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terça-feira, 30 de julho de 2013

Guiné 63/74 - P11886: Prosas & versos de Ricardo Almeida, ex-1º cabo da CCAÇ 2548 (Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71) (9): Em louvor dos deficientes das forças armadas (DFA) (Ricardo Almeida)

1. Texto enviado em 26 de janeiro último pelo Ricardo Almeida [, ex-1.ºcabo, CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Farim, K3 / Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71]

Tem este texro o fim de alertar consciêcias esquecidas neste nosso Portugal: refiro-me ao ostracismo e desprezo que os nossos governantes têm votado as Forças Armadas de Portugal e,  mais concretamente, aos deficientes militares que depois de 40 anos do término da guerra colonial, continuam a clamar que lhe seja aplicado o Decreto Lei nº 43/76.

Refiro ainda que este texto foi publicado no jornal ELO, orgão da ADFA [,publicação que tem já 39 anos de existência].

Nunca o conceito de soldado esteve tão actualizado a meu ver e, nesse sentido, lembro aos nossos governantes uma lição que aprendi nos bancos da escola primária.

Então: o soldado é o homem a quem a pátria confia a sagrada missão de velar pela sua honra, de garantir a sua independência.  Ao dar-lhe a farda e a arma ela diz-lhe:

"Aqui tens esta farda, pega nesta arma, de agora em diante és o meu defensor e conto contigo! Enquanto te exercitas no manejo das armas, te afazes ao frio, ao calor e á fadiga e te submetes à obdiência, o país,  graças a ti, que velas por ele, pode entregar-se tranquilamente aos trabalhos da paz. Orgulha-te da tua missão; esta farda, respeita-a,  livra-te de a desonrar. Desde o dia que pela primeira vez a vestires não deixes que o teu coração perca os sentimentos de dignidade e de coragem que convêm aos homens a quem Portugal, comete a nobre missão de velar pela sua honra e pela sua indepedência. Lembra-te que a nossa história nos dá belos exemplos do brio dos nossos soldados! Segue estes exemplos e a pátria ser-te à eternamente grata."

Ora seguindo estes exemplos, a ADFA é sua herdeira
 e fiel depositária desse espirito. Então:  à ADFA, a
todos os que partiram e aqueles que já têm a viagem marcada, aqui deixo o meu grito de revolta, clamando por justiça que não se acalma sem ver o Dec Lei nº 43/76 posto em prática e na íntegra, em tudo o que diz respeito aos deficientes das forças armadas,  sem subtarfugios e invenção, de mais um [Dec Lei nº] 134/97,  de tão má memória para todos nós.

Não podemos permitir que alguém, sem conhecer o nosso passado, se arrogue o direito de nos negar sem que primeiro, nos consultar sobre as nossas necessidades e mazelas que ao serviço da pátria, não regateamos esforços pela nossa condição; e que por via disso, se criou o Decreto Lei nº 43/76, para que a pátria reconheça todos os sacrificios passados!

Vêm agora uns senhores esbarrar connosco sobre um direito que é dos mais elementares; a saúde gratuita e extensiva ás nossas companheiras que,  pelo o seu carinho,esforço mental e psicológico e também fisico, merecem estar em lugar cimeiro nesta nação Portugal.

Junto especifico a razão do texto.

2. Poema > Em louvor dos Deficientes das Forças Armadas (DFA) e demais combatentes


Mas como pode Portugal
Desprezar tantas familias,
Não cumprindo o seu dever
E os corpos devolver,
P'ra se fazer o funeral.

E deste mundo cruel,
Quando amanhã eu morrer,
Não levo saudade, mas levo a paz,
De tanto na vida sofrer.

Fui fazer guerra a um povo
Que. de tão martirizado.
Pegou em armas de fogo
P'ra banir tanto diabo.

E, como se não bastasse,
Muitos de nós lá ficaram,
Cegos, amblíopes e estropiados.
E, se a vida que eu carrego,
Fosse minha por um segundo,
Não me importava ser cego
P'ra depois ver este mundo!

Uma criança corria
Com seu arco na bagagem,
Era o brinquedo que tinha
P'ra ser mais breve a viagem.

Sua mãe fora doçura,
Mas seu pai o pôs andar,
De casa com amargura,
Por não haver que lhe dar.

