Mostrar mensagens com a etiqueta Armindo Batata. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Armindo Batata. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Guiné 63/74 - P10465: Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex- comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (5): Guileje: a messe de oficiais...



Guiné > Região de Tombali > Guileje > Pel Caç Nat 51 (1969/70) > Entrada da messe de oficiais.




Guiné > Região de Tombali > Guileje > Pel Caç Nat 51 (1969/70) > Edifício do comando > Entre portas, de óculos. está o alf mil Armindo Batata. "De costas, t-shirt branca, calças do camuflado e quico, [ao centro], creio ser o cap Barbosa Henriques [, da CART 2410]", segundo a explicação dada pelo Armindo Batata.

1. O nosso camarada Armindo Batata que, depois da peluda, se formou, pelo ISEL - Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, sendo hoje engenheiro técnico mecânico e formador, especialista em automação industrial, tem tido a gentileza de me mandar algumas notas para melhor enquadramento e compreensão das suas fotos de Guileje (mas também, e vamos publicar, de Cacine, Cufar e Catió)... Ontem mandou-me duas fotos, novas, que não constavam dos nossos arquivos... Aqui vai a legenda:


"A messe de oficiais era o alpendre do edifício comando/quarto do capitão/quarto dos alferes. Na fotografia [, a primeira de cima,] pode-se ver esse alpendre, com a mesa para refeições no primeiro plano e as cadeiras do bar de oficiais (aqui apetece-me sorrir) ao fundo em segundo plano. 

"A passagem em primeiro plano era habitualmente muito concorrida durante o jantar, já que estava no caminho de um dos espaldões de morteiro 81, dos espaldões da artilharia e dos abrigos de 3 ou 4 grupos de combate. 

"Nos lados perpendiculares a este corredor/messe ficavam o chuveiro e lavatório abastecidos por bidão (o lado onde está o militar a fumar) e no lado paralelo oposto, o sanitário, que constituía um excelente abrigo para quem fosse lá apanhado sentado. Em último plano o depósito de géneros.
"O militar nesta fotografia era o alferes comandante do pelotão de artilharia que substituiu o alferes (Gonçalves?) morto em combate em Fevereiro de 1969. [José Manuel de Araújo Gonçalves, natural de Lisboa, morto em 14/2/1969, ao tempo da CART 2410; era alf mil art, do BAC1, os seus restos repousam no cemitério do Alto de São João, em Lisboa]

"Na outra fotografia é visível a protecção do alpendre/messe de oficiais. Entre portas estou eu. De costas, t-shirt branca, calças do camuflado e quico, [ao centro], creio ser o cap Barbosa Henriques [, da CART 2410].

"Não me recordo de que festividade se tratava, mas era a apresentação de uma cerimónia fula à tropa".

Fotos (e legendas): © Armindo Batata (2012). Todos os direitos reservados [Fotos editadas por L.G.]





Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Álbum fotográfico do cor inf ref Jorge Parracho > Foto nº 40, sem legenda > O comandante da companhia, Jorge Parracho,  sentado à entrada  do edifício que era simultaneamente messe de oficiais, comando, quarto do capitão e quarto dos alferes, segundo a explicação que agora nos é dada pelo Armindo Batata.

Foto: © Jorge Parracho / AD - Acção para o Desenvolvimento, Bissau (2007) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.

 [As fotos de Jorge Parracho foram disponibilizadas à ONG AD- Acção para o Desenvolvimento, com sede em Bissau, em 2007, no âmbito do projecto de criação do Núcleo Museológico Memória de Guiledje. Não têm legendas, vêm apenas numeradas. Legendagem da responsabilidade de L.G.].

_____________

Nota do editor:

Último poste da série > Guiné 63/74 - P10456: Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex- comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (4): Guileje: abastecimento de água...

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Guiné 63/74 - P10461: Dossiê Guileje / Gadamael (25): Memórias do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (Armindo Batata)


1. Resposta, de ontem, do Armindo Batata ao meu pedido para comentar as suas fotos publicadas no poste P10442 (*)


Caro Luís

Vamos lá então, na medida do possível, acrescentar as legendas, mas, com muito raras excepções, não me recordo dos nomes de ninguém.


Na primeira foto, a número 15 [, à esquerda], sentados, estou eu e mais dois alferes da companhia. Não identifico o local. 

Na que se segue [, foto nº 12, à direita], estão, um dos cabos do Pel Caç Nat 51 e o 2º sargento do mesmo Pel Caç Nat. 

Este 2º sargento era de Bissau, casado com uma enfermeira a trabalhar também em Bissau. Não estava desarranchado.


 Na última fotografia [, nº 14, à esquerda, ] está um outro cabo do mesmo pelotão. 

Tão aprazível local era a entrada e o tecto do abrigo do Pel Caç Nat 51 (dos cabos, sargentos e por vezes também meu).

Este abrigo situava-se no lado oeste do aquartelamento (lado do Mejo) junto ao paiol e debaixo de um grande mangueiro. 

O fogareiro a petróleo devia ter sido certamente emprestado para a ocasião (tal não era difícil num Pel Caç Nat). 

Habitualmente os cabos tomavam as refeições neste local, os sargentos na respectiva messe ou também aqui e o alferes tomava as refeições, juntamente com os restantes oficiais, na messe. 

A messe de oficiais era o alpendre do edifício comando/quarto do capitão/quarto dos alferes. Na fotografia pode-se ver esse alpendre, com a mesa para refeições no primeiro plano e as cadeiras do bar de oficiais (aqui apetece-me sorrir) ao fundo em segundo plano. 

