segunda-feira, 13 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14872: Nas férias do verão de 2015, mandem-nos um bate-estradas (2): Convívio da Tabanca de Porto Dinheiro, 12 de julho de 2015 (Parte I): organização 'impex' do Eduardo Jorge Ferreira (ex-1º cabo inf, do exército luso-britânico que se cobriu de glória na batalha no Vimeiro, em 21/8/1808; ex-alf mil, PA, Bissau, Bissalanca, BA 12, 1973/74)


Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > Da esquerda para a direita, (i) primeira fila, António Nunes Lopes (ex-fur mil, CCAÇ 1439); João Crisóstomo (ex-alf mil, CCAÇ 1439); Vilma Crisóstomo; Luís Graça; Helena Carvalho (, filha do Pereira do Enxalé, que morreu em Bissau, em agosto de 1974); (ii) segunda fila, Maria Alice Carneiro, Dina (esposa do Jaime), e Álvaro Carvalho; (terceira fila, Eduardo Jorge Ferreira (ex-alf mil, PA, Bissalanca, 1973/74); Alexandre Rato, presidente da junta de freguesia de Ribamar (que, apanhado à boa fila,  teve a gentileza de se juntar a foto de grupo "para mais tarde recordar"; Jaime Bonifácio Marques da Silva (ex-alf mil PQ, BCP 21, Angola, 1970/72); Horácio Fernandes (ex-alf mil capelão, de rendição individual, Catió e Bambadinca, 1967/69) e esposa, Milita.


Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > Restaurante O Viveiro > João Crisóstomo e o "furriel" que ele não via quase há meio século, o António Nunes Lopes (que mora em Almada,se não erro, e que veio de propósito a este convívio)... Foi um encontro emocionante e emocionado... Além do João, havia mais 3 alferes na CCAÇ 1439, o Freitas (madeirense), o Sousa e o Luís Zagallo (1940-2010). Falou-se aqui destes e doutros camaradas... A madeirense CCAÇ 1439 teve como unidade mobilizadora o BII 19, partiu para o CTIG em 2/8/1965 e regressou a 18/4/1967, tendo passado por Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole, Missirá, Fá Mandinga. O comandante era o cap mil inf Amândio Manuel Pires.


Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > Restaurante O Viveiro >  O António Nunes Lopes.


Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > Restaurante O Viveiro >  A "bajuda do Enxalé", Maria Helena Carvalho (que adotou - e foi adotada por - o pessoal da CCAÇ 1439), e o Eduardo Jorge Ferreira, o organizador do convívio. O Eduardo anda tão entusiasmado com a reconstituição histórica da batalha do Vimeiro, de 17 a 19 deste mês, na sua terra, que até conseguiu convencer o Álvaro Carvalho a fazer a cobertura fotográfico do evento!...


Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > Restaurante O Viveiro >  O Álvaro Carvalho, marido da Maria Helena, e um apaixonado da fotografia... Fez a cobertura do nosso convívio. Gostei muito de conhecer este simpático casal, e vou "apadrinhar" a sua entrada, formal, na nossa Tabanca Grande. Ambos são apaixonados pela Guiné... Estavam os dois em Bissau aquando das festas da independência... O casal vive nas Caldas da Raínha... A Maria Helena fez questão de fazer uma surpresa ao casal Crisóstomo e ao António Nunes Lopes (ex-fur mil da CCAÇ 1439, Xime  e Enxalé, 1965/79) (que ainda ela ainda conhecia pessoalmente, uma vez que ele não tem vindo aos encontros da companhia).



Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > Restaurante O Viveiro >  Aspeto geral da mesa, em primeiro e segundo plano: a Dina e o Jaime, a Milita e o Horácio.



Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > Restaurante O Viveiro >  O Horácio Fernandes e, em segundo plano, o Jaime Bonifácio e a Alice.


Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > Restaurante O Viveiro > O Jaime e a Dina que, agora reformados, dividem o seu tempo entre a Lourinhã e Fafe.


Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > Restaurante O Viveiro >  A praia do Porto Dinheiro, velho e pistoresco porto de pescadores, com passado antiquíssimo que remonta aos romanos... Nas falésias fósseis, foi encontrado o Dinheirosaurus lourinhanensis do Jurásssico Superior (150 milhões de anos), descrito em 1999 por Bonaparte e Mateus. É provavelmente o dinossauro mais comprido até agora encontrado em Portugal.


Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 >O  Dinheirosaurus lourinhanensis tem direito a rua... Parte do esqueleto axial deste grande  gigante  pode ser visto no Museu da Lourinhã.


Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > Restaurante O Viveiro >  Eramos doze à mesa (não veio o João, não veio a São...). Seis tachos de caldeirada dão para alimentar o estômago e a conversa... Com tudo incluido, deu pouco mais de 20 áereos per capita...


Lourinhã > Ribamar > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > Restaurante O Viveiro > A Maria Helena servindo a sua "ginginha de Óbidos", de fabrico próprio, no final da refeição... Com limão e gelo, é uma delícia...


