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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7510: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (22): Cátix Félix, a nossa futura farmacêutica, e nossa menina de ouro, amiga de Cidália Nunes, viúva do nosso malogrado camarada António Ferreira, morto no Quirafo


1. Mensagem da nossa amiguinha Cátia Félix (*) que está a frequentar o último ano do Mestrado Integrado de Ciências Farmacêuticas (julgo que no Porto) e que, tendo uma disciplina de Saúde Pública, me pediu ajuda em termos de orientaçãoteórico-metodológica e  bibliográfica.  Acabámos por nunca conseguir acertar uma hora para falar ao telefone, tendo ela basicamente se socorrido de alguns textos meus que estão disponíveis na minha página na Net, Saúde e Trabalho, de entre outros recursos.



Recorde-se, aos mais novos dos nossos tabanqueiros,  que a Cátia Félix apareceu na nossa Tabanca Grande em Abril de 2009, servindo de "elo de ligação" entre nós e  a sua amiga Cidália Nunes, viúva do malogrado camarada António Ferreira que caiu em combate na tristemente célebre emboscada do Quirafo em 17 de de Abril de 1972. Foi ela que ajudou, como apoio de diversos camaraadsa nossos da Tabanca de Matosinhos, a resolver o luto patológica da sua amiga que durante durante quase quadro décadas se recusou a admitir a morte do seu marido e pai da sua filha que ele nunca chegou a conhecer em vida. (Para as duas, a viúva do António e a sua filha, desejamos muito ânimo para mais um ano que aí vêm, e que nos ajudem a preservar a memória do seu querido marido e pai, e nosso bravo camarada de armas).





(i) A mensagem original da Cátia, de 18 de Outubro, rezava assim:


Olá. Luís: Espero que esteja tudo bem. Desculpe estar a incomodá-lo, ainda para mais sobre um assunto que nada tem a ver com o "nosso" blog. Sei que o Luís é professor na área de saúde pública e, por acaso, neste meu ultimo semestre tenho uma disciplina de Saúde Pública na faculdade. No âmbito dessa mesma disciplina, recebi um tema de trabalho sobre Saúde Ocupacional o qual me tem dado algumas dores de cabeça, uma vez que, apesar de saber do que se trata não sei muito bem como abordar o tema. Já recolhi informação no programa nacional de saúde ocupacional mas não encontro muitas mais fontes.


Caso o Luís tivesse alguma disponibilidade e me pudesse a ajudar um pouco na minha orientação agradecia-lhe imenso. Caso seja muito incomodo, não tem qualquer problema, eu entendo :)


Pensei incluir no inicio do trabalho, como facto histórico, o Stress pós guerra que muitos de vós sofreu, mas não sei bem se se pode considerar como doença ocupacional (apesar de achar que sim...).Mais uma vez obrigado pela atenção e desculpe estar a "aproveitar-me" do seu conhecimento eheh. beijinhos (...)


(ii) Infelizmente, por sobrecarga de trabalho no início do ano lectivo, fiz muito pouco ou nada pela nossa amiguinha, que no entanto, a 4 do corrente, me surpreendeu (e me deixou comovido) com esta notícia:


Olá,  amigo Luís:Tenho de que dar uma boa notícia. Com ajuda do seu site e de outras bibliografias consegui fazer o trabalho de saúde ocupacional que lhe tinha falado. E a professora achou que o trabalho estava excelente, seleccionou-o e colocou-o online na página web da nossa faculdade. Além disso consegui ter nota máxima :)


Obrigado por tudo. Tinha de partilhar isto consigo. Fiquei muito feliz. Um enorme beijo e se não nos falarmos antes um óptimo Natal.(...)



(iii) A Cátia (que é de facto uma mulher de armas que merece que o carinho e admiração de todos nós), ainda arranjou tempo, nesta quadra festiva, para nos mandar esta promisssora e poética mensagem natalícia:

Neste Natal quero pedir a todos os meus amigos que voltem a ser crianças e não deixem que os vossos sonhos morram.  Acreditem no que esta noite significa!!! ;) 


O meu  pedido de Natal é simples e parece banal mas, mesmo assim,quero um mundo melhor, cheio de paz, amor, ternura, generosidade….. Que todas as pessoas possam ter um Natal, e um ano de 2011 repleto de realizações e coisas boas.

São os meus votos sinceros de Feliz Natal a todos.....



Bjinhos e um xi xoração

Cátia Félix
_______________


Nota de L.G.:


Último poste desta série > 27 de Dezembro de 2010 > 

Guiné 63/74 - P7509: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (21): Dos nossos tertulianos, Joaquim Mexia Alves, Hélder Valério Sousa e Maria Teresa Almeida

1. Mensagem do nosso camarigo Joaquim Mexia Alves*, ex-Alf Mil Op Esp/Ranger da CART 3492, (Xitole/Ponte dos Fulas); Pel Caç Nat 52, (Ponte Rio Udunduma, Mato Cão) e CCAÇ 15 (Mansoa), 1971/73, com data de 22 de Dezembro de 2010:

 Meus camarigos
Queria ter tempo para escrever alguma coisa que nos levasse ao encontro uns dos outros.