Disse adeus à sua terra
E às coisas belas que tinha,
Feito homem foi p'ra guerra,
Com saudades da mãezinha.

Com vinte anos de vida
O ensinaram a manejar
Uma arma assassina,
P'ra em terra estranha matar!

Uma criança corria
Com seu arco na bagem,
Era o brinquedo que tinha
Naquela mata que ardia!

E fugia, fugia.
De Coimbra para Coimbra,
Um comboio circulava
E outro que de lá vinha,
Em Coimbra ele parava.

Gente, muita gente,
E eu estava no meio,
Coimbra e mais gente apressada!
Para onde irão com tanta pressa?

E eu, sem pressa, aqui estou,
À espera, embebedando-me
Com a paisagem
De água
E comboios
E gente.

Estou a viver um sonho
Do qual não posso fugir,
É um processo medonho
Que tenho que concluir.

Não faço parte da terra,
Não faço parte do todo,
Mas fiz parte duma guerra
Em terras de outro povo.

Fiz um poema à lua
E não é que ela gostou?
Mas disse-me que era só tua
Porque por mim já passou!

Vê lá bem essa malvada...
Que luar não mais me deu!
E disse que era só tua,
P' não me preocupar com nada
Porque está a chegar ao fim,

A minha noite de breu
Por onde tenho caminhado.
E sair fora de mim,
Deixando-te o meu legado.

Marques de Almeida


PS - Aquele abraço a toda a Tabanca Grande. Luis,  eu não tenho por hábito dar titulo ao que escrevo por isso se lhe quiseres dár-lhe,  estás á vontade. Um grande abraço,  meu amigo.

_________________

Nota do editor:

Último psote da série > 10 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11548: Prosas & versos de Ricardo Almeida, ex-1º cabo da CCAÇ 2548, Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71) (8): K3, Madrinha de guerra

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10706: Memória dos lugares (195): Alcoitão, o CMRA - Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, inaugurado em 1966, para dar resposta aos grandes incapacitados da guerra colonial



Antigo sítio institucional da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, hoje alojado aqui.


O CRMA está localizado em Alcoitão, uma localidade, no eixo Estoril/Sintra/Cascais. Dista a 4 Kms do Estoril, a 6 Kms de Cascais e cerca de 7 Kms de Sintra. Está servida de transportes públicos rodoviários a partir do Estoril, Cascais e Sintra. A Auto-estrada A5, com saída no Estoril ou Alcabideche, coloca o CMR a 20 minutos de Lisboa. Contactos: Morada: CMRA – Rua Conde Barão – Alcoitão 2649-506,  Alcabideche / Tel.: 21 460 83 00

1. Com a devida vénia transcrevemos, da antiga página da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, o seguinte apontamento sobre o Centro de Medicina de Reabilitação do Alcoitão (CMRA) (Realce nosso, a amarelo). Solicitamos fotos, testemunhos e outros documentos a quem teve  o azar (e a sorte) de por lá passar no decurso da guerra colonial (, de 1966 a 1975). Infelizmente não temos (ainda) dados históricos sobre o movimento assistencial do CMRA aos deficientes das Forças Armadas... Quantos dos nossos camarados terão por lá passado ? E pelo hospital de Hamburgo ?

CMRA > História 

Em 1956, sendo Provedor o Dr. José Guilherme de Melo e Castro, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) decidiu dar início à construção de um Centro de Reabilitação.

O contexto social e político nacional ditou a criação de um centro com estas características, sendo a principal motivação dar resposta às necessidades dos lesionados da Guerra do Ultramar.

O autor do projecto foi o Arquitecto José Maria Ferreira da Cunha.

De referir ainda a colaboração do Escultor Martins Correia, autor da escultura que embeleza o jardim e cuja imagem foi escolhida para logótipo da instituição. Todas as despesas foram suportadas pelas verbas provenientes dos lucros do Totobola (então principal jogo social da SCML).

Em 2 de Julho de 1966, o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA) foi solenemente inaugurado com a presença do Presidente da República, Almirante Américo Tomás, definindo dois objectivos principais: (i) ba reabilitação de pessoas com incapacidade motora; e (ii) a formação de pessoal especializado.

