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domingo, 15 de novembro de 2015

Guiné 63/74 - P15371: Álbum fotográfico de Alfredo Reis (ex-alf mil, CART 1690, Geba, 1967/69) (1): Eu e o meu pelotão em Cantacunda (Parte I)


Foto nº 1 > O Alf mil Alfredo Reis




Foto nº 2


Foto nº 3 > P Alf mil Alfredo Reis, ao centro


Foto nº 4  > O régulo e uma das esposas. [Julgo que o regulado era o de Manganã, 



Foto nº 5



Foto nº 6


Foto nº 7


Foto nº 8



Fotos: © Alfredo Reis / A. Marques Lopes (2007). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]


1.  As fotos são do ex-Alf Mil Alfredo Reis que, tal como o António Moreira, o Domingos Maçarico e o A. Marques Lopes, era da CART 1690.

Os quatro figuram na lista dos membros da nossa Tabanca Grande. O Alfredo Reis é veterinário, reformado, vivendo em Santarém.

As fotos chegaram-nos por intermédio do A. Marques Lopes. (Não é claro, para os editores, quem é autor das legendas, mas esperamos que o A. Marques Lopes ou o Alfredo Reis nos esclareçam posteriormente).

Além da sede (Geba), o Alfredo Reis esteve nos destacamentos, alguns dos quais, como Banjara e Cantacunda, eram os piores "buracos" do CTIG na época.  (LG)





Lisboa > Jantar de Natal 2007 > Os quatro magníficos da CART 1690, todos eles alferes milicianos... Ao fundo, estão o Domingos Maçarico, à esquerda, e o Alfredo Reis, à direita. Em primeiro plano, está o António Moreira, à esquerda, e o António Marques Lopes, à direita. Com os quatro juntos, a CART 1690 faz o pleno em matéria de alferes milicianos... (LG)


Foto: © A. Marques Lopes (2007). Todos os direitos reservados.


(,,,) Mensagem, de Janeiro de 2008, do nosso querido camarigo A. Marques Lopes, ex- Alf Mil At Inf, CART 1690 (Geba) / CCAÇ 3 (Barro) (1967/69) (*):

(...) Tenho-vos falado muitas vezes da CART 1690, sobre a qual há alguns postes no blogue da Tabanca Grande. Já fiz também referência aos alferes que por ela passaram. Mas quero, agora, falar-vos mais em pormenor destes gloriosos alferes, que é como nós próprios nos designamos, porque a nossa glória é continuarmos juntos. É bom que os conheçam pessoalmente. Aqui estão eles, num jantar do Natal de 2007, em Lisboa:

(i) O Domingos Maçarico (ainda um parente afastado do Luís Graça...), nascido na Praia de Mira, é engenheiro agrónomo e membro da Administração do Grupo Espírito Santo;

(ii) o Alfredo Reis, de Santarém, é veterinário e está reformado (embora pratique ainda);

(iii) o António Moreira, de Idanha-a-Nova, é advogado em Torres Vedras e [fez parte, no triénio de 2008/2010] do Conselho Geral da Ordem dos Advogados;

(iv) o A. Marques Lopes é, como sabem, coronel reformado [, fazendo parte dos primeiros cinco primeiros membros da nossa tertúlia, hoje Tabanca Grande: eu, o Sousa de Castro, o Humberto Reis, o A. Marques Lopes e o David Guimarães, por esta ordem cronológica]...

Como todos, também temos a nossa história.

Jovens e estudantes - o Domingos Maçarico no, então, Instituto de Agronomia de Lisboa (conheceu lá o Pepito), o Alfredo Reis no Instituto de Veterinária de Lisboa, também assim chamado então, o António Moreira na Faculdade de Direito de Lisboa e o A. Marques Lopes na Faculdade de Letras de Lisboa - fomos apanhados para frequentar, em Janeiro de 1966, o Curso de Oficiais Milicianos, em Mafra.

De lá saímos, em Julho desse ano, como Atiradores de Infantaria. Andanças por vários lados, a seguir (Lamego, Amadora...), e tornámos a encontrar-nos no RALIS (Regimento de Artilharia de Lisboa), que nos mobilizou para a Guiné, a 4 de Dezembro de 1966.

De 6 de Dezembro deste ano a 23 de Fevereiro de 1967 estivemos no GAGA2 (Grupo de Artilharia Contra Aeronaves n.º 2) a dar a especialidade aos soldados da que foi designada CART 1690, e que foram connosco para a Guiné.

Passámos, depois, pelo RAC (Regimento de Artilharia de Costa) de Oeiras, Carregueira, IAO... e embarcámos em 8 de Abril. Mas, antes, grandes patuscadas e farras tivemos juntos nos bares e baiúcas de Lisboa, acompanhados pelo capitão da companhia, o Guimarães [morto aos 29 na estrada de Geba-Banjara ...] Nessa fase cimentou-se a nossa amizade.

Desembarcados do Ana Mafalda para LDG, começou a Guiné, rio Geba acima. E ficámos em Geba. Eu fiquei na sede da companhia, às ordens do capitão e do Comando do Agrupamento. Eles foram distribuídos pelos destacamentos, por onde também passei, mas por pouco tempo. Já há coisas no blogue sobre Geba.

Em 21 de Agosto de 1967, fui ferido na estrada de Geba para Banjara e fui, uma semana depois, evacuado para o HMP, em Lisboa. O Domingos Maçarico foi ferido em 21 de Setembro de 1967, sendo igualmente evacuado para o HMP. O Alfredo Reis foi ferido na mesma altura, mas esteve apenas vários dias no hospital em Bissau. O António Moreira nunca foi ferido. Ele e o Reis estiveram sempre na companhia, em Geba e destacamentos, até Outubro de 1968.

O Maçarico não voltou à Guiné. Eu voltei em Maio de 1968, mas fui colocado na CCAÇ 3, em Barro.

Depois da minha evacuação para o HMP, fui substituído na companhia pelo alferes Fernando da Costa Fernandes, que foi dado como desaparecido em campanha em 19 de Dezembro de 1967, durante a operação Invisível em Sinchã Jobel: O alferes Fernandes foi, depois, substituído pelo alferes Carlos Alberto Trindade Peixoto, que foi morto em 8 de Setembro de 1968, durante um ataque ao destacamento de Sare Banda.

O Domingos Maçarico, depois de evacuado, foi substituído pelo alferes Orlando Joé Ribeiro Lourenço. Este voltou à metrópole são e salvo, mas nunca alinhou, nem nos encontros da companhia.

Somos nós os quatro, os sobreviventes, como também dizemos, que nos mantemos unidos entre nós e com os elementos da companhia. Com alguns intervalos, e eu explico a seguir.

Entre 1969 e 1974, os meus amigos e camaradas que estão comigo na fotografia, dedicaram-se a acabar os seus cursos e, depois, à vida pofissional, mantendo, embora, contactos entre si. Mas eu estive afastado deles durante esses anos (...).

