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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Guiné 63/73 - P10362: CCAÇ 3325,Cobras de Guileje (1971/73): Parte VI: Atividade operacional, de outubro a dezembro de 1971 (texto: Orlando Silva; fotos: Jorge Parracho)



 Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Álbum fotográfico do cor inf ref  Jorge Parracho > Foto nº 38 > Estrada Guileje-Gadamael (?): progressão no tempo das chuvas


Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Álbum fotográfico do  cor inf ref   Jorge Parracho > Foto nº2 > O pessoal (todo ou quase todo) da companhia que esteve em Guileje de janeiro a dezembro de 1971


Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Álbum fotográfico do  cor inf ref  Jorge Parracho > Foto nº 31 > Reabastecimento por via aérea no tempo das chuvas.



Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Álbum fotográfico do  cor inf ref  Jorge Parracho > Foto nº 34 > Reabastecimento por lançamento em paraquedas, no tempo das chuvas.


Fotos: © Jorge Parracho / AD - Acção para o Desenvolvimento, Bissau (2007) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.



1. Sexta e última parte do texto, da autoria de Orlando Silva,  relativo à estadia da CCAÇ 3325, em Guileje, de janeiro a dezembro de 1971. (Reproduzido aqui com a devida autorização do autor, José Orlando Almeida e Silva, ex-alf mil, residente em Aveiro) (*).


Atividade operacional (continuação)

De 01 a 31 de Outubro de 1971:

Mais 18 operações de patrulhamento.

A actividade directa do IN tem sido nula. Continua no entanto, a utilizar com frequência o “Corredor de Guileje”, embora certamente com menos à vontade, dado ter accionado várias minas implantadas pelas NT nesse itinerário. Igualmente accionou minas A/P colocadas pelas NT no trilho para Simbeli (perto da fronteira), tendo tido várias baixas conforme vestígios encontrados.

A actividade das NT neste período, esteve orientada no sentido de continuar a criar insegurança ao IN no “Corredor de Guileje”, procurar novos acessos para aquele “Corredor”, continuar a patrulhar com assiduidade as bases de fogos do IN, patrulhar com certa frequência a estrada para Gadamael pois iríamos brevemente iniciar as colunas Auto, e na implantação de minas nos locais perto do quartel passíveis de ser utilizados pelo IN para a instalação de Bases de Fogos.

Neste período, foram efectuadas pela Companhia duas acções ao “Corredor de Guileje”, podendo considerar-se uma delas (acção “Prestígio”) como a mais dura realizada até então pela Companhia. A patrulha teve a duração de 15 horas, sempre por zonas difíceis, dentro de bolanhas e rios ou por mata densa em locais de contacto eminente com o IN, sendo parte dela realizada na ZICC [, Zona de Intervenção do Com-Chefe] perto de Salancaur, onde o IN costumava dispor de grandes efectivos. 

Acrescente-se que o pessoal, durante toda a patrulha, não tomou qualquer alimento, porque as rações que levavam ficaram logo no inicio totalmente inutilizadas pela água. Conseguimos no entanto o objectivo da missão, que era colocar minas no “Corredor de Guileje” num local de passagem habitual do IN, e onde o IN dificilmente admitiria a nossa ida já que, segundo informações do guia, há  mais de 5 anos que as NT não iam àquela zona.

Para que não se perdesse ingloriamente o esforço dispendido nesta patrulha até à altura, tornou-se obrigatória a travessia de um braço do Rio Balana, largo e fundo, infestado de crocodilos (que os soldados desconheciam), mas decisiva para conseguirmos os nossos intentos, possibilitando assim o cumprimento da missão.

Para que isso fosse conseguido, o Alferes Cunha a certa altura, de uma forma destemida e contra o conselho do nosso guia Abdoulai Jaló, lançou-se à água a fim de que os soldados o seguissem. Como o nosso pessoal era de uma maneira geral de baixa estatura, tornou-se necessária a nossa ajuda para que os mesmos efectuassem a travessia, o que conseguimos. Correu tudo bem, montámos as minas A/P planeadas e retirámos de imediato.

O moral das nossas tropas continuava bem, podendo mesmo dizer-se melhor que no período anterior, devido aos êxitos que a Unidade tinha tido, à notícia da nossa rendição por outra Companhia e pela visita de várias entidade militares e de uma equipa da RTP.

De 01 a 30 de Novembro de 1971:

Realizámos mais 21 patrulhas.

O facto mais saliente do período foi a abertura a viaturas do itinerário para Gadamael, ficando assim quebrado o isolamento em que a Companhia se encontrava há cerca de 5 meses.

Fomos rendidos pela CCAÇ 3477, não se notando qualquer incremento de actividade do IN para impressionar esta Companhia, como seria de esperar.

A nossa actividade continuou orientada para continuar a criar insegurança ao IN no “Corredor de Guileje”, manter em constante vigilância as bases de fogos IN e seus itinerários, manter aberta a estrada para Gadamael, e dar a conhecer a Zona de Acção à CCAÇ  3477.

Continuámos a manter em tudo a nossa actividade anterior, e o moral da tropa encontrava-se em alta.
Para essa moralização, contribuíram em parte as palavras de apreço e incitamento que a Companhia tem recebido das entidades que a visitam, sendo de salientar especialmente as proferidas por Sua Excelência o General Comandante-Chefe, que durante o período visitou por duas vezes Guileje.

Iniciou-se entretanto o período de rendição da Companhia pela CCAÇ 3477, e a ida para Nhacra do 1º e 2º Grupos de Combate da CCAÇ 3325, tendo o pessoal daquela Companhia começado a integrar-se muito bem dentro da missão que lhes irá ser atribuída.

A alimentação melhorou com a abertura da estrada, lançamentos em pára-quedas e fornecimento de frescos por avião.

Manteve-se pois sem quebras a actividade operacional, com boa colaboração no final do período da CCCAÇ 3477, prosseguindo também em bom ritmo os trabalhos de beneficiação da defesa e instalações do quartel, e podendo nós  afirmar que continuava a ser excelente o moral da Unidade.

Em Dezembro de 1971:

Realizaram-se em conjunto com a CCAÇ  3477 mais 15 acções.

O IN revelou durante o período grande actividade e agressividade. Efectuou várias flagelações ao quartel, ou para desviar as atenções das NT do “Corredor de Guileje” ou ainda para impressionar o pessoal da nova Companhia.

A actividade das NT neste período, foi totalmente orientada no sentido de procurar dar aos Oficiais, Sargentos e Praças da CCAÇ 3477 um conhecimento perfeito de toda a ZA,  bases de fogos IN, itinerários, localização das nossas minas, que foram todas levantadas e tornadas a montar por pessoal daquela Companhia, dando-se inclusivamente instrução ao pessoal dentro do quartel, de tiro, para adaptação das armas que iam passar a ser distribuídas, e instrução sobre minas e armadilhas, dada a larga difusão destes engenhos na ZA



Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Álbum fotográfico do cor inf ref Jorge Parracho > Foto nº 17 >  O com-chefe gen António de Spínola numa  duas visitas que efetuou a Guileje em 1971.


