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sábado, 10 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6709: Tabanca Grande (228): António Branco, ex-1.º Cabo Reab Mat da CCAÇ 16, Bachile, 1972/74

1. Mensagem de António Branco*, ex-1.º Cabo Reab Mat da CCAÇ 16, Bachile, 1972/74, com data de 7 de Julho de 2010:

Estimados editores
A vossa permissão para entrar nesta enorme e solidária tabanca

Sou o ex-1.º Cabo Reabastecimento de Material e fiz a minha recruta em Lisboa no antigo RAL1, depois fui fazer a especialidade no Entroncamento na CDMM de onde segui para Sacavém para a EPSM e de seguida mobilizado para a Guiné onde iniciei a minha comissão de serviço em rendição individual no período compreendido entre 5 de Junho de 1972 e 16 de Março de 1974 e foram meus comandantes de companhia o capitão José Mendes Fernandes Martins e o capitão Abílio Dias Afonso

Durante este tempo fui responsável pela arrecadação de armamento e fardamento da CCAÇ 16, sob a orientação do ex-2.º Sargento António Joaquim Guerreiro e fiz ainda uns part times no bar de sargentos e no bar de oficiais.

Agora, só mais umas notas pessoais: Sou natural de Lisboa onde nasci em 24-06-1950 e onde ainda resido.

Estou presentemente reformado após ter passado por um período de três anos desempregado e sem poder exercer a minha actividade na área do sector automóvel que iniciei com quatorze anos.

Na sequência da situação de desempregado, ocupei o tempo disponível melhorando o meu nível de escolaridade completando o ensino secundário e consequentemente entrei no mundo das novas tecnologias.

Foi assim que acedi ao blogue que faz já parte dos meus favoritos e que visito diariamente pois sou fã incondicional de tudo o que diz respeito à Guiné e muito particularmente ao Bachile e à CCAÇ 16.

E foi através desta enorme família residente na tabanca que decorridos 38 anos consegui encontrar lá longe na China o ex-Capitão José Martins, o ex-1.º Cabo Operador Cripto Miranda, o ex-Furriel Bernardino Parreira, o ex-Furriel José Romão e mais recentemente o ex-1.º Cabo Mecânico Auto João Pereira.

Espero enquanto é tempo e com a colaboração de todos vir a encontrar ainda mais camaradas para que possamos tantos anos depois, recordar uma experiência de vida extraordinária com um grupo de pessoas maravilhosas e numa terra que me marcou imenso e que adorei muito em particular o seu povo.

Não me alongo mais, prometendo que pontualmente irei recorrer à minha memória de forma a partilhar com os camaradas a minha experiência no Chão Manjaco de forma a contribuir para tornar o nosso blogue ainda mais rico.

A todos os camaradas, um forte abraço
A. Branco


2. Comentário de CV:

Caro António Branco
Ainda bem que decidiste fazer parte da tertúlia do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. O Luís tomou em ombros a feitura e manutenção deste blogue, mas para isso precisa da colaboração de todos nós, ex-combatentes e amigos da Guiné, que em conjunto farão história, estamos certos.

Queremos que nos mandes as tuas fotos, devidamente legendadas, e as tuas histórias para que as possamos publicar.

Fazer parte de uma Unidade de guineenses foi de certeza uma experiência riquíssima para ti. O teu contacto próximo com os naturais, e o facto de seres de rendição individual, deram-te uma visão diferente da dos militares que fizeram a sua comissão integrados nas suas Unidades formadas na Metrópole.
São essas impressões que queremos nos transmitas.

Recebe o tradicional abraço de boas-vindas que te mando em nome da tertúlia.
CV
__________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 6 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6680: O Nosso Livro de Visitas (92): A. Branco, CCAÇ 16, Bachile, chão manjaco, 1971

Vd. último poste da série de 8 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6696: Tabanca Grande (227): José Ferreira da Silva, ex-Fur Mil Op Esp da CART 1689/BART 1913 (Guiné, 1967/69)

terça-feira, 6 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6680: O Nosso Livro de Visitas (91): A. Branco, CCAÇ 16, Bachile, chão manjaco, 1971

1. Mensagem do nosso camarada José Romão [, foto à esquerda], com data de 30 de Junho último:

Assunto:  Bachile, CCAÇ 16


Amigos e camaradas Magalhães Ribeiro e António Graça Abreu


Aqui vos mando uma mensagem enviada pelo camarada Branco que também prestou serviço militar no Bachile.


