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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Guiné 63/74 - P13946: In Memoriam (208): Carlos Manuel Sousa Linhares de Almeida (Bissau, 1942 - Bigene, 1967), alf mil da CCAÇ 1547 / BCAÇ 1887 (Fá Mandinga, Nova Lamego, Bula, Bigene, 1966/68), Juca para os amigos do Liceu Honório Barreto (Manuel Amante da Rosa / António Estácio)

1. Duas mensagens de camaradas nossos, nascidos na Guiné, que conheceram, em vida, o Carlos Manuel Sousa Linhares de Almeida, nosso saudoso camarada, alf mil da CCAÇ 1547 / BCAÇ 1887 (Fá Mandinga. Nova Lamego, Bula, Bigene, 1966/68), morto em combate a 1/4/1967 (*)

[foto à esquerda, quando ainda estudante do Liceu Honório Barreto, em finais de 1959, princípios de 1960; terá nascido em 1942, em Bissau; aparece num foto de grupo do Liceu, identificado com o nº 2 como sendo o "Juca - Carlos Linhares de Almeida (irmão do 'Banana')!... A foto de grupo (14 elementos), sem data, é da autoria de Armindo do Grego Ferreira, Jr. Cortesia do blogue NhaGente, de Amaro Ligeiro (**)]


(i) Manuel Amante:

Ainda que mais velho 10 anos, pude conhecê-lo antes de ir para a tropa. Irmão mais velho de dois amigos meus, o Banana, ainda em Bissau e o Bananinha, em Lisboa, que até há pouco tempo era jurista na Presidência da República de Portugal.

O malogrado Juca era pessoa muito conhecida e popular no velho Liceu Honório Barreto. (***)


(ii) António Estácio (****):
Meu caro Luís e demais malta amiga.

Eu raramente respondo [a mails], apreciando mais o que leio das respostas dos outros.

Mas desta vez toco a responder sobre a [tua] pergunta feita há dias sobre quem era o Alferes Juca, que teve dois irmãos, ou melhor dizendo meios irmãos, ou seja,  o Fernando António de Oliveira Ribeiro de Almeida (que reside em Bissau), e  José Luciano Ribeiro de Almeida (, que vive em Lisboa; se precisarem de saber quem quem se trata, terei  todo o gosto em facultar-lhes, arranhar-vos, o telefone).

Depois da independência,  houve mudança do nome da Rua Alferes Linhares de Almeida... passou a ser Rua 17, de acordo com o dia 20 de Janeiro de 1975 - Dia dos Heróis Nacionais.

Eu ainda apanhei o  Juca nos anos em que andei com ele no Liceu, sendo ele um pouco mais velho do que eu.
Morava na avenida que vai desde a Amura, passa pelo Hospital, as traseiras do edifício por detrás da Associação Comercial de Bissau e entra na estrada que segue para Santa Luzia.

Ainda bem que conseguiram apresentar um foto com o nome do alferes abatido e, por sinal, quando o mesmo fez a última patrulha, já depois de terminada a sua comissão de serviço.

Sem mais me despeço, desejando a todos um bom Natal e já de seguida uma óptima passagem de Ano.

António J. Estácio

_____________

Notas do editor;

(*)  24 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13938: Consultório militar, de José Martins (11): Quem foi o alf mil Linhares de Almeida, da CCAÇ 1547, morto em combate em 1/4/1967, e condecorado, a título póstumo, com a cruz de guerra de 2ª classe ?

(**) Amaro Ligeiro, fundador, administrador e editor do blogue Nhagente;

(ii) Natural de Coimbra, foi criado em terras de África desde tenra idade, tendo vivido na agora Guiné Bissau, e posteriormente em Angola;

(ii) "Passados que foram 41 anos desde que deixei a Guiné Bissau, e 33 desde que saí de Angola, é sempre com saudade, que recordo a minha infância e adolescência em Bissau, e posteriormente a minha vida em Novo Redondo e Luanda, onde permaneci até à independência daquele território, depois de ter terminado uma comissão como militar" (...).

(i) Mora em Corroios, Seixal.


(****)  Vd. poste de 19  de maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6432: Tabanca Grande (220): António Estácio, nascido em Bissau, no chão papel, escritor, amigo do Pepito, do Zé Neto, do Mário Dias e do Graça de Abreu, autor de Nha Carlota

(...) António Júlio Emerenciano Estácio nasceu em Bissau, a 3 de Maio de 1947, no tchom de Papel. Estudou no Liceu Honório Barreto, onde foi condiscípulo do nosso amigo Pepito. Conheceu, ainda na Guiné, o nosso camarada Mário Dias. 

De 1964 a 67 estudou, em Coimbra, na ex-Escola Nacional de Agricultura, onde tirou o Curso de Regente Agrícola, posto que estagiou no extinto Instituto de Algodão de Angola (IAA).

De Janeiro de 1969 a Abril de 1972 cumpriu o serviço militar obrigatório, tendo, a partir de Março de 1970 a Maio de 1972, prestado comissão de serviço na Região Militar de Angola (R.M.A.) e estado aquartelado nas povoações de Luquembo, Sautar e Bessa Monteiro.

Em 28.09.1972 chegou a Macau, a fim de desempenhar funções técnicas na, então, Brigada da Missão de Estudos Agronómicos do Ultramar (M.E.A.U.). Neste território, conviveu com o Mário Dias e com o José Neto, de quem ficou grande amigo.

De 28 Setembro de 1972 a 2 Dezembro de 1998 viveu em Macau, onde exerceu vários cargos e funções. (...)

sábado, 28 de dezembro de 2013

Guiné 63/74 - P12515: O que é que a malta lia, nas horas vagas (25): Li tudo o que era possível apanhar e estudei no Liceu Honório Barreto (TCor José Francisco Robalo Borrego)

1. Mensagem do nosso camarada José Francisco Robalo Borrego, Ten Cor Ref (GA 7, Bissau e 9.º Pel Art, Bajocunda, 1970/72), com data de 26 de Dezembro de 2013:


O QUE É QUE A MALTA LIA NAS HORAS VAGAS

Embora atrasado, aqui fica o meu comentário.

Ocupei os meus tempos livres a escrever, ler e principalmente a estudar:
- Escrevi a madrinhas de guerra, familiares e amigos;
- Li tudo o que era possível apanhar;
- Li livros que levei comigo;
- Li e estudei o programa para furriel do quadro permanente da Arma de Artilharia que era muito extenso;
- Estudei e fiz o Ciclo Preparatório na Escola Preparatória Marechal Carmona;
- Estudei e fiz algumas disciplinas do 5º ano no Liceu Honório Barreto.

Como estava colocado em Bissau, foi-me possível desenvolver todas as acções acima referidas com muita força de vontade e determinação!
Quando alguns camaradas me perguntavam, como conseguia eu estudar tanto, num ambiente tão difícil, eu costumava responder na brincadeira que estava a seguir à risca o lema do Senhor General Spínola “ POR UMA GUINÉ MELHOR E ENQUANTO SE LUTA, CONSTRÓI-SE".

Ex-Liceu Honório Barreto
Foto: © José Francisco Robalo Borrego (2012). Direitos reservados.

Por tudo o que consegui no campo pessoal e profissional, estou grato à Guiné, daí a minha forte ligação emocional àquele País.

Desejo a todos e às excelentíssimas famílias, continuação de Boas Festas e um 2014 o melhor possível.