Foto: © Jorge Parracho / AD - Acção para o Desenvolvimento, Bissau (2007) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados. [As fotos de Jorge Parracho foram disponibilizadas à ONG AD- Acção para o Desenvolvimento, com sede em Bissau, em 2007, no âmbito do projecto de criação do Núcleo Museológico Memória de Guiledje]


Jantar no Palácio do Governador – 23/12/71

Finalmente, venho recordar com saudade o jantar no Palácio do Governador em Bissau, oferecido aos Oficiais desta Companhia após a saída da mesma daquela zona de guerra, e antes do nosso regresso à Metrópole, pelo General António Spínola, em homenagem à nossa actuação militar.

EM RESUMO…

Como se vê, apesar de tudo o que os Cobras de Guileje passaram, apesar de todos os mortos e feridos, ninguém ouviu qualquer oficial, sargento ou praça desta Companhia, vir gabar-se ou pavonear-se em público, quer fosse em jornais, rádio ou televisão.

Pelas fotos aqui inseridas, podemos ver como estava o aquartelamento quando chegámos e como ficou quando saímos. E tínhamos tempo para jogar à bola e receber visitas por avião.

Seríamos inconscientes?

No Jornal que V. Exa. dirige [, referência ao diário Correio da Manhã], e para uma correcta informação dos leitores, antes de serem publicados aqueles artigos, deveriam ter reunido à mesma mesa todos os intervenientes. Lembro ainda outro artigo, esse publicado na revista do vosso jornal de 24/05/2009, que surge pleno de dramatização e falta de verdade.

Os mortos e feridos merecem melhor!

Da nossa parte, Companhia Independente de Caçadores 3325, bastaria ouvir qualquer oficial, sargento ou praça, que, melhor que ninguém e de uma forma isenta, mostraria ao País o que foi “Guileje”.

Gostaríamos de poder convidar o Sr Jornalista (autor do/s referido/s artigo/s sobre Guileje) a estar presente na nossa próxima reunião anual, que se irá realizar em Maio de 2010, caso seja para isso devidamente autorizado pela redacção do “Correio da Manhã”.

Que [a Guiné] foi a pior zona de toda a Guerra do Ultramar, é o que dizem! Que Guileje foi o pior quartel de toda a Guerra do Ultramar Português (daí a sua importância), isso também foi. Está comprovado.

A verdadeira história do Ultramar há-de ser feita, pois ainda há Portugueses com memória e com sentido da verdade. Só exigimos respeito, principalmente pelos mortos e feridos, igual àquele que nós próprios temos pelos que então eram nossos inimigos.
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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 4 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10329: CCAÇ 3325, Cobras de Guileje (1971/73): Parte V: Atividade operacional, de agosto a setembro de 1971 (Orlando Silva)

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10329: CCAÇ 3325, Cobras de Guileje (1971/73): Parte V: Atividade operacional, de agosto a setembro de 1971 (Orlando Silva)



Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Fotos do +álbum do Orlando Silva > Foto nº 19 - Junto a uma das três Peças 11,4 – O Alf Acácio (Médico), o Alf  Rodrigues, o Alf Cristina (Comandante do Pelotão de Artilharia), o Alf Tavares (CPC/BCP 12), eu e o Cap Parracho. 




Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Fotos do álbum do Orlando Silva > 
Foto nº (?) - Vista aérea do aquartelamento, tabanca e pista de aviação.

Fotos (e legendas): © Orlando Silva (2009). Todos os direitos reservados. (Editadas por L.G.)


A. Continuação da publicação da hsitória da CCAÇ 3325 - Cobras de Guilje (1971/73).
Esta unidade, a que pertencia o alf mil Orlando Silva, hoje residente em Aveiro, esteve em Guileje de janeiro a dezembro de 1971. Reprodução de fotos e texto com a devida autorização do autor:

(....) Atividade operacional > De 01 a 31 de Agosto de 1971:

Realizámos mais 22 operações.

Neste período as Bases de fogos do IN,  devido às chuvas, só podiam ser utilizadas para flagelações com Canhão S/R.

Continuaram a realizar-se operações a todas as Zonas de Acção da Companhia, embora nalguns locais a água já atingisse o metro e meio de altura.

Não de confirmaram as notícias de um incremento da actividade do IN. Continuaram isso sim a implantar Minas A/P embora já com menos intensidade, por medo das nossas tropas, pois aparecíamos a qualquer hora de qualquer dia.~

Numa das reacções a flagelações o IN teve muitas baixas. Na Base de fogos do IN foram encontrados vários rebentamentos da nossa Artilharia e Morteiros Pesados.

A actividade operacional das nossas tropas, esteve orientada para o levantamento de algumas Minas e Armadilhas colocadas pelo IN nos acessos às suas Bases de Fogos e locais de passagem, na montagem de minas nos itinerários do IN, e em patrulhar com intensidade a ZA na região Este, para tentar detectar novas Bases de Fogos do IN e criar-lhes insegurança aos seus movimentos.

Levantaram-se neste período 3 Minas A/P e implantaram-se 7 Minas A/P. Causámos várias baixas ao IN numa reacção a uma flagelação.

Devido ao cansaço e às doenças, o pessoal operacional está reduzido a 71%, não sendo a alimentação (em virtude da situação isolada da Unidade), compatível com o esforço operacional exigido e com o trabalho em melhoramentos no Quartel, tanto na parte da defesa, como no do bem estar das tropas.
Em consequência da maneira deficiente com que se processa o reabastecimento de Guileje, apareciam várias deteriorações, violações e faltas de toda a espécie, tendo o Comando problemas administrativos extremamente graves. Como consequência da situação, foi o assunto exposto ao Comandante do Batalhão 2930 sito em Catió, de que dependíamos.

Em resumo podemos dizer que, apesar de tudo, continuámos a manter o total controle da Z.A. e que a actividade do IN, devido à pertinácia das NT em não se deixarem fechar no Quartel, conjugada com a implantação de Minas e com as baixas causadas ao IN no período, devem ter contribuído para que não se confirmasse o aumento da sua actividade, e ainda que, tal como no período anterior, a falta de pessoal e a alimentação estivessem a afectar o rendimento da actividade operacional.


De 01 a 30 de Setembro de 1971:

Realizámos 17 operações de patrulhamento.

As bases de fogos do IN continuam a ser só utilizáveis por Canhão S/R. Continuámos a efectuar regularmente patrulhas a toda a Zona de Acção, apesar das chuvas intensas. O IN continuou a implantar minas A/P furtando-se totalmente ao contacto com as nossas tropas. O único itinerário que o IN utilizava frequentemente era o “Corredor de Guileje”, local onde, num outro reencontro inesperado com as nossas tropas, sofreram assinaláveis baixas.