Este tempo de Natal é um tempo muito ocupado para mim e traz-me recordações imensas dos meus pais e da sua/minha enorme família à volta da mesa, (9 irmãos, trinta e tal netos e já alguns bisnetos, quando ainda o meu pai era vivo), e o extraordinário que era, apesar da mesma educação base dada a todos, as diferenças que entre nós havia.

Por vezes estalavam discussões, (o que numa família de homens grandes e voz grossa), ultrapassavam os limites do razoável, e então lá vinha o meu pai dizer-nos que não havia divergências que não fossem ultrapassáveis e sobretudo que éramos uma família, e que uma família se mantêm unida apesar das diferenças.

A nossa “família” foi enraizada na Guiné e deu muitos filhos, tantos como aqueles que lá serviram, desde o mais guerreiro combatente, ao mais cozinheiro que não deixou de ser combatente, porque também esteve em guerra.

Família desunida, separa-se, não se entre ajuda, não se constrói, não tem dimensão, não tem voz, e aqueles que por qualquer razão não gostam dessa família alegram-se com a sua desunião, porque no fundo torna fraca essa família.

Há convicções arreigadas, tudo bem. Há palavras mais duras e menos compreensíveis, tudo bem. Há pensamentos diferentes e diferentes maneiras de interpretar, tudo bem. Há até vontade de dar dois murros na mesa e partir a loiça, tudo bem.

Mas família que se preza ultrapassa tudo isso, e, não abandonando cada um as suas convicções e pensamentos, fazem-se mais forte do que elas e do que eles, e cada um estende a sua mão, oferece o seu ombro, e abre os braços para o abraço.

Que raio de coisa é esta que por umas quaisquer designações políticas se desagrega uma camarigagem feita na dor, na tristeza, mas também na luta, e na entrega?

Por mim, deixo agora as minhas convicções de lado, para num abraço apertado próprio da quadra natalícia, (que é sempre que um homem quiser), vos abraçar a todos, meus camarigos, e pedir-vos insistentemente que cada um o faça também, para não só a união da família continuar forte e coesa, mas também para aqueles que nos querem derrotar, não só nos nossos direitos, mas sobretudo na nossa dignidade, se sintam mais uma vez vencidos pela força da família da Guiné.

E aí sim, seremos todos homens com H grande, porque fomos capazes de nos ultrapassarmos, para nos encontrarmos.

Será utópico?
Não, se nós não quisermos que seja!

E se em alguma coisa contribuí para esta situação, esqueçam o que escrevi, e apenas leiam o que agora escrevo.

Um Feliz Natal para todos.

Um forte, enorme, imenso abraço camarigo para todos do

Joaquim
____________________ 
 
 
2. Mensagem do nosso camarada Hélder Sousa (ex-Fur Mil de TRMS TSF, Piche e Bissau, 1970/72), com data de 27 de Dezembro de 2010:

BOAS FESTAS...

Agora que o Natal já passou, espero que tenha abrandado o frenesim dos votos de ‘boas festas’, do ‘Bom Natal’, das prendas, de toda a carga mais ou menos sentimentalista desenvolvida a partir do acontecimento comemorado.

Não pensem que sou insensível à época, não senhor! Também costumo munir-me dos meus melhores sentimentos e procuro ‘espalhar’ o amor, a compreensão, a fraternidade, a solidariedade. Para aqueles que foram meus companheiros na ‘aventura africana’ digo-lhes que também tive dois Natais na Guiné, o primeiro em 1970, no interior, em Piche, e o outro, em 1971, já em Bissau. Foram dois momentos distintos na forma e no conteúdo, com posturas diferentes, com reacções diferentes, mas para relatar noutra ocasião e em local próprio.

Sei que o Natal é a época em que o ‘povo cristão’ comemora o nascimento de Deus, feito Homem. É o momento que ‘marca’ o cumprimento das promessas de Deus enviando o seu Filho para nos salvar, para redimir o Homem dos seus pecados, para nos transmitir a esperança de que depois do período de trevas em que a humanidade viveu ia abrir-se uma época de luz permitindo a salvação.

E é isto que é renovado todos os anos. A esperança dum tempo melhor, a partir duma redenção, originada pelo nascimento do ‘Menino Jesus’. E é isto que todos os anos é largamente esquecido em detrimento do consumismo e das palavras de circunstância. Ou seja, numa larga maioria de situações, o ‘motivo’ da Festa não é convidado para a mesma e isso desagrada-me.

Sei também que antes do cristianismo, os povos, principalmente aqueles com rituais ligados aos fenómenos da Natureza, aos movimentos solares, também comemoravam uma situação semelhante no sentido da ‘vitória da luz sobre as trevas’, consubstanciada naquele fenómeno que conhecemos por ‘solstício’. Neste caso, o solstício de Inverno, ocorrido sensivelmente na época do Natal cristão, também ilustra o momento em que as trevas atingem o seu máximo sendo que depois haverá todo um crescimento da luz, do calor, da Vida. Comemoravam o momento em que a esperança renascia com a certeza que iriam caminhar para tempos melhores.

Sei, por isso, que o cristianismo triunfante fez muito bem em ‘enquadrar’ essas práticas ancestrais dando a lição (raramente aproveitada por outros em situações em que o deveriam ter feito) de como se deve aproveitar aquilo que é a tradição, aquilo que está arreigado no sentir do povo, para lhe dar um novo enquadramento, uma nova visão, ou justificação, para uma mesma ‘razão de ser’.

