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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Guiné 63/74 - P10474: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte I): De Oliveira de Azemeis a Bula e Empada


1. Mensagem, de hoje, do nosso camarada da diáspora Manuel Serôdio, que vive em Rennes, capital da Bretanha, França, e com quem há dias falei ao telefone, dando-lhe as boas vindas à nossa Tabanca Grande... Ele ainda está a familiarizar-se com as ferramentas da Internet:


Por vezes é mais simples escrever, que dizer de viva voz, o que nos vai no íntimo, assim aproveito a oportunidade que me é dada, para escrever neste blog, um pouco da minha existência e dar a conhecer aquilo que todos nós, ex-combatentes, temos bem presente ainda no nosso espírito - o tempo passado no serviço militar, e principalmente o serviço efectuado em terras de África.

Cada um de nós sentiu na pele os efeitos de uma guerra que não pediu, os efeitos por vezes desastrosos na saúde, e o abandono a que fomos colocados. 


Guiné > Região do Cacheu > Bula > 1967 > População local

 Tomar > Regimento de Infantaria 15 > 967. Em pé, a contar da esquerda: Furrieis Silva, Freitas, Dayves; alferes Beirante, Alberto, Costa, Vairinhos. Em baixo, a contar da esquerda: Furrieis Marques, Monteiro,. Aires, Brito, Henriques, Serôdio.

Fotos: © Manuel Serôdio (2012). Todos os direitos reservados.


1. Manuel de Almeida Andrade Serôdio, ex-Furriel Miliciano na então província da Guiné, CCAÇ 1787, nosso recente membro da Tabanca Grande (*)::

(i) nasci a 21/10/1944 em Oliveira de Azeméis, mais precisamente no lugar de Moinho do Meio;

(ii) após uma infância e adolescência despreocupadas, entrei na vida adulta, e rapidamente, a 7 de Julho de 1964, e com o n° 53, fui declarado apto para o serviço militar, ou por  outros termos, pronto para pegar em armas;

(iii) 16 de Maio de 1966: pela primeira vez entrei na porta de armas de um quartel militar, o  Regimento de Infantaria n° 5, em Caldas da Rainha;

(iv)  Após três meses de recruta fui enviado para Tavira, o CISMI onde cheguei a 21 de Agosto de 1966;

(v) A  28 de Novembro do mesmo ano, no final do curso, fui mais uma vez enviado para outras paragens, desta vez para o Regimento de Infantaria n° 6, no Porto;

(vi) E o tempo corria tranquilo até que...  a mobilização chegou; destino a Guiné, com passagem por Tancos, afim de tirar o curso de minas e armadilhas, findo o qual tinha que me apresentar no Regimento de Infantaria n°15, Tomar, para formar o Batalhão;

(vii)  18 de Junho de 1967:  passei a porta de armas, para fazer conhecimento com todos os camaradas que a partir desta data e até ao final do tempo de serviço, iriam partilhar da minha vida, e eu da deles; dentro de bem pouco tempo, tínhamos uma viagem à nossa espera, o que para alguns seria uma viagem sem regresso.


História da Companhia de Caçadores 1787 / Batalhão 1932


A concentração do pessoal da Companhia iniciou-se em 18 de Junho de 1967, no Regimento de Infantaria n°15, em Tomar. Ali frequentou a instrução da sua especialidade.

Na generalidade o pessoal da Companhia era oriundo do Norte do País.

As principais efemérides ligadas à vida da Companhia foram as seguintes;


(a) 14 de Agosto de 1967 - Início do IAO na região do Agroal, situada entre Tomar e Vila Nova de Ourém;

(b) 11 de Setembro de 1967- Início do gozo da liçença das Normas Reguladoras do Decreto-lei n° 
42937, de 22/04/1960, finda a qual o pessoal se apresentou no CIM em Santa Margarida.