Um grande abraço. Romão


2. Mensagem do A. Branco, com data de 29 de Junho passado, para o Zé Romão:

Assunto -  Bachile,  CCAÇ 16

Caro Romão

Acabo de fazer mais uma das minhas habituais visitas ao blogue do Luis Graça e rapidamente me apercebi do texto e das imagens da CCAÇ 16.

Tal como referes, e ao contrário da opinião do António Graça Abreu, o Bachile nessa altura era efectivamente tal qual o descreves e sublinhas com fotos.

A confusão do António Graça Abreu, deve ter a ver com o que eu algures já li,  noutros sítios,  em que o Bachile antes da conclusão da estrada até ao Cacheu não tinha nem por sombras  aquelas condições, até porque a CCAÇ 16 só foi organizada em Fevereiro de 1970,  conforme nota descretiva que a seguir envio.

Esclarecida esta situação, queria-te pedir que me autorizasses a copiar para o meu album pessoal as imagens do quartel e nomeadamente da minha secção, a arrecadação, já que as que eu tenho não têm a mesma qualidade.

Por agora um abraço e vou continuando atento a tudo o que surja referente à nossa companhia e ao Bachile.

A. Branco
____________

Notas sobre a Companhia de Caçadores nº 16, compiladas por José Martins (Vd. poste P4347, de 14 de Maio de 2009)


(i) Subunidade do recrutamento local, foi organizada no CIM de Bolama, em 4 de Fevereiro de 1970;

(ii) À semelhança de outras, da chamada "nova força afriacna", por quadros (oficiais, sargentos e praças especialistas) de origem metropolitana e por praças guineenses, de etnia manjaca;

(iii) Colocada em Teixeira Pinto, em 4 de Março de 1970, destacou dois pelotões para Bachile, passando a estar integrada no dispositivo do BCAV nº 1905, e substituindo a CCAÇ nº 2658, que se encontrava em reforço no sector;

(iv) Em 30 de Abril de 1970, já com o quadro orgânico de pessoal completo,  passa a ser a unidade de quadrícula de Bachile;
(v) Em 28 de Janeiro de 1971 passa a depender do CAOP 1 (com sede em Teixeira Pinto);

(vi) A partir de 1 de Fevereiro de 1973, fica na dependência do o BCAÇ nº 3863 e do BCAÇ nº 4615/73, que assumiram, a seu tempo, a responsabilidade do sector em que aquela subunidade estava integrada;

(vii) Destacou forças para colaborar nos trabalhos de reordenamento de Churobrique;

(viii) Em 26 de Agosto de 1974, desactivou e entregou o quartel de Bachile ao PAIGC, recolhendo a Teixeira Pinto, onde foi extinta a 31 de Agosto desse ano.

(ix) Assumiram o comando desta subunidade, os seguintes oficiais:

Cap Inf Rolando Xavier de Castro Guimarães
Cap Inf Luciano Ferreira Duarte
Cap Mil Inf  José Maria Teixeira de Gouveia
Cap QEO [Quadro Especial de Oficiais] José Mendes Fernandes Martins
Cap Inf Abílio Dias Afonso
Cap Mil Art  Luís Carlos Queiroz da Silva Fonseca
Cap Mil Inf Manuel Lopes Martins

(x) Esta subunidade não tem História da Unidade: existem  apenas alguns registos,  muito incompletos, relativo aos períodos de 1 de Janeiro a 31 de Setembro de 1972 e de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro de 1973 (Vd. Arquivo Histórico Militar, caixa nº 130 – 2ª Divisão/4ª Secção).

3. Comentário de L.G.:

Agradeço ao Romão e ao Branco (bem como ao nosso infatigável colaborador, amigo e camarada José Martins) estas preciosas notas sobre o historial da CCAÇ 16, da qual não temos falado muito no nosso blogue, a não ser mais recentemente.

O Branco, que é nosso leitor regular, fica deste já convidado a integrar a nossa Tabanca Grande, se assim o desejar. Basta-lhe mandar-nos duas imagens, digitalizadas, uma actual e outra do tempo da tropa. Diz-nos também qual foi o teu percurso na tropa, onde moras e, ainda, se quiseres, o que fazes ou fazias na vida activa, além do dia do teu aniversário. Tens aqui um batalhão de gente à tua espera. E que desejarão saber mais coisas sobre Bachile, a CCAÇ 16 e os teus manjacos. Até á volta do correio. (*)
__________

Nota de L.G.:

