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domingo, 24 de fevereiro de 2013

Guiné 63/74 - P11145: O nosso livro de visitas (163): Sónia Miranda, filha do nosso camarada, já falecido, Francisco Pacheco Miranda, ex-1º cabo, presumivelmente da CCAÇ 274, mobilizado pelo BII 18, Ponta Delgada (Fulacunda, 1962/64) (José Martins)



1. Texto do nosso colaborador permanente José Marti8ns [, foto à direita]:

Da leitora Sónia Miranda e datado de 22 Fevereiro, pouco após as 22 horas, foi recebido pelo Administrador o seguinte e-mail:

“Boa tarde,
Hoje deparei-me com o seu blog. Fiquei muito emocionada porque o meu pai 1º Cabo Francisco Pacheco Miranda - S. Miguel Açores - embarcou para a Guiné a 17/01/1962 Companhia de Caçadores 244 (salvo erro) e foi ferido gravemente a 05/08/1963. Sendo que foi Deficiente das Forças Armadas até 07/10/2012,  dia em que faleceu com um tumor cerebral na zona onde foi ferido na guerra.Temos algumas fotos em casa que depois posso digitalizar e enviar-lhe. Que continue o bom trabalho de manter viva a memória de todos os Ex-Combatentes, e que para nós filhos fará parte sempre da nossa história.

O meu bem haja!”


2. Menos de 24 horas depois, este e-mail caía na minha caixa de correio:

"Zé: Vê se descobres a companhia... Da CCAÇ 244, não temos ninguém... Dá uma resposta à menina, como tu sabes fazer... É para publicar... Um abração. Luís” 

3. Pois bem. Vamos avançar para uma informação à nossa amiga, filha de um dos nossos camaradas de armas, que já pertence ao “Batalhão Celeste”!

Não existindo a Companhia de Caçadores nº 244, tentei encontrar uma outra unidade cujo número fosse o “DOIS-QUATRO-QUATRO”.

Trata-se do Destacamento de Manutenção de Material nº 244, mobilizado na Companhia Divisionária de Manutenção de Material, aquartelado no Entroncamento, que iniciou a sua comissão de serviço em Janeiro de 1962 e terminou a mesma em Novembro de 1963, tendo estado estacionado em Bafatá.

Quanto a Companhias de Caçadores, existem duas companhias: a 273 do Batalhão Independente de Infantaria (BII) nº 17 de Angra do Heroísmo e a 274 do BII nº 18 de Ponta Delgada, ambas embarcadas a 17 de Janeiro de 1962 e com regresso em 17 de Janeiro de 1964, com a missão cumprida.

Como nos nossos registos consta que estas unidades não têm história no Arquivo Histórico Militar, mesmo querendo, era impossível obter mais dados.

Encontramos uma referência ao Francisco Pacheco Miranda no livro do nosso, também saudoso, camarada de armas Fernando de Sousa Henriques, no seu livro “No Ocaso da Guerra do Ultramar", na página nº 405, incluído na listagem dos portadores de deficiência adquirida na guerra e inscritos na ADFA-Açores.

As unidades referidas, encontram-se mencionadas no post 11018 - 23 de Janeiro de 1963 - O Fim do Principio ou o Principio do Fim - 50 anos depois (II Parte).

Sugere-se a nossa amiga Sónia Miranda que, junto da “papelada” que o seu pai deve ter deixado ou junto da ADFA tentar saber qual a unidade a que o pai pertenceu, afim de tentarmos encontrar alguém da mesma unidade e, com as fotos que não deixará de nos enviar para publicação, prestarmos a nossa homenagem a mais um camarada de armas que partiu.

domingo, 7 de agosto de 2011

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8583: Facebook...ando (11): Partidas e chegadas... (Durval Faria, ex-Fur Mil, CCAÇ 274, Fulacunda, 1962/64)

Foto nº 1 - Lisboa, Praça do Comércio, Janeiro de 1964 ... Foto tirada "depois da nossa chegada de Bissau"...



Foto nº 2 - "Chegada ao porto de Bissau, no ano de 1961. Foto adquirida na Papelaria Benfica, junto ao estádio Sarmento Rodrigues (nome que tinha altura)".
 
Foto nº 3 - "Lisboa, Castelo de São Jorge, Janeiro de 1964. No regresso da Guiné"...


Fotos (e legendas) do Mural do Facebook, do nosso camarada Durval Faria (Lagoa, S. Miguel, Açores) (Aqui reproduzidas com a devida vénia...)


