Mostrar mensagens com a etiqueta CCAÇ 2404. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta CCAÇ 2404. Mostrar todas as mensagens

sábado, 16 de abril de 2011

Guiné 63/74 - P8112: A minha CCAÇ 12 (17): 14 e 15 de Fevereiro de 1970: Op Bodião Decidido, com a CCAÇ 2404 (Mansambo) e a CART 2413 (Xitole) em Satecuta, na margem diireita do Rio Corubal: morto um guerrilheiro e apreendido um RPG2


Guiné > Zona leste > Sector L1 (Bambadinca) > Xitole > Meados de 1970 > Três furriéis da CCAÇ 12 (Em primeiro, plano António Branquinho, do lado direito; em segundo lado, da direita para a esquerdaTony Levezinho e Arlindo Roda), mais o Fur Mil Enf José Alberto Coelho,  +em primeiro plano, à esquerda, por ocasião de uma coluna logística Bambadinca- Xitole... Os quatros posaram para a fotografia  junto do memorial aos mortos da CART 2413 (Xitole, 1968/70), uma companhia com quem a CCAÇ 12 fez diversas operações no seu sector, entre elas, a Op Bodião Decididio, a seguir descrita. Esta subunidade, que será substituída pela CCART 2716 (1970/72), teve 4 mortos, a saber (e de acordo com a lápide constante da imagem acima):


(i) Sold At Manuel de Sousa Branco, natural de Areosa, Rio Tinto,  Godomar, CART 2413/BCAÇ 2852, morto em combate, 25/10/1968.  Os restos mortais estão no cemitério da sua Freguesia Natal (segundo a completíssima  lista publicada pelo portal Utramar Terraweb, relativa aos mortos da guerra do Ultramar do concelho de Gondomar; acrescente-se: não só a mais completa como a mais fiável da lista dos mortos da guerra do ultramar, disponível na Internet);


(ii) Sold At Joaquim Gomes Dias Vale de Ossos, natural de Fradelos, Vila Nova de Famalicão, morto por afogamento em 7/11/1968. Está sepultaddo no cemitério da sua Freguesia  Natal (Fonte: Portal Ultramar Terraweb);


(iii) Sold At Crispim Almeida da Costa, natural de Monte Calvo, Romariz, Santa Maria da Feira, falecido por doença em  3/4/1969 doença, e sepultado no cemitério da sua Freguesia Natal (Fonte: Portal Ultramar Terraweb);


(iv) Sold At Mário Ferreira de Azevedo, nascido em Cavadas, V ermoim, Maia, falecido também por doença, em 22/12/1969, e sepultado no cemitério concelhio (Fonte: Portal Ultramar Terraweb).





Guiné > Zona leste > Sector L1 (Bambadinca) > Mansambo > CCAÇ 2404 (1968/70) > Finais de 1969 ou princípios de 1970 >   Aspecto geral do aquartelamento... Esta foi outra subunidade com a qual a CCAÇ 12 também fez várias operações, como a Op Bodião Decidido, abaixo relatada. Como fez com a sua antecedente, a CART 2339 (1968/69), que construiu de raiz este aquartelamento.





Guiné > Zona leste > Sector L1 (Bambadinca) > Mansambo > CCAÇ 2404 (1968/70) > Finais de 1969 ou princípios de 1970 >  Descarregamento de sacos de uma viatura GMC... Todas as colunas logísticas aos aquartelamentos a sul de Bambadinca e a norte do Rio Corubal (Mansambo, Xitole e Saltinho) paravam obrigatoriamente aqui... Daqui também partiram diversas operações, com a CCAÇ 12, tanto no subsector de Mansambo como no do Xitole.




Guiné > Zona leste > Sector L1 (Bambadinca) > Mansambo > CCAÇ 2404 (1968/70) > Finais de 1969, princípios de 1970  ou meados de 1970 > Nicho com a imagem da Virgem Maria, e os dizeres "Senhora  Protege a CC 2404".


Fotos: © Arlindo T. Roda (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.  Todos os direitos reservados







Guiné > Zona leste > Sector L1 > Mapa do Xime (1961) > Escala 1/50000 > Detalhes, a posição relativa de Satecuta, na margem direita do Rio Corubal, parte do triângulo Galo Corubal - Seco Braima - Satecuta... A leste, a estrada Bambadinca - Mansambo - Xitole - Saltinho e o destacamento da Ponte dos Fulas (que era guarnecido, em Fevereiro de 1970, por forças da CART 2413, do Xitole). A verde, as posições das NT (fora da imagem: Mansambo, a norte; Xitole, a sul).


A. Continuação da série A Minha CCAÇ 12 (*), por Luís Graç


(8) Fevereiro de 1970


(82) Fevereiro de 1970 > Op Bodião Decidido: uma operação com sucesso na área de Satecuta





Foi realizada em 14 e 15 de Fevereiro de 1970 para uma batida à área de Satecuta até ao Rio Corubal, por forças da CCAÇ 2404 (Mansambo), CART 2413 (Xitole) (**)  e CCAÇ 12 (1º, 2º e 4º Gr Comb), constituindo respectivamente os Destacamentos A, B e C, num total de mais de 200 homens (7 Grupos de combate).


Recorde-se que a CCAÇ 12, constituída por soldados africanos e quadros e especialistas metropolitanos - estes de rendição individual- ,  era uma unidade de intervenção, sediada em Bambadinca, às ordens do BCAÇ 2852, até Maio ou Junho de de 1970, e depois do BART 2917, até ao final da comissão dos quadros e e especialistas metropolitanos, em Fevereiro de 1971).




Tratou-se de um patrulhamento ofensivo com emboscadas nas regiões de (Vd. mapa do Xime):


(i) Mansambo, Culobó, (Xime 4H6-46), Seco Braima, Culobó, (Xime 4H6-46),


(ii) Xitole, Ponte dos Fulas, Satecuta, Bissau Novo, Benate, Ponte dos Fulas, Xitole…


Um ano atrás, por ocasião do planeamento da Op Lança Afiada (8 a 19 de Março de 1969), o comando do BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) descrevia assim a situação do IN na área de Galo Corubal - Sactecuta - Seco Braima:


"(...) Galo Corubal – Localização (1455 1145 D4 ou E4), no fundo do palmar e a cerca de 300 m do Rio Corubal. O acesso tem sido feito pelo Norte do Rio Pulon desde a estrada Xitole-Mansambo, mas as NT têm-se perdido por vezes. O acesso, atrvés do Rio Pulon, próximo da foz, por Seco Braima, pode ser feito na época seca. Efectivos e armamento: Considerados poucos, mas com MP, ML, Mort LGRFog.

"Satecuta – Localização (1455 1145 D2 ou E2 ou F2), a oeste de Seco Braima. Acesso idêntic o ao de Galo Corubal. Em meados de 67, apresentava grande actividade IN. O acampamento foi detsruído em Maio de 68, baixando a actividade IN. Efectivos: ignoram-se mas parecem dispor de MP, ML, Mort LGRFog." (...)



