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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Guiné 63/74 - P6207: Convívios (221): Almoço de Confraternização do BART 733, dia 15 de Maio em Cuba (João Parreira)

1. O nosso Camarada João Parreira, ex-Fur Mil Op Esp / RANGER / COMANDO da CART 730 / BART 733 e do Grupo “Fantasmas”, Bissourã e Brá, 1964/66, enviou-nos uma mensagem, solicitando-nos a divulgação da notícia da próxima festa do BART 733:

BART 733
Almoço de Confraternização

Camaradas,

Vai-se efectuar no próximo dia 15 de Maio vai-se celebrar mais um Almoço de Confraternização do BART 733.

Segue-se o Convite, para conhecimento e efeitos a todos eventuais interessados.

Abraço amigo,
João Parreira
Fur Mil Op Esp/RANGER/COMANDO da CART 730 /BART 733 e do Grupo “Fantasmas”

_________
Nota de MR:
Vd. último poste da série em:

sábado, 5 de setembro de 2009

Guiné 63/74 - P4899: Convívios (159): XIV Convívio dos ex-Combatentes da Freguesia de Campia – 22AGO2009 (Artur Conceição)


1. Mensagem do Artur Conceição, ex-Sold Trms Inf e Cond Auto, CART 730, Bissorã, Farim e Jumbembém(1965/67):

XIV Convívio dos ex-Combatentes

Freguesia de Campia
22 de Agosto de 2009


Realizou-se no dia 22 de Agosto, mais um convívio dos ex-Combatentes da freguesia de Campia.
O convívio contou com a presença de cerca de uma centena de pessoas, não obstante o mês de Agosto não ser dos mais favoráveis, para este tipo de eventos.

Mas, graças ao esforço de divulgação por parte da Comissão Organizadora, poderá considerar-se mais um sucesso.

Na parte da manhã teve lugar a cerimónia de boas vindas e colocação de uma coroa de flores na base do Monumento aos Combatentes do Século XX, tendo sido proferidas algumas palavras alusivas ao acto, pelo Senhor Presidente da Junta de Freguesia, António Ferreira, também ele um ex-Combatente.

Seguiu-se o desfile até à Igreja Paroquial tendo sido celebrada missa em memória de todos os que, entretanto, já partiram.

Após a Eucaristia teve lugar a romagem ao Cemitério onde, novamente, foi ouvida a oração dos Combatentes. Toque de silêncio e de alvorada, e a colocação de flores nas campas dos mortos em combate.

Do mesmo modo foi colocada, em local apropriado, uma coroa de flores em homenagem a todos os ex-Combatentes que já nos deixaram.

Terminadas as cerimónias religiosas teve início, cerca das 13 horas, o almoçam convívio mais uma vez servido no Restaurante “O Sacristão”.

Está de parabéns o Carlos Duarte que, como vem sendo habitual, se esmerou na confecção dos produtos mais ao sabor dos participantes, deixando-nos a promessa de que para o ano teremos o almoço em novas instalações, mais amplas e adequadas.

Ao fim da tarde ainda houve tempo para um momento cultural, em que o Carmindo Ramos nos brindou com um momento de poesia, bem como umas “modinhas” no seu acordeão.
Que para o ano possamos estar todos de novo.



Capitão Álvaro Dório Correia Tavares, quando se dirigia ao Monumento com a coroa de flores



Interior da Igreja Paroquial durante a Eucaristia


Quem os conhece? Estiveram todos na Guiné:
Da esquerda para a direita: Manuel Marques Pereira (esteve sempre em Bissau 1970-72), Adamastor Dias (esteve sempre em Bissau 1971-73), José Rodrigues (Compª 2316 - Guillege), Mejo (Bula, Cacine, Gandembel e Gadamael - 1968-70), Celso Farias (Compª 2440 - Piche e Nova Lamego - 1967-69), José Marques Pereira (Compª 1591 - K3, Fulacunda e Mejo - 1965-67), Artur Conceição (Compª 730 -Bissorã e Jumbembem -1965-67) e Manuel Pereira Tavares (26ª Compª de Comandos - 1970-72).


Foto de família antes da partida para o almoço




Veteranos da Índia. Da esquerda para a direita: Capitão Hipólito Nogueira (ex-prisioneiro de guerra), Mário Azevedo e Carmindo Ramos



MOMENTO DE POESIA



Quem somos nós...


I
Quem somos nós afinal!
Que estamos aqui presentes
Neste evento tão legal
Como outros feitos antes.

II
Somos aqueles resistentes
De experiências vividos
Um grupo de ex-combatentes,
Seus familiares e amigos.

III
Viemos uma vez mais
Conviver em harmonia
Por causas bem sociais
Na nossa terra, Campia

IV
Prestámos as homenagens
Como sempre se tem feito
E fizemos as romagens
Com grande amor e respeito

V
Por aqueles que já partiram
Desta vida para o além
Que lá no céu as ouviram
E nós sentimo-nos bem

VI
P'ra uns a vida foi curta
Outros, foi assim assim
Mas toda ela uma luta
Com princípio, meio e fim

VII
Estejamos pois atentos
Em cada dia que nasce
Ponderando nos momentos
Que faltam pró desenlace

VIII
E como alguém nos dizia
Sem qualquer tom de vaidade
O tempo da fantasia (para nós)
Acabou. É bem verdade

IX
Estamos mais que maduros
Pensamos melhor agora
Enquanto os dias futuros
Um a um se vão embora

X
Nesta fase das nossas vida
O tempo passa depressa
Prega-nos sempre partidas
Mas a questão nem é essa

XI
Os anos parecem meses
E os meses, as semanas
Nesta ilusão que às vezes
Queima mais que as próprias chamas

XII
Assim... vamos convivendo
E não menos divertidos
E que Deus nos vá guiando
Enquanto estivermos vivos

XIII
Termino o meu poema
É tempo de reflectir
Com a alma bem serena
E o amor sempre a fluir.


Por: Carmindo Pereira Ramos


Um abraço,
Artur Conceição
Sold Trms Inf e Cond Auto da CART 730


Fotos: Artur Conceição (2009). Direitos reservados.
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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:


domingo, 22 de março de 2009

Guiné 63/74 - P4066: Humor de caserna (9): Quando os alentejanos de Jumbembem viram cair-lhes os tomates... a seus pés (Artur Conceição)

Guiné > Região do Oio > Jumbembém > CART 730 (1965/67) > Artur Conceição, o hortelão na sua horta onde se gabava de cultivar os melhores tomates e alfaces do CTIG.

Foto: © Artur Conceição (2009). Direitos reservados.

1. Mensagem do Artur Conceição, ex-Sold Trms Inf e Cond Auto, CART 730, Bissorã, Farim e Jumbembém (1965/67):

Caro Luís Graça, Carlos Vinhal e Virgínio Briote

Para dar continuidade à linha dos dois últimos postes, 4064 e 4065 achei que era ocasião de mandar este texto, que já estava escrito faz algum tempo.

Tive o cuidado de seguir as recomendações do Luís Graças que desde já agradeço.

“Fruto do tomateiro é tomate, e não se escreve no plural”

Deixo ao vosso critério o interesse que possa ter.

Um abraço

Artur António da Conceição
Damaia - Amadora


2.Humor de caserna (*) > Frescos em Jumbembem!... Só tomate e alface
por Artur Conceição


Em Outubro do ano passado, estive em Benfica a cumprimentar alguns camaradas, e também para assistir à apresentação do livro do António Graça Abreu.

Como sempre acontece nestas ocasiões fala-se de muita coisa relacionada com a guerra.