A passagem em primeiro plano era habitualmente muito concorrida durante o jantar, já que estava no caminho de um dos espaldões de morteiro 81, dos espaldões da artilharia e dos abrigos de 3 ou 4 grupos de combate. 

Nos lados perpendiculares a este corredor/messe ficavam o chuveiro e lavatório abastecidos por bidão (o lado onde está o militar a fumar) e no lado paralelo oposto, o sanitário, que constituía um excelente abrigo para quem fosse lá apanhado sentado. 

Em último plano o depósito de géneros. O militar nesta fotografia era o alferes comandante do pelotão de artilharia que substituiu o alferes (Gonçalves?) morto em combate em Fevereiro de 1969. 

Na outra fotografia é visível a protecção do alpendre/messe de oficiais. Entre portas estou eu. De costas, t-shirt branca, calças do camuflado e quico, creio ser o cap Barbosa Henriques [, da CART 2410].

Não me recordo de que festividade se tratava, mas era a apresentação de uma cerimónia fula à tropa.

Abraço
Armindo Batata


2. Comentário de L.G.:


Armindo, obrigado pelo teu companheirismo, camaradagem, pachorra, paciência...  A gente ainda não se conhece pessoalmente, mas eu já percebi que tenho à minha frente um bravo de Guileje... Não  vou abusar da minha tendência para a adjetivação, coisa que tu não aprecias. Estou-te grato, sem advérbio modo, pelas legendas com que enriqueceste as tuas/nossas fotos, que passam a ser património da Tabanca Grande. Um dia destes  gostaria de falar contigo ao telefone, se me deres o teu contacto. 

Camarada, não consegui localizar as fotos a que te referes a partir deste parágrafo: 

"A messe de oficiais era o alpendre do edifício comando/quarto do capitão/quarto dos alferes. Na fotografia pode-se ver esse alpendre, com a mesa para refeições no primeiro plano e as cadeiras do bar de oficiais (aqui apetece-me sorrir) ao fundo em segundo plano".

Peço que me confirmes, por outro lado, em que altura exatamente estiveste em Guileje, com o saudoso capitão Barbosa Henriques, que eu e o Jorge Cabral conhecemos em Fá Mandinga, setor de Bambadinca,  como instrutor da 1ª companhia de comandos africanos, no final de 1969, princípios de 1970.  Um Alfa Bravo. LG (**).
______________


Notas do editor:

(*) Vd. poste de 27 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10442: Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex- comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (2):Funeral fula em Guileje (ou melhor, funeral muçulmano, segundo o nosso amigo Cherno Baldé)



(**) Último poste da série > 30 de setembro de 2012 >  Guiné 63/74 - P10460: Dossiê Guileje / Gadamael (24): O abastecimento de água ao aquartelamento e tabanca de Guileje (Manuel Reis, ex-Alf mil, CCAV 8350, 1972/74)

sábado, 29 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10456: Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex- comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (4): Guileje: abastecimento de água...








Guiné > Região de Tombali > Guileje > Pel Caç Nat 51 (1969/70) > Em 1972/73, a fonte que abastecia o aquartelamento e a tabanca de Guileje, distava  cerca de 4 km.  Ficava no Rio Afiá. No tempo da CART 2140 (1969/70 e do Pel Caç Nat 51, o abastecimento era manual e  fazia-se com recurso a bidões, jericãs e garrafões. No tempo da CCAV 8350, a companhia que retirou de Guileje em 22/5/1973, havia já um bomba de água de água, a motor. Fotos  (nºs 1,2 3, 4) do álbum do Armindo Batata, comandante do Pel Caç Nat 51.

Fotos: © Armindo Batata / AD - Acção para o Desenvolvimento (2007). Todos os direitos reservados [Fotos editadas por L.G.]


Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAV 8350 (1972/73) >  Em primeiro plano, junto à bomba de água, o Fur Mil Op Esp J. Casimiro Carvalho. A aparente descontração dos militares, em tronco nu, sem armas, a avaliar pela foto, sugere que ir à água era um ato de rotina... Desconhecemos se tanto em 1970 como em 1973, o grupo de serviço à água levava escolta armarda, como mandavam as mais elementare regras de segurança. Parte-se do princípio que sim, não aparecendo a escolta nas fotografia. A população civil abastecia-se também na mesma fonte, no rio Afiá (em 1972/73).

Recorde-se aqui que, antes da retirada de Guileje, em 22 de Maio de 1973, o último abastecimento de água ao aquartelamento e tabanca tinha sido feito em 19 de Maio de 1973. Os guerrilheiros do PAIGC, a avaliar pelas declarações de alguns dos protagonistas dos acontecimentos, prestados no filme-documentário As Duas Faces da Guerra (Diana Andringa e Flora Gomes, 2007), tinham o controlo da fonte a partir dessa data (ou até mesmo antes)...

É estranho que,  desde 1964, altura em que se instalou a primeira subunidade em Guileje, nunca se tenha equacionado (e sobretudo tentado resolver) o problema do abastecimento da água, requisito vital... Coutinho e Lima, nas onze razões que evoca para decidir retirar Guileje, apresenta em 5º lugar "a falta de água no aquartelamento" (Alexandre Coutinho e Lima, Cor Art Ref - A retirada de Guileje: a verdade dos factos. Linda-A-Velha: DG Edições. 2008. p. 78):

(...) "O abastecimento de água era feito a cerca de 4 kms na direcção de Mejo; o último fora realizado na manhã de 19 de maio de 1972 e não mais foi feita nenhuma tentativa, devido à presença muito provável do IN na área e igualmente ao facto da não evacuação das previsíveis baixas, se as houvesse, o que poderia acontecer, com alto grau de probabilidade."É do conhecimento geral que se pode viver durante algum tempo sem comida (esta estava assegurada pelas rações de combate), mas sem água, o tempo de sobrevivência é reduzido" (...).