Um abraço amigo do
José Borrego
____________

Nota do editor

Último poste da série de 26 DE DEZEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12509: O que é que a malta lia, nas horas vagas (24): Leon Uris, entre outros, e muita música (Abílio Duarte)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Guiné 63/74 – P9401: Memória dos lugares (171): A minha Bissau, nas vésperas do 25 de Abril de 1974 (Nelson Herbert)



Guiné > Bissau > s/d  > "Praça Honório Barreto e Hotel Portugal"... Bilhete-postal, nº 130, Edição "Foto Serra" (Colecção "Guiné Portuguesa")  

Colecção: Agostinho Gaspar / Digitalização: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2010).



1.   Comentário de Nelson Herbert, nosso amigo e jornalista da VOA (Voz da América), ao poste P9388 (*)

Caro Luís e Nuno:

Essa "história", pelos episódios descritos, é-me igualmente familiar!

Primeiro por sermos praticamente da mesma geração... eu na altura, [o 25 de Abril de 1974,] a uns 5 meses de completar os 12 anos e no último ano do Ciclo Preparatório (seria Marechal Carmona?), na mesma rua do Liceu Honório Barreto, da Escola Técnica e do estádio escolar... Junto ao Liceu havia igualmente uma messe... será?

Recordo-me perfeitamente desses momentos de exaltação pelas bandas do Liceu, da Escola Técnica e do Ciclo Preparatório...

Tive vários colegas portugueses, grandes amigos de infância que gostaria um dia poder rever (**). Alguns da mesma idade, outros ligeiramente mais velhos, mas unidos pelas partidas de futebol... no estádio municipal, no estádio escolar, no quintal (por detrás) da Sé Catedral, no próprio quintal da Câmara Municipal...

Entre esses amigos, recordo-me perfeitamente do Zé (ligeiramente mais velho, 1 a 2 anos pelo menos), do Becas, seu mano mais novo, da minha idade... colega das pescarias no lodoçal das bolanhas, junto ao quartel da Marinha!

O pai era militar... habitavam uma residência, mesmo em frente à messe dos sargentos da Força Aérea, por sinal meus vizinhos. Hoje calculo que o pai fizesse parte da "psico", contavam ingenuamente os filhos, ante a inocência geral...

Pelos meus parcos conhecimentos da época, na matéria, calculava ser um major do exército (um galão ou divisa da largura de dois dedos, com uma faixa dourada no meio...). Seria isso?

Foi pois em casa desses amiguinhos que vi pela primeira vez o capitão dos comandos João Bacar Djaló, que vim mais tarde a saber, por esses mesmos amigos, nas conversas de catraios, ter sido morto em combate!

Era precisamente, no muro frontal dessa residência, que o pessoal da Forca Aérea aguardava pelo autocarro azul que os levava às sessões nocturnas de cinema na base aérea de Bissalanca... E mais seria esse mesmo murro frontal da residência em questão, a escassos 100 metros da minha casa, o alvo de um dos atentados a bomba relógio registado durante a guerra em Bissau... (entre 73 a 74, por aí) (***).

Armadilhado pelas células clandestinas do PAIGC, numa bela noite, o murro foi-se pelos ares… Isto, minutos depois do autocarro azul ter partido do local para a viagem do costume! Nesse dia felizmente bem mais cedo que o habitual!

Não houve vítimas, nem entre o pessoal da Forca Aérea nem entre a "meninada" que nas redondezas costumava brincar ao cair da noite!!!

Um outro amigo da mesma rua responde pelo nome de Joaquim Vicente (para não variar, o Quim)... O pai ficou conhecido por Mestre Vicente, era da Marinha e das Oficinas Navais.

Mestre Vicente, um "mais velho" de trato fácil, do qual lembro-me (eu e o filho) termos recebido, por presente o nosso primeiro carro de rolamentos, feito à maneira, com requisitos de segurança, já avançados para a época.

O brinquedo fazia pois a delícia da meninada no declive que ia dos serviços metereológicos/Boite Cabaret Chez Toi... no cimo da então nossa rua, Engenheiro Sá Carneiro (a mesma da Praça Honório Barreto, do Hotel Portugal, do Café Universal, do Restaurante ou Pensão Ronda... já agora que ia dar ao cemitério, passando lateralmente pelo hospital) à messe dos Sargentos...

Terão porventura fotos dessa época? Da vossa rua? (****)

Mantenhas
Nelson Herbert
Washington DC,USA

____________ 

Notas de MR: 

(*) Vd. poste de 23 janeiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9388: No 25 de Abril de 1974 eu estava em... (12): Bissau, Liceu Honório Barreto (Nuno Rodrigues / Luís Gonçalves Vaz) 

(**) Vd. poste de 8 de maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6345: Em busca de ... (130): Três militares, três velhos amigos do meu tempo de infância, em Bissau: os gémeos Mário e Chico e o futebolista Lino (Nelson Herbert, filho de Armando Duarte Lopes, atleta da UDIB)

 (...) Já que nisso de "perdidos e achados", no bom sentido é claro, o blogue tem sido profícuo, a vez desta é minha! E o propósito é o de tentar localizar três velhos amigos, referências da minha infância na Guiné.

Quanto aos dois primeiros, ignoro pois a respectiva graduação na altura. São gémeos,  de nome de baptismo Mário e Chico (Francisco, obviamente). Foram meus vizinhos na antiga Rua Engenheiro Sá Carneiro, a mesma da messe dos sargentos da Força Aérea e do famoso Cabaret ou Boite Chez Toi... Também a rua dos Serviços Metereológicos !

(...) A terceira figura de referência incontornável da minha infância foi, por sinal, um dos meus ídolos da arte de jogar a bola. Militar e futebolista da UDIB, destacou-se na arte da marcação de cantos directos... ao golo ! Era quase que infalível, quando Lino (assim o ficámos a conhecer) era chamado a bater tais lances de bola parada, como soi hoje dizer-se na gíria desportiva !

(***) Mais provavelmente, 21 de janeiro de 1974:

 (...) "Primeira acção do PAIGC na cidade de Bissau, com lançamento de engenhos explosivos contra autocarros da Força Aérea, seguidos, uma semana depois, de dois outros engenhos do mesmo tipo num café da mesma cidade, frequentado por militares portugueses" (José Brandão - Cronologia da Guerra Colonial: Angola, Guiné, Moçambique, 1961-1974. Lisboa: Prefácio, 2008, p. 433).

(****) Último poste da série > 4 de janeiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9309: Memória dos lugares (170): Regresso a Missirá em Janeiro de 1990 (Mário Beja Santos) 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Guiné 63/74 - P9399: No 25 de abril de 1974 eu estava em... (16): Bissau, tinha 13 anos, era estudante no Liceu Honório Barreto... (Luís Vaz Gonçalves)


Luís Gonçalves Vaz, Bissau,  1974

História no Ultramar com Luís Gonçalves Vaz (Tabanqueiro 530)

Na Guiné o 25 de Abril “só chegou” no dia seguinte, pois na manhã do dia 26 é que se iniciaram as ações dos oficiais do MFA, nomeadamente os onze oficiais que se dirigiram ao Gabinete do General Comandante-Chefe (General Bettencourt Rodrigues) e exigiram a sua demissão e o regresso a Lisboa.