1. O nosso camarada e membro da nossa Tabanca Grande Durval Faria [ foto á esquerda,] foi um dos primeiros a partir para a Guiné, logo em 1962...  Pertenceu à CCAÇ 274 / BCAÇ 356 (1962/64)...

A CCAÇ 274 foi mobilizada pelo BII 18 (Ponta Delgada, S. Miguel, Açores), partiu para a Guiné em 17/1/1962, no T/T Índia e regressou exactamente dois anos depois, em 17/1/1964. Esteve em Bissau e Fulacunda. Comandante: Cap Inf Adérito Augusto Figueira.

2. Sobre a foto nº 2, surge-nos uma dúvida: durante anos, o porto de Bissau não tinha infra-estruturas modernas de modo a permitir o desembarque directo das NT em navios de grande calado... O leito do canal tinha, de resto, como tem hoje, problemas de assoreamento no canal do Geba, entre a cidade de Bissau e o Ilhéu do Rei.

Em Maio de 1969, eu já desembarquei directamente no porto de Bissau, mas durante os primeiros anos da década de 60 (não sei exactamente até que ano) tanto passageiros como mercadorias tinham que ser transportados para terra em batelões, ficando o navio ao largo... A foto (ou postal ilustrado) nº 2 possivelmente está mal legendada. Pode tratar-se de outro porto, e de outra data... De resto, em Janeiro de 1961 não há registo de tropas desembarcadas em Bissau... O Durval poderá tirar-nos a dúvida (LG).

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Nota do editor:


sexta-feira, 27 de maio de 2011

Guiné 63/74 - P8333: As mulheres que, afinal, foram à guerra (13): O papel da CASA - Comissão de Assistência ao Soldado Açoriano, com sede em Lisboa e delegações nos Açores (Carlos Cordeiro)


Açores > São Miguel > Ponta Delgada > Fevereiro de 1964 > Chegada da Companhia de Caçadores Especiais 274 (1962/64), depois de ter regressado da Guiné (embarque a 17 de Janeiro de 1964). "Na Foto, o Tenente Silva".



Açores > São Miguel > Ponta Delgada > Regresso da Companhia de Caçadores Especiais 274 (Bissau, Fulacunda,  Jan 1962/ Jan 1964). Quartel General de Ponta Delgada,  4 Fevereiro de 1964 > "Na foto, Leite Melo, Fernando Faria, Dinarte Teixeira".


Fotos (e legendas do mural do nosso camarada Durval Faria, no Facebook (Reproduzidas aqui com a devida vénia...)





1. Comentário. com data de 19 do corrente,  de Carlos Cordeiro ao poste P8295:

Luís,

Só uma curiosidade: para além do MNF [ - Movimento Nacional Feminino], a única instituição autorizada a editar aerogramas foi a CASA - Comissão de Assistência ao Soldado Açoriano - com sede em Lisboa e delegações nos Açores.

Os aerogramas da CASA são raridade filatélica, muito apreciada pelos coleccionadores.

A CASA foi constituída ainda em 1961 por açorianos - sobretudo senhoras - residentes em Lisboa. Ali tinha por missão acolher os militares açorianos que por lá passavam (nos embarques e desembarques, na IAO, etc.), mas, sobretudo, na visita aos militares açorianos que se encontravam hospitalizados no continente.

As delegações dos Açores tiveram um meritório papel de apoio social às famílias dos que se encontravam em campanha, incluindo até a concessão de casas.

É uma história que está por fazer, pois as senhoras ou já faleceram ou estão numa idade muito avançada e doentes. Uma colega e amiga minha é filha de uma senhora que teve importante papel na CASA,  aqui em S. Miguel, mas disse-me que a situação da mãe não permite colher muitas informações.

Uma investigação nos jornais diários e semanários da época é uma via que, muito lenta e espaçadamente, estou a explorar. Mas ao ritmo a que levo a "exploração"...

Um abraço,
Carlos Cordeiro

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Nota do editor

Último poste da série > 26 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8330: As mulheres que, afinal, também foram à guerra (12): Tão sinceras e tão ingénuas as minhas cartas de madrinha de guerra, entre os meus 15 e 19 anos (Felismina Costa)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Guiné 63/74 - P8175: Convivios (318): O emocionante reencontro dos camaradas da CCAÇ 274 (Bissau e Fulacunda, Jan 1962/Jan 1964), organizado pelo Durval Faria, em Ponta Delgada, Arrifes, no RG 2, em 23 de Abril de 2011 (Carlos Cordeiro)