(*) Vd. último poste desta série > 5 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6674: O Nosso Livro de Visitas (91): Hélio Matias, ex-Alf Mil Cav, comandante do Pel Rec Daimler 805 (Nova Lamego, 1964/66), que conheceu o Triângulo do Boé (José Martins)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Guine 63/74 - P6643: Memória dos lugares (86): Bachile, chão manjacho (José Romão, ex-Fur Mil, CCAÇ 16, 1971/73 / António Graça de Abreu, ex-Alf Mil, CAOP1, 1972/74)

Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Bachilé > CCAÇ 16 (1971/73) > O José Romão junto ao obus 10,5



Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Bachilé > CCAÇ 16 (1971/73) > À caserna do José Romão



Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Bachilé > CCAÇ 16 (1971/73) >Arrecadação de material de guerra



Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Bachilé > CCAÇ 16 (1971/73) >A parada


Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Bachilé > CCAÇ 16 (1971/73) >  Aspecto geral das instalações do aquartelamento


Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Bachilé > CCAÇ 16 > Aspecto geral do aquartelamento

  


Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Bachilé > CCAÇ 16 >  O José Romão (à direita) e o Bernardino Parreira.  Em fundo, lê-se: "Para uma Pátria una e indivisível, a Companhia Manjaca [,CCAÇ 16,] está defendendo o seu chão da cobiça de estranhos, ainda que tenha de derrmar o seu sangue2

Fotos: Jose Romão (2010). Direitos reservados  zecaromao@hotmail.com


1. Mensagem do José Romão (ex-Fur Mil At Inf, CCAÇ 3461/BCAÇ 3863,  Teixeira Pinto, e CCAÇ 16,  Bachile, 1971/73), que  reside actualmente em Vila Real de Santo António (*)

Data - 23 de Junho de 2010

Assunto - Bachile

Uma boa noite para o amigo e Camarada Magalhães Ribeiro

Tenho estado a ver no Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, notícias relacionadas com as zonas onde estive, entre 1971 e 1973 (Teixeira Pinto e Bachile).

Hoje estive a ler uma notícia, escrita pelo camarada António Graça Abreu, relacionada com o Bachile (**) e com a qual eu não estou totalmente de acordo.

Na primeira parte, tirando as casas pintadas de branco, porque não estavam pintadas, o resto está bem.

Na segunda parte é que nada bate certo. Ele diz e passo a transcrever:

António Graça de Abreu (AGA): “O aquartelamento é deplorável. Logo atrás do arame farpado há dezenas e dezenas de bidões cheios de areia rodeando umas tantas tabancas”

Romão (R): Ora isto não é verdade, porque só o aquartelamento é que estava rodeado de duas filas de bidões com areia, porque era a única protecção que tínhamos contra qual ataque inimigo e não tínhamos nenhumas tabancas a rodear o quartel.

AGA: "Depois há telhados em cimento armado cobrindo os tegúrios semi-afundados na terra,  habitados pelos nossos soldados, uns setenta a oitenta. É a protecção possível contra flagelações e bombardeamentos".

R: Os telhados não eram de cimento armado, mas sim de chapas de zinco aparafusadas a umas asnas de ferro e nem sequer estavam semi-afundadas, conforme posso provar nas fotos que envio. Todos os militares dormiam em casernas e não em abrigos porque também não haviam. Cada caserna estava dividida em três partes independentes: Uma para o Alferes, outra para os furriéis e outra para os soldados.

AGA: "E dão uma certa segurança aos homens brancos expatriados na terra dos negros comandados pelo alferes Rocha".

R: Os únicos homens brancos eram os oficiais e os sargentos, porque os soldados eram todos nativos. O alferes Rocha era unicamente comandante do meu pelotão. Quando eu cheguei ao Bachile,  o comandante era o capitão José Martins que depois foi rendido pelo capitão Abílio Dias Afonso.

Já são duas da manhã e por hoje nada mais tenho para escrever.

Um grande abraço para todos os camaradas.

Romão


2. Resposta do António Graça de Abreu, a pedido dos editores: Meu caro Zeca Romão:


Recebi via Magalhães Ribeiro e Luís Graça um comentário a um texto meu, no meu Diário da Guiné que junto em anexo.

Com todo o respeito, pela tua opinião, esclareço:

(i) Fui três ou quatro vezes ao Bachile,  ainda em 1972. Conheces melhor o lugar do que eu.

(ii) Escrevi este texto no início de Julho de 1972. É possível que tenha erros. Eu era periquito, tinha apenas oito dias de Guiné.

(iii) Mas, recordo-me que o aquartelamento estava em construção, em 1972. As fotografias que mandas são de Junho de 1972?  Não serão posteriores?