Depois disto espero que os meus queridos amigos, os meus ‘irmãos’, os meus camaradas e até também ‘os outros’, compreendam porque não fui pródigo em mensagens e outras manifestações do género, correntes nesta época. E espero que dessa compreensão resulte a concordância.

Dentro da mesma linha, perfila-se agora o “Bom Ano Novo”. Só podem estar a brincar….

O que é preciso, mais do que votos de ‘Feliz Ano Novo’, ‘tudo de bom’, ‘todos os sonhos realizados’, ‘muita Paz, Saúde e Prosperidade’, etc., é coragem para persistir na vontade de contribuir para mudar o que se acha que está mal.

Não basta ‘vociferar’, chamar nomes feios aos que nos desgovernam. Há que não desistir de lutar. Volta a fazer sentido “ousar lutar para ousar vencer” mas é necessário muito cuidado para não se cair nas teias daqueles que espreitam e manipulam para aproveitar certos ‘voluntarismos’.

Não tenho ‘receitas’ para vencer a descrença e voltar a ‘levantar a cabeça’. Mas digo-vos que às vezes encontro alento na leitura dum poema de Brecht que diz “…ouvimos dizer que estás cansado…”, ou ouvindo com o som bem alto, pelo menos na parte final, uma canção chamada “The Boxer” de Simon & Garefunkel, ou o “Hey Jude”, dos Beatles, “Cry Baby” da Janis Joplin, também ajuda Mozart, a ‘Abertura’ da 1812 de Tchaikovsky, Elgar, etc. Que cada qual encontre o seu ‘motor de arranque’. Que temos a perder? Acham que ‘os mercados’ vão reagir negativamente ao nosso empenho para resistir a estes ‘tempos de perdição’?
Para terminar com uma nota positiva, queria deixar aqui uma espécie de prece aos meus Irmãos, aos meus Amigos e aos meus Camaradas, quer se encontrem em terra, no mar ou no ar, em que lhes desejo um pronto restabelecimento dos seus males e um rápido regresso a casa, se for esse o seu desejo.

“Feliz Ano Novo”!.
Hélder Sousa
____________________


3. Mensagem da nossa tertuliana Maria Teresa Almeida (Liga dos Combatentes), com data de 27 de Dezembro de 2010:

Boa tarde meu estimado Combatente do Ultramar - Sr. Carlos Vinhal - GUINÉ


Leio várias vezes ao dia o blogue do Luís Graça e Camaradas da Guiné, de bastante interesse, para quem tem de lidar com a guerra, para assim, não a fazer esquecer, pois marcou tantos jovens. Onde consta o seu nome.

Aqui na Liga dos Combatentes, é o meu dia a dia eu e os Combatentes. É gratificante, custa muito ouvir o que sofreram, por isso NÃO PODEMOS NEM DEVEMOS ESQUECER OS COMBATENTES DO ULTRAMAR. APENAS ENALTECE-LOS, HONRÁ-LOS, DANDO-LHES A NOSSA GRATIDÃO, O NOSSO APREÇO E O GRANDE VALOR, é o que diariamente faço.

Pedia o favor de mencionar no blogue do Luís Graça os meus votos de BOAS FESTAS E FELIZ 2011, PARA TODOS OS COMBATENTES DO ULTRAMAR, de Norte a Sul de Portugal

Para o meu Estimado Combatente, e Família, envio votos de BOAS FESTAS E BOM ANO NOVO 2011

Um abraço de GRATIDÃO
Liga dos Combatentes
Teresa Almeida
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Nota do Editor

Vd. último poste da série de 27 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7508: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (20): Jorge Picado, o nosso querido capitão ilhavense

Guiné 63/74 - P7508: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (20): Jorge Picado, o nosso querido capitão ilhavense

1. Mensagem do nosso querido camarigo Jorge Picado (para quem essa época do ano está inevitavelmente associada à perda, em 26 de Novembro de 2007, da companheira de uma vida, mãe dos seus filhos e avó dos seus netos) (*) 

Data: 21 de Dezembro de 2010 15:50

Assunto: Natal da Tabanca Grande

Nesta quadra natalícia em que mais um ano chega ao fim e um novo se aproxima, não quero deixar de me dirigir a todos os meus companheiros de Tabanca, pois a minha "ausência" poderia significar esquecimento.


Se não o fizesse, quero que saibam que não seria esse (esquecimento) o motivo, pois que desde que aderi a este espaço, não mais deixei de vos ter sempre presentes, no pensamento, tal como aqueles com quem partilhei os dois anos de Guiné. 

Porém eu sou como sou e "burro velho já não muda", como também é costume dizer-se, e há duas épocas no ano que não são muito do meu agrado. Uma é precisamente esta. A outra é a da Páscoa. Não me perguntem qual a razão, já que não saberei explicar.

Assim, a todos os CAMARIGO(A)S desta TABANCA GRANDE e àqueles das OUTRAS TABANCAS que se foram multiplicando e que não tenham ainda aderido à sombra do POILÃO-MOR, bem como suas Famílias, daqui desta Terra de ex-marinheiros onde o "fiel amigo" reinava e agora se importa, desejo-vos UMAS FELIZES CONSOADAS, com muita Saúde, Paz, Amor e um ANO de 2011, a que não chamo de novo, pois todos já sabemos que vai ser mesmo velho, talvez como nos inícios do passado Séc.XX, para não recuar mais, mas como dizia, um 2011 sem mais PEC´s, pelo menos e muita SAÚDE, para o enfrentar.