(...) Há cerca de trinta anos que estes quatro ex-alferes, camaradas e amigos na Guiné, e antes dela, se encontram pelo menos quatro vezes por ano, além dos encontros da companhia. Temos ideias muito diferentes sobre certas coisas, cada um disparando, agora, para seu lado, mas a amizade cimentada na juventude e na guerra mantém-se e está acima de tudo. (...)

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Guiné 63/74 - P15150: Os jogos de cabra-cega: Sinchã Jobel (A. Marques Lopes) (Parte IV): Op Insistir (27/10/1967): com a 5ª CCmds e dois 2 grupos de combate de cassanhos, da CART 1690


Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4


Foto nº 5




Foto nº 6

Guiné > Zona Leste > Setor L2 > Geba > CART 1690 (1967/69) > Destacamento de Banjara > 1968 > O destacamento não tinha população civil e era defendido por um pelotão da CART 1690. Distava 45 km de Geba, sede da companhia.

As fotos são do ex-Alf Mil Alfredo Reis que,  tal como o António Moreira, o Domingos Maçarico e o A. Marques Lopes, era da CART 1690. Os quatro  figuram na lista dos membros da nossa Tabanca Grande. O Alfredo Reis é veterinário, reformado, vivendo em Santarém. As fotos chegaram-nos por  intermédio do A. Marques Lopes.

Na foto nº 2,  ao centro, em segundo plano, está o nosso amigo e camarada Alberto Branquinho, hoje advogado e escritor, ex-alf mil op esp da CART 1689 / BART 1914,  que foi encontrar, em Banjara, o seu amigo e condiscípulo do liceu de Santarém, o alf mil Alfredo Reis, da CART 1690 / BART 1913. Aceitam-se legendas para as fotos...

Fotos: © Alfredo Reis / A. Marques Lopes (2007).  Todos os direitos reservados. [Edição: LG]



Mais três textos de A. Marques Lopes, publicados no poste P40, em 3/6/2005: Sinchã Jobel IV, V e VI (*):

Continuação da publicação desta série, "Jogos de Cabra-Cega: Sincha Jobel", com a reedição de alguns postes do A. Marques Lopes, que tem por objeto central a descoberta e a tentativa de destruição, pelas NT, de Sinchã Jobel, uma base ("barraca") do PAIGC, em pleno coração da Guiné, na zona leste, no regulado de Mansomine, entre Mansambé e Geba. 

São os postes nº 35, 36, 39, 40, 45 e 763, originalmente inseridos na I Série, e como tal como pouco lidos e conhecidos... Fizemos a revisão de texto (e atualizámos o texto de acordo com a ortografia em vigor). (*)

Estes "jogos de cabra-cega" fazem parte da trama do romance que o A. Marques Lopes lançou, recentemente, em junho passado, sob a chancela da Chiado Editora (capa ao lado). O autor, João Gaspar Carrasqueira, é pseudónimo literário. Aiveca, a personagem central do romance, é o "alter ego" do A. Marques Lopes. A editora meteu o livro na sua coleção "Bios", classificando-a como "biografia" e não como "romance"... Na realidade, é uma autobiografia ficcionada, de 582 pp.

Lembram-se do jogo da cabra-cega, do nosso tempo de infância e de escola? "Tapam os olhos ao que é apontado para ser cabra-cega, Dão-lhe várias voltas para perder o sentido de orientação. Dão-lhe empurrões para o desorientar ainda mais e não saber para onde se virar" (, preâmbulo do livro). A vida (e a guerra) é um jogo de cabra-cega.

Por mais de uma vez, o A. Marques Lopes usa o termo "cassanho" que não vem nos dicionários de língua portuguesa. Era sinónimo de "tropa macaca", confirma-me ele. Alguém se lembra também de o usar no TO da Guiné ? Se sim, vamos nós grafá-lo.


Guiné > Zona leste > Carta de Bambadinca (1955) > 1/50 mil > Posição relativa de Sinchã Jobel, no regulado de Massomine.  Banjara e Mansambá ficavam, a noroeste, Geba e Bafatá a sudeste, Bambadinca  a sudoeste.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2015)



1. Foi a operação que se fez a seguir àquela em que entraram dois grupos de comandos, e que ficou em águas de bacalhau... Esta foi feita com cassanhos, só, e deu o que vão ler.

A operação foi comandada do PCV (Posto de Controlo Volante) pelo Comandante do Agrupamento. O Agostinho Francisco da Câmara (e não Camará), morto na operação, era açoriano e do meu grupo de combate; o Armindo Correia Paulino, aqui referido, também era do meu grupo de combate, o Bigodes, como lhe chamávamos, um minhoto que foi, mais tarde, aprisionado pelo PAIGC em Cantacunda e que acabou por morrer no cativeiro, em Conacri.

Um esclarecimento: os nomes das operações nesta zona começavam todos por "I" ou por "J".

"17. Op Imparável. 15 de 16 de Outubro de 1967:

"Situação particular:

"O IN tem-se revelado no regulado de Mansomine não só durante as operações, como em ataques a tabancas e aquartelamentos. Possui um acampamento na região de Sinchã Jobel que lhe serve de base às suas acções.

"Missão:

-Golpe de mão ao acampamento de Sinchã Jobel seguido de uma batida na região.

"Força executante:

Dest A - CCAV 1748.

Dest B - CCAÇ 1685 a 2 Gr Comb ref. c/ 1 PEL MIL/CMIL 3.

Dest C -CART 1690 a 2 Gr Comb ref. c/ 1 PEL MIL/CMIL 3.

"Desenrolar da acção:

Em 15, às 4h30, o Dest C saiu autotransportado de Geba, em direção a Sare Madina, progredindo apeadamente em direção a Sucuta que atingiu às 08h45. Instalou-se no orla junto à bolanha, tendo mantido essas posições até 16 de outubro, às 10h30.

"Durante a noite de 15 para 16 fomos flagelados com 4 tiros de morteiro e rajadas de armas ligeiras automáticas. Cerca das 03h00 foi avistado um helicóptero IN que sobrevoou o acampamento IN.

"Quando o Dest A iniciou a travessia da bolanha, a 16, às 9h00, o mesmo foi atacado por tiros de morteiro e rajadas de armas ligeiras automáticas, tendo o Dest B e C feito fogo de morteiro às minhas ordens, sobre o IN instalado na margem oposta. 

Este Dest não conseguiu atravessar a bolanha, o mesmo sucedendo ao Dest B embora, quando este último tentou a travessia, já tivesse apoio aéreo (ATAP). O PCV ordenou então ao Dest C para nomear uma secção e tentar a travessia da bolanha às 11h30. Esta secção atravessou a bolanha sob fogo IN e com apoio aéreo dos T-6 chegando ao outro lado da bolanha às 12h45.

"As 15h00 os Dest A e C tinham atravessado a bolanha e preparavam-se para progredir em direção ao acampamento IN. Antes de iniciarem a progressão teve de se rebentar uma armadilha A/P, constituída por uma granada do LGF. Os dois Dest A e C atingiram a clareira de Sinchã Jobel pelas l6h40, onde se estabeleceu que o Dest C, reforçado por um Gr Comb do Dest ,  iria fazer o ataque ao acampamento IN.