A preparação de pessoal, compreendeu cursos segundo programas de nível internacional e teve substancial cooperação de entidades internacionais, particularmente do World Rehabilitation Fund. Os cursos funcionaram de Janeiro de 1957 a Outubro de 1965 em colaboração com as Casas de S. Vicente de Paulo, em Lisboa, tendo sido formadas 47 alunas nas áreas de enfermagem, fisioterapia e ortoprotesia, entre outras.

À data da sua criação este Centro foi desde logo aclamado como uma das melhores instituições na área da medicina de reabilitação no mundo.

Nas últimas três décadas tem-se assistido a uma adaptação da estrutura organizacional, de forma a ir acompanhando as necessidades dos profissionais e dos destinatários. Disto são exemplos paradigmáticos os cuidados de reabilitação prestados a doentes com Acidentes Vasculares Cerebrais, com Sequelas de Politraumatismos e com Traumatismos Craneo-encefálico graves.

Empenho na diferenciação técnica e científica dos profissionais

Modernização das instalações e do equipamento de diagnóstico e terapêutica

Tem-se verificado igualmente um crescente empenho na diferenciação técnica e científica dos profissionais e assistido à modernização das instalações e do equipamento de diagnóstico e terapêutica, mantendo elevados padrões de qualidade, inovação e excelência.

Actualização contínua dos equipamentos e tecnologias

É na associação de uma política de actualização contínua dos equipamentos e tecnologias, com a constante promoção do desenvolvimento científico, profissional e humano dos seus colaboradores que o CMRA dá substância à sua assinatura de marca "Excelência em Reabilitação", e assim se mantém uma referência desde a sua fundação.

sábado, 15 de outubro de 2011

Guiné 63/74 - P8910: In Memoriam (94): António Dias das Neves (1947-2001), Sold At Cav, CCAV 2486 (Bula, 1969/70), "o meu herói" (Marisa Neves)

Folha da caderneta militar de António Dias das Neves

 
Sold At Cav António Dias das Neves


O Sold At Cav António Dias das Neves montado num obus 10,5...A CCAV 2486  (1969/70) passou por Teixeira Pinto, Bula, Pete e Bula.  Foi comandada pelo Cap Cav João Soares de Sá e Almeida e pelo Alf Mil Inf  José Manuel Duarte Fernandes.



O jovem futebolista António Dias das Neves, na sua terra natal, Ramada, Odivelas

 
Outra foto do jovem futebolista António Dias das Neves.


O António Dias das Neves na Alemanha... Em 1968, Portugal tinha celebrado um acordo com a a Alemanha, ao abrigo das facilidades pela utilização de Base de Beja, para tratamento e recuperação de deficientes, no Hospital de Hamburgo,  com a participação da Cruz Vermelha


O António Dias das Neves  em casa... O "meu herói", diz a filha Marisa Neves

Fotos (e legendas): © Marisa Neves (2011). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]  


1. Texto de Marisa Neves [, foto à esquerda, 2009], baseado em comentários ao poste P8887 (*)  e troca de emails com os editores:

(i) Sr. Luís Graça,  só lhe posso dizer que o meu pai era e será sempre o meu herói, ainda por cima por ter passado por isso tudo e ter ficado sem 2 pernas aos 21 anos. Mas graças a Deus que se adaptou o melhor possível, conseguiu-o,  e quem não soubesse também não sabia que ele não tinha as pernas. 


Gostei muito de ter encontrado este blogue e pessoas que estão dispostas a ajudar-me. Pois o meu pai sempre me contou muitas coisas sobre o ultramar, mas já passaram 10 anos da sua morte e na altura ainda só tinha 21 anos, não assimilei tudo. 

Agora em conjunto com uns amigos, vamos fazer uma exposição da nossa terra, Ramada, e nessa exposição haverá um cantinho especial para o filho da terra, o meu pai [Neves).  

(ii) O meu pai foi ferido a 18 Outubro de 1969,  está na caderneta militar e também ele me dizia isso. Sei, sim, que o meu pai foi condecorado com a cruz de guerra [de 4ª] e um louvor. O louvor está comigo, a cruz de guerra infelizmente o meu pai ''chateado'' com o que lhe aconteceu amandou-a da ponte 25 de abril a baixo.

O meu pai quando foi ferido foi enviado para o hospital militar na Alemanha, onde esteve em recuperação. Posso lhe dizer que a pessoa que sabe muito sobre o meu pai é o ex-alferes Fernandes, pois ele ficou muito amigo do meu pai e costumava dizer:
- Este homem salvou-me a vida, se não fosse ele tinha sido eu a pisar a mina.

