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quarta-feira, 29 de abril de 2015

Guiné 63/74 - P14541: Convívios (670): Almoço Convívio do BCAÇ 2851, dia 6 de Junho (António Pimentel)



1. O nosso Camarada António Pimentel, ex-Alf Mil do Rec Inf do BCAÇ 2851 (Guiné, 1968/70), solicitou-nos a publicação do seguinte convite para a festa do convívio anual da sua Unidade:

Caro Luís Graça,

Para conhecimento de todos os que estiveram envolvidos com a nossa ação na Guiné e queiram compartilhar connosco este ALMOÇO ANUAL.

O nosso almoço anual é sempre no primeiro sábado de Junho, dia 6. 



Um abraço,
António Pimentel 
Alf Mil do Rec Inf do BCAÇ 2851
___________ 
Nota de M.R.: 

Vd. último poste desta série em: 

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Guiné 63/74 - P13649: Os nossos seres, saberes e lazeres (74): Viagem à China, num programa da Fundação Oriente: o "bando dos guatro", eu, o António Graça de Abreu, o António Pimentel e o Egídio Lopes, o "Brutus"... E onde se comprovou, mais uma vez, que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (Fernando Gouveia)



Egídio Lopes, António Graça de Abreu, António Pimentel e eu próprio antes do primeiro almoço em terras do dragão.



1. Relembrando a mensagem do nosso camarada Fernando Gouveia (ex-Alf Mil Rec Inf, Bafatá, 1968/70) com data de 21 de Setembro de 2014:

Carlos:


Com vista a satisfazer a voragem do blogue, qual dragão chinês, aí mando este duplo trabalho, da apresentação de um novo tabanqueiro, o Egídio Lopes, e duma viagem à China a qual está interligada com a apresentação do Egídio.

Dado o seu grande tamanho, em termos de fotos, faz a publicação como entenderes.

Com um grande abraço.
Fernando Gouveia


VIAGEM À CHINA

Vai daí, logo no início do “périplo”, em Hong kong, nós três, já conhecidos da Tabanca Grande, demos de caras com o Egídio Lopes(*) quando estávamos a caminho do primeiro almoço em terras do dragão.

Almoço que se ia realizar num grande e típico barco fundeado entre a parte continental e a ilha de Hong Kong. Logo aí tiramos a primeira “foto de família”, com o dragão como protecção.

Este encontro não foi bem por acaso. Deveu-se em grande medida ao facto de o António Graça de Abreu ser o “guia cultural” da viagem promovida pela Fundação Oriente. Era sabido à partida que havia a garantia de estarmos, por ventura, ao lado do português com maior conhecimento de toda a China ou, não tivesse vivido na China largos anos e fosse autor, entre outros, do livro “Toda a China” em dois volumes.


Muito de passagem, direi que Hong Kong constituiu, para mim, uma grande surpresa. Não é só aquele aglomerado de arranha-céus bem conhecido. Ao contrário de Macau, segunda etapa da nossa viagem, que se restringe à cidade, Hong Kong tem bastante território continental o que torna possível observar a cidade de cima de vários morros, não deixando de fazer lembrar a “cidade maravilhosa” do Rio de Janeiro.


Hong Kong vista de um dos morros … e o Pimentel.

Com Macau passou-se o mesmo. Embora mais densamente urbanizada dada a sua pequenez territorial, também a achei uma cidade mais interessante do que imaginava. Com vista ao aumento do território, as ilhas de Taipa e Coloane foram unidas formando uma só, pois aterraram o canal entre as duas ilhas. Aí se situa o maior casino do mundo, o Venetian. Do complexo desse casino fazem parte, o maior hotel de suites do mundo e também um grande centro comercial recriando os canais de Veneza. Será de realçar que nas amplas e aparentes zonas ao ar livre, o céu observável é artificial, tendo-se uma certa dificuldade em distinguir a diferença.

Quanto à presença portuguesa apenas foram observadas algumas pedras: As de algumas ruas com “calçada portuguesa”, o Leal Senado e as ruínas de S. Paulo, onde tiramos a segunda fotografia de família.


Os quatro nas ruínas de S. Paulo.

A terceira etapa começou com a ida de autocarro para o aeroporto de Guangzhou (Cantão) para tomarmos o avião com destino a Guilin.

A zona de Guilin, nas margens do rio Li é, em termos paisagísticos, das mais interessantes da china. Morros fantasmagóricos aparecem por centenas de quilómetros em redor e que tivemos o privilégio de os observar durante um cruzeiro que fizemos ao longo do rio Li. As zonas planas e alagadiças nos intervalos dos morros são na sua maioria para o cultivo do arroz.

Resultado das recentes políticas de liberalização da economia, este cultivo foi de tal modo incrementado que esta região de Guilin abastece de arroz toda a China e grande parte dos países de todo o mundo.


Durante o cruzeiro no rio Li.