Os mais atentos, e que fazem a leitura de todos os postes, já perceberam que durante os 13 anos de guerra na Guiné houve avanços e talvez recuos como é normal.

A dada altura falou-se da logística e do poderio aéreo de ambas as partes, o que como é evidente gerou debate de opiniões, como seria de esperar, e ainda bem que assim é.

Para mim, combatente entre 1965 e 1967, deixou-me um pouco admirado ouvir falar em distribuição de frescos (couves, pepinos, tomates e outros), por helicópteros e avionetas, a partir de Bissalanca para os aquartelamentos espalhados pelo resto do território.

Não tenho qualquer razão para duvidar desta afirmação, mas parece-me que primeiro é necessário que a acção seja colocada no tempo.

Durante o tempo que estive em Jumbembem, apenas tenho ideia de duas idas de helicópteros para evacuar dois mortos, e uma terceira para evacuar uma doente da população. A avioneta passava uma vez por semana para largar lá do alto os sacos do correio, e nada mais caía do céu, a não ser umas valentes chuvadas no seu tempo. Morteiradas… Graças a Deus, nunca caíram.

Chegaram em determinada altura umas galinhas vindas de Farim, mas em coluna, e que por serem poucas foram parar à messe de Oficiais e à messe de Sargentos. Em má hora o fizeram, porque para agravar a situação aconteceu na ausência do Comandante da Companhia, isto porque os praças fizeram “serenata” junto a essas messes com aquela canção do Conjunto António Mafra: “oh senhora Marquinhas, cuidado com as galinhas porque o meu galo é solteiro"...

Sem pretender meter foice em seara alheia, penso que o solo da Guiné é muito bom para a produção de muitos produtos agrícolas que designamos por frescos. Em relação a alface e tomate, posso afirmar que é um sucesso, porque aqui falo por experiência própria.

Muitos produtos agrícolas não existiam na Guiné porque não eram cultivados, e não eram cultivados talvez por uma questão cultural. Os hábitos alimentares da população não incluem este tipo de produtos.

Ao fundo das moranças de Jumbembem, entre a tabanca e a ribeira existia uma faixa de terreno onde havia um poço que tinha instalada uma bomba de balanço para tirar água onde nos abastecíamos para todas as necessidades antes da abertura do furo. A partir da altura em que foi aberto o furo, esta bomba deixou de ter a mesma utilidade e servia apenas para rega e algumas, poucas, lavagens, pois o furo debitava quanta água fosse necessária para a CART 730 e para a população.

Foi neste bocado de terreno que alguns de nós, os mais dedicados à natureza, plantámos alface e tomate que depois usávamos na alimentação, suprindo assim a falta dos tais frescos que não vinham de lado nenhum.

A produção de alface era de tal ordem que em menos de um mês, depois de sair do alfobre, estava pronta a comer; isto é, quando se arrancava uma para comer, era colocado logo outra naquele local. Quando se chegava ao fim do terreno, era voltar ao princípio e repetir o mesmo processo.

Quanto aos tomateiros, a produção era mais morosa mas havia belos exemplares e de excelente qualidade.

O meu contacto com a agricultura tinha terminado por volta dos 11 anos, mas entre andar a martirizar os peixes, metidos num bidão, para fazer campeonatos de pesca, ou andar a cultivar alface e tomate, eu preferia a segunda alternativa.

Ao lado da “horta das transmissões” havia a horta dos camaradas Alentejanos que, com muito mais experiência iam dando umas dicas e fornecendo sementes, que eles próprios pediam da Metrópole. Algumas dicas eram aceites, mas outras não, e ainda bem!!!

Um certo dia, os camaradas Alentejanos, compartes da horta, receberam da metrópole a seu pedido sulfato de cobre e cal para fazer uma calda bordalesa para tratar os tomateiros. Perguntaram-me se eu queria, mas eu argumentei que os tomateiros não tinham qualquer doença. Venceu a tradição e os tomateiros dos Alentejanos levaram mesmo com a calda bordalesa em cima.

O pior estava para acontecer, porque os tomateiros, todos “capadinhos” e carregadinhos dos mais bonitos exemplares, ficaram completamente queimados como se por eles tivesse passado um incêndio.

Os Alentejanos quando viram o resultado, caíram-lhes.. os tomates aos pés e confesso que não era para menos!

Tinham uma seara de luxo e ficaram sem nada. Os meus safaram-se de boa.

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Nota de L.G.:

(*) Vd. poste anterior desta série > 21 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4064: Humor de caserna (8): O Silva cagou-se (António Matos)

Sobre a temática hortofrutícola, vd. também o poste de 21 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4065: As Nossas Queridas Enfermeiras Pára-Quedistas (7): Os tomates do Capelão da BA 12, Bissalanca... e outras frutas (Miguel Pessoa)

domingo, 7 de dezembro de 2008

Guiné 63/74 - P3580: Brasões, guiões ou crachás (5): BCAÇ 2893, CART 730 e 23339, CCAÇ 726, 1426, 2406, 2636, 2701 e 3477 (José Martins)

BATALHÃO DE CAÇADORES N.º 2893

BCAÇ 2893 - Guiné 1969/71 - Divisa: Sempre Excelentes e Valorosos

Mobilizado no Batalhão de Caçadores n.º 10

Embarque em 15Nov69
Desembarque em 20Nov69

Regresso em 25Set71

Divisa – Sempre Excelentes e Valorosos

Foi comandar o Sector L3 (Nova Lamego) em 29Nov69, abrangendo os subsectores de Pirada, Nova Lamego, Cabuca, Canjadude e Madina Mandinga. A 20Jun70 foi reduzido do subsector de Pirada e em 01Fev71 recebeu o subsector de Mereué. Durante a actuação das forças sob o seu comando, foram detectadas e levanradas95 minas, e apreendido um morteiro, um lança granadas foguete e 4.000cartuchos de armas ligeiras. Recolheriam em 05Set71 a Bissau para embarque.

Tem como subunidades orgânicas as CCaç 2617, CCaç 2618 e CCaç 2619.
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COMPANHIA DE ARTILHARIA N.º 730

CART 730 - Guiné 1964/66 - Divisa: Valorosos Audazes Corajosos

Mobilizado no Regimento de Artilharia Ligeira n.º 1 - Lisboa

Embarque em 08Out64
Desembarque em 14Out64

Regresso em 14Ago66

Divisa – Valorosos Audazes Corajosos

Realizou o treino operacional em Bironque entre 31Out64 e 23Nov64 e actuou nas regiões do More e Tiligi, de 14Dez64 a 04Jun65, em reforço da guarnição local. Em 07Jun65 assume a responsabilidade do subsector de Jumbembem, destacando um pelotão para Camjambari, integrado na zona de acção do seu batalhão. A 20Jul66 foi deslocada temporariamente para Farim, seguindo para Bissau em 06Ago66, para aguardar embarque.

É subunidade orgânica do BArt 733
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COMPANHIA DE ARTILHARIA N.º 2339

CART 2339 - Guiné 1968/69 - Divisa: Os Viriatos

Mobilizado no Regimento de Artilharia Ligeira nº 3 - Évora

Embarque em 14Jan68
Desembarque em 21Jan68

Regresso em 09Dez69

Divisa – Os Viriatos

Segue em 25Jan68 para o Xime para a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional e assumir a função de intervenção e reserva, instalando-se em Fá Mandinga a partir de 15Fev68. Iniciou a construção do aquartelamento de Mansambo em 21Abr68, para onde se transferiu e assumindo a responsabilidade do subsector, então criado. Orientou o reordenamento de Afiá e Candamã e destacou dois pelotões para estas áreas. Por períodos curtos e variáveis reforçou as guarnições de Geba, Xime e Bambadinca. Deslocou-se em 21Nov69 para Bissau, para aguardar embarque.