Vídeo (0' 27'') > Alojado em You Tube > Luís Graça 


Fotos (e legendas): © Luís Graça  (2015). Todos os direitos reservados.
_____________

Guiné 63/74 - P14871: Memória dos lugares (306): Sobre a tabanca de Caboiana, e sobre o chefe de posto de Cacheu, que era caboverdiano, o nosso camarada António Medina (,ex-fur mil CART 527, 1963/65, a viver nos EUA,) pode dar esclarecimentos adicionais (António Bastos, ex-1º cabo, Pel Caç Ind 953, 1964/66)


Guiné > Região do Cacheu > Cacheu > Outubro de 1964 > Tabanca de Caboiana [vd.carta de Teixeira Pinto e Pelundo] > > O chefe de posto do Cacheu, que era caboverdiano e amigo do António Medina, mais duas senhoras: (i) a esposa do chefe de posto; e (ii) a esposa do tenente, comandante do Pel Caç Ind 953, Nuno Maria Nest Arnaut Pombeiro (já falecido) (A sra. Dona Maria Luísa de Menezes Mendonça Frazão permaneceu sete meses em Cacheu e depois foi com o marido para Angola; hoje mora em Lisboa e é filha do ja falecido general Américo Mendonça Frazão).

Foto (e legenda): © António Bastos (2015). Todos os direitios reservados [Edição: LG]



1. Mensagem de António Paulo Bastos (ex-1.º cabo do Pel Caç Ind 953, Teixeira Pinto e Farim, 1964/66):

Data: 8 de julho de 2015 às 16:26
Assunto: Memória dos lugares.

Meus amigos e companheiros da Tabanca Grande, boa tarde.

Companheiro Luís não quero ser muito aborrecido mas tenho que rectificar uma gralha , no poste P14843, onde eu digo, algumas vezes, que  íamos de Pecixe e outras de Sintex da Engenharia, devo acrescentar que  também íamos de viaturas, a estrada era a de Cacheu - Teixeira Pinto, e ao chegar ao Churro é que apanhava a picada que ia para Caboiana ou Coboiana, e não a estrada de S. Domingos -Sedengal essa já fica do outro lado do Rio Cacheu.

Localizar a Tabanca de Caboiana na carta de S. Domingos Cacheu,  não consigo, sei que o percurso que fazíamos era Churro, íamos  passar a umas ruínas de tabanca já a muito abandonadas devia de ser Bamal (?), passavamos ao lado de uma bolanha e outra tabanca aonde que chegamos a ir lá muitas vezes,  Catão, e depois Catel  e então lá se chegava a Caboiana.

[Nota de LG: António, vê as. cartas de Cachungo / Teixeira Pinto  e Pelundo; pela tua descrição do percuirso, Churro - Bamal - Catão - Catel - Caboiana, esta última tabaca só podia ficar a  norte do Pelundo, na carta de Pelundo e nunca na carta de Cacaheu / São Domingos]

Eu no meu diário não tenho o caminho especificado, aqui estou de memória mas penso que não estou a errar.

Temos um colega que era furriel na Companhia Artilharia  527 e também da nossa tabanca, António Medina,talvez ele consiga esclarecer melhor.

[, foto à esquerda, o camarada Antonio C. Medina, ex-fur mil inf, CART 527, Teixeira Pinto, Bachile, Calequisse, Cacheu, Pelundo, Jolmete e Caió, 1963/65; natural de Santo Antão, Cabo Verde, foi funcionário do BNU, Bissau, de 1967 a 1974; vive hoje nos EUA]


Sobre o Chefe de Posto...

Também não sei muito, sei que era de Cabo Verde e muito amigo do Medina, era homem que devia de andar nos quarentas e tais anos bem puxados,  na altura a esposa uma senhora que,  segundo diziam (as más línguas) tinha vintes e táis muito perto dos trintas, e era da Amadora, aí também o António Medina pode responder pois estava sempre lá em casa deles nos petiscos e nos copos.

Sobre a senhora de calças pretas...  É a esposa do nosso querido e saudoso comandante Nuno Pombeiro, (já jalecido),  D. Maria Luisa,  permaneceu sete meses em Cacheu e depois foi com o tenente para Angola, hoje mora em Lisboa e é filha do ja falecido general Américo Mendonça Frazão.

Companheiro Luís,  se tiveres dúvidas em alguma coisa é só dizeres, se eu souber estou desponivel, Sabes alguma coisa do nosso companheiro Medina ? Ainda falei ao telefone com ele algumas vezes,  sei que esta na América e que esteve doente mas já há muito que não diz nada.

Mão me alongo mais, um abraço para toda a tabanca, António Bastos.
______________

Nota do editor

(*) Vd. postes de 


(...) Comentário de L.G.;

António, como se chamava o chefe de posto do Cacheu ? E a esposa ? Eram donde ? Tens notícias deles ?

É uma pena que estes homens e mulheres não apareçam por aqui!... Este blogue também é deles / delas...

Podes dizer-lhes que não fazemos qualquer discriminação entre militares e civis, funcionários públicos e comerciantes, homens ou mulheres, sejam oriundos do continente sejam de Cabo Verde...

Há uma território (e uma população) que todos amaram, à sua maneira. E do qual têm recordações, fotografias, histórias...

Um dia destes, quando a nossa voz se calar para sempre (e já falta tão pouco!), ninguém mais vai falar destes tempos e destes lugares...

António, temos que fazer um esforço de memória para legendar melhor estas fotos!... Estas duas mulheres, com os típicos óculos de lentes fumadas que se usavam na época, merecem a nossa homenagem... O Cacheu, mesmo em 1964, não devia ser o paraíso na terra!... Havia já a guerra, havia as doenças tropicais, havia falta dos "confortos da civilização", a começar pela luz elétrica...

Estas mulheres merecem a nossa atenção, o nosso apreço!... Não estou a ser sentimental, melodramático, politicamente (in)correcto, muito simplesmente estou a constatar que havia mulheres, jovens, continentais ou caboverdianos, que iam para a Guiné, umas tinham profissões (professoras, enfermeiras paraquedistas, empregadas dos correios...), outras muito simplesmente acompanhavam os maridos, civis ou militares...