De acordo com o plano estabelecido para a Op Bodião Decidido, os 3 Dest saíram de Mansambo e Xitole às 5h00 do dia D 14 de Fevereiro de 1970]), percorrendo a estrada Xitole-Mansambo até ao ponto de encontro, que atingiram cerca de 3 horas depois (área de Culôbo, a sul da Ponte do Rio Jagarajá). 


Para saírem àquela hora de Mansambo, os 3 Gr de Comb da CCAÇ já se tinham deslocado umas largas horas antes, de Bambadinca para Mansambo. Tal significou que alguém teve de picar a estrada e montar segurança na ZA da CCAÇ 2404. Nessa noite (de 13 para 14), obviamente ninguém dormiu. Tal como não dormiu na noite seguinte… Soldados e quadros da CCAÇ 12 eram um bando de noctívagos e sonâmbulos (tendo passado muitos milhares de horas em emboscadas nocturnas ou em vigília, antes de partir para o mato, às 4 da madrugada)… Estávamos então em plena estação seca…


Após uma rápida reunião dos Comandantes dos Dest, iniciou-se a progressão a corta-mato, em direcção à região Xime 4B5-58, onde fizeram paragem para descanso e almoço, entre as 12h00 e as 16h00.  Pelas 17h00 do dia 14.  o local foi atingido o local escolhido para pernoita e montagem de emboscadas nocturnas (em Xime 4A8-48). 


Repare-se como escassos quilómetros em linha recta, nas matas da Guiné, levavam um dia a percorrer em corta-mato…Quando o sol estava a pique, não havia outro remédio senão procurar a sombra protectora e a fresquidão da orla da mata, circundante de uma bolanha ou lala, até às 4h00 da tarde… Homens e bichos reduziam ao mínimo a sua penosa actividade fisiológica…


Verificou-se, através de vestígios, que o IN tinha reconhecido o trilho utilizado pelas NT durante a Op Navalha Polida , em 2-3 de Janeiro de 1970, na regiãode Seco Braima), embora não tivessem sido detectadas quaisquer minas ou armadilhas. Seco Braima era um dos vértices do temível triângulo (ou península) Galo Corubal - Satecuta - Seco Braima, na margem direita do Rio Corubal (aí justamente onde vai desaguar o Rio Pulom).


Às 4h00 da manhã do dia D + 1 (ou seja,  15 de Fevereiro), os Dest continuaram a progressão até atingirem um trilho muito batido na região Xime 4 F2 – 29. Aí ficou emboscado o Dest B (CCAÇ 2404), reforçado por 1 Gr Comb do Dest C (CCAÇ 12), enquanto os outros Dest seguiram em direcção a Satecuta.


Pelas 7h00, o Dest B (CART 2413) avistou 1 grupo IN de 15/20 elementos, tendo-o deixado aproximar-se. No momento oportuno, e denotando grande disciplina e sangue frio, os homens da frente abriram fogo,  causando 1 morto deixado no terreno (um roqueteiro),  e feridos prováveis. Houve um gasto mínimo de munições (1 dilagrama e 1 carregador de G-3). Foi apreendido ao IN um RPG-2 (LGFog) e várias granadas.


O IN dispersou imediatamente e flagelou o Dest B quando alguns elementos deste foram à zona de morte a fim de verificar os resultados colhidos.


Os Dest A e C foram também flagelados com fogo de morteiro e armas automáticas, não reagindo para não revelar a sua localização exacta e movimentando-se apenas para conseguir estabelecer ligação com o Dest B.


Uma vez que toda a população e elementos IN da área (península  Galo Corubal - Satecuta - Seco Braima) tinham ficado alertados, devido à troca de tiros, as NT após uma batida muito rápida retiraram de forma a evitar quaisquer emboscada de outros grupos IN vindos de Seco Braima ou Galo Corubal.


O ponto de reunião inicial (Culôbo) foi atingido cerca das 10h00 do dia 15 de Fevereiro, regressando depois as NT aos seus aquartelamentos, uns às 11h30 (CART 2413, Xitole) e outros uma hora mais tarde (CCAÇ 2404, Mansambo, juntamente com a CCAÇ 12, que depois seguiu para Bambadinca em coluna auto).


Constatou-se que o IN, depois da Op Navalha Polida, tinha redobrado de vigilância, patrulhando constantemente a região entre Seco Braima e Galo Corubal a avaliar pelos trilhos feitos.


Verificou-se também que por vezes executa tiros à distância na tentativa de localizar as NT e posteriormente montar-lhes embocadas, especialmente no regresso. No presente caso, as NT não tiveram qualquer reacção pelo fogo, o que malogrou as intenções do IN.


Transcrição da Mensagem 676/C COM-CHEFE (REP/OPE): “COM-CHEFE manifesta seu agrado realização Op Bodião Decidido e resultados obtidos”


Em geral, o Com-Chefe só mandava mensagens destas quando havia grande ronco: no mínimo, apreensão de material de guerra, prisioneiros ou mortos IN, confirmados no terreno. Os burocratas da guerra do ar condicionado, em Bissau, sabiam que, por sistema, os operacionais, os do mato, tinham tendência para amplificar e até hiperbolizar os seus feitos heróicos e contabilizar baixas no papel que não tinham qualquer correspondência no terreno… Em suma, todos, do alferes ao tenente coronel, queriam ficar bem na fotografia... Por causa das dúvidas, os pára-quedistas do BCP 12 fotografavam os cadáveres, quando havia tempo e vagar para isso…


(83) Op Leão Nómada: Biro, 24 de Fevereiro


A 24 de Fevereiro de 1970, efectua-se outra operação a nível de Batalhão, a fim de executar um golpe de mão conjugado com emboscadas em linha e batida na área compreendida entre o Rio Samba Uriel, o limite da ZA das CART 2413 e CCAÇ 2404 e estrada Xitole-Mansambo.


É de notar que neste sector (L1) qualquer operação implicava a afectação de importantes meios humanos: no mínimo, dois destacamentos, 6 grupos de combate, duas ou mais companhias... A desproporção de meios era flagrante: levávamos entre 150 a 250 homens, para andar à caça de 15 a 30 guerrilheiros (menos de um bigrupo)... Esta região tinha sido. um ano antes,  palco de uma megaoperação, que mobilizara 1200 homens, entre miliatres e carregadores: Op Lança Afiada, de 8 a 18 de Março de 1969 (vd poste da I Série,  de 14 de Novembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCLXXXIX: Op Lança Afiada (IV): O soldado Spínola na margem direita do Rio Corubal).


Das declarações prestadas pelo prisioneiro Festa Na Lona (capturado em 21 de Janeiro, na Ponta do Inglês, no decurso da Op Safira Única), ficou a saber-se que o IN tinha um acampamento na região de Biro, junto à margem direita do Rio Bissari depois da confluência com o Rio Samba Uriel. Os efectivos eram estimados em 30 elementos, divididos em 2 grupos de 15 e dispondo de Mort 60, LGFog e armas automáticas.


A Op Leão Nómada  foi realizada por forças da CCAÇ 2404 (Mansambo), a 2 Gr Comb, e da CCAÇ 12 (2º e 4º Gr Comb), formando o Dest A; e ainda pela  CART 2413 (Xitole), a 2 Gr Comb reforçados (Dest B).