Foto: © José Casimiro Carvalho (2007). Todos os direitos reservados.




Guiné > Região de Tombali > Guileje > Carta de Guileje (1956) > Escala 1/50 mil > Detalhe: localização provável da fonte de Guileje, a 4 km a noroeste do aquartelamento e tabanca de Guileje, na estrada Guileje-Mejo. Era aqui que em 1972/73 se fazia o abastecimento de água necessário para a vida de 800 pessoas (200 militares e 600 civis).


1. Em 26 do corrente, escrevi ao Armindo Batata o seguinte mail:

Armindo: Não tenho tido notícias tuas... Fui "ressuscitar" e "refrescar" as tuas belas fotos, em arquivo,,, Infelizmente, chegaram-nos, em 2007, via Pepito, sem legendas...Também não tenho nenhuma foto tua, atual... Sei que és um homem discreto, mas gostava que aparecesses mais vezes... Este é também o teu contributo, valioso, para o enriquecimento deste espaço de partilha de "memórias e afetos" dos camaradas da Guiné...Um abraço. Luís Graça


2. O Armindo teve a gentileza de me responder de imediato. Desse mail, pessoal, que muito agradeço e que muito me alegrou, reproduzo apenas o seguinte excerto:

Caro Luís Graça: Grato pelo teu email. De facto não sou frequentador assíduo do blog. (...)

Notei a exagerada adjectivação das fotografias. Agradeço. Irei então um dia destes vasculhar o baú e tentar organizar uma mão cheia delas. Mas a memória das coisas da Guiné perdeu-se quase toda nos 15 ou 20 anos de enterramento. A exumação foi parcial, muito por lá ficou, naqueles 15 ou 20 anos. Um abraço, Armindo Batata. (...).


3. Explicação dada pelo próprio Armindo Batata sobre as fotos em questão, já depois da publicação do poste:



(...) Creio serem oportunos alguns aditamentos no que concerne às minhas fotografias. O abastecimento de água documentado teve lugar no primeiro pontão na estrada Guileje/Gadamael. Era aí que em 1969 nos abastecíamos. A segurança era mantida por um pelotão (que também procedia ao abastecimento propriamento dito) e uma viatura do pelotão de cavalaria (enquanto guarneceu Guiledje). 

No entanto, observando melhor as fotografias, julgo reconhecer um dos alferes da companhia em cima da GMC e alguns dos militares metropolitanos não são do Pel Caç Nat 51. Seriam dois pelotões? É provável, até porque o local está no lado "mau" do quartel (o lado do cruzamento). Na ultimas destas fotografias, o militar metropolitano em pé no solo, é um dos cabos (Pires?) do Pel Caç Nat 51. 

Com o advento da época seca, a água rareava nesse local, sendo então o abastecimento (muito mal) garantido num poço que a população também utilizava e que ficava junto a uns terrenos de cultivo a SW do quartel, do lado "bom" portanto. 

Quando tal acontecia, a água era recolhida mais do que uma vez por dia, já que se esgotava no fundo do poço, e a distribuição da água no quartel era supervisionada por um alferes que, em cima da viatura, e depois de satisfeitas as prioridades (cozinha/padaria), a ía distribuindo em muito parcas quantidades, pelos muitos que dela necessitavam. E não era fácil. (...)
 
 
__________________

Nota do editor:

Último poste da série > 28 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10452: Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex- comandante do Pel Caç Nat 51 Guileje e Cufar, 1969/70) (3): As refeições, em Guileje

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10452: Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex- comandante do Pel Caç Nat 51 Guileje e Cufar, 1969/70) (3): As refeições, em Guileje





Guiné > Região de Tombali >  Guileje > Pel Caç Nat 51 (jan 969/ jan 1970) >  Mais quatro notáveis fotos, a preto e branco, do álbum do nosso camarada Armindo Batata, ex-comandante do Pel Caç Nat 51... Na época, o Pel Caç Nat 51 esteve adido à  CCAÇ 2316 (mai 1968 / jun 1969)  e à CART 2410,  os Dráculas (jun 1969 / mar 1970). 

De cima para baixo, são fotos nº 15, 12, 13 e 14.  As fotos documentam  as "refeições em Guileje", de acordo com a anotação que vem no ficheiro cedido ao Núcleo Museológico Memória de Guiledje,  refeições essas que eram tomadas no abrigo ou no espaço reservado ao Pel Caç Nat 51.  O pelotão tinha um fogareiro a petróleo que possivelmente só servia para aquecer a comida ou confecionar refeições ligeiras. No essencial, a  confeção das refeições deveria estar a cargo da cozinha da unidade de quadrícula de Guileje (primeiro,  a CCAÇ 2316 e,  depois,  a CART 2410).

O pessoal africano do pelotão devia ser  desarranchado, como acontecia com a generalidade das unidades compostas por tropas do recrutamento local. As fotos não trazem legenda, pelo que não nos é possível identificar os militares que aqui aparecem, com exceção do alf mil Batata (foto nº 12, fardado, com galões de alferes, e de óculos, e nº 15, sentado, em tronco nu, de óculos). O pessoal metropolitano era, por sua vez, de rendição individual.

Fotos: © Armindo Batata / AD - Acção para o Desenvolvimento (2007). Todos os direitos reservados [Fotos editadas por L.G.]