Se na “nossa” Guiné havia, ou há, cerca de trinta etnias, na China há cerca de cem. Se na Guiné, como é sabido, cada etnia, ou pelo menos grupos de etnias têm línguas diferentes e as que têm escrita será também diferente, na China essas quase cem etnias a falar não se entendem, porém, salvo as devidas excepções, a escrita é comum a todas elas. Um tanto ou quanto por força dos dirigentes houve uma uniformização dos ideogramas acontecendo que cada carácter chinês significa o mesmo para a maior parte dessas etnias.
Também eu, depois de muito treinar como se dizia em mandarim “olá”, em nenhuma loja de chineses, cá em Portugal, me entenderam, quando os saudava com o correspondente “niau”, “ni au”ou “nihau”.

Acabavam por dizer à maneira deles um “niau” que para mim era o que eu tinha dito… Seria, ou porque não falavam mandarim e provavelmente cantonês ou qualquer outra língua de uma diversa etnia. As diferentes palavras, escritas da mesma forma, ditas, têm várias nuances, ininteligíveis de etnia para etnia.

Positivamente deixei de tentar dizer fosse o que fosse pois nunca me entenderiam. Tive porém o prazer, uma certa felicidade, de entender um chinês que à saída de um restaurante respondendo à sua mulher disse: “Usse”. Tinha estado a chover e a sua mulher ter-lhe-ia perguntado se ainda chovia e como tinha parado de chover ele, olhando para o céu, respondeu “não”.

Toda esta dificuldade de entendimento não terá razões gramaticais. Do pouco que estudei sobre a língua chinesa achei a sua gramática muito simples. Tal como na Guiné, e puxando a brasa à minha sardinha, para se escrever, em crioulo, “Encontros e Desencontros”, utiliza-se uma mesma palavra, Kontra precedida, primeiro, da partícula Na (de afirmação), e depois da partícula Ka (de negação), portanto, “Na Kontra Ka Kontra”.

Para não ir muito longe direi que no chinês os verbos só têm a forma do infinito e duas partículas, uma para indicar passado e outra para indicar futuro. Quer pela dificuldade de pronúncia e da escrita considero o chinês intragável. Coitadas das criancinhas que, pelo menos terão que decorar cerca de dois mil caracteres dos mais de oito mil que existem.


O “bando dos quatro” no átrio do hotel de Guilin com uma “bajuda” da etnia minuritária “miao”.


De Guilin seguimos de avião para Hangzhou a cerca de 250km de Xangai, uma cidade com cerca de oito milhões de habitantes com imensos parques e um lago, o Lago Oeste que, com as suas margens, foi declarado Património Mundial. As suas margens, ao longo de muitos quilómetros, têm os mais diversos motivos de interesse, principalmente pela manhã, vendo-se grupos a dançar, a tocar, a passear os “filhos únicos” de que falarei mais à frente a jogar variadíssimos jogos.

Cabe aqui e desde já referir que, quer aqui e em todos os locais onde estivemos, é impensável ver qualquer “lixinho” no chão. Da mesma forma as bermas das estradas estão rigorosamente limpas. Sob esse aspecto a China mais uma vez me surpreendeu.

De Hangzhou fomos de autocarro para Xangai, parando em Zhujiajiao, povoação lacustre, com vários canais e pequenas pontes com mais de mil e setecentos anos de história e com certas semelhanças a Veneza.


Numa “gôndola” local, o “Brutus” já rendido ao proletariado.

Chegados a Xangai e instalados no hotel ainda percorremos ao lusco-fusco uma rua pedonal larguíssima, com cerca de quilómetro e meio, coalhada de gente, para ir ver a zona de arranha-céus, Pudong, que caracteriza a cidade e que fica na margem direita do “pequeno” rio afluente do Yangtze, aliás onde existe uma das pontes maiores do mundo.


A rua pedonal.


Pudong, do outro lado do rio Huangpu, visto de Puxi. À direita o segundo edifício mais alto do mundo.

No outro dia fomos mesmo a Pudong ver de perto todos aqueles arranha-céus, mas nessa altura o que me prendeu a atenção foi a problemática do “filho único”, tirando imensas fotografias.

Como é sabido aqui há uns anos, na China, foi imposta a lei do “filho único”. Recentemente o governo arrepiou caminho e liberalizou a questão permitindo que cada casal possa ter dois filhos e parece que até um terceiro se o segundo for menina dada a sua “escassez”.

A história da alta natalidade dos muçulmanos e os problemas que estes lhes têm causado também deve ter contribuído para essa tomada de posição.

Acrescentarei duas coisas: Primeiro, neste momento os casais chineses nem um filho querem ter; Segundo, os filhos únicos aparentemente têm todos eles um ar altamente mimado, ao ponto de na TV local passar um anúncio sobre um qualquer produto em que um “filho único” fazia mil e uma condenáveis tropelias numa habitação. Já se imaginou que os filhos dos “filhos únicos” não vão ter primos? E o possível agravamento do narcisismo quando adolescentes e adultos?






Alguns “filhos únicos”. Apesar de lindos, a situação não deixa de ser constrangedora.