O prisioneiro Festa Na Lona serviu de guia. No decorrer da acção, quando as NT progrediam na região de Galoiel/Biro, ouviram tiros de reconhecimento e aviso feitos pelo IN.


Encontraram-se trilhos batidos (especialmente o trilho assinalado na carta que conduz à foz do Rio Bissari e daí à região de Galo Corubal, apresentando indícios de ser utilizado por pequenos grupos IN em acções de patrulhamento) e grandes extensões de capim queimado, mas as NT não conseguiram localizar o acampamento IN.


No mínimo temos de reconhecer a coragem e a coerência dos combatentes do PAIGC que, mesmo sob as duras condições (físicas e psicológicas) de cativeiro, eram capazes de nos ludibriar, a nós e aos nossos guias (fulas e mandingas), de modo a pôr a salvo os seus camaradas e a população afecta à guerrilha...Já vimos como, em operação anterior, a Op Boga Destemida, outro prisioneiro, Jomel Nanquitande, balanta,  conseguira fugir, debaixo de fogo, algemado e provavelmente ferido (*)... Houve mais casos destes no Sector L1 (já aqui relatados: estou-me a lembrar da Op Anda Cá, na região de Madina/Belel, em 22/23 de Fevereiro de 1969, vd. depoimento de Beja Santos)...


Nunca cheguei a saber qual foi o destino dado ao Festa Na Lona, provavelmente recambiado para a região do Gabu, para ser de novo interrogado e forçado a servir de guia às NT... (Se é que a sua história era verdadeira e consistente, o pertencer a uma unidade do Gabu e estar na região do Xime a passar... férias!).


Menos de ano e meio depois, em Julho de 1971, as NT (incluindo a CCAÇ 12, forças de Mansambo - CART 2714,  e do Xitole - CART 2716 ) voltam a Satecuta... A Op Quadrilha Sagaz já aqui foi relatada... De batalhão para batalhão, as operações pareciam ser feitas a papel químico...


__________
 
Fontes consultadas:

História da Companhia de Caçadores 12 (CCAÇ 2590): Guiné 1969/71. Bambadinca: CCAÇ 12. 1971. Cap. II. pp. 28-29.Policopiado


História do BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70). Policopiado

Diário de um Tuga, de Luís Graça. Manuscrito



__________


Notas do editor:


(*) Vd. último poste da série > 9 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8071: A minha CCAÇ 12 (16): O 1º Cabo Galvão, ferido duas vezes em 9 de Fevereiro de 1970, segunda feira de Carnaval...Uma violenta emboscada em L em Gundagué Beafada, Xime (Op Boga Destemida)


(**) CART 2413:  Independente, foi mobilizada pelo RAP 2. Partiu para a Guiné em 11 de Agosto de 1968 e regressou a 18 de Junho de 1970. Esteve em  Fá Mandinga e Xitole. Comandantes:  Cap Art Raul Alberto Laranjeira Henriques; Cap Inf José Medina Ramos. Por seu turno, a CCAÇ 2404 (Mansambo) fazia parte do BCAÇ 2852.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Guiné 63/74 - P7888: A minha CCAÇ 12 (13): Janeiro de 1970 (1): assalto ao acampamento IN de Seco Braima e captura de Jomel Nanquitande (Luís Graça)


Guiné > Zona Leste > Sector L1 (Bambadinca)  > Carta do Xime (1961) (1/50000) > Excerto: A posião relativa de parte dos subsectores de Mansambo e Xime, com destaque para a península de Galo Corubal - Satecuta - Seco Braima (ou Darsalame), na margem direita do Rio Corubal,  à direita da estrada Mansambo - Ponte do Rio Jagarajá - Ponte dos Fulas - Xitole... Da ponte do Rio Jagarajá até Satecuta, junto ao Rio Corubal não são mais do que 8 quiómetros em linha recta... Nesta operação, partiriam às 9h00 da amanhã, com um intervalo às 12h00 para descanso e pernoitando às 17h00 num trilho que conduzia a Galo Corubal, para prosseguirem às 3h30 da manhã para Satecuta e, por fim, Seco Braima, acampamento que foi assaltado, já de manhã, cerca das 7h00... A toque de caixa, no regresso, chegariam ao ponto de partida por volta das 13h00... com gente esgotada e desidratada, mais um prisioneiro, combatente (que dali a uma semana levaria a CCAÇ 12 a embrulhar de novo, explorando informações obtidas do seu interrogatório em Bambadinca: Op Borboleta Destemida). Em geral, ia-se uma vez por ano a esta península, na época seca, e com efectivos entre 200 a 250 homens (3 destacamentos), além de apoio da FAP e da artilharia (Mansambo)... (LG)





Guiné > Zona leste > Sector L1 (Bambadinca) > Mansambo > CCAÇ 2404 (1969/70) > Aspectos do aquartelamento construído, de raíz, pela CART 2339 (1968/69). Diversas operações em que esteve envolvida a CCAÇ 12 (1969/71)  começavam aqui... Foi o caso da Op Navalha Polida, de assalto à base do PAIGC de Satecuta, na margem


Fotos: © Arlindo Teixeira  (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados




A. Continuação da série A Minha CCAÇ 12 (*), por Luís Graça



(7) Janeiro de 1970: 3 assaltos a objectivos IN

Durante o período de Janeiro a Abril de 1970, coincidindo com a época seca, a CCAÇ 12 desenvolveria uma intensa actividade operacional ofensiva, realizando:



(i) 7 operações a nível de Batalhão (das quais 6 com contacto): por exemplo, Op Navalha Polida, Op Borboleta Destemida e Op Safira Única, só em Janeiro de 1970.


(ii) 3 operações a nível de Companhia (uma com contacto e as outras com vestígios do IN);


(iii)  e ainda 10 acções, além da actividade de rotina (Missão do Sono, Mato Cão, Ponte do Rio Udunduma, tabancas em auto-defesa, colunas logísticas...).


(7.1) Op Navalha Polida: assalto imediato ao destacamento IN de Seco Braima, junto ao Rio Corubal, no subsector do Xitole





Em 2 de Janeiro de 1970, às 5h00, dava-se início à Op Navalha Polida para uma batida à região de Galo Corubal-Satecuta-Seco Braima, e em que participaram mais de 200 homens:  3 Gr Comb da CCAÇ 12 (Dest A), além de forças da CCÇ 2404, a 2 Gr Comb   (Dest B) e CART 2413, a 2 Gr Comb  (+) (Dest C),  estas duas últimas sediadas, respectivamente, em Mansambo e Xitole.

Sabia-se, em consequência da Op Lança Afiada (**), que o IN ocupava a península de Galo Corubal-Satecuta cujas bolanhas eram cultivadas por uma numerosa população de balantas e beafadas.

Mais recentemente um RVIS efectuado pela Força Aérea e uma emboscada que 1 Gr Comb da CART 2413 (Xitole) sofreu entre o Xitole e a Ponte dos Fulas, viriam confirmar a existência de 1 bigrupo naquela área.

A missão das NT era bater a península de Galo Corubal-Satecuta-Seco Braima, procurando aniquilar os elementos IN armados, aprisionar a população e destruir todos os meios de vida.