(iv) A companhia era africana, eu sei. Mas onde viviam as famílias dos militares africanos? O reordenamento, acabado de fazer,  estava vazio. Havia mais tabancas. Quase posso jurar que vi abrigos em cimento armado, como havia alguns em Teixeira Pinto. Quando vos atacavam o aquartelamento, onde é que vocês se abrigavam?

(v) Eu não disse que o Alf Rocha comandava a companhia. Só em caso de ausência do capitão isso eventualmente aconteceu.

(vi) Encontrei o capitão Martins em Macau, em Maio de 2009. Vive lá há dezasseis anos.

Leu o meu Diário da Guiné e gostou do que escrevi sobre o Bachile. (***)

Um abraço, e se quiseres o meu Diário da Guiné, diz, mando-to pelo correio. São 17 euros.

António Graça de Abreu

  ____________

Notas de L.G.:

(*)  Mensagem do José Romão, com data de 18 do corrente:

Amigo e camarada Magalhães Ribeiro: Obrigado por teres colocado a mensagem no Blogue. Por esse motivo, recebi vários contactos, entre eles uma chamada telefónica do Cap Martins, que actualmente reside na China e que esteve comigo na CCaç 16 no Bachile. Foi ele que me deu o contacto telefónico do meu camarada Bernardino Parreira.


Quanto ao convite para aderir ao Batalhão Tabanca Grande, aí vão os meus elementos e as duas fotografias.


José Quintino Travassos Romão
Residente em Vila Real de Santo António
Ex-Furrriel Miliciano
Guiné (Setembro de 1971 / Outubro de 1973).


BCaç 3863, CCaç 3461, em Teixeira Pinto,  e CCaç 16 no Bachile.


Fomos tirar o IAO a Bolama e depois o Batalhão foi para Teixeira Pinto, onde estive pouco tempo, porque fui para a CCaç 16 (Companhia Africana) até ao final da comissão. (...)


Travassos Romão

(**) 23 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6632: Memória dos lugares (79): Bissau, cidadezinha colonial (Parte IV) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)

(***) Vd. postes de:

8 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4483: O mundo é pequeno e o nosso blogue... é grande (11): Macau: A. Graça Abreu com José Martins, ex-Cap CCAÇ 16 (Bachile, 1971)

domingo, 20 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6619: Convívios (256): Encontro/Convívio do BCAÇ 3863 e CCAÇ 16, 1 de Maio de 2010, em Espinho (José Quintino Travassos Romão)

1. O nosso Camarada José Quintino Travassos Romão (ex-Fur Mil At Inf da CCAÇ 3461/BCAÇ 3863), enviou-nos uma mensagem, em 16 de Junho de 2010, dando-nos notícias do último encontro/convívio da sua Companhia e aproveitando esta oportunidade para aderir à nossa tertúlia da Tabanca Grande, enviando-nos as habituais fotos da praxe:

Almoço de Confraternização do BCAÇ 3863 e CCAÇ 16 (Companhia Manjaca do Bachile)

Camaradas,

No passado dia 1 de Maio de 2010 realizou-se, em Espinho, mais um almoço de confraternização do B.Caç. 3863, que prestou serviço na zona de Teixeira Pinto, entre Setembro de 1971 e Novembro de 1973.
Foi rezada uma missa pelos Camaradas falecidos, numa Capela junto ao restaurante, onde se efectuou o almoço: “Casarão do Emigrante”, em Paramos.
Um grande abraço para todos os camaradas,
José Travassos Romão
Fur Mil At Inf da CCAÇ 3461/BCAÇ 3863
__________
Notas de M.R.:

  • Camarada José Romão, em nome do Luís Graça e restantes Camaradas bloguistas desta Tabanca Grande, aqui te apresento os melhores cumprimentos fraternos e os desejos de boas vindas à formatura ao nosso lado neste batalhão virtual, ficando na expectativa, tal como os demais tertulianos, que nos contes algumas das tuas histórias da Guiné.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Guiné 63/74 - P4483: O mundo é pequeno e a nossa Tabanca... é grande (11): Macau: A. Graça Abreu com José Martins, ex-Cap CCAÇ 16 (Bachile, 1971)


China > Macau > Ruínas da Igreja de São Paulo, uma das 27 maravilhas do mundo, de origem portuguesa
Fonte: Wikipédia (2009). Copyleft
1. O nosso Camarada Jorge Picado em 13 de Maio de 2009, enviou o seguinte e-mail ao Luís Graça, sob o título: Reencontro telefónico com o Cmdt. da CCaç. 16:

Luís,

Acabo de falar com o José Martins.

