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quinta-feira, 7 de junho de 2012

Guiné 63/74 - P10009: Memória dos lugares (185): Saiba V. Excia que está na Ponta do Inglês!, disse o Alf Mil João Mata para o Brig Spínola (António Vaz, ex-cap mil, CART 1746, Bissorã e Xime, 1967/69)


VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012> O ex-alf mil João Mata e o ex-cap mil António Vaz, da CART 1746 (Bissorã e Xime, 1967/69). O João Guerra da Mata foi o último comandante do destacamento da Ponta do Inglês, um dos míticos topónimos da guerra da Guiné...

Foto: © Luís Graça (2012) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados



1. Mensagem do nosso camarada António Vaz (ex-Cap Mil da CART 1746, Bissorã e Xime, 1967/69), com data de 4 do corrente:

- Não tenho a certeza de ter aterrado no sítio certo… - disse, ao aterrar, o Brigadeiro Spínola. 
- Saiba V. Exa. que está na Ponta do Inglês - respondeu o Alf Mil João Mata que usava na ocasião calções, barba, tronco nu e uma extraordinária boina de cor verde alface com uma estrela de metal. 


A Ponta do Inglês

A Cart 1746 saiu de Bissorã a 7 de Janeiro de 1968,  seguindo de Bissau para o Xime via Bambadinca,  a bordo da barcaça Bor. Um Grupo de combate seguiu directamente para a Ponta do Inglês onde rendeu o pessoal da CCAÇ 1550.

Este Pelotão da Cart 1746 era comandado pelo Alf Mil Gilberto Madail que lá permaneceu cerca de 4 meses sendo substituído por outro comandado pelo Alf Mil João Guerra da Mata que lá esteve até Outubro data em que este Destacamento foi abandonado.

A Ponta do Inglês foi ocupada e os abrigos construídos em Dezembro de 1964 na Op Farol pela CCAÇ 508,  comandada pelo malogrado Capitão Torres de Meireles, morto em combate na Ponta Varela.

Este destacamento teve sempre uma triste sina porque não tinha meios senão para ESTAR. A dispersão de meios que encontramos no L1 a isso conduzia. Nunca serviu de nada a não ser castigar, sem culpa formada, as guarnições que para lá eram enviadas.

Não controlavam nada na foz do Corubal e nada podiam fazer em conjunto com o pessoal do Xime para manter aberto o itinerário Ponta do Inglês/Xime porque a Companhia do Xime ocupava também Samba Silate, Taibatá, Demba Taco e Galomaro. Assim o seu isolamento era, foi, praticamente total.

Os géneros só a Marinha os podia levar e o mesmo se pode dizer das munições, correio, tabaco, combustível, etc.

A chegada dos abastecimentos era motivo de alegria geral como se pode ver nas imagens que junto.


Por muito que o pessoal controlasse os gastos, a falta de quase tudo fazia-se sentir. Bem podia o Comando da Companhia pedir insistentemente pela vias normais a satisfação dos pedidos que não conseguíamos nada. Cheguei a tentar meter uma cunha directamente na Marinha, mas as prioridades eram outras. Como alguns géneros recebidos da Companhia que lá tínhamos rendido estavam deteriorados, a situação ainda foi pior. Esta situação originou, a pedido do Alf Madail, o Fado da Fome,  que o Manuel Moreira ilustrou nas quadras populares da sua autoria.

O Destacamento da Ponta do Inglês era a pequena distância da margem do Rio Corubal e tinha a forma quadrangular. A guarnição era formada por 1 GComb + 1 Esq/Pel Mort 1192 e pelo Pel Mil 105.


O destacamento era formado por 4 abrigos principais nos vértices para o pessoal, para a mecânica e rádio. O combustível e as munições ficavam na parte mais perto do Corubal; na parte central sob uma árvore frondosa (poilão ?) um abrigo mais pequeno onde ficava o Alferes, o enfermeiro e logo ao lado o forno do pão e uma cozinha, tudo muito rudimentar. Tinha o espaldão do Morteiro na parte central. Não tinha, ao contrário do Xime, paliçada e apenas duas fiadas de arame farpado.