Desenrolar da acção:
Os 3 Destacamentos encontraram-se por volta das 9h00 perto da ponte sobre o Rio Jagarajá, na estrada Mansambo-Xitole, tendo iniciado imediatamente a progressão a corta-mato em direcção ao objectivo. Por volta das 12h00, fizeram um descanso em (Xime 4B5-5C)



Pelas 17h00 atingiram o local de pernoita (Xime 4A8-48), tendo-se emboscado junto a um antigo trilho que conduzia a Galo Corubal. A instalação foi feita de forma a conseguir-se apoio mútuo entre os três Destacamentos e a neutralizar uma eventual acção de surpresa do IN.

No dia seguinte, às 3h30, os Dest B e C iniciaram, de maneira vagorosa e cautelosa (devido às dificuldades do terreno (capim alto, vegetação densa) o movimento em direcção a Satecuta. E uma hora mais tarde o Dest A (CCAÇ 12) começou a deslocar-se para a região de Seco Braima, tendo ouvido por volta das 7h00 ruídos do pilão e vozes humanas.

Dirigindo-se imediatamente nessa direcção, o Dest A [CCAÇ 12] teve de cambar um curso de água, utilizando uma ponte submersível feita de troncos de cibe, deixando então de ouvir as vozes por se encontrar numa baixa.

Entretanto, o 4º Gr Comb ficava emboscado junto ao ponto de cambança. Continuada a progressão ao longo da margem, ouviram-se de novo vozes. Feita a aproximação de maneira cautelosa, verificou-se que havia ali um destacamento avançado do IN que deveria constituir o dispositivo de segurança próxima da tabanca de Seco Braima.

Como era impossível qualquer manobra de envolvimento sem ser detectado, devido ao capim e à vegetação arbustiva, o Comandante do Dest A deu ordem para que os homens da frente fizessem um assalto imediato. O acampamento foi atacado à granada de mão, tendo-se ouvido gritos lancinantes de dor.

Apesar de surpreendido, o IN reagiu rapidamente com armas automáticas, ao mesmo tempo que retirava, levando dois corpos de arrasto (no terreno havia sinais de arrastamento de 2 corpos através do capim e vestígios de sangue).

Concentrando o fogo na direcção da retirada do IN, os 2 Gr Comb (1º e 2º ) do Dest A tomaram o acampamento que era constituído por 5 casas de mato. Feita a batida a zona, encontrou-se o seguinte material:

5 granadas de RPG-2,
1 carregador de Metralhadora Ligeira Degtyarev,
2 lâminas de carregadores com 18 cartuchos,
além de vários utensílios e um balaio cheio de arroz.

Entretanto, já os Dest B e C tinham atingido o acampamento de Satecuta, de resto abandonado (há uma semana atrás, com vestígios de muitos trilhos recentes). Porém, devido aos rebentamentos que se ouviam da direcção de Seco Braima, alguns elementos IN, de passagem em Satecuta, foram alertados e na fuga seriam interceptados pelo Dest C [CART 2413] que abriu fogo sobre eles.



O  IN reagiu da vários pontos da mata. Na perseguição as NT fizeram um prisioneiro,  de nome Jomel Nanquitande, ferido, deixado para trás pelos seus companheiros, que no entanto recuperaram a sua arma. O seu ferimento não era grave, aos olhos de um tuga. Após uma semana de recuperação e de interrogatórios, o Jomel seria obrigado pelas NT a participar como guia para um assalto de mão ao acampamento IN de Ponta Varela que conhecia bem [, a sudoeste do Xime, na direcção de Madina Colhido]: Op Borboleta Destemida (CCAÇ 12, a 4 GR Comb + CART 2520, a 2 Gr Comb, operação realizada a 13 de Janeiro de 1970, e que descreveremos no próximo poste desta série).


Quase simultaneamente os 2 Gr Comb do Dest A em Seco Braima começariam a ser flagelados com canhão s/r e mort 82, instalados na margem esquerda do Rio Corubal, em frente de Ponta Jai. Foi entretanto pedido apoio aéreo e dada ordem de retirada pelo PCV. Enquanto os bombardeiros T 6 martelavam as posições do IN, as NT retiraram  ordenadamente.

Os 3 Dest encontraram-se na estrada Mansambo-Xitole, por volta das 13h00 do dia 3, tendo o Dest C seguido para o Xitole e os Dest B e A para Mansambo em coluna apeada (até à Ponte dos Fulas e ponte do Rio Bissari, respectivamente). Devido ao elevado cansado de alguns militares dos Dest A e B, foram recolhidos em viaturas no Rio Bissari.

Em resultado da acção das NT, o IN teve 2 mortos prováveis e vários feridos confirmados, além dum capturado.

Durante o mês de Janeiro o IN manifestar-se ainda nos subsectores de Xitole e Mansambo:

(i) a 19, montando 2 minas A/P, na estrada, das quais uma foi accionada por uma viatura, com rebentamento de pneu, e a outra detectada e levantada, verificando-se pela sua análise que estava completamente nova;

(ii) a 20, fazendo um pequeno grupo vindo do sul queimadas na região de Moricanhe  (antigo destacamento de milícias abandonado em meados de 1969, depois do ataque a Bambadinca em 28 de Maio desse ano);



(iii) a 21, flagelando (um grupo não estimado), de SW,  durante 30 minutos, o aquartelamento de Mansambo, com utilização de Mort 82, LGfog e armas automáticas, mas sem consequências para as NT; 


(iv) a 27, às 20h20, flagelando (um grupo não estimado), de NW e SW, durante 2 horas, o destacamento de Taibatá (Pel Mil 242), utilizando 2 Canhões s/r, 2 Mort 60 e LGFog, sem consequências.


No resto do Sector L1, houve ainda as seguintes acções IN durante o mês de Janeiro de 1970:


(v) Um grupo estimado em 15/20 elementos flagelou, de Norte e Oeste, em 5 de Janeiro, às 17h00, durante 20 minutos, o aquartelamento de Missirá (Pel Caç Nat 54 e Pel Mil 201), durante 20 minutos, com recurso a Mort 82, Mort 60, LGFog e armas automáticas, sem consequências;


(vi) Assalto a Nhabijão Bedinca (um das tabancas do aglomerado populacional de Nhabijões), em 7 de Janeiro, por volta das 20h30: um grupo não estimado, vindo do Cuor (a norte), raptou uma bajuda e uma mulher grande;


(vii) Um grupo não estimado emboscou as NT em Xime 3XC7-27, com Mort 82, causando 4 feridos ligeiros, em 14 de Janeiro, no decurso da Op Borboleta Destemida;


(viii) Flagelação, de oeste, durante 15 minutos, do destacamento de Finete (Pel Mil 202), no dia 17, às 18h15, com utilização de Mort 82, LGFog e armas automáticas, sem consequências;


(ix) A 19, uma viatura nossa accionou uma mina A/P, causando rebentamento de um pneu, em Xime 7C-3.


 ________________



Fontes consultadas:


História da Companhia de Caçadores 12 (CCAÇ 2590): Guiné 1969/71. Bambadinca: CCAÇ 12. 1971. Cap. II. 21-22.