Região Autónoma dos Açores > Ilha de São Miguel > Ponta Delgada > Arrifes > RG 2 (Regimento de Guarnição 2, antigo BII 18) > 23 de Abril de 2011 > Convívio  de antigos camaradas da CCAÇ 274 (Bissau, Fulacunda,  Jan 1962/ Jan 1964) > Foto 92 > Foto de grupo (a primeira metade,   lado esquerdo)



Região Autónoma dos Açores > Ilha de São Miguel > Ponta Delgada > Arrifes > RG 2 > 23 de Abril de 2011 > Convívio de antigos camaradas da CCAÇ 274 (Bissau, Fulacunda, Jan 1962/ Jan 1964) > Foto 92 < Foto de grupo (a segunda metade, lado direito)



Região Autónoma dos Açores > Ilha de São Miguel > Ponta Delgada > Arrifes > RG 2 > 23 de Abril de 2011 > Convívio de antigos camaradas da CCAÇ 274 (Bissau, Fulacunda, Jan 1962/ Jan 1964)  > Foto do grupo...Veio pessoal do Canadá, EUA, Suécia, RA Açores e RA Madeira... Foto 91.





Região Autónoma dos Açores > Ilha de São Miguel > Ponta Delgada > Arrifes > RG 2 > 23 de Abril de 2011 > Convívio de antigos camaradas da CCAÇ 274 (Bissau, Fulacunda, Jan 1962/ Jan 1964) > "Foto 75: Ten Cor Viegas e General (reformado) Adérito Figueira prestando homenagem aos mortos do RG2, vendo-se o capelão militar, que proferiu uma Oração, e  os convivas".




Região Autónoma dos Açores > Ilha de São Miguel > Ponta Delgada > Arrifes > RG 2 > 23 de Abril de 2011 > Convívio de antigos camaradas da CCAÇ 274 (Bissau, Fulacunda, Jan 1962/ Jan 1964) > O antigo Cap Inf Adérito Augusto Figueira (hoje Gen Ref) presta homenagem aos mortos do RG2




Região Autónoma dos Açores > Ilha de São Miguel > Ponta Delgada > Arrifes > RG 2 > 23 de Abril de 2011 > Convívio de antigos camaradas da CCAÇ 274 (Bissau, Fulacunda, Jan 1962/ Jan 1964)  > Missa > "Foto 83: Na Oração dos Fiéis, o General Adérito Figueira dirige-se aos seus camaradas".


Fotos: © Carlos Cordeiro (2011). Todos os direitos reservados. 


1. Mensagem, com data de 25 de Abril, do Carlos Cordeiro (docente da Universdidade dos Açores, membro da nossa Tabanca Grande, irmão malogrado Cap Pára da CCP  123/BCP 12, João Cordeiro, e também ele antigo combatente em Angola como Fur Mil Inf):

Caros amigos editores:

Junto uma pequena notícia do convívio da Companhia de Caçadores Especiais 274. Fui convidado pelo camarada Durval Faria, o que muito me sensibilizou, pois nunca tinha estado num convívio de antigos combatentes. Foi uma experiência inesquecível, como digo no pequeno texto que vos envio, que, no fundo, transmite muito pouco do que verdadeiramente se passou.

Envio também fotografias.


Foto 75: Ten Cor Viegas e General (reformado) Adérito Figueira prestando homenagem aos mortos do RG2, vendo-se o capelão militar, que proferiu uma Oração, e os os convivas.


Foto 83: Na Oração dos Fiéis, o General Adérito Figueira dirige-se aos seus camaradas.


Foto 91: O grupo da CCE 274


Foto 92: Todos os convivas (com excepção do fotógrafo de ocasião).


Um abraço amigo do Carlos Cordeiro


PS - Só duas coisas:


(i)  Uma felicitação especial pelo aniversário do blogue, com um abraço ao Luís, extensivo a todos.


(ii) Agradecia o favor de, no local próprio, colocarem que a homenagem aos mortos constou da deposição de uma grinalda de flores e da sequência dos toques militares (esta parte não me lembro bem como se deve dizer: julgo que foi o toque de apresentação de armas, silêncio, alvorada e descansar - mas vocês farão o especial favor de colocar tudo como deve ser). Um abraço e bom 25 de Abril, Carlos Cordeiro.

2. Convívio da CCAÇ 274

por Carlos Cordeiro [, foto à esquerda]


No Sábado, 23 de Abril, e "sob a batuta" do camarada Durval Faria (*), reuniram-se em convívio os antigos militares da Companhia de Caçadores Especiais (CCE) 274, para evocar os 50 anos da sua incorporação militar. A reunião decorreu no antigo BII 18 (hoje Regimento de Guarnição 2), unidade mobilizadora daquela Companhia. Vieram camaradas de várias ilhas dos Açores, do Continente e do Canadá.