Precisamos de conhecer estas portuguesas! (...)

____________

Nota do editor

Último poste da série de 12 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14869: Memória dos lugares (303): A vida também corre como um rio (Juvenal Amado)

Guiné 63/74 - P14870: Parabéns a você (935): António Tavares, ex-Fur Mil SAM do BCAÇ 2912 (Guiné, 1970/72) e Rogério Ferreira, ex-Fur Mil Inf MA da CCAÇ 2658 (Guiné, 1970/71)


____________

Nota do editor

Último poste da série de 12 de Julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14866: Parabéns a você (934): António Dâmaso, Sargento-Mor Paraquedista das CCP 122 e 123/BA 12 (Guiné)

domingo, 12 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14869: Memória dos lugares (305): A vida também corre como um rio (Juvenal Amado)

1. Em mensagem de 2 de Julho de 2015, o nosso camarada Juvenal Amado (ex-1.º Cabo Condutor Auto Rodas da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74), fala-nos dos rios da sua vida:


RIOS HÁ MUITOS, MAS ALGUNS FICARAM MAIS NA NOSSA MEMÓRIA

Na minha terra existem dois rios que se juntam, um vindo de Nascente e outro vindo de Poente formando assim um só rio denominado Alcobaça. São rios dóceis quase inexistentes praticamente tapados por arbustos que crescem nos seu leitos e margens durante grande parte do ano, mas no entanto, não deixam de crescer avolumar-se quando as chuvas caiem nalguns anos com maior precipitação sobre toda zona de Alcobaça.


Local onde se juntam o Alcoa e o Baça

Nessas alturas as águas descem as encostas engrossam ribeiros que por sua vez descarregam no rio Baça ou no Alcoa provocando cheias, prejuízos, inundações em habitações, interrompem estradas e caminhos, inundam os campos de cultivo que vão desde Mendalvo até aos campos da Fervenç com as outrora famosas Termas da Piedade, aos do Valado dos Frades, Cela Nova e por fim à sua foz na Nazaré, onde o mar fica barrento durante o tempo em que duram as chuvas.

É uma atração ir à Cela Velha, e lá do alto, admirar os campos todos encharcados pelo então rio Alcobaça, onde desapareceram os canais de irrigação para a agricultura e por vezes só se vêm as árvores de fruto acima do nível das águas. Quando vivia na Av. Bernardino de Oliveira onde morei entre 1962 e 1980, o rio Baça, que nasce na localidade de Vimeiro, passava do lado de lá das casas e da estrada. Nessa altura inundava os terrenos e lembro-me bem da aflição dos moradores do pátio do Joaquim do Talho mesmo à entrada da minha rua, também popularmente conhecida por Portas de Fora, quando as águas o invadiam a ponto de pôr em risco as moradias ao nível térreo. Não podíamos ir à Fonte Nova, que para além de local de namoro para os/as alcobacenses, também tinha água corrente e servia de passeio no Verão ir buscar água numas bilhas de barro, que a mantinham fresca.

Dizia-se que quem bebesse água daquela fonte ficaria para sempre ligado à outrora vila de Pedro e Inês e daí o poema da canção que Tavares Belo escreveu e a cantora Maria de Lurdes Resende imortalizou, que diz “Quem passa por Alcobaça/ Não passa sem lá voltar”.

O rio atravessa grande parte da hoje cidade, por baixo de algumas ruas e acabava por galgar por cima da ponte, invadir a Av. João de Deus, arrastando alguns carros, pois os muros que o apertavam, acabavam por ceder. Também ali exercitei a pontaria com espingarda pressão-de-ar atirando às ratas, que eram quase do tamanho de coelhos bravos e quem sabe, se não devo a isso a boa nota que tive na carreira de tiro em Coimbra durante a recruta.

As águas do Baça também invadiam tumultuosas o próprio Mosteiro, onde os monges construíram no curso do rio uma extracção de água, apelidada de Mãe de Água. Este foi o ponto de partida de uma canalização de 3,2 km, na sua maior parte subterrânea, que abastecia o Mosteiro com água fresca e limpa.

O Rossio pagava a factura durante os Invernos mais rigorosos e ficava cheio de lama e pedras que desciam empurradas pelas águas desde a encosta da Vestiaria ou do Casal Pereiro galgando passeios e entrando nas lojas e acabando por engrossar caudal, que por vezes o rejeitava de tão espartilhado estar, que saía pelas grelhas dos biqueirões ou pelas pias de despejo das casas mais baixas .

Quanto ao rio Alcoa, nasce em Chiqueda, era também atracção quando o seu nascente rebentava nos Olhos de Água ou Poçoão e as rápidas cheias que provocava. No Verão tomava-se banho nalguns locais e as mulheres iam lavar a roupa disputando o sítio e enxotando a garotada. Aí rio tomava a alcunha do dono das terras por onde corria e passava a chamar-se rio Narciso, ou Aníbal, num local que fica perto da Junta Nacional dos Vinhos. Era à vontade do freguês.

Lavadinha

Rio Alcoa

Rio Alcoa

O rio Tejo também está para sempre ligado às minhas visitas aos meus tios na rua da Saudade, onde através da janela da cozinha eu via o rio e os barcos que lá navegavam. Saborosas foram também as travessias até Cacilhas no cacilheiro e a esperança de ver algum golfinho. Mais tarde este rio ficou associado a momentos dolorosos como a partida do meu irmão para Moçambique e mais tarde, a minha própria partida para a Guiné.