Palavras ditas em pleno funeral do meu pai pelo ex-alferes Fernandes. Gostava imenso de poder ter o contacto do agora Tenente Corenel  (aposentado). Se me puderem pôr em contacto com ele, agradeço.  Pois ele ia ajudar muito naquilo que vou fazer ao meu pai,  o memorial [, aqui em Ramada].

Quando tiver tudo ok,  concerteza que vós informarei do dia e local da exposição. O meu super herói será sempre o meu pai, esteja ele onde estiver pois faz parte de mim, se não fosse ele eu hoje não era aquilo que sou, e com muito orgulho digo que sou filha do Neves.
Cumprimentos,

(iii) O meu pai nasceu a 15 Junho de 1947 na Ramada, hoje concelho de Odivelas. Morreu no dia 21 de Agosto de 2001, devido aos vários aneurismas que já tinha espalhados pelo corpo, tendo feito a operação ao aneurisma da artéria que vai do coração à aorta, mas passado uma semana da intervenção não resistiu e teve uma paragem cardíaca.

Serviço militar:  Isto é o que está escrito na Caderneta Militar


António Dias das Neves - Nº de matrícula 19081/585/68 em 1968 
Arma em serviço - Cavalaria
Alistado em 5/07/1967 
Incorporado em 30/07/68
Pronto da escola de recrutas em 17/11/1968 
Especialidade - atirador de cavalaria.

Depois tenho isto assim na caderneta que não sei o que é.

Colocação durante o serviço

UNIDADE - C.T.S.C        30/07/1968

UNIDADE - R.C.7            28/09/1968
UNIDADE - QG/R.M.L     1/07/1972  


Nº DE ORDEM - 3948
 

Ocorrências extraordinárias

Embarcou em 28/2/69 no navio ''UIGE'', com destino ao CTIG fazendo parte da CCav 2486. Desembarcou em Bissau em 1/03/69. 


Evacuado para o HMP em 6/11/71 por despacho de 30/12/70, de sua Excia o Secretário do Estado do Exército.  

Foi ferido em combate a 18/10/69 quando pisou a mina que lhe tirou o pé esquerdo  e depois estilhaçou-lhe a outra perna, tiveram que lhe cortar  as 2 pernas até ficar tudo em condições.

Guiné 100% desde 1/3/69 até 30/12/70.
 

Também tem assim [contagem do tempo de serviço]:

1968 - 155 dias
1969 - 365 dias
1970 - 364 dias

Há muitas coisas que estão escritas na caderneta mas infelizmente não consigo perceber.


Em relação aos hospitais,  infelizmente não sei datas concretas, acho que ele foi 1º para Bissau [HM 241] e depois veio para Portugal
 [HMP - Hospital Militar Principal, Lisboa, Estrela] . A seguir foi transferido para Alemanha  [Hospital Militar de Hamburgo]. Sei que esteve algum tempo na Alemanha em tratamentos e recuperação para adaptação das próteses.

A pessoa que pode-lhe dar todos os dados fidedignos é sem dúvida o ex-Alferes Fernandes, agora Tenente-Coronel aposentado. 
Além de ter estado sempre ao lado do meu pai, ficou bastante amigo dele depois disso. Era um homem que muitas vezes o meu pai ia ao encontro dele, onde ele estivesse destacado e almoçava lá com ele nas messes, lembro-me de ser pequenina e ir com o meu Pai.
 
Se conseguir falar com ele,  vai conseguir todas as respostas, aquelas que eu também precisava.

Então segue uma foto minha, foi difícil encontrar pois as minhas fotos são aquelas todas com a minha filhota, mas depois de muito procurar lá encontrei esta que estou sozinha e não fiquei mal...lol


Fico muito feliz pela homenagem que farão ao meu pai no vosso blogue.


Obrigado mais uma vez.
 
Cumprimentos

Marisa Neves



2. Comentário de L.G.:

Não podemos ficar indiferentes à tenacidade e à dedicação filial da Marisa, que viu o seu pai partir, ainda novo (aos 54 anos), tinha ela 21... Dez anos depois, quer-lhe fazer a devida homenagem, na sua terra natal. E para isso, quer saber mais coisas da sua história passada, como militar no TO da Guiné, onde foi gravemente ferido...