Os abrigos eram de troncos de palmeira com as indispensáveis chapas de bidão, terra e não eram enterrados. Uma saída na direcção do rio e outra no lado oposto para as idas à água e à lenha. No destacamento havia um Unimog para estas tarefas.

A água era tirada a balde de um poço existente a cerca de 700 metros do arame farpado que também era utilizado pela população, totalmente controlada pelo IN, e pelo próprio IN, sem nunca este ter aproveitado as nossas idas à água e à lenha para nos incomodar e vice-versa

Diz o M. Moreira: 

O poço era um só,
Estava longe do abrigo,
Dava a água para nós
E também p’ro Inimigo.

Nunca percebi por que razão se fez o Destacamento,  afastado do único poço com água potável... Uma proposta de sã convivência? O caso é que resultou.

O que se passou nos tempos infindáveis em que o gerador esteve avariado, assunto já abordado neste Blogue, por quem o foi substituir, depois de aturados pedidos a Bissau sem que se resolvesse em tempo útil,  é inenarrável. 

As garrafas de cerveja penduradas no arame farpado, cheias de combustível,  tinham que ser continuamente acesas nas noites de chuva forte ou de vento. O risco que a “malta” corria nessas circunstâncias, sendo a única coisa iluminada na escuridão, tornando-se um alvo fácil era enorme, embora, que me lembre,  nunca tenha havido flagelações nessas alturas.


Flagelações houve muito poucas - seis - sem grandes consequências, a água do poço nunca foi envenenada e mesmo sabendo que a resistência oferecida pelas NT, aquando dos ataques, fosse de nutrido fogo mantendo o IN em respeito, penso que este nunca empenhou efectivos suficientes e capazes para provocar danos consideráveis. No fundo o IN sabia que enquanto aquele pessoal ali estivesse enquistado, a tropa do Xime, com a dispersão acima referida, estaria muito menos apta a fazer operações complicadas.

As relações entre o pessoal podem considerar-se muito boas,  não havendo atitudes condenáveis, que até seriam possíveis num ambiente concentracionário como aquele. A convivência com a Milícia logo de início se mostrou muito favorável porque, abastecendo-se de géneros junto das NT, passaram a pagar muito menos do que anteriormente porque os preços eram os mesmos que nos eram debitados sem alcavalas de qualquer espécie. Não me recordo da existência de familiares a viverem com o pessoal africano, mas segundo o testemunho do Tabanqueiro Manuel Moreira, uma mulher deu à luz na época em que lá esteve e foi o 1.º Cabo Enf Cordeiro Rodrigues - o Palmela - ajudado por ele que assistiram ao parto.

Com a falta de géneros tudo se aproveitava incluindo a caça, que se resumia a tiro de rajada para bandos de aves grandes, pernaltas (não sabemos quais) e se caiam nas redondezas eram o pitéu desse dia. As noites eram passadas como se calcula, com as sentinelas nos quatro cantos do quadrado e a malta a ver e a ouvir os rebentamentos que vinham da direcção de Jabadá, de Tite, Porto Gole e do Xime, claro. Pode ser sinistro mas não é difícil pensar que muitos diriam: 
- Antes eles do que nós.

Como de costume, depois das tarefas de rotina, quando o calor era menos intenso seguia-se o eterno futebol com bolas dadas pelo MNF, de péssima qualidade, substituídas pelas tradicionais trapeiras. Num dos reabastecimentos que se fizeram conseguimos levar para alem de gado mais miúdo algumas vacas, que como sabemos, na Guiné são de pequeno porte. Como o futebol também farta,  houve alguém que sugeriu tourear uma das vacas que ainda estava viva para tardios bifes.

Foi uma festa com as peripécias inerentes à Festa Brava e todos os dias “a las cinco en punto de la tarde” soltava-se a vaca e era um corrupio de faenas com cornadas… incompetentes. O tempo foi passando e já só restava um dos pobres animais para animar os fins da tarde. 