Era de facto o Cap da CCaç 16 e terminou essa comissão uns meses depois de eu ter regressado ao Continente.
É espantoso, pois disse-me que me reconheceu logo que viu a foto no Blogue e daí o ter procurado nas listas o meu contacto telefónico, mas foi parar à Costa Nova.
Falou-me nos nomes da maioria dos Oficiais do CAOP 1.
Possivelmente o Graça de Abreu já não o terá de facto encontrado.
Lê sempre o Blogue. Por isso já sabia do comentário e quando acabou de falar comigo disse que ia tentar ligar para o Abreu.
Também é casado com uma chinesa, médica se percebi bem e vive em Macau.
Era Miliciano e seguiu a carreira, sendo do CPC do Rui Alexandrino que o deve conhecer.

Antes do CPC fez a 1.ª comissão em Angola e depois dessa, na Guiné, voltou a ir outra vez para Angola.

É portanto Tenente Coronel se bem entendi, mas já está reformado, depois de ter ido para Macau onde esteve em algo de Segurança.

Perguntei-lhe se não tinha endereço da Net, com o intuito de o "aliciar" para o Blogue, mas respondeu-me que não está familiarizado com a "máquina".

Talvez o Graça de Abreu consiga saber mais.

Abraço,

Jorge Picado

2. No mesmo dia, Luís Graça respondeu ao Jorge Picado, com o mesmo título: Reencontro telefónico com o Cmdt da CCaç 16:

António,

Aqui tens... a resposta do outro lado do mundo.

Amazing,

Luís

3. Ao que o António Graça de Abreu, em 05 de Junho de 2009, também via e-mail, ripostou ao Luís Graça, Cc ao Jorge Picado, com o título: Encontro com o Cmdt. da CCaç. 16:
Voltei ontem de Macau.
Estive lá com o José Martins, Cap da CCaç 16, no Bachile.
Graças ao blogue fui encontrar em Macau um nosso camarada da Guiné (há 23 anos em Macau!), com mais mil estórias para contar.
O Martins lê o blogue mas creio que não sabe como aderir como “tertuliano”.
Está reformado e comprou agora uma casa na ilha de Hainan, no sul da China, perto do Vietname, e vai para lá passar largas temporadas.
Estive quase 15 dias em Macau e almoçámos e jantámos umas cinco ou seis vezes.
O Martins esteve também na apresentação do meu novo livro, a minha tradução dos Poemas de Han Shan (séc. VIII) no auditório da Livraria Portuguesa, em Macau.
Foi um gosto enorme ter conhecido o José Martins, camarada da Guiné.
Luís, vê as maravilhas que o teu blogue provoca.
Um abraço,
António Graça de Abreu
__________

Notas de M.R.:

Vd. último poste da série em:

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Guiné 63/74 - P4347: Fichas de Unidades (1): A CCAÇ 16 (Teixeira Pinto, Bachile e Churobrique, 1970/74) (José Martins)

Companhia de Caçadores nº 16  

A Companhia de Caçadores nº 16, do recrutamento provincial, foi organizada no Centro de Instrução Militar, em Bolama, em 4 de Fevereiro de 1970.

Resultou, como a maioria das subunidades africanas, não só da “africanização da guerra”, mas também á quase impossibilidade, do recrutamento da metrópole, poder alimentar as necessidades das então províncias.

A guerra não grassava só na Guiné, com uma área semelhante ao actual Alentejo, mas, em Angola e Moçambique, onde se abriam novas frentes de combate, também reclamavam novos reforços.

A subunidade era constituída, à semelhança das outras congéneres, por quadros (Oficiais, sargentos e praças especialistas) metropolitanos que enquadravam tropas naturais. Neste caso de etnia Manjaca.

Na data de formação, não tinha ainda todos os efectivos, mas foi colocada em Teixeira Pinto em 04 de Março de 1970, destacando dois pelotões para Bachile, passando a estar integrada no dispositivo do Batalhão de Caçadores nº 1905, substituindo a Companhia de Caçadores nº 2658, que se encontrava em reforço no sector.

A 30 de Abril de 1970, já com o quadro orgânico de pessoal completo, e deslocada para Bachile, onde assume a responsabilidade daquele sector, então criado, ficando na dependência do batalhão que ali se encontrava.

Passa a depender do CAOP 1 (Comando de Agrupamento Operacional) em 28 de Janeiro de 1971 e, a partir de 01 de Fevereiro de 1973, do Batalhão de Caçadores nº 3863 e do Batalhão de Caçadores nº 4615/73, que assumiram, a seu tempo, a responsabilidade do sector em que aquela subunidade estava integrada.

