segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Guiné 61/74 - P18214: Pelotões de Morteiros mobilizados para o CTIG: elementos históricos e estatísticos (Jorge Araújo)



 Oito símbolos de Pelotões de Morteiro (retirados da Net) que ainda não têm referências no nosso blogue 

Os modelos de Morteiros usados no CTIGuiné foram: o morteiro médio Brandt de 81mm (francês), imagem acima, e o morteiro 10,7 cm (americano).

Sobre o primeiro modelo consultar, também, o sítio Museu da Vitória - Brigadeiro Nero Moura




Jorge Alves Araújo, ex-fur mil op esp/ranger,  CART 3494 (Xime-Mansambo, 1972/1974)


PELOTÕES DE MORTEIROS MOBILIZADOS PARA A GUINÉ (1961-1974) - ELEMENTOS HISTÓRICOS E ESTATÍSTICOS [CORRIGIDOS E AUMENTADOS]

por Jorge Araújo



1. INTRODUÇÃO

Na condição de ex-combatente miliciano no TO do CTIGuiné (1972/1974), determinada pela conjuntura política vigente nesse tempo ou nessa época, cativa-me participar neste plenário virtual (electrónico) a que o seu fundador deu o nome de «Tabanca Grande». E é Grande, de facto, como provam os dezoito mil postes contabilizados no dia em que se atingiu a expressiva cifra de dez milhões de visitas ou visualizações (21Nov2017 às 18h47). Pela quantidade do seu valioso espólio estamos perante um verdadeiro Serviço Público aberto a todas as comunidades… e que continua o seu processo de crescimento.

Por outro lado, como membro tertuliano e comungando dos mesmos objectivos didácticos do seu colectivo, cativa-me também poder partir da percepção do já acontecido, do já sentido e do já divulgado ou publicado, e adicionar-lhe algo mais, o que anda disperso, ou aquilo que resulta do seu aprofundamento, estudo ou investigação nesta área – a da ciência militar – da qual possuo uma reduzida competência teórica.

Dito isto, o presente trabalho nasce de um desejo/pedido do editor e camarada Luís Graça endereçado
ao nosso novo Tabanqueiro (761.º), Carlos Vieira, ex-fur mil do Pel Mort 4580 (Bafatá, 1973/74), a quem envio um abraço de boas vindas. O pedido foi formulado no P17993, em comentário, nos seguintes termos… “Carlos, quantos Pelotões de Morteiro passaram pelo TO da Guiné, entre 1961 e 1974? Podemos saber, mas para já só temos referências a 19 Pel Mort, e nalguns casos muito escassas…”.

Sem prejuízo da participação do camarada Carlos Vieira neste ou noutros temas, pois será sempre bem-vindo, o que acontece é que este estudo, sobre este mesmíssimo levantamento, eu há já algum tempo o tinha realizado.

Ao estruturar o presente texto, encontrei um trabalho académico semelhante, mas mais completo pois incluía os três TO, realizado por um estudante da Academia Militar que, como é do conhecimento público, é uma Unidade Orgânica Autónoma do Instituto Universitário Militar.

Trata-se do “Relatório Científico Final do Trabalho de Investigação Aplicada” com o título: «Estudo estatístico sobre a mobilização de unidades da Arma de Infantaria durante a Guerra de África (1961-1974)», sendo seu autor o Aspirante de Infantaria José Luís Pires Ferreira, estudo concluído em Julho de 2015 (capa ao lado).

Ao confrontar este trabalho académico com o meu, constatei existiram discrepâncias nas estatísticas, pelo que hesitei sobre qual deles deveria fazer uso neste fórum: o académico ou o meu. Mas, enquanto membro da academia, na qualidade de docente universitário, não podia aceitar que se continuasse a manter os erros históricos e estatísticos, por uma questão de princípio deontológico (a segunda condição).

Assim, partindo da mesma premissa temática, decidi acrescentar o que estava em falta, e corrigir o que não estava bem, apresentando a competente justificação para cada caso. Por este facto, espero ser perdoado pelo Oficial de Infantaria José Ferreira.

Este seu trabalho pode ser consultado no poprtal RCAAP - Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal


2. O PORQUÊ DESTA INVESTIGAÇÃO

José Ferreira, autor do estudo, no ponto 1.2 - Importância da investigação e justificação do tema -, refere que “dos trabalhos publicados em Portugal sobre a história da guerra de África (1961-1974), nenhum abordou a mobilização das unidades da Arma de Infantaria, que foram constituídas no dispositivo territorial do Exército, do Continente, da Madeira e dos Açores, e depois enviadas para os três Teatros de Operações.