"Pelas 17h00, caiu-se numa emboscada montada pelo IN. Tentou-se anular a emboscada, que seria conseguido senão fosse a hora tardia, a incapacidade de duas armas pesadas (LGF e Mort 60) e algumas G-3 encravadas do Dest C. Outra razão talvez decisiva e que fez com que as NT não calassem a emboscada,  foi o facto de o Dest A não ter envolvido o IN devido ao fogo cerrado do morteiro 60 e 82 do IN.

"Além destas armas, o IN possuía armas automáticas individuais, 3 MP [metralhadoras pesadas] e alguns lança-roquetes ou LGF (Não sei precisar). Uma das MP foi calada pelo nosso LGF [bazuca]. Vários contras para nos surgiram durante a emboscada: O nosso bazuqueiro (passe o termo) Soldado Agostinho Câmara que estava a fazer um fogo certeiro, foi atingido mortalmente (note-se que este LGF era o único que estava a fazer fogo). 

Foi o soldado enfermeiro Alípio Parreira que se encontrava próximo e que estava a fazer fogo com a ML [, metralhadora ligeira] MG-42 (para a qual o referido soldado se oferecera como voluntário),  pegar no LGF e continuar a fazer fogo com ele. Nesta altura tive que pegar na MG-42 e fazer fogo com ela. Logo a seguir tive que me dirigir à retaguarda a fim de falar com o PCV que me chamava.

"Quando regressei à frente verifiquei que o já referido soldado enfermeiro recomeçara a fazer fogo com a ML MG-42 e que passado mais alguns momentos ficou impossibilitado de fazer fogo devido a uma avaria, ao mesmo tempo que o soldado enfermeiro e o municiador eram feridos por estilhaços. Mesmo assim este soldado enfermeiro veio para a retaguarda, onde agarrou no morteiro 60 e continuou a fazer fogo com o mesmo.

"Foi-me impossível continuar o ataque ao acampamento IN, em virtude de se terem esgotado as munições que levava, as armas pesadas não funcionarem, a noite já ter caído por completo e desconhecermos o terreno. Deve notar-se, contudo, que nesta altura já o IN dava sinais de fraqueza e, segundo alguns soldados nativos que se encontram juntamente comigo na frente, estarem a gritar que tinham que fugir.

"Para retirar, pedi auxilio ao Dest A que foi à frente, permitindo que o Dest C retirasse para fora da zona de morte, donde protegeu a retirada do Dest A. Já fora da zona de morte, verifiquei que não se tinham trazido os mortos, pelo que enviei novamente à zona de morte alguns soldados para os trazerem. Tal não foi possível, visto estarem armas automáticas do IN apontadas para o local onde se encontravam os corpos. 

"Ainda foram abatidos a tiro de G-3 dois elementos IN, um destes pretendia agarrar o soldado Armindo Correia Paulino, quando este estava a arrastar um dos nossos mortos para a retaguarda e que se salvou devido ao aviso oportuno do soldado Saliu Baldé e que permitiu ao primeiro soldado citado abater esse elemento IN, ao mesmo tempo que o soldado citado abatia um segundo elemento IN, que se encontrava armado e estava a proteger o outro elemento IN abatido.

"Seguidamente efetuou-se a retirada (e friso mais uma vez que esta teve de ser feita devido ao Dest C ter esgotado as munições e as armas avariadas), tendo o IN vindo em nossa perseguição até à bolanha onde os últimos elementos a atravessá-la (o Dest C) foram alvejados por rajadas de armas automáticas.

"Após a travessia da bolanha verifiquei que o Dest B já não se encontrava em Sucuta. Os Dest A e C atingiram Sare Madina pelas 02h00 de 17 [de outubro de 1967], onde aguardaram viaturas do Dest C que os transportaram para Geba, tendo uma viatura do Dest C seguido para Bafatá com os feridos mais graves.
O A. Marques Lopes no lançamento do seu livro,  em Lisboa, ADFA, 17
 de setembro de 2015.  Foto de LG.

"Resultados obtidos:

-Baixas sofridas pelo IN:  Mortos confirmados 8 e baixas prováveis numerosas.

-Foi destruída uma armadilha A/P e destruída ou danificada uma MP.

"Comentários:

"O plano de ação inicial não foi cumprido. Se tivesse sido, o acampamento IN teria sido destruído porque o Dest A conseguiu chegar a 50 metros do acampamento IN sem ser detetado.


"Nota:

"Em 27 de Agosto de 1967 foi recebida uma noticia C2 em que referia que o IN tinha sofrido 54 mortos e muitos feridos ainda não controlados.

"As NT tiveram tarefa bastante penosa no regresso devido a terem que transportar 12 feridos graves e 22 ligeiros por as evacuações não poderem ser feitas de helicóptero durante a noite.»


2. Poder-se-ia pensar que, agora, com a 5ª Companhia de Comandos é que vai ser!... Mas não foi. Este é o relatório da CART 1690, o dos comandos não o conheço e não sei o que disse. 

Fizeram a batida e não viram nada, com as coordenadas tão bem definidas... o que me parece é que não era ali exatamente. Além de que o IN não terá visto vantagem em confrontar-se com os comandos, também admito. Mas veja-se como a 5ª Companhia de Comandos se põe a andar, deixando para trás dois grupos de combate de cassanhos...

A operação foi comandada do PCV pelo Comandante do Agrupamento.


"18. Op Insistir. 27 de Outubro de 1967


"Situação particular:

"Desde abril de 1967 que o IN se tem revelado nos regulados de Mansomine e Joladu. Durante a Op Imparável foi finalmente localizado de forma segura o acampamento de Sinchã Jobel que se situa em: 1455 1210 E9-76 [são as coordenadas topográficas].

"Missão:

- Ataca e destrói o acampamento IN de Sinchã Jobel.

"Força executante:


Dest A - 5ª Companhia de Comandos

Dest B - CART l690 ( a 2 Gr Comb) + 1 PEL MIL 109/C MIL 3

"Desenrolar da ação:

"Em D pelas 05h00 o Dest B saiu autotransportado de Geba em direcção a Sare Madina, progredindo depois até em direção a Sucuta que atingiu às 08h15. Instalou-se na orla da bolanha não conseguindo qualquer comunicação através do rádio com Geba ou Bafatá para informar a nossa posição. Cerca das 09h45 foi feito fogo de morteiro de amas ligeiras afim de atrair a atenção do IN naquela direção.

"Após o bombardeamento da FA [Força Aérea] e por ordem do PCV, um grupo de combate iniciou a travessia da bolanha onde permaneceu até que o Dest A fez a batida ao objetivo regressando em direção ao Dest B.

"Gorando-se o encontro do Dest A com o Dest B, por ordem do PCV o Dest B retirou da bolanha vindo juntar-se ao Dest A que já regressava a Sare Madina.

"Em Sare Madina, o Dest B seguiu em viaturas para Geba onde chegou cerca das l6h30.»