Destacou forças para colaborar nos trabalhos de reordenamento de Churobrique.

Em 26 de Agosto de 1974, desactivou e entregou o quartel de Bachile ao PAIGC, recolhendo a Teixeira Pinto, onde foi extinta a 31 de Agosto desse ano.

Assumiram o comando desta subunidade, os seguintes oficiais:

  • Capitão de Infantaria Rolando Xavier de Castro Guimarães
  • Capitão de Infantaria Luciano Ferreira Duarte
  • Capitão Miliciano de Infantaria José Maria Teixeira de Gouveia
  • Capitão do Quadro Especial de Oficiais José Mendes Fernandes Martins
  • Capitão de Infantaria Abílio Dias Afonso
  • Capitão Miliciano de Artilharia Luís Carlos Queiroz da Silva Fonseca
  • Capitão Miliciano de Infantaria Manuel Lopes Martins

Esta subunidade não tem História da Unidade. Há apenas registos, considerados muito incompletos, relativo aos períodos de 1 de Janeiro a 31 de Setembro de 1972 e de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro de 1973, que se encontram depositados no Arquivo Histórico Militar, caixa nº 130 – 2ª Divisão/4ª Secção. 

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Guiné 63/74 - P4335: O mundo é pequeno e a nossa Tabanca... é grande (9): Sinofilias (Jorge Picado / António Graça de Abreu)

Guiné> Fortim e Ponte Alferes Nunes entre Teixeira Pinto e Bachile, sobre o Rio Costa (Pelundo). c. 1968/69. Será que esta ponte ainda existia no princípio da década de 1070, no tempo do Jorge Picado, do José Martins e do António Graça de Abreu ?

Foto do nosso camarada Albino Silva, ex-Soldado Maqueiro, CCS/BCAÇ 2845 (
Teixeira Pinto, Jolmete, Olossato, Bissorã,1968/70). Num poste, aqui publicado, em 17 de Novembro de 2007, o Albino diz-nos que a sua " primeira participação em escoltas foi com o pelotão da CCAÇ 2313, aquartelada em Teixeira Pinto, e para o Bachile, com a duração de 7 horas sem problemas" (*). Antes já hava explicado, por que razão fazia serviço noutras subunidades:

" (...) devido à escassez de Enfermeiros, a partir de certa altura da comissão, era a CCS do BCAÇ 2845 que fornecia às outras Companhias, sempre que requisitado, o pessoal do Serviço de Saúde. Havia uma Escala na Enfermaria, mas quase sempre me tocava a mim a alinhar, talvez porque o meu número era baixo ou então por começar na letra A, sei lá".

Foto (e legenda): ©
Albino Silva (2007). Direitos reservados.
1. Mensagem do Jorge Picado, de hoje, às 16h:

Assunto - Reencontro telefónico com o Cmdt da CCaç 16

Luís: Acabo de falar com o José Martins (**). Era de facto o Cap da CCaç 16 [, que esteve em Bachile,] e terminou essa comissão uns meses depois de eu ter regressado ao Continente.

É espantoso, pois disse-me que me reconheceu logo que viu a foto no Blogue e daí o ter procurado nas listas o meu contacto telefónico, mas só foi parar à Costa Nova. Falou-me nos nomes da maioria dos Oficiais do CAOP 1.

Possivelmente o Graça de Abreu já não o terá de facto encontrado.

Lê sempre o Blogue. Por isso já sabia do comentário e, quando acabou de falar comigo, disse que ia tentar ligar para o Abreu.

Também é casado com uma chinesa, médica se percebi bem e vive em Macau.

Era Miliciano e seguiu a carreira, sendo do CPC do Rui Alexandrino que o deve conhecer.

Antes do CPC fez a 1.ª comissão em Angola e, depois dessa na Guiné, voltou a ir outra vez para Angola.

É portanto Ten Cor, se bem entendi, mas já está reformado, depois de ter ido para Macau onde esteve em algo de Segurança.

Perguntei-lhe se não tinha endereço da Net, com o intuito de o "aliciar" para o Blogue, mas respondeu-me que não está familiarizado com a "máquina".

Talvez o Graça de Abreu consiga saber mais.

Abraço
Jorge

2. O António Graça de Abreu deixou, hoje de manhã, o seguinte comentário ao poste P4334 (*):

Caro Luís:

Obrigado pelos mails transversais. Cheguei a Teixeira Pinto em Junho de 1972 e logo depois estive no Bachile. Confirmo completamente, havia lá uma CCaç 16, comandada por um capitão do QP. Creio que já não era esse José Martins, agora na China. O alferes Rocha que no meu Diário ponho a comandar essa companhia, desempenhou as funções na ausência (férias?) do capitão.