Abraços, do tamanho do Mansoa ao Cacheu, de um dos mais velhos

Jorge Picado
____________

Notas de L.G.



(*) Maria José de Senos da Fonseca Picado (1938-2007) foi a co-fundadora e dirigente da CASCI (Centro de Acção Social do Concelho de Ílhavo), uma notável obra de solidariedade, com mais de 300 funcionários que benefica muitas centenas de cidadões e suas famílias (900 utentes) não só de Ilhavo como de concelhos limítrofes. Faleceu, nova,  aos 69 anos, em 26 de Novembro de 2007. Era carinhosamente conhecidacomo a Dona Zeca.
Sucedeu-lhe na presidência da direcção o seu irmão Senos da Fonseca. 


Segundo informação do Diário de Aveiro, no final de 2007 as valências do CASCI espalhavam-se pelas seguintes localidades (i) Costa Nova (Centro de Infância com creche, jardim-de-infância e ATL, Departamento de Educação Social, Centro de Reabilitação e Formação Profissional para pessoas com deficiência e Centro de Apoio Ocupacional para pessoas com deficiências graves), (ii) Barra (Centro de Infância com creche, jardim-de-infância e ATL), Colónia Agrícola (Centro de Reabilitação e Formação Profissional da Gafanha para pessoas deficientes) e (iii) Ílhavo (Centro de Infância com jardim infantil, ATL e escola de educação especial, Residencial para pessoas da 3.ª Idade e Residencial para crianças e jovens portadores de deficiência grave).


Deixou viúvo o nosso camarada e amigo Jorge Manuel Simões Picado. Os seus filhos Ana Constança, Jorge Manuel, João e José Senos da Fonseca Picado já existiam quando o pai, engenheiro agrónomo, foi chamado para a Guiné, com 32 anos (se nãp erro)  como comandante operacional. [Foto acima, a amorosa casa da família, na Costa Nova] (L.G.) (**)

(**) Último poste desta série > 

 25 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7502: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (19): José Barros Rocha, de Penafiel, ex- Alf Mil, CART 2419 (Mansoa, 1979/70)

   

sábado, 25 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7502: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (19): José Barros Rocha, de Penafiel, ex- Alf Mil, CART 2419 (Mansoa, 1979/70)

Região de Tombali > Guileje > 1969 CART 2410, Os Dráculas (Junho de 1969; Março de 1970) > Alf Mil José Barros Rocha, reformado da actividade bancário, natural de Penafiel, se não erro... [,foto à esquerda].

1. Notícias de um camarada José Barros Rocha (não confundir com o com popular José Rocha, ex-Alf  Mil da CCS/ BBCAÇ 2852, Bambadinca, 1968/70, amigo do António Pimentel, nosso amigo também, membro da Tabanca de Matosinhos, mas que ainda não se inscreveu na Tabanca Grande: estranha contradição, quem pertence à Tabanca Pequena deveria passar automaticamente a pertencer à Tabanca Grande, mas não: as regras são diferentes, a filosofia organizativa também é um bocado diferente...).  

Estamos a falar de um camarigo do Norte, um homem que na Guiné esteve no sul, e eu eu conheci por ocasião do Simpósio Internacional de Guiledje... membro da nossa Tabanca Grande desde Fevereiro de 2007. Foi ele quem nos alertou para batalha de Sangonhá. (LH)


De: José Rocha

Data: 24 de Dezembro de 2010 14:12

«Então, Luís:
Que raio de de maleita essa - ciática - te havia de apoquentar e numa altura destas!!!....
Só quero desejar-te as mais rápidas melhoras e que consigas uma noite de Consoada o mais tranquila possível na companhia dos que de ti estão e são mais próximos.

As tuas melhoras!
Feliz NATAL!

Aquele abraço "camarigo"!
José Rocha


P.S. - Os votos de melhoras são extensivos a todos os "camarigos" que neste momento se encontrem menos bem.

___________________

Nota de L.G.:


ÚItimo poste da série > 25 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7499: Agostinho Gaspar, de Leiria ( 3ª CCAÇ / BCCAÇ 4162, Mansoa, 1972/74)

Guiné 63/74 - P7500: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (18): Agostinho Gaspar, de Leiria ( 3ª CCAÇ / BCCAÇ 4162, Mansoa, 1972/74)





1. Mensagem de, ontem, do nosso camarigo Agostinho Gaspar (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74), residente em Leiria, e membro da Tabanca Grande e da Tabanca do Centro; na foto em cima, é o primeiro à esquerda, em Mansoa,Natal de 1973... (Presumo que os restantes camaradas sejam todos rapaziada da ferrugem, (termo do nosso calão de caserna aqui usado sem qualquer desprimor para os nossos especialistas mecânicos auto-rodas que fizeram milagres com as notas latas velhas como, por exemplo, as GMC; tenho muito respeito por eles...). (LG)


Foto: © Agostinho Gaspar (2010). Todos os direitos reservados.

Data: 24 de Dezembro de 2010 15:24

Assunto: Boas Festas

Caramigos e tertulianos,

Desejo-vos um Feliz Natal e Boas Festas.