A recepção esteve a cargo do Ten Cor Viegas, 2.º Comandante do RG2, por ausência do Comandante. Depois dos cumprimentos, o Ten  Cor Viegas convidou os presentes a se associarem a uma simples, mas muito significativa, cerimónia de homenagem aos mortos da unidade, a que se seguiu uma visita às instalações militares.

A seguir, o capelão militar, Ten Cor Padre João Arlindo Monteiro, presidiu a uma celebração religiosa na capela do RG2. A oração dos fiéis foi lida pelo General Adérito Augusto Figueira, que, como capitão, comandou a Companhia. Numa evocação especial, relembrou o espírito de camaradagem e unidade que sempre marcara a vivência da CCE 274, pedindo a Deus as maiores felicidades para todos.

Seguiu-se o almoço-convívio na messe de Sargentos, num ambiente de sã camaradagem e de recordação dos bons e maus momentos por que haviam passado. Antes da distribuição do artístico bolo com o brasão da Companhia, Durval Faria entregou a cada um dos camaradas uma colectânea de reproduções de artigos dos jornais locais com as reportagens da partida e chegada da CCE 274 e de outros artigos referentes à Companhia.

Não há palavras para descrever as emoções da despedida.

Endereço uma palavra muito especial de agradecimento ao camarada Durval Faria pelo insistente convite que me dirigiu para participar no convívio – e a todos os restantes camaradas, famílias e amigos pelo modo carinhoso com que me receberam. Foi uma experiência inesquecível para quem, como eu, teve o seu "baptismo de fogo" num convívio de antigos combatentes da Guerra do Ultramar.

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Notas de CC:

(i) A Companhia de Caçadores Especiais 274 foi formada no Batalhão Independente de Infantaria 18, com oficiais e sargentos que receberam instrução no CIOE de Lamego. Partir de Ponta Delgada em 29 de Julho de 1961. Depois da IAO, na zona de Sintra, foi colocada no Campo de Santa Margarida, onde se manteve como unidade de reserva estratégica até Janeiro do ano seguinte.

Segundo me informou o General Adérito Figueira, a Companhia chegou a estar mobilizada para a Índia. Falou-me também nas deficientes instalações do Campo de Santa Margarida e na necessidade de inventar ocupação para os militares, pois não tinham qualquer missão especial, a não ser "estarem ali" sem poderem visitar a família, pois as passagens eram caras e só a viagem durava quatro dias para cada lado. Algum tempo era aproveitado para palestras sobre vários assuntos. De qualquer modo, e de acordo com conversas com diversos camaradas, foi um tempo difícil, pois havia a convicção de que seriam mobilizados e, no fundo, estavam a aumentar o tempo de serviço militar desnecessariamente e a grande maioria sem sequer ter dinheiro para poderem conhecer visitar pontos de interesse no Continente.

(ii) A CCE 274 partiu para a Guiné no navio Índia, em 17 de Janeiro de 1961, tendo estacionado inicialmente em Bissau, seguindo depois para Fulacunda.

(iii) Regressou a Ponta Delgada em 2 de Fevereiro de 1964, no N/M Lima.

(iv) Mortos (todos em combate):

- Fur Mil José do Rego Rebelo, em 6/2/63 [, Está sepultado na sua terra natal, Fajã de Cima, Ponta Delgada]
- Sold José Carvalho Carreira, em 6/2/63
- Sold João de Freitas Pereira, em 22/4/63 [, Foi inumado no cemitério de Fulacunda]

(v) Foram condecorados seis militares da Companhia: cinco com Cruz de Guerra e um (1.º cabo) com a Medalha de Cobre de Valor Militar com palma.   

(vi) (Nota do editor: Em 1962, as unidades moblizadas para o TO da Guiné foram as seguintes, para além da CCAÇ 274 (ou CCE 274):

BCAÇ 356: Mobilizada pelo BCAÇ 5, partiu em 17/1/1962 e regressou em 17/1/1964. Esteve em Bissau, Cufar e Catió. Comandante: Ten Cor Inf João Maria da Silva Delgado.

CCAÇ 273 (originalmente, CCE 273): Mobilizada pelo BII 17, partiou em 17/1/1962 e regressou em 17/1/1964. Esteve em Bissau, Catió, Cacine e Cabedu. Comandante: Cap Inf Jerónimo Roseiro Botelho Gaspar

EREC 385: Mobilizada pelo RC 8, partiou em 17/1/1962 e regressou em 17/1/1964. Esteve em Bissau e Fulacunda. Comandante: Cap Cav José Olímpio Caiado da Costa Gomes.