_______________


Nota do editor:

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10442: Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex- comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (2): Funeral fula em Guileje (ou melhor, funeral muçulmano, segundo o nosso amigo Cherno Baldé)


Guiné > Região de Tombali > Guileje > Pel Caç Nat 51 (1969/70) >  Sequência fotográfica de um "funeral fula em Guileje" (é a única legenda que possuímos) >  Foto nº 5 > s/legenda:  o cortejo funerário encaminha-se para a mata; á esquerda, é visível um troço de arame farpado do aquartelamento e tabanca; o fotógrafo acompanhou a cerimónia desde a saída da tabanca até ao local, na mata, onde se realizou o enterro; não parece haver qualquer escolta militar.


 Guiné > Região de Tombali > Guileje > Pel Caç Nat 51 (1969/70) > Funeral fula > Álbum do alf mil Armindo Batata > Foto nº 6 > s/ legenda: percebe-se pela foto que o morto, presumivelmente civil, do sexo masculino,, é transportado numa maca (possivelmente cedida pela NT), e vem coberto com um lençol ou um pano branco.


Guiné > Região de Tombali > Guileje > Pel Caç Nat 51 (1969/70) > Funeral fula > Álbum do alf mil Armindo Batata > Foto nº 7 > s/ legenda: os familiares e amigos, só homens, quer civis quer militares, descalços, fazem um círculo à volta da sepultura, e possivelmente rezam em voz alta  uma primeira oração.


Guiné > Região de Tombali > Guileje > Pel Caç Nat 51 (1969/70) > Funeral fula > Álbum do alf mil Armindo Batata > Foto nº 8 > s/ legenda: a inumação do cadáver, envolto em panos... e que parece ser depois encimado por uma esteira.


Guiné > Região de Tombali > Guileje > Pel Caç Nat 51 (1969/70) > Funeral fula > Álbum do alf mil Armindo Batata > Foto nº 9 > s/ legenda: os participantes assistem,  sentados, à descida do corpo à terra.


Guiné > Região de Tombali > Guileje > Pel Caç Nat 51 (1969/70) > Funeral fula > Álbum do alf mil Armindo Batata > Foto nº 10 > s/ legenda: a descida do corpo à terra.


Guiné > Região de Tombali > Guileje > Pel Caç Nat 51 (1969/70) > Funeral fula > Álbum do alf mil Armindo Batata > Foto nº 11 > s/ legenda: possivelmente a oração de despedida à volta da sepultura, vísível pelo montículo de terra. 

[Peço ao nosso amigo e irmãozinho Cherno Baldé, fula e muçulmano, para corrigir e/ou completar estas legendas que a visualização das fotos me foi sugerindo...No TO da Guiné, no tempo em que lá estuve (1969/71)  só fui, que me lembre, a um funeral numa aldeia fula, o de um dos nosso soldados, morto em 7 de setembro  de 1969. LG]

Fotos: © Armindo Batata / AD - Acção para o Desenvolvimento (2007). Todos os direitos reservados.


1. Explicação sobre o funeral de rito muçulmano na Guiné-Bissau, dada aqui em comentário a este poste pelo nosso amigo Cherno Baldé:


Caro Luís Graca,

As legendas estão corretíssimas, mas no intitulado, eu prefereria que fosse "funeral muçulmano" porque é disto que se trata, pois o ritual é o mesmo entre os muçulmanos de todas as origens e as pequenas diferenças que se podem notar resultam de condições concretas dos meios de cada comunidade.

O Armindo Batata dá-nos nestas imagens a impressão de um observador atento ao que se passa ao redor, no obstante, escapou-lhe a parte da oração fúnebre (conjunta) que é feita na morança, antes de partir para a sua última morada onde participam todos, homens e mulheres.

Torna-se quase impossível identificar o(a) morto(a) a partir das imagens (se é civil ou militar, homem ou mulher), mas a padiola [, maca,] é militar e deve pertencer aos serviços sanitários do quartel que, neste caso substitui a função tradicional da esteira fabricada com fibras de colmo que deveria servir para enrolar e transportar o defunto ao local do enterro.

A praxe muçulmana manda que o cemitério esteja situado fora da aldeia e a proteção da sepultura suficientemente sólida para evitar que as hienas e jagudis façam das suas.

O funeral muçulmano caracteriza-se pela sua simplicidade, rapidez e equidade, cada uma delas com o seu lote de vantagens e inconveniências, dependendo do ponto de vista de quem observa ou analisa. Todavia, uma coisa é certa, são cada vez mais as comunidades africanas que aderem, nomeadamente na Guiné-Bissau, provavelmente para diminuir o fardo dos custos (sociais e econoómicos) ligados aàs tumultuosas e repetitivas cerimónias de culto aos mortos em tempos de crise generalizada.

Aceitem esta contribuição de um leigo e muçulmano pela cultura.

Um grande abraço para ti e aos restantes editores,
Cherno Baldé

PS - Queria acrescentar que as três características ou princípios acima enunciados impedem que o morto seja enterrado dentro de uma urna, salvo casos excepcionais, o mais provável é ser retirado do caixão e enterrado na maior simplicidade possível.

Voltando a atualidade, é isto que explica o facto de os chamados fundamentalistas destruirem os mausoléus no norte de Mali (Tombouctu). São contradições de difícil solução dentro da própria religião que, ainda, não têm uma solução pacífica.

