terça-feira, 21 de novembro de 2017

Guiné 61/74 - P17996: Historiografia da presença portuguesa em África (102): António Estácio: O Contributo Chinês para a Orizicultura Guineense - Parte IV: (vi) da importação à exportação de arroz de arroz

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Leiria > Monte Real > 2010 > V Encontro Nacional da Tabanca Grande, Leiria, Monte Real > António Estácio, 

1. Continuação da publicação da comunicação do António Estácio, sobre o contributo da comunidade chinesa na Guiné, para o desenvolvimento da cultura do arroz, nas primeiras décadas do séc. XX.

Temos a autorização expressa do autor, o nosso amigo e camarada António [Júlio Emerenciano ] Estácio, que tem 45 referências no nosso blogue. Eis aqui uma breve nota curriucular sobre ele:
(i) é lusoguineense, nascido em 1947, e criado no chão de Papel, em Bissau, com raízes transmontanas, tendo vivido também em Bolama;

(ii) formou-se como engenheiro técnico agrário (Coimbra, 1964-1967, Escola de Regentes Agrícolas, onde foi condiscípulo do Paulo Santiago), depois de frequentar o Liceu Honório Barreto;

(iii) fez a tropa (e a guerra) em Angola, como alferes miliciano (1970/72);

(iv) trabalhou depois em Macau (de 1972 a 1998);

(v) vive há quase duas décadas em Portugal, no concelho de Sintra;

(vi) é membro da nossa Tabanca Grande desde maio de 2010;

(viii) tem-se dedicado à escrita, dois dos seus livros mais recentes narram as histórias de vida de duas "Mulheres Grandes" da Guiné, a cabo-verdiana Nha Carlota (1889-1970) e a guineense Nha Bijagó (1871-1959);

(ix) o seu livro mais recente (2016, 491 pp.), de temática guineense, tem como título "Bolama, a saudosa", edição de autor;

(x) a comunicação que agora se reproduz foi feita no âmbito da V Semana Cultural da China, de 21 a 26 de janeiro de 2002;


2. O Contributo Chinês para a Orizicultura Guineense - Parte IV: (vi)  da importação à exportação
 de arroz (pp. 452-458 ):













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(Continua)
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Notas do editor:

Postes anteriores da série;


16 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17977: Historiografia da presença portuguesa em África (100): António Estácio: O Contributo Chinês para a Orizicultura Guineense - Parte II: (iii) da pesca à agricultura; (iv) os primeiros chineses e seus descendentes

15 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17974: Historiografia da presença portuguesa em África (99): António Estácio: O Contributo Chinês para a Orizicultura Guineense - Parte I: (i) preâmbulo: (ii) generalidades

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Guiné 61/74 - P17995: Convívios (833): novo recorde de presenças na Tabanca da Linha: 73 amigos e camaradas marcaram presença, em 16 do corrente, no "Caravela de Ouro", em Algés - Fotos de Manuel Resende: parte III


Foto nº 1 > Da esquerda para a direita: o ten gen pilav ref José Nico,o  cor inf ref Fernando José Estrela Soares (ex-comandante da CCAÇ 2445,  Cacine, Cameconde e Có, julho de 1968 / dezembro de 1970) e o José Diniz de Sousa Faro (, este último é membro da nossa Tabanca Grande, ou seja, grã-tabanqueiro)).



Foto nº 2 > Da esquerda para a direita: António Duque Marques (que mora na Amadora),  o nosso embaixador Francisco Henriques da Silva, o João Pereira da Costa e o José Nico. Só o Francisco e o João são grão-tabanqueiros...



Foto nº 3 > Da esquerda para a direita, Juvenal Amado e António Graça de Abreu, dois membros da nossa Tabanca Grande de longa data,



Foto nº 4 > Da esquerda para a direita, Adolfo Cruz, Armando Pires e  João Rosa. Os dois primeiros são também grão-tabanqueiros.


Foto nº 5 > Da esquerda para a direita: Luís Paulino (, também grã-tabanqueiro), Miguel Rocha, Jorge Rocha e Adolfo Cruz.