A actividade operacional das NT neste período, esteve orientada para:

-Levantamento de minas colocadas pelo IN nos acessos às suas bases de fogos e vias de infiltração;
-Colocação de minas nos locais de passagem do IN;
-Patrulhar com intensidade a zona das bases de fogos do IN afim de criar mais insegurança aos seus movimentos no “Corredor de Guileje”, 
- implantar minas e montar emboscadas ao mesmo.

Nesta área tornava-se muito difícil a nossa acção, não só por estar muito bem defendida, mas também por ser intensamente percorrida pelo IN. Daí, termos de procurar sempre itinerários diferentes, para evitar possíveis emboscadas. Acontecia que, por vezes, surpreendíamos o IN pelas costas, e isso tornava-se muito perigoso.

Toda esta actividade causava grande desgaste físico e psicológico na tropa. No entanto procurámos manter o ritmo destas acções, dado o seu extraordinário interesse.

Concluimos mesmo, que a seguir à defesa de Guileje, eram as acções sobre o “Corredor de Guileje” a missão prioritária da Companhia, embora para isso, fosse manifestamente insuficiente uma única Companhia para manter certa continuidade nas investidas sobre o “Corredor”.

Levantámos neste período 01 mina A/P M3 de fragmentação de fabrico português implantada pelo IN. As NT implantaram 05 minas A/P numa base de fogos do IN e 04 minas A/P no “Corredor de Guileje”.

Os transportes são outro grande problema, devido ao isolamento da Companhia. Apesar da deficiente alimentação e do cansaço das nossas tropas, conseguimos evitar que o IN circulasse livremente nas vias de infiltração situadas na nossa Zona de Acção, o que ajudava a manter elevado o moral da tropa.

(Continua)
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Nota do editor:

Último poste da série > 2 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10315: CCAÇ 3325, Cobras de Guileje (1971/73): Parte IV: Atividade operacional, de maio a julho de 1971 (Orlando Silva)

domingo, 19 de agosto de 2012

Guiné 63/74 - P10278: CCAÇ 3325, Cobras de Guileje (1971/73): Parte III: Atividade operacional, de 31 de janeiro a 29 de abril de 1971 (Orlando Silva)


 Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Foto nº 12 > O nosso guia Abdulai Jaló, o Alferes Escalera Rodrigues /4º Gr Comb) e o Capitão Jorge Parracho.



 Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Foto nºs. 15 > Porta de Armas e caminho de acesso para a pista.



 Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Foto nº 16  >  Visita a Guileje... Da direita para a esquerda, o Alf Rodrigues, Alf. Tavares (CPC/BCP 12), o Cap Parracho no meio, o Alf Cristina (do 5º Pel Art) e eu à esquerda, com o pessoal da DO 27 (piloto e mecânico)





 Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Fotos nºs 9 e 10 - Vista da nova rede de arame com postes novos e pintados, e da aeronave que ali se encontrava caída, e que reconstruímos com rolos de palmeira e lona.



 Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Foto nº 11 > Eu, e ao fundo a porta de armas com o abrigo e os bidões e barris pintados, vendo-se o caminho das garrafas.





 Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Fotos nºs. 13 e 14 > O monumento aos mortos e feridos, que construímos junto à Pista. Ao fundo vemos a parede de barris e bidões pintados.  [Em primeiro plano o alf mil Orlando Silva, aveirense. O lema da CCAÇ 3325 era um provérbio popular português, "vencer sem perigo é triunfar sem glória". Na base do monumento pode ainda ler-se: "Homenagem da CCAÇ 3325 aos seus mortos e feridos e aos portugueses de todas as cores, raças e credos que tombaram em defesa da Pátria". A CCAÇ 3325 , depois de Guileje, foi para Nhacra. L.G.]

Fotos (e legendas): © Orlando Silva (2009). Todos os direitos reservados. (Editadas por L.G.)


1. Continuação da publicação da história da CCAÇ 3325, que esteve eem Guileje, de janeiro a dezembro de 1971, reproduzida aqui com a devida autorização do autor, José Orlando Almeida e Silva, ex-alf mil, residente em Aveiro (*).

ACTIVIDADE OPERACIONAL > Jan/abr 71


De 31 de Janeiro até 29 de Abril de 1971, a CCAÇ 3325, Cobras de Guileje,  realizou 44 patrulhas sem dia nem horas certas.

Como se tratava de uma ZICC (zona de intervenção do Comando-Chefe), trocávamos informações operacionais constantes com aquele Comando.

Foi descoberta entretanto mais uma Base de Fogos do IN,  em Paroldade. O moral das tropas estavam em alta, o que nos ajudava na nossa actividade operacional. Procurou-se,  dentro deste período, realizar algumas acções ao “Corredor de Guileje” e sem qualquer tropa especial, o que conseguimos, e isso teve efeitos altamente moralizantes sobre as nossas tropas.

Mas,  para isso, foi necessário obter a autorização do Comando-Chefe, o que exigiu a colocação de um helicanhão no Quartel, pois contrariamente ao que era hábito, o “Corredor de Guileje” era visto pelos Oficiais de Bissau (de gabinete), como local praticamente inacessível a tropas que não fossem especiais (Comandos e Paraquedistas).

A ocupação dos tempos livres consistia, na limpeza à volta do Quartel, na construção e pintura dos postes de electricidade e abrigos (logo que tivemos cimento, construímos postes para colocar à volta de todo o Quartel), na colocação de arame farpado novo, na construção e pintura de um muro de barris e bidões do lado da pista, na construção de um caminho de garrafas de cerveja em direcção à pista de aviação, na construção de uma porta de armas à entrada da pista, e na construção de um monumento aos mortos e feridos no mesmo local. (Fotos nºs  9, 10, 11, 13, 14)

Num Quartel daqueles, num sítio daqueles, sempre que chegava um avião com visitas (civis ou militares), era bonito ver os dois soldados (um europeu e outro africano) devidamente fardados, de lenço ao pescoço amarelo, fazer a devida continência! (Fotos nºs 15 e 16)

Como era possível,  num local daqueles, as tropas andarem dentro do Quartel, devidamente fardadas e lavadas, e disputarem rijos jogos de futebol no campo junto à pista e fora do arame? Mas era verdade. Havia tempo para tudo, sob o comando do nosso “Capitão Velhinho”, como os nossos soldados carinhosamente lhe chamavam. [Cap Inf Jorge Saraiva Parracho, natural de Mafra] (Foto nº 12).

Quanto mais depressa fossemos atacados, mais depressa saíamos para o mato. Não ficávamos a ver os comboios, e a coçar na barriga com medo.