Como o reabastecimento nunca mais chegava e o atum com arroz já não se podia ver e muito menos comer o Alf Mata teve de decidir entre o partido pró-tourada e o partido pró-bife. Não foi fácil, mas acabou por vencer este último. Convocou-se o Soldado Condutor J. Viveiro Cabeceiras que também era padeiro, magarefe e pau para toda a obra, que procedeu à matança. Começando a esquartejar a rês,  vai ter com o Alferes e informa-o que a vaca estava tísica, pulmões quase desfeitos. 
- Come-se a vaca ou não se come a vaca

Nova discussão e resolveu-se não aproveitar as vísceras e apenas o músculo. Assim se comeu carne assada sem problema de maior. Quando esta acabou voltou-se ao atum aos enlatados,  tudo coisas que já escasseavam mas o pessoal andava triste com a falta dos fins de tarde taurinos. Então o Cabeceiras foi ter com o Alferes e disse-lhe:
- Meu Alferes a malta anda tão triste que se quiser e autorizar eu faço de vaca pois guardei os CORNOS.

E assim de conseguiram mais uns fins de tarde…

Felizmente com a redistribuição das Forças no terreno, iniciada pelo Brig Spínola, foi a Ponta do Inglês evacuada sem problemas em 7/8 de Outubro de 1968, pondo-se fim ao disparate da sua existência. 

Há uma enorme falta de informação (para mim) sobre a evacuação da Ponta do Inglês; nem na história do BART 1904, nem na da CART 1746, apenas é mencionada a data em que se efectuou. Tenho ideia que,  para além do pelotão da 1746, Secção  de Morteiros e Milícia,  estiveram na Ponta do Inglês pessoal de outras unidades a montar segurança (mas quais?) enquanto o pessoal carregava a barcaça Bor de todo o material e bagagem da rapaziada. Estivemos nas imediações da Ponta Varela a assegurar a passagem da Bor a caminho de Bambadinca. Foi uma operação, para mim sem nome, que envolveu mais meios que não recordo.

Segundo informação de oficiais do BART 1904, o Brig Spínola com o respectivo séquito aterrou na Ponta do Inglês, já ia adiantado o carregamento da Bor, mandando evacuar a segurança, depois de se ter armadilhado o que estava determinado, e só depois reparou que já não havia segurança nenhuma e que ele e os outros Oficiais que o acompanhavam tinham ficado, como hei-de dizer, abandonados na margem do Corubal com o pessoal do ou dos helis a chamá-los quando se aperceberam da situação.

O pelotão da Cart 1746 chegou ao Xime sem problemas e todos tivemos uma enorme alegria por voltarmos a estar juntos. ....E na verdade o que vos doi... É que não queremos ser heróis (FAUSTO).

António Vaz, ex Cap Mil

PS - Esta estória da Ponta do Inglês só foi possível com as recordações do Manuel Moreira (releiam o Fado da Fome), do João Guerra da Mata,  o ex-Alferes – último comandante daquele destacamento, e de Vera Vaz nas interpretações desenhadas.
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Nota do editor:

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7846: Em busca de... (156): Paula Simões, filha do Sold da CCAV 1482 (1965/67), César J. Simões, procura notícias de seu pai e dos seus camaradas (V. Briote / J. Martins)


1. Os nossos camaradas Virgínio Briote (ex-Alf Mil Comando – Brá -, 1965/67) e José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos - Canjadude -, 1968/70), têm vindo a recolher e complementar informação sobre o nosso falecido Camarada César Joaquim Simões, que foi Soldado da CCAV 1482, a pedido de sua filha - Paula Simões Viola -, tendo nos últimos dias trocado as seguintes de mensagens.


2. Em 18 de Fevereiro de 2011 o Virgínio Briote, enviou à Paula Simões Viola o seguinte e-mail:Assunto: Locais por onde o César andou

Paula,

O seu Pai pelos vistos passou por aqui (há registos de um militar da Companhia  do seu Pai sepultado no cemitério de Bambadinca):

Guiné 63/74 - P3418: Álbum fotográfico de Manuel Bastos Soares (1): Bambadinca, a festa da comunhão solene, Dona Violete e a malta da CCAV 678 (1965/66) [ A CCAV 1482 esteve na zona leste, em Bambadinca,  entre Novembro de 1965 e Abril de 1966, depois no Xime até Julho de 1967 e por fim em Ingoré, a norte, junto à fronteira como Senegal).