O meu falecido pai, Coronel Henrique Gonçalves Vaz, Chefe do Estado-Maior do CTIG, teve conhecimento durante a noite de 25 para 26 de Abril, pois na madrugada recebeu, pelo seu telefone “civil” (não o militar!), a notícia de que na Metrópole decorria um “Golpe de Estado” para derrubar o sistema político de então (sei que foi um oficial da sua confiança que lhe ligou aqui da Metrópole).

Logo de manhã o meu pai dirigiu-se para a reunião do costume, com o General Comandante-Chefe no Palácio do Governador. Quando lá chega vê o edifício cercado por tropas especiais e deparou-se com a “destituição” de Bettencourt Rodrigues. É claro que o coronel Henrique Vaz não pertencia ao MFA, mas isso não o impediu de se insurgir contra alguns “modos um pouco rudes” (em sua opinião, é claro) com que estariam a conduzir o processo de destituição (ou prisão?) do Comandante-Chefe, e ofereceu-se para o acompanhar ao avião que o conduziria de regresso a Lisboa, via Cabo-Verde.

O General Bettencourt Rodrigues despediu-se com um abraço do meu pai, e agradeceu-lhe o “respeito” demonstrado, apesar de saber que o meu falecido pai iria continuar a ocupar o seu posto no Teatro de Operações da Guiné. É claro que a situação não era para brincadeiras e tudo podia acontecer nas próximas horas, e como o Coronel Henrique Gonçalves Vaz era um militar íntegro, patriota e com espírito de missão (não afeto ao anterior regime), foi imediatamente convidado para continuar como CEM do CTIG, tendo aceitado e só regressou definitivamente a Portugal no último voo de militares portugueses, pelas 23 horas do dia 14 de Outubro de 1974, acompanhando o Brigadeiro Carlos Fabião, na altura já indigitado para CEMGFA.

Esses mesmos oficiais do MFA solicitaram ao Comandante Marítimo, Comodoro Almeida Brandão, que assumisse as funções de Comandante-Chefe interino das Forças Armadas na Guiné-Bissau. As primeiras medidas tomadas pelo MFA na Guiné, foram a “detenção dos agentes da PIDE” e a “libertação dos prisioneiros políticos”. Como tal, no dia seguinte, 27 de Abril, surgiram pela cidade de Bissau várias manifestações lideradas por esses presos, uma delas cercou e tentou invadir o meu Liceu, o Liceu Honório Barreto.

Ainda me lembro como se fosse hoje, um funcionário do Liceu, um homem de grande estatura, e de origem cabo-verdiana, pegou numa grande tranca e afugentou vários manifestantes (deu resultado!), tendo de seguida fechado a porta principal. Nas salas do andar inferior, que davam para o jardim, tivemos de fechar as persianas, pois havia muitos manifestantes que nos diziam aos berros, com paus e catanas “Tuga na ba p`Bó Terra”…

É claro que eu achei muita piada na altura, pois nunca temi pela minha segurança, já que tinha colegas com 16 anos ou mais (alguns vinham do interior da Guiné para estudar em Bissau) que sempre me fizeram estar à vontade. Fugi do Liceu com esse grupo de colegas mais velhos (eu tinha apenas 13 anos e frequentava o antigo 3º ano do Liceu), em direção à base militar de Santa Luzia, onde vivia com a minha família (a casa do Chefe do Estado-Maior do CTIG era aquela mesmo em frente do Clube Militar, na outra ponta da avenida).


O Clube militar em Stª Luzia, visto de minha casa. Nesta avenida formavam-se algumas colunas militares, que seguiam para o mato, e durante um ano vi a formação de muitas, em que diversos furriéis e alferes milicianos revelavam “alguma emoção”… Lembro-me muito bem como se fosse hoje, e marcaram-me para sempre.


Fotos: © Luís Gonçalves Vaz  (2012 ) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados


Pelo caminho assisti ao episódio do "cerco da PIDE”, onde me lembro muito bem de ver a ação, de grande eficiência, de dois pelotões de Paraquedistas... Lembro-me muito bem... Estive bem ao lado daqueles Paraquedistas que estabeleceram logo de imediato um "Perímetro de Segurança". E, se bem me lembro, deveria ser o único "branco" a assistir à manifestação. Houve tiros e tudo. Depois fui pelas Tabancas até Stª Luzia, sempre acompanhado pelos meus colegas guineenses, que me protegeram e não permitiram que me acontecesse mal algum, só me deixaram após me entregarem aos elementos da PM, que faziam a segurança à entrada da Base Militar de Stª Luzia (a entrada estava barrada com rolos de arame farpado).

Quando cheguei a casa, soube que o meu pai tinha ido com uma pequena coluna militar buscar, ao Liceu Honório Barreto, os meus dois irmãos, tendo aproveitado para trazer, em segurança, algumas professoras e outros alunos, quase todos familiares de militares. Não me ralhou por eu ter vindo pelo meio de Bissau, entre as manifestações, com colegas africanos.

Segundo um interveniente nessa missão, o 1.º Cabo Paraquedista n.º 551/73, Carlos Alberto dos Santos de Matos, relata como esta operação militar se teria passado, no site http://associacao-pq-alentejo.webnode.com.pt/noticias/

(…) “O objectivo era conter uma manifestação popular em frente ao quartel da PIDE/DGS e retirar os elementos da PIDE em segurança e transportá-los para local seguro, para posteriormente regressarem a Portugal com a finalidade de serem julgados por um Tribunal. Fiz parte integrante de um pelotão de Pára-quedistas que esteve a manter segurança no exterior do edifício, juntamente com outros elementos do Exército e Marinha. O outro pelotão de Pára-quedistas entrou no edifício da PIDE, os quais não ofereceram resistência à detenção. Os manifestantes bastante exaltados, no exterior, aos milhares, gritavam ‘morte à PIDE e aos colonialistas’.

“A cada instante que passava, a multidão apertava mais o cerco em volta do edifício e nós recuávamos mais um pouco. A operação que a princípio se afigurava simples estava a piorar a cada momento e já se notava algum nervosismo nos nossos militares. Entretanto recebemos ordem para efectuar disparos para intimidar os manifestantes. O tiroteio de algumas dezenas de militares, durou apenas alguns segundos, durante os quais os manifestantes se puseram em fuga. Os que caíram, durante a confusão eram pisados pelos companheiros. Houve um silêncio constrangedor durante algum tempo. Na poeira do chão ficaram alguns feridos, não pelas nossas armas, mas por terem sido atropelados pelos colegas manifestantes.(...)”



Guiné-Bissau, pós-25 de Abril de 1974 - Manifestações populares de regozijo mas também de contestação: na primeira foto, um manifestante empunha um cartaz onde se lê: "Abaixo a D.G.S." ; na segunda foto, um dos manifestantes exibe um improvisado autocolante nas costas, onde se lê: "Viva o General António Spínola! Viva o Povo da Guiné!".