O estudo publicado pela comissão para o estudo das campanhas de África (CECA) e a obra “Os anos da guerra Província Ultramarina” [“Os Anos da Guerra Colonial”] da autoria de Carlos de Matos Gomes e Aniceto Afonso, reúnem dados e analisam diversas dimensões sobre a guerra, mas não foram estudos dedicados especificamente à mobilização. Julgamos pertinente analisar o esforço de mobilização para cada um dos TO, a sua evolução ao longo do período da guerra, bem como aspetos particulares sobre a tipologia das unidades mobilizadas pela Arma de Infantaria.

O presente trabalho visa revelar conhecimento novo e permitir retirar conclusões sobre os períodos de maior ou menor esforço de mobilização para cada TO, bem como conhecer a tipologia de unidades mais utilizadas durante o conflito ultramarino detalhando este processo, relativamente a cada um dos três TO. Este trabalho vem assim enriquecer o historial da Arma de Infantaria.

2.1 RESUMO DA INVESTIGAÇÃO

No trabalho de Investigação Aplicada acima referido, José Ferreira apresenta-o fazendo um resumo do que nele aborda. “Através desta investigação pretende-se caracterizar a tipologia das unidades mobilizadas pela Arma de Infantaria, com base no recrutamento e mobilização feito em Portugal continental e nos arquipélagos dos Açores e Madeira, bem como compreender o esforço de mobilização realizado por esta arma, quer através do ritmo de mobilização ao longo do período da guerra, quer ao nível das unidades territoriais que mobilizaram forças durante a guerra para cada um dos Teatros de Operações [TO], durante o período em estudo. É de relevante pertinência a realização desta investigação, pela possibilidade de retirar conclusões sobre os períodos de maior e menor esforço de mobilização (não considerando as unidades de intervenção e as de guarnição normal) em cada Teatro de Operações bem como conhecer a tipologia das unidades empenhadas durante o conflito ultramarino”.

2.2 MOBILIZAÇÃO DE PELOTÕES DE MORTEIROS PARA A GUINÉ

Encontrando-se o trabalho organizado por TO, no ponto 5.5 é apresentada a competente estatística, relativa à Guiné, de modo diacrónico (figura 25) e comentados os resultados obtidos.

Assim, segundo o autor, “o início da mobilização de PelMort iniciou-se em 1962 [errado] e até 1967 o ritmo de mobilização foi pouco variável. Em 1969 ocorreu a maior mobilização desta tipologia, nove unidades foram enviadas para o TO da Guiné [errado]. [Omite 1970]. A partir de 1971 até 1973 o número de unidades mobilizadas foi sempre decrescente. Pela análise do gráfico seguinte verifica-se que foram mobilizados 60 PelMort [errado].

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Ferreira, José L. P. - «Estudo estatístico sobre a mobilização de unidades da Arma de Infantaria durante a Guerra de África (1961-1974)», op.cit. p 43.




2.3 ELEMENTOS HISTÓRICOS E ESTATÍSTICOS CORRIGIDOS

De seguida, apresentar-se-ão quadros estatísticos por anos, retirados do capítulo dos «Apêndices» [AP-37/38], onde se assinala as discrepâncias encontradas entre as duas investigações, a académica (Academia Militar) e a empírica (a minha).

Como elementos de prova, indicam-se as respectivas fontes.






"Diário do Alentejo", 18 de julho de 1961

Fonte: Blog BC 236, Guiné 61/63 (com a devida vénia)






Breve história do Pelotão de Morteiros 2138

“Tudo começou no dia 2 de Junho de 1969 em Chaves, sendo a unidade mobilizadora do Pelotão de Morteiros 2138 o Batalhão de Caçadores 10. Até ao dia 5 de Julho decorreu a instrução de adaptação operacional [IAO] na região de Boticas. De 7 a 16 de Julho foram gozados dez dias de licença antes do embarque para o então chamado Ultramar Português. No dia 17 teve início a segunda parte do IAO estando previsto para o dia 30 de Julho, no navio “Índia” o embarque para a Guiné, tendo o mesmo sido adiado para 13 de Agosto por avaria no navio. A viagem fez-se a bordo do navio “Uíge”, com chegada à Guiné no dia 18 e desembarque a 19 de Agosto de 1969 pela manhã”

[http://pelotaodemorteiros2183.blogs.sapo.pt/1706.html (de notar que os últimos dois algarismos do número do pelotão estão invertidos)].





Aproveitando o texto que serviu de base à análise estatística da figura 25, esta poderia ser, em função das correcções, a seguinte:

“O início da mobilização de PelMort iniciou-se em 1961 e até 1967 o ritmo de mobilização foi pouco variável. Em 1969 ocorreu a maior mobilização desta tipologia, dez unidades foram enviadas para o TO da Guiné. Em 1970 a mobilização foi atípica só com duas unidades. A partir de 1971 até 1973 o número de unidades mobilizadas foi sempre decrescente. Pela análise do gráfico seguinte verifica-se que foram mobilizados um total de 63 PelMort.