Agora fico a aguardar informações de Camaradas do seu Pai.

v briote

3. Por sua vez Paula Simões Viola, em 19 de Fevereiro de 2011, retorquiu assim ao Virgínio Briote, também por e-mail:Subject: Locais por onde o César andou

Boa tarde Sr. Briote,

O meu Pai faleceu cá num acidente em 1976, tinha eu seis anos de idade. Só tenho uma Cruz! Não é igual à que me enviou, tem 2 espadas cruzadas, o escudo da bandeira e uma cruz por cima do escudo.

Quando consegui juntar as coisas do meu Pai muita coisa tinha desaparecido.

Tenho muitas fotografias da Guiné com alguns camaradas que ele identificou, outros não.  A saber: Raimundo, Monteiro, um camarada da Portela da Ajuda que não diz o nome e um camarada Madeirense - Jorge Arlindo da Silva.

Aparecem muitos mais mas, como disse, não se encontram identificados.

Se fosse possível gostaria de saber se há algum encontro agendado dos seus antigos camaradas e se eu poderia comparecer.

Os meus contactos são: telef. 210 883 239 e telem. 964 216 337.

Mais uma vez agradeço a sua disponibilidade.
Cumprimentos,
Paula Simões Viola

4. Mais tarde, ainda em 19 de Fevereiro de 2011, o Virgínio Briote enviava-nos o seguinte e-mail:

Assunto: César Joaquim Simões: Alguém da CCav 1482?

Paula Simões, filha do ex-Sold da CCav 1482, procura história da CCav 1482 e quer entrar em contacto com Camaradas do Pai.

Caros Luís, Carlos e Eduardo,

Transcrevo abaixo msg da filha do César Simões,  da CCav 1482.

v b

Nota: César Joaquim Simões, Sold da CCav1482, mobilizada pelo RC7, comissão na Guiné entre Out 65 e Jul 1967, condecorado com duas Cruzes de Guerra (ou é lapso ou foram mesmo duas). A primeira foi publicada na Ordem do Exército (OE 12/IIIª/67, pag. 281) e a segunda na OE 12/IIIª/67, pag.348.5. 


No dia seguinte, 20 de Fevereiro de 2011, recebemos do nosso habitual colaborador – o José Marcelino Martins -, para assuntos relacionados com informações sobre as diversas Unidades e Militares Falecidos, a quem mais uma vez agradecemos a sua preciosa disponibilidade, a seguinte comunicação:

Assunto: César Joaquim Simões: Alguém da CCav 1482?

Caros Camaradas
Segue o texto solicitado, mesmo ao findar o fim-de-semana.
Boa semana de trabalho, para quem o faz.
Semana produtiva, para aqueles "que nada fazem, mas já fizeram
José Martins



Emblemas da Companhia de Cavalaria nº 1482
© Colecção de Carlos Coutinho

A Companhia de Cavalaria nº 1482 é mobilizada no Regimento de Cavalaria nº 7, em Lisboa (criado em 1755 sob a designação de Regimento de Cavalaria do Cais), embarcando para o território da Guiné em 20 de Outubro de 1965, desembarcando em Bissau a 27 desse mês.

Sob o comando do Capitão de Cavalaria João Ramiro Alves Ribeiro, é colocada em Bambadinca para substituir a Companhia de Caçadores nº 556 e assumindo funções de intervenção e reserva às ordens do Batalhão de Caçadores nº 697. Nestas funções realizou operações nas regiões de Darsalame Baio, Ponta Varela – Poindom, além de escoltas, patrulhamentos e batidas na sua área de intervenção.

Guarnece o destacamento de Sonaco entre 17 de Novembro de 1965 e 17 de Janeiro seguinte, às ordens do Batalhão de Cavalaria nº 757.

A 6 de Abril de 1966 envia um pelotão para o destacamento de Quirafo, onde se mantém até Dezembro desse mesmo ano, e a 8 envia outro pelotão para Ponta do Inglês, iniciando, desta forma, a rotação com a Companhia de Cavalaria nº 678, vindo a assumir a responsabilidade do subsector do Xime em 14 de Abril de 1966, mantendo os destacamentos referidos, ficando no dispositivo de manobra do Batalhão de Caçadores nº 697, rendido, mais tarde pelo Batalhão de Caçadores nº 1888.