É companhia independente.
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COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 726

CCAÇ 726 - Guiné 1964/66

Mobilizado no Regimento de Infantaria nº 16 - Évora

Embarque em 06Out64
Desembarque em 14Out64

Regresso em 07Ago66

Divisa –

Depois de curta estada em Bissau efectuou a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional nas regiões de Có-Pelundo e Prabis. A 18Nov64 destacou um pelotão para reforço da guarnição de Madina do Boé. Em 05Dez64 segue para Nova Lamego como subunidade de intervenção e reforço, destacando forças para Buruntuma e Piche. Entre outras operações, tomou parte na emboscada realizada em 30Jan65, na estrada Madina do Boé-Cobige, que causou bastantes baixas ao IN. A 18Fev65 assumiu a responsabilidadedo subsector de Canquelifá. Por períodos curtos e variáveis, destacou forças para reforçar Dunane, Sinchã Jidé, Cantiré e Sinchã Juté. A 22Ago65 segue para Piche, assumindo a responsabilidade do subsector, destacando forças para a Ponde do rio Caium e Dunane. Em 05Ago66 recolhe a Bissau para embarque.

É companhia independente.
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COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 1426

CCAÇ 1726 - Guiné 1965/67 - Divisa: União - Cooperação - Bravura

Mobilizado no Regimento de Infantaria n.º 16 - Évora

Embarque em 18Ago65
Desembarque em 24Ago65

Regresso em 03Mai67

Divisa – União – Cooperação - Bravura

Até Out65 ficou em Bissau, tendo sido deslocada para a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional em Mansoa, tendo, entretanto, realizado uma operação na região de Cubongue em 24Set65. Em 19Out65 assumiu a responsabilidade do subsector de Bafatá, com destacamentos em Catacunda e Camamudo. Em 23Out65 é criado o subsector de Geba, que é atribuído a esta subunidade, transferindo a sua sede para esta localidade em 07Jan66, deslocando um pelotão para Banjara em 27Nov65. É destacada para Fá Mandinga como unidade de reserva em 20Abr67, seguindo para Bissau a 01Mai67, para aguardar embarque.

É companhia independente.
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COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 2406

CCAÇ 2406 - Guiné 1968/70 - Divisa: Sacrifícios não Contamos

Mobilizado no Regimento de Infantaria nº 2 - Abrantes

Embarque em 24Jul68
Desembarque em 30Jul68

Regresso em 28Mai70

Divisa – Sacrifícios não Contamos

Em 30Jun68 segue para o Olossato para treino operacional e intervenção, destacando forças para Banjará e Maqué. Em 20Fev69 seguiu para o Saltinho assumindo a responsabilidade so dibsector. Destacou forças para, temporariamente, guarnecerem Xime, Quirafo, Cansamangue e Sibchã Maunde Bucó. Em 07Nov69 passou para o sector L5, mantendo as suas forças no Saltinho com forças em Cansamangue e Cansongo. A 10Mai70 segue para Bissau para efectuar o regresso.

É subunidade orgânica do BCaç 2852.
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COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 2636

CCAÇ 2636 - Guiné 1969/71 - Divisa: Armas Não Deixarão Enquanto a Vida os Não Deixar

Mobilizado no Batalhão Independente de Infantaria nº 18 – Ponta Delgada

Embarque em 20Out69
Desembarque em 28Out69

Regresso em 06Set71

Divisa – Armas não deixarão enquanto a vida os não deixar

Colocada em Có em 04Nov69 para treino operacional e reforço do Sector O7 (Pelundo) e protecção aos trabalhos da estrada Có-Pelundo. Em 29Abr70 destacou dois pelotões para operações na região de Dulombi. A 06Mar70, foi colocada em Bafatá como força de intervenção e reserva, destacando dois pelotões para Ualicunda, desde 07Mar74 a Sare Uale desde 17Mar70.Actuou em operações nas regiões de Cuor, Dulombi, Mansomine e Cancolim. A 02 e 04Jul70 destacou dois pelotões para reforço do COT 1 na zona Leste, instalando-se em Paúncaaté 23Set70. Assumiu a responsabilidade do subsector de Sare Bacar, com destacamentos em Sora e Sare Aliu Sene. A 27Ago71 segue para Bissau para aguardar embarque.

É companhia independente.
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COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 2701

CCAÇ 2701 - Guiné 1970/72 - Divisa: Excelentes e Valorosos

Mobilizado no Regimento de Infantaria nº 2 - Abrantes

Embarque em 24Abr70
Desembarque em 01Mai70

Regresso em 23Mar72

Divisa – Excelentes e Valorosos

Segue em 04Mai70 para o Saltinho, assumindo a responsabilidade do subsector em 10Mai70, com um pelotão em Cassamange até Jun71 e em Cansonco até Jan72 A partir de 09Nov71 destacou um pelotão para Cansamba no subsector de Galomaro. Em 11Mar72 segue para Bissau para efectuar o embarque de regresso.

É uma subunidade orgânica do BCaç 2912.
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COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 3477

CCAÇ 3477 - Guiné 1971/73 - Divisa: Gringo Não Perdoa

Mobilizado no Batalhão Independente de Infantaria nº 18 – Ponta Delgada

Embarque em 25Set71
Desembarque em 30Set71

Regresso em 13,15 e 17Dez73

Divisa – Gringo não perdoa

Realiza a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional entre 02 3 30Out71, no Centro Militar de Instrução situado no Cumeré, seguindo em 21Nov71 para Guilege, onde a 18Dez71 assume a responsabilidade do subsector, tendo como missão efectuar acções de contra penetração naquele corredor. A 15Dez72 inicia a deslocação para Nhacra, assumindo a responsabilidade do subsector em 22Dez72, destacando forças para Ensalmá. É integrado no COMBIS – Comando Militar de Bissau – em 19Set72, assumindo o subsector de Brá em 25Set73 até 08Dez73, data em que fica a aguardar embarque.

É companhia independente.
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Notas de CV:

Vd. postes anteriores da série de:

10 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3429: Brasões, guiões ou crachás (1): CCAÇ 2797, Pel Caç Nat 51 e Pel Caç Nat 67, Cufar, 1970/72 (Luís de Sousa)

14 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3453: Brasões, guiões ou crachás (2): CCAV 678, 1964/66 (Manuel Bastos)

22 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3501: Brasões, guiões ou crachás (3): CAOP 1: BCAÇ 2885; CART 2732 e CCAÇ 5 (Jorge Picado/Carlos Vinhal/José Martins)

1 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3551: Brasões, Guiões ou Crachás (4): CCAÇ 728; CCAÇ 2617; CCAÇ 3566; PEL CAÇ NAT 63; CCAV 677 e CCAÇ 2402 (José Martins)

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Guiné 63/74 - P3045: Convívios (72): Em Campia, Vouzela, homenageando os esquecidos da guerra (Artur Conceição / José Manuel Lopes)

Guiné > Região do Oio > Jumbembem > CART 730 (1965/67) > O Sold Trms Artur Conceição, natural da freguesa de Campia, concelho de Vouzela, residente hoje na Damaia/Amadora e membro da nossa Tabanca Grande desde Maio de 2007... Aqui com duas meninas de Jumbembem, a Fili e a Djar. Que será feito delas ? - pergunta o Artur, apreensivo. Também elas são as esquecidas da guerra...