História do BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70)

Diário de um Tuga 



________________

 
 Notas de L.G.



(*) vd. poste de 24 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7852: A minha CCAÇ 12 (12): Dezembro de 1969, tiritando de frio, à noite, na zona de Biro/Galoiel, subsector de Mansambo (Luís Graça / Humberto Reis)


(**) Vd. postes da I Série do nosso blogue:


15 de Outubro de 2005 > Guiné 63/74 - CCXLIII:Op Lança Afiada (1969): (i) À procura do hospital dos cubanos na mata do Fiofioli


9 de Novembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCLXXXI: Op Lança Afiada (1969) : (ii) Pior do que o IN, só a sede e as abelhas


9 de Novembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCLXXXIII: Op Lança Afiada (1969): (iii) O 'tigre de papel' da mata do Fiofioli


14 de Novembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCLXXXIX: Op Lança Afiada (IV): O soldado Spínola na margem direita do Rio Corubal

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7852: A minha CCAÇ 12 (12): Dezembro de 1969, tiritando de frio, à noite, na zona de Biro/Galoiel, subsector de Mansambo (Luís Graça / Humberto Reis)



Guiné > Zona leste > Sector L1 (Bambadinca) > Xime > CART 2520 (1969/71) >  s/d > O Fur Mil At Inf Arlindo Roda  (CCAÇ 12, Bambdaionca, 1969/71) junto ao um dos obuses 10.5 que defendiam o aquartelamento e tabanca do Xime... A CCAÇ 12 fez inúmeras operações no sector do Xime (bem como no de Mansambo, a sul, entre Bambadinca  e o Xitole).






Guiné > Zona leste > Sector L1 (Bambadinca) > s/d > CCAÇ 12 (1969/71) > Algures numa nas numerosas tabancas fulas em autodefesa, o Fur Mil At Armas Pesadas Inf, Henriques, posando para a fotografia com um RPG2, que estava distribuído à milícia local, reforçada (temporiaramente com uma secção da CCAÇ 12).







Guiné > Zona leste > Sector L1 (Bambadinca) > s/d > CCAÇ 12 (1969/71) > Algures numa nas numerosas tabancas fulas em autodefesa, o Fur Mil At Inf Mil Luciano Severo de Almeida, posando para a fotografia com um RPG2... O Luciano de Almeida, que era natural de (ou residia em) um dos concelhos ribeirinhos da margem sul do Tejo (Montijo ?),  morreu (em circunstâncias violentas, ao que me disseram), anos depois do regresso à Metrópole. Fiquei chocado com a sua morte.

Fotos: © Arlindo T. Roda (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados







Guiné > Zona leste > Sector L1 (Bambadinca) > s/d > CCAÇ 12 (1969/71) > Destacamento da Ponte sobre o Rio Udunduma (dinamitada pelo PAIGC em 28 de Maio de 1969). A partir de Dezembro de 1969, a sua defesa (até então a cargo da unidade de quadrícula do Xime, a CART 2520) passou a ser da CCAÇ 12, do Pel Caç Nat 52 e da CCS/BCAÇ 2852 e mais tarde do BART 2917.




Guiné > Zona leste > Sector L1 (Bambadinca) > s/d > CCS/BART 2917 (1970/72) O Fur Mil Op Esp, Pel Rec Inf, CCS/BART 2917 (1970/72),  no alto da ponte, na "prancha de saltos"... O rio (afluente do Geba) ajudava a matar o tédio dos dias, já que as noites eram infernais (por causa do calor e dos mosquitos, no tempo das chuvas)... Só havia valas, protegidas por bidões de areia e chapas de zinco... No nosso tempo, nunca chegou haver nenhum ataque ou flagelação do PAIGC...






Guiné > Zona leste > Sector L1 (Bambadinca) > s/d > CCAÇ 12 (1969/71) (?) > Um militar africano, com a famigerada bazuca 8,9 cm, M20, de origem americana...

Fotos: © Benjamim Durães (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados






A. Continuação da série A Minha CCAÇ 12 (*), por Luís Graça 

(6) Bamdabinca, Dezembro de 1969: Tiritando de frio, à noite, na zona de Biro/Galoiel, subsector de Mansambo



(6.1) Op Estrela Grandiosa


A 5 de Dezembro de 1969, 2 Gr Comb da CCAÇ 12, juntamente com forças da CART 2520 [, unidade de quadrícula do Xime,] e do Pel Caç Nat 63 (, Fá Mandinga, comandada pelo Alf Mil Art Jorge Cabral, o nosso querido Alfero Cabral,) efectuam a Op Estrela Grandiosa em repetição da Op Tigre Valente (patrulhamento ofensivo na região de Ponta Varela /Poindon, passando pelo antigo acampamento IN destruído em Setembro passado). Não houve contacto nem se detectaram vestígios do IN.


(6.2) Acção Hindu


A 7, o 1º Gr Comb da CCAÇ 12, comandado pelo Alf Mil Op Esp, Francisco Moreira, e o Pel Caç Nat 52 (Missirá, comandado pelo Alf Mil Beja Santos) levam a efeito a Acção Hindu, patrulhando as tabancas a sueste de Bambadinca (Sinchã Dembel, Iero Nhapa, Aliu Jai, Queroane, Queca e Sare Nhado).


(6.3) Op Lua Nova


A 13, realizava-se uma operação a nível de Batalhão no subsector de Mansambo, a fim de bater a área de Sangué-Bemba (Danejo), Galoiel e Biro (Op Lua Nova).


Desde há muito que estavam referenciados trilhos do IN, vindos de Mina e dirigindo-se para a área de Mansambo, com passagem por Biro e Galoiel. O IN tinha-se aqui instalado montando destacamentos avançados e/ acampamentos temporários. Ainda recentemente, em Agosto, forças heli-transportadas haviam destruído as instalações de Biro, capturando diverso material, na exploração imediata de informações dadas por uma prisioneiro, o Malan Mané, roqueteiro do bigrupo comandado por Mamadu Indjai.


Depois disso, esta era a primeira operação que as NT realizavam a Biro. Admitia-se que o IN voltasse mais cedo ou mais tarde a esta região a fim de levar a cabo acções no subsector de Mansambo, com especial incidência sobre a estrada Bambadinca-Mansambo-Xitole.


A progressão e batida foi executada por 2 Dest apoiando-se mutuamente. Participaram na operação forças da CCAÇ 2404 (a nova unidade de quadrícula de Mansambo que viera substituir a CART 2339, dos nossos camarigos Carlos Marques dos Santos e Torcato Mendonça;  tinha passado por Teixeira Pinto e Binar, pertencendo ao BCAÇ 2852,  Bambadinca, 1968/70), Pel Caç Nat 52 (Missirá) e Pel Caç Nat 63 (Fá), além de 2 Gr Comb da CCAÇ 12.

Como se estava na altura do ano em que a humidade atmosférica é mais elevada, atingindo a temperatura à noite valores mínimos de 15º, as NT foram duramente afectadas pelo frio no decurso desta operação, enquanto ficaram emboscadas em Galoiel. (Pessoalmente, não me lembro de ter rapado tanto frio em toda a minha vida!)