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Fonte: Adaptado de: Ferreira, José L. P. - «Estudo estatístico sobre a mobilização de unidades da Arma de Infantaria durante a Guerra de África (1961-1974)», op.cit. p 43.



3. PELOTÕES DE MORTEIROS MOBILIZADOS PARA A GUINÉ (1961-1974) COM E SEM REFERÊNCIAS NO NOSSO BLOGUE

Contabilizado, até à presente data, o número de Pelotões de Morteiro referenciados no blogue da «Tabanca Grande», este é igual a 19 (dezanove), a que corresponde uma percentagem de 30.2%, quando comparado com o universo dos Pelotões de Morteiros mobilizados para a Guiné (1961/1974). Com mais cinco unidades atingiremos 1/3.

A) - Pelotões de Morteiros com referências no Blogue (ñ19=30.2%)

16 – 17 – 19 – 912 – 942 – 1192 – 1208 – 1209 – 1242 – 2005 – 2106 – 2117 – 2138 – 2268 – 2297 – 4275 – 4574 – 4575/72 – 4580.

Pel Mort 1028 (1)
Pel Mort 1192 (4)
Pel Mort 1208 (2)
Pel Mort 1209 (2)
Pel Mort 1242 (2)
Pel Mort 16 (1)
Pel Mort 17 (1)
Pel Mort 19 (27)
Pel Mort 2005 (2)
Pel Mort 2106 (12)
Pel Mort 2117 (1)
Pel Mort 2138 (3)
Pel Mort 2268 (9)
Pel Mort 2297 (1)
Pel Mort 4275 (9)
Pel Mort 4574 (31)
Pel Mort 4575/72 (3)
Pel Mort 4579 (1)
Pel Mort 4580 (6)
Pel Mort 4581 (1)
Pel Mort 912 (27)
Pel Mort 942 (8)

B) - Pelotões de Morteiros sem referências no Blogue (ñ44=69.8%)

18 – 41 – 916 – 917 – 918 – 978 – 979 – 980 – 1028 – 1029 – 1039 – 1040 – 1041 – 1042 – 1085 – 1086 – 1087 – 1191 – 1210 – 1211 – 2004 – 2005 – 2006 – 2105 – 2114 – 2115 – 2116 – 2172 – 2173 – 2174 – 2267 – 2294 – 2295 – 2296 – 3020 – 3030 – 3031 – 3032 – 4272 – 4273 – 4274 – 4277 – 4579 – 4581.

Aproveito esta oportunidade para reproduzir oito símbolos de Pelotões de Morteiro (retirados da Net) que ainda não têm referências no nosso blogue [, vd.  imagens no topo deste poste], com a expectativa e/ou esperança de, num futuro próximo, possamos receber algumas histórias das suas passagens pelo CTIG, pois aconteceram em locais e épocas diferentes. Aguardemos!


Obrigado pela atenção.
Com forte abraço de amizade,
Jorge Araújo.

27NOV2017.

domingo, 14 de janeiro de 2018

Guiné 61/74 - P18213: Álbum fotográfico de Luís Mourato Oliveira, ex-alf mil, CCAÇ 4740 (Cufar, dez 72 / jul 73) e Pel Caç Nat 52 (Mato Cão e Missirá, jul 73 /ago 74) (24): ronco balanta em Cufar, a festa de circuncisão ('fanado') dos rapazes ('blufos')



Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3 


Foto nº 4


Foto nº 6


Foto nº 7


Foto nº 9



Foto nº 8


Foto nº 10


Foto nº 5

Foto nº 12


Guiné > Região de Tombali >  Cufar > CCAÇ 4740 (1972/74) >  1973 > Ronco balanta, a festa da circuncisão ('fanado') dos rapazes ('blufos')



Fotos (e legendas): © Luís Mourato Oliveira (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].



1. Mais fotos do álbum do Luís Mourato Oliveira, nosso grã-tabanqueiro, que foi alf mil inf, de rendição individual, na açoriana CCAÇ 4740 (Cufar, 1.º semestre 1973) e, no resto da comissão, comandante do Pel Caç Nat 52 (Mato Cão e Missirá, 1973/74). (*)

Afinal, o Oliveira ainda esteve umas largas semanas em Cufar com o António Graça de Abreu, do CAOP1 (,  pelo menos desde junho até agosto de 1973), antes de ir, no 2º semestre, para o setor L1 (Bambadinca), comandar o Pel Caç Nat 52 e fechar a guerra...