Foto nº 6 > Da esquerda para a direita: (i) Abílio Duarte (grã-tabanqueiro),  (ii) camarada por identificar, (iii) Jorge Nunes Costa e (iv)  Luís Paulino (grã-tabanqueiro)


Foto nº 7 > Da esquerda para a direita, Francisco Silva, esposa Maria Elisabete, Germana (esposa do Carlos Silva), Carlos Silva e Leite da Silva. O Francisco e o Carlos são membros da nossa Tabanca Grande,


Foto nº 8 > Da esquerda para a direita: Fernando Chapouto, José Colaço, manos Rosales (o José e o Jorge), o "Sintra" (Joaquim Nunes Sequeira, de pé), Daniel Gonçalves, Mário Fitas e esposa, Helena. (O Chapouto,o Colaço, o Sequeira o Jorge Rosales e o Fitas são também membros da Tabanca Grande).


Foto nº 9 > O casal Carronda, Carlos e Manuela


Foto nº 10 > Da esquerda para a direita, o António Maria Silva (, sempre presente e sempre munido da sua aguardente de zimbro, feita no seu alambique, que põe à disposição da malta!),   o Jorge Loureiro Pinto e o António Fernando  Marques (estes dois últimos, também grão-tabanqueiros),


Foto nº 11 > Da esquerda para a direita, Zé Rodrigus, Manuel Resende e João Sacôto, três ilustres grão-tabanqueiros (que é o plural de grã-tabanqueiro...)



Foto nº 12 > Aspeto geral da sala, na altura dos aperitivos


Tabanca da Linha > 34º Almoço-convívio > Algés > Restaurante "Caravela de Ouro" > 16 de novembro de 2017 > 73 camaradas e amigos/as compareceram à chamada e desta vez bateu-se o recorde de inscrições e presenças... A localização do restaurante (Algés) e a ementa (cabrito no forno...) também ajudaram.


Fotos (e legendas): © Manuel Resende (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Continuação da publicação da reportagem fotográfica do último almoço-convívio da Tabanca da Linha, no passado dia 16, em Algés, feita pelo régulo adjunto, secretário e fotógrafo, Manuel Resende [, ex-alf mil da CCaç 2585 / BCaç 2884, Jolmete, Pelundo e Teixeira Pinto, 1969/71]. 

Terceira e e penúltima parte. (Ainda há três ou quatro  camaradas por identificar, e desta vez esforçamo-nos por não deixar ninguém de fora, já agora acrescente-se que nem todos os membros da Tabanca da Linha são membros da Tabanca Grande, que é a "mãe de todas as tabancas"...). (*)

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Nota do editor:

(*) Vd. postes anteriores da série:


18 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17985: Convívios (831: novo recorde de presenças na Tabanca da Linha: 73 amigos e camaradas marcaram presença, em 16 do corrente, no "Caravela de Ouro", em Algés - Fotos de Manuel Resende: parte I

Guiné 61/74 - P17994: Agenda cultural (608): Uma grande festa de amor, amizade e camaradagem, a do lançamento do livro "A Caminho de Viseu", do Rui Alexandrino Ferreira, nas instalações do RI 14, Viseu, em 4 do corrente - Parte II

 

Foto nº 10  >  Viseu > Regimento de Infantaria 14 > 4 de novembro de 2017 > Sessão de apresentação do livro do Rui Alexandrino Ferreira, "A Caminho de Viseu" (Viseu, Palimage, 2017, 237 pp. ) > Aspeto geral assistência: em primeiro plano, familiares do autor.


Foto nº 11 >  Viseu > Regimento de Infantaria 14 > 4 de novembro de 2017 > Sessão de apresentação do livro do Rui Alexandrino Ferreira, "A Caminho de Viseu" (Viseu, Palimage, 2017, 237 pp. ) > Aspeto geral assistência.


Foto nº 12 >  Viseu > Regimento de Infantaria 14 > 4 de novembro de 2017 > Sessão de apresentação do livro do Rui Alexandrino Ferreira, "A Caminho de Viseu" (Viseu, Palimage, 2017, 237 pp. ) >  Aspeto da assistência: Filha Carla Ferreira (, de camisola preta e de óculos). e esposa Adelaide Ferreira (, a seguir, e amigos.