Em Xangai visitamos o essencial, o seu museu, considerado o melhor da China e a parte antiga onde, entre muitos outros edifícios do século XIX, apreciamos o edifício mais alto, com quatro pisos, dos fins desse século. Aqui o entusiasmo era grande e não evitamos tirar outra foto de família. Visitámos vários templos budistas e taoistas sempre com edifícios profusamente decorados.


Novamente o “bando dos quatro” na Xangai antiga.

A última etapa desta maravilhosa viagem seria Pequim. A Grande Muralha esperava por nós, bem como a Cidade Proibida.

A Grande Muralha, pelo facto de só ter acesso ao público pequenos troços, constituiu, pelo menos para mim uma decepção, pois contava percorrer uma maior extensão. O que muita gente desconhecerá é que pela mesma altura foi feita uma obra que em grandeza e importância não fica atrás da Grande Muralha. Trata-se de um canal, com cerca de 1800 km, entre Pequim e perto de Hangzhou a sul de Xangai, mandado construir no ano de 605. Uma autêntica auto-estrada fluvial para transporte de todas as mercadorias.

A emoção que não senti na Muralha, viria a senti-la na Praça Tiananmen. Talvez não fosse pela sua grandiosidade mas tão só pelas conotações políticas: O retrato do Mao pendurado por cima da porta principal da Cidade Proibida, a grande avenida, com mais de 40km, que passa entre a grande praça e a entrada da Cidade Proibida onde foi protagonizada a cena dum chinês a enfrentar um tanque, muito contribuíram para esse sentimento.


O “bando dos quatro” já dentro da Cidade Proibida, notando-se uma certa “paz celestial”.

A Cidade Proibida, de dimensões a condizer com o tamanho da própria China, é constituída por uma enorme quantidade de pátios que separam as diversas dependências da Cidade Proibida que por si constituem autênticos palácios. O principal para o imperador, outros para os príncipes, para as concubinas, para os eunucos, diversos servidores, guardas e por aí fora.

Ao longo das estradas que percorremos pudemos apreciar a preservação das florestas de bambus e outras sem esquecer, no entanto, que a China é o maior importador mundial de madeira e como é sabido a Guiné-Bissau tem sido espoliada, pelos chineses, desse recurso natural.

Em todos os pontos turísticos observavam-se autênticas multidões. Eram turistas, porém chineses e na maioria da província. Vinham como nós acompanhados com guias. Muitos olhavam para nós como se nunca tivessem visto um ocidental. Um miúdo chegou a chamar a atenção dos pais apontando para os seus olhos querendo dizer que eram diferentes dos nossos. Várias vezes, principalmente os miúdos, nos pediram para tirar fotografias com eles, sendo o Pimentel o mais pretendido…

Em conclusão direi que a China, em todos os aspectos se revelou uma surpresa. Do comunismo nada se viu, antes pelo contrário. Neste momento, dada a abertura da economia, qualquer chinês pode criar uma empresa, ganhando o que quiser. Além de inúmeros prédios de arquitectura vanguardista, viram-se mansões de gente endinheirada como é difícil ver noutros países. Também qualquer estrangeiro pode montar qualquer negócio desde que associado a um chinês maioritário. A ideia com que se ficou foi de um país muito desenvolvido, amante da natureza e da limpeza, porém cumpridor das leis em excesso.

Como já referi nas avenidas processava-se um trânsito infernal de carros de alta cilindrada a par de algumas bicicletas a pedal e milhares, ou milhões, de motorizadas porém todas, mas mesmo todas, eléctricas. Ruído zero.


A natureza no nosso hotel em Pequim.




Exemplos de prédios vanguardistas em Pequim. O Cubo de água e o ninho de pássaro (dos Jogos Olímpicos), o edifício da televisão do Arq. Rem Koolhaas e outro da Arqa. iraquiana Zaha Hadid.

Fotos, texto e legendas ©: Fernando Gouveia (2014).  Todos os direitos reservados

Um grande abraço a todos.

Fernando Gouveia
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Nota do editor

Último poste da série de 28 de Agosto de 2014 > Guiné 63/74 - P13540: Os nossos seres, saberes e lazeres (73): Há festa na Tabanca de Candoz, com o grupo de bombos de Santa Eulália, Ariz, Marco de Canaveses...

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11687: VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (13): Monte Real, 8 de junho de 2013 (Parte II): Novas caras, novos tabanqueiros, novos camaradas, novos amigos e amigas...


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço de convívio > Da esquerda para a direita, a Maria Alice Carneiro (esposa de Luís Graça) com a sua amiga Maria de Fátima (Tucha) e o companheiro desta, e nosso camarada e futuro tabanqueiro Manuel Santos Gonçalves (O casal vive em Carcavelos, Cascais)


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço de convívio >  Em primeiro plano, o João Alves Martins e a esposa Graça Maria (,que faz parte do quadro do pessoal civil do Ministério da Defesa, estando colocada no Gabinete do Vice-Chefe do Estado Maior do Exército).