Fotos: © José Casimiro Carvalho (2012 ) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados

Em suma, afinal eu estive no Teatro de Operações da Guiné, no meio de uma operação militar, com tiros e tudo, mas felizmente sem mortos ou feridos. É um facto que esta é uma das muitas “experiências de vida”, que me marcaram muito, entre outras que vivi na Guiné. (**)

Braga, 13 de Janeiro de 2012
Luís Gonçalves Vaz
(Tabanqueiro 530)
____________

Notas de CV:

(*) Vd. último poste de 25 de Janeiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9398: Situação Militar no TO da Guiné no ano de 1974: Relatório da 2ª REP/QG/CTIG: Transcrição e adaptação de Luís Gonçalves Vaz (Parte III)

Vd. último poste da série de 24 de Janeiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9392: No 25 de abril de 1974 eu estava em... (13): Gadamael e tinha mais de 10 mil granadas de obus em stock... (C. Martins, ex-alf, cmdt do Pel Art, Gadamael, 1973/74)

(**) Comentário do LGV, deixado no blogue da CART 3494, do nosso camarigo Sousa de Castro, em 18 do corrente:

(...) Caros amigos: Parece que a minha memória me traiu, o cerco à Pide terá sido no dia 29 de Abril e não em 27, segundo o Sr. general Mateus da Silva, in Estudos Gerais da Arrábida, A Descolonização Portuguesa, Painel dedicado à Guiné (29 de Agosto de 1995), a saber:

 "...A população da Guiné começou logo a virar e as manifestações prosseguiram a 27, 28 e 29 de Abril, num crescendo. No dia 29, cercaram a delegação da PIDE/DGS de lá, partiram montras, destruíram alguns carros em frente do palácio, atiraram pedras e partiram alguns vidros. E foi um bocado em consequência disso – eu estava no Palácio e os pára-quedistas controlavam mais ou menos a situação ..."

Eu acho que foi antes, mas o sr. general deve ter apontamentos... como tal fica aqui a observação.

Luís Gonçalves Vaz
18 de Janeiro de 2012 23:07

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Guiné 63/74 - P9388: No 25 de Abril de 1974 eu estava em... (14): Bissau, Liceu Honório Barreto (Nuno Rodrigues / Luís Gonçalves Vaz)



São Tomé > s/d > Ensino - Liceu Nacional de D. João II, em S. Tomé, durante a época colonial. Esta foto poderia ter sido tirada no Liceu Nacional Honório Barreto, em Bissau. No dia 25 de Abril de 1974 dois filhos de militares portugueses estavam lá, o Nuno Rodrigues e o Luís Gonçalves Vaz (, este último membro da nossa Tabanca Grande). Foto, da Agência Geral do Ultramar,  de autor não identificado.

Copyright:  © 2008-2011 IICT [Instituto de Investigação Científica Tropical, Arquivo Histórico Ultramarino, Calçaada da Boa-Hora, nº 30. 1300-095 Lisboa,  Portugal. Fonte: ACTD [Arquivo Científico Tropical Digital Repositpry] (Reproduzido com a devida vénia...)

1. Comentário, de 15 de dezembro último, ao poste P9194 (*), assinado pelo nosso leitor Nuno Rodrigues que no 25 de Abril de 1974 tinha 12 anos, vivia em Bissau, andava no 3º ano do Liceu Nacional Honório Barreto e era filho de um militar paraquedista do BCP 12:


Caro LGV [ Luís Gonçalves Vaz]


Se a memória não me falha, a fuga do Liceu Honório Barreto foi logo no dia 26 [de abril de 1974]. Nesse dia fugi,  mais um colega,  em direcção à Câmara Municipal (onde a minha mãe trabalhava),  escoltado pelo meu pai. Lembro-me depois de chegar a casa (uma rua por trás da messe de sargentos praquedistas, corpo a que o meu pai pertencia) e de haver buracos de balas visíveis em alguns sítios.

Foi também esse o dia das primeiras manifestações com o slogan "Vivó Spínola" e da quebra e pilhagem de montras. No dia 27 faltou já na nossa turma um colega (o Martinho) cujo pai era agente da DGS. Pelo que se comentou na altura,  penso que quando o pai foi preso a família foi junto (não foi presa mas acompanhou-o).


Um Abraço

Nuno Rodrigues

2. Comentário de Luís Gonçalves Vaz, com data de 19 de de dezembro:



Olá,  Nuno. O que conta,  é muito familiar!!! Será que fomos colegas? Eu também tinha um colega que faltou no dia seguinte.... Não me lembro se era o "Martinho"! Sei que era de São Tomé e filho de um elemento da DGS, sei pelo meu pai, (na altura Chefe do Estado-Maior do CTIG,) que foram reunidos todos os Pides com as respectivas famílias no Cumeré (centro de instrução perto de Bissau)...

Pergunto: Tinha 13 anos e frequentava o antigo 3º ano do liceu, o Honório Barreto?

Aguardo uma resposta,  meu caro Nuno!

Outra coisa, na data de 26 de abril não houve libertação de presos... só em 27 ou 28!!! Brevemente enviarei essa "estória", mas fiquei a saber que mais colegas fugiram do Liceu, para "viverem na 1ª pessoa tais momentos históricos"!

Forte Abraço, Luís Gonçalves Vaz (Tabanqueiro nº 530)


3. Resposta de Nuno Rodrigues, de 26 de dezembro:

Caro LGV:

Às vezes a memória prega-nos partidas e reconstroi ela mesmo os eventos. Tinha para mim que a confusão havia começado logo a 26, mas pode muito bem ter levado mais um dia ou dois.


Tivemos necessariamente de ser colegas, pelo menos de Liceu (de turma já era pedir muito, mas não sei quantas turmas havia do 3º ano). 

No ano lectivo de 73/74 frequentava o 3º ano dos Liceus no Liceu Nacional Honório Barreto, em Bissau, mas tinha 12 anos (nessa altura andava um ano "desfasado"). Ainda por cá tenho, algures, a caderneta do Liceu se quisermos aferir a turma. A nossa sala ficava em baixo, com janelas para a rua (acho que todas tinham), mas já não sei identificar qual delas era, sei que não era logo a primeira. Dessa turma reencontrei cá dois colegas, um dos quais ainda contacto diariamente.

Na manhã do "estouro" (aquilo pareceu um estouro de pânico da manada) nunca percebemos o que lhe deu origem. Só me lembro do pânico irracional e da fuga subsequente, da malta a saltar aquele portão, liso e altíssimo, como se tivesse asas, só para depois voltar para trás porque, mais à frente, estavam uns miúdos ao pé do campo da bola a atirar pedras.

Mais tarde apareceu no largo do Liceu, penso que era a P.M. [Polícia Militar,] em jipes e com megafones a mandar evacuar as ruas. Foi nessa altura que o meu pai apareceu a pé, não sei de onde, e lá fugimos atrás dele,  direito à Câmara Municipal (atrás não será o termo correcto, quem ficou para trás foi o meu pai). Também me lembro de na altura dizerem que o pessoal da DGS estava detido no Cumeré com as famílias.

Fico a aguardar a "estória" com expectativa.
Um abraço
Nuno Rodrigues




Guiné > Arquélago dos Bijagós > 1974 > Luís Vaz, estudante, com 13 anos de idade,  na pista da Ilha de Bubaque


Foto: © Luís Gonçalves Vaz (2011). Todos os direitos reservados


4. Resposta de Luís Gonçalves Vaz:

Meu caro ex-colega Nuno Rodrigues:


É cada vez mais "nítido" que fomos colegas da mesma turma no Liceu Honório Barreto!!! Basta que me confirme que o nosso colega "Martinho" era ou não natural de S. Tomé?! Pois se me confirmar, era o mesmo colega que nós no dia 28 de Abril sentimos falta e ficámos a saber estava "retido" no Cumeré com a família para a sua segurança e da sua família ... (Lembro-me de ver várias "perseguições" a informadores da PIDE ... e no fim entregavam-nos à Polícia Militar...). Gostei da sua estória, conte outras neste blogue.