3. Esta [operação] nunca entendi. Como continuo a não entender qual foi o "sucesso” da Op Insistir. Foi comandada do PCV.

«19. Op Instar. 28 de Outubro de 1967.

"Situação particular: a do planeamento operacional da Op Insistir.

"Missão: explorar o sucesso da Op Insistir; bater a região de Sinchã Jobel

"Força executante:

Dest A - CCAÇ 1790
Dest B - CART 1690 (a 2 Gr Comb ref. c/PEL MIL 109/C MIL 3

"Desenrolar da acção:

"Pelas 06h15 iniciou a progressão para Sucuta que atingiu cerca das 08h00. Após instalado o pessoal junto à bolanha, um Gr Comb por ordem do PCV cambou a bolanha instalando-se do outro lado, onde emboscado aguardou a chegada do Dest A. Na passagem da bolanha, após a junção dos 2 Dest. em Sucuta fez-se a progressão para Sare Madina onde o Dest B logo seguiu de viaturas para Geba aonde chegou cerca das 16h00.»
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5 de junho de 2015 > Guiné 63/74 - P14700: Os jogos de cabra-cega: Sinchã Jobel (A. Marques Lopes) (Parte II): Depois de uma noite, perdido, na bolanha, de 24 para 25 de junho de 1967, "é tão bom estar vivo e saber onde estou e o que quero!... Bora, Braima, bora, rapaziada, toca a sair daqui"...

sábado, 4 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14833: Inquérito online: os quatro rios mais votados (por mais de 2/3 dos 118 votantes): Geba, Cacheu, Corubal e Cacine... Seguram-se os rios Grande de Buba, Mansoa e Cumbijã...


Guiné > Zona leste > Guiné > Zona Leste > Setor L2 (Bafatá) > Subsetor de Geba > CART 1690 (1967/69)  > Destacamento de Banjara >  Foto do malogrado sold Jaime Maria Nunes Estêvão, natural de Ourém,   lançando-se para a "piscina" à pai Adão... Morreu num ataque IN ao destacamento, em 24/7/1968, O rio, cujo nome não foi identificado pelos nosso cartógrafos, era um pequeno afluente do Rio Gambiel (vd. aqui carta de Banjara)  (*).

Foto (e legenda): © Alfredo Reis / A. Marques Lopes (2007). Todos os direitos reservados. [Edição : LG]


I. Camaradas aqui vão os resultados da sondagem sobre os rios da Guiné, que fechou no dia 3, às 7h. Houve 118 votos. 

Recorde-se que a pergunta era: "O meu rio da Guiné ( o que eu mais amei  / odiei"...)


Os quatro rios mais votados (> 10 %), com um um total de 82 votos (69,5%)

Geba > 32 (27,2%)
Cacheu > 23 (19,5%)
Corubal > 14 (11,9%)
Cacine > 13 (11,0%)

Com menos de 10% dos votos cada, reunindo 26 votos (22%), ficaram os restantes grandes rios (ou rias)

Grande de Buba > 10 (8,5%)
Mansoa > 8 (6,8%)
Cumbijã > 7 (5,9%)
Tombali > 1 (0,8%)

II. Resultados residuais:

Outro rio (o que corria junto do sítio onde estive) > 5 (4,2%)

Outro rio (não referido acima) > 1 (0,8%)

Nenhum > 4 (3,4%)


III. Votos apurados: 118 (100,0%)

Sondagem "on line", fechada no dia 3/7/2015, às 7h00.

Obrigados a todos os participantes.  Bom veraneio. E não se esqueçam de nos mandar um "bate-estradas"... Também pode ser um "corta-capim"... O mais simples: um email... Os editores.

_________________

Nota do editor;

(*)  Vd. poste de  28 de fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7879: In Memoriam (72): Jaime Maria Nunes Estêvão, sold da CART 1690 / BART 1914, natural de Ourém, morto em 24/7/1968, num ataque ao destacamento de Banjara (A. Marques Lopes)

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7879: In Memoriam (72): Jaime Maria Nunes Estêvão, sold da CART 1690 / BART 1914, natural de Ourém, morto em 24/7/1968, num ataque ao destacamento de Banjara (A. Marques Lopes)



Guiné > Zona Leste > Sector L2 (Geba) > CART 1690 (1967/69) < Destacamento de Banjara >  Foto do  Jaime Estêvão, morto em  por um estilhaço de morteiro,  no ataque ao destacamento, em 24/7/1968...





Guiné > Zona Leste > Sector L2 (Geba) > CART 1690 (1967/69) < Destacamento de Banjara >  O Sold Jaime Estêvão, natural de Ourém, à esquerda....



Guiné > Zona Leste > Sector L2 (Geba) > CART 1690 (1967/69) < Destacamento de Banjara >  Uma terceira foto  do malogrado Sold Jaime Estêvão,  lançando-se para a "piscina" à pai Adão...




Fotos: © Alfredo Reis / A. Marques Lopes (2007) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados



Guiné > Zona Leste > Sector L2 > Geba > CART 1690 / BART 1914 > Destacamentos e aquartelamentos > 1968 > A CART 1690, com sede em Geba, tinha vários destacamentos: Banjara, Cantacunda, Sare Banda, Sare Ganá... Os destacamentos não tinham luz eléctrica, as condições de segurança eram precárias e o reabastecimento irregular. O IN tinha duas importantes bases em Sinchã Jobel e Samba Culo.  A CART 1690 pertencia ao BART 1914 (Tite, 1967/69), que tem página Net.

Infogravura: © A. Marques Lopes (2005). Todos os direitos reservados






1. Mensagem do A. Marques Lopes, com data de 18 do corrente:

Amigo, vê em baixo o mail que me mandou esta mulher.



Tenho tentado apanhar no blogue as fotografias de Banjara, sei que o Estêvão está em algumas delas, mas não consigo ir aos sítios. Tenho informações sobre o homem, como era, como morreu... Gostava de dizer à mulher e enviar-lhe as fotografias. Já as tive mas acho que as apaguei, porque não as encontro. Se puderes indicar-me os locais onde estão...

Abraço e obrigado

A. Marques Lopes

2. Mensagem, enviada com ao A. Marques Lopes, por Maria da G. V. (não identificamos a pessoa, por que não pedimos a sua autorização expressa, por escrito), com data de 18 do corrente:



Assunto: Jaime Estevão

Boa tarde.

Interesso-me bastante por toda esta questão da guerra colonial. Marcou muita a minha infância, com partidas de amigos e familiares. Um amigo, um familiar e um meu conhecido não voltaram da Guiné. Lembro-me de ouvir falar de outros mortes na zona. Consegui situar a morte de alguns, um deles na operação Nó Górdio, em Moçambique.



Eu tinha 10 anos quando morreu o Jaime Nunes Estevão. No seu relato diz que houve um morto em Baranja no dia 18 de Maio de 68. Ele era da CART 1690 [, do BART 1914]. Foi a vítima que refere?


Há vários fotos mas sem estarem identificadas Como posso obter mais informações da vida e morte dele na Guiné e identificá-lo nas fotos?