A Companhia de Caçadores nº 1550 rende a Companhia de Cavalaria nº 1482, em 11 de Janeiro de 1967, sendo deslocada para o subsector de Ingoré, rendendo a Companhia de Cavalaria nº 788, assumindo em 15 de Janeiro de 1967 a responsabilidade do subsector, destacando um pelotão para o destacamento de Sedengal. Com esta alteração a unidade fica integrada na área e dispositivo do Batalhão de Caçadores nº 1894.

Por estar a terminar a sua comissão de serviço, é rendida em Ingoré pela Companhia de Caçadores nº 1590, deslocando-se em 15 desse mês para Bissau para efectuar o regresso á metrópole, o que acontece em 27 de Julho de 1967.

[Não tem história da Unidade. No Arquivo Histórico Militar, em Lisboa, tem um resumo de Factos e feitos. Cota Caixa nº 124 - 2ª Divisão / 4ª Secção).









3ª Classe..............................................................4ª Classe
Medalha da Cruz de Guerra

É criada em 30 de Novembro de 1916 pelo Decreto nº 2870, destinada a premiar actos de coragem e bravura praticados em campanha.
Tem a forma de uma cruz templária, tendo sobreposto, ao centro o Emblema Nacional e teve, desde a sua criação, teve três desenhos diferentes, devidamente legislados em 1916, 1946 e 1971. É suspensa por uma fita de seda ondeada, com fundo vermelho, cortado longitudinalmente por cinco filetes verdes tendo, ao centro, uma miniatura da cruz de guerra.
Divide-se em 1ª classe (Ouro, cercadas de duas vergônteas de louro), 2ª classe (ouro), 3ª classe (prata) e 4ª classe (cobre), por ordem decrescente de importância, e pode ser atribuída individual e colectivamente.
Durante as Campanhas de África 1961-1974 foram atribuídas 2.634 medalhas a militares do Exército, 68 medalhas a militares da Armada e 273 medalhas a militares da Força Aérea.

Condecorados com a Cruz de Guerra
Resenha Histórico Militar das Campanhas de África (1961-1974)
5º Volume - Condecorações Militares Atribuídas - Tomo IV - Cruz de Guerra 1967:

AMILCAR TEIXEIRA
2º Sargento de Cavalaria, condecorado com a Cruz de Guerra – 4ª Classe.
(Ordem do Exército 22/III/67 - página 344).
ANSU SANHA
Chefe de Caçadores Nativos e Guia por acção em combate no dia 1 de Dezembro de 1966 (5ª feira), condecorado a título póstumo com a Cruz de Guerra – 3ª Classe.
(Ordem do Exército 12/III/67 - página 007).

CESAR JOAQUIM SIMÕES
Soldado de Cavalaria, condecorado com duas medalhas da Cruz de Guerra – 4ª Classe.
(Ordem do Exército 12/III/67 - página 7 e Ordem do Exército 22/III/67 - página 328).

CRISTOVÃO RODRIGUES LEBRES
Soldado de Cavalaria, condecorado com a Cruz de Guerra – 4ª Classe.
(Ordem do Exército 22/III/67 - página 347).

FERNANDO GONÇALVES MENDES
Soldado de Cavalaria Apontador de Lança Granadas Foguete, condecorado com a Cruz de Guerra – 4ª Classe.
(Ordem do Exército 22/III/67 - página 350).

HIGINO DOMINGUES FERNANDES DA SILVA
Furriel Miliciano de Cavalaria, condecorado com a Cruz de Guerra – 4ª Classe.
(Ordem do Exército 22/III/67 - página 080).

JOSÉ ORLANDO SILVA
2º Sargento de Cavalaria, condecorado com a Cruz de Guerra – 4ª Classe.
(Ordem do Exército 22/III/67 - página 346).

JUSTO DOS SANTOS MORCELA GAITA
1º Cabo de Cavalaria Apontador de Morteiro, condecorado com a Cruz de Guerra – 4ª Classe.
(Ordem do Exército 22/III/67 - página 348).