Fonte: Gomes, C.M.; Afonso; A.- Os anos da guerra colonial: volume 3: 1962: optar pela guerra. Matosinhos: QuidNovi, 2009, p. 126.
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Nota do editor:
 
(*) Vd. último poste da série > 27 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8173: Convívios (314): CCAÇ 274, uma das primeiras a partir para o CTIG, em Janeiro de 1962, comemorou os 50 anos da sua incorporação no BI nº 18, Ponta Delgada, Açores (Durval Faria)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Guiné 63/74 - P8173: Convívios (314): CCAÇ 274, uma das primeiras a partir para o CTIG, em Janeiro de 1962, comemorou os 50 anos da sua incorporação no BI nº 18, Ponta Delgada, Açores (Durval Faria)

1. Informação recolhida da página do Facebook do nosso camarada Durval Faria:

A Companhia de Caçadores Especiais nº 274 comemorou no passado dia 23 de Abril as bodas de ouro da sua incorporação no BI nº 18, no RG2, Arrifes

Esta companhia esteve em teatro de guerra, na Guiné, de Janeiro de 1962 a Janeiro de 1964, na Guiné.

Programa

10h00 – Concentração dos antigos militares e suas famílias

10H30- Cerimónia militar alusiva aos mortos em combate na Guine

11h00 – Visita à unidade (RG2)

11h30 - Missa na capela do RG2

12h30 – Almoço no RG2

Presentes:

(i) O antigo capitão, hoje general, Adérito Augusto Figueira

(ii) Antigos militares, provenientes de Canadá, Estados Unidos da América, Suécia, RA da Madeira e RA Açores (Ilhas de Santa Maria e S. Miguel), num total de 70 pessoas.


Convidados especiais:

(i) Eng Fernando de Sousa Henriques, presidente da Liga dos Combatentes de Ponta Delgada,

(ii) e o Dr Carlos Cordeiro, docente da Universidade dos Açores

terça-feira, 5 de abril de 2011

Guiné 63/74 – P8050: Recortes de imprensa (41): Assistência religiosa ao pessoal (açoriano) da CCE 274, 1962/64 (Manuel F. de Almeida/Carlos Cordeiro)

1. O nosso camarada Carlos Cordeiro (ex-combatente em Angola, onde cumpriu a sua comissão como Fur Mil Inf no Centro de Instrução de Comandos, nos anos de 1969/71, professor universitário em Ponta delgada, e irmão do malogrado João Costa Cordeiro, ex-Cap Pára, CCP 123 / BCP 12, Bissalanca, 1972/74), enviou-nos a seguinte mensagem.

Camaradas,


Envio-vos excertos (com devida vénia) de um artigo de Manuel Ferreira de Almeida, publicado no semanário Açoriano Oriental, em 28 de Dezembro de 1963.

O capitão Adérito Augusto Figueira é General na reserva e o Manuel Ferreira de Almeida morreu há alguns anos. O Durval Faria está a organizar um encontro de confraternização da CCE 274 no BII 18, a realizar em 23 do corrente.


Fonte: Diário dos Açores, 4 de Fevereiro de 1964

Em 29 de Julho de 1961, partia de Ponta Delgada com destino a Lisboa, a Companhia de Caçadores Especiais 274, formada no BII 18 e comandada pelo Cap Inf Adérito Augusto Figueira. 

Depois de cerca de seis meses de instrução no então designado Campo de Instrução Divisionária de Santa Margarida, partiram para a Guiné no paquete “Índia”. Regressaram a Ponta Delgada, no “Lima”, em 3 de Fevereiro de 1964. 

No Arquivo Histórico Militar não se encontra a história desta Companhia, nem tampouco no BII 18. Nas consultas que tenho vindo a fazer na imprensa açoriana da época sobre as unidades militares mobilizadas pelos Batalhões Independentes de Infantaria 17 (BII 17), de Angra do Heroísmo e 18 (BII 18) de Ponta Delgada, dei com este artigo intitulado “Da Guiné: A assistência religiosa junto dos soldados da C. C. E. n.º 274”, da autoria do sargento Manuel Ferreira de Almeida e publicado no então semanário Açoriano Oriental, em 28 de Dezembro de 1963. 

Ferreira de Almeida era natural de Ponta Delgada e um colaborador assíduo da imprensa micaelense. Considerando que se trata de um assunto pouco focado no blogue, achei que talvez fosse importante transcrever as partes mais significativas do artigo.