Foto nº 13 >  Viseu > Regimento de Infantaria 14 > 4 de novembro de 2017 > Sessão de apresentação do livro do Rui Alexandrino Ferreira, "A Caminho de Viseu" (Viseu, Palimage, 2017, 237 pp. ) > Outro aspeto da assistência com a  família do autor em primeiro plano, com destaque para a outra filha, Patrícia Ferreira, de casaco bege.


Foto nº 14 >  Viseu > Regimento de Infantaria 14 > 4 de novembro de 2017 > Sessão de apresentação do livro do Rui Alexandrino Ferreira, "A Caminho de Viseu" (Viseu, Palimage, 2017, 237 pp. ) > A esposa do autor,  em primeiro plano, Adelaide Ferreira, com uma amiga.



Foto nº 15 >  Viseu > Regimento de Infantaria 14 > 4 de novembro de 2017 > Sessão de apresentação do livro do Rui Alexandrino Ferreira, "A Caminho de Viseu" (Viseu, Palimage, 2017, 237 pp. ) > As felicitações da esposa do autor, Adelaide Ferreira.



Foto nº 16 >  Viseu > Regimento de Infantaria 14 > 4 de novembro de 2017 > Sessão de apresentação do livro do Rui Alexandrino Ferreira, "A Caminho de Viseu" (Viseu, Palimage, 2017, 237 pp. ) > O abraço de Pezarat Correio a um velho amigo e camarada de armas.



Foto nº 17 >  Viseu > Regimento de Infantaria 14 > 4 de novembro de 2017 > Sessão de apresentação do livro do Rui Alexandrino Ferreira, "A Caminho de Viseu" (Viseu, Palimage, 2017, 237 pp. ) > Um abraço do Xico Allen (à esquerda), membro da nossa Tabanca Grande.


Foto nº 18 >  Viseu > Regimento de Infantaria 14 > 4 de novembro de 2017 > Sessão de apresentação do livro do Rui Alexandrino Ferreira, "A Caminho de Viseu" (Viseu, Palimage, 2017, 237 pp. ) > Um abraço do João Marcelino (que vive na Lourinhã, esteve presente no VII Encontro Nacional da Tabanca Grande, em 2012, e que é amigo do autor desde a Guiné, tendo estado os dois juntos em Aldeia Formosa)


Foto nº 19 >  Viseu > Regimento de Infantaria 14 > 4 de novembro de 2017 > Sessão de apresentação do livro do Rui Alexandrino Ferreira, "A Caminho de Viseu" (Viseu, Palimage, 2017, 237 pp. ) > Um abraço do Belarmino Sardinha, outro membro da nossa Tabanca Grande. 





Foto nº 20 >  Viseu > Regimento de Infantaria 14 > 4 de novembro de 2017 > Sessão de apresentação do livro do Rui Alexandrino Ferreira, "A Caminho de Viseu" (Viseu, Palimage, 2017, 237 pp. ) >  Ao centro a filha Patrícia Ferreira, de olhar atento ao pai; em primeiro plano, de perfil, do lado direito, o Rui,  e,  à esquerda, o Belarmino Sardinha. Oor sua vez, à esquerda deste, outro nosso amigo e camarada, o "bedandense" Joaquim Pinto de Carvalho...de que só se vê metade do rosto, de perfil. (Ainda no sábado passado o estive com ele, no soldar dos "Duques do Cadaval", e o malandro não me disse nada, que tinha ido, do Cadaval a Viseu, mais o Belarmino...).


Foto nº 21 >  Viseu > Regimento de Infantaria 14 > 4 de novembro de 2017 > Sessão de apresentação do livro do Rui Alexandrino Ferreira, "A Caminho de Viseu" (Viseu, Palimage, 2017, 237 pp. )  > A bancada com o livro. É o terceiro que o autor pubica, depois de "Rumo a Fulacunda" (200) e Quebo" (2014).