Agostinho Gaspar
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Nota de L.G.:

Último poste da série > 25 de Dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7499: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (17): Um gesto de grande nobreza: O António Paiva visitou, ontem, no Hospital de Santa Maria, o Rui Ferreira

1. Bonita e singela mensagem do  António Paiva que muito me sensibilizou:


Data: 24 de Dezembro de 2010 21:36
Assunto: Doença

 Caro Luís Graça;


Desejo-te um Feliz Natal, assim como para toda a família.


Já estive com o Rui [, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa]... Quero mandar mensagem para saír no blogue, se possível amanhã.



Ele está bem, estavam lá a mulher e as duas filhas.


Diz-me se posso mandar para ti, ainda não jantei, conforme tu resposta farei depois de jantar.Tirei fotografia, mas estou mesmo na sucata, muito tremida.

Um abraço
António Paiva
ex-Soldado Condutor no HM 241  [, foto à esquerda]
Bissau, 1968/70


2. Comentário de L.G.:


Foi um gesto de grande nobreza, da  tua parte, o passares pelo hospital para visitares um camarada que nos pregou um valente susto, mas que nem sequer é, tanto quanto sei, uma pessoa das tuas relações íntimas... Manda a foto, quando puderes. Força para ti, que bem precisas, neste dia em que mais sentimos a solidão... Daqui da Madalena, V.N. Gaia, vai um xicoração para ti. Almoçaremos na minha escola um dia destes. Que o ano de 2011 traga mais serenidade e esperança à tua vida. L.G.


___________________


Nota de L.G.:


Último poste da série > 25 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7498: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (16): Um receita energética para os entrevados, by-passados, disrítmicos ou algo incapacitados tabanqueiros... (Vitor Junqueiro)

Guiné 63/74 - P7498: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (16): Um receita energética para os entrevados, by-passados, disrítmicos ou algo incapacitados tabanqueiros... (Vítor Junqueira)

1. Do nosso querido camarigo Vitor Junqueira (*), médico, com data de ontem, comentando os infortúnios que têm atingido as nossas tropas, ou melhor, alguns de nós, e exortando-nos a encher o peito de ar e (a)levantar o moral

Olá,  rapaziada do meu tempo;

Hoje não é dia para cultivar pessimismos. Todos de pé, já. Os coxos estão dispensados! Tenham presente que a mente comanda o corpo e,  como tal,  não deis confiança à doença e ... tende cuidado com os médicos que, na nossa idade, parecem obcecados em livrar-nos dos últimos pecaditos. 


A todos, em particular aos entrevados, by-passados, disrítmicos ou algo incapacitados desejo rápida recuperação.



Bom Natal e excelente Ano Novo.
Abraço forte e carregado de amizade do,
Vitor Junqueira

E tu, Vitinho Tavares? Desde que foste à recauchutagem mais ninguém te agarra! Então agora que tens os ossos todos numerados até estavas capaz de te alistares novamente no teu saudoso BCP 12. Estou certo? Tenho a certeza que sim, pois eu ainda lá voltava!

Paulinho Santiago: tem juízo,  rapaz! Nesta quadra, cuidado com os doces e as carnes, jovens (querias!). Boas caminhadas para o próximo ano e caso metas o papel, cá te espero para uma de longo curso. Ab

Carlitos (Vinhal), então como é que é, meu? Andas meio foxtrot por causa de porras do Blog? Nada o justifica, meu querido amigo. Deixa-os pousar qu' a gente vai-se a eles. Por acaso até ando com vontade de fazer uma prosa em que os editores são parte interessada, só estou à espera de vontade.



Arriba, camarada e se eu puder dar uma mãozinha nalguma coisa, é só dizer. Ab e bom Natal
VJ

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Nota de L.G.:

Último poste desta série > 25 de Dezembro de 2010 > 2010 Guiné 63/74 - P7497: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (15): Que o Natal seja sempre que um camarigo quiser ! (Editores)


(*) Vitor Junqueira, ex-alferes miliciano da CCAÇ 2753 - Os Barões (Madina Fula, Bironque, Saliquinhedim/K3, Mansabá , 1970/72), médico, residente em Pombal, membro da nossa Tabanca Grande, organizador do nosso II Encontro Nacional (Pombal, 2007).


Autor do blogue  "Kurt" - Amizade, Viagens, Aventura e muito mais!... ("O Blog onde se ligam amigos e companheiros de viagem para 'curtir' o que a vida tem de melhor. Porque só temos uma, há que aproveitá-la!"). Um blogue andarilho...onde também colabora o nosso Paulo Santiago, de Águeda.

Guiné 63/74 - P7497: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (15): Que o Natal seja sempre que um camarigo quiser ! (Editores)


© Miguel Pessoa (2010)




1. Camaradas, amigos, camarigos: Eu, que não gosto de me armar em valente, embora seja uma alma sensível, mas também não tenho a lágrima fácil, fiquei comovido até às lágrimas, com as muitas dezenas e dezenas de mensagens que tenho recebido a desejar as nossas melhoras,  colectivas e individuais... Verdadeiras mensagens da melhor camarigagem de que nós, às vezes, somos capazes.