Vouzela > Campia > Monumento aos Combatentes do Século XX > Inaugurado em 13 de Novembro de 1999 e dedicado aos campienses combatentes deste século. Lembra aos vindouros a participação de muitos naturais de Campia na Guerra Colonial, na Primeira Grande Guerra e em expedições a África e à India. A iniciativa inseriu-se no IV Convívio dos Combatentes e Forças Expedicionárias da Freguesia de Campia. Em 2007, realizou-se o XII Convívio. No início da cerimónia, o nosso camarada Artur Conceição no uso da palavra. Ao centro, o Capitão Álvaro Dório Correia Tavres, que esteve em Bedanda.

___________________



Gostava de vos falar
dos esquecidos,
dos heróis que a história
não narra,
que as viúvas choraram
mas já não recordam,
daqueles
que nem tempo tiveram
de ter filhos
que os amassem,
descendentes
que os lembrassem,
daqueles
que nunca tiveram
o dia do pai,
vítimas de guerras
que não inventaram,
em tempo que já lá vai;
falar deles é prevenir,
se bem que de nada lhes valha,
de guerras que possam vir,
geradas pela ambição
dos que nunca morrerão
num campo de batalha.


josema

[s/d nem local,
possivelmente escrito em Mampatá,
no sul da Guiné,
c.1972/74](*)

Revisão e fixação do texto (pontuação): L.G.

Poema: © José Manuel Lopes (2008). Direitos reservados.
_____________________

1. Mensagem do Artur Conceição. com data de 9 do corrente, dirigida ao José Manuel Lopes (que assina os seus poemas por josema):

Assunto - Permissão

Olá, José Manuel

Os Combatentes da Freguesia de Campia vão efectuar o seu convívio anual no dia 13 de Setembro do corrente ano.

De alguns anos a esta parte cabe-me a missão de Relações Públicas e redactor de algumas palavras alusivas ao evento.

Leio os teus poemas, e procuro entendê-los da mesma forma que me obrigavam a entender os Lusíadas, e juro que não encontro nenhum adjectivo para os classificar.

Seguindo o princípio "O seu a seu dono" ou a "César o que é de César", quero pedir-te permissão para ler o teu poema [,acima transcrito]:

Gostava de vos falar
dos esquecidos
dos heróis que a história
não narra (...)


aquando da homenagem aos que tombaram, junto ao monumento aos Combatentes do século XX, sediado em Campia.

Um abraço

Artur António da Conceição (**)
Damaia / Amadora

2. Comentário de L.G.: Meu caro Artur, ainda não sei qual será a resposta do José Manuel... Mas, como camarada generoso e solidário que ele é, terá todo o gosto que recites este seu poema, no dia do XIII Convívio dos Antigos Combatentes de Campia, no dia 10 de Setembro de 2008.

A pensar em ti, e em futuras declamações, em público, tomei a liberdade de, ao arrepio do poeta (mas procurando sempre respeitar o espírito e a letra), fazer a necessária pontuação. Ajudar-te-á a recitar melhor estes versos que calam fundo na alma da gente. Os poetas têm liberdades que os outros utentes da língua portuguesa não têm E uma delas é o não uso da pontuação, por razões estéticas ou de liberdade criativa. O josema nunca usa pontuação. Para quem diz poesia, a pontuação ajuda muito... Espero que o autor concorde com a minha pontuação... Vou interpretar o seu silêncio como um OK (para ti, Artur, e para mim).

_______

Notas dos editores:

(*) Enviado em 14 de Março e último e já publicado no
Poemário do José Manuel. Sobre o José Manuel Lopes, vd. o último poste publicado: 9 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3039: Poemário do José Manuel (20): Mãe, se eu não regressar, lembra-te do meu sorriso...

(**)
Artur Conceição, ex-soldado de Trms, CART 730 (1965/67), Bissorã, Farim e Jumbembem (actual Região do Oio). Vd. os postes do nosso camarada, publicados no nosso blogue:

16 de Dezembro de 2007 >
Guiné 63/74 - P2355: O meu Natal no mato (1): Jumbembem, 1965: Os homens às vezes também choram... (Artur Conceição)

8 de Dezembro de 2007 >
Guiné 63/74 - P2335: A trágica morte do Cap Rui Romero: 10 de Julho de 1966, dia de correio (Artur Conceição)

21 de Novembro de 2007 >
Guiné 63/74 - P2291: Convívios (36): XII Convívio dos combatentes da Freguesia de Campia, no dia 10 de Novembro de 2007 (Artur Conceição)

24 de Julho de 2007 >
Guiné 63/74 - P1989: Homenagem ao António da Silva Batista (Artur Conceição, CART 730, Jumbembem, 1965/67)

8 de Junho de 2007 >
Guiné 63/74 - P1824: O Aeroporto de Jumbembem e os ecologistas 'avant la lettre' (Artur Conceição)

21 de Maio de 2007 >
Guiné 63/74 - P1772: Tabanca Grande (5): Também quero estar ao lado dos que não permitem o virar da página (Artur Conceição, CART 730, 1965/67)

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Guiné 63/74 - P2372: O meu Natal no mato (8): Bissorã, 1964 (João Parreira, CART 730)



Lisboa > Belém > Forte do Bom Sucesso > 10 de Junho de 2006 > 13º Encontro Nacional de Combatentes >O João Parreira, à esquerda, e o Miranda, à direita: dois veteranos dos velhos comandos de Brá. O Miranda, do Grupo Os Panteras, foi instrutor do Parreira, do Grupo Os Fantasmas. O Parreira, voluntário nos Comandos, veio da CART 730/BART 733 (Bissorá, 1964/65).
Foto: © Luís Graça & Camaradas da Guiné (2006). Direitos reservados.


Mensagem do João S. Parreira, ex-Fur Mil da CART 730/BART 733, ex-Comando (Guiné, 1964/66):


Caros Luís, Carlos e Virgínio,

FELIZ NATAL e PRÓSPERO ANO NOVO
extensivos aos vossos familiares
são os sinceros votos do
amigo e ex-camarada de armas
João

Caros Camaradas Editores Luís Graça, Carlos Vinhal e Virgínio Briote,


Sob o tema dos Natais passados na Guiné durante a nossa comissão tenho uma vaga recordação, tal como a de outros camaradas com quem contactei, de que o Natal de 1964, da CART 730, do BART 733 foi passado normalmente no aquartelamento de Bissorã onde não tinhamos nada que celebrar, ou antes, jovens como eramos tinha apenas que agradecer ao Poder Divino o facto de ainda nos encontrarmos vivos.

Por outro lado os nossos chefes, que estavam pomposamente instalados nos seus gabinetes, pouco ou nada se ralavam com a forma como passavamos as épocas natalícias, ou quaisquer outras.

Pensar muito na família nessa quadra natalícia também não ajudava muito pois embora estivessem a sofrer em silêncio com ausência de um dos seus, tentariam por certo gozá-la da melhor maneira.

Dois dias antes tinhamos regressado de uma nomadização de dois dias em que já no regresso e bastante fatigados pois tinhamos percorrido cerca de 40 kms nos encontrávamos com uma escassa energia para chegar ao ponto de irradiação quando sofremos uma emboscada na estrada de Barro que nos causou 3 feridos.

Para mitigar um pouco o clima em que se vivia, principalmente naquela quadra, talvez contribuisse a convivência com as duas inocentes bajudas que por aquela altura apareceram no aquartelamento. O fim do ano de 1964 passou-se igualmente com uma nomadização de dois dias.

Em Bissajar o IN reagiu com fogo ao cerco a uma casa de mato, e na bolanha de Marecunda fomos emboscados.


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Natal – Ano Novo 2007/2008
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Os verdadeiros camaradas são como as estrelas.
Nem sempre as vês, mas estão sempre lá.
Feliz Natal e Próspero Ano Novo

para todos os nossos camaradas e familiares
são os votos do João Parreira

Um abraço.