Durante a sua comissão foi sempre uma apaixonado pela fotografia. A sequência que hoje publicamos, a preto e branco, é notável, retratando um acontecimento que poucos de nós puderam apanhar... Ele chamou-lhe simplesmente "ronco"... Mas trata-se (, e eu confirmei isso com ele ao telefone) da festa da circuncisão ('fanado') dos rapazes ('blufos'), que se passava em três ou quatro momentos e espaços: tabanca (preparativos, anúncio, batuque), bolanha, tabanca,  floresta (cerimónia da circuncisão p.d. e transmissão de saberes) e, mais tarde, o regresso de novo à  tabanca (**)... É pena não podermos legendar com detalhe cada uma das fotos... Este 'fanado' (masculino) era (e continua a ser) um aspeto central da cultura balanta. O médico que estava então em Cufar, um alferes miliciano (Faria, se não erro) tentou que a pequena ciriurgia (ablação dp prepúcio) se realizasse em condições de higiene, segurança e assepsia. Em vão...

2. Veja-se o que diz o dicionário sobre o vocábulo "blufo":

blufo | s. m.
blu·fo
(balanta blufo)
substantivo masculino

1. [Guiné-Bissau] Rapaz não circuncidado.

2. [Guiné-Bissau] Jovem inexperiente.

3. [Guiné-Bissau] Indivíduo considerado estúpido.

4. [Guiné-Bissau] Dança executada na cerimónia de circuncisão.

"blufo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/blufo [consultado em 14-01-2018].
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Notas do editor:


(...) Em 1951, James Pinto Bull, nascido em 1913 em Bolama, funcionário colonial, ao tempo administrador de circunscrição, e com carreira de deputado pela frente, três vezes eleito pelo círculo da Guiné para a Assembleia Nacional, escreve no Boletim Cultural da Guiné um artigo intitulado “Subsídios para o estudo da circuncisão entre os Balantas”.

É uma escrita direta, de pendor marcadamente divulgativo, chama à atenção para o “fanado” e para o modo como os Balantas encaram esta cerimónia religiosa, começando logo por referir que os “grandes” das tabancas apresentam-se com o tradicional “lopé” e trazendo enrolado pelo corpo pedaços de corda, vão à autoridade local pedir autorização para “deitar o fanado”.

Segue-se uma descrição vivacíssima:

“Dada a autorização, rompe imediatamente o tamborilar de um pequeno tambor para levar a nova aos indígenas reunidos nas moranças e com danças alusivas à cerimónia que se vai iniciar, os velhos regressam à tabanca. Toda a noite se ouve o barulho do “ẽbõbor” (tambor grande, anunciando às tabancas distantes a realização do fanado, convidando os jovens a virem alegrar com a sua presença a grande festa. 

"Rompe a aurora e principia a concentração da turba nas proximidades da tabanca onde se realiza o fanado. A falange engrossa rapidamente e os assistentes vão-se aquecendo, não só pela ação do calor que sufoca, mas também pela do álcool. O mestre-cerimónia dá o sinal para se fazer a concentração geral. Começa a marcha e centenas de indígenas lançam-se em correria desenfreada, parecendo à primeira vista que se trata de um ataque guerreiro, pois quase todos os do sexo masculino ostentam espadas e cacetes. 

"O grupo dos futuros circuncisos esforça-se por abrir caminho a fim de se dirigir para o porto ou bolanha mais próximos, onde besuntam o corpo com lama. Em correria louca e entoando cânticos variados, os blufos regressam à tabanca, formando grupos separados, para que cada um possa mostrar o seu valor. Continua nos arredores da tabanca o barulho ensurdecedor dos tambores, misturado com milhares de vozes e com a gritaria infernal dos mais alcoolizados. 

"O sol vai declinando e, enquanto os futuros circuncisos se reúnem na tabanca para tomarem a última refeição ainda como blufos e receberem as mezinhas para os proteger contra os feiticeiros durante a permanência na barraca, a multidão alegra-se cada vez mais, chegando a tomar o aspeto de verdadeira orgia. Todos estão em maior ou menor grau sobre a ação etilisante do álcool”.

(...) “As mulheres e as bajudas estão completamente excitadas sobre a dupla ação do álcool e algumas delas não resistem à tentação de se deixar agarrar pelo blufos que sabem tirar partido destas oportunidades. É que nesse dia tudo é permitido, desde o adultério, que para certos maridos até constitui honra, por verem que as suas mulheres foram muito apreciadas, até a própria violação das bajudas, facto que alguns pais perdoam, não exigindo a costumada reparação material”.

É então que o mestre-cerimónia, velhos e rapazes já circuncidados seguem para a bolanha para que se cumpra a operação. A festa acabou. Os futuros circuncisos já chegaram à bolanha e estão atolados pelo menos até aos joelhos. Vamos regressar ao relato:

“Começa então a operação feita pelo parente mais próximo, a qual consiste no corte do prepúcio, por um ou mais golpes ao contrário do que se sucede nas outras tribos em que o corte tem que ser rápido e com um único golpe. Acaba a operação, os pacientes recolhem-se a um local antecipadamente escolhido, em princípio numa mata próxima da tabanca, e onde é feita previamente uma clareira protegida por uma paliçada. 