Na quadra a que eu chamo de grande stresse natalício, em que praticamente é proibido abrir o computador, houve gente que conseguiu arranjar um bocadinho de tempo, roubado à família e aos amigos mais íntimos, para emprestar o seu ombro amigo àqueles de nós que, na Tabanca Grande, estavam a precisar de uma palavrinha de atenção, consolo, esperança, ânimo... Enfim, aquilo a que nós chamamos a nossa blogoterapia...

Na ausência, em "estúdio",  do Vinhal (que "vive e sofre" com o que o aqui se passa, 24 horas por dia!!!), o Mural do Pai Natal da Tabanca Grande está uma m..., uma confusão dos diabos... Eu nunca poderei pôr isto tudo em ordem,  arrumadinho como só ele pode e sabe fazer... e tem feitio todos os anos... Mesmo assim, não quero deixar de postar, por estes dias,  no nosso mural, algumas das palavras bonitas e sobretudo sentidas que nos têm escrito, tanto velhinhos como piriquitos... 

Não tenho mais notícias do Rui Ferreira cujo estado de saúde espero esteja a evoluir favoravelmente, e que era o tabanqueiro que mais nos preocupava este Natal... Mas o Paulo Santiago e o Carlos Santos, os nossos dois bons gigantes (mais o Victor Barata, também seu amigo e vizinho), estão atentos... O António Paiva, espero bem,  deve ter encontrado um porto de abrigo neste Natal. O Carlos, por sua vez,  já lhe senti um pouco mais de ânimo num mail particular que me mandou a chamar-me madraceiro, ontem às 10h da manhã, e que eu tomo a liberdade de reproduzir aqui...

Luís: Estás então em Gaia a passar o Natal? Na cama? Não tens vergonha? As melhoras, rápidas e definitivas.... Acerca dos teus sábios provérbios, mando esta máxima, à troca, que recebi hoje do Carlos Cordeiro: "As coisas são como são em virtude de serem assim mesmo"... É muito profunda, não achas?

Vou fechar o estabelecimento e vou ver a minha velhota. Até logo. Deixa-te de malandrar e levanta-te para comeres as batatas. Um abraço para ti e um beijinho à Alice. Dá cumprimentos nossos à tua família de Gaia. Boas Festas. Carlos






© Miguel Pessoa (2010)




2. Eu, próprio, consegui ontem ao fim da tarde escrever as quadras natalícias de que estou incumbido todos os os anos... É o meu pequeno, modestíssimo, contributo para que a noite da Consoada da Madalena seja, todos os anos, um momento bonito de amor e amizade entre sete famílias que, putos incluídos, este ano juntou duas mesas com vinte e tal pessoas, incluindo dois "tabanqueiros" da nossa Tabanca Grande, eu e o João Graça mais o seu violino... 


Tirando a ciática, espero que o vosso Natal tenha sido tão ou mais lindo que o meu... Agora vou-me levantar por que é preciso comer a "roupa velha"...  Em meu nome, e do resto da equipa que faz este blogue o melhor que pode e sabe  (Carlos Vinhal, Eduardo Magalhães Ribeiro, Virgínio Briote e... Miguel Pessoa!), a continuação das boas festas de Natal... o tal Natal que é sempre quando um camarigo quiser. 


As quadras, de sete sílbas, foram o que que se pôde arranjar este ano... São dedicadas aos morcões dos meus cunhados Gusto e Nitas, que eu considero há muito como meus irmãos de verdade (são, além disso, os donos da "clínica da Madalena", onde eu estou em convalescença por estes dias...):

No Natal da Madalena,
Foi-se a musa de sabática,
Tenham pena, muita pena,
Está o poeta c’o a ciática

Está o poeta c’o a ciática,
Mas temos o cavaquinho,
Revolve-se a problemática,
E chama-se o Joãozinho.

E chama-se o Joãozinho,
Tiago, Pedro, Tia Nita,
E logo num instantinho,
Forma-se um grupo catita.

Forma-se um grupo catita,
Do jazz à gente fadista,
E até a Joana imita
A bela Júlia florista.

A bela Júlia florista
Via caras, mas não c’roas,
Pois é, ó economista,
Lá sem  guita não há… broas,

Lá sem guita não há… broas,
Mas ó da casa, ó patrão,
Tantas coisas e tão boas,
Vão p’ró rol da gratidão.

Vão p’ró rol da gratidão,
Vão p’ró deve e p’ró haver,
Calam fundo no coração,
Dão sentido ao viver.

Dão sentido ao viver
Destas nossas sete famílias,
Uma história p’ra escrever,
Tão bonita, sem quezílias.

Tão bonita, sem quezílias,
Palavras não são despesa,
Marias e até Emílias
Ficam bem à nossa mesa.

Ficam bem à nossa mesa,
Os nossos anfitriões,
Amizade e gentileza,
Disso são os campeões.

Disso são uns campeões
Um exemplo de beleza,
Muito pouco comilões,
Ficam bem em qualquer mesa.

Ficam bem em qualquer mesa,
Com linho, seda ou papel,
É sempre a mesma nobreza,
Jingle bell, jingle bell.

Jingle bell, jingle bell,
Que o jantar nem estava mau,
Muitos doces com papel,
Nem faltou o bacalhau.
 
Nem faltou o bacalhau,
Que já foi mais fiel amigo,
Anda com cara de pau,
Estando agora em perigo.