(Continua)



Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 (Jan/Dez 1971) > Foto do álbum do cor inf ref Jorge Parracho >  Foto aérea de Guileje (tabanca, aquartelamento e pista de aviação). São visíveis os espaldões das pelas de artilharia 11.4, apontadas para a fronteira com a Guiné-Conacri, a sudeste.


Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 (Jan/Dez 1971) > Foto do álbum do cor Jorge Parracho >  As três peças de artilharia 11,4 cm ali existentes, no tempo em que a unidade de quadrícula era a CCAÇ 3325, comandada pelo Cap Jorge Parracho, hoje coronel na reforma.  




Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 (Jan/Dez 1971) > Foto do álbum do cor Jorge Parracho > Pessoal do 5º Pel Art que guarnecia as peças 11,4 cm ali existentes, no tempo em que a unidade de quadrícula era a CCAÇ 3325, comandada pelo Cap Jorge Parracho, hoje coronel na reforma.  O 5º Pel Art era comandando pelo Alf Mil Art Cristina. A CCAÇ 3325 foi substituída pela CCAÇ 3477 (Nov 1971 / Dez 1972), Os Gringos de Guileje, a que se seguiu a CCAV 8350 (Dez 1972/Mai 1973). 

Onze companhias passaram por Guileje, desde Fevereiro de 1964 a 22 de maio de 1973: as CCAÇ 495, 726, 1424, 1477, a CART 1613, a CCAÇ 2316, a CART 2410, as CCAÇ 2617, 3325, 3477, e, por fim, a CCAV 8350.  Esta última foi a unidade, a seguir à CCAÇ 1477, que esteve menos tempo em Guideje: 6 meses e 1 dias (de 21/11/72 a 22/5/73) (segundo informação recolhida pelo nosso grã-tabanqueiro Cor Art Ref Nuno Rubim) (LG).


Fotos: © Jorge Parracho / AD - Acção para o Desenvolvimento, Bissau (2007) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.

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Nota do editor:

Último poste da série > 16 de agosto de 2012 > Guiné 63/74 - P10269: CCAÇ 3325, Cobras de Guileje (1971/73): Parte II (Orlando Silva)

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Guiné 63/74 - P10269: CCAÇ 3325, Cobras de Guileje (1971/73): Parte II (Orlando Silva)



 Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 5  de fevereiro de 1971 > Foto nº 7 > Pista de Guileje com algumas visitas militares: à direita, o Alf Rodrigues, Alf Cristina, o Capº Parracho ao centro e o Alf Almeida, com dois pilotos e com o nosso Guia Abdulai Jaló. [Segundo informação do nosso camarada António Martins de Matos, os dois pilotos são o ten cor pilav Almeida Brito e o maj pilava Pedroso de Almeida, e o DO-27 é o 3499].



 Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 5 de fevereiro de 1971 > Foto nº 8 > Pista de Guileje com algumas visitas militares: à porta de armas, podemos ver da direita para a esquerda, o Alf Cunha, eu, o Cap Parracho ao centro, o Alf Cristina e o Alf Almeida, com alguns Oficiais Superiorers de Bissau.





 Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Foto nº 6 > Uma Caserna/Abrigo acabada de construir



 Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Foto nº 5 > Croquis do aquartelamento de Guileje (1971)

Fotos: © Orlando Silva (2009). Todos os direitos reservados.



1. Continuação da publicação da história da CCAÇ 3325, que esteve eem Guileje, de janeiero a dezembro de 1971, reproduzida aqui com a devida autorização do autor, José Orlando Almeida e Silva, ex-alf mil, residente em Aveiro (*)

CHEGADA A BISSAU – 26 de janeiro de 1971

Cabe aqui referir como aspecto altamente desmoralizante, a “propaganda” negativa de Guileje, que foi feita por elementos das Forças Armadas, inclusivamente por Oficiais, durante o único dia de estadia da Companhia em Bissau, logo que o navio atracou, sem qualquer conhecimento da região e das dificuldades que nos esperavam. De realçar que, tendo chegado num dia à noite, e sem qualquer experiência de combate, fomos enviados no segundo dia para o pior Quartel de toda a Guerra Colonial.

O comando notou, por isso, uma quebra nítida entre a disposição de toda a sua tropa um dia antes e um dia depois da chegada a Bissau, unicamente pelas razões apontadas, perdendo-se assim,  num dia, um trabalho de moralização de meses, obrigando a novo esforço no mesmo sentido, notando-se no entanto que se tinha perdido parte da confiança e alegria anteriores, o que só o tempo havia de voltar a dar. Podia afirmar-se que o IN não precisava de fazer acção psicológica neste aspecto, pois tinha quem a fizesse embora inconscientemente.

GUILEJE – 30 de janeiro de 1971


Como comandante do 2º Grupo de Combate dos Cobras de Guileje, e após ter lido o artigo publicado no jornal Correio da Manhã,  de 25/02/2008, não posso, em homenagem a todos os mortos e feridos, e a todos aqueles que não têm voz que os defenda, calar a revolta que me vai na alma. 

Porque sofremos em silêncio desde 1972 (regresso da Guiné), sem que a verdadeira história do Ultramar Português se fizesse, mais não fosse por homenagem a todos os mortos (que não se podem defender) e a todos os feridos que, como já disse, não são ouvidos por ninguém (só o são pelos seus familiares, que muito têm sofrido com isso), e porque sentimos na pele os rigores, a dureza, os sacrifícios e a dor, motivados pelo árduo cumprimento da n/missão militar e patriótica em Guileje, desde Janeiro/1971, tenho obrigatoriamente que corrigir os factos, e as afirmações de pessoas que, no desempenho das suas funções, e tendo abandonado (fugindo) o nosso Aquartelamento, vieram mais tarde afirmar que tinham sido obrigados a fazê-lo por estarem a ser atacados por todos os lados. NÃO É VERDADE!

A verdade é que os combatentes do PAIGC, como não vissem qualquer reacção às suas flagelações ao Quartel, começaram a aproximar-se lentamente, até que, ao fim de três dias, como viram que não havia nenhuma reacção (a população abandonou com as tropas), entraram à vontade no mesmo. Quem não souber o que aquilo era, até pode acreditar. Agora quem sabe, quem passou pelas mesmas situações mas trabalhou e não virou as costas, esses, apesar do sofrimento, sentem-se tristes com esta situação.

A minha introdução explica tudo isto. O aproveitamento pessoal de situações que o povo desconhece (inclui os Média), e a deturpação dos factos por vergonha da verdade. Mas ao calar, estávamos a ser cúmplices do que se tem afirmado, e estávamos a deixar que meia dúzia de pessoas ridicularizassem e envergonhassem uma mão cheia de Militares que se orgulham de ter defendido com honra as cores da Bandeira Nacional.

