Mostrar mensagens com a etiqueta Cândido Morais. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Cândido Morais. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Guiné 63/74 - P10947: História da CCAÇ 2679 (59): Grande farra no Funchal (José Manuel Matos Dinis / Cândido Morais)

1. Neste episódio da série da História da CCAÇ 2679 é pré-apresentado o camarada Cândido Morais, ex-Fur Mil desta Companhia, que irá brevemente aderir à nossa tertúlia, apadrinhado por José Manuel Matos Dinis (ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71) que até agora era o único contribuinte para esta narrativa.

São publicadas duas fotos e nelas inspirada sai esta história contada pelo nosso camarada Zé Dinis, que chegou ao Blogue em mensagem sua do dia 9 de Janeiro de 2013.


HISTÓRIA DA CCAÇ 2679 (59)

O Cândido Morais é a figura que nesta fotografia, com o pessoal a reluzir as "namoradas", se apresenta à direita da terceira linha, num grande plano do retrato.

Nesta fotografia do desfile, o Morais é o primeiro da direita atrás do aspirante, e não parece ostentar as divisas amarelas. Assim, este desfile pode ter sido o do final do IAO, pois o desfile para o embarque, num bailinho a passo trocado e a trocar olhares com as prostitutas que nos confortaram a noite da despedida, foi quando já se exibiam alferes e furriéis, de amarelos reluzentes.

Fotos: © de Cândido Morais (2013). Direitos reservados. Legendas de José Manuel M. Dinis


GRANDE FARRA NO FUNCHAL

Foi uma noite de grande farra no Funchal, e começou cedo, no Café Indiana, em frente à Sé, no passeio mais concorrido da cidade, onde fechámos o café Indiana, e as pessoas espreitavam para o interior, onde os furriéis, verdinhos e amarelados, serviam atrás do balcão, utilizavam a caixa do graxa, manipulavam bandejas e tiravam imperiais, tudo com muita espuma e exuberância.

A Indiana, numa foto dos anos 60, sita na cidade do Funchal, mesmo ao lado da Sé. (CV)

Depois, demandaram por um estabelecimento de serviços noturmos, requintado, com orquestra, gentis meninas, tudo abrilhantado com jogos de luzes que mentalmente preenchiam as lacunas do lugar de má recomendação. Aproximou-se o pessoal pelo declive empedrado, e tocou-se a campainha com insistência. O concierge entreabriu a porta, olhou-nos com surpresa, e pediu um momento. Passaram alguns minutos e fazíamos a farra na rua, quando o concierge reapareceu, perfilou-se na casaca negra, e apontou-nos o caminho, uns degraus acima do nível da porta.

Apresentava-se um esplendor: uma mesa comprida, pela reunião das mesas individuais, as assistentes abertas em decotes e sorrisos aguardavam-nos com evidente felicidade. enquanto dois empregados aguardavam ordens. E das ordens encarregou-se o Marino, que não pede meças a tomar decisões.

Enquanto os alarves cirandavam nas escolhas, o Marino convencia os clientes afastados do festim, com apreciável determinismo, a encarar com naturalidade a situação criada. A noite era nossa. Mas era ainda o Marino quem ordenava o serviço, champanhe, pois claro! Para começar, que a noite seria de calores.

E o cavaquinho arrancava os primeiros acordes para uma noite de gaúdio. Já havia quem fizesse a auto-avaliação física através de uns passos de dança superiormente desempenhados, que os artistas da 2679 não eram de uma Companhia qualquer.

A bem dizer, foi até entrar o dia, quando o pessoal se lembrou de defender a Pátria.

Desfilou-se na estrutura portuária, representaram os seus papéis a autoridade eclesiástica e o comandante militar. As hostes, em formatura, não os ouviram, antes procuravam localizar as namoradas, trocarem olhares de desejo e ansiedade, enquanto os imigrantes cubanos da 2679 se desfaziam em sinais e sorrisos com as elegantes e generosas assistentes da noite passada.

Só faltavam dois aninhos para o regresso e a continuação da libido.
____________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 6 DE JANEIRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P10904: História da CCAÇ 2679 (58): Fisicamente recuperado (José Manuel Matos Dinis)