MANUEL ANTONIO DOS SANTOS PEIXE
Furriel Miliciano de Cavalaria, condecorado com a Cruz de Guerra – 4ª Classe.
(Ordem do Exército 22/III/67 - página 345).

MÁRIO DE JESUS MANATA
Furriel Miliciano de Cavalaria, condecorado com a Cruz de Guerra – 4ª Classe.
(Ordem do Exército 12/III/67 - página 268).

Tombados em Campanha

AMÉRICO MATEUS JORGE, Soldado Atirador de Cavalaria número 709/65, solteiro, filho de Henrique Jorge e Maria Venança, natural da freguesia de Sobral da Lagoa, concelho de Óbidos, faleceu em 16 de Janeiro de 1966, vitima de ferimentos em combate, em resultado da explosão de uma mina anticarro na estrada de Amedalai – Taibata, junto do cruzamento para Chacali. Foi inumado no Cemitério de Bambadinca na Guiné, campa nº 8.

FORE SOQUÉ, Soldado Atirador número 321/64, mobilizado do CTIG, solteiro, filho de Imbunhe Soque e Britch Quebi, natural da freguesia de são José, concelho de Bissorã, faleceu em 16 de Janeiro de 1966, vitima de ferimentos em combate, em resultado da explosão de uma mina anticarro na estrada de Amedalai – Taibata, junto do cruzamento para Chacali. Foi inumado no Cemitério de Bambadinca na Guiné, campa nº 6.

JOSÉ LUCIANO MARTINS HORTA RODRIGUES, Soldado Atirador de Cavalaria número 1027/65, solteiro, filho de João José de Araújo Rodrigues e Maria Amélia Martins, natural da freguesia de Baçal, concelho de Bragança, faleceu em 16 de Janeiro de 1966, vitima de ferimentos em combate, em resultado da explosão de uma mina anticarro na estrada de Amedalai – Taibata, junto do cruzamento para Chacali. Foi inumado no Cemitério Paroquial de Baçal.

CESAR AUGUSTO MORAIS, Soldado Atirador de Cavalaria número 1031/65, solteiro, filho de César Augusto Morais e Beatriz do Nascimento Alves, natural da freguesia de Vinhas, concelho de Macedo de Cavaleiros, faleceu em 12 de Março de 1966, vitima de ferimentos em combate, entre Ponte Verela e Poindom. Foi inumado no Cemitério de Vinhas.

Mensagem retirada da página de ultramar.terraweb-biz, com a devida vénia

2010/12/08
Mensagem de António Vaz, da Companhia de Polícia Militar 1754

Procuro os ex-militares, que ainda não contactaram com os respectivos organizadores dos Convívios Anuais, das seguintes Companhias, Pelotões ou em Rendição Individual:
ENG 1447 e 1448, Angola 1965/1967CENG 1665, Angola 1967/1969CPM 1750, Angola 1967/1969CPM 1751, Guiné 1967/1969CPM 1752 e 1753,
Moçambique 1967/1969CCAV 1482, 1483, 1484 e 1485, Guiné 1965/1967
Todas as Companhias, Pelotões e de Rendições Individuais que estiveram em S. Tomé e Príncipe desde 1961.
espondam antes que seja demasiado tardeUm abraço para todos do companheiro de armas da CPM 1754
António N. Vaz
Contacto: Telefone: 966 444 449
E-mail: kontokontigo@gmail.com

14JAN2010 - Está online o "Fórum da Companhia de Cavalaria 1482 Guiné 1965/1967" criado pela Vanda, filha de um veterano da Companhia de Cavalaria 1482

José Marcelino Martins
20 de Fevereiro de 2011
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Nota de M.R.:
Vd. o último poste desta série em:

22 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7838: Em busca de... (155): Camaradas da CART 2477/BART 2865, Cufar, 1969/70 (Ex-Alf Mil Art Francisco Valdemiro Santos)

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Guiné 63/74 - P5612: O Nosso Livro de Visitas (79): Conheci e estimei o Ten Cor Pimentel Bastos, 1º Cmdt do BCAÇ 2852 (António Vaz, ex-Cap Mil, CART 1746, Bissorã e Xime, 1967/69)