Foto nº 22  >  Viseu > Regimento de Infantaria 14 > 4 de novembro de 2017 > Sessão de apresentação do livro do Rui Alexandrino Ferreira, "A Caminho de Viseu" (Viseu, Palimage, 2017, 237 pp. )  > O refeitório do RI 14. Ao fundo, o autor abraçado ao seu amigo Pedro Giestas.


Fotos (e legendas): © Márcio Veiga / Rui Alexandrino Ferreira (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Segunda e última parte (*) da reportagem fotográfica feita por Márcio Vieira da sessão de lançamento do livro do Rui Alexandre Ferreira, "A Caminho de Viseu",  que  decorreu no passado sábado, dia 4 de novembro de 2017 (sábado), pelas 10,30 horas, nas instalações do Regimento de Infantaria 14, em Viseu. (**)

Guiné 61/74 - P17993: Tabanca Grande (452): Carlos Vieira, ex-Fur Mil do Pel Mort 4580 (Bafatá, 1973/74), 761.º Tabanqueiro

Crachá do Pel Mort 4580
Com a devida vénia ao camarada Carlos Coutinho


1. Mensagem de 2 de agosto de 2017, de Carlos Vieira, enviada ao nosso Blogue:

Caros camaradas:

Eu sou o Carlos Vieira, ex-Furriel Miliciano do Pel Mort 4580.

Encontrei na vossa página dados sobre um soldado do nosso pelotão (Almerindo Silva) mas que acabou por estar pouco tempo connosco em Bafatá, por ter sido deslocado para Bambadinca.

Infelizmente, praticamente perdi o contacto com todos os camaradas do meu pelotão, excepto com o outro furriel, o "Teixeirra" de Setúbal.

Atualmente tenho ido a alguns convívios dos camaradas do BCAÇ 3884, Batalhão a que estávamos adidos em Bafatá.

Felizmente em 31 de Agosto de 1974 regressámos todos no Boeing 707 da TAP, com o nome de Vasco da Gama, que aterrou na Portela cerca das 7 horas da manhã.

Gostaria de continuar a manter o contacto convosco

Um grande abraço,
Carlos Vieira

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2. Mensagem do Blogue, enviada ao Carlos Vieira em 4 de Agosto de 2017:

Caro Carlos Vieira,

Muito obrigado pelo teu contacto.
Gostaríamos de te ter como elemento da tertúlia da Tabanca Grande, o nosso Blogue, pelo que desde já ficas convidado a aderir. Para o efeito manda-nos uma foto actual e outra dos tempos gloriosos da Guiné, tipo passe ou outro, dizendo-nos quando foste e vieste da Guiné, por onde andaste, unidades a que estiveram adstritos, etc.

Poderás contar uma pequena história, a título de "jóia", passada contigo ou com os teus camaradas, acompanhada por fotos, legendadas, que tenhas por aí.

Serás apresentado à tertúlia e ficarás a pertencer à maior família de combatentes da Guiné que existe na Web a nível mundial.

Espero as tuas próximas notícias.

Votos de proveitosas férias, se for o caso.

Ao dispor o camarada e amigo
Carlos Vinhal

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3. Mensagem do nosso camarada e novo amigo tertuliano Carlos Vieira, ex-Fur Mil do Pel Mort 4580 (Bafatá, 1973/74), enviada ao Blogue em 15 de Novembro de 2017:

Caro Camarada:

Embora com algum atraso, finalmente envio alguns dados meus.

Furriel Miliciano do Pelotão de Morteiros 4580, com unidade mobilizadora o RI 5 (Caldas da Rainha).

Embarque no navio Uíge em 3 de Abril de 1973 e desembarque em Bissau no dia 9 do mesmo mês.
Passados 8 dias fomos deslocados para Bafatá,onde permanecemos agregados à CCS do BCaç 3884, tendo sido as 5 secções deslocadas para destacamentos do referido Batalhão, excepção do 1.º Cabo Almerindo que foi para Bambadinca, como já consta do blogue.

Brevemente enviarei a cópia da história do Pelotão.