Nunca o consegui esquecer. Ainda hoje recordo nitidamente o dia do seu funeral, as salvas de tiros, as conversas com os irmãos que eram meus colegas de escola . 


Recordo também a partida do meu tio 2 ou 3 meses depois. O barco, as lágrimas da minha mãe, avós e tias e a despedida dele do irmão mais velho, com 36 anos de idade,  em fase terminal de leucemia (morreu 6 meses depois), que lhe disse:
- Nunca mais nos veremos e, aliada à preocupação de deixar as minhas filhas [três] e a minha mulher desamparadas, ainda vou passar o resto dos meus dias a ter medo que partas antes de mim porque não sei qual de nós vai primeiro, se eu com esta maldita doença ou tu com uma bomba no meio do mato.



Ainda hoje o meu tio não gosta de falar da Guiné e não esquece a mágoa de, em vez de acompanhar o irmão e sobrinhas nos seus últimos meses de vida, ainda contribuiu para os tornar mais pesados.


Também me marcou muito a imagem da mãe do Jaime, viúva com 4 ou 5 filhos, sendo ele o mais velho. Dizia que a guerra lhe tinha levado o filho e o sustento dos irmãos mais novos, todos menores. Lembro-me de consolar o irmão Afonso, de 16 /17 anos, e dizer-lhe que ele não seria morto como o irmão porque já não seria obrigado a ir para a Guerra. 


Não me recordo de outro familiar, morreu em 1965, eu tinha 7 anos. Mas recordo vivamente a pena que tinha do meu primo, 3 anos mais novo e sem pai.  Agradeço-lhe antecipadamente qualquer informação que me possa prestar. Estou a tentar descobrir o mais possível sobre as curtas vidas destes jovens (só no concelho de Ourém, cerca de 40) que foram obrigados a partir e deram as suas vidas.


Também tomei contacto com a primeira [guerra] através do meu avô paterno que foi gaseado em França e ficou sempre com problemas de saúde. Morreram lá cerca de 14 ourienses, alguns amigos do meu avô. O meu avô materno partiu para França em 1920, com 19 anos, para fazer parte da reconstrução pós-guerra, onde ficou quase 10 anos. Cresci com as histórias de um e outro sobre a França.


Com os meus cumprimentos

Maria da G.V.



3. Mensagem de L.G., enviada em 18 do corrente ao A. Marques Lopes:

Querido António: Vê lá se encontras aqui alguma foto do Estêvão, neste dossiê de 2007... Estas são fotos do Alfredo Reis, não sei se alguma é tua... Mas julgo que tenho mais, de Banjara... Vou procurar... Estás melhor ?... Vou fazer uma referência ao teu blogue... Fica bem. Luís



4. Resposta do A. Marques na volta do correio:


Há aqui duas [fotos] onde ele está. É o que se está a mandar tudo nu para dentro de água e o que tem o javali. Era um tipo muito forte e trabalhador, amigo e companheiro. Um morteiro caiu em cima de uma árvore onde ele estava perto e um estilhaço furou-lhe o peito mesmo em cima da aorta. Caiu num charco de lama e esvaiu-se em sangue. Era o [Alf Mil Alfredo] Reis que lá estava e diz que o esteve a lavar. Eu não tenho fotografias de lá. Se arranjares mais algumas agradeço. (...)


Obrigado. Abraço


5. Comentário (final) de L.G.:

 Segundo informação constante da lista dos mortos do Ultramar,  naturais do concelho de Ourém, coligida e divulgada pelo  portal Ultramar Terraweb (laboriosa e superiormente criado e mantido pelo nosso camarigo António Pires e a sua equipa),  o nosso malogrado camarada Estêvão, Jaime Maria Nunes Estêvão, de seu nome completo, natural do Regato, Ourém, morreu 24/7/1968 (**), e está sepultado no cemitério da sede do concelho.

Gostaríamos de poder aqui, no nosso blogue e nesta série, recordar um a um todos os nossos camaradas que perderam a vida no TO da Guiné. Agradeço à Maria da G.V. a oportunidade de evocar a memória do seu amigo e nosso camarada de armas Jaime Estêvão, para cuja família e amigos de Ourém mandamos um abraço solidário.

________________

Notas de L.G.:

(*) Último poste da série > 27 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7873: In Memoriam (71): Fur Mil Av Frederico Manuel Machado Vidal (1943-1964), piloto de T-6, abatido em 24/2 /1964


(**) Vd. Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, I Série > 25 Maio 2005
Guiné 69/71 - XXIV: O ataque ao destacamento de Banjara (1968) (A. Marques Lopes)



(...) Vou-vos falar sobre Banjara. Não havia população civil e estava cercado por mata. Estava só um pelotão, 30 efectivos. A um quilómetro havia uma fonte onde, alternadamente, os nossos e o PAIGC se iam fornecer de água. Às vezes, encontravam-se… Mas havia uma fuga concertada dos dois lados, sem tiroteio. Ficava a 45 kms da sede da companhia (a CART 1690, em Geba).

Como podem ver pelo mapa [do sector de]Geba que já vos enviei, tinha do lado esquerdo a base de Samba Culo do PAIGC e do lado direito a base de Sinchã Jobel. Os abastecimentos eram feitos por terra, com grandes dificuldades. Às vezes demoravam muito tempo, pelo que era necessário recorrer aos "produtos" da natureza, isto é, apanhar algum bicho para comer (javalis, pássaros, macacos e, até, cobras). Neste ataque de que vos dou o relatório, tentaram fazer o mesmo que em Cantacunda, mas sem sucesso.

(...) Ataque a Banjara:  24 de Julho de 1968.

"Desenrolar da acção: No passado dia 24, pelas 18H00, o destacamento de Banjara foi atacado por numeroso grupo IN, estimado em cerca de 80 elementos (Bigrupo reforçado) com o seguinte armamento:

-Morteiro 82
-Morteiro 60
-Bazooka
-Lança-Rockets
-Metralhadoras pesadas
-Armas ligeiras


"O ataque terminou às 19H15. Verificou-se que, durante o ataque, as NT sofreram 1 morto [, Sold Jaime Maria Nunesa Estêvão] 
e 2 feridos, tendo sido atingido por uma granada de morteiro a caserna e por uma granada do lança-rocketes o depósito de géneros.

"O ataque foi efectuado no sentido Norte-Sul tendo o IN instalado alguns elementos do lado Sul. Verificou-se que mal o IN abriu fogo com os morteiros 82 e 60, alguns elementos correram imediatamente para a rede de arame farpado, cortando o arame nalguns sítios, procurando penetrar no aquartelamento. No entanto, devido à pronta reacção das NT, não o conseguiram, tendo sido obrigados a retirar, após o que continuaram a flagelar o aquartelamento sem, contudo, causarem mais baixas às NT.

"Diversos: A hora a que o ataque se realizou quase que coincidiu com a hora da terceira refeição. Verificou-se que a maioria dos soldados se encontravam a tomar banho, pois tinham acabado de jogar uma partida de futebol.