Mas como era de prever ao ir para a Guiné deixei para trás o rio da minha terra, mas os rios continuaram a fazer parte da minha experiência além Mar, embora não houvesse nenhum em Galomaro.

Naveguei cinco vezes no Geba, deliciei-me com abundância de água no pelo Corubal que banhava o Saltinho.

O Geba era uma artéria viva e indispensável ao reabastecimento da zona Leste e navegava-se até ao Xime ou até Bambadinca. Em Bafatá era majestoso e dava beleza à cidade.

Haviam porém, rios pequenos daqueles que nós nos esquecemos que existem, pois eram insignificantes durante quase todo o ano, até que chegavam as chuvas e se tornavam num bico de obra.

Havia um desses rios no caminho para Cancolim, que nos deu como se pode chamar água pelas barbas, quando tentávamos abastecer a Companhia 3489. Mal começava a chover, o malvado engrossava e corria rápido por baixo de uma pequena ponte, que tinha parte do tabuleiro danificado por uma mina com que o IN tentou destrui-la. Ora só tínhamos lugar para as rodas das viaturas passarem e quando a águas submergiam a ponte, nós deixávamos de ver o trilho.

Era então preciso que os camaradas que iam fazer a escolta, dessem as mãos uns aos outros e assim com água pelo o peito, indicarem-nos por onde podíamos passar. Não era fácil para eles nem para nós. Eu tirava as botas e as cartucheiras não fosse o diabos tece-las.

Depois de passarmos, mais atascanço menos atascanço, lá chegávamos a Cancolim e começávamos a fazer contas de cabeça a respeito do regresso, pois o problema do rio estava lá à nossa espera, a não ser que entretanto, as águas baixassem facilitando assim o nosso regresso.

Uma vez o rio encheu de tal forma que não houve nada a fazer e as mercadorias tiveram que ser passadas em botes e carregadas em viaturas do lado de lá.



Como se pode ver, os rios foram uma constante na minha vida, mas a melhor experiência com eles, foi a minha viagem do Xime para Bissau quando o 3872 em Março de 1974 foi rendido. Pudera, era a peluda que se aproximava à medida que nós embarcamos e descemos aquele rio barrento, de cor acinzentada, na direcção de Bissau.

Cantávamos então: Galomaro/Tem mais encanto / Na hora da despedida, com música de uma conhecida balada de Coimbra logo seguida de Cheira bem / Cheira a Lisboa...

Juvenal Amado
____________

Nota do editor

Último poste da série de 12 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14868: Memória dos lugares (302): Rio Grande de Buba, calmo e soberbo, de água salgada, que nasce no mar ao largo de Bolama e acaba em Buba (Francisco Baptista)

Guiné 63/74 - P14868: Memória dos lugares (304): Rio Grande de Buba, calmo e soberbo, de água salgada, que nasce no mar ao largo de Bolama e acaba em Buba (Francisco Baptista)

Rio Grande de Buba
Com a devida vénia a Biodiversity

1. Mensagem do nosso camarada Francisco Baptista (ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2616/BCAÇ 2892 (Buba, 1970/71) e CART 2732 (Mansabá, 1971/72), com data de 1 de Julho de 2015:

O Rio Grande Buba é um rio largo, calmo soberbo. Este grande rio de água salgada nasce no mar, ao largo de Bolama e acaba em Buba.

Só alguns dias depois de estar em Buba me apercebi da estranheza desse rio que de manhã estava cheio quase até ao limite do cais e à noite recuava as suas águas como quem vai dormir para longe, essa situação ia-se alterando, conforme as marés.

Sobretudo na maré-cheia, o Rio Grande de Buba, formava um grande espelho de água em toda a extensão que eu conseguia visionar em que se reflectiam as margens de Buba e as margens da floresta próxima ao longo de todo o rio.

Adorava ver os por-do-sois magníficos da Guiné, que pintavam todo o horizonte em redor, de tons vermelhos e cor-de-rosa, reflectidos nas águas calmas do Grande Buba.

Parece que o sol, o rio e as florestas da Guiné se erguiam num quadro enorme e maravilhoso para nos seduzir. Tenho saudades de tanta beleza. Gostava de ser poeta para a cantar, gostava de ser pintor para captar todos os tons que não sei descrever.


Tendo ido para Buba em rendição individual, nunca tive oportunidade de percorrer o rio de LDG. Porém um dia estava em Buba uma LDP, pedi ao capitão e fui nela até Bolama. Fui eu e a tripulação que eram 4 ou 5 marinheiros. A viagem demorou algumas horas, talvez cinco, verifiquei que o rio sendo largo em toda a sua extensão, tem ainda muitos braços, tal como um deus indiano. Tem alguns braços tão largos como o principal braço de mar a que se chama rio.

Empada, que tinha uma companhia, pertencente nesse tempo, tal como a minha companhia, ao comando de Aldeia Formosa, talvez a duas horas ou pouco mais de Buba, por rio, situava-se num desses braços, não muito longe do curso principal. Um dia, porque a avioneta que me transportava para Buba, vinda de Bissau, começou a perder óleo, o piloto aterrou em Empada por precaução. Por rádio expliquei a situação ao meu capitão e ele pediu aos fuzileiros do destacamento de Buba que patrulhavam o rio que me dessem boleia.