O cemitério do alto de S. João, [em Lisboa,]  está melhor urbanizado e apetrechado que muitas cidades
do terceiro mundo. Cherno


2. Recorde-se aqui, mais uma vez,  a lista das 11 unidades que passaram por Guileje, entre fevereiro de 1964 e maio de 1973 (Fonte: Carlos Schwarz/Nuno Rubim, 2006)

  1. CCAÇ 495 (Fev 1964 / jan 1965);
  2. CCAÇ 726 (Out 1964 / .jul 1966) (contactos: Teco e cor art ref Nuno Rubim);
  3. CAÇ 1424 (Jan 1966/Dez 1966);
  4. CCAÇ 1477 (Dez 1966 / jul 1967) (contacto: Cap Rino);
  5. CART 1613 (Jun 1967 / mai 1968) (contacto: Cap José Neto, já falecido, em 2007);
  6. CCAÇ 2316 (Mai 1968 / jun 1969) (contacto: Cap Vasconcelos);
  7. CART 2410 (Jun 1969 / mar 1970) > Os Dráculas (contacto: Armindo Batata, ex-comandante do Pel Caç Nat 51, jan 1969  / jan 1970);
  8. CCAÇ 2617 ( Mar 1970/Fev 1971) > Os Magriços (contacto: Abílio);
  9. CCAÇ 3325 (Jan 1971/Dez 1971) (contacto: cor inf ref Jorge Parracho);
  10. CCAÇ 3477 (Nov 1971 / Dez 1972) > Os Gringos de Guileje (açorianos) (contacto: Amaro Munhoz Samúdio):
  11. CCAV 8350 (Dez 1972/Mai 1973) > Os Piratas de Guileje (contacto: José Casimiro Carvalho).
Observ. - Receio que o nosso camarada e amigo Nuno Rubim, talvez o maior estudioso do dossiê Guileje/Gadamael, se tenha enganado na designação da 1ª companhia que terá passado por Guileje, com início em fevereiro de 1964... Ele refere a CCAÇ 495, quando provavelmente se queria referir á CART 495 ...
Não tenho a certeza da existência da CCAÇ 495... A CART 495, mobilizada pelo RAL 1, partiu para o TO da Guiné em 17/7/1963 e regressou a 24/8/1965. Teve como comandante o cap art Ângelo Rafael Leiria Pires. Esteve em Aldeia Formosa e Nhraca, possivelmente com um pelotão destacado em Guileje. Da mesma época, era a CART 494, comandada pelo cap art Alexandre da Costa Coutinho e Lima, tendo estado em Ganjola, Gadamael e Bissau. Talvez o Coutinho e Lima nos possa tirar esta dúvida. Quanto ao Nuno Rubim, não tenho tido notícias dele há muitos, muitos meses!
_____________

Nota do editor:

Último poste da série > 26 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10435 Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex- comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (1): População de Guileje

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10435 Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex- comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (1): População de Guileje














Guiné > Região de Tombali > Guileje > Pel Caç Nat 51 / CART 2410 (1969/70) >  População. Fotos de do álbum do Armindo Batata (que esteve em Guileje como Alf Mil do Pel Caç Nat 51, entre janeiro de 1969 e janeiro de 1970, coincidindo parcialmente com o tempo da CART 2410, jun 1969/mar 1970).

De cima para baixo: fotos nº 38a (e 38), 39, 40, 41, 42 e 43a (e 43). São fotos reveladoras da grande sensibilidade que este nosso camarada revelava em relação à vida quotidiana e à cultura da população (neste caso, de etnia fula) que vivia no perímetro de Guileje.

Dezenas de fotos, a preto e branco, foram cedidas pelo Armindo Batata ao nosso amigo Pepito, integrando hoje o Núcleo Museológico Memória de Guiledje. Temos cópia desse arquivo há mais  de cinco anos.  Fomos revisitá-lo e ficámos surpreendidos com a qualidade da fotografia e com o seu interesse documental.

O Armindo Batata é também um dos nossos grã-tabanqueiros mais antigos, do tempo da I Série do nosso blogue (*). Infelizmente não temos tido notícias dele,  mais recentes. Esperando que ele nos esteja a seguir e a ler, daqui vai um abraço longo para ele.

A título de curiosidade, refira-se que  a origem do Pel Caç Nat 51  remonta a setembro de 1966, tendo-se mantido ao serviço até abril de 1974, pelo menos. Da mesma época, e portanto, também os mais antigos são os Pel Caç Nat 52, 53, 54, 55 e 56.  Eram pelotões  de recrutamento local. Desconhecemos a composição étnica do Pel Caç Nat 51. Já agora, acrescente-se que o mais novo dos Pel Caç Nat era o 70, formado já em Novembro de 1973. 

Fotos: © Armindo Batata / AD - Acção para o Desenvolvimento (2007). Todos os direitos reservados.  

[ As fotos aqui publicadas foram objeto de edição,  como é prática de resto habitual no nosso blogue: melhoria da resolução, do brilho, do contraste, do enquadranento,  etc.].
____________________

Nota do editor:

(*) Vd. poste da I Série > 28 de maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCCX: Ex- Alferes Miliciano Batata (Guileje e Cufar, 1969/70): Pel Caç Nat 51, presente!

(...) Texto do Armindo Batata (ex- Alf Mil, Pel Caç Nat 51, Guileje e Cufar, 1969/70)

De início foi um grande esforço para esquecer o mais rapidamente possível. Agora é a sensação das memórias que se vão esbatendo.

Fui Alferes Miliciano Atirador de Artilharia. Estive em Guileje (de Janeiro de 1969 a Janeiro de 1970) e em Cufar (de Janeiro de 1970 a Dezembro de 1970), comandando o Pel Caç Nat 51.

Pretendo integrar a Tertúlia de ex-combatentes da Guiné (1963/74) mas não encontrei local para inscrever os dados. Estou também vivamente interessado em participar no Projecto Guileje. Umas dicas sobre como o fazer seriam benvindas.

