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terça-feira, 21 de maio de 2013

Guiné 63/74 - P11605: Agenda cultural (273): Fafe e a guerra colonial: exposição "Guerra colonial, uma história por contar", que decorreu de 5 a 19 de abril de 2013 - Parte I (Jaime Bonifácio Marques da Silva)




Reprodução do folheto 

Transcrição da última parte do folheto


GUERRA COLONIAL, UMA HISTÒRIA POR CONTAR 

Treze anos de guerra… uma geração de jovens que 
viveram, sofreram e deram as suas vidas na convicção 
de defender a pátria perante um inimigo que pretendia 
retirar-nos as “províncias de além-mar”ccomo parte 
integrante do território português. 

Treze anos que são as sementes para que fosse 
possível “abril e a sua revolução" e seja uma página 
recente da nossa história contemporânea que urge 
presevrvar, manter e divulgar. 

O projeto “Guerra colonial, uma história por contar” é 
o resultado de uma parceria entre a Câmara Municipal 
de Vila Nova de Famalicão, a Associação dos 
Deficientes das Forças Armadas (ADFA) e o Externato 
Infante D. Henrique / Alfacoop de Ruilhe em Braga [que] 
decidiram abrir o “baú da guerra”. 

A ousadia de mexer nas memórias da guerra, umas 
vezes intencionalmente esquecidas, outras 
compulsivamente recalcadas, cedo começou a dar frutos. 
O espaço onde cresceu tornou-se pequeno e a “guerra 
colonial, uma história por contar” concretizou-se numa 
verdadeira “pedagogia da paz”. 

Para que o “baú da guerra” não se voltasse a fechar, 
encerrando com ele memórias, sentimentos e 
testemunhos de uma página recente da nossa história, 
os promotores deste projeto criaram este museu que 
permitirá dar a conhecer o itinerário do combatente 
português, preservar as memórias desta guerra e 
divulgar a todos, especialmete os jovens, o contexto 
da guerra colonial portuguesa de 1960 a 1974.

O diretor científico do Museu da Guerra Colonial 

Dr. José Manuel Lages


1. O meu amigo e conterrâneo Jaime Bonifácio Marques da Silva, natural do Seixal, licenciado em ciências do desporto, professor de educação física reformado, antigo vereador da cultura da Câmara Municipal de Fafe, ex-alf mil paraquedista, BCP 21 (Angola, 1970/72), grande dinamizador de iniciativas ligadas à preservação da memória dos antigos combatentes da guerra colonial (nomeadamente em Fafe e na Lourinhã), mandou-me o folheto informativo da exposição que se realizou em Fafe, no passado mês de abril de 2013, e que marcou o início de um conjunto de iniciativas que aquele município nortenho está a levar a cabo, no âmbito das comemorações dos 50 anos da guerra colonial (*).

A exposição itinerante “Guerra Colonial, uma história por contar”, da responsabilidade do Museu da  Guerra Colonial, de Vila Nova de Famalicão,  foi destinada ao público em geral e aos professores e alunos da região, em particular.

Num próximo poste mostraremos, em imagens, as 12 secções(ou paineis temáticos), sob as quais estava organizada esta exposição, de inegável valia didática e pedagógica. Outras iniciativas estão já na forja como me informou o meu amigo Jaime:

"Quanto a Fafe: O coronel [Matos Gomes] esteve cá e fizemos a primeira exposição.  Depois das eleições autárquicas voltamos ao tema com a realização de um curso de História Local dedicado à Guerra Colonial Vou enviar-te o desdobrável da exposição (...)". (**)

Em resposta transmite-lhe a minha opinião e convidei-o, mais uma vez, a integrar a nossa Tabanca Grande:

(...)"É um excelente exemplo do que se pode fazer, em muitas das nossas terras, para que a guerra colonial não seja rapidamente esquecida por nós e completamente ignorada pelas novas gerações, O poste vai em teu nome (e está na altura de aceitares o meu convite para integrares, de pleno direito, a nossa Tabanca Grande: já fizeste mais pela Guiné e pelo nosso dever de memória do que muitos dos que lá estiveram e que estão aqui inscritos...)".

Recorde-se a notável e original exposição que o Jaime organizou, em 2009,  na sua terra natal, Seixal, Lourinhã, evocativa da participação de todos os seixalenses (cerca de 4 dezenas) na guerra colonial, entre 1961 e 1974. (LG)

quarta-feira, 9 de novembro de 2005

Guiné 63/74 - P262: Efemérides: Homenagem de Fafe aos seus 37 combatentes, mortos na guerra do ultramar (Américo Marques)

Guiné > Gabu > Cansissé > 3ª CART do BART 6523 > Junho de 1974 >

A guerra acabou! Os soldados do destacamento de Cansissé, entre Bafatá e Nova Lamego, junto ao Rio Corubal, confraternizam com guerrilheiros do PAIGC e com a população local (fulas e mandingas)... Era o fim de mais de 11 anos de pesadelo.

© Américo Marques (2005)


Texto do Américo Marques (ex-soldado de transmissões da 3ª CART do BART 6523, Cansissé, na região do Gabu, entre Junho de 1973 / Setembro de 1974)

Caro Camarada Luis,

No passado sábado, estive em Fafe a assistir à cerimónia de apresentação de um monumento em bronze, representando um combatente da guerra do ultramar, com o equipamento a rigor e com a expressão (bem conseguida pela escultora) de grande concentração e talvez de sofrimento.

No momento solene, houve o lembrar dos mortos em combate: 37 no concelho de Fafe, nas três frenbtes (Angola, Guiné e Moçambique). E foram nomeados um por um. Tenho a dizer-te que os meus olhos naquele momento ficaram bastante molhados!

Aconselho a ir ver o nonumento, localizado na Av. Brasil.

Na cerimónia esteve um representante do Ministério da Defesa e muitos ex-combatentes, incluindo um meu irmão que esteve na Guiné 1961/63 (corneteiro), nas localidades de S. Domingos e Teixeira Pinto. Fez a a viagem no “Ana Mafalda”. Este é um o avô dos veteranos.

Um abraço para todos,
Américo Marques.

Nota de L.G.:

(i) Obrigado, Américo, em nome da nossa tertúlia. Julgo que, por detrás desta iniciativa do município de Fafe, está também o meu amigo Jaime Marques da Silva Bonifácio, professor de educação física, antigo vereador do desporto e cultura, natural da Lourinhã, ex-alferes miliciano paraquedista em Angola por volta de 1969/71;

(ii) Já agora diz-me quantos soldados de Fafe morreram na Guiné...