"A permanência varia de um a três meses, e enquanto os circuncidados ali permanecerem, as famílias são obrigadas a preparar-lhes as melhores comidas e a confecionar os tradicionais e caprichosos panos de fanado. 

"Terminado o tempo julgado necessário, os circuncisos descem às povoações, formando um único grupo, envolto nos panos do fanado. Cumpridas estas regras, o irresponsável blufo que até vivia em comum com os seus camaradas, adquire todos os direitos e deveres de homem, podendo construir a sua palhota e arranjar mulher para constituir família”.

(...) Uma última nota, James Pinto Bull irá falecer num acidente de helicóptero, em Julho de 1970, faleceram entre outros, José Pedro Pinto Leite, considerado como uma das grandes promessas da Ala Liberal. (...)

Guiné 61/74 - P18212: Convívios (837): 66º encontro da Tabanca do Centro, em Monte Real, 31 de janeiro, 4ª feira: comemoração do 8º aniversário, inscrições até 26, lotação máxima: 90 pessoas (Miguel Pessoa)





Página de rosto da revista 'on line',  mensal,  "Karas de Monte Real", editado pelo nosso camarada e amigo Miguel Pessoa. Edição de dezembro de 2017. 



Excerto do poste de 12 de janeiro de 2018 > P987: vem aí o nosso aniversário...

 Para saber mais ver aqui o blogue da Tabanca do Centro, que é editado pelo nosso camarada e amigo Miguel Pessoa. Régulo da Tabanca: Joaquim Mexia Alves. Email: tabanca.centro@gmail.com.

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Nota do editor:

Último poste da série >  13 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18208: Convívios (836): Já são 62 os ' magníficos' inscritos para o 35º almoço-convívio da Tabanca da Linha, 5ª feira, dia 18, em Algés, no restaurante "Caravela de Ouro". Cinco vêm do Porto, cinco gloriosos "bandalhos"!... O prazo de inscrição termina 2ª feira, 13 (Manuel Resende)

Guiné 61/74 - P18211: Blogpoesia (548): "Rastejante e subtil", "Subindo a montanha", e "Sinfonia dos pardais", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

1. Do nosso camarada Joaquim Luís Mendes Gomes (ex-Alf Mil da CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66) três belíssimos poemas, da sua autoria, enviados entre outros, durante a semana, ao nosso blogue, que publicamos com prazer:


Rastejante e subtil

Como a água,
Rastejante e subtil,
Tudo inunda,
Como o sol.
Ora perto ora distante.
Se impregna.
Corpo e alma.
Bem distintos.
Semi-partes.
Dois destinos.
Dum o chão, a terra e húmus.
Doutro o céu. O além para sempre.
É vida. Energia ardente.
Sarça breve.
Arde e cinza.
Verde, alegre.
Assim desponta.
Flor silvestre.
Fonte pura.
Cardo e espinhos.
Sabor a mel.
Clara e escura.
Alada e presa.
Rainha e escrava.
Comboio e barca.
A viagem, mesma.
Partiu e marcha.
Sentido, de ida apenas.
Destino igual.
A todos leva.
Eternidade.

Ouvindo Vespers de Rachmaninov
Berlim, 7 de Janeiro de 2018
8h51m
Jlmg

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Subindo a montanha

Escalada dorida da vida.
Montanha elevada,
Encostas agrestes.
Por vezes suaves.
Desafio constante.
Seguir adiante, sem olhar para trás.
Se alarga o horizonte,
Se torna mais leve,
À medida que sobe.
Umas vezes com ânimo.
Outras, apetecendo parar.
O caminho tem fontes e sombras.
As pedras são bancos.
Mata-se a sede.
O corpo descansa.
A força renasce.
Os cumes lá em cima,
Mais perto do céu,
São leves e longos.
Atraem e chamam.
Prometem esperança e sossego.
Dá para correr e sonhar.
Depois, quando a saudade apertar,
Por um lado ou pelo outro,
É sempre a descer…

Berlim, 8 de Janeiro de 2018
Dia de sol - está tudo gelado
Jlmg

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Sinfonia dos pardais

Poisam nos fios ao de leve.
Como as notas numa pauta.
Como enxames pelas ramagens,
Soltam brados e orações.
Cantam breves as suas preces.
Trinam cantos, entoam sons.
Parecem choro, parecem hinos.
Ora em coro, ora sózinhos.
Não têm escola.
É inata a sua arte.
Melodia universal.
Jorra pura e cristalina.
Brilha ao sol e silva ao vento.
A candura terna duma flauta.
Suave encanto dum violino.
São alegres, rapioqueiros.
Assustadiços como a aragem.
Interrompem a sua festa.
Desprendidos. Generosos.
Sabem que agradam a toda a gente.
Nunca esperam as nossas palmas.
Em todo o lado são felizes…

