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terça-feira, 9 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17336: Tabanca Grande (435): Manuel José Janes, ex-1º cabo "O Violas", CCAÇ 1427 (Cabedu, 1965/67): poeta, cantor, dono da "Tasca do Reguengos", Monte da Caparica, Almada... É o nosso novo grã-tabanqueiro, nº 743 (Jorge Araújo)


Foto nº 1 > Guiné > Região de Tombali > Cabedu > CCAÇ 1427 (1965/67) > Vista aérea do aquartelamento e pista de aviação


Foto nº 2 > Guiné > Região de Tombali > Cabedu > CCAÇ 1427 (1965/67) > Parte do contingente da CCAÇ 1427 (1965/1967) onde se vê o camarada Manuel Janes “O Violas” no interior do círculo com uma das suas companheiras inseparáveis (a viola).


Crachá da CCAÇ 1427 (Cabedú, 1965/67) > "Saudade e orgulho dos caídos na luta"

Fotos (e legendas): © Manuel José Janes / Jorge Araújo (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Texto enviado, em 13/4/2017, pelo nosso colaborador permanente Jorge Araújo (ex-Fur Mil Op Esp,  CART 3494/BART 3873, Xime Mansambo, 1971/74), residente em Almada





1. INTRODUÇÃO

O encontro/convívio de ex-combatentes no CTIGuiné realizado no passado dia 25 de março, no Monte da Caparica, Município de Almada, em que participaram camaradas de várias Unidades que aí cumpriram a sua missão em diferentes épocas e locais, permitiu partilhar memórias únicas pois só os próprios a sabem contar como ninguém.

O destaque dessa reunião vai, no entanto, para o camarada Manuel José Janes, também conhecido por 1.º Cabo “O Violas”, alcunha pela qual passou a ser conhecido desde o início pelos seus pares, tendo por companheiras inseparáveis: uma G3 e a sua viola.

Para recordar aquela que foi a sua apresentação, recupero alguns factos narrados no P17206 (*):
 
“Quando o almoço decorria com uma natural tranquilidade, eis que se aproxima de nós um indivíduo trauteando alguns versos do seu fadário vivido durante a Guerra do Ultramar, em estilo musical de fado. 


"Era, nem mais nem menos, o proprietário do restaurante, também ele ex-combatente na Guiné, pertencente ao contingente da CCAÇ 1427, Unidade que esteve sediada em Cabedú, na região de Tombali, no Sul, nos anos de 1965/1967”.(*)



O Manuel José Janes, "O Violas"



O Manuel José Janes, hoje, natural de Reguengos de Monsaraz, é proprietário e gerente do restaurante "Tasca dos Reguengos",  Monte da Caparica, Almada.



2. O CAMARADA MANUEL JANES, “O VIOLAS”, 1.º CABO DA CCAÇ 1427 (CABEDU, 1965/67)

Procurando saber mais histórias da sua missão em Cabedú e da sua Unidade (CCAÇ 1427 - 1965/1967), para além das que nos contou durante aquele encontro, e obter uma foto desse tempo para lhe permitir sentar-se à sombra do fraterno poilão da nossa «Tabanca Grande» (**), encontrei-me com o camarada Manuel Janes na passada semana.

Durante a nossa cavaqueira de cerca de três horas, com uma ordem de trabalhos completamente arbitrária, mas sem descurarmos o tema base do nosso encontro – “memórias da Guiné” –, a determinada altura divulguei-lhe aquele que para ele seria um segredo: o de ter tido notícias do camarada Manuel Caldeira Coelho [fur mil trms da CCAÇ 1589 (Nova Lamego e Madina do Boé - 1966/1968)], conterrâneo de Reguengos de Monsaraz e seu grande amigo, que nos idos anos de 1964 haviam fundado um trio vocal.

Recebendo a notícia (segredo) com grande satisfação, fez questão de o contactar enviando-lhe uma mensagem SMS de agradecimento.

Na sequência da primeira narrativa [P17206], na qual faço referência ao nome e à pessoa do Manuel José Janes,  “O Violas”, o camarada Manuel Coelho (a quem agradeci sensibilizado) respondeu-nos, através de correio interno, o seguinte:

“Caros editores, ao ler o poste 17206 do dia 4 [de março], de autoria do camarada Jorge Araújo, não podia deixar de dar uma 'achega' referente às capacidades do Manuel José Janes como cantor e autor.

Somos da mesma terra (Reguengos de Monsaraz) e fundámos um trio vocal em 1964 para nos divertirmos a actuar a nível regional. Temos uma gravação feita num gravador de bobinas emprestado, não sei se poderá ser incluído neste testemunho.

Com uma voz linda de se ouvir em qualquer apresentação, não quis o destino que seguisse carreira artística.

Fomos cada um para seu lado no serviço militar e entretanto a 2.ª Região Militar [Tomar] reuniu vários artistas amadores ou não, para espectáculos em vários locais designadamente na Guarda onde houve festa pela reabertura do quartel do BC 7.

Lá chamaram a ele e a mim e foi um êxito que nos fez repetir no Coliseu de Lisboa e a gravar este espectáculo na RTP,  transmitido em 15/7/1965 e apresentado por Carlos Cruz.

Ocasionalmente encontrámo-nos em Bissau de férias. O que ele me contava de Cabedú e de Catió era tremendo, acho que alguém poderá convencê-lo a descrever essas histórias passadas com a CCAÇ 1427. Eu poderei contactá-lo para isso.

Resumindo: uma voz fabulosa, uma escrita em verso não aproveitada e um destino não como artista mas como industrial de hotelaria.