Estando agora em perigo,
Nas mãos dos noruegueses,
Quiçá até inimigo,
À mesa dos portugueses,

À mesa dos portugueses,
Pai Natal da Madalena,
Tens crianças, teus fregueses,
Trazes prendas e uma rena.

Trazes prendas e uma rena
Meu querido Pai Natal,
Cá na nossa Madalena,
Não faltou o essencial.


Luís Graça, 24/12/2010


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Nota de L.G.:

Último poste da série > 24 de Dezembro de 2010 > 

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7496: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (14): Ruizinho, os heróis não morrem; Paulo, quem quer ser lobo, veste-lhe a pele; Carlos, portugueses e camarigos, muitos, alguns loucos; Miguel, 'tá lindo o nosso Poilão; camaradas, amigos, camarigos, saúde e paz na terra e... na blogosfera (Luís Graça)



O poilão da Tabanca Grande devidamente enfeitado e iluminado pelo nosso strelado artista gráfico, o camarigo © Miguel Pessoa (2010) (cada vez mais cobiçado pela concorrência...)




1. Temos sabido do Rui Ferreiro (mais conhecido no círculo de amigos como o Ruizinho), através do Paulo Santiago, em correspondência com o Carlos Vinhal (que neste momento e até ao fim do ano está de "baixa bloguistica", por sua vontade e meu consentimento):


(i) 14 de Dezembro de 2010:


(...) Há momentos, para me esclarecer num comentário, tive de telefonar ao Carlos Santos, ex-Fur Mil da CCAÇ 2701. Deu-me uma má notícia.

O Rui Alexandrino Ferreira( Ruizinho) está desde esta manhã internado na UCI do Hospital de Viseu com problemas cardíacos. Inspira cuidados.Terá de ser transferido para os HUC,onde forçosamente terá de ser operado. Já andava mal há uns dias. (...)



(ii) 14 de Dezembro de 2010: 


(...) Cheguei há pouco de Coimbra onde fui à apresentação do livro do Cor Calheiros. Acabei de falar com o Carlos Santos que esteve hoje à tarde na UCI do Hospital de Viseu. O Rui está muito debilitado, [ à doença crónica degenerativa que já tinha ] agora junta-se a angina de peito, precisa de ser intervencionado nos HUC. O problema é, com a debilidade que apresenta, essa intervenção cirúrgica poderá ser feita? Penso, o Carlos Santos também, que o Rui gostará de saber que os camaradas fazem força pela sua recuperação. Fica ao vosso critério a divulgação ou não do estado de saúde do Rui. (...)

(iii) 23 de Dezembro de 2010:

(...) O Rui foi transferido na 2ª feira do Hospital de Viseu para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa (com Coimbra ali tão perto...) para ser operado na 3ª feira. O seu estado devia ser grave, os médicos não esperaram e operaram-no durante a madrugada de 2ª para 3ª. O pós-operatório parece estar a correr bem...hoje telefonou ao Carlos Santos.

Aproveito para te desejar um Bom Natal, extensivo à tua família. Não deixes que as "guerras" do blogue te enviem para a psiquiatria. Dá descanso aos neurónios... Grande
abraço.



(v)  No dia 23 de Dezembro de 2010 20:01, Carlos Esteves Vinhal escreveu ao Paulo:

Caro Paulo. Obrigado pelas notícias que vou canalizar para o Luís. Acho que seria oportuno a publicação de um poste agora que temos mais certezas. Muito obrigado pelas tuas palavras em relação a mim.



Recebe um abraço e a retribuição dos teus votos. Tudo de bom para ti e para os teus. Carlos


(v) Eu, Luís Graça, senti-me na obrigação de escrever a ambos (com conhecimento a toda a Tabanca Grande), o seguinte... É um texto de humor e de amor bloguísticos (por favor não o levam a sério, os seus destinatórios são apenas o Paulo e o Carlos):


Paulo (com conhecimento ao Carlos Vinhal): 

Que raio de Natal, o deste ano! O nosso Ruizinho, 67 anos,  no hospital, a inspirar-nos cuidados e um aperto de angústia no coração; o meu querido Carlos Vinhal abatido por causa das "e-merdas" do blogue; eu, deitado, de cama, desde sábado, com uma ciática, a deixar-me operacional só a 20%; o Virgínio, há muito de sabática por causas das arritmias do coração; o Eduardo a tapar os buracos das albufeiras; o Zé Martins a pôr velas aos santinhos nossos padroeiros e a desejar as nossas melhorar; o strelado do Miguel a enfeitar de luzinhas o poilão da nossa Tabanca Grande para tentar a alegrar o ambiente; as nossas queridas caras metades na freima de ter tudo pronto, logo á noite, na ceia da Consoada: as prendinhas, o azevinho, a toalha de linho, as pencas, as batatas, o bacalhau, o azeite, o vinho...

Espero ao menos  que tu, Paulo, meu  bravo comandante do Pel Caç Nat 53 e camarada de armas de Bambadinca ao Saltinho,   nos anime e nos dê, de Águeda,  uma  ajudinha a vigiar este batalhão de náufragos do império... incluindo todos aqueles camaradas, amigos e camarigos que, sem um queixume, uns com "by-pass", outros sem "ombro amigo", vão passar esta Noite também tristes, doentes, combalidos, cacimbados, lixados, f..., ou até sós... (E se calhar são muitos mais do que aqueles que a gente imagina...Para eles vai o meu, o nosso,  pensamento solidário)... 