Carlos Cordeiro

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A assistência religiosa junto da Companhia de Caçadores Especiais 274 (CCE 274)
por Ferreira de Almeida

Açoriano Oriental, 28 de Dezembro de 1963.

Um dos problemas de maior importância na vida do militar em serviço nas províncias ultramarinas é o da assistência religiosa, principalmente para aqueles que, encontrando-se destacados no mato, poucas possibilidades têm da presença de um ministro de Cristo. A criação do corpo de capelães nos diversos ramos das Forças Armadas muito veio contribuir para um mais expressivo e eficiente levantamento moral das tropas […].

Principalmente para nós, açorianos, que fomos criados na religião cristã e filhos de ilhas devotadamente consagradas ao Senhor Santo Cristo dos Milagres, muita falta nos fazia não ouvir a palavra de Deus.Desde que chegámos à Guiné temos recebido a assistência do capelão do Batalhão de Caçadores Especiais n.º 356, sr. Alferes Padre Armando Jorge e Silva, que tem acompanhado todas as iniciativas dos soldados marienses e micaelenses na evocação e comemoração das suas festas religiosas, como a dedicada ao Senhor Santo Cristo, em que se realizou na Sé Catedral de Bissau uma missa solene, na Páscoa em que foi ministrada a comunhão aos oficiais, sargentos e praças da Companhia e por ocasião da Festa da Natividade em que foi organizada na sede do Batalhão a Missa do Galo, depois da representação do Auto do Bom Pastor.

Depois da transferência da Companhia para Fulacunda, os nossos soldados construíram no aquartelamento uma modesta capela em cujo altar está a Imagem do Senhor Santo Cristo, trazida de S. Miguel e a de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, oferecida pela Mocidade Portuguesa Feminina da metrópole à Vila de Fulacunda.

O que muito nos sensibilizou também foi a assistência prestada pelo capelão do Batalhão de Caçadores n.º 237, estacionado em Tite, sr. Tenente Padre Joaquim do Rego, natural da freguesia da Bretanha [S. Miguel, Açores] […].

Em virtude das distâncias, dificuldades de transportes e escasso número de capelães, os soldados nem sempre podem contar com a presença do padre, de modo que, na nossa Companhia, se adoptou a seguinte norma: aos domingos e dias santificados, pelas 11 horas, momentos de devoção e leitura da Epístola e do Evangelho pelo sargento Ferreira de Almeida, e todos os dias, pelas 20H30, a recitação do terço, sob a direcção do 1.º cabo n.º 376/61, José Manuel Pimentel de Paiva, natural das Furnas, e que tem sido também o coadjutor dos sacerdotes em todos os actos de culto.

A grande força que nos tem mantido unidos ao longo dos trinta meses que a C. C. E. n.º 274 está constituída tem sido a nossa acrisolada Fé em Deus, as saudades das nossas ilhas e o desejo de erguer bem alto o nome dos Açores e de Portugal.

Ferreira de Almeida

[ Revisão / fixação de texto / selecção: C.C.]
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Nota de M.R.:


terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Guiné 63/74 - P7550: Facebook...ando (6): As nossas queridas enfermeiras pára-quedistas, Maria Ivone Reis e Maria Celeste Lopes Guerra Palma (Durval Faria / Giselda Pessoa)



Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > "Maio de 1963 > Domingo das Festas do Senhor Santo Cristo [ dos Milagres; os Açores, realiza-se tradicionalmente no quinto domingo após a Páscoa]. Neste dia juntaram-se as duas enfermeiras pára-quedistas, [graduadas em Alferes],  Ivone e outra que já não recordo o nome [, Maria Celeste Lopes Guerra Palma, sendo este último apelido, o do marido, segundo informação da nossa camarada Giselda]. 


"O [militar] da esquerda, na primeira fila, é o Capitão Adérito Augusto Figueira, hoje general aposentado... Os militares de óculos são da FAP, um  alferes piloto e um sargento mecânico", segundo informação do nosso fotógrafo... A viatura em que o grupo está sentado parece-me ser uma Fox (mas os camaradas da arma de cavalaria poderão confirmar, e já agora identificar o respectivo Pel Rec...). Além de um caveira, tem inscrito um nome feminino,  "Maria Albertina"... Recorde-se que estávamos no início da guerra no sul (Regiões de Quínara e de Tombali)... E o PAICG ainda não tinha minas anti-carro nem bazucas...