João Parreira

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Nota dos editores:



(1) Vd. posts de:









domingo, 16 de dezembro de 2007

Guiné 63/74 - P2355: O meu Natal no mato (1): Jumbembem, 1965: Os homens às vezes também choram... (Artur Conceição)

Guiné > Região do Oio > Jumbembem > CART 730 (1965/67) > Natal de 1965 > Uma imagem do presépio, construído pelo Artur Conceição e pelo Manuel Mendes...


Foto: © Artur Conceição (2007). Direitos reservados.


1. Os editores do blogue lançaram, hoje, o seguinte desafio ao pessoal da Tabanca Grande:

Amigos & camaradas:

Aproxima-se uma data que no TO da Guiné nos era muito cara...Vamos lá a puxar da caneta, ou melhor, das teclas do computador e toca a recordar o melhor ou o pior Natal das nossas vidas... Onde é que eu estava na noite de 24 para 25 de Dezembro de 196.., 197.., algures na Guiné ?... Deve haver para aí muitas estórias (natalícias) por contar...

Um Alfa Bravo. Os editores do blogue, Luís Graça, Carlos Vinal, Virgínio Briote

2. Um pouco antes o Luís Graça tinha deixado a seguinte mensagem:

Amigos e camaradas:

Eu sei que a quadra (natalícia) é esquisofrénica... Desde o regresso às aulas da criançada, que somos bombardeados (é o termo!) com a musiquinha (deliquodoce) do Natal...E com a paranóia das compras e dos preparativos da Grande Noite... Eu sei que a quadra (natalícia) não é a mais propícia para a leitura e a escrita... Mas, por favor, não percam os excelentes posts deste fim de semana... Só do Jorge Cabral - o mais famoso Cabral da Guiné, a par do do outro sósia, o Amílcar - temos 2 (duas!) estórias cabralianas... Um verdadeiro acontecimento, para os seus fãs... O Torcato (ou o José, nunca sei) também nos conta mais um estória de Mansambo (uma delícia!)...O VB, por sua vez, conta mais pormenores dos bastidores da Op Ostra Amarga, operação na qual participaram (facto inédito ?) jornalistas estrangeiros, entre eles, uma bela mulher, francesa de seu nome Geneviève Chauvel... O VB, claro, não descansou enquanto não a descobriu algures, no planeta... O Carlos Vinhal trabalhou que se fartou para vos dar o texto e as fotos do Santos Oliveira que, em 1964, apontava - ele mais os bravos do pelotão - os seus morteiros contra o Nino, na Ilha do Como...enquanto o cabrão do alferes do Pel Mort 912 gozava as delícias do sistema em Bissau... Moral da estória: na Guiné, fomos todos iguais, mas há sempre uns mais iguais do que outros...

Na sexta feira também tivemos a boa notícia de que o DVD do filme, da Diana e do Flora (um documentário de 120 minutos, estreado em 2007), vai estar disponível em DVD antes do Natal... Se querem a minha opinião, ponham o DVD no v/ sapatinho... Por fim, o Tigre de Missirá é colocado em Bambadinca, depois da terrível mina que lhe ia tirando o sebo... O livro do novo Soncó (que um dia ainda poderá vir a ser régulo do Cuor, quem sabe) será lançado a 6 de Maro de 2008, e esse podia ser um bom pretexto para a malta se encontrar, ao vivo, e partir mantenhas...

Deixem por mim referir aqui a agradáve surpresa que foi, há uma semana atrás, encontrar no Porto, no bar e espalo de convíbio Contagiarte, os nossos camaradas António Pimental, Álvaro Basto (e esposa), A. Marques Lopes, Xico Allen (e Inês, a sua filha, simpatiquíssima, amorosa)... Os mais resistentes (ou malucos) - eu, o Álvaro, o Pimentel - saímos de lá às 3 e tal da madrugada... O pretexto foi a musiquinha dos Melech Mechaya onded toca violino) o meu filho João... (Para quem não pôde lá ir, aqui fica a página oficial do grupo: há diversos vídeos/clips ao alcance de um clique.... É claro que o grupo é mais divertido ao vivo, passe a publicidade e o elogio).

Espero ainda ter tempo para vos contactar até ao Natal (como habitualmente, irei passá-lo ao Norte, e depois das festas seria bom encontarrmo-nos na Casa da Teresa, em Matosinhos... Que tal a ideia ?).

3. Uma primeira resposta, ao nosso desafio (natalício), veio do Artur Conceição, que é meu vizinho, aqui da Amadora:

Artur Conceição,
ex-soldado de trms,
CART 730 (1965/67),
Bissorã, Farim e Jumbembem (actual Região do Oio)

Meus Caros: Luís Graça, Virgínio Briote e Carlos Vinhal

Estou plenamente de acordo com o Luís Graça quando diz: Eu sei que a quadra (natalícia) é esquizofrénica... E nesse contexto envio em anexo, só para vocês, uma apresentação que contém uma mensagem que traduz mais ou menos o Natal nos nossos dias.

Quero no entanto mandar qualquer coisa sobre o Natal vivido na Guiné em tempo de Guerra.


Os homens também choram...

Muitos dos nós choraram na noite de 24 para 25 de Dezembro algures na Guiné, em Angola, ou em Moçambique e porque não em Cabo Verde, São Tomé ou mesmo Timor? Então e os que cá ficaram, que não sabiam sequer por onde andávamos ?!

Pela minha parte confesso que foram noites de Natal não muito diferentes das outras. Só que hoje quando assisto a euforias materialistas e consumistas, cai em mim uma tristeza que me leva às lágrimas, pensando exactamente nesses Natais.

Quero apenas recordar que o Natal de 1964, passado em Lisboa, terá sido bem mais marcante do que os Natais de 65 e 66 passados na Guiné. O de 65 em Jumbembem e o de 66 passado em Bissau. Isto porque fui mobilizado em Dezembro de 1964 (meados), e fui enviado para o RAL 1, onde o Cap Garcia Leandro fez o favor de me colocar de serviço na noite de Natal e Fim de Ano, como castigo por me ter recusado a trabalhar na Brigada da Pedra.

Para deixar uma ideia do Natal da CART 730 em Jumbembem, no ano de 1965, vou enviar uma foto do Presépio que ali foi construído. Obra da iniciativa do Manuel Mendes (MC) e do Artur, mas em que muitos participaram, incluindo o Cap Amaro Rodrigues Garcia.

Como se depreende, até teria sido um Natal bem divertido não fora a distância, e a ausência dos nossos familiares.

Um grande Abraço

Artur António da Conceição
Av. Gorgel do Amaral, 6 - 1º Drt
Damaia
2720-267 AMADORA
Telef: 214901772/ Telem: 919652342

4. Comentário de L.G.:

Obrigado, Artur, pelo teu contributo. Eentendi/entendemos a tua mensagem. Faremos o nosso melhor para que todos os amigos e camaradas da Guiné, que fazem parte desta Tabanca Grande, se sinta menos sós neste Natal de 2007. Sobretudo aqueles de nós que estão doentes, ou que perderam recentemenete alguém muito querido, a companheira, um amigo ou algum familiar mais próximo. Ou que por outros acontecimentos de vida (reforma, desemprego, acidente, etc.) não se sentem física, psicológica, mental e espiritualmente nas melhores condições para celebrar uma festa que é (ou deveria ser) a da paz, da solidariedade, da família, do amor, da amizade... Artur, ficas à vontade para me telefonar, aqui para Alfragide: 21 471 0736... L.G.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Guiné 63/74 - P2335: A trágica morte do Cap Rui Romero: 10 de Julho de 1966, dia de correio (Artur Conceição)

1. Em meados deste ano, apresentou-se o soldado de Transmissões de Infantaria da CART 730/BART 733, Artur Conceição. Soldado de Transmissões de Infantaria numa Companhia de Artilharia ? Interrogou-se o nosso editor Carlos Vinhal.