A confirmar o que acabo de dizer, basta assistir àquela novela que um Jornalista Português realizou e apresentou e está a apresentar em episódios na Televisão, filmado à volta da Guiné, Angola e Moçambique, mas entrevistando quase somente pessoas que tudo fizeram para ridicularizar de todas as formas a actuação dos Portugueses no Ultramar. Bem sabemos que aquele trabalho não foi feito por ignorância, mas sim direccionado para fins políticos.

E a sua intenção é “ocultar e disfarçar a cobardia de todos os Portugueses, que, arrastados pela degradação de valores que referi, julgam que ser democrático é criticar a História de Portugal e os Portugueses.”

Para demonstrar que não somos iguais, vou falar um pouco sobre a nossa actuação no TO da Guiné e mais propriamente em Guileje: Companhia Independente de Caçadores 3325 – Cobras  de Guileje

OFICIAIS E SARGENTOS


Oficiais:

Capitão Jorge [Saraiva] PARRACHO (hoje Coronel do Exército) – Comandante - Mafra
Alferes Adriano CUNHA (hoje Coronel da GNR) – 1º Grupo – Vila Real
Alferes Almeida e SILVA – 2º Grupo - Aveiro
Alferes Alberto ALMEIDA – 3º Grupo - Estarreja
Alferes Escalera RODRIGUES – 4º Grupo - Lisboa

Neste aquartelamento existia também um pelotão de Artilharia, comandado pelo Alferes Cristina – Portimão;  e um médico permanente: Alferes Acácio Bacelar (Dr) - Oeiras

Furriéis Milicianos:

Marreiro António – 1º Grupo
Maximiano Sousa – 1º Grupo
Bernardino Vale - 2º Grupo (Falecido em 16 de fevereiro de /1971)
Plácido Silva – 2º Grupo
Artur Pimenta – 2º Grupo
Manuel Oliveira – 3º Grupo (Falecido em 18 de abril de 1971)
Mário Prada – 3º Grupo
Acácio Barosa – 3º Grupo (Transferido para outra Unidade)
António Fragoeiro – 3º Grupo
João Noronha – 4º Grupo (minas e armadilhas)
Manuel Ferreira – 4º Grupo
António Bragança (2º Sargento) – 4º Grupo
Carlos Oliveira – 4º Grupo
Júlio Sequeira –Transmissões (Falecido em 17 de maio de 1971)
Alexandre Agra – Transmissões
Artur Alfama – Vaguemestre
José Jorge – Mecânico Auto
Luis Tomé – Enfermeiro


AQUARTELAMENTO

Vd. Foto nº 5, acima

–   Casernas/Abrigo
–  Caserna/Abrigo dos Oficiais
–   Secretaria/Depósito de Géneros e Secretaria
–  Bar dos Soldados/Enfermaria/Gabinete Médico
E
–  Comando/Alojamento do Comandante e Bar de Oficiais
–  Bar dos Sargentos
–  Transmossões
–   Capela
–  Messe
J – Cozha/Padaria
Escola
–  Paiol
M – Motor/Gerador
N – Abrigos de Morteiro 10,7
O – Campo de Futebol/Pista de Aviação
P – Heli-Porto
Q – Trilho para Gadamael por onde fugiu Coutinho Lima
R – Caminho de Garrafas feito pela C.Caç. 3325 (fotos 11/15/16)
–   Monumento aos Mortos feito pela C.Caç.3325 (fotos 13/14)
T – Avioneta que reconstruímos c/palmeira e lona (fotos 4/9/10)
X – Abrigo das Peças de Artilharia 11,4 (foto 19)

Sobre a Caserna/Abrigo (A) situada junto ao Abrigo dos Oficiais, estavam marcadas todas as direcções das Bases de Fogos do IN.

Chegados a 31 de janeiro de 1971 a Guilege, onde fomos render a CCAÇ 2617 que acabava a sua comissão neste Aquartelamento e ia ser transferida para Quinhamel, efectuámos uma sobreposição de 16 dias, realizando-se em 7 de Fevereiro a transmissão do Comando e daí a transferência da responsabilidade da Zona. [A CCAÇ 2617, os Magriços de Guileje, estiveram em Guileje de março de 1970 a fevereiro de 1971, L.G.]


A CCAÇ 3325 recebeu como reforço o 5º Pelotão de Artilharia pertencente à GA 7 que já se encontrava do antecedente em Guileje, comandado pelo Alferes Cristina.

Era uma zona particularmente difícil, com sérios problemas em todos os aspectos, onde a iniciativa pertencia de um modo geral ao inimigo, dado o grande potencial em efectivos e os meios que dispunha na região, dentro e fora do Território Nacional, e, pelo seu isolamento, Guileje só podia ter auxílio em caso de necessidade e rapidamente, através do apoio aéreo, e mesmo esse, só durante o dia.


O Inimigo circulava com um certo à vontade dentro da zona ou nas suas proximidades, utilizando inclusive viaturas no Corredor de Guileje, para as suas deslocações e transporte de material.
Procurou-se por isso, dentro dos condicionalismos impostos e dentro do princípio da economia de meios, ir progressivamente alargando as áreas de acção nas patrulhas que se iam realizando, podendo garantir-se,  ao fim de 3 meses, que não havia inimigo instalado na zona, o que se podia considerar excelente.


Nas primeiras flagelações sofridas, o pessoal reagiu bem de um modo geral e com calma, sem atropelos, nunca evidenciando sinais de pânico, embora logo no dia seguinte à nossa chegada a Guileje, tivéssemos sofrido uma flagelação com Morteiros 120 mm perfurante e Foguetões 122 mm.
A preocupação constante do comando era, a partir dessa altura,  a mentalização das tropas e a ocupação do tempo livre.

Para o nosso reabastecimento, existia unicamente uma picada entre Gadamael e Guileje, só utilizável após a época das chuvas e da intensa desminagem. Convém assinalar que estivemos isolados sem reabastecimento por terra durante 5 meses e meio. Até ovos nos foram lançados de pára-quedas.


Durante o mês de Março [de 1971] os reabastecimentos faltaram, ficando a tropa cerca de 15 dias a alimentar-se exclusivamente de pão e conservas. Também faltou a gasolina durante 8 dias, o que se reflectiu na actividade operacional, pois o pessoal teve de ser todo empregue no transporte a braço de água e lenha.

Todo o pessoal se encontrava bem instalado em abrigos-caserna (alguns em conclusão) à prova de 120 perfurante, com excepção de um Grupo, pois estava ainda a ser construido a caserna/abrigo que lhes era destinado (Foto nº 6).

A actividade da Companhia visava evitar que o IN se instalasse dentro da nossa Zona de Acção, procurando o contacto com ele, e criar-lhes insegurança para se evitarem flagelações frequentes ao Quartel, tanto pela execução frequente (diária) de acções, como utilizando a Artilharia e os Morteiros Pesados para bater a zona, e ainda manter o itinerário de reabastecimento livre. A Artilharia tinha instaladas 3 peças (Obus 11,4).