Ouvindo sinfonia nº 2 – Oceano de Rubinstein
Berlim, 11 de Janeiro de 2018
6h47m
Jlmg
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Nota do editor

Último poste da série de 7 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18184: Blogpoesia (547): "O primeiro poema...", "Começou a viagem", e "Despedida do passado", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

Guiné 61/74 - P18210: O nosso blogue em números (50): visualizações de página por navegador e por sistema operativo... 602 seguidores do blogue; 2630 amigos do Facebook... Comentário do nosso colaborador permanente Hélder Sousa






1. Mais alguns números que podem ter piada, para os nossos leitores e visitantes (*):

(i) Nas visualizações de página, "por navegador", ganham o Chrome e o Firefox, cada um com 32%. Segue-se, com alguma distância, a Internet (26%)... E, muito mais atrás, o Safari (4%) e outros (6%) (Opera, BingPreview, Mobile Safari, Mobile, GSA, Crhomeframe) (Gráfico 6);

(ii) Nas visualizações de página,  "por sistema operativo", o Windows aparece destacadíssimo (80%)... Abaixo de 10%, temos o Macintosh (6%), Linux (4%) e o Android (4%) (Gráfico 7).


Comparando com o ano de 2014, constatava-se que (**):

(iii) por navegador, o Internet Explorer ia à frente (38%), seguido do Chrome (28%) e do Firefox (22%); os restantes juntos somavam 12% do total dos visitantes;

(iv) por sistema operativo, o Windows  era então )como continua a ser) o rei e o senhor (82%), destacadíssimo da concorrência: McIntosh (6%), Linux (5%) e outros (7%).


2. Temos 602 seguidores do nosso blogue.  E o Facebook da Tabanca Grande Luís Graça atinge, neste momento, a cifra dos 2630 "amigos".

O nº de amigos "facebook...eiros" era de 1638, em finais de 2014 (, mais 300 do que em 2013).  Em três anos subiram para 2630.

Recorde-se que a nossa página no Facebook nasceu em janeiro de 2011. E uma página "aberta" a todos ou quase todos os que nos pedem "amizade".

Temos, contudo, dado preferência, em termos de resposta a esses pedidos, aos antigos combatentes da guerra colonial (Angola, Guiné, Moçambique...), mas nem todos os amigos do Facebook têm a ver com a guerra, longe disso, e muito menos com a Guiné.

É bom também lembrar que a nossa página do Facebook, gerida pelos editores Luís Graça e Carlos Vinhal, não se rege pelos mesmos princípios editoriais do blogue. Os amigos do Facebook não são automaticamente membros do blogue. Para esse feito, têm que seguir os mesmos procedimentos: (i) mandar 2 fotos, (ii) ter um email válido (ou disponível, através de um familiar ou amigo); e (iii) apresentar-se aos membros da nossa comunidade virtual a que chamamos Tabanca Grande, escrevendo meia dúzia de linhas, a dizer quem são, por onde andaram, a que unidade pertenceram, etc.

Como temos frisado noutros anos, temos de: 

(i) encontrar uma maneira de articular melhor o blogue e a página do Facebook; 

e (ii) prestar mais atenção às muitas páginas que, sob a forma de blogues, sítios e páginas do Facebook, se abriram nestes últimos anos, individuais ou de grupo, e que são um importantíssimo contributo para o esforço de preservação, proteção e divulgação das memórias dos antigos combatentes da guerra colonial.

3. Comentário do nosso colaborador permanente Hélder Sousa, com data de ontem:

Sem dúvida que isto é notável.

Estes anos todos, com situações que levaram ao 'cansaço' de alguns (lembrei-me de uma parte de um poema que dizia "ouvimos dizer que estás cansado"), com a forte concorrência do Facebook  que convida ao imediatismo e à preguiça mental, com o surgimento de mais locais relacionados com o 'fundo' do nosso Blogue, com muitas mais coisas que 'convidam' à dispersão, a realidade que está por detrás destes números é realmente um caso incontornável.

Devemos fazer do Encontro/Convívio deste ano, em Maio, uma "prova de força e de vontade".
Apelo para que possamos:

(i) comparecer em massa;

(ii) aprofundar a nossa amizade e fraternidade;

(iii) resolver (pelo menos, tentar) algumas "diferenças";

(iv) se possível, dar algum impulso à iniciativa da petição do nosso camarada [Inácio Silva];

(v) enfim, aproveitar a ocasião para entendermos melhor o tempo e a época que vivemos.

sábado, 13 de janeiro de 2018

Guiné 61/74 - P18209: Fotos à procura de... uma legenda (98): Adivinhem quem vem almoçar à Tabanca da Linha, 5ª feira, dia 18?... Será um grupo coral alentejano? Alguns "meninos da Linha" já se começaram a queixar, ao régulo e seu adjunto, que a Tabanca está-se a tornar numa grande "bandalheira"...