Sei que partimos já quase noite e não longe de Empada encontramos dois africanos num barquito, e por uma curta conversa eles deduziram que andariam à pesca. Prosseguimos viagem, com a noite a ficar muito escura e chuvosa tão escura que os fuzileiros perderam-se e foram dar a um braço largo do rio, onde tivemos que esperar pela manhã para reencontrarmos o caminho certo. Se foi assim ou se o sonhei, já passaram mais de 40 anos, nada garanto, se estou enganado peço desculpa aos fuzos, onde tive grandes amigos.

Na viagem que antes me tinha levado a Bissau, já tinha tido uma visão aérea de todo o rio, pois o piloto aviador, Pombo, que era um grande piloto, famoso em Buba e noutras terras, pela sua destreza na pilotagem, encaminhou a avioneta em voo baixo pelo curso do rio Grande Buba. À distancia de todos estes anos agradeço-lhe esta atenção que eu não me lembro de lhe ter pedido. Na verdade o rio percorrido de cima a pouca altitude ainda se torna mais belo do que a navegar, pois vê-se melhor a paisagem envolvente, e os seus braços.

O comandante Pombo diz-me o meu amigo Zamith Passos, que já morreu. Paz à sua alma, oxalá tenha voado mais alto.

No rio Grande Buba tivemos dois acidentes graves. Num deles morreu um camarada nosso e ficaram dois bastante feridos. No outro ficou ferido outro camarada também com bastante gravidade. Sobre estes acidentes já falei noutros postes pelo que não me vou repetir.

Éramos novos, culpas nossas, das armas e do meio e os rios tão belos nas suas margens e nos seus caudais, mas sempre à procura dos jovens incautos, como os deuses antigos que saciavam a sua ânsia de poder ou a sua loucura com o sacrifício de jovens.

Rio Grande Buba que não é tão falado, neste blogue, como outros rios da Guiné talvez porque nas suas margens só existia o quartel de Buba e um pouco afastado, já num dos seus ramais, o de Empada.

Rio Buba, Rio Grande de Buba, Rio Grande de Bolola , ou Rio Grande, como lhe chamaram os portugueses dos descobrimentos (nomes retirados da internete).

Ironia do destino, hoje, antes de remeter este texto ao amigo e camarada Carlos Vinhal, fui com uns amigos almoçar a casa dum produtor de vinho amigo, da margem norte do rio Douro. Da colina sobranceira ao rio onde estávamos, avistávamos um troço esplêndido do caudal do rio e das margens escarpadas e trabalhadas em socalcos sobre tudo do lado norte. Do lado sul sobressaía sobretudo a serra das Meadas, perto de Lamego, onde muitos dos nossos camaradas dos rangeres e dos comandos tiveram instrução.

Assamos carapaus frescos, comprados na praia de Angeiras, e febras de porco com bom vinho da casa e passamos uma tarde divertida em cantorias, com uma concertina do amigo da casa e canções um pouco brejeiras do Rui, um grande cantador.

Cada qual, de acordo com os gostos e a sensibilidade, deliciou-se, com a paisagem do Douro, a cintilar ao sol, no vale, e a paisagem de vinhas em socalco ou de monte de ambos os lados.

O rio Grande de Buba que eu conheci , não era como o Douro. Fiz tantas viagens de comboio pela linha do Douro. Conheço tão bem as suas curvas, as suas margens, os seus afluentes, os seus montes, o seu clima, as gentes que viajavam nos comboios da sua linha na minha adolescência.

O Rio da minha terra não é o Rio Grande Buba, não é o Rio Douro, o rio da minha terra é o Rio Sabor.

Rio Sabor
Com a devida vénia a Miguel Elói

Rios diferentes, de acordo com o seu caudal, as margens que os comprimem ou libertam e as gentes que os condicionam

Gosto muito do Rio Sabor e do Rio Douro mas a minha alma africana que marcou a minha vida para sempre, pelo calor e pelo cheiro da terra da Guiné, recordar-me-á sempre o meu amor e a minha saudade por esse Rio Grande de Buba.

Francisco Baptista
____________

Nota do editor

Último poste da série de 7 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14843: Memória dos lugares (301): Regulado, rio e tabanca de Caboiana (ou Coboiana ?) no Cacheu, em outubro de 1964 ( António Bastos, ex-1.º cabo do Pel Caç Ind 953, Cacheu, Farim, Canjambari, Jumbembem, 1964/66)

Guiné 63/74 - P14867: Libertando-me (Tony Borié) (25): Depois da guerra

Vigésimo quinto episódio da série "Libertando-me" do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGR 16, Mansoa, 1964/66.



Depois da guerra, por algum tempo, ainda fui bravo, algumas vezes rude para as outras pessoas, ainda fumei e bebi álcool, ainda tive as minhas lutas, ainda fui selvagem, ainda tive experiências sexuais com raparigas estranhas, ainda mantive aquela raiva surda contra não sei quem, talvez contra a guerra, contra a morte de jovens companheiros, contra a polícia que me interrogou e perseguiu, coisas que não tinham explicações, mas que alguma audiência censurava, mas na altura, tinha a força da juventude, talvez “saúde a jorros”, nunca precisei, (nem havia naquele tempo, disponível, ali à mão, era preciso ir à cidade mais próxima), ir todas as semanas, ou cada outra semana ver o psiquiatra, para uma ajuda extra, do trauma que a maldita guerra em África me fez passar, nunca fui para a televisão, rádio ou outros meios de comunicação dizer que não tinha casa, emprego, comida ou roupa para vestir e o governo tinha que me dar todas essas coisas, continuei a ser eu, o aldeão, com aspirações a criar uma família que andava vestido conforme ganhava, como tal, andava sempre muito mal vestido.