Sobre o episódio do "Cerco da Pide" que presenciei, já está publicado em no blogue da CART 3494  [, editado pelo Sousa de Castro]... Pois não sei se o editor chefe (Luís Graça) irá publicar aqui a minha História... (**)


Forte Abraço, Luís Gonçalves Vaz.
________________

Notas do editor:

(*) Vd. posted e 13 de dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9194: Tabanca Grande (310): Luís Gonçalves Vaz, professor, filho do Cor CEM Henrique Vaz (1922-2001)

(**) Último poste da série > 27 de outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7181: No 25 de Abril de 1974 eu estava em... (11): Lisboa a viver num apartamento com mais três estudantes (José Corceiro)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Guiné 63/74 - P9376: Notas de leitura (324): Passadas, recordações de um aluno do Liceu Honório Barreto, de António Estácio (Mário Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 26 de Dezembro de 2011:

Queridos amigos,
Tomei a iniciativa de pedir ao António Estácio que me deixasse consultar estas memórias em torno da sua vida liceal, fiquei varado pela reconstrução, a carpintaria da escrita apropriada, o registo de histórias que, mesmo por diferentes itinerários, cada um de nós viveu. Acho uma tremenda injustiça esta colectânea de lembranças ficar no olvido. Injustiça até para a cultura guineense. Injustiça porque é prosa muito boa. É muito raro voltarmos à adolescência com tantos pensamentos positivos e lembranças tão sadias como o faz o António Estácio.

Um abraço do
Mário


Traquinices da mocidade no Liceu Honório Barreto, entre 1958 e 1964

Beja Santos

Guardamos, todos nós, recordações das brejeirices e dos actos azougados que praticámos e ajudámos a praticar nos bancos da escola. Os comentários em voz alta nas cadeiras de trás, o professor enfurecido a perguntar quem foi, os tempos das bombinhas de mau cheiro, a malta a ser apanhada a ler revistas…

Nenhum de nós escapou à zomba e à mofa, às faltas colectivas e às barracas durante a imprevista prova oral. E havia as praxes, recordo como se fosse hoje no meu 3º ano em que me coube, logo no início da aula, pedir ao senhor capitão Figueiredo, o professor de Físico-Química, no dia 9 de Abril, ele que era um dos últimos veteranos da batalha de La Lys, que fizesse o favor de explicar à turma, resumidamente, o que tinha sido a batalha, estávamos mortinhos por saber. O senhor capitão Figueiredo fechou o livro dos sumários, ganhou balanço e deu-nos cerca de 45 minutos de ofensiva alemã e tudo fez para justificar o comportamento do Corpo Expedicionário Português. No final, em voz pausada, disse à turma: percebi muito bem que não queriam que eu desse aula; pois bem, vão levar uma lista de 15 exercícios que me entregam no próximo dia.

“Passadas, recordações de um aluno do Liceu Honório Barreto”, por António Estácio, edição do autor, Macau, 1992, é um livro espantoso, não merecia ficar confinado a umas centenas de exemplares, o nosso confrade vazou com melancolia e prodígios de memória um conjunto de passadas (em crioulo da Guiné, estórias, algo que aconteceu e se recorda) e gozos (também em crioulo, brincadeiras, partidas ou piadas). Mesmo admitindo que recebeu muitos contributos, o produto final é uma viagem pela mocidade num estabelecimento de ensino, no pré-anúncio e nos primeiros anos da guerra.

Descreve o liceu instalado em dois pavilhões, o Pavilhão de Baixo e o Pavilhão de Cima. Elenca os nomes dos reitores e dos professores, mostra-nos a salas de aulas e depois entramos no primeiro ano, quase nos sentamos ao lado do Conduinho ou Xandinho, do Lapin, do Tátá, do Carlitos, do Tchengo, do Gui, do Jack Alex, entre algumas dezenas. Os professores também tinham alcunhas: o Dr. António Penedos era conhecido pelo Garú Garú; a professora de Francês era a Dr.ª Clara Shwartz da Silva, mãe do Pepito. Havia alcunhas cruéis, pois claro. A professora de Matemática era a Sr.ª D. Fernanda Barroso (Nha Cassequé) pessoa extremamente magra cuja alcunha provinha da sua semelhança com o peixe seco. O Dr. Aguinaldo Veiga, professor de Ciências Naturais, tinha a alcunha de Aguinaldo Boca, por ser homónimo do personagem cantado numa coladeira muito em voga na altura. Cada professor tem direito às suas histórias e às facécias dos alunos. O Dr. Aguinaldo chamou o Erasmo Serra e perguntou-lhe o que era um rio. O Erasmo pôs-se um tempo a pensar, a malta já gargalhava à espera de o ver disparatar, eis que lhe sai uma soberba definição: rio é uma corrente de água permanente sempre em repouso.

A turma era levada da breca, os professores perderam a paciência, entrou por ali o reitor que anunciou a trinta alunos atemorizados que fora decidido cair sobre aqueles prevaricadores a espada de Dâmocles para os punir exemplarmente. António Estácio escreve e desatei às gargalhadas: “Eramos todos muito novos, uns começaram logo a chorar. Senti um aperto no coração”. Havia relatos de futebol na turma, cachações e lambadas, punham-se migalhas nos livros de ponto. Os anos passam, continua o alvoroço e a balburdia em muitas aulas, o sumário da disciplina de Educação Física e Lavores dizia invariavelmente: “Corridas e saltos”. Os professores vociferam, chamam palerminha e invertebrado aos alunos torcidos nas carteiras. O Dr. Brandão mostra a um aluno o discóbolo e pergunta-lhe o que é e ele responde que é o homem do disco, o professor corrige, e o aluno retorque: é isso mesmo Sr. Dr., eu é que já não me lembrava do nome dele… Nas salas de aulas circulam cães, há claques furiosas de benfiquistas contra sportinguistas, no 4º ano o António Estácio chumba, nessa altura o Tita que escutava na rádio umas lições da BBC dizia a hora I don´t know, o capitão Freire era conhecido pelo Dr. Tell me. Temos depois o segundo 4º ano, estão lá o Gil Bundas, o Toni Porquinho, o Zé Grilo, o Pepito, a Chécha, a Mimela e o Corrente Eléctrica. A guerra já está no horizonte, o professor de matemática era o major Rebelo de Carvalho, dava Canto Coral uma senhora cujo marido era sargento dos fuzileiros especiais. Na aula de História o Armandinho Salvaterra ouve falar numa convenção, tratado ou acordo de Salvaterra de Magos, estava distraído e levantou-se meio atrapalhado dizendo: Pronto! Presente! A professora pede um microscópio, o servente, o Sr. Saná, que não sabia falar português, ficou às aranhas e os velhacos disseram-lhe para ele ir buscar um balde com água, a professora mandou-o pôr o microscópio em cima da secretária, a Dr.ª Palmira Lopes enfureceu-se, houve para ali um pandemónio dos diabos. Inevitavelmente, vem à baila uma história com grilos nas suas invasões periódicas. A malta apanhava dois ou três, metia-os nas caixas das carteiras, as alunas ao levantar a tampa da carteira davam gritinhos. Tínhamos baderna na aula.