No dia 2 de Fevereiro de 1971, fomos visitados por Sua Exa, o General Comandante-Chefe António Spínola. No Brifing que se seguiu com todos os Oficiais, Sexa o General Spínola afirmou que, apesar de termos sido enviados para esta zona de guerra, e da inexperiência em combate, pois tratava-se de uma Companhia nova, confiava plenamente nas nossas tropas. Disse também, que iria acompanhar de perto a nossa actividade militar, pois iríamos enfrentar uma zona muito difícil.

Está mais que provado, de facto, que era a zona mais difícil de toda a Guerra do Ultramar.

No dia 5 de Fevereiro de 1971, fomos visitados pelo Comandante-Adjunto, Brigadeiro José Luís Ramires, e pelo Chefe e alguns Oficiais da Repartição de Operações do Comando Chefe. (Fotos nºs  7 e 8).

(Continua)

______________

Nota do editor:

Último poste da série > 14 de agosto de 2012 > Guiné 63/74 - P10264: CCAÇ 3325, Cobras de Guileje (1971/73): Parte I (Orlando Silva)

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Guiné 63/74 - P10264: CCAÇ 3325, Cobras de Guileje (1971/73): Parte I (Orlando Silva)





Fotos nºs. 2/3/4- Estado do Quartel aquando da nossa chegada. Vedação a reconstruir, Caserna-Abrigo em construção e uma DO-27 caída junto à pista.

Fotos: © Orlando Silva (2009). Todos os direitos reservados.

1. Mensagem do nosso leitor (e camarada) Orlando Silva:


De: José Orlando Silva [ orlandosilva1948@hotmail.com ]
Data: 8 de Agosto de 2012 00:35
Assunto: Fotos sobre Guileje


Caro amigo,

Antes de mais, gostaria de informar que autorizo a mostragem/publicação de todas as fotos existentes no meu blogue (http://guileje3325-vamos falar verdade).

Tenho muito mais que poderei enviar, no entanto, receio ferir algumas pessoas que têm emitido opiniões menos de acordo com a verdade, no terreno, pois algumas dessas fotos vêm de alguma forma, contrariar algumas afirmações mais fantasiosas.
No entanto... Já por diversas vezes afirmei, que o que me/nos move, é simplesmente contar a verdade sobre Guileje. Nada mais. Tem-se falado muito, mas na maior parte das vezes com pouca verdade, e sem ouvir as vivências dos outros. Tem de ser dada a palavra a quem pensa de forma contrária, pois viveram o mesmo local, a mesma guerra, e que, por terem trabalhado de forma diferente, foram bem sucedidos. Isto não é crime.

Sabemos que as situações se podem tornar diferentes, dependendo da forma como cada um actua. Agora generalizar a actuação de alguns como sendo a única verdade, isso não concordamos.


Respeitamos todas as opiniões. Gostaríamos no entanto, que fossem ouvidas as pessoas mais avalizadas para falar de Guileje: o Coronel Parracho, o nosso "mui digno" Comandante. Qualquer um dos outros (Oficial, Sargento ou Praça), comungam da mesma verdade. E este nosso Comandante da CCaç 3325 é a pessoa que melhor pode enriquecer o debate sobre Guileje, quer pela sua seriedade civil e militar,  competência superiormente comprovada e registada, frontalidade e por ser extremamente defensor da ética militar. 

Um abraço por hoje.
Orlando Silva - Aveiro

 2. CCAÇ 3325, Cobras de Guileje, 1971/73 > Introdução

Como ex-Alferes Miliciano da Companhia Independente de Caçadores 3325, Cobras de Guileje, que em 1971 ajudou a defender Guileje, e ouvindo constantemente comentários e reportagens de pessoas que ignoram totalmente o que foi a Guerra do Ultramar, nomeadamente da nossa Zona de Acção de Guileje, não posso deixar de colocar, com verdade, algumas questões a todas as pessoas minimamente inteligentes deste País.

Muito se fala das dificuldades que os nossos soldados passaram no cumprimento das suas missões. É verdade, e é preciso reafirmá-lo repetidamente: “o facto de termos de nos ausentar da protecção e companhia da família, pais, namoradas, esposas, e filhos, principalmente, o clima tropical doentio, a alimentação, a manutenção de uma vida sã, são algumas delas”.

Uma forma de as esquecer um pouco, é manter o tempo ocupado. Para isso, temos o trabalho de reconstrução/construção de Casernas/Abrigos, novos postes de iluminação à volta do Quartel, colocação de novo arame farpado, capinagem constante à volta do Quartel e da Pista de Aviação, limpeza da zona das bolanhas onde nos fornecemos nos poços a céu aberto de água para cozinhar e tomar banho (que nunca é pura e na época das chuvas é barrenta), a recolha de pedra numa pedreira para essas construções, etc. (ver fotos do antes e após o nosso trabalho).

Para complicar e aumentar todos estes problemas, temos a actividade operacional. Tornou-se norma desta Companhia, a realização de patrulhamento constante, sem dia nem hora, percorrendo todos os locais da nossa Zona de Intervenção, por forma a surpreender o IN (a nossa ZI era comandada pelo Nino Vieira) e mantê-lo afastado do Quartel.

Procurámos no dia a dia, percorrer todos os trilhos conhecidos, e verificar se apareciam alguns novos. Paralelamente, tentámos encontrar e armadilhar todas as bases de fogos do IN. Sempre que o quartel de Guileje era flagelado, no dia seguinte íamos procurar essa base armadilhando-a de imediato.

Tentámos, pois, fazer sempre o melhor no cumprimento da nossa missão e com o mínimo de custos pessoais. É verdade que a nossa acção teve custos humanos, sim, e em memória desses heróis, limitamo-nos a respeitar a sua memória de uma forma sã, pois já nos basta o que sofremos.

O maior prémio que recebemos no final da comissão de serviço, consistiu no facto de podermos sentir a satisfação pelo dever cumprido.

Coloco aqui duas questões:

- Será que, para se fazer um juízo correcto, e informar devidamente o povo Português, não seria aconselhável ouvirem outras pessoas (nomeadamente o Coronel Parracho), que tendo cumprido galhardamente a sua missão neste Quartel como Comandante da Companhia de Caçadores 3325 – “Cobras de Guileje”, alargou a Zona de Acção até ao seu limite? E essa Zona era comandada pelo Nino Vieira;

- Por último, porque será que nas reportagens mostradas nas televisões, só se realçam as actuações dos nosso adversários combatentes do PAIGC, denegrindo a actuação das nossas tropas?