Guiné > Zona Leste > Subsector de Bambadinca > Xime > CART 1746 (1967/69) > 1968 > Destacamento da Ponta do Inglês >  > Foi aqui, neste destacamento, de má memória para muitos de nós, que o Manuel Moreira escreveu a sua Canção da Fome (*)... Por detrás dos militares da CART 1746,  à mesa, partilhando uma refeição, vê-se  uma parede revestída a chapas de bidão... que lá ficaram, quando as NT retiraram do destacamento, por ordens superiores. Seria bom que o ex- Cap Mil António Vaz nos quisesse falar um pouco mais das suas memórias desse tempo... (LG)




Guiné > Zona Leste > Subsector de Bambadinca >  Xime CART 1746 (1967/69) > 1968 > Antes desta unidade de quadrícula, passou pelo Xime a  CCAÇ 1550 (1966/68) (estivera antes em Farim; era comandada pelo Cap Mil Inf Agostinho Duarte Belo). À CART 1746, seguiu-se a CART 2520 (1969/70), CART 2715 (1970/71), CART 3494 (1972/73), CCAÇ 12 (1973) E ccaç 21 (1974)...

Fotos do Manuel Vieira Moreia,  que foi 1º cabo mecânico auto, esteve em Bissorã, Xime e Ponta do Inglês, entre 1967/69 onde escreveu a Canção da Fome. Pertenceu à CART 1746, encontrou-me no blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné. Temos  trocado algumas msg. É da zona de Águeda.  Portanto temos aqui o nosso avozinho" (Sousa de Castro, um hhistórico do nosso blogue, criador e editor por sua vez do blogue CART 3494; vd. oste 9 de Novembro de 2009 >  P42 - CART 1746 1967/69 Bissorá, Ponta do Inglês e Xime, de retirei estas duas fotos, com a devida vénia ao autor e ao editor).

Fotos: ©  Manuel Moreira / Sousa de Castro (2009). Direitos reservados



1. Comentário ao poste de 4 de Agosto de 2006 > Guiné 63/74 - P1025: Tenente-coronel Pimentel Bastos: a honra e a verdade (Luís Graça)

Chamo-me Antonio Vaz, tenho 73 anos e fui capitão miliciano, comandante da CART 1746, no Xime, de Janeiro 1968 até ao fim da comissão, em Junho de 1969.

Como companhia independente, conheci vários comandantes de batalhão: primeiro os de Bula e depois de Bambadinca. Dos que me recordo melhor foram o Cmdt do BCAÇ 1904, Ten Cor Branco o Fontoura e o Pimentel Bastos. Todos diferentes, todos iguais.


Do Pimentel Bastos recordo com saudade o espírito, a cultura e a simpatia ingénua de um homem que não nascera para aquilo. Nas muitas conversas que tive com ele compreendi o seu drama. Eu estimei-o.


António Vaz

2. Comentário de L.G.:

Meu caro António Vaz: Julgo que nunca nos encontrámos no Xime. Ou se isso aconteceu foi quando eu e os meus camaradas da CCAÇ 2590 (futura CCAÇ 12), desembarcámos no Xime, de LDG, no dia 2 de Junho de 1969... Tenho ideia que os seus homens, tisnados pelo sol da Guiné e cansados da guerra, ainda nos deram as boas vindas, a nós, periquitos, e nos escoltaram até Bambadinca...Não perderam o bom humor. Acolheram com um pano onde se lia: "Periquitos, bem vindos ao inferno do Xime, o que custa mais são os primeiros 21 meses"... Tenho bem nítidas essas caras, os camuflados já incolores e esfarrapados, os lenços de pescoço de cores garridas, violando todas as normas de segurança... Vocês eram a velhice, por excelência, verdadeiros gigantes, aos nossos olhos de piras miseráveis e insignificantes. Connosco, desembarcavam também os vossos substitutos, a CART 2520 (1969/70)... Seguimos em viaturas Matador até à sede do BCAÇ 2852, Bambadinca, atacada uns dias antes, a 28 de Maio, ataque esse - três meses depois da Op Lança Afiada - que custaria a cabeça e a carreira do Ten Cor Pimentel Bastos (o Pimbas, como era carinhosamente tratado)...