Vou para Macau,(apresentação de mais um livro meu,) Hong Kong e Zuhai dia 22 de Maio, regresso a Portugal a 5 de Junho. Depois, com a minha família chinesa e meia chinesa, sigo para Xangai, Pequim e mais China a 3 de Julho e só estarei de volta a Portugal no dia 3 de Setembro. Vai ser um Verão cheio de China.

Gostava de conhecer esse José Martins. Dá-lhe as minhas coordenadas, telf 214671920 ou 933572581, ou reenvia-lhe este mail.

Um forte abraço,

António Graça de Abreu

3. Comentário de L.G.:

Duas palavras breves, para:

(i) Saudar o nosso camarada José Martins, que bons ventos e monções o mantenham bem, de boa saúde, por essa parte do Oriente que há séculos nos fascina;

(ii) Reiterar o convite feito já pelo Jorge Picado para ele se ligar, mais formalmente, ao nosso blogue e à nossa Tabanca Grande (que é já uma rede social com mais de 320 camaradas e amigos da Guiné);

(iii) Desejar ao querido camarada António Graça de Abreu (extensivo à sua família luso-chinesa) um belo périplo pela China, de cuja cultura ele é um reputado estudioso e especialista... (E que, no verão não se esqueça de nós, mandando-nos ao menos umas postais e uns poemas; antes disso, esperamos encontrá-lo, a 20 de Junho, em Monte Real, no nosso IV Encontro);

(iv) Agradecer ao Jorge Picado a gentileza de nos ter contactado, tão célere como gentilmente...

Se esta história tem um mural... ao fundo, ela só pode acabar com esta palavra de ordem: O mundo é pequeno eo nosso blogue... é grande. (O blogue , leia-se: as pessoas que nele escrevem, que o animam, que o comentam, que o lêem, que o criticam, que o divuklgam, que acarinham... Em suma, os nossos camaradas e amigos da Guiné!).
__________

Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 17 de Novembro de 2007 Guiné 63/74 - P2275: Estórias avulsas (11): Saídas frequentes para o mato (Albino Silva)

(**) 13 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4334: O mundo é pequeno e o nosso blogue... é grande (8): Da China, em busca do Jorge Picado (José Martins, CCAÇ 16, Bachile, 1971)

Guiné 63/74 - P4334: O mundo é pequeno e a nossa Tabanca... é grande (8): Da China, em busca do Jorge Picado (José Martins, CCAÇ 16, Bachile, 1971)

1. Mensagem enviada ontem pelo editor L.G. ao Jorge Picado, ex-Cap Mil da CCAÇ 2589/BCAÇ 2885, Mansoa, CART 2732, Mansabá e CAOP 1, Teixeira Pinto:

Acabo de receber, às 15h30, uma chamada da China (!) (*), de um tal Martins, José Martins, que foi Capitão da CCAÇ 16, e que terá estado contigo no Natal de 1971, na Guiné (**)...

Está na China há 5 anos... E queria falar contigo. Pediu-me o teu número de telefone... Fiquei de lhe mandar através de mensagem do telemóvel... Simplesmente não ficou registado o nº dele no meu aparelho... Nabice minha ? Não sei...

Para já preciso que me autorizes a divulgar os teus contactos... Estás a reconhecer este camarada? Não sei se era Cap Mil ou do QP. Não houve tempo para grandes conversas. Também não tenho a certeza de ter ouvido bem o nº da subunidade, mas pareceu-me ser a CCAÇ 16...

Posso pôr uma mensagem no blogue, ao canto superior esquerdo, com os teus contactos, até ele te "apanhar" e contactar... Ele soube de ti através do nosso blogue... Diz-me o que fazer... Luís

PS - Como vês, o nosso blogue é grande... e o mundo é pequeno..

2. Resposta, ensonada, do Jorge de ontem à noite:

Luís:

Não tenho qualquer ideia desse nome, mas isso é normal.

Agora que foi Capitão duma CCaç Africana e tenha estado comigo no Natal de 1971? Isso eu lembrar-me-ia, pois nessa data estava no BU...RAKO de CUTIA e era o único Cap que lá estava.