Abraço. Armindo Batata. (...)

terça-feira, 5 de junho de 2007

Guiné 63/74 - P1817: Catió: Em busca da família Pinho Brandão (Leopoldo Amado / Victor Condeço / Armindo Batata / Gilda Pinho Brandão)

Guiné> Região de Tombali > Catió > CCS do BART 1913 (Catió 1967/69) > Cerimónia militar em Fevereiro de 1968, por ocasião da imposição à CART 1689 da Flâmula de Honra (ouro) do CTIG (Comando Terriorial Independente da Guiné), atribuída em Julho de 1967, com a presença das entidades civis e população.


Foto 32 > "Militares, civis da administração, correios e comerciantes. Da esquerda para a direita, [?], de costas o Cap Médico Morais, o Comandante Ten Cor Abílio Santiago Cardoso, quatro funcionários dos Correios e Administração, os comerciantes Srs. José Saad e filha, Mota, Dantas e filha, Barros, depois o electricista civil Jerónimo, e o Alf Capelão Horácio".

Comentário de L.G.: Falta aqui o comerciante Pinto Brandão... O que se terá passado ? Não foi convidado ? Estaria presente mas não ficou nesta fotografia ? POr outro lado, sabemos que os pais do Leopoldo Amado ( Mateus Teixeira da Silva Amado e Cipriana Araújo de Almeida Vaz Martins Amado) passaram por Catió. O pai foi funcionário dos correios... Poderá ser algfum destes civis...

Ao canto superior direito pode ler-se a seguinte inscrição: "A nossa intervenção em África é resposta a um desafio que nos lançaram e a afrontas que não podemos esquecer".

Guiné> Região de Tombali > Catió > CCS do BART 1913 (Catió 1967/69) > Foto 28 > "Cerimónia militar em Fevereiro de 1968, por ocasião da imposição à CART 1689 da Flâmula de Honra (ouro) do CTIG, atribuída em Julho de 1967. Em fundo a porta de armas, cozinha e refeitório, armazém de géneros ainda em construção, parte da camarata de oficiais e, fora do quartel, o armazém/cais da Casa Gouveia".

Guiné> Região de Tombali > Catió > CCS do BART 1913 (Catió 1967/69) > Foto 27 > "Cerimónia militar em Fevereiro de 1968, por ocasião da imposição à CART 1689 da Flâmula de Honra (ouro) do CTIG, atribuída em Julho de 1967 Em fundo as casernas nºs 1 e 2".

Guiné> Região de Tombali > Catió > CCS do BART 1913 (Catió 1967/69) > Foto 31 > "Cerimónia militar em Fevereiro de 1968. Vista parcial do quartel com as tropas em parada".

Fotos e legendas: © Victor Condeço (2007). Direitos reservados.


1. Mensagem que o editor do blogue mandou por e-mail, para a a tertúlia Luís Graça & Camaradas da Guiné:

Quem poderá ajudar a nossa amiga Gilda Pinho Brandão, de 44 anos, filha de Afonso Pinho Brandão, que foi trazida, em 1969, aos sete anos, para Portugal, pela mão de um tal furriel Pina e acolhida pela sua família ? (1)

Ela não tem nenhuma foto do pai (que deveria ser português, comerciante no sul da Guiné, em Catió ou em Ganjola...) . A mãe, guineense, já morreu há dois anos. Dos irmãos e tios maternos, não tem praticamente referências... Dos oito irmãos paternos, acaba de conhecer dois... O Mário Dias, o Mendes Gomes e o Victor Condeço são capazes de ter informação adicional sobre a família Brandão....

2 Uma resposta, pronta, veio do nosso amigo Leopoldo Amado, lusoguineense, que passou parte da sua infância em Catió, onde o pai foi administrador dos correios:

Caro Luís,

Felizmente, creio ser relativamente fácil satisfazermos os anseios na nossa amiga Gilda, na medida em que é possível contactar um membro da sua família em Bissau, o Engº Pinho Brandão, ex-Director da EAGB (Empresa de Águas e Electricidader da Guiné-Bissau), o qual poderá ajudar.

Eu próprio, quando era criança em Catió, lembro-me perfeitamente que a família Pinho Brandão, comerciantes conhecidos no Sul do país (uma mescla de portugueses e guineenses), eram do círculo de amizade dos meus pais.

É uma questão de a Gilda grudar-se a mim e ao Pepito que certamente conseguiremos ajudála a (re)encontrar os parentes, espero bem.

Leopoldo Amado


3 Comentário do editor do blogue:

Gilda: Um gesto amigo… Contacte o doutor Leopoldo Amado, membro da nossa tertúlia, cujo pai foi administrador dos correios (Bolama, Catió...) e amigo dos Pinho Brandão. Além disso, há um parente seu (presumo) que já foi ministro da agricultura, pescas e recursos naturais da Guiné-Bissau, em 1999, o Eng. Carlos Pinho Brandão...

4. Também o Victor Condeço (ex-fur mil da CCS do BART 1913) nos forneceu mais algumas pistas sobre a a família Brandão, de Catió. Reproduzo aqui alguns excertos do seu mail (que é particular):

(...) Sobre o assunto não tenho nenhuma informação fidedigna, por enquanto. Mas é curioso porque ainda no passado dia 20 de Maio, em V. N. Gaia, quando do convívio BART1913, naquelas conversas do Lembras-te disto e daquilo, deste (a) ou daquele (a), foi mencionada a família Brandão, alguém referiu que descendentes seus estariam radicados pela região do Grande Porto.

Tentei já esta semana, junto de um ex-camarada de Catió, o também tertuliano ex-furriel Jorge Teixeira (2), saber algo mais. Segundo ele inicialmente esta família ter-se-á radicado em S. Mamede de Infesta, mas fiquei com a promessa de que iria tentar saber mais, por isso vamos aguardar.