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > Maio de 1963 > "Batuque pelas Festas do Senhor Santo Cristo... Na foto, as enfermeiras pára-quedistas Ivone e Celeste",  diz o fotógrafo, mas eu não conseguia  localizar a Ivone, se não fora a ajuda da Giselda e do Miguel que me mandaram, a seguinte mensagtem: " Olá, Luís. Na segunda foto estivemos a ver com mais pormenor e supomos que a Ivone está na 1ª fila com um chapéu colonial e bata branca. Repara no cabelo atrás. Suponho que terás pensado que era mais um militar disfarçado... Reparei também que tem um anel no último dedo da mão esquerda"... De facto, eles têm razão... Outr pormenor curioso: a Celeste, do seu lado esquerdo, e a Ivone, do seu lado esquerdo, apoiam-se no braço de um homem, branco, de cigarro na boca, e "ronco" na cabeça... (Quem seria ? Não era seguramente o Capitão Figueira, facilmente reconhecível na foto, no lado esquerdo, pela sua cabeça calva, por detrás de outro homem com chappéu colonial igual ao da Ivone)...

Fotos:  © Durval Faria (2008). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem, de Durval Carlos Simas Faria, que encontrámos numa das caixas do correio do nosso blogue, com data de 2 Junho de 2008, e que decidimos agora recuperar, não tendo sido publicada na devida altura, não exactamente  por lapso nosso mas pela simples razão de andarmos então ainda à procura de organizar uma série sobre as nossas enfermeiras pára-quedistas cujo primeiro poste só seria publicado em Fevereiro de 2009 (*):


Camarada Luís Graça:


Sou açoreano. Também estive na Guiné, de Janeiro de 1962 a Janeiro de 1964, na Companhia de Caçadores Especiais nº 274 que operou na zona de Fulacunda durante o ano de 1963, e que pertencia ao Batalhão de Caçadores nº 356.

A minha companhia era comandada pelo antigo Capitão Adérito Augusto Figueira (hoje general reformado). Conheci de perto as enfermeiras pára-quedistas Maria Ivone Quintinho Reis e  a Celeste.

Lia na página da Xiconhoca o depoimento dessa enfermeira pára-quedistas [a Ivone,]  e que tem por título "Companhia de Caçadores fecha guerra a Solnado", em que ela conta a história de uma companhia de açoreanos muito unidos. Por acaso fiz parte dessa companhia, conforme fotos que envio.

Não sei se o camarada tem a direcção de alguma dessas enfermeiras, para que eu possa entrar em contacto com elas. No próximo email enviarei fotos antigas.

Um grande abraço do camarada


Durval Carlos Simas Faria [Vd. Página pessoal no Facebook]


2. Comentário de L.G.:


Durval: Lamento imenso só agora publicarmos as tuas preciosas fotos no nosso blogue, que já é teu, mas onde já devias figurar, desde Junho de 2008. Tenho pelo menos duas antigas enfermeiras pára-quedistas registadas no nosso blogue como camaradas,a Giselda e a Rosa.... São verdadeiramente as únicas duas camaradas (de armas) que integram a nossa Tabanca Grande. A Giselda Pessoa deu-me o nº de telefone e a  morada da Maria Celeste, informações essas que te vou enviar por mail pessoal, por razões óbvias de segurança e confidencailidade

A Maria Ivone Reis está viva mas, infelizmente,  já não goza de boa saúde. Era do primeio curso de enfermeiras pára-quedistas. Está reformada como Capitão. A Celeste (não confundir com a Maria Celeste Ferreira da Costa, morta em 10 de Fevereiro de 1973, num acidente, na BA 12, Bissalanca) vive em Algueirão e é do 2º curso.  Como já indicámos acima, o seu nome completo, actual, é Maria Celeste Lopes Guerra Palma. São informações  dadas pela nossa camarada Giselda, que aparece justamente como co-autora deste poste.

Durval, tu já és amigo da nossa Tabanca Grande no Facebook e eu já tomei, há pouco tempo, a liberdade de publicar duas fotos tuas que apareceram no mural da nossa página no Facebook. E iremos, a partir de agora, publicar mais coisas tuas e da tua companhia. Já foste, para todos os efeitos, apresentado aos restantes camaradas, amigos e camarigos. Aqui, na lista de A a Z, passas a ter o nº 467, o seja, és o segundo "tabanqueiro" a entrar formalmente este ano....

Sê bem vindo. Sei que que és um digno representante dos primeiros camaradas a embarcarem para a Guiné,  ainda de caqui amarelo, e que naturalmente és, na Internet, e não só, o mais activo porta-voz dos teus bravos camaradas da CCAÇ 274... Com tempo e vagar, explicar-nos-ás melhor o que era uma companhia de caçadores especiais. Um bom início de ano para ti, família e antigos camaradas da tua subunidade. Luís Graça (**)
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Notas de L.G.