Nessa data havia 1 Pel da CCaç 15 (Balantas) comigo, além do Pel Caç Nat 61. oO Cap da CCaç 15 nessa data seria já o Cap Inf Luís da Piedade Faria que tinha transitado da CCaç 2588 (BCaç 2885) para substituir o anterior dos Balantas que tinha sido evacuado para o HMP(Lisboa) e era Nascimento.

Este José Martins podia ser outro militar (outra patente) que tivesse estado comigo em CUTIA? Talvez.

Mas agora compreendo um recado que recebi vai para 2 semanas de pessoal que tinha a fazer-me pinturas na casa da Costa Nova. Disseram-me que tinham atendido nessa minha casa um telefonema duma pessoa que queria falar comigo e dizia que estava a falar da China. Evidentemente que julguei ser engano ou brincadeira, até porque na Costa só lá estou no verão.

Mas podes deixar então o telefone + 351 234 321 519 para ver se ele me liga para Ílhavo.

Abraço

3. Segunda mensagem, alvoraçada, do Jorge, com data de hoje:

Luís:

Levantei-me da cama, porque às voltas com a resposta que te enviei antes de me deitar, não me deixava adormecer e finalmente fez-se luz cá no caco.

Respondi trocando o Natal de 71 pelo de 70.

Em 1971 passei o Natal, como disse no Poste, no Bachile na área do CAOP 1 e quem lá estava era a CCaç 16, que provavelmente tinha por Capitão o tal José Martins. Deve ser isso, por que eu não me lembrava se era uma CCaç Continental ou Africana e o camarada José Camara, que está emigrado nos USA desde 1973, é que me disse que no Bachile estava essa CCaç 16.

AB

Jorge

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Notas de L.G.:

(*) Vd. poste anterior desta série O Mundo é pequeno... > 19 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4215: O mundo é pequeno e o nosso blogue... é grande (7): Luís Borrega, visitante um milhão (Luís Borrega)

(**) Vd. poste de 11 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3597: O meu Natal no mato (13): De Cutia (1970) ao CAOP1, em Teixeira Pinto (1971) (Jorge Picado, ex-Cap Mil)

(...) Na segunda época [ 1971,] só me recordo das Festas Natalícias.

A noite da Consoada passei-a, em representação do CAOP 1, no Destacamento do BACHILE, situado um pouco a Norte de TEIXEIRA PINTO na estrada para o CACHEU cujos trabalhos de reabertura e pavimentação decorriam nessa altura um pouco mais a Norte.

Neste aquartelamento estava pelo menos (não tenho a certeza se havia igualmente uma CCaç Africana) uma CCaç cujo Cmdt era o Cap Mil do QC Branco (em 1974, antes do 25ABRIL, vim a reencontrá-lo na minha terra onde veio morar, enquanto esteve colocado no RI de Aveiro onde apanhou a revolução, na qual esteve enquadrado) e que não tenho a certeza se seria a 3461, mas pertencia ao BCaç 3863 que tinha chegado ao Chão Manjaco em 20H30 do dia 24 de Outubro de 1971.

Não resisto a transcrever o que o camarada António Graça Abreu [, na foto à esquerda, em Pequim, c. 1980] que chegou ao CAOP 1 cerca de 5 meses depois de eu o ter deixado, escreveu no seu DIÁRIO DA GUINÉ (***) sobre o BACHILE que visitou ao fim de 6 dias.

“O Bachile, um aquartelamento pequeno rodeado por fileiras duplas de arame farpado. Ao lado um reordenamento, isto é, umas dezenas de casas pintadas de branco com telhados de zinco destinadas aos negros que, vindos das zonas libertadas, se apresentam à tropa portuguesa. As casas não estão habitadas.

"O aquartelamento é deplorável. Logo atrás do arame farpado há dezenas e dezenas de bidões cheios de areia rodeando umas tantas tabancas. Depois há telhados em cimento armado cobrindo os tegúrios semi-afundados na terra habitados pelos nossos soldados, uns setenta a oitenta. É a protecção possível contra flagelações e bombardeamentos. E dão uma certa segurança aos homens brancos expatriados na terra dos negros comandados pelo alferes Rocha, …creio ser uma miniatura exemplar de dezenas e dezenas de aquartelamentos portugueses espalhados pela Guiné... ”.
(...).

(***) Sobre o nosso camarada António Graça Abreu, reputado sinófilo, que viveu na China nos anos 70/80, tendo entre 1977 e 1983 leccionado Língua e Cultura Portuguesa nas Universidades de Pequim e Shanghai, vd. o poste de 29 de Setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3249: Bibliografia de uma guerra (33): Memórias literárias da Guerra Colonial: Na 5ª feira, todos com o nosso António Graça de Abreu