"O impacto inicial do ataque foi sustido principalmente pelo soldado Manuel da Costa que, mal se iniciou o ataque, correu para a metralhadora pesada Breda e, sem ser apontador da mesma, pô-la imediatamente [em acção] e manteve-se sempre nesse posto, e pelo soldado José Manuel Moreira da Sila Marques que, sozinho, em virtude dos outros dois camaradas que constituíam a esquadra do morteiro 81, terem sido feridos, funcionou com o mesmo, tendo a presença de espírito para, a certa altura, e após ter verificado que algumas das granadas estavam sujas de terra, despir os calções para limpar as mesmas e poder assim continuar a bater o IN com um fogo bastante certeiro.

"A coluna de socorro, constituída por 1 PEL REC do EREC [Esquadrão de Reconhecimento] 2350, 1 GR COMB da CART 1690 e pelo PEL CAÇ NAT 64, saiu de Saré Banda às 07H30 do dia 25 (e tal deveu-se a ter sido necessário recolher as forças que executavam a Operação Iluminado) e atingiu Banjara às 15H00, pois foi necessário picar toda a estrada até ao destacamento de Banjara.

"Quando a coluna lá chegou ordenei que um Gr Coimb batesse toda a região, tendo o mesmo detectado várias manchas de sangue e pedaços de camuflado IN, e munições de armas ligeiras.

"Devido às baixas, deixei uma secção a reforçar o destacamento de Banjara, tendo em seguida regressado a Geba.

"Resultados obtidos: 

"Baixas sofridas pelo IN: dois mortos confirmados; várias baixas prováveis; material capturado: munições de armas ligeiras e uma granada de morteiro 82". (...)

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7770: Tabanca Grande (267): Os 4 magníficos da CART 1690: Alfredo Reis, António Moreira, Domingos Maçarico e A. Marques Lopes


Lisboa > Jantar de Natal 2007 > Os quatro magníficos da CART 1690, todos eles alferes milicianos... Ao fundo, estão o Domingos Maçarico, à esquerda, e o Alfredo Reis, à direita. Em primeiro plano, está o António Moreira, à esquerda, e o António Marques Lopes, à direita. Pela colaboração com o nosso blogue, o Alfredo Reis e o António Moreira já há muito que deviam figurar na lista dos membros da nossa Tabanca Grande, a partir do histórico A. Marques Lopes e do Domingos Maçarico... Esse lapso já foi corrigido, fazendo-se justiça... Comos quatro agora juntos, a CART 1690 faz o pleno em matéria de alferes milicianos... (LG)


Foto: © A. Marques Lopes (2007). Todos os direitos reservados.


1. Volta aqui a reeproduzir-se a mensagem, de Janeiro de 2008,  do nosso querido camarigo  A. Marques Lopes, ex- Alf Mil At Inf, CART 1690 (Geba) / CCAÇ 3 (Barro) (1967/69) (*): 


Caros camaradas:

Tenho-vos falado muitas vezes da CART 1690, sobre a qual há alguns postes no blogue da Tabanca Grande. Já fiz também referência aos alferes que por ela passaram. Mas quero, agora, falar-vos mais em pormenor destes gloriosos alferes, que é como nós próprios nos designamos, porque a nossa glória é continuarmos juntos. É bom que os conheçam pessoalmente. Aqui estão eles, num jantar do Natal de 2007, em Lisboa:

(i) O Domingos Maçarico (ainda um parente afastado do Luís Graça...), nascido na Praia de Mira, é engenheiro agrónomo e membro da Administração do Grupo Espírito Santo;

(ii) o Alfredo Reis, de Santarém, é veterinário e está reformado (embora pratique ainda);

(iii) o António Moreira, de Idanha-a-Nova, é advogado em Torres Vedras e [fez parte, no triénio de 2008/2010] do Conselho Geral da Ordem dos Advogados;

(iv) o A. Marques Lopes é, como sabem, coronel reformado [, fazendo parte dos primeiros cinco primeiros membros da nossa tertúlia, hoje Tabanca Grande: eu, o Sousa de Castro, o Humberto Reis, o A. Marques Lopes e o David Guimarães, por esta ordem cronológica]...

Como todos, também temos a nossa história.

Jovens e estudantes - o Domingos Maçarico no, então, Instituto de Agronomia de Lisboa (conheceu lá o Pepito), o Alfredo Reis no Instituto de Veterinária de Lisboa, também assim chamado então, o António Moreira na Faculdade de Direito de Lisboa e o A. Marques Lopes na Faculdade de Letras de Lisboa - fomos apanhados para frequentar, em Janeiro de 1966, o Curso de Oficiais Milicianos,  em Mafra.

De lá saímos, em Julho desse ano, como Atiradores de Infantaria. Andanças por vários lados, a seguir (Lamego, Amadora...), e tornámos a encontrar-nos no RALIS (Regimento de Artilharia de Lisboa), que nos mobilizou para a Guiné, a 4 de Dezembro de 1966.

De 6 de Dezembro deste ano a 23 de Fevereiro de 1967 estivemos no GAGA2 (Grupo de Artilharia Contra Aeronaves n.º 2) a dar a especialidade aos soldados da que foi designada CART 1690, e que foram connosco para a Guiné.

Passámos, depois, pelo RAC (Regimento de Artilharia de Costa) de Oeiras, Carregueira, IAO... e embarcámos em 8 de Abril. Mas, antes, grandes patuscadas e farras tivemos juntos nos bares e baiúcas de Lisboa, acompanhados pelo capitão da companhia, o Guimarães [morto aos 29 na estrada de Geba-Banjara ...] Nessa fase cimentou-se a nossa amizade.

Desembarcados do Ana Mafalda  para LDG, começou a Guiné, rio Geba acima. E ficámos em Geba. Eu fiquei na sede da companhia, às ordens do capitão e do Comando do Agrupamento. Eles foram distribuídos pelos destacamentos, por onde também passei, mas por pouco tempo. Já há coisas no blogue sobre Geba.

Em 21 de Agosto de 1967, fui ferido na estrada de Geba para Banjara e fui, uma semana depois, evacuado para o HMP, em Lisboa. O Domingos Maçarico foi ferido em 21 de Setembro de 1967, sendo igualmente evacuado para o HMP. O Alfredo Reis foi ferido na mesma altura, mas esteve apenas vários dias no hospital em Bissau. O António Moreira nunca foi ferido. Ele e o Reis estiveram sempre na companhia, em Geba e destacamentos, até Outubro de 1968.

O Maçarico não voltou à Guiné. Eu voltei em Maio de 1968, mas fui colocado na CCAÇ 3, em Barro.

Depois da minha evacuação para o HMP, fui substituído na companhia pelo alferes Fernando da Costa Fernandes, que foi dado como desaparecido em campanha em 19 de Dezembro de 1967, durante a operação Invisível em Sinchã Jobel: O alferes Fernandes foi, depois, substituído pelo alferes Carlos Alberto Trindade Peixoto, que foi morto em 8 de Setembro de 1968, durante um ataque ao destacamento de Sare Banda.

