossa Tabanca Grande e as Duas Faces da Guerra (12): A minha luta diária com a Maria Turra, no HM241 (Carlos Américo Cardoso)

1. Mensagem de Carlos Américo Cardoso (1), um dos nossos camaradas que assistiu à estreia do filme As Duas Faces da Guerra (2):


Muito obrigado, Diana Andringa!

Ao ver o seu filme-documentário, sobre As Duas Faces da Guerra, voltei ao meu passado, e revivi situações que nunca em tantos anos pensei mais...

Como eu tinha uma imagem completamente diferente da Maria Turra!!!... Ouvia-a muitas vezes mas nunca lhe tinha visto o rosto, tinha uma luta diária com ela, confrontava as notícias da rádio do PAIGC (3) sobre os nossos feridos, nos livros de registo do raio x, [no Hospital Militar de Bissau,] para confirmar se era verdade ou se era propaganda do PAIGC... E depois claro, rebobinei o meu filme, comparei situações, vi imagens que já estavam esquecidas, umas estavam certas outras nem tanto... Enfim só adormeci de madrugada.

Mais uma vez obrigado
Cardoso R X
_________

Nota dos editores:

(1) Vd. posts de:

1 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1481: Hospital Militar de Bissau (1): Apresenta-se o ex-1º Cabo Radiologista Cardoso

7 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1738: Hospital Militar de Bissau (2): O terminal da guerra, da morte e do horror (Carlos Américo Cardoso, 1º cabo radiologista)

20 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1977: Em busca de... (4): Camaradas do Hospital Militar nº 241, Bissau (1972/74) (Carlos Américo Cardoso, o Cardoso RX)

(2) Vd. post de 20 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2197: A nossa Tabanca Grande e As Duas Faces da Guerra (4): Encontro tertuliano no hall da Culturgest na estreia do filme (Luís Graça)

(3) As emissões da Rádio Libertação, localizada em Conacri, começaram em meados de 1967. Maria Turra era a locutora de serviço (ou uma delas)... Sabemos hoje que era a mulher, angolana, do Dr. Páduo, médico português, militante do PAIGC, que trabalhava no hospital de Ziguinchor: vd. post de 27 de Outubro de 2007 >
Guiné 63/74 - P2221: PAIGC: O Nosso Livro da 2ª Classe (1): Bandêra di Strela Negro (Luís Graça / Paulo Santiago)

sexta-feira, 5 de agosto de 2005

Guiné 63/74 - P141: Filmografia e videografia da Guerra Colonial - Guiné (3) (Jorge Santos)

1. Selecção de Jorge Santos:

GUINÉ – ASPECTOS VÁRIOS
Portugal, 1963
Realização: Rogado Godinho
Produção: Centro de Estudos de Antropologia Cultural
Género: Documentário


PRODUÇÕES DO SERVIÇO DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS
DAS FORÇAS ARMADAS

MISSÃO NA GUINÉ
Portugal, 1965
Realização: Luís Miranda
Produção: RTP /S.I.P.F.A.
Género: Documentário

GUINÉ 1970
Portugal, 1970
Produção: S.I.P.F.A.
Género: Documentário


PRODUÇÕES DOS SERVIÇOS CARTOGRÁFICOS DO EXÉRCITO

MISSÃO NA GUINÉ 1, 2, 3, 4 e 5
Portugal, 1964
Realização: S.C.E
Produção: S.C.E.
Género: Documentário

EXÉRCITO NA GUINÉ 1 – Operação “Odette”
Portugal, 1966
Realização: S.C.E
Produção: S.C.E.
Género: Curta-Metragem

EXÉRCITO NA GUINÉ 2
Portugal, 1966
Realização: S.C.E
Produção: S.C.E.
Género: Documentário

UMA OPERAÇÃO NA GUINÉ
Portugal, 1966
Realização: S.C.E
Produção: S.C.E.
Género: Documentário

AUTO-DEFESA - GUINÉ
Portugal, 1967
Realização: S.C.E
Produção: S.C.E.
Género: Documentário

EXÉRCITO NA GUINÉ 3 E 4
Portugal, 1967
Realização: S.C.E
Produção: S.C.E.
Género: Documentário


ENGENHARIA NA GUINÉ
Portugal, 1968
Realização: S.C.E
Produção: S.C.E.
Género: Documentário


FORÇA AÉREA NA GUINÉ 1
Portugal, 1968
Realização: S.C.E
Produção: S.C.E.
Género: Documentário

MARINHA NA GUINÉ
Portugal, 1968
Realização: S.C.E
Produção: S.C.E.
Género: Documentário

EXÉRCITO NA GUINÉ 5 – Auto-Defesa das Populações
Portugal, 1968
Realização: S.C.E
Produção: S.C.E.
Género: Documentário

FORÇA AÉREA NA GUINÉ 2 e 3
Portugal, 1970
Realização: S.C.E
Produção: S.C.E.
Género: Documentário

MARINHA NA GUINÉ 1 e 2
Portugal, 1970
Realização: S.C.E
Produção: S.C.E.
Género: Documentário

INSTRUÇÃO DO EXÉRCITO NA GUINÉ
Portugal, 1970
Realização: S.C.E
Produção: S.C.E.
Género: Documentário

VISITA DE GUINEENSES À METRÓPOLE
Portugal, 1970
Realização: S.C.E
Produção: S.C.E.
Género: Documentário


PRODUÇÕES DA TELECINE-MORO

GUINÉ 68
Portugal, 1968
Realização: Quirino Simões
Produção: Telecine-Moro
Género: Curta-Metragem