NOTA:

Chamo ainda a atenção para o seguinte: Neste País, ainda não foi contada a verdadeira história do Ultramar Português por falta de coragem patriótica dos nossos governantes. Não foi também contada a verdade sobre o assassínio de Sá Carneiro, embora todos saibam. Não foi dita a verdade aos Portugueses e aos Estrangeiros, sobre quem matou o Dr. Amílcar Cabral. Que não foram os Portugueses, isso não, pois o próprio General Spínola estava em negociações/conversações com ele.

(Continua)




Página de rosto do blogue do Orlando Silva, ex-alf mil da CCAÇ 3325, que esteve em Guileje, de janeiro a dezembro de 1971.


3. Comentário do editor:

Meu caro Orlando: Interpreto a tua mensagem como sendo uma manifestação de interesse e de vontade em integrar esta nossa Tabanca  Grande sob cujo poilão, simbólico, se abriga um crescente número de camaradas que estiveram no TO da Guiné, entre 1961 e 1974. Agradeço.-te do fundo coração a tua generosidade, permitindo-nos reproduzir as tuas fotos (e as respetivas legendas, o mesmo é dizer o texto que publicaste no primeiro e único poste do teu blogue, com data de 21 de dezembro de 2009).

Com a tua autorização vamos publicar, por partes,  esse texto, relativo à história da tua companhia, bem como as respetivas fotos  em formato extra-grande. Ganhamos todos, dada a audiência do nosso blogue. Ganhas tu, com a tua versão sobre Guileje do teu tempo, ganham todos os "cobras de Guileje" que deram o melhor do seu esforço para defender aquela posição estratégica que era o quartel de Guileje, servindo de tampão ao corredor do mesmo nome, ganham todos aqueles camaradas que passaram por Guileje, e enfim ganhamos todos nós, teus camaradas, com o teu depoimento.

Gostaria que, na volta do correio, me confirmasses a aceitação do meu convite, da tua parte. Como mandam as regras do nosso blogue (publicadas na coluna do lado esquerdo), deves-me mandar também uma tua foto atual, digitalizada. Sei que vives em Aveiro. Falas-nos um pouco mais de ti, do que fizeste, do que tens feito. Um Alfa Bravo do Luís Graça

PS - Sobre o teu capitão, Jorge Parracho, temos ainda poucas  referências... assim como sobre a tua CCAÇ 3325... A aceitares o nosso convite, serás o primeiro grã-tabanqueiro dessa subunidade,l o que é também uma honra para nós.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Guiné 63/74 - P7665: Memória dos lugares (124): As visitas 'sanitárias' do Alf Mil Médico Mário Bravo (Bedanda, Dez 1971/Mar 72): Guileje, Gadamael, Cacine





Guiné > Região de Tombali > Guileje > s/d > O Mário Bravoi junto a um abrigo






Guiné > Região de Tombali > Cacine > s/d > O Mário Bravo junto ao rio Cacine, com um outro alferes





Guiné > Região de Tombali > Guileje > s/d > O brasão da CCAÇ 3325 (a companhia do Cap Jorge Parracho, que esteve em Guileje enrtre Janeiro e Dezembro de 1971)

Fotos: © Mário Bravo (2011). Todos os direitos reservados








Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 (Jan / Dez. 1971) > Crachá... Esta imagem foi-nos enviada em tempos por um camarada desta subunidade, o Alexandre  Agra: "(...) Ao fazer uma pesquisa de trabalho fui cair em Guileje! Agradavelmente surpreendido, começo por dar o meu primeiro contributo para a história de Guileje enviando o crachá da CCAÇ 3325, que lá esteve entre Janeiro e Dezembro de 1971, sucedendo à famosa Companhia dos Magriços de Guileje [, CCAÇ 2617,] e antecedendo a [CCAÇ] 3477. De lá partimos para Nhacra" (...) (**).


Falei posteriormente  com o ex-enfermeiro da CCAÇ 3325, Vitor Manuel Rodrigues Fernandes, mais conhecido na época como o Fininho, que conhece o Alexandre Agra. O Vitor mora na área da Grande Lisboa e é gráfico. Não conhecia o nosso blogue. Não tinha Internet em casa. Mas ficou entusiasmado com as notícias que lhe dei a nosso respeito. Costuma reunir-se com a malta da sua unidade todos os anos, e está regularmente com o Cor Ref Jorge Parracho.  A história da unidade ainda não estava pronta. Nenhum destes camaradas da CCAÇ 3325 voltou a dar notícias...


Foto: © Alexandre Agra (2007). Direitos reservados.




1. Mensagem recente do Mário Bravo (que esteve em Bedanda, como Alf Mil Médico, entre Dezembro de 1971 e Março de 1972, tendo nessa altura sido colocado em Catió) (*):


Luís Graça:


Aquando das minhas visitas "sanitárias" a Guileje, Gadamael e Cacine, tive ocasião para fazer uns bonecos (fotos). Não são muitas, mas são as que tenho. Deste modo quero colaborar para encontrar amigos de tempos difíceis, mas ao mesmo tempo cheios de amizade e respeito.


Cumprimenta, Mário Bravo.


____________


 Notas de L.G.:


(*) Poste anterior desta série: 

23 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7656: Memória dos lugares (123): O Alf Mil Médico Mário Bravo em Bedanda, na CCAÇ 6 (Dezembro de 1971 / Março de 1972)



(**) As unidades sediadas em Guilele, por ordem cronológica (e respectivo contacto):




CCAÇ 495 (Fev 1964/Jan 1965)


CCAÇ 726 (Out 1964/Jul 1966) (contactos: Teco e Cor Art Ref Nuno Rubim)


CCAÇ 1424 (Jan 1966/Dez 1966) ( contacto: Cor Art Ref Nuno Rubim )


CCAÇ 1477 (Dez 1966/Jul 1967) (contacto: Cap Rino)


CART 1613 (Jun 1967/Mai 1968) (contacto: Cap Neto, já falecido)


CCAÇ 2316 (Mai 1968/Jun 1969) (contacto: Cap Vasconcelos)


CART 2410 (Jun 1969/Mar 1970) (contacto: Armindo Batata)


CCAÇ 2617 ( Mar 1970/Fev 1971) > Os Magriços (contacto: Cap Abílio Delgado)


CCAÇ 3325 (Jan 1971/Dez 1971) (contacto: Cor Ref Jorge Parracho)


CCAÇ 3477 (Nov 1971 / Dez 1972) > Os Gringos de Guileje (contacto: Amaro Munhoz Samúdio)


CCAV 8350 (Dez 1972/Mai 1973) > Os Piratas de Guileje (contacto: José Casimiro Carvalho)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Guiné 63/74 - P7154: (De) Caras (5): Silate Indjai, um dos primeiros guerrilheiros do PAIGC a entrar em Guileje, dirige agora os trabalhos de detecção e limpeza de UXO (Pepito)


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Outubro de 2010 > Escavações no antigo aquartelamento das NT, abandonado em 22 de Maio de 1973  > Foto nº 1 > Silate Indjai está a dirigir os trabalho de detecção e limpeza de minas e outros objectos explosivos não explodidos (UXO, em inglês). Foi  um dos primeiros guerrilheiros do PAIGC (*) a entrar no quartel após este ter sido abandonado. [Presumimos que seja nalu, natural do Cantanhez].