António Estácio frequenta o seu último ano no liceu em 1963-1964: ia separar-me de colegas e amigos que tiveram ao longo de anos, era o caminhar para uma meta que ambicionava e ao mesmo tempo temia, ia a caminho da Escola de Regentes Agrícolas de Coimbra, na Bencanta. Exara o nome da malta toda e os professores, a Dr.ª Maria de Lourdes Franqueira Castro e Sousa, a Dr.ª Clara Schwartz da Silva, Dr. Caldeira Firmino e o Dr. Costa Brandão. Para dar geografia chegou um sargento do exército que possuía a licenciatura. Como era careca era conhecido pelo descapotável. O António Estácio também fala dos seus fiascos. A Dr.ª Cecília Quelhas era professora de Ciências Naturais, estava em Bissau a acompanhar o marido, mobilizado como militar. Na prova oral, a professora perguntou-lhe quantas cinturas conhecia e ele respondeu lampeiro: duas, a pélvica e a escapular. A professora prosseguiu querendo saber como era constituída a cintura escapular, ele aí estendeu-se: é constituída pelos ossos das coxas.

Lê-se estas “Passadas” como se vê o Cinema Paraíso ou de qualquer forma se regressa aos tempos de inocência, do espevitar para a vida. É o enunciado em torno de uma família que irá deixar lembranças. Até eu encontrei ali nas turmas do António Estácio o João Cardoso que depois da independência será secretário de Estado e com quem trabalharei alguns meses, em 1991. É um liceu que cresce e onde chegam militares como aquele capitão da administração militar que dava aulas de contabilidade na Escola Comercial e Industrial de Bissau, os filhos do governador Vasco Rodrigues partem em pleno terceiro período de 1964, quando o pai deixa de ser governador para ser substituído pelo general Arnaldo Schulz. Estácio também presta homenagem aos diferentes serventes e contínuos, o Cowboy não se fazia rogado, dava luta e respondia a quem o tratava pela alcunha Obo di bó papé (os tomates do teu pai).

Este livro não é só uma agradável surpresa, naquele mundo que se transfigurava o António Estácio recolheu o ar do tempo, guardou religiosamente a linguagem das pantominices e brindou-nos e aos colegas com um texto cheio de candura adolescente.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 16 de Janeiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9361: Notas de leitura (323): Malhas que os Impérios Tecem (Mário Beja Santos)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7780: Parabéns a você (216): 96° Aniversário de Clara Schwarz da Silva, nascida a 14/2/1915, uma cidadã do mundo, co-fundadora e professora do Liceu Honório Barreto, em Bissau, cuja presença na Tabanca Grande muito nos honra... (Luís Graça, co-editores, amigos e antigos alunos)



Alcobaça > Martinho do Porto > 21 de Agosto de 2010 > Casa do Cruzeiro (e, a partir de então, sede da Tabanca de São Martinho do Porto > Uma casa comprada,  nos anos 30,  para a Dra. Clara Schwarz  (nascida a 14 de Fevereiro de 1915),  pelo seu pai, Eng. Samuel Schwarz, de origem polaca... A casa tem uma magnífica e luminosa vista sobre a baía e a costa atlântica (com as Berlengas ao fundo)... É aqui que a Clara passa férias  de verão com os filhos, netos e bisnetos...  O seu marido, Dra. Augusto Silva (Ilha Bravo, Cabo Verde, 1912- Bissaui, 1983), fez advocacia em Alcobaça e Porto de Mós, na década de 1940, antes de o casal partir para a Guiné em 1949.




Alcobaça > Martinho do Porto > 21 de Agosto de 2010 > Casa do Cruzeiro > A Clara Schwarz,  uma cidadão do mundo, uma mulher de grande coragem e cultura, que ajudou a fundar o Liceu Honório Barreto, em Bissau, onde foi professora de francês... É licenciada pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. 


Alcobaça > Martinho do Porto > 21 de Agosto de 2010 > Casa do Cruzeiro > A Clara, mãe do Pepito, e a mãe da Isabel,a  Dona Leonor (que faz anos neste mês, a 16 de Fevereiro)



Alcobaça > Martinho do Porto > 21 de Agosto de 2010 > Casa do Cruzeiro > A Clara, a mãe da Isabel e duas das três filhas da Júlia Neto...


Alcobaça > Martinho do Porto > 21 de Agosto de 2010 > Casa do Cruzeiro  >  Em primeiro palno, a Júlia Neto e a Clara; em segundo plano, o Manuel Reis e duas das filhas da Júlia Neto (e do nosso saudoso José Neto, 1929-2007).

Alcobaça > Martinho do Porto > 21 de Agosto de 2010 > Casa do Cruzeiro > A Clara recebendo mais uma amiga...



Alcobaça > Martinho do Porto > 21 de Agosto de 2010 > Casa do Cruzeiro 
O Pepito, em primeiro plano, com a Alice e a  Isabel Levy Ribeiro... O casal Pepito (guineense) e Isabel (portuguesa), ambos engenheiros agrónomos formados pelo ISA - Instituto Superior de Agronomia da UTl _ Universidade Técnica de Lisboa,   são, para todos nós, seus amigos, um exemplo de vida, de coragem, de solidariedade e de resistência às adversidades... Vivem em Bissau desde 1975, onde fundaram em 1991, com outros guineenses (José Filipe Fonseca, Nelson Dias, Isabel Miranda, Roberto Quessangue,  Rui Miranda...)  a AD - Acção para o Desenvolvimento....



 Alcobaça > Martinho do Porto > 21 de Agosto de 2010 > Casa do Cruzeiro > O 1º do resto da vida da Tabanca de São Martinho... Na foto, eu, de costas, o Pepito, à minha direita, o Teco, à minha esquerda; e em segundo plano, o Manuel Reis, o Jero e o António Pimentel... Faltam aqui os camaradas Zé Teixeira e Xico Allen, bem como a nossa amiga Júlia Neto (que, não estando hoje em Lisboa, por motivos familiares, manda um grande beijinho de parabéns para a sua amiga Clara)...


Fotos: © Luís Graça (2010). Todos os direitos reservados




1. Tal como o ano passado (*), o nosso amigo Pepito veio, de propósito de Bissau para estar na festa dos 96 anos da sua querida mãe, que vive no concelho de Oeiras.  E nós quisemos, mais uma vez, associar-nos a essa festiva efeméride. Temos muito honra em poder cantar-lhe os parabéns, aqui na nossa Tabanca Grande, debaixo do nosso secular e frondoso poilão... A Dra. Clara Schwarz, simplesmente, Clara, para os amigos, é uma figura tutelar e altamente respeitada da nossa Tabanca Grande. O seu amor à Guiné e ao seu povo inspira-nos. Logo à noite estará com os seus filhos, Carlos, Henrique e João, noras, netos, bisnetos, demais família e amigos. E, nós, discretamente, virtualmente, estaremos lá também, para manifestar a nossa alegria por este dia, dia do amor, dia dos namorados, dia da menina Clara...


Estão também de parabéns os seus filhos Carlos Schwarz, mais conhecido por Pepito, o mais novo, bem como o Henrique e o João Schwarz. E, claro, os seus netos, bisnetos e demais família. É um privilégio ter assim uma mãe e uma avó.