Da nossa troca de comentários e emails, nasceu este poste, que é também a nossa pequena mas merecida homenagem a um dos nossos camaradas que deu o melhor da sua vida, como soldado, tendo sido gravemente ferido, por mina A/P, em 18 de Outubro de 1969, no decurso da Op Ostra Amarga (ao 7º dia, na região de Badapal, a norte de Bula).

O António já não está entre nós, mas o gesto de amor da sua filha Marisa obriga-nos a recordá-lo, doravante, na nossa lista dos membros da Tabanca Grande que da terrível lei da morte se vão libertando...

Ele será mais um dos irãs bons que poisarão no nosso poilão, fazendo-nos  lembrar sempre que aquela guerra, onde fomos protagonistas, teve - para a nossa geração - um enorme preço em sangue, suor e lágrimas. Obrigado à Marisa pelas ternas recordações do seu pai, que foi juntando, peça a peça, desde o seu tempo de jovem futebolista a deficiente das forças armadas, amargurado e revoltado, ao ponto de lançar fora, à águas do rio Tejo,  a sua cruz de guerra...

Vou pedir ao nosso colaborador permanente José Martins, que mora em Odivelas, para estar atento à iniciativa desta jovem de Ramada, que deve ser apontada como um exemplo à geração dos nossos filhos. Queremos estar presentes na exposição de homenagem que vai ser organizada em Ramada.
__________________

Notas do editor

(*) Vd. poste de 11 de Outubro de 2011 > Guiné 63/74 - P8887: O Nosso Livro de Visitas (120): Sold At Cav António Dias das Neves, da CCAV 2486, ferido por mina A/P no dia 18/10/1969, no decurso da Op Ostra Amarga (Marisa Neves / Virgínio Briote)

terça-feira, 22 de junho de 2010

Guiné 63/74 – P6629: FAP (50): A Associação dos Deficientes das Forças Armadas homenageou Força Aérea Portuguesa (Carlos Vinhal)

Com a devida vénia ao Correio da Manhã, damos destaque a uma notícia inserta naquele jornal de domingo, dia 20 de Junho de 2010, dando conta de uma cerimónia de homenagem à Força Aérea Portuguesa promovida pela Associação dos Deficientes das Forças Armadas.

O título da notícia "Nunca nos deixaram" é sugestivo, justo e verdadeiro.

É evidente que mais que ninguém, os nossos deficientes estarão reconhecidos aos militares nossa FAP, porque muitos deles, não fora os inestimáveis serviços de evacuação, muitas das vezes nas piores condições de segurança, não estariam vivos.


__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de20 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 – P6620: FAP (49): Pista da época (Como a fruta) (Miguel Pessoa, ex-Ten Pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74) 

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Guiné 63/74 – P4478: Iniciativas da ADFA em Lisboa (3): Almoço/Convívio do pessoal da BA 12 (Pilotos, Mecânicos e Enf Pára-quedistas (Luís Nabais)

1. Promovendo uma das iniciativas da ADFA (Associação dos Deficientes da Forças Armadas), recebemos esta mensagem do nosso camarada Luís Nabais, ex-Alf Mil da CCS/BCAÇ 2885, Mansoa 1969/71, com data de 6 de Junho de 2009:

Caros Eduardo e Carlos,

Como vos havia já dito e vocês tão amavelmente haviam publicado, quando esta ideia era ainda era apenas uma intenção, gostaria de vos pedir agora a publicação, no blogue, do almoço/convívio do pessoal da BA 12 (Pilotos, Mecânicos e Enfermeiras Pára-quedistas) que, enfim, conseguimos agendar.

Este evento está já publicitado, também, no blogue da malta da BA 12 e, definitivamente, terá lugar no próximo dia 27 de Junho, na sede da ADFA.

Será uma homenagem, onde recordaremos todos aqueles que não conseguimos, nem queremos esquecer.

Alguns fazem questão de cá estar deslocando-se de bem longe, em cadeiras de rodas e, outros, ainda, comparecerão com as suas próteses, mas não querem deixar passar em branco esta homenagem.

São DFA’s, que querem dizer também: EU ESTOU PRESENTE!

As esposas podem e devem participar também.