A tabanca de Biro foi assaltada ao amanhecer, verificando-se que estava abandonada há meses. Todos os vestígios do IN eram antigos. Constatou-se que Galoiel e Biro eram uma zona que reunia condições ideais para refúgio e instalação do IN devido ao relevo e arborização do terreno. Os Dest regressaramn a Mansambo ao longo da margem esquerda do Rio Bissari.




(6.4) Destacamento da Ponte do Rio Udunduma


A partir de 16, a segurança da ponte do Rio Udunduma deixa de ser da responsabilidade da CART 2520 (1que tinha ali 2 secções destacadas desde Junho), passando a ser feita pelos Gr Com da CCAÇ 12, Pel Caç Nat 52 e outras subunidades afectas ao comando de Bambadinca (como o Pel Caç Nat 63). A importância estratégica deste ponto sensível justificava que houvesse ali um destacamento permanente. No primeiro ataque a Bambadinca, em 28 de Maio de 1969, o IN tentara dinamitar a ponte, a fim de cortar a estrada Bambadinca-Xime.




(6.5) Op Punhal Resistente



A 21, tem lugar outra operação a nível de Batalhão com forças da CART 2520 (Xime), CCAÇ 2404 (Mansambo), Pel Caç Nat 52, além do 2º Gr Comb da CCAÇ 12 (que deixou de ter a comandandá-lo o Alf Mil At Inf António Manuel Carlão , destacado para o reordenamento de Nhabijões, em Novembro de 1969)  para uma batida à região de Baio/Buruntoni, onde do antecendente estava referenciado 1 bigrupo. O facto do IN, durante o tempo seco, não ter uma acampamento certo nesta região, pernoitando na mata sempre em sítios diferentes, tornava a missão das NT mais difícil e perigos (Op Punhal Resistente).


As NT, de resto, não chegariam a cumprir a missão  uma vez que se perderam. A região de Baio/Buruntoni é de floresta densa, sendo percorrida por numerosos cursos de água. Pontos há em, que não se vê a luz do sol e só se pode andar de rastos. Não se dispondo de guias conhecedores da região, e tornando-se impossível a orientação pela carta e mês,o pela bússola (porque não existiam pontos de referência no terreno e era necessário muitas vezes ir abrir caminho), este tipo de operações (batida com 2 destacamentos partindo um de Mansambo e outro do Xime para se encontrarem no ponto de coordenação) só são realizáveis nos… transparentes do gabinete do comando de operações

Na Op Punhal resistente, os 2 destacamentos depois de terem pernoitado em locais diferentes, só conseguiram localizar-se um ao outro graças ao PCV, tendo-se feito a sua junção com o auxílio de uma granada cujo rebentamento indicou a direcção a tomar.


Não houve contacto com o IN que, no entanto, fez fogo de morteiro ao anoitecer no dia D (21) para zona imediatamente a norte do Buruntoni, pressupondo porventura que as NT pernoitassem ali…


(6.6) Acção Guilhotina e Op Faca Húmida na quadra natalícia



A 24 a 24, 2 Gr Comb da CCAÇ 12, em cooperação com a autoridade administrativa de Bambadinca, onde estava aquartelada a companhia, levam a efeito uma rusga (com cerco) à tabanca de Mero, aldeia balanta, junto ao Rio Geba. Apesar de alguns indícios suspeitos, não foram detectados elementos IN ou população sob o seu conbtrolo, que vem aqui reabastecer-se, oriunda de Madina/Belel (no extremo noroeste do regulado do Cuor).


Para efeitos de controlo populacional, completou-se e actualizou-se o recenseamento dos habitantes de Mero (Acção Guilotina, nome de código da operação). Nas duas semanas anteriores, o IN tinha desencadeado várias acções de intimidação contra as populações de Canxicame, Nhabijão Bedinca e Bissaque, a última das quais levada a efeito por um grupo enquadrado por brancos (cubanos ?) que retirou para a região de Bucol, atravessando o Rio Geba de canoa, para norte.

Escrevi na altura, no meu diário: "Guardo, na memória, a hostilidade passiva com que a população nos recebe, a nós, tugas, e aos soldados fulas… Que pensará esta pobre gente balanta que não tem outro remédio senão fazer o jogo duplo ? De dia, acatam (mal) a autoridade administrativa de Bambadinca; à noite, recebem os seus parentes que estão no mato"...


Por outro lado, prevendo-se a possibilidade o IN atacar os aquartelamentos das NT durante a quadra festiva do Natal e Ano Novo, foi reforçado o dispositivo de defesa de Bambadinca. Assim, além da emboscada diária até às 1 a 3 horas da noite, a nível de secção reforçada num raio de 3 a 5 km (segurança próxima), passou a ser destacado 1 Gr Comb para Bambadincazinho (ou ...Bambadincazinha, como chamávamos à tabanca, em fase de reordenamento, a sul do quartel), todas as noites, no edifício da antiga Missão do Sono,  até às 6h da manhã, constituindo uma força de intervenção com a missão de fazer malograr o eventual ataque ao aquartelamento e/ou às tabancas da periferia, actuando pela manobra e pelo fogo sobre as prováveis linhas de infiltração e locais de instalação das bases de fogo do IN, ou no mínimo detê-lo e repeli-lo pelo fogo .


A 26 de Dezembro de 1969, forças da CART 2520 (Xime), reforçadas por um 1 Gr Comb da CCAÇ 12 realizam um patrulhamento ofensivo na região do Xime, Madina Colhido, Chacali, Colicumbel e Amedalai, sem detectarem vestígios do IN (Op Faca Húmida).


A 30, o Comandante Chefe, General António de Spínola, visita Bambadinca para apresentar cumprimentos de Ano Novo a todos os oficiais, sargentos e praças do Comando e CCS/BCAÇ 2852 e sub-unidades adidas, a CCAÇ 12 incluída.


Luís Graça

B. Comentário do Humberto Reis:



(...)  A desgraçada da CCAÇ 12, naqueles sectores L1 e L5 (do Enxalé, na margem Norte do rio Geba, até Galomaro e ao Saltinho), era pau para toda a obra.Tinha, em permanência, um pelotão no destacamento da Ponte (estrada Bambadinca-Xime) e tinha que TODAS AS NOITES colocar um outro pelotão nos arredores de Bambadinca a fazer a segurança ao aquartelamento para que "dentro do arame farpado" se pudesse dormir mais descansado.

De manhã, após uma bela noite a alimentar os mosquitos e depois dos Senhores da Guerra já terem feito o seu soninho mais tranquilo, quando o pelotão regressasse estava sujeito a sair para mais uma operação.

Aquando da abertura do novo itinerário Bambadinca-Xime (quando viemos embora em Março de 71, ainda não estava totalmente asfaltado) era exactamente o pelotão que tinha estado toda a noite emboscado que tinha de ir, com mais outro, fazer a segurança ao pessoal civil (era a empresa TECNIL) que estava a trabalhar nesse empreendimento. Só da parte da tarde estes dois pelotões eram substituídos por pelotões do Xime e regressavam então a Bambadinca.