Como também é habitual vocês publicarem os aniversários, informo que no dia 3 de Setembro de 2018 farei 67 anos.

Em anexo 2 ficheiros com fotos como solicitado, depois confirma se e assim ou noutro formato.
Tenho muito mais material (fotos) que poderei enviar.

Saudações,
Carlos Vieira

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4. Mensagem do editor:

Caro Vieira,

Sê bem-vindo à nossa  tertúlia, onde te vais juntar ao teu (e nosso) camarada Almiro Silva Gonçalves. Vou-te enviar, por outro meio, o contacto dele.

Uma vez que não temos praticamente registos do teu Pelotão, tudo quanto nos possas mandar será útil para memória futura. Quem sabe, não começarão a aparecer camaradas "transviados".

Já agora uma correcção, às vezes trocamos a grafia das terras por onde andámos, não é Babadinca mas sim Bambadinca. Clica na palavra e abrirás o mapa respectivo. Faz o mesmo, mais acima, clica em Bafatá, escrito em tom rosa, e abrirás o mapa da zona.

Posto isto, vamos ficar à espera da tua colaboração no sentido de tornares pública a história do Pel Mort 4580, seja através de fotos ou textos.

Recebe um abraço de boas-vindas em nome da tertúlia e dos editores.
Eu fico ao dispor para qualquer esclarecimento.

Abraço do teu camarada e novo amigo
Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 11 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17958: Tabanca Grande (451): António Joaquim de Castro Oliveira, ex-1.º Cabo Quarteleiro da CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69), 760.º Tabanqueiro

Guiné 61/74 - P17992: Agenda cultural (607): Conferência subordinada ao título, "Na peugada de Henrique Senna Fernandes", tendo como orador o Eng.º António Estácio, a ter lugar no dia 23 de Novembro de 2017, pelas 17h30, no Auditório Adriano Moreira da Sociedade de Geografia de Lisboa

C O N V I T E 



1. Mensagem do nosso amigo tertuliano e camarada António Estácio, guineense, nado e criado em Bissau, ex-alf mil em Angola (1970/72), com data de 11 de Novembro de 2017:

Será um imenso prazer poder contar com a tua presença, no próximo dia 23 de Novembro, pelas 17,30 horas no Auditório "Adriano Moreira", a fim de recordar a memória do Dr. Henrique de Sena Fernandes, que será homenageado com a minha palestra.

Como tal ficar-vos-ei imensamente grato.
António J. Estácio

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Breve nota biográfica de António Estácio:
(i) é lusoguineense, nascido em 1947, e criado no chão de Papel, em Bissau, com raízes transmontanas, tendo vivido também em Bolama;
(ii) formou-se como Engenheiro Técnico Agrário (Coimbra, 1964-1967, Escola de Regentes Agrícolas, depois de frequentar o Liceu Honório Barreto;
(iii) fez a tropa (e a guerra) em Angola, como alferes miliciano (1970/72);
(iv) trabalhou depois em Macau (de 1972 a 1998);
(v) vive há quase duas décadas em Portugal;
(vi) tem-se dedicado à escrita, dois dos seus livros mais recentes narram as histórias de vida de duas "Mulheres Grandes" da Guiné, a cabo-verdiana Nha Carlota (1889-1970) e a guineense Nha Bijagó (1871-1959);
(vii) o seu livro mais recente (2016, 491 pp.), de temática guineense, tem como título "Bolama, a saudosa", edição de autor;
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Nota do editor

Último poste da série de 20 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17990: Agenda cultural (606): Uma grande festa de amor, amizade e camaradagem, a do lançamento do livro "A Caminho de Viseu", do Rui Alexandrino Ferreira, nas instalações do RI 14, Viseu, em 4 do corrente

Guiné 61/74 - P17991: Notas de leitura (1016): "40 anos de impunidade na Guiné-Bissau", relatório da responsabilidade da Liga Guineense dos Direitos Humanos, publicado em 2013 (1) (Mário Beja Santos)



1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 22 de Março de 2016:

Queridos amigos,

É seguramente um dos documentos mais importantes dos últimos anos acerca da fragilidade institucional da Guiné-Bissau. O relatório intitula-se "40 anos de impunidade na Guiné-Bissau", é da responsabilidade da Liga Guineense dos Direitos Humanos, foi tornado público em 2013.