Embora antes tivesse assinado um cheque em branco ao governo de Portugal, no montante de..., incluindo a minha própria vida, nunca esperei um subsídio do então governo, ou ser assistido por um daqueles programas que agora existem, procurei trabalho, qualquer trabalho, não queria saber quanto pagavam ou quais os benefícios, ou quantos dias de férias, o que queria era trabalhar, trazer ao fim do dia, ou ao fim da semana, algum dinheiro, fruto do meu trabalho e, para mim cinco tostões eram cinco tostões, que davam para comprar um “papo seco”, não como agora neste ano de 2015, pelo menos pelas notícias que vou tendo conhecimento pela comunicação social e por alguns companheiros combatentes, em que, este novo Portugal, país acolhedor, onde a nova geração tem muitos anos de escola, portanto tem formação superior, abriu as suas fronteiras, pelo menos na União Europeia, recebendo amavelmente qualquer estrangeiro, dos quais muitos vêm para ficar definitivamente, claro, sempre haverá excepções, mas eu entendo de que, se o tal candidato a emigrante, um dia desembarcar em Lisboa, ao encontrar a primeira pessoa na rua, que provavelmente não será um verdadeiro português, será uma pessoa oriunda da África, América, Oceania ou da Europa do Leste, mas deve dizer, depois de ter beijado o chão de Portugal:

- Obrigado senhor português, por me deixar entrar no seu País, dar-me casa, comida, ajuda médica e educação para os meus filhos.

Nós, antigos combatentes, fomos uma boa e trabalhadora geração e, neste caso, depois da guerra, vieram os outros.

Tony Borie, Julho de 2015
____________

Nota do editor

Último poste da série de 5 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14837: Libertando-me (Tony Borié) (24): Glória, a quem chamavam Lola e às vezes Ruça (5)

Guiné 63/74 - P14866: Parabéns a você (934): António Dâmaso, Sargento-Mor Paraquedista das CCP 122 e 123/BA 12 (Guiné)

____________

Nota do editor

Último poste da série de 9 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14852: Parabéns a você (933): Adriano Moreira, ex-Fur Mil Enf da CCAÇ 2412 (Guiné, 1968/70); Arménio Estorninho, ex-1.º Cabo Mec Auto da CCAÇ 2381 (Guiné, 1968/70) e Joaquim Carlos Peixoto, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3414 (Guiné, 1971/73)

sábado, 11 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14865: Os nossos seres, saberes e lazeres (105): Sou reformado a tempo inteiro, mas... nas horas vagas escrevo, pinto, aperfeiçoo o Inglês e sou secretário geral da Anetta – Associação Nacional das Empresas e Técnicos de Trabalhos em Altura (José Melo)

1. Conforme ficou dito no poste de apresentação(1) do nosso camarada José Melo (ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 1498/BCAÇ 1876, Có, Jolmete, Ponate, Bula e Binar, 1966/67), publicamos hoje a parte referente à sua faceta de escritor e artista plástico.

O que faço hoje?

Sou reformado a tempo inteiro, mas... nas horas vagas escrevo, pinto, aperfeiçoo o Inglês e sou secretário geral da Anetta – Associação Nacional das Empresas e Técnicos de Trabalhos em Altura.

Como escritor publiquei seis livros cuja leitura recomendo.
São eles:


Título - Um País de Floreanos 
Volume I - Sonhos de Emerenciana

Comentário:
Em Ponta Delgada, nos princípios dos anos 30, Guilherme trabalha afincadamente para ter uma vida desafogada e para conservar a sua liberdade de expressão. Num ambiente de miséria social e de forte contestação contra a repressão de um governo ditatorial, Guilherme, entre a amizade de um fantástico grupo de amigos e as preocupações com os familiares, encontra o seu verdadeiro e grande amor. Porém a inveja, a soberba e o orgulho rapidamente tecem a teia de intriga que os separará...

************


Título - Um País de Floreanos 
Volume II (Romance) - Ver Santa Maria por um Canudo

Comentário:
Um convite para uma viagem aos Açores dos Princípios dos anos 30 do Séc. XX: as paisagens, a cultura, as festas, as ruas, os interiores e o exterior de uma arquitectura que se anima, as modas e a vida social, a electricidade no ar que precede a Guerra, numa trama amorosa invulgar. 

************


Título - Um País de Floreanos 
Volume III (Romance) - As Bocas do Mundo

Comentário:
A escrita é mordaz, mas o autor consegue a proeza de a fazer oscilar entre o sério e o burlesco, numa história que é, toda ela, perpassada por pródigas e minuciosas descrições que, a par do enredo central, enriquecem este III Volume...

************
 

Título - Registo de Viagem : Rota Moçambique e África do Sul (Relato de viagem, romance e crónica)

Comentário:
Este livro é um misto de relato de viagem, de romance e de crónica.
O relato de viagem mostra um ritmo alucinante numa sede de percorrer em poucos dias o maior número possível de lugares e de viver situações exóticas. O romance é bom. É a parte com mais brilho e que tempera os relatos de viagem.
As crónicas relatam factos perecíveis, verdades do dia que amanhã serão mentiras. Tais como os acontecimentos políticos vivem das aparências, são verdades temporárias que se desfazem porque o que parecia ser já não é.
Registo de Viagem: Rota de Moçambique e África do Sul, é um livro controverso tanto no campo político, económico, financeiro, banca, médias, etc., como no campo do seu valor literário intrínseco.