(*) As nossas queridas enfermeiras pára-quedistas será o título da série... O primeiro poste remonta a 20 de Fevereiro de 2009. Hoje temos mais de meia centena de referências ou marcadores sobre este tema ou tópico...

(**)  Último posrte desta série 31 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7532: Facebook...ando (5): Natal de 1971 entre os felupes: Delfim Rodrigues (ex-1º Cabo Enf, CCAV 3366, Susana e Varela, 1971/73)

sábado, 4 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7377: Facebook...ando (2): Duas fotos do Durval Faria, Nossa Senhora do Rosário, Lagoa, São Miguel, RA Açores, que pertenceu à CCAÇ Esp 274 / BCAÇ 356, CTIG, 1962/64



Fotos de Durval Faria (2010) (sem legenda)... Comentário do nosso amigo João Coelho: " O Durval Faria poderá indicar datas - e em que navio iam embarcar - mas a primeira foto é tirada na doca de Ponta Delgada, então Molhe Salazar, na ilha de S.Miguel. Curiosa a forma como as famílias acompanham os militares que mantém, apesar de tudo, uma espécie de formatura. Aqui em Lisboa a separação entre tropa e familias, na altura do embarque, era total, como sabem" ... Por sua vez, o João Moniz, natural de Lagoa, onde reside, e conhecido do Durval, diz-me, em conversa no Facebook, que o Durval, na outra foto,  é  o militar que aparece em primeiro plano (informação que o próprio acaba de confirmar no Facebook).


O João Moniz esteve igualmente na Guiné, em 1970/72, passou por Bula e Mansabá, tendo estado com o nosso camarigo António Matos, ex-Alf Mil da CCAÇ 2790... Convidei-o a ingressar no nosso blogue, de modo a poder partilhar as suas memórias, as suas histórias, as suas fotos... Mostrou-se emocionado, e prometeu contactar o seu amigo Durval, presidente da Junta de Freguesia de N. Sra. do Rosário... Como vêem, o mundo é pequeno e a nossa Tabanca... é Grande.

Duas fotos deixadas no mural do Facebook da Tabanca Grande por Durval Faria, ex-combatente da Guiné, 1962/64,  fazendo parte do Batalhão de Caçadores nº 356 e Companhia de Caçadores Especiais nº 274.

 O nosso camarada Durval Faria tem conta no Facebook e é nosso amigo. Está ligado ao Núcleo de Combatentes de Lagoa. É presidente da Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Rosário, Lagoa (, foto à esquerda).


Em termos de património, é de destacar, nesta freguesia, a  sua magnífica igreja paroquial, consagrada a Nossa Senhora do Rosário,  um templo de grandes dimensões, setecentista, construído sob uma ermida do mesmo nome (que ali existia desde o século XVI).  Tem três naves e um notável conjunto de escultura da autoria de Machado de Castro.

Quanto ao concelho de Lagoa, na costa sul da ilha de São Miguel, Região Autónoma dos Açores, foi criado a 11 de Abril de 1522 por carta régia de D. João III.  Tem uma área de 45,6 km2 e uma população de 14 126 habitantes (censo de 2001),  repartindo-se por cinco freguesias: além de Nossa Senhora do Rosário, Santa Cruz , Água de Pau, Cabouco e Ribeira Chã.

Gostaríamos de ter este camarada, açoriano, autarca, entre nós, a conversar sob o poilão da Tabanca Grande sobre os primeiros tempos da guerra da Guiné (1962/64) e sobre a unidade a que pertenceu ( CCAÇ Esp 274 / BCAÇ 356) e que não está representada no nosso blogue. 


Queríamos que este camarada aceitasse o convite para fazer parte do nosso blogue, transformando-se assim em mais um camarigo... Já agora gostávamos que ele legendasse as fotos que teve a gentileza de pôr no nosso mural. 


Deixei-lhe as seguintes mensagens:  (i) [ Primeira foto, a contar de cima] Durval, obrigado... Foto com interesse documental... Legenda ? Local e data ? S. Miguel, Açores ? Partida de um contingente militar para a Guiné ? O teu batalhão ?; (ii) [Segunda foto] Durval, por onde andaram vocês na Guiné ? Onde estás tu na foto ? Data e local ?

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Nota de L.G.:

Poste anterior desta série 24 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7327: Facebook...ando (1): O aerograma traçado de balas ou estilhaços na emboscada de 26/10/1971, na estrada Piche-Nova Lamego, e em que morreram 4 camaradas da CART 3332 (Carlos Carvalho)