Aqui se define impunidade e se revelam as suas muitas faces e avança-se para as causas e tipologia da impunidade na Guiné-Bissau. Trata-se de uma publicação realizada com o apoio financeiro da União Europeia. O leitor interessado em conhecer o trabalho excecional desenvolvido por esta Liga Guineense dos Direitos Humanos só precisa de ir ao Google e escolher as publicações com que consequentemente são feitas as denúncias sobre violência, prisões arbitrárias e todas as outras formas de atentados à dignidade humana.

Um abraço do
Mário


40 anos de impunidade na Guiné-Bissau: uma leitura do relatório da Liga Guineense dos Direitos Humanos datado de 2013 (1)

Beja Santos

Trata-se de um dos mais importantes documentos chancelados pela Liga Guineense dos Direitos Humanos. A coordenação e redação é de Pedro Rosa Mendes e a prosa ressente-se das altas qualidades literárias de quem o escreveu. Retenho uma frase da introdução:

“Dos sonhos muito se pode esperar; das cinzas pouco se pode conseguir”.

O relatório centra-se na questão magna da impunidade e divide-se em três tramos: primeiro, a definição de impunidade e a violência na Guiné-Bissau; segundo, as causas e tipologia das impunidade na Guiné-Bissau, relevando o papel das Forças Armadas como o cerne do fenómeno da impunidade, descrevendo-se igualmente os crimes económicos e financeiros; terceiro, o relatório oferece um panorama histórico da impunidade na Guiné-Bissau, terminando com a análise de uma década pós-guerra de políticas caóticas, de empobrecimento da população, de disputas violentas no seio do poder.

“A impunidade define-se pela ausência, de direito ou de facto, de responsabilidade penal dos autores de violações, bem como da sua responsabilidade civil, administrativa ou disciplinar, na medida em que estes escapam a todas as tentativas de investigação tendentes a possibilitar a sua acusação, a sua detenção, o seu julgamento e, no caso de serem considerados culpados, a sua condenação a penas apropriadas, incluindo a de reparar o dano sofrido pelas suas vítimas”.

Entre os princípios que permitem encarar o conjunto de requisitos que permitam uma luta contra a impunidade constam quatro linhas de força: a de saber, a justiça, a compensação, a garantia de não repetição.

O direito de saber consubstancia-se nos princípios do direito à verdade, no dever de memória e no direito imprescritível das vítimas ou dos seus familiares a conhecer com exatidão as circunstâncias em que os direitos foram violados. O direito à justiça é a obrigação de cada Estado adotar uma legislação interna ou modificá-la de forma a permitir que os tribunais possam exercer a sua competência universal em matéria de crimes graves segundo o direito internacional. O direito de compensação abrange o direito da vítima a ser ressarcida e o dever do Estado a garantir essa satisfação. A compensação pode ser concretizada através de medidas que restaurem a situação anterior, indemnização ou reabilitação. A garantia de não repetição tem a ver com obrigação do Estado a pautar-se por padrões de boa governação e à defesa do Estado de direito.

A Liga Guineense encara a luta contra a impunidade de uma forma abrangente, isto é, para além das violações dos direitos humanos (que abarcam agressões à integridade dos indivíduos, a restrições da sua liberdade pessoal e a outros atos de repressão) há a considerar os crimes económicos, os atentados contra as crianças e a igualdade de género, a mutilação genital feminina, entre outros.

É evidente que a corrupção, a espoliação de recursos públicos, o enriquecimento ilícito estão, aos olhos dos cidadãos, no topo dos atentados. Há a condenação e a responsabilização que deve expressar-se pelo ressarcimento. A Liga Guineense enfatiza que é tempo de deixar de promulgar mais amnistias, a figura da amnistia tem-se revelado um banho lustral que assegura toda a forma de impunidades, escrevendo-se explicitamente:

“Na Guiné-Bissau, o recurso à amnistia tem confirmado que este mecanismo pode ser uma porta escancarada para a impunidade. O vício da autoamnistia na cúpula do Estado e das Forças Armadas tem sido um obstáculo à justiça tem legitimado a não responsabilização dos culpados por crimes da maior gravidade”.