Houve uma altura em que o comando do Batalhão sediado em Bambadinca (tinha a CCS com um Pel Rec, um Pel Sap, um Pel Morteiros, um Pel Daimler, um Pel Intendência e um Destacamento de Engenharia) ainda queria que o pessoal operacional da CCAÇ 12 fizesse serviços dentro do aquartelamento (oficial de dia, sargento de dia, cabo de dia, reforços, etc.).

Claro que eles pagavam HORAS EXTRAORDINÁRIAS, davam SUBSÍDIO DE REFEIÇÃO (em vales da Ticket Restaurante), um mês de férias com SUBSÍDIO, um 13º MÊS e uma mama de fora. Reclamei junto do nosso Capitão Brito (arrisquei levar uma porrada mas não levei por duas razões, nem eu fui malcriado ao ponto de ultrapassar os limites e ele é um bom homem) - Ele lá se convenceu e convenceu também o comando, da injustiça de tal situação e isso acabou logo após alguns dias.

Estórias que ajudam a fazer a História do nosso país, daquele país, daquele povo tão massacrado. Merecem melhor sorte. (...)

Fonte: Luis Graça & Camaradas da Guiné, I Série > 16 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCLXXIV: Aquelas noites frias de Dezembro (1) (L. Graça; H. Reis)


___________


Fontes consultadas:


História da Companhia de Caçadores 12 (CCAÇ 2590): Guiné 1969/71. Bambadinca: CCAÇ 12. 1971. Cap. II. 19-21.

História do BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70)
 
Diário de um Tuga
 

_________________
 
Nota de L.G.:
 
Último poste da série > 22 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7655: A minha CCAÇ 12 (11): Início do reordenamento de Nhabijões, em Novembro de 1969 (Luís Graça)

terça-feira, 17 de junho de 2008

Guiné 63/74 - P2957: O Nosso Livro de Visitas (18): Fernando Teixeira, ex-1.º Cabo Aux. Enfermeiro da CCAÇ 2404/BCAÇ 2852 (Guiné 1968/70)

1. No dia 10 de Junho de 2008, recebemos esta mensagem do nosso camarada Fernando Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enfermeiro da CCAÇ 2404/BCAÇ 2852:

Caro companheiro, Luís
Parabéns pelo site e tertúlia que você deve ser o cérebro deste feito.

Está muito bom. E ainda não me de debrucei em pormenor. Ler com calma e perceber coisas que eu mesmo já tinha esquecido. Aliás, consegui esquecer-me de muitas coisas que passei. Nem me interessa, para já, recordar.

Apresento-me: Fernando Maria Neves Teixeira, 1.º Cabo Enfermeiro.
Desembarquei em Bissau em 30 de Julho de 1968, passei por Teixeira Pinto, Binar, Bambadinca e desembarquei em Lisboa no dia 25 de Junho de 1970.
Pertenci à CCAÇ 2404/BCAÇ 2852.

Como estou reformado, vou conseguindo algum tempo e irei consultar mais em pormenor a Tertúlia através do seu blogue.
Enviei um email ao colega Carlos Fortunato a solicitar-lhe informações de contactos do meus colegas de Companhia. Se souber alguns contactos desde já agradeço.

As minhas saudações fraternas;
Fernando Teixeira


2. Em 17 de Junho foi enviada resposta ao Fernando Teixeira

Caro Fernando Teixeira
Gratos pelo teu contacto.

Obrigado pelas tuas palavras dirigidas ao nosso Blogue que também é teu.
O nosso Blogue destina-se a todos os ex-combatentes da Guiné que queiram colaborar na sua feitura.
Cada um de nós pode contribuir com os relatos das suas experiências e com fotografias que tenham alguma estória.

Aproveito para, em nome dos editores e da restante Tertúlia, te convidar a aderir à nossa Tabanca Grande, como é conhecido o Blogue entre nós.
Na volta do correio envia uma foto do teu tempo de tropa e outra actual, tipo passe de preferência, e conta algo sobre ti e a tua Unidade.

Quanto ao pedido de contacto que pedes, consultei a página do nosso camarada Jorge Santos em http://guerracolonial.home.sapo.pt/ e encontrei um camarada da CCS do teu Batalhão, de nome Carvalhal (...).
Contacta-o pois podes a partir dele conhecer mais malta da tua Companhia ou do Batalhão.

Um abraço
Carlos Vinhal
Co-editor do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné
____________

Nota do editor

Último poste da série de 15 de junho de 2008 > Guiné 63/74 - P2947: O Nosso Livro de Visitas (17): Henrique Martins de Castro, CART 3521 (Piche, Bafatá e Safim, 1971/74)

terça-feira, 7 de março de 2006

Guiné 63/74 - P595: Assalto ao destacamento IN de Seco Braima, na margem direita do Rio Corubal (Janeiro de 1970, CCAÇ 12, CAÇ 2404, CART 2413)

Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Subsector do Xitole > 1970 > Forças da CCAÇ 12 (na foto, o 2º Grupo de Combate, dos furriéis milicianos Humberto Reis e Tony Levezinho) atravessando uma bolanha, a caminho da península de Galo Corubal-Satecuta, na margem direita do Rio Corubal. O Humberto vem atrás dos homens da bazuca e do lança-rockets (igual à dos páras). E, mais atrás, os 1ºs cabos (metropolitanos) Alves e Branco. Participei na operação, abaixo relatada, integrado desta vez no 4º Gr Combate. Como me dizia amavelmente o meu capitão Brito - era um gentleman! - , eu era o peão de nicas, o tapa-buracas, o suplente, o que substituía os camaradas furriéis doentes, convalescentes, desenfiados ou em férias... Não sei por que carga de água é que os psicotécnicos (ou os pides...) disseram que eu era bom para apontador de armas pesadas de infantaria. Como a CCAÇ 12 era uma companhia de intervenção, não tendo armas pesadas, eu tornei-me um polivalente, um pau para toda a obra ... (LG)

Arquivo pessoal de Humberto Reis (ex-furriel miliciano de operações especiais, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71). © Humberto Reis (2006).


Extractos de:
História da CCAÇ. 12: Guiné 1969/71. Bambadinca: Companhia de Caçadores 12. 1971. Capítulo II. 22-23. (Documento policopiado, elaborado pelo ex-furriel mil Henriques, com a colaboração e a cumplicidade de muita gente, a começar pelo sargento Piça, mandado classificar como reservado pelo comandante da unidade e distribuído, à sua revelia, aos quadros metropolitanos, na véspera da sua rendição individual, em finais de Fevereiro e princípios de Março de 1971... Não creio que tenha sido nenhum crime de lesa-pátria...) (LG).

(7) Janeiro de 1970: 3 assaltos a objectivos INDurante o período de Janeiro a Abril de 1970, coincidindo com a época seca, a CCAÇ 12 desenvolveria uma intensa actividade operacional ofensiva, realizando 7 operações a nível de Batalhão (das quais 6 com contacto), 3 operações a nível de Companhia (uma com contacto e as outras com vestígios do IN) e ainda 10 acções, além da actividade de rotina.