(c)  25 de Setembro de 1967- Continuação do IAO no CIM; 

(d) 26 de Outubro de 1967 - Cerimónia da benção e entrega dos guiões às unidades a embarcar, seguida de missa na igreja do CIM; 

(e) 28 de Outubro de 1967 - Embarque em comboio especial na estação de Santa Margarida pelas 2 horas, com destino a Lisboa, Cais da Rocha; após a chegada ao Cais da Rocha, procedeu-se à cerimónia da despedida e ao desfile, seguindo-se o embarque no Uíge pelas 12 horas.

(f) 2 de Novembro de 1967- Chegada a Bissau e desembarque das nossas tropas;  a CCAÇ 1787 permaneceu na Companhia de Adidos até 15 de Novembro de 1967, data em que marchou para Bula, afim de fazer o treino operacional, e de onde regressou à Companhia de Adidos em 6 de Janeiro de 1968;

(g) 20 de Janeiro de 1968 - Partida para Empada, via Bolama, tendo a Companhia saído desta última localidade em 22, 23, e 24 de Janeiro de 1968.

(Continua)
_________

Nota do editor:


(*) Vd. poste de 14 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10381: Tabanca Grande (360): Manuel Serôdio, mais um camarada da diáspora, ex-fur mil at inf, CCAÇ 1787/BCAÇ 1932 (Bula, Bissau, Empada, Buba, Quinhamel, 1967/68)

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10381: Tabanca Grande (360): Manuel Serôdio, mais um camarada da diáspora, ex-fur mil at inf, CCAÇ 1787/BCAÇ 1932 (Bula, Bissau, Empada, Buba, Quinhamel, 1967/68)











Guiné > CCAÇ 1787/BCAÇ 1932 (1967/68) > o ex-fur mil at inf, com a especialidade de minas e armadilhas, Manuel Seródio... Fotos do seu álbum. Sem legendas.


A CCAÇ 1787/BCAÇ 1932 foi mobilizada pelo RI 15, partiu para o TO da Guiné em 18/10/1967 e regressou a 21/8/1968. Passou sucessivamente por Bula, Bissau, Empada, Buba, Bissau, Quinhamel. Comandante: Cap Inf Marcelo Heitor Moreira. O BCAÇ 1932 esteve sediado em Bissau, Farim e Bigene (Comandante: ten cor inf Narsélio Fernandes Matias)

Fotos: © Manuel Serôdio (2012). Todos os direitos reservados. 



1. Mensagem do Manuel Serôdio, com data de 30 de agosto, e pedido de apresentação na Tabanca Grande [, foto atual à direita]:

Eis a minha ficha militar:

(i) Manuel de Almeida Andrade Serodio, natural de Oliveira de Azeméis, ex-Furriel Miliciano, classe de 1966, n° 95998/65;

(ii) Recenseado com o n°53 em 1964, e incorporado em 16/05/1966, tendo passado à disponibilidade em 29/09/1969.

(iii) Em 16/05/1966 dei entrada no RI 5 em Caldas da Rainha para iniciar a recruta;

(iv) A 21/08/1966 entrei no CISMI em Tavira para começar o segundo ciclo do curso de Sargentos Milicianos na especialidade de Atirador de Infantaria;

(v) Promovido a primeiro Cabo Miliciano em 28/11/1967 e colocado de seguida no RI 6;

(vi) Nomeado para servir na Província da Guiné, fui destacado para Tancos afim de tirar a especialidade de minas e armadilhas;

(vii) Para de seguida ser colocado no RI 15 em Tomar, fazendo parte do Batalhão 1932, Companhia 1787;

(viii) Enviado a seguir para Santa Margarida no final do gozo da licença, fui para Lisboa no dia 28/10/1967, de onde embarquei no mesmo dia no Uíge com destino à Guiné;

(ix) Onde cheguei a 2/11/1967;

(x) Regressei à Metrópole a 23/08/1969 no final da comissão.

2. CCAÇ 1787 / BCAÇ 1932 > Louvor

À Companhia de Caçadores 1787, porque durante a sua comissão na Província da Guiné demonstrou excelente capacidade operacional, elevado espírito de sacrifício e profundo sentido de missão.