O Domingos Maçarico, depois de evacuado, foi substituído pelo alferes Orlando Joé Ribeiro Lourenço. Este voltou à metrópole são e salvo, mas nunca alinhou, nem nos encontros da companhia.

Somos nós os quatro, os sobreviventes, como também dizemos, que nos mantemos unidos entre nós e com os elementos da companhia. Com alguns intervalos, e eu explico a seguir.

Entre 1969 e 1974, os meus amigos e camaradas que estão comigo na fotografia, dedicaram-se a acabar os seus cursos e, depois, à vida pofissional, mantendo, embora, contactos entre si. Mas eu estive afastado deles durante esses anos, pois decidi afastar-me de qualquer actividade normal e pública, não os podendo contactar (é outra história que não cabe aqui).

A seguir ao 25 de Abril, foi o Maçarico que esteve afastado, pois acompanhou a família Espírito Santo quando eles foram para o Brasil. E, nesses primeiros anos após a revolução, também eu andei afastado, devido ao meu empenhamento nessa fase.

Mas, passado tudo isso, há cerca de trinta anos que estes quatro ex-alferes, camaradas e amigos na Guiné, e antes dela, se encontram pelo menos quatro vezes por ano, além dos encontros da companhia. Temos ideias muito diferentes sobre certas coisas, cada um disparando, agora, para seu lado, mas a amizade cimentada na juventude e na guerra mantém-se e está acima de tudo.

Queria dizer-vos isto, porque penso que, no nosso blogue, deve-nos unir o que vivemos e passámos, e vão a amizade e a compreensão.

Abraço

A. Marques Lopes




Letra da canção vencedora do Festival da Canção RTP, em 1967, interpretada por Eduardo Nascimento... Na CART 1690  (Geba, 1967/69),  tão duramente castigada pela guerra, cultivava-se a irreverência e o humor negro... Este documento, que me foi enviado, pelo A. Marques Lopes, é um bom exemplo do humor de caserna...

Fonte: © A. Marques Lopes (2007). Todos os direitos reservados.


2. Comentário de L.G.:

Meu caro António: Preciso dos endereços de e-mail dos nossos novos camarigos... A actualização da  lista de membros da nossa Tabanca Grande, com a inclusão dos seus nomes, é um acto de justiça que peca por tardia... Mas quero que todos saibam quanto eu aprecio este exemplo, raro, de 4 amigos que se transformaram em camarigos e que continuam a juntar-se, todos os anos, tendo a Guiné como traço de união, e cuja camarigagem resiste aos altos e baixos da vida e supera as naturais divergências de opinião,  político-ideológicas ou outras, que possam existir (e existem) entre eles... Um Alfa Bravo do tamanho do Rio Geba para vocês quatro.
 ___________________

Nota de L.G.:

(*) Vd. poste de 10 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2424: Álbum das Glórias (37): Os alferes da CART 1690 ou uma estória de amizade e camaradagem a toda a prova (A. Marques Lopes)


Último poste da série > 9 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7747: Tabanca Grande (266): Nuno Dempster, autor do poema K3, agora publicado em livro, ex-Fur Mil SAM, CCAÇ 1792 (Saliquinhedim/K3, Mampatá, Colibuía e Aldeia Formosa, 1967/69)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7702: Memória dos lugares (130): Banjara, destacamento a 45 km de Geba, CART 1690 / BART 1914, subunidade com um dos mais trágicos historiais do CTIG (1967/69) (A. Marques Lopes / Alfredo Reis)



Guiné > Zona Leste > Sector L2 > Geba > CART 1690 (1967/69) > Destacamento de Banjara > 1968 > Ao centro, em segundo plano, o nosso camarigo Alberto Branquinho, All Mil Op Esp da CART 1689 / BART 1914 que foi encontrar, em Banajara, o seu amigo e condiscípulo do liceu de Santarém, Alf Mil Alfredo Reis, da CART 1690 / BART 1913.




Guiné > Zona Leste > Sector L2 > Geba > CART 1690 (1967/69) > Destacamento de Banjara > 1968 > O Alf Mil Alfredo Reis, com uma mauser... O Reis foi colega do Alberto Branquinho, dos tempos de Liceu em Santarém...









Guiné > Zona Leste > Sector L2 > Geba > CART 1690 (1967/69) > Destacamento de Banjara > 1968 > O destacamento não tinha população civil e era defendido por um pelotão da CART 1690. Distava 45 km de Geba. O ataque a 24 de Julho de 1968, às 18h00, já foi descrito por A. Marques Lopes, membro da nossa Tabanca Grande, na I Série do nosso blogue. As fotos são do ex-Alf Mil Alfredo Reis, também da CART 1690, embora tenham chegado à nossa mão através do A. Marques Lopes. Pela colaboração com o nosso blogue, o Alfredo Reis e o António Moreira passam, a partir de agora, a figurar na lista dos membros da nossa Tabanca Grande.


Fotos: © Alfredo Reis / A. Marques Lopes (2007) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados




Lisboa > Jantar de Natal 2007 > Os quatro gloriosos alferes da CART 1690 > Ao fundo, estão o Domingos Maçarico, à esquerda, e o Alfredo Reis, à direita. Em primeiro plano, está o António Moreira, à esquerda, e o António Marques Lopes, à direita. Pela colaboração com o nosso blogue, o Alfredo Reis e o António Moreira passam, a partir de agora, a figurar na lista dos membros da nossa Tabanca Grande. E a CART 1690 faz o "pleno" em matéria de alferes milicianos...

Recorde-se o que o A. Marques escreveu sobre estes quatro grandes camarigos: "Em 21 de Agosto de 1967, fui ferido na estrada de Geba para Banjara e fui, uma semana depois, evacuado para o HMP, em Lisboa . O Domingos Maçarico foi ferido em 21 de Setembro de 1967, sendo igualmente evacuado para o HMP. O Alfredo Reis foi ferido na mesma altura, mas esteve apenas vários dias no hospital em Bissau. O António Moreira nunca foi ferido. Ele e o Reis estiveram sempre na companhia, em Geba e destacamentos, até Outubro de 1968"...A. Marques Lopes (2007) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.

Foto: © A. Marques Lopes  (2007). Todos os direitos reservados




O Geba Estreito (Rio), ligando o Xime-Bambadinca-Bafatá-Contuboel e, na margem norte, a povoação de Geba, mais ou menos a 12 km, a oeste de Bafatá. Em 1953/55, na altura em que foi foi feito o levantamento cartográfico da Guiné, Geba era um centro ou entreposto comercial e uma "povoação de tipo indígena, cerrada". Em 1968, Geba era a sede da CART 1690. A noroeste de Geba ficava o destacamento de Banjara.

Fonte: Excerto da Carta da Guiné Portuguesa (1961) 1/500.000.




Guiné > Zona Leste > Sector L2 > Geba > CART 1690 > Destacamentos e aquartelamentos > 1968 > A CART 1690, com sede em Geba, tinha vários destacamentos: Banjara, Cantacunda, Sare Banda, Sare Ganá... Os destacamentos não tinham luz eléctrica e as condições de segurança eram precárias. O IN tinha uma importante base em Sinchã Jobel.