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço de convívio >  O Manuel Joaquim e a sua (e)terna namorada, a D [eonilde] das "cartas de amor e guerra"


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço de convívio >  O António Pimentel, nosso tabanqueiro da primeira hora, e uma amiga


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço de convívio >   Da esquerda para a direita: o Álvaro Vasconcelos, com o casal que representou a diáspora: naturais de Tarouca, há 27 anos que vivem em Madrid, são eles o nosso camarada Manuel Dias Pinheiro e a Maria Inácia.


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço de convívio >  O Carlos Pinheiro e a Maria Manuela, que vivem em Torres Novas


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço de convívio >  Três camaradas Tabanca de Guilhomil: ao centro o régulo,  Joaquim Peixoto (Penafiel); à sua esquerda, o Manuel Carmelita (Vila do Conde); e à sua direita, o José Manuel Lopes (Régua).


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço de convívio >  Três camaradas de Aldeia Formosa: da esquerda para a direita, o Manuel Santos Gonçalves (Carcavelos / Cascais), o Silvério Lobo (Matosinhos) e o João Marcelino (Lourinhã)... (O João, além de residir na minha terra, tem outras afinidades comigo: os nossos pais estiveram juntos em Cabo Verde, como expedicionários; e ambos temos uma grande admiração filial pelos nossos pais... Já combinámos juntar-nos um dia destes para troca de histórias e de fotos... O João manifestou igualmente a sua vontade de ingressar na Tabanca Grande).

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados.
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Nota do editor:

Último poste da série > 9 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11685: VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (12): Monte Real, 8 de junho de 2013 (Parte I): as primeiras imagens da nossa festa anual

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Guiné 63/74 - P10983: O nosso livro de visitas (158): António Gonçalves Teixeira procura camaradas de Galomaro, do seu tempo (meados de 1969/abril de 1970), da CCS/BCAÇ 2851

1. Mensagem de António Gonçalves Teixeira [, foto à esquerda], com data de ontem


Assunto: Contactos com antigos combatentes que estiveram em Galomaro


Por acaso ao pesquisar na Net, encontrei a página que tu tens, sobre os camaradas que passaram pelaGuiné, mais concretamente por Galomaro.

Pois,  caro camarada de armas, eu estive em Galomaro, nos meados de 69 até Abril de 70. Fazia parte da CCS do Batalhão de Caçadores 2851.

Fomos nós que o inauguramos [, o quartel de Galomaro]. Quando lá chegamos, não tínhamos luz nem água. A água era transportada por um Unimog conhecido por burro do mato [, 411,], de uma nascente, que ficava uns 600, 700 metros antes de chegarmos ao quartel, na estrada que vinha de Bafatá. 

Sobre a luz, só depois de ai estarmos é que recebemos um gerador, passados uns três a quatro meses. A cantina era de lona. As oficinas eram de cibos de palmeira, e coberta de chapas de bidons e zinco, O refeitório, era feito do mesmo material, igual ao das oficinas. 

Quando isso foi inaugurado só existiam os abrigos e o edifício do comando, que ficava à direita da porta de armas. Penso, pelas fotos que vejo, vocês já tiveram outras condiçoes. Já agora me esquecia de acrescentar, que o nosso banhoera dado debaixo de bidons , que tíhamos em cima de uns troncos de palmeira. Para fazermos as nossas necessidades era numa vala junto ao arame farpado.

Como podes verificar, eram condições "5 Estrelas". As vossas,  se calhar, pouco terão melhorado.

 P.S. - Aproveito para te dizer que sou muito, mas mesmo muito, piriquito nisto da Net. Pois só ando nisto, desde novembro. Até essa data não tinha tocado numa tecla. Mas acho a coisa interessante. Por isso, peço desculpa por alguns erros,e podes contar comigo para fazer parte da Tabanca. Junto deixo o meu contacto (...)

2. Comentário do editor:

Camarada de Galomaro, da CCS/BCAÇ 2851!... Obrigado pela tua visita. Eu também estive na zonta leste, mas no setor L1, em Bambadinca, ao tempo do BCAÇ 2852 que veio convosco para a Guiné em meados de 1968, no mesmo navio, o Uíge... A minha unidade era a independente CCAÇ 2590, mais tarde CCAÇ 12. Passámos algumas vezes por Galomaro. Fazíamos frequentes colunas logísticas para vocês e para a malta do Saltinho.

Sobre o teu batalhão, o BCAÇ 2851, temos aqui umas quinze referências. Temos malta da CCAÇ 2401, da CCAÇ 2402 e da CCAÇ 2403, inscrita na Tabanca Grande. Da tua CCS (a CCS/BCAÇ 2851, Mansabá e Galomaro, 1968/70), temos aqui dois camaradas teus, o Hernâni Acácio Figueiredo (ex-alf mil trms) e o António Pimentel (ex-alf mil pel rec inf). Vais, por certo, ficar feliz por encontrá-los. Vê se os reconheces. É possível que haja mais, mas estes dois já cá estão no nosso  blogue, há uns anos valentes. (Peço desculpa, se omito alguém). Quanto a Galomaro, temos aqui mais de 150 referências...