************


Título - Sem Rumo e Sem Rima

Comentário:
Um hino à existência. Não aquela que, por vezes, parece ser colorida, quente, ensolarada...
Sem nada pedir em troca, o poeta doa a alma ao leitor.
É uma alma doida, que sofre. Mas que deseja ser entendida e acarinhada.
E poderá, assim, Rimar e encontrar o seu Rumo...

************


Título - Antes que me esqueça

Comentário:
Os vinte e dois contos que a obra abarca, convidam à eterna descoberta com que José Jorge de Melo já habituou os leitores. Mesmo os mais incautos não poderão ficar indiferentes à escrita que (atrevidamente, apelidarei de pictórica), brota da pena, hoje já caída em desuso... Algumas das histórias, apesar de, naturalmente, menos longas do que outras, contêm pormenores que lembram minúcias de um estudo etnográfico. Revelam vantagens e contradições. A qualidade de vida de que se pode desfrutar numa terra pequena, choca com o problema de todos conhecerem tudo de todos, manancial soberbo para as coscuvilheiras. Há relatos de uma tal riqueza que só o ato de ouvir e de não preservar no cofre da escrita, equivalerá, por certo, não ao olho por olho, dente por dente como plasmado no conto Terreiro da Forca, mas a uma espécie de outro crime não menos grave: o da perda e o do esquecimento das tradições, dos usos, dos costumes, enfim, da vida noutras eras. Outros contos fazem refletir sobre a bondade, a mentira, o engano, o julgamento dos homens, de tal sorte que provocarão, em cada leitor, as mais variadas emoções. Quantos de nós não vivenciámos já situações análogas a uma das passagens do conto Bem Fazer mal haver? “Eu que te alimentei quando eras pequena e estavas adoentada. Isso é uma enorme ingratidão! Tu não tens coração”. Ler Antes que me esqueça é mergulhar num mundo de peripécias, onde se entrecruzam a memória e a voz de quem relata e a perícia e a elegância de quem escreve.

************

No respeitante a Pintura

Tenho um “blog” denominado Atelier José Melo ou Atelier José Jorge de Melo (http://atelierjosejorgemelo.blogspot.pt/), que por falta de tempo está desatualizado, mas se estiver interessado no campo da pintura, poderá observar no “blog” alguns dos meus quadros. Para ficar ciente do meu tipo de pintura, envio duas fotos de quadros da minha autoria.


Presunção

Lago Lemont

José Melo
____________

Notas do editor

(1) Vd. poste de 4 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14834: Tabanca Grande (468): José Jorge de Melo, ex-Alf Mil da CCAÇ 1498/BCAÇ 1876 (Có, Jolmete, Ponate, Bula e Minar, 1966/67)

Último poste da série de 8 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14849: Os nossos seres, saberes e lazeres (104): Tomar à la minuta (7) (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P14864: Álbum fotográfico de Jaime Machado (ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046, Bambadinca, 1968/70) - Parte VI: Mulheres e bajudas (III)


Foto nº 1->   Bambadinca > Bambadincazinho, dezembro de  1969 (1)



Foto nº 2>  Bambadinca > Bambadincazinho, dezembro de  1969 (2)


Foto nº 3 > Bambadinca > Bambadincazinho, dezembro de  1969 (3)


Foto nº 4  Bambadinca, dezembro de 1969: mulheres embriagadas com aguardente de cana



Foto nº 5 Bambadinca > Nhabijões fevereiro de 1970 (1)


Foto nº 6 > Bambadinca > Nhabijões fevereiro de 1970 (2)

Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > Pel Rec Daimler 2046 (maio de 1968/fevereiro de 1970).

Fotos: © Jaime Machado (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: LG]

1. Continuação da publicação do álbum fotográfico de Jaime Machado (*):


[Jaime Machado, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70); vive em Senhora da Hora, Matosinhos: mantém com a Guiné-Bissau a forte relação afetiva e de solidariedade (através do Lions Clube); voltou `Guine-Bissau em 2010 (, foto atual à esquerda)]

_________________

Guiné 63/74 - P14863: Tabanca Grande (470): Carlos Manuel Baptista Nunes, ex-Marinheiro Fuzileiro Especial do DFE 8 (Ganturé, Cacheu e Gampará, 1971/73)

1. Mensagem do nosso camarada e novo amigo, Carlos Manuel Baptista Nunes, Marinheiro Fuzileiro Especial do DFE 8, Ganturé (Begene), Cacheu e Gampará, 1971/73, com data de 29 de Junho de 2015:

Camarada
Aqui estou, a juntar-me a este - já vasto - grupo!

Carlos Manuel Baptista Nunes
Marinheiro Fuzileiro Especial N.º 288/70
Unidade: Destacamento n.º 8 de Fuzileiros Especiais
Guiné 1971/1973
Ganturé (Begene), Cacheu e Gampará

Atualmente aposentado.
Servi no Corpo de Fuzileiros, de Janeiro de 1970 a Setembro de 1980.
Polícia Marítima: De Setembro de 1980 a Junho de 2006

Com um abraço
Carlos Baptista


2. Comentário do editor:

Caro camarada Carlos Baptista
É uma subida honra receber nesta tertúlia um combatente da nossa muito honrosa Marinha de Guerra Portuguesa. Em maioria, por aqui, somos combatentes do Exército, pelo que alguém do ar ou da água é especialmente bem recebido. Aqui tens a vantagem de não precisares de colete salva-vidas ou paraquedas porque a nossa Tabanca está sediada em terra firme.