Designada logo após o seu desembarque como Unidade de reserva do Comando Chefe, começou logo a desenvolver intensa actividade de campanha, na qual se revelou uma Unidade coesa, agressiva e dinâmica, qualidades que ficaram bem patenteadas nas primeiras operações levadas a efeito.

A perseverança e eficiente actividade operacional continuou depois de ter assumido um Sector onde assegurou a defesa aos trabalhos de construção de estradas e proceder a numerosas escoltas. 

No aspecto psico-social, a acção da Companhia de Caçadores 1787 em nada desmereceu da sua conduta em combate, como demonstra a adesão quase total das populações da sua área às nossas tropas. Adesão esta motivada pelos numerosos melhoramentos sócio-económicos, como construção de casas, assistência sanitária, escolar e reparação das estradas.

Deste modo, a Companhia de Caçadores 1787 contribuiu em elevado grau para a luta contra o terrorismo, facto que leva a realçar os seus serviços e a conceder-lhe este público louvor.

21/08/1969
OS nº N° 35 do CTIG, despacho do EXm° Comandante Militar, em 18/08/1969

3. Há dias, a 7 do orrente, o nosso coeditor Carlos Vinhal mandou-lhe a seguinte mensagem (que ainda aguarda resposta):

Caro camarada Serôdio

Quando dizes que tens falado da história da tua Companhia, no Blogue, julgo que o terás feito através de comentários. Confirma se é verdade.

Não temos nenhum registo teu na tertúlia, e curiosamente, nem da tua Unidade. Para que fiques com o teu trabalho acessível, terás que nos enviar os teus textos e fotos, para nós publicarmos em poste. Serão criados marcadores, para facilitar a pesquisa, da tua Companhia e de ti próprio.

Sugiro que me mandes uma foto do teu tempo de Guiné e outra actual, de preferência tipo passe, em formato JPG, Docx ou PDf e nos indiques o teu posto, especialidade, data de ida e regresso, locais por onde andaste, e o que achares por bem dizer para que te possamos conhecer minimamente. Farei a tua apresentação formal à tertúlia, da qual ficarás a fazer parte.

Seguidamente poderás começar a mandar material para publicar. Acho conveniente que comeces tudo de novo, ou seja falar da tua companhia e de ti, eventualmente, desde o início da comissão. Se achares que tens muito material para publicar, poderemos inclusive criar uma série para ti ou para a CCAÇ 1787. Tu resolverás como achares melhor.

Para terminar sugiro que envies a tua correspondência sempre para dois dos três endereço possíveis, sempre para o luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com e para um dos editores, eu ou o Eduardo. Se tiveres alguma dúvida que queiras ver esclarecida, não te acanhes e pergunta. Estamos aqui para ajudar.

Sem mais por agora, deixo-te um abraço e votos de boa saúde.
O camarada e amigo
Carlos Vinhal

4. Na realidade, o Manuel Serôdio já é "nosso amigo" do Facebook... Segundo informação da sua página no Facebook, o nosso novo grâ-tabanqueiro nasceu em 21 de outubro de 1944, e estudou na escola industrial e comercial de Oliveira de Azeméis. Pelos diálogos que tem mantido (em português e em francês) e pelo seu endereço email, vive ou viveu em França. Disponibilizou algumas fotos suas, do tempo de Guiné, na nossa página do Facebook, Tabanca Grande, Luís Graça, Guiné.

Em meu nome e dos demais editores deste blogue, fica já formalmente apresentado o Manuel Serôdiio, grã-tabanqueiro nº 578. Aguardemos que nos mande informações adicionais (local onde vive, legendas das fotos, etc.), além de uma ou mais histórias do seu tempo de comissão de serviço no TO da Guiné. Mais fotos também serão bem vindas: com legenda (data, local, etc.).

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Nota do editor:

Último poste da série > 11 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10364: Tabanca Grande (359): José Fialho, alentejano de Portimão, ex-1º cabo radiotelegrafista (CCAÇ 4641, Mansoa e Ilondé, 1963/74)