Foto sem legenda: Alguns virão ao 35.º almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha (*), dizem-nos... Mas a foto é intrigante e há várias hipóteses de resposta:

a) um grupo coral alentejano junto à Casa do Cante;
b) um grupo excursionista e jantarista da raia espanhola;
c) uma turma da universidade sénior de Freixo Espada à Cinta;
d) um bando de turistas nórdicos fotografados junto ao Padrão dos Descobrimentos, em Belém;
e) fãs do escritor Zé Ferreira de Catió;
f)  os últimos sobreviventes portugueses da batalha de La Lys
g) representantes sindicais dos lenhadores do pinhal de Leiria;
h) delegação dos que viviam "para lá do Marão" antes da abertura do túnel, e que vieram a Lisboa protestar porque "já não mandam os que lá estão";
i) foliões do Carnaval de Torres Vedras, candidatos ao Panteão Nacional;
j) grupo de ex-combatentes da guerra colonial na véspera de embarque para a Guiné, em viagem de turismo de saudade;
k) os mais jovens frequentadores do café mais velho da cidade;
l) simplesmente um bando de bandalhos... (des)alinhados.

Alguns "meninos da Linha" já se queixaram ao régulo (e seu adjunto) que a Tabanca se  está a tornar numa grande "bandalheira" (**)... A resposta do Jorge Rosales, coadjuvado pelo Manuel Resende, só podia ter sido  a mais politicamente correta possível: "Meninos da Linha, não sejam sulistas e elitistas. A Tabanca quando nasceu, foi para todos!"...

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Guiné 61/74 - P18208: Convívios (836): Já são 62 os ' magníficos' inscritos para o 35º almoço-convívio da Tabanca da Linha, 5ª feira, dia 18, em Algés, no restaurante "Caravela de Ouro". Cinco vêm do Porto, cinco gloriosos "bandalhos"!... O prazo de inscrição termina 2ª feira, 13 (Manuel Resende)


Magnífica Tabanca da Linha > Foto de grupo do 30º  almoço-convívio em 

35.º almoço-convívio > Algés, 5ª feira, dia 18/1/2018 > Lista provisória dos inscritos


Destaque para os cinco "bandalhos", do glorioso Bando do Café Progresso, Porto (régulo: Jorge Teixeira)
1. Mensagem de ontem ao fim da tarde, do nosso régulo Manuel Resende, publicada na página do Facebook da Magnífica Tabanca da Linha (que tem 88 membros registados):

Amigos Magníficos, depois de publicar o convite para o 35.º Convívio da Magnífica Tabanca da Linha, publico a seguir a lista dos já inscritos até este momento. 

Já somos 62. Esperamos chegar a 70. Veremos, pois ainda faltam muitos que não costumam falhar. Qualquer alteração, digam.

Manuel Resende


2. Informações:

Preço por boca - 20 "morteiradas"  (crianças dos 5 aos 10 anos pagam metade)
Restaurante "Caravela de Ouro"

Localização:
Alameda Hermano Patrone, 1495 Algés (Jardim de Algés, junto à marginal)

Inscrições até às 24 horas do dia 15, 2ª feira,  para os régulos:

Jorge Rosales 914 421 882 - jorge.v.rosales@gmail.com

Manuel Resende 919 458 210 - manuel.resende8@gmail.com

ou dizendo "vou" ao convite do Facebook no nosso grupo.
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Nota do editor:

Último poste da série >  > 9 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18194: Convívios (835): Vai realizar-se no próximo dia 18 de Janeiro mais um convívio da Magnífica Tabanca da Linha, no Restaurante "Caravela de Ouro", em Algés (Manuel Resende)

Guiné 61/74 - P18207: Os nossos seres, saberes e lazeres (248): À sombra de um vulcão adormecido (3) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70) com data de 1 de Novembro de 2017:

Queridos amigos,
Estadia mais frutuosa não podia haver. Amigo há várias décadas de Mário Reis, o combativo secretário-geral da ACRA - Associações dos Consumidores da Região Açores, recebi com ambas as mãos o convite que me endereçou para passar um tempo numa casa de família, no Vale das Furnas. Dali só saí para ir a Ponta Delgada visitar uma comadre e fazer uma brevíssima romagem de saudade por alguns dos locais frequentados 50 anos atrás.
Apanhei bom e mau tempo, sol e neblina, os calores de várias estações do ano, o importante era uma varanda vidrada com vista para os prados e para as cumeeiras, acrescentando-se o mugir das vacas ao quadro bucólico. E fica-se naquela varanda a contemplar um quadro de uma região que é, toda ela, um geoparque, uma preciosidade nascida de um acidente vulcânico habitado por povoadores que adubaram o misticismo e a curiosidade de conhecer mundo, basta pensar em Antero de Quental e Bento de Góis, o importante missionário que chegou à China.
Nunca dá para cansar o deslumbramento açoriano.