Bom, registo com agrado o teu pedido de entrada na Tabanca Grande. Já temos uma foto tua, atual, falta-nos uma foto antiga, tua, do tempo de Mansabá ou de Galomaro. Vê se consegues arranjar essa e outras, que tenhas no teu álbum, e queiras partilhar com os teus camaradas. Manda-nos também mais alguma informação (ou até história que tenhas para contar) da tua CCS. 

Dou-te os parabéns pelos teus progressos no uso da Net. À medida que fores praticando, vais ver como te sentes mais confiante. Fico então à espera das tuas fotos, para te poder apresentar à Tabanca Grande. Um Alfa Bravo (ABraço).

PS - Já agora, dá-nos mais elementos sobre ti:  posto, especialidade, local onde moras, etc.

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Nota do editor:

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Guiné 63/74 - P9060: Blogoterapia (192): Em dia dos meus anos, na medieva Ucanha, lembrando tantos e bons amigos, incluindo o malogrado soldado Napoleão, da minha companhia, a CART 6250, Mampatá, 1972/74 (José Manuel Lopes)


Peso da Régua > Galafura > São Leonardo de Galafura > 12 de Abril de 2009 > Um dos mais dez deslumbrantes miradouros de Portugal. Na foto, em primeiro plano, a Maria Alice, o António Pimentel e o nosso guia, Zé Manel... Daqui, dos 640 m de altitude,  vê-se cinco distritos, garante ele, que é um apaixondo pelo seu Douro...

Foto: © Luís Graça (2009). Todos os direitos reservados


1. Texto de José Manuel Lopes, poeta, vitivinicultor da Região Demarcada do Douro, ex-Fur Mil da CCAÇ 6250, Mampatá, 1972/74:

Domingo, 13 de Novembro de 2011, um dia como outro qualquer, só um pouco diferente para mim e meus familiares porque faço 61 anos. Tenho em casa um amigo muito especial, o António Pimentel, com ele uma pessoa também especial a Lurdes e mais quatro novos amigos que eles trouxeram da Figueira, aquela terra simpática que fica mesmo paredes meias com Buarcos. Não é,  Vasco da Gama?

No sábado fomos a um almoço organizado pelos "Viciados do Douro", ao qual eu não pertenço, mas fui convidado, na terra de Miguel Torga,  São Martinho de Anta. E fiquei contente com o que vi e ouvi de gente boa e bonita por dentro e por fora. O almoço correu muito bem, tudo estava bom e o magusto que se seguiu no meio da Praça da Aldeia ainda melhor.

No dia seguinte, 13 de Novembro fomos logo pela manhã a S. Leonardo de Galafura, encher a vista e a alma daquela deslumbrante paisagem do Douro e ler os poemas de Torga sobre o seu o nosso Douro sublimado. Depois rumamos à Ponte do Ucanha,  monumento do Sec. XI, testemunha da grandeza da nossa história e de tempos passados que pelo que vou vendo à minha volta nunca mais atingirão tamanha dimensão.


Depois da visita à Ponte, já não havia tempo de ir ao Mosteiro de Salzedas e ao Bairro Judeu, pois a fome apertava e a paciência daquela gente não dava mais para fazer esperar os petiscos da Tasquinha do outro lado da Ponte de Ucanha. [, Foto à esquerda, Abrild e 2004, cortesia de Wikipédia].

Éramos 9 para almoçar e já passava das duas. Entramos na Tasquinha [do Matias], mesas postas com deliciosas entradas e ainda não tínhamos ocupado os nossos lugares, rebenta a emboscada, mas os sons eram outros, saídos de 19 gargantas bem afinadas, que entravam pelas traseiras do Restaurante. O António Carvalho, o Zé Pedro Rosa, o Zé Cancela, o Peixoto (sem o Frade), o Silva, o Carmelita, o Rodrigues,  o Jaime Machado e respectivas companheiras.

Confesso que a operação foi muito bem preparada e melhor executada. A minha surpresa foi tal e a minha expressão tão surpreendente que soltou as gargalhadas de todos. Não hove baixas, apenas eu fiquei ainda mais prisioneiro daqueles amigos até ao limite.

Depois na hora de "botar faladura", lembrei-me do Napoleão, soldado da minha Companhia que era dos mais fieis aos nossos encontros anuais. Faltou em 2010, uma doença fatal o levou, mas no seu lugar apareceu a mulher e a filha com uma mensagem sua, um postal com a sua foto, onde agradecia o ter-nos tido como amigos.

Em 2011 a CART 6250,  "Os Unidos",  homenageou-o s com uma lápide que dizia o seguinte:

"A verdadeira coragem
está na nobreza dos gestos e pensamentos,
a tua mensagem num momento tão difícil
foi um hino à amizade
e caiu bem fundo dentro de nós,
naquelas picadas nunca caminhávamos sós,

o nosso olhar guardava aquele que nos precedia
e as nossas costas protegidas
pelo camarada que ia mais atrás;
assim…
nasceram amizades que não têm fim,
todos nós, da Companhia dos UNIDOS,
estamos orgulhosos por te termos tido
como camarada e amigo,
obrigado Napoleão."