O ex-Alf Mil Beja Santos, comandante do Pel Caç Nat 52 (Missirá e Bambadinca, 1968/70), já aqui tem falado de si, com apreço... Vou-lhe fazer um desafio: fale-nos do Xime do seu tempo, do Seco Camará, guia e picador das NT, dos mandingas do Xime, da Lança Afiada, do Poidon,  da Ponta do Inglês... Foram sítios onde muito penámos, quando depois da instrução de especialidade aos nossos soldados do recrutamento local, fomos colocados como companhia de intervenção ao serviço do Sector L1 (Bambadinca), em finais de Junho de 1969, já vocês tinham regressado à Metrópole...

Temos inúmeros postes sobre o  Xime, talvez mais de uma centena (considerando as duas, a I e II, séries do nosso blogue)... Temos igualmente o mapa 1/50.000 do Xime, que lhe pdoe ser útil para refrescar a memória. Presumo que já o tenha descoberto... A Ponta do Inglês e a foz do Corubal vêm no mapa de Fulacunda. Na coluna (estática) do lado esquerdo do nosso blogue, uam enorme lista Marcadores / Descritores (cerca de 2 mil) que servem para fazer pesquisas dentro do blogue... Experimente clicar CART 1746 (há seis postes ou referências sobre a sua antiga companhia)... Temos inclusive uma foto, de grupo em Bissorã, em que o Cap Vaz aparece, de óculos, ao lado Alf Mil Gilberto Madail, esse, mesmo, o do futebol (**)...

António: Gostaria que se juntasse a nós, nesta Tabanca Grande, sem portas nem janelas... Há muita gente do seu tempo, da zona leste, etc. Apareça quando quiser. Tem os meus contactos: dê-me uma apitadela... Um Alfa Bravo. Luís Graça

3. Dados sobre as unidades aqui citadas:

(i) CART 1746: Teve como unidade mobilizadora o GCA 2, seguiu para a Guiné em 20/7/1967, regressou em 7/6/1969.  Esteve em Bissorã e no Xime. Comandante: Cap Mil António Gabriel Rodrigues Vaz.

(ii) BART 1904: Unidade mobilizadora: RAP 2. Esteve em Bissau e em Bambadinca (11/1/1967 - 31/10/1968). Comandante: Ten Cor Art Fernando da Silva Branco. Companhias: CART 1646 (Bissau, Fá Mandinga, Xitole, Fá Mandinga, Bissau); CSRT 1647 (Bissau, Quinhámel, Bissaum Bibar, Bissau); CART 1648 (Bissau, Nhacra, Binbta, Bisssau).

(iii) BCAÇ 2852:  Unidade mobilizadora: RI 2. Esteve em Bissau e Bambadinca (24/7/1968 - 16/6/1970). Comandantes: Ten Cor Inf Manuel Maria Pimentel Bastos; Ten Cor Cav  Álvaro Nuno Lemos de Fontoura;  Ten Cor Imf Juvelino Moniz de Sá Pamplona Corte Real. Companhias CCAÇ 2404 (Teixeira Pinto, Binar, Mansambo); CCAÇ 2405 (Mansoa, Galomaro, Dulomb); CCAÇ 2406 (Olossato, Saltinho)

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Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 28 de Dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5557: Cancioneiro do Xime (2): Sangue, suor e lágrimas (Manuel Moreira)

(**) Vd. poste de 21 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P978: Futebol em Bissorã no tempo do Rogério Freire (CART 1525) e do Gilberto Madail

(...) [Diz o Rogério Freire (ex-Alf Mil da CART 1525, Mansoa e Bissorã, 1966/67]:

(...) O Gilberto Madaíl não pertence à CART 1525. Ele era Alferes Miliciano de uma companhia [ CART 1746,] que esteve aquartelada connosco em Bissorã durante um par largo de meses e que era comandada por um Capitão Miliciano que, na vida civil era Despachante Oficial da Alfandega e que por brincadeira se intitulava Despachante Oficial Miliciano. Era o Capitão Vaz, excelente fotógrafo e especialista em macrofotografia. Adorava congelar borboletas e fotografá-las depois quando as pobrezinhas começavam a sentir o calor das lâmpadas de iluminação. (...).