Um abraço do
Mário


À sombra de um vulcão adormecido (3)

Beja Santos

O viandante chegou em Outubro de 1967 a esta terra abençoada pela bagacina e pedra vulcânica. Muito se surpreendeu pelas estradas flanqueadas por plátanos, perguntou a alguém que planta era aquela que se espalhava pelos declives, aprendeu o que era a conteira, uma infestante. Numa fase mais adiantada de iniciação açoriana aprendeu a distinguir a criptoméria. E se aqui se fixa camélias amarelas, em pleno Outubro, depois habitou-se a vê-las pelo Outono a desabrochar em tons vermelhos e brancos, é porque se manteve incrédulo, visto à distância até lhe parecia hibisco, valha-nos a ignorância, mas é assim que se aprende. Camélias a receber-me no Vale das Furnas!



Era 19 de Outubro, data de nascimento da filha mais nova do viandante, falecida em 2009. Entrou na igreja de Nossa Senhora da Alegria para fazer as suas encomendas, apontando-as às estrelas. É nisto que dá de face com este vitral, a exaltação do nascimento, calou-lhe fundo a associação imaginada, nesta e noutras coisas o viandante é pouco virado para os milagres, visões a aparições, embora acredite que é possível receber sinais. Haja alegria!



Estamos agora na Poça de D. Beija, apresentada como espaço de correio e de relaxamento, tendo mesmo uma mística especial. O que para o caso interessa é o deslumbramento da água férrea, fluído contínuo, sabe bem estar em decúbito dentro de águas a uma temperatura média de 39 graus, encostar a coluna à torrente, um arremedo de talassoterapia, assim se passam as horas e o corpo agradece. Repare-se na segunda imagem duas hidrângeas em flor, como se contempla assim a água em cascata.


Já se tirou esta fotografia, largos meses atrás, na primeira viagem comemorativa do cinquentenário do achamento de S. Miguel. Desta feita até se conversou com a proprietária do estabelecimento, ela tem muito orgulho neste espavento de cestos coloridos, tudo à disposição de furnenses e turistas, é uma bela atração vegetal, ali a escassos centímetros daquele belo pavimento de pedra acinzentada, não acham?



Um tanto a despropósito, quer recordar-se a quem nos lê que se cumpriu a tradição, comeu-se cozido, aqui nas Furnas tem chancela de monumento nacional. As coisas passam-se assim: as panelas que resguardam as carnes e os vegetais do cozido são ensacadas e enterradas em solo geotérmico, segue-se uma cozedura de cerca de 5 horas, e o resultado é um cozido totalmente distinto do que se come no continente. Mas não se vai agora falar em cracas, nem nos bifes, nem nos filetes de abrótea, nem nas alcatras de peixe, nem nas queijadas, quanto muito deixa-se uma referência ao bolo lêvedo, daqui originário, um bolinho preparado na sertã, uma delícia com compota ou manteiga. Voltemos à natureza. O que aqui se vê é o que é possível ver do jardim da D. Beatriz do Canto que no século XIX era conhecido por Parque das Murtas, localiza-se junto do leito da Ribeira das Murtas. O parque é visitável em Agosto, ao todo 3,7 hectares. Isto que se mostra é o que se pode ver fora de Agosto. É muito pouco mas é muito belo.



As caldeiras merecem uma visita obrigatória, não há ninguém que não se impressione com estas fumarolas de água fervente, aqui se fez termalismo usando lamas medicinais e águas. É ponto obrigatório, tal como as caldeiras da Lagoa das Furnas, nesta é que se prepara o cozido. Os turistas que aqui arribam veem um pouco da lagoa, inexplicavelmente não chegam a visitar a Ermida de Nossa Senhora das Vitórias nem a Mata-jardim José do Canto, ao tempo um caso exemplar de empreendedor agrícola, sempre na vanguarda; há passeios pelo Parque Terra Nostra, com abundante flora, com uma espantosa coleção de fetos, conhecido no mundo inteiro pela sua coleção de camélias, rododendros e a flora endémica nativa dos Açores; e finalmente as caldeiras, acreditem que é um passeio incomparável. Por aqui o viandante andou à solta e daqui partiu com a noite escura.


Quem vem ao Vale das Furnas não deve perder a oportunidade de visitar o Observatório Microbiano dos Açores, que se apresenta como um centro de divulgação científica e tecnológica, está instalado no antigo chalé, seguramente que aqui se fazia termalismo, olhe-se para a cor desta banheira e tenham-se ideias positivas que nela emergiram doentes e que imergiram com muito mais conforto. Ninguém deu uma explicação satisfatória ao viandante por que estas termas perderam uso quando no passado tiveram tanto prestígio.

(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 6 de Janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18181: Os nossos seres, saberes e lazeres (247): À sombra de um vulcão adormecido (2) (Mário Beja Santos)