Perdeu a vida artística mas ganharam os amigos e clientes da sua casa que sempre o ouvem lá cantar e conviver" (
Manuel Coelho).
 

Aqui chegado, e para concluir este apontamento, resta-me apresentar algumas (poucas) imagens de Cabedú [fotos acima], prometendo voltar logo que o camarada Manuel Janes localize o seu baú, uma vez que mudou de residência recentemente. 

Daremos conta, ainda, da «Marcha de Cabedú», da CCAÇ 1427, com letra e música da sua autoria.

Comprometeu-se, finalmente, a dar-me conta da data do lançamento do seu livro de poesia que, segundo me confidenciou, está para breve.
 

Letra da «Marcha de Cabedú», da CCAÇ 1427 
da autoria de Manuel José Janes, “O Violas”



 "Comida típica alentejana, nomeadamente: migas de espargos com rojões, pézinhos de coentrada, sopa de cação, pataniscas de bacalhau com arroz de feijão...entre outros deliciosos pratos!!!  Temos também pratos de caça, nomeadamente: arroz de pombo bravo, coelho à caçador e arroz de lebre! Por vezes tem que ser por encomenda."

Rua General Humberto Delgado 13B | Monte de Caparica, Almada 2825-016, Portugal
+351 21 295 0299. 
__________

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14892: Agenda cultural (418): 32º festival de Almada: sábado, 18, 20h00, música guineense, o "Djumbai Jazz" (Jorge Araújo)






 Data: 17 de julho de 2015 às 12:54

Assunto: Agenda Cultural - 32.º Festival de Almada


Caro Luís,

Quase no limite da data de encerramento, anexo, para os efeitos que entenderes por bem, um pequeno texto elaborado a propósito do festival em epígrafe.


Que tenhas um óptimo fim-de-semana.


Um abraço amigo,

Jorge Araújo.







O nosso blogue apoia a música guineense > Djumbai Jazz

2. Música guineense em Almada, neste sábado, às 20h00

Caros Camaradas Tertulianos.

Anexo informação alusiva ao 32.º Festival de Almada 2015, a decorrer até ao próximo sábado, 18 de Julho, numa organização conjunta entre a Câmara Municipal de Almada e a Companhia de Teatro de Almada.

Trata-se de um festival iniciado em 1983, a nível de Teatro Amador, e que cresceu até se tornar, hoje, num dos festivais de teatro mais referenciados na Europa. A Companhia de Teatro de Almada encerra, deste modo, a sua temporada teatral portuguesa com uma programação diversificada em vinte e sete produções, ao longo de quinze dias, contando com um ciclo de seis espectáculos do “novíssimo teatro espanhol”,  reunindo o que de melhor se faz no país vizinho. Outras doze produções chegam-nos de Itália, Suíça, Alemanha, Brasil, Roménia, México e França, representando igualmente o que de melhor se produz no teatro daqueles países. O programa contará, ainda, com nove produções lusas, entre as quais três estreias.

Para Rodrigo Francisco, Director Artístico da CTA, o facto de este Festival ser organizado por uma companhia de teatro independente ajuda certamente a explicar as suas longevidade e estabilidade, assentes numa relação de proximidade quer com o público de Almada, quer com os artistas que nos visitam.

Como criadores que somos, gostamos de confrontar-nos com o que de melhor se faz no mundo. A emulação pode por vezes ser dolorosa – mas tem-nos ajudado a crescer. Assim como ao nosso público, que se torna a cada ano mais exigente e não nos permite a cristalização em soluções já testadas ou fórmulas repetitivas…

Este ano, graças ao prestígio alcançado ao longo do tempo e ás boas-vontades que a Companhia de Teatro de Almada tem sido capaz de reunir, o conjunto de apoios obtidos em Portugal e no estrangeiro permitiu reunir uma programação rara. [E, no que respeita a financiamentos, refira-se que a subvenção da Secretaria de Estado da Cultura a esta Companhia recuou para os valores de 1997].

O festival mantém a sua característica de Festa, com espectáculos de rua todos os dias, exposições e colóquios, para além do teatro e da música, nomeadamente dos PALOP.

No programa musical, destaca-se no próximo sábado, dia 18 de Julho, pelas 20:00 horas, a actuação do «Djumbai Jazz», um quarteto oriundo da Guiné-Bissau.

A sua actuação terá lugar na Esplanada da Escola D. António da Costa, em Almada.

«Djumbai Jazz» é um projecto musical iniciado, nos anos noventa do século passado, por Maio Coopé, cantor, músico e compositor guineense.

Na sua génese, como explica Maio Coopé [Lisboa Africana], está o facto de no seu país, sobretudo nas zonas suburbanas, antes das crianças irem dormir, há uma reunião junto dos mais velhos, ao redor da fogueira. Contam-se histórias e há sempre uma pessoa para cantar. Trata-se de um costume da Guiné-Bissau e que esteve sempre bem próximo dele.

Foi neste ambiente que Maio Coopé se inspirou, transformando-se em nome importante na música tradicional da Guiné-Bissau, mesclando-a com outros ritmos e sonoridades da África Ocidental.

Com um forte abraço de amizade.

Jorge Araújo.

Jul 2015

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Nota do editor:

Último poste da série > 14 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14875: Agenda cultural (415): "De Freguês a Consumidor, 70 anos de sociedade de consumo". Venha cavaquear comigo, dia 16 de Julho pelas 19 horas, na Livraria Barata, Av. de Roma, n.º 11, em Lisboa (Mário Beja Santos)