Sim, tenho a certeza, de que não há amizades tão profundas e duradouras como as que nasceram entre os ex-combatentes.


Obrigado a todos

josé manuel

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Nota do editor:

Último poste da série > 8 de Novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9012: Blogoterapia (191): Na varanda e a Guiné-Bissau (Carlos Filipe)

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Guiné 63/74 - P8103: Parabéns a você (245): António Pimentel, ex-Alf Mil Rec Inf da CCS/BCAÇ 2851 (Mansabá e Galomaro, 1968/70), um rapaz que trocou a Figueira da Foz pelo Porto... (Tertúlia / Editores)


PARABÉNS A VOCÊ

15 DE ABRIL DE 2011

ANTÓNIO PIMENTEL

Caro camarada António Pimentel*, a Tabanca Grande solidariza-se contigo nesta data festiva.

Assim, vêm os Editores, em nome de toda a Tertúlia, desejar-te um feliz dia de aniversário junto dos teus familiares e amigos.

Que esta data se festeje por muitos anos, repletos de saúde, tendo sempre por perto aqueles que amas e prezas.

Na hora do brinde não esqueças os teus camaradas e amigos do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, que irão erguer também uma taça pela tua saúde e longevidade.
____________

Notas de CV:

- Postal de aniversário de autoria de Miguel Pessoa

- (*) António Pimentel;

(i)  Alf Mil Rec Inf na CCS/BCAÇ 2851, Mansabá e Galomaro, 1968/70;

(ii) Nasceu em 1944 na Figueira da Foz, mas vive no Porto; 

(iii) Tem conta no Facebook

(iv) Tem muitos amigos, dos bons e  verdadeiros; 

(v) Frequenta regularmente a Tabanca de Matosinhos...

- Vd. último poste da série de 14 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8098: Parabéns a você (244): Jorge Picado agradece à Tertúlia

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Guiné 63/74 - P6899: Blogando e andando (José Eduardo Oliveira) (10): Revisitando o passado de Alcobaça, dos anos 40, na Tabanca de São Martinho do Porto


São Martinho do Porto > Casa do Cruzeiro (e, a partir de agora, sede da Tabanca de São Martinho do Porto (*) > 21 de Agosto de 2010> Da esquerda para a direita, a anfitriã, Clara Scharz da Silva, a mãe do Pepito, tenda a seu lado a Sra. Levy Ribeiro (sogra do Pepito, mãe da Isabel) e a Júlia Neto


São Martinho do Porto > Casa do Cruzeiro (e, a partir de agora, sede da Tabanca de São Martinho do Porto > 21 de Agosto de 2010> Da esquerda para a direita, António Pimentel, Luís Graça, Zé Teixeira e Manuel Reis...


São Martinho do Porto > Casa do Cruzeiro (e, a partir de agora, sede da Tabanca de São Martinho do Porto > 21 de Agosto de 2010> Momento de alegre convívio à volta da mesa e da cachupa da Isabel...




São Martinho do Porto > Casa do Cruzeiro (e, a partir de agora, sede da Tabanca de São Martinho do Porto > 21 de Agosto de 2010 >  Manuel Reis, Luís Graça e Xico Allen



São Martinho do Porto > Casa do Cruzeiro (e, a partir de agora, sede da Tabanca de São Martinho do Porto > 21 de Agosto de 2010 Da esquerda para a direita >  Pimentel, a Alice e a Isabel



São Martinho do Porto > Casa do Cruzeiro (e, a partir de agora, sede da Tabanca de São Martinho do Porto > 21 de Agosto de 2010> Dois dos netos de que nos falava o Zé Neto, a Leonor e o Afonso... com uma das três filhas da Júlia.... Um ano e poucos meses antes de morrer, o Capitão Zé Neto confiou-me as suas memórias nestes termos: 

8/1/06 > Memórias de Guilege > "Meu caro Luis: Depois de muito meditar cheguei à conclusão de que, pelo menos tu, mereces a minha confiança para partillhar contigo uma parte muito significativa das memórias da minha vida militar.

"São trinta e três páginas retiradas (e ampliadas) das 265 que fui escrevendo ao correr da pena para responder a milhentas perguntas que o meu neto Afonso, um jovem de 17 anos, que pensava que o avô materno andou em África só a matar pretos enquanto que o paterno, médico branco de Angola, matava leões sentado numa esplanada de Nova Lisboa (Huambo). Coisas de família...