A cada uma das pessoas inscritas, além da festa e do convívio, será entregue uma medalha comemorativa do evento.

O preço será de 20 €!

NOTAS:
Aquando da publicação do texto inicial, fomos questionados sobre a eventual presença, ou não, nesta confraternização, das “nossas” enfermeiras Paraquedistas!

Estamos à espera que, entre todos os “tertulianos”, muitos as conheçam e as contactem. Peçam-lhes, por favor, para elas marcarem a sua indispensável e tão desejada presença também.

ATENÇÃO: INSCREVAM-SE JÁ… SÓ DISPOMOS DE 15O LUGARES (o espaço não dá para mais).

Localização e estacionamento há e vocês conhecem.

Agradecendo a publicação desta convocatória, bem hajam e um abraço,

Luís Nabais
(Sócio efectivo da ADFA, nº 9724)

___________

Notas de M.R.:

As inscrições podem ser feitas directamente para aquele blogue (especialistasdaba12@gmail.com) ou para a ADFA, ao cuidado da Dª Conceição Valente, nº Tel-217 512 600. Já agora, a ADFA localiza-se entre a Av Padre Cruz e Av Rainha D.Leonor, no Lumiar. Perto tem o Instituto Ricardo Jorge, e é perto do Estádio do Sporting, parecendo não haver problemas de estacionamento.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Guiné 63/74 - P3887: Iniciativas da ADFA em Lisboa (Luís Nabais)

1. A propósito de algumas iniciativas da ADFA (Associação dos Deficientes da Forças Armadas), recebemos esta mensagem do nosso camarada Luís Nabais, ex-Alf Mil da CCS/BCAÇ 2885, Mansoa 1969/71, com data de 12 de Fevereiro de 2009:

Caro Carlos:
Nós, ADFA, estamos e pensar fazer um almoço/homenagem aos antigos pilotos e mecânicos de aeronaves, que estiveram na Guiné.
Podes publicar, para saber se há interessados?
Pensamos que seja em Abril.
Abraço


2. Hoje, dia 13 de Fevereiro pedimos alguns elementos mais ao Luís Nabais.

Caro Luís Nabais
Claro que sim. Dá-me os elementos mais concretos que tenhas neste momento, como seja por exemplo o local, Lisboa, não?

Um abraço
Carlos


3. Eis a resposta:

Caro Carlos:
É nossa intenção fazê-lo em Lisboa na sede da ADFA.
O Chefe da Força Aérea vai estar lá também, e tenho já confirmados alguns nomes, alguns ex-comandantes da TAP (como o tempo voa, Carlos)!

A data ainda não está definida, embora apontemos para um sábado, como te disse, Abril.

Quero também informar que já temos mais um psiquiatra a trabalhar connosco (dois, agora), que poderão fazer consultas "particulares" (o preço será informado aquando da marcação, caso não tenham ADME), e também Clínica Geral.

Claro que, recordo novamente, não tendo ADM, a consulta será por inteiro, mas são 30€ (com estacionamento e almoço, agora a 4,50 €).

Estou/estamos a envidar esforços para ter muito brevemente estomatologia.
Tentaremos, logo que possível, acordos com ADSE ou outras entidades - não ainda -,infelizmente, mas garanto brevidade!

Abraço
Luis Nabais


4. Comentário de CV:

Realce-se a iniciativa da ADFA em homenagear os bravos pilotos e mecânicos que voaram nos céus da Guiné, que tão relevantes serviços prestaram aos (infantes) militares quem em terra se sentiam mais protegidos com a sua presença lá nos ares e, sabiam que em caso de emergência, aparecia sempre alguém para os evacuar.

Mais uma vez se lembra que os camaradas que apresentem algum sintoma de doença pós-traumática, podem e devem dirigir-se à ADFA para serem encaminhados às entidades competentes que os poderão ajudar.