(7.1) Op Navalha Polida: assalto imediato ao destacamento IN de Seco Braima
Em 2, às 5h00, dava-se início à Op Navalha Polida para uma batida à região de Galo Corubal-Satecuta-Seco Braima, e em que participaram 3 Gr Comb da CCAÇ 12 (Dest A), além de forças da CCÇ 2404 (Dest B) e CART 2413 (Dest C), [estas duas últimas sediadas, respectivamente, em Mansambo e Xitole].

Sabia-se, em consequência da Op Lança Afiada (1), que o IN ocupava a península de Galo Corubal-Satecuta (2) cujas bolanhas eram cultivadas por uma numerosa população de balantas e beafadas.

Mais recentemente um RVIS efectuado pela Força Aérea e uma emboscada que 1 Gr Comb da CART 2413 sofreu entre o Xitole e a Ponte dos Fulas, viriam confirmar a existência de 1 bigrupo naquela área.

A missão das NT era bater a península de Galo Corubal-Satecuta-Seco Braima, procurando aniquilar os elementos IN armados, aprisionar a população e destruir todos os meios de vida.

Desenrolar da acção:

Os 3 Destacamentos encontraram-se por volta das 9h00 perto da ponte sobre o Rio Jagarajá, na estrada Mansambo-Xitole, tendo iniciadoimediatamente a progressão a corta-mato em direcção ao objectivo.

Pelas 17h00 atingiram o local de pernoita, tendo-se emboscado junto a um antigo trilho que conduzia a Galo Corubal. A instalação foi feita de forma a conseguir-se apoio mútuo entre os Dest e a neutralizar uma eventual acção de surpresa do IN.

No dia seguinte, às 3h30, os Dest B e C iniciaram o movimento em direcção a Satecuta. E uma hora mais tarde o Dest A começou a deslocar-se para a região de Seco Braima (3), tendo ouvido por volta das 7h00 ruídos do pilão e vozes humanas.

Dirigindo-se imediatamente nessa direcção, o Dest A [CCAÇ 12] teve de cambar um curso de água, utilizando uma ponte submersível feita de troncos de cibe, deixando então de ouvir as vozes por se encontrar numa baixa.

Entretanto, o 4º Gr Comb ficava emboscado junto ao ponto de cambança. Continuada a progressão ao longo da margem, ouviram-se de novo vozes. Feita a aproximação de maneira cautelosa, verificou-se que havia ali um destacamento avançado do IN que deveria constituir o dispositivo de segurança próxima da tabanca de Seco Braima.

Como era impossível qualquer manobra de envolvimento sem ser detectado, devido ao capim e à vegetação arbustiva, o Comandante do Dest A deu ordem para que os homens da frente fizessem um assalto imediato. O acampamento foi atacado à granada de mão, tendo-se ouvido gritos lancinantes de dor.

Apesar de surpreendido, o IN reagiu rapidamente com armas automáticas, ao mesmo tempo que retirava, levando dois corpos de arrasto (no terreno havia sinais de arrastamento de 2 corpos através do capim e vestígios de sangue).

Concentrando o fogo na direcção da retirada do IN, os 2 Gr Comb (1º e 2º ) do Dest A tomaram o acampamento que era constituído por 5 casas de mato. Feita a batida a zona, encontrou-se o seguinte material:

5 granadas de RPG-2,
1 carregador de Metralhadora Ligeira Degtyarev,
2 lâminas 18 cartuchos,
além de vários utensílios e um balaio cheio de arroz.

Entretanto, já os Dest B e C tinham atingido o acampamento de Satecuta, de resto abandonado. Porém, devido aos rebentamentos que se ouviam da direcção de Seco Braima, alguns elementos IN, de passagem em Satecuta, foram alertados e na fuga seriam interceptados pelo Dest C [CART 2413] que abriu fogo sobre eles. 0 IN reagiu da vários pontos da mata. Na perseguição as NT fizeram um prisioneiro que ficara para trás, ferido.

Quase simultaneamente os 2 Gr Comb do Dest A em Seco Braima começariam a ser flagelados com canhão s/r e mort 82, instalados na margem esquerda do Rio Corubal, em frente de Ponta Jai. Foi entretanto pedido apoio aéreo e dada ordem de retirada pelo PCV. Enquanto os bombardeiros T 6 martelavam as posições do IN, as NT retiraram mas ordenadamente.

Os 3 Dest encontraram-se na estrada por volta das 13h00, tendo o Dest C seguido para o Xitole e os Dest B e A para Mansambo em coluna apeada (até à Ponte dos Fulas e ponte do Rio Bissari, respectivamente).

Em resultado da acção das NT, o IN teve 2 mortos prováveis e vários feridos confirmados, além dum capturado (4).

O IN manifestar-se ainda nos subsectores de Xitole Mansambo:

(i) a 19 (montando 2 minas A/P, na estrada, das quais uma foi accionada por uma viatura, com rebentamento de pneu, e a outra detectada e levantada, verificando-se pela sua análise que estava completamente nova);

(ii) a 20 (fazendo um pequeno grupo vindo do sul queimadas na região de Moricanhe);

(iii) e a 21 (flagelando de sudoeste o aquartelamento de Mansambo durante meia-hora, com Mort 82, lança-rockets e armas automáticas, sem consequências).
__________

Notas de L.G.

(1) Vd. posts de:

15 de Outubro de 2005 > Guiné 63/74 - CCXLIII:Op Lança Afiada (1969): (i) À procura do hospital dos cubanos na mata do Fiofioli

9 de Novembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCLXXXI: Op Lança Afiada (1969) : (ii) Pior do que o IN, só a sede e as abelhas

9 de Novembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCLXXXIII: Op Lança Afiada (1969): (iii) O 'tigre de papel' da mata do Fiofioli

14 de Novembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCLXXXIX: Op Lança Afiada (IV): O soldado Spínola na margem direita do Rio Corubal

(2) Na margem direita do Rio Corubal, entre os Rios Bissari e Pulom. Vd. mapa do Xime

(3) Também conhecido por Darsalame, junto ao Rio Pulom, e antes de Satecuta .Vd. mapa do Xime

(4) Informação complementar, fornecida pela história do BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70): Esta operação envolveu 3 grupos de combate da CAÇ 12, mais 2 da CART 2413 (Xitole) e 3 da CCAǪ 2404 (Mansambo).

O acampamento de Satecuta tinha vestígios recentes, tendo sido abandonado há cerca de uma semana.

O prisioneiro, de nome Jomel Nanquitande, foi deixado para trás pelos seus companheiros, que no entanto recuperaram a sua arma. O seu ferimento não era grave, aos olhos de um tuga. Após uma semana de recuperação e de interrogatórios, o Jomel seria obrigado pelas NT a participar como guia para um assalto de mão ao acampamento IN de Ponta Varela que conhecia bem [, a sudoeste do Xime, na direcção de Madina Colhido]: Op Borboleta Destemida (CCAÇ 12, a 4 GR Comb + CART 2520, a 2 Gr Comb, 13 de Janeiro de 1970).

Devido ao muito cansaço dos Destamentos A e B, "alguns homens tiveram que ser recolhidos em viaturas no Rio Bissari".