Paulo, faz chegar ao Rui, aos seus amigos (em especial ao Carlos Santos) e família, à equipa de saúde de Santa Maria que o está a tratar (e seguramente salvar), o desejo das suas rápidas e possíveis melhoras, e faz-lhe(s) sentir o melhor que há em nós, a malta desta Tabanca Grande, que é já uma peqena grande família, o melhor justamente de nós, que é a camarigagem, a compaixão, a força na adversidade... 

Vou tentar fazer uma notícia a desejar as melhoras do Rui... 

Na cama (estou na Madalena, V.N. Gaia, onde cheguei ontem à noite de Lisboa, com mulher e filhos) sou capaz de trabalhar com o portátil, nos intervalos da "pedrada" da medicação... Vou estar de férias no Porto (ou de atestado médico, se a coisa piorar... até ao fim do ano). 

Um santo Natal para ti, família, amigos... Dá um abração ao grandalhão do Victor Tavares, teu vizinho e herói de tantas batalhas do BCP 12, que também há tempos passou as passas do Algarve por causa da coluna...

Paulo, tu que és um coração de ternura barrada com mel, por baixo desse tronco de touro ou de lobo do reiguebi, mereces um especial xicoração, da minha parte, por tudo o que tens feito por todos nós, e em especial pelo Rui... Sei que és sempre o primeiro quando alguém está doente ou em baixo, aqui ou na Guiné-Bissau.... Eu tenho um especial carinho e admiração por ti, tu sabes... 


Um Alfa Bravo também para o "tabanqueiro" do teu João... Desculpa-me se hoje estou mais lamechas... mas  um gajo também é uma merda neuroquímica,  70% de sangue, suor e lágrimas: não é preciso um tiro de Kalash para nos matar, basta uma injecção letal, ou às vezes até a simples altercação do povo ...Luís...

PS1 - E já que a ocasião é propícia, mete na tua árvore de Natal estes sábios provérbios populares sobre doentes, doentinhos e pobrezinhos... E se não tiveres insónias nesta noite de Consoada, pensa em nós, Paulo, pensa no Rui,  e distribui alguns destes aforismos  aos teus amigos (que eu sei que são muitos) e aos teus inimigos (que eu sei que sei poucos, "pero locos").

"Quando pobre come frango, um dos dois está doente".
"Mais vale uma perna sã do que duas muletas"
"Médico novo e puta velha, todos gostam de experimentar" 
"Até aos 40 bem eu passo, dos 40 em diante 'ai a minha perna, ai o meu braço' ";
"Não adianta fugir com o cu à seringa"
"Em Lisboa nem sangria nem má nem purga boa"
"O hóspede e o peixe aos três dias fedem"
"De São Martinho ao Natal, o médico e o boticário enchem o bornal";
"Uma facada tem cura, mas a má palavra sempre dura"
"Quem de puta faz cabedal vai acabar na cadeia ou no hospital"
"É preciso cuidar dos pobres, antes que eles cuidem de nós"

PS2 - Para  o meu querido amigo Carlos, editor, que está sofrer, que eu sei (por que tenho um dedo que adivinha), com  "burn-out", esgotado (e eu sinto-me também culpado por isso)... mando-lhe estes "regalitos" para a sua árvore de Natal (a dele e da pobre Dina, que já há muito devia ser promovida a tabanqueira de honra, já que nunca falhou nenhum dos nossos cinco encontros e atura-nos, por tabela, muitos dos nossos pesadelos não climatizados)... 

Carlos, que o teu coração se alegre (ou que pelo menos consigas sorrir) ao ler estes conselhos que uso debaixo do travesseiro da minha cama, quando sofro de insónias ou dos males da alma:

"Portugueses pocos, pero locos" (considerar-me-ei sempre português, mesmo que seja o último, e mesmo que louco...)
"Cristo curou cegos e aleijados mas não malucos" (cuidado com o conceito...)
"Foge do louco e do alvoroço do povo" (há loucos e malucos...)
"Deus manda ser bom, mas não manda ser parvo" (acho que sou bom e quase sempre parvo, o que em latim quer dizer pequeno)
"Mais se ganha no paço às barretadas do que no campo às lançadas" (, que irónico, é a gente vê todos os dias na santa terra...)
"Quem a um castiga, a cem fustiga" (à vezes funciona)
"O dente morde na língua mas mesmo assim vivem juntos" (uma grande verdade)...
"Quem em caça, política, guerra e amores se meter,  "
não sairá quando quiser" (foi nosso caso, ainda não saímos, a maldita da guerra)
"O hóspede e o peixe aos três dias fedem" (... ponham-nos no frigorífico!)
"Os homens conhecem-se pelas palavras e os bois pelos cornos" (...por usamos palavras como camarigo e camarigagem...)
"Se um burro te zurrar, não lhe zurres" (... devíamos ir mais vezes ao jardim zoológico para percemos que afinal o Homo Sapiens Sapiens não passa de uma espécie animal, classificada pelos zoólogos na Ordem dos Primatas, com mais outras 200 espécies que elem, Homo Sapiens Sapiens, já conseguiu destruir...).


Madalena, Vila Nova de Gaia, 24 de Dezembro de 2010, 16h
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