Tanto os interessados em participar no Almoço de homenagem aos camaradas da Força Aérea, como os que pretendam aconselhamento médico, devem dirigir-se à ADFA ou comunicar co o nosso camarada Luís Nabais, e-mail nabais.luis@gmail.com

domingo, 11 de maio de 2008

Guiné 63/74 - P2835: Ser solidário (10): A AOFA (Associação dos Oficiais das Forças Armadas) apoia a ADFA (A. Marques Lopes)


Primeira página do Jornal ELO - Maio de 2008 (, disponível em formato pdf)
Cortesia da ADFA (2008)

A Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA), fruto da tomada de consciência, por parte dos deficientes militares, do seu direito à dignidade, à reabilitação e à participação activa na comunidade, foi criada em 14 de Maio de 1974.
Os mais de 15 mil associados efectivos são cidadãos que se deficientaram durante a prestação do serviço militar, nomeadamente na guerra colonial que se desenrolou no período de 1961 a 1974 nas três frentes, Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, assim como aqueles que, à data da morte do militar ou do deficiente, dele dependiam directa e economicamente. (...)




do site da
ADFA
__________

Associação dos Deficientes das FA


Mensagem do A. Marques Lopes, de 11 de Maio:

Para os que são DFA, dou-vos conhecimento de um comunicado da AOFA (Associação dos Oficiais das Forças Armadas).

A. Marques Lopes
__________

Caros camaradas,

Na sequência do desconhecimento de qualquer resposta concreta por parte do M. Defesa Nacional relativamente às questões que a AOFA colocou com carácter de urgência a S. Ex.ª. o MDN em 27FEV08, analisadas em Reunião ocorrida em 24 de Março de 2008 com o Gabinete e diversos departamentos do MDN e decorridos mais de dois meses, tendo-se verificado a continuada degradação das condições de Assistência na Doença dos Militares e das suas famílias, apesar da informação recebida do Gabinete do MDN de que os assuntos colocados estão a receber a atenção e o tratamento adequado, pretendendo o MDN fornecer, em tempo, uma resposta global melhorando o funcionamento da ADM;

Comungando das preocupações, em muitos casos coincidentes, dos Deficientes das Forças Armadas, designadamente no que se refere à degradação das condições da ADM, com especial relevo no que respeita a um universo (parcialmente comum) que importa considerar em absoluto e ao qual todos os militares em geral estão potencialmente sujeitos no futuro;

Constituindo um dever cívico fazer respeitar os compromissos políticos assumidos, o Estatuto da Condição Militar e os serviços prestado à Pátria;

A direcção da AOFA decidiu prestar solidariedade activa à ADFA e participar na Manifestação promovida pela ADFA, através de uma delegação dos corpos sociais e difundir a participação junto dos seus sócios.

Concentração em 14MAIO08 pelas 14h30 junto ao HMP na Estrela, seguindo-se o deslocamento para a Assembleia da República.

Com cordiais cumprimentos,

Alpedrinha Pires, Presidente da AOFA

__________


adaptação do texto da responsabilidade de vb.

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Guiné 63/74 - P998: Antigos combatentes: sem pernas, sem braços mas com memória (Jorge Neto)

Guiné-Bissau > Bissau > Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira > 17 de Julho de 2006 > Manifestação de antigos combatentes do Exército Português, por ocasião da chegada, com intervalo de 2 minutos, do Presidente da República de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, e do Primeiro Ministro, José Sócrates, no âmbito da VI Cimeira da CPLP. "Nós, os antigos combatentes, exigimos o cumprimento do acordo de Argel", é a mensagem que se podia ler no belíssimo pano que foi feito para a ocasião (LG).

Com a devida vénia > Excerto do Africanidades, o blogue do nosso amigo Jorge Neto , agora em férias (e possivelmente contactável em Évora, dentro de dias; hoje ainda estava na Mauritânia; todos nós lhe desejamos um bom regresso a casa e umas retemperadoras férias):

18 de Julho de 2006 > ESQUECIDOS PARA SEMPRE

Cerca de 40 antigos combatentes guineenses do exército português juntaram-se à saída do aeroporto para tentar colocar algumas questões a Cavaco Silva e José Sócrates. Instado pela imprensa a comentar a situação destes homens, José Sócrates limitou-se a dizer que não tinha reparado neles. Vistas curtas, para o que não interessa. Ao fim da tarde, quando Vítor Constâncio anunciou o bom desempenho económico do país, Sócrates ouviu perfeitamente e fez questão de comentar!

O problema dos antigos combatentes africanos nunca será resolvido, para vergonha de quem é português e pouco pode fazer para ajudar estes homens que ainda hoje vivem sem pernas, braços... mas com memória. O passado não se apaga nem se esquece. Por muito que os políticos tentem.

Texto e foto: © Jorge Neto (2006)