Recordemos a resposta do Artur:

Caros Luís Graça e Carlos Vinhal,

Sou o Artur António da Conceição. Estive na Guiné de 65 a 67. O Carlos Vinhal perguntava-me no mail de boas vindas “o que fazia um militar que tinha duas especialidades: ser condutor e ainda exercer a especialidade de transmissões, devia ser complicado.”

Aqui vai a minha resposta: O que fazia um soldado de Transmissões de Infantaria Condutor Auto, numa Companhia de Artilharia, na Guiné nos anos de 65/67?

Fui incorporado no CICA4 em Coimbra em 21 de Outubro de 1963. Em 1963 começava a Guerra na Guiné, em Angola já ia com dois anos e em Moçambique ainda não tinha começado.

Quem nesta fase tinha conhecimentos práticos da guerra que nos esperava ? É nesta época que aparecem umas especialidades meio esquisitas, ou seja, faziam moda sem se pensar na sua utilidade prática.

Eu nunca vi nenhum condutor a conduzir com um AN/PRC-10 às costas!!!...Tal como muitas modas também esta não pegou!!! Mas no 4º turno de 63 e no primeiro de 64, penso que não houve mais, saíram: Transmissões Inf Condutor Auto, Radiotelegrafista Condutor Auto, Ponteneiro Condutor Auto e Auxiliar de Serviço Religioso Condutor Auto.

As duas últimas ainda teriam alguma razão de existir, agora as duas primeiras não me parece que fizessem muito sentido. Deveria ser muito interessante ir a conduzir com uma mão e com uma chave de Morse na outra, ou debaixo de fogo a tremer como varas verdes e a comunicar em Morse. Havia de sair uma coisa jeitosa!...

Na Guiné tanto eu como os restantes Transmissões Condutor Auto fazíamos parte da Secção de Transmissões, que era composta por um Furriel, um 1º Cabo Cripto, dois 1ºs Cabos Radiotelegrafistas, dois 1ºs Cabos Radiotelegrafistas condutor auto, um 1º Cabo de Transmissões, um soldado de Transmissões, e dois soldados de Transmissões condutor auto.

Em termos de funções, fazíamos todos a mesma coisa, inclusive cripto quando era necessário. Como eu era de 1963, e todos os restantes eram de 1964, ainda me calhou em sorte fazer a escala e tomar conta do material. Prémio de especialidade, era só para os radiotelegrafistas.

A minha Companhia chegou à Guiné em Outubro de 64, eu só cheguei em Fevereiro de 65, e fui logo direitinho a Bissorã em coluna militar com os primeiros tiros pelo caminho, entre Mansoa e Bissorã.

Depois de algumas operações com emboscadas e alguns ataques durante dois meses, fomos parar a Jumbembem. Em Jumbembem a estadia não foi muito má em termos de operações com emboscadas ou ataques ao aquartelamento.

Nessa altura a zona Norte era calma, dado que fazia fronteira com o Senegal. Quando em coluna para ir a Farim gastar uns pesos, ou ficar a manter a segurança junto ao rio Lamel, ou ir a Canjambari, utilizava-se um AN/GRC-9 instalado num Unimog com fundo em sacos de areia e paredes de chapas de bidon recheadas de areia; mas o condutor ia no lugar do morto.

Em Agosto de 1966 a minha Companhia regressou com 22 meses de comissão, e até essa data quem tivesse 16 meses de Guiné vinha também embora. Acontece que nesta data chegou directiva no sentido de que quem não tivesse ido de início teria de ficar até completar 24 meses. Como eu era um rapaz cheio de sorte e como ainda tinha pouco tempo de tropa, tive de gramar mais 6 meses.

Fiquei dois meses no QG (Quartel General) onde tinha como tarefa uma vez por dia e cerca das 18 horas, apanhar a Press Lusitana. Todos os dias ouvia sermão do então Capitão Garcia dos Santos (2) porque só apanhava as notícias desportivas e pouco mais.

Eu estava demasiado cansado e depois de 18 meses de mato não era o mais indicado para aquela tarefa, e fui substituído por um fresquinho acabado de chegar de Lisboa.

Os últimos quatro meses fiz serviço na PIDE em Bissau. Nessa altura os postos da PIDE estavam equipados com Emissores/Receptores de capacidade muito superior aos das NT, que eram na altura o AN/GRC-9.

Se acontecesse um ataque numa unidade do mato que precisasse de pedir socorro e o seu rádio não fosse suficiente, recorria ao posto da PIDE para comunicar com Bissau. Era minha missão fazer a ponte para o QG. Nunca aconteceu...

Como tinha de estar oito horas de serviço por dia em sistema de turnos, com uma folga no final, tinha de ter qualquer coisa para entreter. Quando o turno era de dia batia-se à máquina tudo o que era dito pela Rádio Argel e pela Rádio Moscovo, que tinha sido previamente gravado numa fita magnética. Quando era de noite, fazia o meu trabalho e o do operador da PIDE, e ainda dava para passar pelas brasas.

Como era minha intenção não voltar para a mesma actividade que tinha antes do serviço militar, fui-me valorizando profissionalmente, e no fim de quatro meses utilizava bem uma máquina de escrever e uma chave de Morse, porque protegido como estava a mão não me tremia.

Fui convidado para ficar, mas eu agradeci muito e fugi a sete pés. Também não eram esses os meus planos. Em Jumbembem utilizava-se só Fonia, porque para transmitir grafia não se pode tremer, e eu tremia em permanência. O meu amigo Saramago chamava-me o gelatina.
E era mais ou menos isto o que fazia um soldado de Transmissões Condutor Auto.

2. O Artur Conceição esteve num Batalhão que, como muitos outros, passou por Brá numa primeira fase. Dispersou as companhias pela intervenção, até lhe ser atribuída a zona de Farim e distribuiu-as por Farim (sede do Batalhão), Jumbembem e Cuntima (Colina do Norte).
Foi um Batalhão que deixou história, com muito para contar. E o Artur voltou, estes meses depois, a enviar-nos nova mensagem.

Meus Caros Luís Graça, Carlos Vinhal e Virgínio Briote

Se entenderem que o conteúdo possa ter implicações, de ordem afectiva ou outras por parte dos familiares, não incluam no blogue.

Um abraço,
Artur Conceição

Era domingo, dia 10 de Julho de 1966, um dia como tantos outros
por Artur Conceição

Pela manhã realizou-se a habitual ida a Farim para levar o correio com destino à Metrópole. Já se encontrava em Jumbembem a Companhia que iria render a CART 730, e cujo número não me recordo.

O correio com destino à CART 730 havia sido entregue como habitual, dois dias antes, a partir de uma avioneta que largava os sacos, mas como a Companhia de rendição ainda não tinha assentado arraiais, o seu correio tinha ficado em Farim, onde era preciso ir buscá-lo para distribuição.

A Companhia que ia render a CART 730 tinha chegado cerca de uma semana antes e foi recebida sem qualquer euforia, que seria mais do que natural, mas talvez tivesse havido um grande respeito por quem chegava e que tinha ainda 2 anos de Guiné pela frente. Pairava no ambiente um certo desalento face ao comando da Companhia entre os homens que nos iam render.