(...) Também telefonei (...) ao (meu) ex-cabo Camarinha, com quem há tempos também tinha falado sobre o Sr. Brandão. Confirmou-me o que o Jorge Teixeira me tinha dito mas acrescentou-me um dado que ficou em confirmar-me: parece que em Espinho onde vive, está radicado um filho do Manuel Pinho Brandão (...).


4. Mensagem do Armindo Batata:

(...) Não tenho muita confiança na minha memória, mas havia um Brandão em Cufar em 1970. Era comerciante e natural da Guiné. Não tenho fotografia alguma, mas pode ser que estes dados, a estarem correctos, ajudem.

Saudações a todos
Armindo Batata
Ex-Alf Mil
Pel Caç Nat 51
Guileje/Cufar
1969/1970


5. Resposta da nossa amiga Gilda:

Boa tarde, Caro Dr. [Leopoldo Amado]:

Muito obrigada pelo seu interesse no meu assunto (1). Falei há pouco com o meu irmão António Pinho Brandão, ele tem conhecimento desse nosso irmão [, o Eng Carlos Pinho Brandão,], pois esteve na Guiné no princípio deste ano e contactou com ele.

Vou falar com o meu mano João (o furriel Pina) ainda durante esta semana, para tentar saber dados mais concretos acerca da minha vinda para Portugal.

Será que os seus pais conheceram o meu? Os nomes Bolama, Mampatá, e Catió são me familiares, mas não tenho nenhuma imagem específica dessas zonas, na minha memória só foram arquivados os nomes e lembro-me que vivia numa tabanca, perto do quartel (onde eu ia buscar comida), com os meus avós, e mais nada.

Como já disse também ao Dr. Luís Graça, vou falar com o meu mano João para saber se ele tem algumas fotos da Guiné.

Cumprimentos

Gilda Brás


6. Outra mensagem da Gilda, enviada à nossa tertúlia:

Bom dia Amigos,

Muito, muito obrigada. Não encontro palavras, para vos expressar o que sinto com todas estas informações.

Vou falar com o meu irmão (Furriel Pina), para o caso de ele ter algumas fotos nossas da Guiné e dar-lhe o contacto desta fantástica Tertúlia de Amigos da Guiné.

Ao Dr. Luís Graça em particular, os meus sinceros agradecimentos pelo tempo dedicado ao meu caso.

Cumprimentos e até breve

Gilda Brás

____________

Notas de L.G.:

(1) Vd. postas anteriores:

30 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1798: Região de Catió: Descendentes da família Pinho Brandão procuram-se (Gilda Pinho Brandão)

3 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1811: Vim para Portugal aos 7 anos, em 1969, e não tenho uma fotografia de meu pai, A. Pinho Brandão (Gilda Pinho Brandão, 44 anos)

(2) Vd. post de 11 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1652: Tertúlia: Três novos candidatos: José Pereira, Hélder Sousa e Jorge Teixeira

O Jorge Teixeira esteve na Guiné entre Maio/68 e Abril/70. Conheceu Catió.






terça-feira, 30 de maio de 2006

Guiné 63/74 - P817: Saudações ao comandante do Pel Caç Nat 51 (José Neto)

Guiné > Guileje > Pel Caç Nat 51 > Emblema.

Foto: © José Neto (2006)

Luís:

1. Mais uma alteração de e-mail. Passou a js.neto@clix.pt. Por causa dos megas. O anterior também está activo, mas parece que só recebe bilhetes postais. Cartas é muita fruta prós megas.

2. Quero dar as minhas boas-vindas ao Ex-Alf Armindo Batata (1) que esteve no Guiledje depois de nós, a [CART] 1613. Ele esteve com a CCAÇ 2316, certamente (2).

Aí vai a foto do emblema do Pel Caç Nat 51, que faz parte do meu espólio.

Até breve.
Um abraço do Zé Neto
_____________

Notas de L.G.:

(1) Vd. post de 28 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCCX: Ex- Alferes Miliciano Batata (Guileje e Cufar, 1969/70): Pel Caç Nat 51, presente!

(2) Vd. post de 11 de Abril de 2006 > Guiné 63/74 - DCXCII: Confusão acerca da CCAÇ 2317 (Gandembel, 1968/69) e da CCAÇ 2316 (Guileje, 1968/69) (Zé Neto)

segunda-feira, 29 de maio de 2006

Guiné 63/74 - P814: Mais um amigo de Guileje: Saudações do Pepito ao Armindo Batata (Pel Caç Nat 51)


"O fotógrafo Paulo Barata produziu uma excelente colecção de fotografias das zonas rurais onde a nossa ONG intervém, em especial de Cantanhez e de S.Domingos. De todas as fotografias, dez foram para já seleccionadas para serem editadas sob a forma de postais de promoção do ecoturismo em Cantanhez, estando a partir do final deste mês de Maio à disposição dos interessados, tanto na AD como no Instituto Marquês Valle Flor nosso parceiro neste programa.
Até lá desfrutem de uma dessas fotografias de uma bolanha (arrozal) da zona de Cadique". Texto e foto: © AD - Accção para o Desenvolvimento > Foto da Semana (2006)

Caro Armindo (1) :

Vi com muita satisfação a tua entrada na nossa tertúlia. Mais um amigo da Guiné e ...de Guiledje.
Sou guineense e fui muito bem recebido num grupo em que a larga maioria são portugueses. No Blogue sinto-me em casa como certamente tu te sentirás quando regressares a Guiledje e (re)conheceres a beleza do sul e de Cantanhez.