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Outubro de 2010 > Escavações no antigo aquartelamento das NT, abandonado em 22 de Maio de 1973  > Foto nº 2 > Mais um abrigo destapado...


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Outubro de 2010 > Escavações no antigo aquartelamento das NT, abandonado em 22 de Maio de 1973  > Foto nº 3 > Granadas de artilharia (obus 14, peça 11.4...?)


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Outubro de 2010 > Escavações no antigo aquartelamento das NT, abandonado em 22 de Maio de 1973  > Foto nº 4 > Mais granadas de artilharia...


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Outubro de 2010 > Escavações no antigo aquartelamento das NT, abandonado em 22 de Maio de 1973  > Foto nº 5 > Granadas diversas, incluindo de morteiro e bazuca.


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Outubro de 2010 > Escavações no antigo aquartelamento das NT, abandonado em 22 de Maio de 1973  > Foto nº 6 > Restos de cunhetes, metálicos, de munições



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Outubro de 2010 > Escavações no antigo aquartelamento das NT, abandonado em 22 de Maio de 1973  > Foto nº 7 > Fragmentos de bombas da FAP


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Outubro de 2010 > Escavações no antigo aquartelamento das NT, abandonado em 22 de Maio de 1973   > Foto nº 8 >  Novo abrigo descoberto



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Outubro de 2010 > Escavações no antigo aquartelamento das NT, abandonado em 22 de Maio de 1973  > Foto nº 9 > Restos de redes de arame de camas... [Ou ferro do cimento armado, Pepito ?]


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Outubro de 2010 > Escavações no antigo aquartelamento das NT, abandonado em 22 de Maio de 1973   > Foto nº 10 > Mais vestígios de camas no abrigo [ ?]...


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Outubro de 2010 > Escavações no antigo aquartelamento das NT, abandonado em 22 de Maio de 1973  > Foto nº 11 > [ Um tijolo, possivelmente, tijolo burro, que se usava para fazer o forno do p\ao,  com a marca da fábrica, possivelmente a Ceramica do Liz, SA, cuja historia remonta aos anos 30]...


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Outubro de 2010 > Escavações no antigo aquartelamento das NT, abandonado em 22 de Maio de 1973  > Foto nº 12 > Um artefacto  produzido por um militar da CCAÇ 3325 (À direita, a sua efígie)... Recorde/se que a CCAÇ 3325 esteve em Guileje, de Fev a Dez 1971, comandada pelo Cap Jorge Parracho, hoje coronel na reforma.


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Outubro de 2010 > Escavações no antigo aquartelamento das NT, abandonado em 22 de Maio de 1973  > Foto nº 13 > Uma garrafa de água mineral Bussaco...


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Outubro de 2010 > Escavações no antigo aquartelamento das NT, abandonado em 22 de Maio de 1973  > Foto nº 14 > Garrafa de refrigerante Convento, produzida (se não me engano) por uma empresa do concelho de Mafra, a Francisco Alves & Filho, com sede na Venda do Pinheiro...

Fotos:  © Pepito / AD -Acção para o Desenvolvimento (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados


1. Mail do Pepito, com data de 17 do corrente:


Amigo Luís

Como te disse em email anterior, o ex-quartel de Guiledje está a ser limpo de minas e UXO [, 2ª fase, incluindo o perímetro exterior].

A primeira curiosidade advém do facto de que quem está a dirigir o trabalho, Silate Indjai (foto 1), ter sido um dos primeiros guerrilheiros do PAIGC a entrar no quartel [, em 25 de Maio de 1973,] após este ter sido abandonado [, três dias antes].

Sobre a controvérsia sobre quem destruiu o quartel após este ter sido tomado, conta ele que, passados uns dias e já sem ninguém do PAIGC no quartel, a aviação portuguesa bombardeou e destruiu o quartel, tendo agora sido recolhidos fragmentos dessas bombas (foto 7). 

Diz ele [, Silate Indjai,]  que, estando por ali perto, ouviu esses bombardeamentos, corroborando testemunhos avulsos que já nos tinham sido relatados ao longo destes anos em que estamos a "trabalhar" em Guiledje. 

Mais, segundo ele, os guerrilheiros nunca mais voltaram a este quartel até ao fim da guerra. Por outro lado, diz que os canhões do PAIGC nunca poderiam perfurar a cobertura dos paiois subterrâneos.

Sem querer tirar conclusões definitivas, apenas disponibilizo mais este relato. 
Outras fotos:


Foto 2: um dos abrigos que foi agora "destapado" para se retirarem os morteiros [ou granadas de obus ?] (muito perto do Museu)

Fotos 3-4-5: morteiros [ granadas de obus] e outros
Foto 6: caixas dos morteiros [granadas]
Foto 7: fragmentos de bombas aéreas
Foto 8: novo abrigo descoberto
Foto 9-10: camas metálicas [ ?] nos abrigos novos 
Foto 11: foi desenterrado este "tijolo", alguém saberá o que quer dizer ou a que se refere?
Foto 12: estava à entrada de um abrigo e penso ser o nº de uma companhia
Fotos 13-14: garrafas intactas

abraço
pepito

PS - Perdoa-me as designações militares do equipamento, morteiros, etc. Não percebo nada do assunto. Vais receber muitos emails, cada um com a sua foto.



2. Comentário de L.G.:


Obrigado, Pepito, pelas fotos e legendas... E sobretudo pela paixão com que pões a malta a escavar as entranhas de Guileje, que ainda têm muito que contar... e que vais preservar no núcleo museológico Memória de Guiledje. Tentei dar uma ajuda, complementado as tuas notas... 

Isto é um verdadeiro trabalho de arqueologia... Mas, atenção, diz à tua rapaziada: Safety, first! A Segurança, acima de tudo!... Esses brinquedos de morte ainda hoje podem matar!... Não quero que um dia destes nos mandes nenhuma funesta notícia, em relação com a eventual deflagração desses tais UXO (engenhos explosivos por deflagrar, do inglês Unexploded Ordnance...), podendo originar uma tragédia... Na guerra, a morte pegava-se de caras (**)... Felizmente, estamos agora em paz...Mantenhas para ti, o Domingos, o Silate e restante rapaziada... LG


PS - Já agora, não tens a história (resumida) do Silate Indjai, como guerrilheiro ? Por onde é que ele andou, com quem andou, que recordações tem, etc... Há um silêncio muito grande por parte dos homens (e mulheres) que lutaram, de armas na mão, nas fileiras do PAIGC... As suas histórias de vida podem e devem ser passadas a escrito e divulgadas... O blogue é nosso...

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