Eu próprio tive uma situação bem complicada, ao ser advertido por estar a colocar água nas baterias que alimentavam o posto de rádio e que se encontravam ligadas em série e depois em paralelo de modo a garantirem 12 volts no terminal, que era a voltagem a que trabalhavam os AN/GRC-9. No entender de quem me dirigia tal advertência o que deveria ser colocado nas baterias seria petróleo e não água, para não enferrujar as baterias. Pelo que estaria a danificar o material intencionalmente.

Era habitual na distribuição de correio ser feita uma separação prévia por classes. O correio dos Oficiais ia para um lado, o dos Sargentos para o outro e finalmente o das praças era distribuído através de chamada pelo 1º Cabo escriturário ou pelo Sargento dia.

A distribuição do correio ocorria na parada quando, subitamente, se ouviu um disparo. Eu estava de serviço no posto de rádio e, a dois metros do local do disparo, que havia acontecido no gabinete mesmo ao lado.

O Capitão Rui António Nuno Romero tinha sido vítima de acidente mortal com arma de fogo. No chão estavam espalhadas várias cartas e também muitas fotos.

Perante o cenário, a minha reacção foi de fuga. Não me perguntem porquê. Porque ainda hoje não consigo explicar. Como estava de serviço tive de regressar rapidamente ao meu posto para enviar o pedido de evacuação. Foi a única vez que enviei uma mensagem com grau de urgência Zulu.
A foto recorda o momento da evacuação, onde se pode ver uma das nossas enfermeiras páraquedistas, e que, nesse tempo na Guiné, não seriam uma dezena. Foto de Artur Conceição. Direitos reservados.
4. No mesmo dia respondemos:

Artur, Caro Camarada,

Compreende-se o cuidado que pões na tua mensagem. E, no entanto, o facto ocorreu, estavas lá, foste testemunha. Também ouvi falar do caso, embora as minhas memórias já não sejam muito precisas. Que não foi caso único.

Os nossos Camaradas têm estado calados sobre casos idênticos, mas enquanto lá estive, tive conhecimento de um ou outro acidente desse género. Tinha-se-me varrido o caso do Cap Rui Romero e, ao ler a tua mensagem, num instante, veio-me à memória.(...)
Se pertenceste ao BART 733 tens muito para contar. O vosso Batalhão andou por quase toda a Guiné, esteve uns tempos baseado em Brá, com as companhias em intervenção, até renderem o BCAV 490 (o do Como) em Farim, Jumbembem e Cuntima. As minhas memórias estão correctas?
Quanto á publicação do sucedido com o nosso infeliz Camarada Rui Romero e, tal com tem acontecido com tantos outros casos (a guerra também foi feita de casos desses), não vejo impedimento em apresentar um testemunho público. E a família teve certamente conhecimento da forma como ocorreu.
Um abraço, Camarada Artur. Se quiseres tens muito para contar, porque o teu Batalhão foi um actor muito interveniente naqueles tempos.
vb

5. Na volta, responde o Artur Conceição

Caro Camarada V. Briote

Todas as tuas memórias estão correctas. Já lá vai tanto tempo que por vezes até nos interrogamos se terá sido mesmo assim.

O BART 733 havia partido para a Guiné em Outubro de 1964, e era comandado pelo Tenente-Coronel Glória Alves, que já tinha sido meu comandante no RI 11 em Setúbal, tendo sido substituído pelo então Major Carvalho Fernandes e que era o segundo comandante.
Só cheguei à Guiné no dia 17 de Fevereiro de 1965, e nesse mesmo dia fui levado para Brá onde se encontrava a CCS do BART 733.
O Artur com o Capelão que celebrou a missa, em Brá no dia 18 de Abril de 1965, Domingo de Páscoa

Três dias depois 20 de Fevereiro (sábado) passava por cima de Brá a caminho do Hospital um helicóptero que transportava o Baleizão (Manuel Graça Bexiga Troncão, era o seu nome), atingido mortalmente, e mais dois camaradas feridos, pertencentes à CArt 730 que nesse dia andava em intervenção na zona do Olossato.
Dois dias depois, segunda-feira segui em coluna para Bissorã onde se encontrava a minha companhia e que partilhava as instalações locais com uma Companhia do BCAV 645 (*), Águias Negras, comandado pelo Tenente-Coronel Henrique Calado.
No sábado a seguir, quando já tudo se preparava para ir dormir, houve ordem para preparar para uma saída para o mato. Foi toda a noite a andar sem saber muito bem por onde, uma vez fomos enganados pelos guias, e acabámos por envolver ao amanhecer um objectivo que não era o desejado. O João Parreira não achou piada nenhuma...

Fomos esperados no caminho de regresso onde levamos porrada e cerca das duas da manhã foram fazer-nos uma visita a Bissorã. Este ataque a Bissorã aconteceu de Domingo de Carnaval, dia 28 de Fevereiro, para segunda-feira.
Depois de participar em mais algumas operações de risco descontrolei o sistema nervoso e entrei em estado de hipotermia. Quem diria... Com um calor daqueles!...

O Dr. Afonso perante tal situação mandou-me em consulta externa para o Hospital de Bissau. Durante algum tempo estive em Brá onde se encontrava a CCS do Bart 733.
Lembro-me muito bem dos três grupos de Comandos que partilhavam o mesmo refeitório, em horários diferentes, e que ficava do lado direito quando se entrava no aquartelamento. Era um luxo…! Até comíamos em pratos….!
Também me lembro de um protesto dos Comandos por causa da alimentação que pôs tudo em sentido. Já lá estarias nesta altura? Deve ter acontecido em Abril de 1965. De camaradas dos Comandos, só me lembro do Furriel Joaquim Carlos Morais, que namorava uma enfermeira pára-quedista, vitimado numa sexta-feira pela manhã, no dia 7 de Maio de 1965, e do Vila Franca, por ter assistido a um episódio com ele que me deixou incrédulo.
Na consulta externa era assistido por um psiquiatra de seu nome Pimenta, natural de Coimbra, e que foi de facto extraordinário.

Num dia em que tinha consulta, quando cheguei ao Hospital estavam a chegar feridos graves, e um deles necessitava de uma transfusão directa porque os médicos iam ter de lhe cortar uma das pernas. Aceitei o desafio com coragem embora não tivesse sido fácil.
Não sei o seu nome nem o seu posto porque nunca mais voltei a entrar no Hospital, mas sei que era um camarada nosso que estava muito pior do que eu.
Estava na maca quando o Dr Pimenta deu por mim. Deu-me alguma coragem e disse que depois me esperava quando eu saísse do bloco.
Tivemos uma conversa prolongada e ele perguntou-me se eu já me sentia em condições de voltar para o mato sem ter problemas.
Entretanto a CCS já tinha ido para Farim, e em Brá só tinham ficado dois quarteleiros para tomar conta de algum material, e deixaram-me órfão. A CART 730 tinha partido de Bissorã rumo a Jumbembem. As alternativas eram poucas, e nestas condições aceitei ir-me embora.
Dois ou três dias depois enfiaram-me num caixote voador rumo a Farim. Fiquei alguns dias em Farim, e quando pedi alojamento mandaram-me para um grande armazém que nem portas tinha, onde havia umas camas e uns colchões empilhados. Montei uma cama com um colchão em cima, e tentei dormir. Não tinha lençóis, nem manta nem mosquiteiro e durante a noite acordava para matar os percevejos com uma tábua de uma caixa de batatas, antes que me furassem a roupa que tinha vestida.
Quando veio coluna da CART 730 a Farim, lá fui rumo a Jumbembem onde estive durante cerca de 15 meses sem problemas de maior.