"Já cedi este modesto trabalho à AD do Pepito e conto não o fazer mais, por enquanto. É, como já te disse, uma perspectiva um tanto diferente dos relatos do blogue, mas é assim que sei contar as minhas angústias e sucessos. Diz qualquer coisa. Até breve. Um abraço do patriarca Zé Neto”.
A Leonor, por sua vez, mandou-me em 30/5/2007, às 7h29, a triste notícia da morte, esperada, do seu avô. Este funesto evento marcou-a muito, até hoje. "Assunto: Notícias tristes. Caros amigos: É com enorme dor que vos escrevo para comunicar o falecimento do meu querido avô, Zé Neto. Ainda não sei grandes pormenores, pois soube ontem por volta das 23.45h e a minha mãe foi de seguida para casa da minha avó e passou lá a noite. Não sei se me será possível comunicar-vos via e-mail outros detalhes como o velório e funeral, sendo assim deixo-vos o meu contacto telefónico que estará à vossa inteira disposição: 937317762. Um abraço, Leonor".


Fotos: ©  Pepito (2010). Todos os direitos reservados.


1. Texto enviado pelo JERO, com a seguinte nota (**):



Caro Comandante Luís: Votos de boa saúde e renovados agrdecimentos pela tarde de 21 de Agosto último na Tabanca de São Martinho do Porto.

Só para conhecimento remeto em anexo a postagem M 289 do meu blog, que acaba de completar um ano.

Cumprimentos a tua mulher e um grande abraço deste teu incondicional amigo de Alcobaça,
JERO



2. Blogando e andando > Regresso ao passado em de São Martinho do Porto … (***)
por JERO 


Absolutamente por acaso estive em passado recente – 21 de Agosto  – na Casa de férias da família Scharwz da Silva .


A meio da tarde desse dia 21 o Luís Graça , a quem me une uma amizade muito especial por termos sido ex-combatentes da Guiné, telefonou-me por se ter lembrado que eu poderia estar de férias em São Martinho. E acertou.


O Luís é o coordenador de um blogues mais visitadas de Portugal. O seu blogue (Luís Graça & Camaradas da Guiné) teve até ao dia de hoje (25.Agosto.2010) 1.955.885 páginas visitadas!


Estava em São Martinho do Porto com a sua mulher Alice e com diversos amigos ligados à Guiné. Com a Júlia Neto,  viúva do nosso campanheiro Zé Neto (1929-2007), com uma delegação da Tabanca de Matosinhos (Zé Teixeira, António Pimentel e Xico Allen), com Manuel Reis (coordenador da Campanha Angariação de Fundos para a Reconstrução da Capela de Guileje).


Telefonou-me e ao grupo juntou-se o JERO.


Mais tarde – e continuo a aproveitar a postagem 6882 do Luís Graça no seu blog – apareceu o Teco, acompanhado da esposa .O Teco, natural de Angola, de seu nome Alberto Pires, foi Furriel Miliciano  na CCAÇ 726, a primeira subunidade a ocupar Guileje em 1964...


Do lado dos donos da casa , estava a matriarca, Clara Schwarz, a nossa 'tabanqueira' com a bonita idade de 95 anos, o seu filho Carlos (Pepito), a esposa, Isabel Levy Ribeiro, e a mãe desta... A Isabel ofereceu-nos uma deliciosa cachupa...


O Pepito estava à espera de um batalhão, ficou decepcionado ao ver apenas meia dúzia de gatos pingados... que o JERO e o Teco reforçaram já a meio da tarde


Continua o Luís Graça em relação a Clara Schwarz «…Que o diga o JERO, que esteve com ela a lembrar coisas da década de 40, quando Alcobaça (e o resto de Portugal) receberam jovens refugiados austríacos...».


Aqui entro eu.


Para meu espanto,  a Dª.Clara e o seu marido, o advogado Artur Augusto Silva, tinham residido em Alcobaça na década de 1940, antes do casal partir para a Guiné em 1949. Mais exactamente entre 1945 e 1949. A Dª. Clara Schwartz tentou-me explicar onde então moravam em Alcobaça mas não deu para entender.


Mas lembrava-se de muita coisa desses velhos tempos ...


Tinham sido amigos pessoais e visitas de casa do Pintor Luciano Santos, de quem fiquei de lhe arranjar um catálogo. Já o encontrei entretanto (é de 1993) e cabe aqui deixar uma pequena nota para recordar quem foi este extraordinário pintor,  alcobacense por casamento.


Luciano Pereira dos Santos [. foto à esquerda, ] nasceu em Setúbal, a 25 de Março de 1911.  Faleceu em Lisboa com 95 anos em 12 de Dezembro de 2006.


Num texto escrito há mais de 50 anos, António Ferro, Director do Secretariado Nacional de Informação (SNI),  pode ler-se sobre o pintor setubalense:

“Há pintores que são modernos (moderno, para mim, significa a verdade que parece mentira…) por simples temperamento; alguns por fria razão intelectual; outros por moda ou snobismo; outros ainda por deficiência de recursos técnicos que não conseguem mascarar com o seu falso vanguardismo; certos, finalmente (às vezes nem sabem nem querem saber que são modernos), por motivos de ordem poética, porque os seres e as coisas, para eles, têm sempre um halo que as transfigura…Luciano pertence, a meu ver, a esta última categoria de pintores.”


Depois saltámos… para advogados do tempo do seu marido Artur Augusto Silva. Recordava-se do Dr. Pinna Cabral e de uma paixão complicada de uma sua familiar próxima ,que muito agitou a sociedade do seu tempo na então pacata vila de Alcobaça.