Recorde-se que Clara Schwarz da Silva foi casada com o advogado, investigador e escritor Artur Augusto da Silva (1912-1983),  o amor da sua vida,  de quem fala sempre com eterna saudade. Como há dias pôde comprovar a Alice, que esteve lá na sua casa, a Clara continua a ser uma grande senhora, uma verdadeira matriarca, uma Mulher Grande (como diríamos na Guiné), que traz do Séc. XX as melhores e as piores memórias e que se adaptou, tão bem ou melhor do que cada de um de nós, aos progressos do Séc. XXI  (o telemóvel, a televisão, o computador, a Internet, o Skype, o mail, o blogue)… Sai de casa, sozinha, para ir ao médico, movimenta-se em casa com desenvoltura, tem uma memória prodigiosa, fala diversas línguas, como os seus pais, adora ler e ouvir música... Um ser humano com tantos predicados enche-nos de orgulho e até de vaidade, por podermos partilhar do seu convívio e da sua amizade. Em meu nome pessoal, e em  nome da minha família (Alice, Joana e João), deixo-lhe aqui um xicoração muito terno, e a promessa de cá estar/estarmos para comemorar o 1º centenário, em 2015...


Na qualidade de fundador, administrador e editor deste blogue, quero também, em meu nome e dos meus co-editores (Carlos Vinhal, Eduardo Magalhães Ribeiro e Virgínio Briote) e demais colaboradores, das  restantes cinco centenas de amigos, camaradas e camarigos, registados no nosso blogue,  desejar-lhe a continuação de um vida plena, na companhia de todos os que ama e estima.


Mesmo em cima do acontecimento, quisemos pedir a alguns amigos nossos que conhecem a Clara Schwarz,  para lhe escrever, em público, duas palavras bonitas... Começamos por um amigo da casa, o António Estácio, e seu antigo aluno, que foi desencantar mais amigos e condiscípulos... Espero que a Dona Clara recebeça muitos parabéns pelo telefone, de viva voz (telefone: 214 422 060).


2. Mail enviado por L.G.  ao António Estácio (com conhecimento ao António Reis, José Teixeira, e ao  Jero que, entre outros camaradas, o António Pimentel e o Xico Allen,  e  ainda  com o a Júlia Neto e família, estiveram comigo e a Alice, no 1º convívio da Tabanca de São Martinho do Porto,  na casa de verão da Dona Clara, no passado dia 21 de Agosto de 2010; estiveram ainda presentes o Teco e a esposa, além dos anfitriões, o Pepito e a Isabel e as respectivas mães):


A Dona Clara, mãe do Pepito, faz amanhã 96 anos... Gostaria de fazer um pequeno poste de parabéns... Foste aluno dela em Bissau... Não queres escrever duas linhas ? Podes mandar-te até logo à noite...


PS - Há dias a minha mulher, Alice, esteve lá em casa [, em Paço de Arcos,] e levou como ela uns amigos, incluindo  a Alexandrina, esposa do Engº Agr. Manuel Monteiro (da terra da Alice, Marcod e Canaveses e colega de trabalho no Ministério da Agricultura). A Alexandrina (não sei o apelido de solteira...) nasceu em Bissau, como tu, é da tua idade e foi aluna da Dra. Clara... Ela ficou muito sensibilizada... O Manuel Monteiro, por sua vez, foi condiscípulo do Pepito no ISA - Instituto Superior de Agronomia.






Alcobaça e o seu imponente mosteiro cistercense....  Fotos do Jero para a Dona Clara que viveu aqui, nesta vila estremenha, com o marido, nos anos 40...


3. Resposta do JERO:


Caro Comandante


Grato pelo teu "aviso à navegação" permito-me mandar em anexo duas imagens de Alcobaça como "prenda" à Dona Clara Schulz, que passou alguns anos da sua vida em terras de Cister. Votos de um dia muito feliz, partilhados com todos os seus familiares mais próximos .


De Alcobaça com particular estima, JERO




4.  Resposta do Manuel Reis [, foto à esquerda]:


Caro Luís: Quem conheceu a D. Clara não pode ficar indiferente, principalmente nesta data, em que ocorre mais um aniversário.


Senhora amável, duma lucidez invulgar, merece todo o nosso apreço e admiração. Para ela vai um beijinho de parabéns com o desejo que esse dia se repita por muitos e bons anos, com muita saúde. 


Para o seu filho
babado, Pepito, um forte abraço.
Manuel Reis


5. Mensagem do José Teixeira [, foto à esquerda]


Diz o Óscar Wilde: Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existem.


Quem teve o prazer de conhecer a D.Clara e com ela convive, mesmo umas horas apenas, como eu, rapidamente se apercebe quanto a Senhora vive a vida.


Que presença! que força de vontade!


Um beijinho de parabéns, com votos de muita saúde. José Teixeira.






Guiné > Bissau > Liceu Honório Barreto> 1970

Foto: © Arménio Estorninho (2010). Todos os direitos reservados



6. Resposta do António Estácio [, foto à direita]:


Caro Luís Graça


Felicito-te por esta simpática iniciativa de merecida atenção à Dr.ª Clara Schwarz da Silva, uma excelente professora que tive no Liceu de Bissau, à data, Honório Barreto [, hoje Liceu Nacional Kwame N' Krumah].


A Dr.ª Clara Silva foi uma Senhora que muito nos marcou pela simplicidade de trato, a competência com que lecionava a cadeira de francês, a informação acrescida que nos transmitia da cultura e História francesa que conhecia com profundidade, o à-vontade com que nos relacionávamos nas suas aulas onde a liberdade era partilhada e o respeito se equilibrava, o elevado sentido de justiça com que nos classificava, etc.


Reconheço que lhe devo muito da minha aproximação à cultura francesa e, daí, a identidade e o prazer que, ao fim de meio século, ainda nutro de, sempre que posso, "parler".


Com relativa frequência, tenho tido oportunidade de, na última década, estar com ela, nomeadamente, quando me é dado ir ao aeroporto de Lisboa esperar o Pepito - um dos meus maiores amigos e ex-colega do Liceu de Bissau, com quem -  não obstante as décadas já passadas e o termos exercido as nossas profissões em diferentes continentes - reforcei duradoiros laços de Amizade.


No dia do seu aniversário (14 de Fevereiro), saúdo a Dr.ª Clara Silva, desejo-lhe um dia muito feliz, que a boa saúde seja uma constante e que daqui a um ano tenha(mos) a alegria de a voltar a felicitar.


Com muita amizade, consideração e estima, envio-lhe um beijo pelo seu 96º aniversário.


António J. Estácio


7. Segundo mail do António Estácio  (Depois de um falso alarme meu, em que eu lhe mandei um toque, ontem à noite, a dizer que não tinha recebido nada na caixa de correio...)


Ah malandro que me fizeste perder um golo [, do Benfica, presumo...].


Olha, encaminhei o teu e-mail inicial para 49 antigos alunos da Dr.ª Clara, temendo que a maioria só amanhã vá ver o respectivo e-mail....


Como alternativa, dei-lhes o telefone lá de casa.


Com amizade e, DESDE QUE SAIBA E POSSA, sempre ao dispor


António J. Estácio




8. Mensagem de João Firmino:


Meu caro Luís Graça


Através do António Júlio Estácio recebi a tua mensagem sobre o aniversário da Drª Clara. Deve ter havido lapso no dia, uma vez que eu tenho anotado dia 15/3ª feira. Fui aluno da Drª Clara e colega do filho, o Pepito. Mais tarde regressei à Guiné em comissão.


Aproveito para te dar os parabéns pelo teu excelente site.


Drª Clara:


É com imensa alegria que a "vejo" completar mais um aniversário. É com saudade que neste momento me imagino novamente sentado nos bancos do nosso Liceu Honório Barreto. Foram tempos que, como sabe, todos nós gostamos de recordar.