Matosinhos > Tabanca de Matosinhos > Restaurante Milho Rei > Almoço-convívio das 4ªas feiras > 26 de Janeiro de 2011 > O regresso do nosso camarigo A. Marques Lopes... Ex-Alf Mil At Inf CART 1690 (Geba) e CCAÇ 3 (Barro) (1967/69), hoje Cor DFA, reformado.

Foto: © Tabanca de Matosinhos (2011) (Com a devida vénia...)



1. Há tempos, depois do Natal de 2010, falámos por telefone e eu perguntei-te:

- O que é feito de ti, camarigo António Marques Lopes, tertuliano da primeira hora, pioneiro do nosso blogue, co-fundador e co-editor do blogue Tabanca de Matosinhos ?... 

Acabei por saber que estavas com um problema de saúde por resolver... Pois, muito folgo de ver-te agora de regresso ao convívio dos camarigos, das 4ªas feiras, na Tabanca de Matosinhos (foto acima), neste caso no passado dia 26, no restaurante Milho Rei... 

Em tua homenagem, fui desencantar velhas fotos de Banjara, destacamento onde esteve um Grupo de Combate da tua primeira companhia na Guiné, a CART 1690... Em tua homenagem e dos camaradas, como tu, que por lá passaram, e de quem não temos falado nestes últimos tempos... Aqui ficam, editadas por mim, e reproduzidas em formato extra-largo... São "fotos falantes", com rostos expressivos, que por isso mesmo dispensam legenda... Banjara foi um dos muitos Bu...rakos por onde andávamos naquela terra onde Cristo nunca parou....

A CART 1690 foi mobilizada pelo RAL 1, fazendo parte do BART 1914 (Tite, 1967/1969). Partiu para a Guiné em 8/4/1967 e regressou à Metrópole em 3/3/1969. Esteve em Geba e em Bissau. Comandantes: Cap Art Manuel Carlos da Conceição Guimarães, e Cap Mil Art Carlos Manuel Morais Sarmento Ferreira.

Esta subunidade tem um dos mais trágicos historiais da guerra da Guiné: 10 mortos em combate, incluindo o Cap Art Guimarães, 2 alferes milicianos e um furriel miliciano; 12 militares "retidos pelo IN" (e levados para Conacri), dos quais 2 morreram no cativeiro; 5 militares, feridos em combate, e evacuados para o Hospital Militar Principal, da Estrela, em Lisboa, incluindo dois alferes milicianos, o A. Marques Lopes e o Domingos Maçarico (meu parente afastado). (LG)

2. O ataque ao destacamento de Banjara em 24 de Julho de 1968

por A. Marques Lopes

Vou-vos falar sobre Banjara. Não havia população civil e estava cercado por mata. Estava só um pelotão, 30 efectivos. A um quilómetro havia uma fonte onde, alternadamente, os nossos e o PAIGC se iam fornecer de água. Às vezes, encontravam-se… Mas havia uma fuga concertada dos dois lados, sem tiroteio. Ficava a 45 kms da sede da companhia (a CART 1690, em Geba).

Como podem ver pelo mapa [do sector de] Geba que já vos enviei, tinha do lado esquerdo a base de Samba Culo, do PAIGC, e do lado direito a base de Sinchã Jobel. Os abastecimentos eram feitos por terra, com grandes dificuldades. Às vezes demoravam muito tempo, pelo que era necessário recorrer aos "produtos" da natureza, isto é, apanhar algum bicho para comer (javalis, pássaros, macacos e até cobras). Neste ataque de que vos dou o relatório, tentaram fazer o mesmo que em Cantacunda [, apanhar a malta à unha], mas sem sucesso.

Ataque a Banjara (excertos do relatório):

24 de Julho de 1968.

"Desenrolar da acção: No passado dia 24, pelas 18H00, o destacamento de Banjara foi atacado por numeroso grupo IN, estimado em cerca de 80 elementos (Bigrupo reforçado) com o seguinte armamento:

-Morteiro 82

-Morteiro 60

-Bazuca

-Lança-Rocketes

-Metralhadoras pesadas

-Armas ligeiras


"O ataque terminou às 19H15. Verificou-se que, durante o ataque, as NT sofreram 1 morto e 2 feridos, tendo sido atingido por uma granada de morteiro a caserna e por uma granada do lança-rocketes o depósito de géneros.

"O ataque foi efectuado no sentido Norte-Sul tendo o IN instalado alguns elementos do lado Sul. Verificou-se que, mal o IN abriu fogo com os morteiros 82 e 60, alguns elementos correram imediatamente para a rede de arame farpado, cortando o arame nalguns sítios, procurando penetrar no aquartelamento. No entanto, devido à pronta reacção das NT, não o conseguiram, tendo sido obrigados a retirar, após o que continuaram a flagelar o aquartelamento sem, contudo, causarem mais baixas às NT.

"Diversos: A hora a que o ataque se realizou quase que coincidiu com a hora da terceira refeição. Verificou-se que a maioria dos soldados se encontravam a tomar banho, pois tinham acabado de jogar uma partida de futebol.

"O impacto inicial do ataque foi sustido principalmente pelo soldado Manuel da Costa que, mal se iniciou o ataque, correu para a metralhadora pesada Breda [, vd. foto acima,]e, sem ser apontador da mesma, pô-la imediatamente [em acção] e manteve-se sempre nesse posto, e pelo soldado José Manuel Moreira da Sila Marques que, sozinho, em virtude dos outros dois camaradas que constituíam a esquadra do morteiro 81, terem sido feridos, funcionou com o mesmo, tendo a presença de espírito para, a certa altura, e após ter verificado que algumas das granadas estavam sujas de terra, despir os calções para limpar as mesmas e poder assim continuar a bater o IN com um fogo bastante certeiro.

"A coluna de socorro, constituída por 1 PEL REC do EREC [Esquadrão de Reconhecimento] 2350, 1 Gr Comb da CART 1690 e pelo PEL CAÇ NAT 64, saiu de Saré Banda às 07H30 do dia 25 (e tal deveu-se a ter sido necessário recolher as forças que executavam a Operação Iluminado) e atingiu Banjara às 15H00, pois foi necessário picar toda a estrada até ao destacamento de Banjara.

"Quando a coluna lá chegou ordenei que um Gr Comb batesse toda a região, tendo o mesmo detectado várias manchas de sangue e pedaços de camuflado IN, e munições de armas ligeiras.

"Devido às baixas, deixei uma secção a reforçar o destacamento de Banjara, tendo em seguida regressado a Geba.

"Resultados obtidos:

"Baixas sofridas pelo IN: dois mortos confirmados; várias baixas prováveis; material capturado: munições de armas ligeiras e uma granada de morteiro 82".

[Revisão / fixação de texto / edição e selecção de fotos: L.G.]

_____________

Nota de L.G.:

Último poste desta série > 31 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7700: Memória dos lugares (129): Ponta do Inglês no tempo da CART 1746 (Manuel Moreira)