Já entretanto o Luís Graça me tinha contado da sua ascendência judaico-polaca e da perda de muitos familiares em campos de concentração nazis.

Saiu de Portugal em finais de 1949 devido a perseguições políticas que o seu marido foi alvo por ter defendido alguns prisioneiros do Tarrafal.


Confirmámos na Net (Irene Pimentel, sobre alguns dados sobre o campo de concentração do Tarrafal) que «…terminada a guerra com a derrota dos nazi-fascistas e o desmantelamento dos campos de concentração e de extermínio nazis, descobertos pela opinião pública, e sob o efeito de fortes pressões internacionais, o governo (português) promulgou uma amnistia, que levou à libertação de 110 presos no Tarrafal, onde permaneceram cerca de 52 detidos políticos, entre os quais se contavam os ex-marinheiros da Revolta de 1936.»


Clara Schwarz tem do seu casamento e dos 25 anos que passou na Guiné as melhores recordações. Em Bissau, a Dra. Clara foi professora no Liceu Honório Barreto.


Mas voltando um bocadinho atrás e ao início da nossa conversa em que recordámos acontecimentos da década de 40, para recupera a sua memória sobre os jovens refugiados austríacos que Alcobaça (e o resto de Portugal) então receberam.


Mal a dona da “Casa do Cruzeiro” [, imagem à esquerda, ] referiu os miúdos austríacos lembrei-me (com emoção) do Hans e do Helmutt com quem tinha brincado numa casa da família Raposo Magalhães, que ficava na esquina da Rua Vasco da Gama com a Rua Afonso de Albuquerque, onde moravam os meus pais e avós.”Vi” à distância no tempo dois miúdos altos, que usavam calções compridos.


Clara Schwarz, que fala alemão, descreveu-me ainda uma menina confiada a uma família dos arredores de Alcobaça (Vestiaria???) ,que vivia com muitas dificuldades devido aos fracos recursos da sua família de acolhimento. Essa menina – de que eu não me recordo – veio mais tarde a ser confiada à família de um médico de Alcobaça – Dr. Nascimento e Sousa.


Para complementar esta memória do passado recuperámos parcialmente um texto de FERNANDO MADAÍL (17 Maio 2008):


«Em 1950, centenas de órfãos que viviam em campos de refugiados na Áustria vinham passar mais uma temporada a Portugal. Aquelas crianças austríacas tinham um 'aspecto miserável'  e a 'saúde abalada'. Até parecia que em Portugal não havia imensos miúdos pobres nas mesmas condições.

" 'Mais uma revoada de crianças estrangeiras, vítimas inocentes da guerra, chegaram ontem ao Tejo, no [barco] Mouzinho, para serem confiadas à protecção e carinho de famílias portuguesas', noticiava o DN de 3 de Maio de 1950. 'São 278 meninas e 894 rapazes, de 5 a 13 anos, com os quais se completa o número de 5 500 crianças que, por turnos, durante três anos e meio, vieram gozar férias no nosso país por iniciativa da Cáritas (...)."
Estão passados cerca de sessenta anos…


Para não alongar mais esta ” memória” salientamos a extraordinária lucidez, cultura e sensibilidade da nossa anfitriã, Clara Schwarz... 95 anos, uma vida, uma memória espantosa...– que o Luís Graça quer homenagear (e muito bem) quando completar os seus 100 anos em 2015!


Até lá… muita saúde e o nosso agradecimento pela inesquecível tarde de 21 de Agosto de 2010, um dos melhores momentos que vivi nas férias de Agosto deste ano.



(**) Auto-apresentação do JERO no seu blogue Histórias & Memórias Pessoais  (que, num espaço de um ano, tem já cerca de 300 postes e 18 páginas visualizadas).


JOSÉ EDUARDO OLIVEIRA

Fui militar e orgulho-me disso. Fiz parte da CCaç 675 – que esteve no Norte da Guiné até fins de Abril de 1966. Fui Enfermeiro e fui louvado e condecorado. Estive em todas ou quase! Fui ainda o “cronista” da CCaç 675 escrevendo um “Diário” de 280 pgs - 250 exemplares.
Escrevi e editei em Maio de 2009 o meu 2º. livro, Golpes de Mãos. 500 exemplares. Apesar de reformado, tento manter-me vivo... Vou a todas (ou quase…)! Na Universidade da Vida cursei “cidadania” e participo activamente nas “coisas” da minha terra. Já estive na direcção de variadas instituições. Profissionalmente estive ligado ao M.J. (1958 a 1962 nos Tribunais da Covilhã e Alcobaça), ao Banco Pinto Sotto Maior de 1966 a 1968) e à SPAL - Porcelanas de Alcobaça ,SA. Na SPAL estive 34 anos, tendo tido a responsabilidade de Director Comercial- M. Local.


(***) Último poste da série  >  16 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6749: Blogando e andando (José Eduardo Oliveira) (9): Se as peças são para antigos combatentes..., não me deves nada!