GUINÉ A CAMINHO DO FUTURO
Portugal, 1971
Realização: Quirino Simões
Produção: Telecine-Moro
Género: Documentário

GUINÉ 1
Portugal, 1972
Realização: Abel Escoto
Produção: Telecine-Moro
Género: Documentário

GUINÉ 2
Portugal, 1972
Realizador: Felipe de Solms
Produção: Telecine-Moro
Género: Documentário

GUINÉ 74
Portugal, 1974
Realizador: Quirino Simões
Produção: Telecine-Moro
Género: Documentário

Guiné 63/74 - P139: Filmografia e videografia da Guerra Colonial - Guiné (1) (Jorge Santos)

1. Texto do Jorge Santos (1º Gr. Fz., DFA, da Comp. Fuzileiros nº 4, Moçambique, Metangula, Cobué, 1968/70; página pessoal > "rapaziada da Tertúlia" possa completá-los. Logo que tenha mais, envio. Consultar a base de dados sobre o Cinema Português .


UM GRUPO DE TERRORISTAS ATACA
Inglaterra, 1964
Realização: John Sheppard
Produção: BBC
SINOPSE:
Uma reportagem realizada para a BBC, em 1964, que contribuiu para o despertar do mundo sobre a situação da guerra colonial que se travava nas matas da Guiné-Bissau, pela independência do país. A guerrilha p.d. teve início em Janeiro de 1963.

MISSÃO NA GUINÉ
Portugal, 1965
Realização: Luís Miranda
Produção: RTP / Serviço de Informação Pública das Forças Armadas

OPERAÇÃO MAR VERDE
Portugal, 197 (?)
Realização: Henrique Vasconcelos e Rui Araújo
Produção: RTC (Rádio Televisão Comercial)
Distribuição: RTC
SINOPSE:
Durante a guerra nas colónias o soldado português executou somente o seu dever. E um dos momentos em que melhor o executou terá sido durante a invasão e a ocupação da capital da Guiné-Conacri, em 22 de Novembro de 1970.

GUINÉ-BISSAU - INDEPENDÊNCIA
Portugal, 1977
Realização: António Escudeiro
Produção: Francisco de Castro
Fotografia.: António Escudeiro

ACTO DOS FEITOS DA GUINÉ
Portugal, 1980
Produção: Cinequipa
Realização: Fernando Matos Silva
Fotografia: José Luís Carvalhosa
Argumento: Fernando Matos Silva e Margarida Gouveia Fernandes
Música: Fausto
Som: Carlos Alberto Lopes
SINOPSE:
Ficção e realidade misturam-se neste filme, explicando a história da Guiné-Bissau, a colonização portuguesa e a luta de libertação nacional conduzida pelo PAIGC. Imagens reais de guerra e excertos de documentários cruzam-se com imagens e leituras do livro do século XVI História Trágico-Marítima, e textos inspirados pela guerra colonial, e com os pontos de vista ficcionados de personagens emblemáticos: o colono, o retornado, o guerrilheiro, o militar, o pide, o padre, o "descobridor".

MADINA DO BOÉ
Portugal, 1995
Realização: Manuel Costa e Silva, Manuel Tomás
Produção: Quimera do ouro; IPACA/ Estado-Maior do Exército
Fotografia: Rui Poças
Argumento: José Manuel Saraiva
Som: Vasco Barão
SINOPSE:
A operação de retirada de Madina de Boé vista por dois antigos oficiais do Exército Português, volvidos 25 anos, assim como por antigos guerrilheiros do PAIGC que estiveram directamente implicados. É o primeiro documentário sobre a guerra colonial que procura efectuar um levantamento histórico dos acontecimentos que levaram á morte de meia centenas de miliatres portugueses , na travessia do Corubal, no dia 6 de Fevereirod e 1968.( Vd. post de 2 de Agosto > Guiné 63/74 - CXXXIII: O desastre de Cheche, na retirada de Madina do Boé (6 de Fevereiro de 1969)

NINGUÉM NASCE SOLDADO
Portugal/Inglaterra, 1995
Realização: Jo Willems
Produção: Karen O´Brien - Dear Films
Fotografia: Glynn Speeckaert
Música: Vasco Martins
Som: Bart Van Den Bempt
SINOPSE:
As consequências da guerra colonial na população portuguesa, hoje. Três gerações que estiveram envolvidas na guerra: os próprios soldados, os seus pais e os seus filhos. Uma mãe fala do seu filho, morto na Guiné; dois soldados evocam o seu passado, falam do seu presente e do seu futuro; um filho de 25 anos, ainda aguarda o pai, soldado, que veio da guerra mas que nunca regressou ao seio da família.


ANOS DA GUERRA: Guiné 1963-1974
Portugal, 2000
Realização: José Barahona
Produção: Pedro Efe - Acetato / RTP


MONSANTO
Portugal, 2000
Realização: Ruy Guerra
Produção: Animatógrafo - SIC
Fotografia: José António Loureiro
Argumento: Vicente Alves do Ó
Música: Luís Cília
Som: Carlos Pinto
SINOPSE:
O filme centra a sua atenção no stresse pós-traumático que afecta muitos dos ex-combatentes. Um veterano, inadaptado, acaba por perder a noção da realidade e regressar à Guiné no parque de Monsanto.

AMILCAR CABRAL
Portugal, 2001
Realização: Ana Lúcia Ramos
Produção: Paulo de Sousa - Continental Filmes / RTP
Fotografia: José Brinco e Octávio Espírito Santo
Argumento: Ana Lúcia Ramos
Música: Celina Pereira
Som: Vasco Pedroso
SINOPSE:
Retrato simples e eficiente de Amílcar Cabral, o líder do processo de independência da Guiné-Bissau.