Envio-lhe um grande beijo de parabéns e aproveito para lhe pedir que, quando falar com o Pepito, lhe dê um abraço meu.


João Ramiro Caldeira Firmino






Guiné-Bissau > Bissau >  O Antigo Liceu Honório Barreto, hoje Liceu Nacional Kwame N' Krumah]. Fonte: Blogue Liceu Nacional Kwame N' Krumah (com a devida vénia...)


9. Mensagem do António Estácio para o Eng.º Manuel Monteiro


Não nos conhecemos mas temos amigos comuns como o Pepito e o Luís Graça, admitindo que outros haja de Agronomia onde, quanto sei, se licenciou, de que avanço o Prof. Virgílio Loureiro, o Prof. Dionísio, vulgo "Bacus", os Paisagista António Saraiva, Alho e Carvalho de Vasconcelos, o Prof. de Silvicultura Francisco Castro Rego e outros, admitindo que mesmo aí no Marco esteja o filho dum antigo Prof. do Liceu de Bissau, o Rui Brandão que salvo erro se licenciou em Direito.


Bem, serve esta para lhe dizer que, se bem percebi ao Luís Graça, a (Alice) esposa dele e a sua foram há dias a casa da mãe do Pepito e que sua esposa, de seu nome Alexandrina, fora aluna da Dr.ª Clara no Liceu de Bissau.


Ora como eu nasci e me criei na Guiné, tendo estudado no referido Liceu fiquei intrigado em querer saber de quem se trata.


Antes, porém, de avançar seja-me permitido identificar:


Chamo-me António Júlio Emerenciano Estácio, nasci em 1947 em Bissau, estudei no Liceu "Honório Barreto" até 1964, altura em vim para Portugal a fim de tirar o Curso de Regente Agrícola na antiga Escola Nacional de Agricultura da Bencanta, em Coimbra.


Posto isto segui para Angola onde estagiei na II Brigda do Instituto de Algodão de Angola, na Baixa de Cassange, no Distrito de Malange.


De volta a Portugal cumpri serviço militar obrigatório, tendo, de 1970 a 72, estado em Angola.


Em Setembro de 72 rumei a Macau, como ténico da delegação local da Missão de Estudos Agronómicos do Ultramar (MEAU), tendo permanecido pouco mais de 26 anos em Macau, mais concretamente até Dez. de 1998.


Daí para cá resido no Concelho de Sintra, mais concretamente no Algueirão.


Posto isto, se não se importa gostaria de ser esclarecido:


(i) A sua esposa chama-se Alexandrina?;


(ii) Estudou no Liceu de Bissau,  tendo sido aluna da mãe do Pepito?;


(iii) Como só pelo nome não vou lá,  gostaria de saber qual o tempo de permanência dela na Guiné e bem assim o período em que frequentou o Liceu de Bissau e o apelido ou referência familiar.


É que nunca se sabe se a sua esposa e eu não nos conhecemos e em caso afirmativo de quem se trata que não consigo lá chegar.


Como deve saber, todos os anos é norma um almoço de naturais e amigos da Guiné, promovido por um grupo de antigas alunas do Liceu de Bissau, estando em crer que a vossa presença no próximo almoço (deve ser no início de Maio) permitirá rever velhos condíscipulos e, sobretudo, amigo/as.


Quanto a meu respeito se mais alguma informação pretender recolher tenha a bondade de me contactar, quer directamente por e-mail, quer pelos telef. 219229058 ou 962696155.


Grato pela atenção dispensada subscrevo-me atenciosamente


António J. Estácio



10. Mensagem do Manuel Monteiro e esposa, Xanda, antiga aluna da Dra. Clara Schwarz:


Carissímo Luis: Somos o Manuel e a Xanda e estamos muito contentes por saber que a Dra Clara faz hoje 96 anos . A Xanda relembra com muita alegria os tempos em que a teve como professora pois, para além de Mestra,  foi uma pessoa que a fez perceber melhor o mundo que a rodeava.   O reencontro passados tantos anos foi uma grande Emoção e a Vida , Alegria e Clareza que mantém são espantosos . Muitas felicidades ,muita saúde e muito amor. Parabéns.


11.  Do João Galvão, amigo do António Estácio e do Pepito, aluno da Dra. Clara, no Liceu Honório Barrto, em Bissau:


Por 'convite' do meu colega e amigo António Julio Estácio, aproveito a 'boleia' deste endereço eléctronico para fazer chegar à minha infinitamente estimada professora D. Clara Szchwarz da Silva, mãe do meu amigo Pepito, os meus sinceros votos de um dia feliz,  rodeada de todos quantos lhe são queridos (e não serão poucos, se ela pudesse contar os seus ex-alunos do Liceu Honório Barreto em Bissau!).


Esses votos vêm da parte do ex-aluno João António Galvão dos Reis Borges. Os meus sinceros agradecimentos ao detentor deste correio eléctronico pela oportunidade que me proporciona em associar os meus votos aos demais.


12. Mensagem de Manuel Amante [, foto à direita] 

Acabo de falar com a minha antiga e adorada professora de francês do primeiro ciclo liceal. Fizemos uma boa prosa de conversa recordando os tempos antigos do Liceu Honório Barreto. Deixava-nos a nós todos impressionados pela forma disciplinadora, mas muito carinhosa, com que a todos tratava, sem fazer nenhuma diferença. Tinha uma áurea de educadora que lhe acompanhava e que, pelos vistos, não desapareceu pelas fotos que vi há pouco. Um momento muito feliz para mim ter podido falar com a Dra. Clara após 46 anos. Graças ao Luís Graça e ao nosso blogue. Momentos e recordações mil que aqui encontramos. Manuel Amant


13. Mais mensagens chegadas da parte da tarde:

(i) Maria Estela Guedes (presumo que seja a esposa do Teco, que também  estev e connosco em 21 de Agosto de 2010, em São Martinho do Porto

Olá, Luis Graça. Meu texto para o aniversário: "Beijos e um abraço reconhecido para a D. Clara, no dia do seu aniversário, da amiga e ex-aluna Maria Estela Guedes". Um abraço, Estela


(ii) De João Câmara:

Aproveitando a boleia, do Luís,  quero deixar à Drª Clara Silva votos de um feliz aniversário e desejos de que venha ainda a festejar muitos mais. João Câmara Manoel
(iii) Da Marieta Ribeiro

A mensagem do Toninho [ António Estácio, ] só chegou hoje, portanto não sei se vou um pouco atrasada, mesmo assim, não queria deixar de escrever algumas linhas por ocasião do aniversário daquela que foi a minha professora mais querida.

Espero que este dia seja de grande alegria, e que se repita por muitos anos. Que chegue aos CEM, para que possamos renovar estes votos, e, quem sabe, fazê-lo presencialmente.

Um grande Abraço, e muitas felicidades, Marieta

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Nota de L.G.:


(*) Vd. poste de 14 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5813: Parabéns a você (79): Clara Schwarz da Silva, 95 anos, uma grande senhora, viúva de Artur Augusto da Silva, mãe do nosso amigo Pepito, leitora do nosso blogue, novo membro da Tabanca Grande (Luís Graça)


Último poste da série > 10 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7752: Parabéns a você (215): José Brás, ex-Fur Mil da CCAÇ 1622, Mejo, 1966/68 (Tertúlia / Editores)