Missa celebrada pelo Capelão do 733, no refeitório da CART 730, em Jumbembem

Em Jumbembem em cima de um barracão que serviu de caserna nos primeiros tempos, que ficava logo a seguir ao aquartelamento do lado direito, na estrada que dava para Cuntima. Eu sou o que está de boina e camuflado, do meu lado direito está o Norberto que era do Pelotão de Camjambari e que tinham vindo para Jumbembem por troca de um pelotão da CART 730, para recuperar fôlego. Do meu lado esquerdo está o Cabo cripto Florival Fernandes Pires, natural de Portalegre e que era Sabatista. Mais ao lado o Morais Castela que era natural de Viseu. Na queda o meu grande amigo Guilherme Augusto LEAL Chagas que é natural de Elvas.

Menciono aqui o nome do Major Carvalho Fernandes, e quero deixar a promessa de que um dia falarei deste grande amigo, porque entre os militares do Q.P. também havia homens muito bons, que não podemos nem devemos esquecer.

O dia hoje não está famoso, mas prometo que na próxima contarei coisas mais divertidas.

Um grande abraço,
Artur António da Conceição
__________
Nota de vb: vd posts:

(1) Sobre o Artur Conceição vd. posts.
Guiné 63/74 - P2291: Convívios (36): XII Convívio dos combatentes da Freguesia de Campia, no dia 10 de Novembro de 2007 (Artur Conceição)
Guiné 63/74 - P1989: Homenagem ao António da Silva Batista (Artur Conceição, CART 730, Jumbembem, 1965/67)
Guiné 63/74 - P1824: O Aeroporto de Jumbembem e os ecologistas 'avant la lettre' (Artur Conceição)
Guiné 63/74 - P1772: Tabanca Grande (5): Também quero estar ao lado dos que não permitem o virar da página (Artur Conceição, CART 730, 1965/67)

(2) Tenente coronel na altura do 25 de Abrild e 1974, fez parte, com Otelo Saraiva de Carvalho, do Estdao Maior do MFA (Movimento das Forças Armadas), sendo o responsável pelo plano de transmissões. Hoje é general na reforma. É o presidente da Assembleia Geral da Associação 25 de Abril.
(*) Deve ler-se: "...com a Cart 643, comandada pelo Cap Ricardo Lopes da Silveira, e que pertencia ao BART 645 'Águias Negras'."Agradecemos ao Abreu dos Santos a correcção.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Guiné 63/74 - P2291: Convívios (36): XII Convívio dos combatentes da Freguesia de Campia, no dia 10 de Novembro de 2007 (Artur Conceição)

Artur Conceição
ex-Soldado de Transmissões da
CART 730 (1965/67)
Esteve em Bissorã, Farim e Jumbembem
Região do Oio


Mensagem do camarada Artur Conceição do dia 19 de Novembro

Caro Carlos Vinhal

As minhas desculpas pelo meu atraso, mas tenho andado um pouco ocupado com trabalho.
Quem diria … um reformado a fazer uma afirmação destas.

Acontece que com o fim da DGV e da DGTT e a criação do Instituto da Mobilidade e Transportes Terrestres fui solicitado para dar uma ajuda, nomeadamente em Aplicações Informáticas que foram em tempo por mim desenvolvidas.
São daquelas coisas que passam sempre ao lado de quem tem poder de decisão e que nem lhes passa pela cabeça os problemas que outros vão ter de resolver. Só para teres uma ideia vou ter de alterar mais de 1000 documentos produto de umas dezenas de aplicações, porque têm de sair com o novo logotipo.

Vou mandar-te o texto da notícia que escrevi para o Notícias de Vouzela bem como algumas fotos do nosso convívio.

Vou mandar outro mail com mais fotos e o Estatuto, Heráldica, e Manejo do nosso Guião.

Um grande abraço
Artur Conceição


Foto 1> Monumento aos Combatentes na Freguesia de Campia


Foto 2> No início da cerimónia, o nosso camarada Artur Conceição no uso da palavra. Ao centro, o Capitão Álvaro Dório Correia Tavres, que esteve em Bedanda


Foto 3> Placa invocativa da memória de Adelino das Dores Pereira, morto na Guiné


Foto 4> Placa invocativa da memória de António Marques Pereira, morto em Angola


Foto 5> Em perigos e guerras esforçadas... se vão da lei da morte libertando... Dizia o nosso Camões


Foto 6> O Padre Manuel Henriques da Silva durante a homilia


Foto 7> Romagem ao cemitério, onde foram colocadas 3 coroas de flores


Foto 8> Almoço no Restaurante Casa Duarte "O Sacristão"


Foto 9> Alguns naturais de Campia que estiveram na Guiné

Fotos: © Artur Conceição (2007). Direitos reservados.

Texto enviado para o jornal Notícias de Vouzela

Convívo dos Combatentes da Freguesia de Campia

Realizou-se no dia 10 deste mês o XII Convívio dos Combatentes da Freguesia de Campia que contou com a presença de 52 combatentes muitos deles acompanhados pelos seus familiares e amigos.

Logo a seguir aos aperitivos servidos no local, as cerimónias tiveram início cerca das 10,30 horas, junto ao Monumento dos Combatentes do século XX, que se encontrava rigorosamente decorado graças ao esforço da Junta de Freguesia, da Comissão Organizadora e também de alguns combatentes.
Foram colocadas duas coroas de flores na base do Monumento, sendo uma em homenagem a todos os que tombaram, e uma segunda em homenagem aos que ficaram na retaguarda, pais, avós, irmãos, amigos, em suma, a todos aqueles que viram partir para a guerra o menino da sua mãe.

Durante as intervenções foi mais uma vez salientado o verdadeiro significado histórico do Monumento aos Combatentes, bem como a obrigação que lhes cabe de fazer saber aos vindouros que um grupo de campienses participaram nos conflitos armados do Século XX.

Cerca das 11 horas iniciou-se o desfile encabeçado pelo Guião dos Combatentes em direcção à Igreja Paroquial, onde foi celebrada missa pelo Rev. Padre Manuel, acompanho pelo Rev. Padre António, em memória dos Combatentes de Campia que já não estão entre nós fisicamente. Esta eucaristia é uma dádiva da comissão organizadora, mas verifica-se com alguma tristeza que a maioria dos familiares mais directos não comparece. Talvez porque a tradição já não é o que era.

No final da celebração iniciou-se a romagem ao cemitério onde repousam a maioria dos que partiram, para lhes prestar uma sentida homenagem, sendo também aí colocadas três coroas de flores: Uma na Campa do Adelino das Dores Rodrigues Pereira, morto em combate no dia 5 de Junho de 1968, no tristemente célebre corredor de Guilege, na Guiné, num local onde muitos dos nossos tombaram; outra foi colocada na campa do António Marques Pereira, morto em combate no dia 28 de Julho de 1972 em Angola, e finalmente uma terceira foi colocada na cruz ao fundo do corredor central do cemitério, em homenagem aos restantes.
Depois de ouvida a oração dos combatentes foram encerradas as cerimónias religiosas.

O almoço convívio teve lugar no restaurante O Sacristão e prolongou-se até ao fim da tarde, terminando com o magusto e o bolo do XII convívio.
Durante a tarde houve animação cultural levada a cabo por um grupo de amadores voluntários.

De salientar a divulgação que lhe foi dada pela Imprensa Regional, Notícias de Vouzela, pela Imprensa Diária, Correio da Manhã, e também pela Internet, levando assim bem longe o nome de Campia.

Para assegurar a continuidade deste evento foi nomeado o Senhor Capitão Álvaro Dório Correia Tavares, que irá constituir a Comissão Organizadora do XIII convívio, a acontecer em 2008.