Neste relatório é do maior interesse o que se escreve sobre a tipologia da impunidade na Guiné-Bissau, assim:

• A impunidade é a falta de aplicação de uma sanção prevista para a violação de uma determinada regra da vida em comum;

• A impunidade é um privilégio do poder: “sabes quem eu sou”;

• “Militares” e “políticos” são apontados como principais responsáveis pela impunidade reinante no país mas, convém não esquecer, numa sociedade que valoriza a lei do mais forte;

• A impunidade reflete-se mais abertamente na inoperância do setor da Justiça;

• Outra dimensão da impunidade é relacionada com a generalização da corrupção e com a estratificação entre o poder do dinheiro de alguns e a extrema fragilidade económica da maioria;

• A sociedade guineense tem valores que facilita(ra)m o agravamento da impunidade;

• A Justiça é exercida cada vez com mais frequência pelas forças de segurança; vigora na prática o princípio da “presunção da culpa” e do favor ao primeiro queixoso;

• O falhanço do Estado em providenciar justiça abriu caminho à reemergência da justiça tradicional e a formas de defesa popular do tipo milícias e vigilantes;

• A má gestão ou inexistência de mecanismos pacífico de resolução de conflitos tem aumentado o risco de etnicização de disputas comunitárias;

• Falta hoje aos guineenses uma referência comum;

• A impunidade agravou-se a partir de 1980; por isso, a Guiné-Bissau enfrenta não apenas o desafio da reforma das instituições mas de refundação de uma ordem constitucional que sofre há três décadas de ataques sucessivos.

A confiança no Estado sofre permanentemente abalos. No decurso das muitas entrevistas que enformam este relatório, é a patente do desencanto. Alguém desabafa: “Na Guiné ninguém diz o que pensa”. Não há conversa, ninguém disse o que pensa, as pessoas dizem o que os outros querem ouvir. Ou não dizem porque têm medo. Acabem com essa história de que os guineenses têm que sentar e conversar. O próprio Amílcar Cabral foi morto porque ninguém aceitou conversar, conclui o entrevistado.

Os depoimentos colhidos apontam para uma sociedade sem regras, uns dizem que a impunidade do Estado começou em 14 de Novembro de 1980, outros recuam até à era de Luís Cabral e ao poder ditatorial da Segurança do Estado.

Há quem responsabilize só os militares ou só os políticos, mas há quem se incline para os dois grupos. Há militares que observam os deputados que abandonam o partido e se tornam independentes para fazerem negociatas, violando o mandato que lhe foi confiado pelo povo. Há também quem critique as Forças Armadas que recusam a subordinação ao poder político.

Todos são de acordo que o país está à deriva e que a maior das fragilidades é de que todos os casos que devastaram a nação são completamente impunes. Os militares protestam contra o atraso das suas remunerações mas recusam perentoriamente quaisquer reformas. Veja-se o Programa de Desmobilização, Reinserção e Reintegração das Forças Armadas (PDRRI), este e todos os outros falharam. Há quem sugira que se deve acabar com estas forças Armadas que podem funcionar como uma guarda pretoriana substituindo-as pelo recrutamento militar obrigatório.

Ainda na primeira década do século XX se fizeram tentativas para a reforma do setor de Defesa e Segurança, em concreto não se avançou. E o relatório cita que “O recenseamento mais recente mostrou a realidade de uma pirâmide invertida com o efetivo de 4458 elementos dos quais 1869 são oficiais superiores (41% dos efetivos) e, na base, 877 soldados (19%). A crise de comando nas Forças Armadas é marcada pela fragilidade institucional, insuficiência de recursos humanos, forte resistência à inovação num contexto de conflitos de gerações, promoções com base em clientelismo e afinidade étnica”.

(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 17 de Novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17978: Notas de leitura (1015): Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (9) (Mário Beja Santos)