Caso te convenha, em meados de Julho, quando passar por Lisboa, poderemos encontrar-nos e falar longamente de Guiledje e do que já estamos a fazer para recuperar a memória histórica e lançar um ambicioso programa de desenvolvimento.

abraços
pepito

AD - Acção para o Desenvolvimento (Bissau)
____________

Nota de L.G.

(1) Vd. post de 28 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCCX: Ex- Alferes Miliciano Batata (Guileje e Cufar, 1969/70): Pel Caç Nat 51, presente!

domingo, 28 de maio de 2006

Guiné 63/74 - P811: Tabanca Grande: Armindo Batata, Ex- Alferes Miliciano Batata (Guileje e Cufar, 1969/70): Pel Caç Nat 51, presente!

Texto do Armindo Batata (ex- Alf Mil, Pel Caç Nat 51, Guileje e Cufar, 1969/70)

De início foi um grande esforço para esquecer o mais rapidamente possível.
Agora é a sensação das memórias que se vão esbatendo.

Fui Alferes Miliciano Atirador de Artilharia.
Estive em Guileje (de Janeiro de 1969 a Janeiro de 1970) e em Cufar (de Janeiro de 1970 a Dezembro de 1970), comandando o Pel Caç Nat 51.

Pretendo integrar a Tertúlia de ex-combatentes da Guiné (1963/74) mas não encontrei local para inscrever os dados. Estou também vivamente interessado em participar no Projecto Guileje.

Umas dicas sobre como o fazer seriam benvindas.

Abraço 
Armindo Batata.


Comentário de L.G.:

Camarada Batata:

1. Todos nós estivémos décadas a tentar esquecer. Esquecer a Guiné (1)... por uma noite, por alguns dias, semanas, meses, anos. Em vão. A Guiné marcou-nos indelevelmente. Para o bem e para o mal. A Guiné é a nossa maldição. Como a fanateca que faz a excisão do clitóris às meninas antes de chegarem ao estatuto de bajudas e poderem casar com um homem grande. Por isso, camarada, lá terias que aparecer na nossa caserna, um dia destes. Tão fatal como o destino. E, é claro, és recebido de braços abertos.

2. Já aqui alguém (o Zé Neto) tinha evocado o teu Pel Caç Nat 51, ainda antes de tu chegares à Guiné (2). Quem seguramente vai gostar de ouvir as tuas estórias, os teus depoimentos é o Pepito. Tu podes (e vais) ser-lhe útil. Em paga, ele vai receber-te, com honras de régulo, no ecoturismo do Guileje/Cantanhez (3).

3. Regras ? O mínimo, o q.b. Vê a nossa página sobre a tertúlia dos amigos e camaradas da Guiné... Toda a correspondência passa por mim. Mandas duas fotos (uma dos teus verdes vinte anos e outra de agora, mais pesadote). Conta-nos, no mínimo, uma estória. OIu as estórias que quiseres. Se tivres fotos do teu Pel Caç Nat 51, melhor. Vou citar algumas das nossas (poucas) regras:~

Amigos (que é o caso do José Carlos, do Leopoldo Amado, do Pepito ou de outros guinéus que apareçam) e camaradas (que dormimos no mesmo chão, que fomos mordidos pelos mesmos mosquitos, que comemos as mesmas rações, que vertemos sangue, suor e lágrimas nos mesmos rios, lalas, bolanhas, matas, buracos e tabancas, que apanhámos a mesma porrada, que defendemos a mesma bandeira)...

A termos uma bandeira, será sempre a nossa, a da nossa Pátria que cada de um nós amava e ama, à sua maneira. O nosso comportamento, agora como… tertulianos, deve apenas pautar-se por critérios éticos ou valores tais como:

(i) respeito uns pelos outros, pelas vivências, valores, sentimentos, memórias e opiniões uns dos outros (hoje e ontem);

(ii) manifestação serena mas franca dos nossos pontos de vista, mesmo quando discordamos, saudavelmente, uns dos outros;

(iii) consagração do nosso blogue (Luís Graça & Camaradas da Guiné > Blogue-fora-nada) como ágora ou como praça pública para manifestação (aberta, franca, leal, serena) dos nossas eventuais críticas e divergências de pontos de vista (se houver roupa suja, discute-se primeiro na caserna...);

(iv) socialização da informação e do conhecimento sobre a história da guerra: guerra colonial, guerra de libertação, guerra do ultramar (como queiram, é ao gosto do freguês...);

(v) carinho e amizade pelo povo da Guiné (que ganhou a guerra mas não ainda a paz);

(vi) respeito pelo inimigo de ontem (que, sempre o disse pela boca do seu líder histórico, nunca lutou contra o povo português, mas contra um regime político);

(vii) não-intromissão na vida política interna da República da Guiné-Bissau, salvaguardado sempre o direito de opinião de cada um de nós, como cidadãos (portugueses, europeus, globais...);

(viii) respeito acima de tudo pela verdade dos factos…

O que nos une é muito mais do que aquilo que nos separa: e, assim sendo, lá vamos blogando... (sor)rindo, cantando e chorando!

Luís Graça & Camaradas
__________

Notas de L.G.

(1) vd. Blogue-Fora-Nada... e Vão Dois: post de 8 de Dezembro de 2005 > Blogantologia(s) II - (22): Esquecer a Guiné

(2) Vd. post de 8 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCXLIX: Do PEL CAÇ NAT 51 aos demónios étnicos que atormentam o povo da Guiné (Zé Neto)

(3) Vd. post de 6 de Outubro de 2005 > Guiné 63/74 - CCXXXI: Projecto Guileje (1): o triunfo da vida sobre a morte