Como sabes, este Blogue tem como finalidade o registo, na primeira pessoa, de memórias de ex-combatentes da Guiné. Depoimentos de pessoal da Marinha há relativamente poucos, uma vez que além dos camaradas Manuel Lema Santos e Pedro Lauret, ex-Imediatos da LFG Orion,  não me lembro de outras colaborações. Será que tu estás disposto a relembrar e a escrever sobre a actividade da Marinha de Guerra naquela terra de chão vermelho e águas turvas, especialmente sobre os nossos valorosos Fuzileiros?
Já agora, quero pedir-te que me esclareças o seguinte: referes Ganturé (Begene). Este Begene é algum local próximo de Ganturé ou quererás dizer Bigene? Vê as localizações nas respectivas Cartas, é só clicares em cima.

Para veres o que temos sobre o DFE 8 clica neste link.
Como podes verificar temos só 5 entradas pelo que tu poderás aumentar o registo de memórias da tua Unidade neste Blogue. Grande responsabilidade te propomos..

Disponibilizando-nos desde já para qualquer informação adicional, deixo-te, em nome da tertúlia e dos editores Luís Graça, Eduardo Magalhães Ribeiro e eu próprio, um abraço de boas-vindas.

O teu camarada e novo amigo
Carlos Vinhal
____________

Nota do editor

Último poste da série de 8 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14850: Tabanca Grande (469): Tibério Borges, ex-Alf Mil Inf MA da CCAÇ 2726 (Cacine, Cameconde, Gadamael e Bedanda, 1970/72)

Guiné 63/74 - P14862: Agenda cultural (416): "Dinossauros de Portugal & Friends", de Simão Mateus...Lançamento, hoje, sábado, dia 11, às 16h00, na Lourinhã... A ciência ao alcance de todos, do neto ao avô, dos oito aos oitenta anos... Uma boa sugestão de leitura para estas férias de verão, completada com a visita ao Museu da Lourinhã, a antiga "terra da loba", hoje a orgulhosa "capital dos dinossauros" (Luís Graça).






Capa, índice e contracapa do livro "Dinossauros de Portugal & Friends", de Simão Mateus. Cortesia do autor.



1. Vai ser lançado hoje, sábado, dia 11, às 16h00, na Lourinhã, nas instalações da União das Juntas de  Freguesia de Lourinhã e Atalaia, mesmo junto ao Museu da Lourinhã, o livro "Dinossauros de Portugal & Friends", de Simão Mateus (ed. de autor, Lourinhã, 2015, 46 pp.).

Trata-se de uma edição bilingue. em português e inglês, com dezenas de belíssimas ilustrações (originais) do autor. A competente tradução para inglês é da luso-canadiana Sandra Fonseca,  amiga do autor, devidamente validada por um especialista . Foi feita uma tiragem de 1000 eemplares. O preço de capa, é 9 €. O livro pode ser adqurido em vários pontos do país, a começar pelo Museu da Lourinhã.

Participarão na sessão de apresentação, para falar do livro e do seu autor,  Luís Graça, Octávio Mateus,  Sandra Fonseca e e o próprio Simão Mateus.

É um livro original, extremamente acessível, de fácil leitura, destinado á população portuguesa (e aos que nos visitam, daí a edição bilingue), sobre alguns dos mais espectaculares dinossauros e outros aninais vertebrados fósseis (do crocodilo à tartaruga) que viveram em Portugal (, em especial na região da Estremadura, entre a Lourinhã e Leiria,)  há cerca de 150 milhões de anos, ou seja, no Jurássico Superior... (Bons tempos, porque houve uma altura em que ainda se podia ir a pé da Lourinhã a Nova Iorque!)...


Um exemplo da qualidade do texto e da ilustração, a pp. 27 (MATEUS, Simão . Os dinossauros de Portugal & Friends,  edição bilingue, português-inglês. Lourinhâ, ed. de autor, 2015, 46 pp).

Um livrinho, feito com rigor, criatividade, muito amor  e bom humor, ideal para se ler na praia, e que põe a ciência  (as ciências da vida e da terra) ao alcance de todos, do neto ao avô...

Simão Mateus é um jovem lourinhanense  talentoso e generoso, colaborador do Museu da Lourinhã, mestre em paleontologia pela Universidade Nova de Lisboa, com créditos firmados na ilustração científica e na escrita de livros, destinados sobretudo aos mais novos, sobre o mundo fascinante da paleontolagia e arqueologia,

Fica aqui um convite aos nossos leitores para passarem mais logo pela Lourinhã. Estarei lá também para participar na festa do lançamento deste livrinho que eu recomendo vivamente, aos leitores do nosso blogue, como  boa sugestão de leitura para as férias de verão. Ideal para se ler na praia ou até a esplanada enquanto se bebe uma bejeca e um simples copo de água e imaginando o mundo de há 150 milhões anos como um grande e dramático palco da vida onde o Homo sapiens sapiens pura e simplesnmente não existia, nem sequer como simples figurante... Os atores eram outros, LG

___________________

Nota do editor:

Último poste da série > 7 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14842: Agenda cultural (413): Vimeiro, Lourinhã, 17 a 19 de julho: recriação histórica da batalha do Vimeiro (1808) e mercado oitocentista... Com apoio da, entre outros parceiros, Associação para a Memória da Batalha do Vimeiro (AMBV) (Eduardo Jorge Ferreira, ex-alf mil, PA, BA 12, Bissalanca, 1973/74)