Lourinhã > Ribamar > Porto Dinheiro > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > O Jaime e a Dina, ambos professores, já então reformados, e dividindo o seu tempo entre a Lourinhã e Fafe. Ela era de Fafe, ele, do Seixal, Lourinhã. Em Fafe o Jaime Silva foi autarca, tendo tido o pelouro da cultura e desporto no respetivo município. O casal vivia nos últimos anos no Seixal, Lourinhã. E, apesar da doença que a afetava, a Dina ainda acompanhava o marido e convivia com os amigos, até 2019. Sempre impecavelmente cuidada, resguardada e protegida pelo seu "anjo da guarda".
Foto (e legenda): © Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Lourinhã > Praia da Areia Branca > 7 de julho de 2018 > Dina e Jaime
Foto (e legenda): © Luís Graça (2018). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Foto (e legenda): © Luís Graça (2019). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. A Dina acaba de morrer esta noite. De seu nome completo, Maria Aldina Gonçalves de Oliveira Marques da Silva, nascida em 24 de fevereiro de 1946, em Fafe. Há dois anos e tal, desde o início da pandemia de Covid-19, que estava internada, no Lar Vida Maior, na Maceira, união das freguesias de A-dos-Cunhados e Maceira, Torres Vedras, Sofria, há mais de dez anos, de uma doença crónica degenerativa, a doença de Alzheimer (perda progressiva da função mental, caracterizada pela degeneração do tecido do cérebro).
Gracias a la vida, Jaime…
Gracias a la vida que te ha dado tanto…
Deu-te uma família, tão linda e querida,
E de quem bem cuidas, com enlevo e encanto,
Mesmo que, por vezes, de alma sofrida.
... Gracias a la vida que te ha dado tanto!
Gracias a la vida que te ha dado tanto…
Das boas e más memórias da infância,
Mais do seminário, da guerra... e nem santo,
Nem herói te fez a tua circunstância.
...Gracias a la vida que te ha dado tanto!
Como é bom chegares à idade serena
Em que todo o sonho não é pesadelo,
Tudo afinal ainda vale a pena.
E como é bom, Jaime, ouvires este canto,
Sentindo este verso como vero e belo:
Gracias a la vida que te ha dado tanto!
Tabanca do Atira-te ao Mar, Porto das Barcas, Lourinhã,
1. A Dina acaba de morrer esta noite. De seu nome completo, Maria Aldina Gonçalves de Oliveira Marques da Silva, nascida em 24 de fevereiro de 1946, em Fafe. Há dois anos e tal, desde o início da pandemia de Covid-19, que estava internada, no Lar Vida Maior, na Maceira, união das freguesias de A-dos-Cunhados e Maceira, Torres Vedras, Sofria, há mais de dez anos, de uma doença crónica degenerativa, a doença de Alzheimer (perda progressiva da função mental, caracterizada pela degeneração do tecido do cérebro).
O corpo seguiu hoje para a sua terra natal, Fafe, Depois do velório, será celebrada amanhã, dia 7, missa de corpo presente às 12 horas, na Igreja Matriz de Fafe. Os seus restos mortais ficarão sepultados no cemitério local.
2. “A balada do amor” foi uma gracinha do Luís Graça, uma pequena homenagem à Dina e ao Jaime, em dia de festa de 72º aniversário da Dina, em 24 de fevereiro de 2018, celebrada no Restaurante Braga, Vimeiro, Lourinhã,,,
1.
Deixa viúvo o nosso amigo, conterrâneo e camarada Jaime Silva, ex-alf mil paraquedista, BCP 21 (Angola, 1970/72), membro da nossa Tabanca Grande e da Tabanca do Atira-te ao Mar (... e Não Tenhas Medo) (com sede em Porto das Barcas, Atalaia, Lourinhã).
Tinha 76 anos. O Jaime foi um herói e um santo, e um exemplo para todos nós, cuidando dela de modo inexcedível, ao longo de mais de uma dezena de anos. Ela era de Fafe, professora do ensino secundário, depois de ter leccionado antes na Lourinhã, como professora do ensino primário nos primeiros anos da década de 1970. O Jaime viveu em Fafe durante cerca de 4 décadas, fez lá sua vida, como professor de educação física, e foi autarca com o pelouro do desporto e cultura. O casal tem dois filhos, ambos doutorados, e um neto.
Vou dar ao Jaime, que eu tratao como mano, um abraço solidário na dor, que espero seja partilhado pelos membros do blogue onde ele tem bons camaradas e amigos. Chegou ao fim o sofrimento da família. É altura agora de fazer o luto e guardar, para a posteridade, as melhores memórias de uma vida, cheia de alegrias mas também de tristezas. E deixo aqui, no blogue dos amigos e camaradas da Guiné, dois textos dedicados a ambos, um escrito há quatro anos por oacasião do 72º aniversário da Dina, e outro mais recente (e inédito), um poema escrito para ser cantado, com a música da chilena Violeta Parra, por ocasião do 76º aniversário do Jaime, em 17/7/2022.
Tinha 76 anos. O Jaime foi um herói e um santo, e um exemplo para todos nós, cuidando dela de modo inexcedível, ao longo de mais de uma dezena de anos. Ela era de Fafe, professora do ensino secundário, depois de ter leccionado antes na Lourinhã, como professora do ensino primário nos primeiros anos da década de 1970. O Jaime viveu em Fafe durante cerca de 4 décadas, fez lá sua vida, como professor de educação física, e foi autarca com o pelouro do desporto e cultura. O casal tem dois filhos, ambos doutorados, e um neto.
Vou dar ao Jaime, que eu tratao como mano, um abraço solidário na dor, que espero seja partilhado pelos membros do blogue onde ele tem bons camaradas e amigos. Chegou ao fim o sofrimento da família. É altura agora de fazer o luto e guardar, para a posteridade, as melhores memórias de uma vida, cheia de alegrias mas também de tristezas. E deixo aqui, no blogue dos amigos e camaradas da Guiné, dois textos dedicados a ambos, um escrito há quatro anos por oacasião do 72º aniversário da Dina, e outro mais recente (e inédito), um poema escrito para ser cantado, com a música da chilena Violeta Parra, por ocasião do 76º aniversário do Jaime, em 17/7/2022.
2. “A balada do amor” foi uma gracinha do Luís Graça, uma pequena homenagem à Dina e ao Jaime, em dia de festa de 72º aniversário da Dina, em 24 de fevereiro de 2018, celebrada no Restaurante Braga, Vimeiro, Lourinhã,,,
"Porque recordar é preciso, é viver duas vezes!", disse eu nesse dia. E lembrei, perante os presentes (dezenas de familiares e amigos), o seguinte:
(...) "Conheço o Jaime há mais tempo do que a Dina, mas conheci a Dina primeiro que o Jaime, pelo mero acaso das circunstâncias: eu tinha vindo da guerra da Guiné, um ano antes, em março de 1971; o Jaime acabou a sua comissão de serviço militar em 1972 mas ficou em Angola até 1974; a Dina viera trabalhar para a Lourinhã e cá acabou por deixar o seu coração . (...)
(...) A verdade é que, um belo dia, roubou-nos o Jaime e levou-o para Fafe… Felizmente, para nós, seus familiares e seus amigos quase quatro décadas depois, ela devolveu a "encomenda" (o Jaime, claro, inteiros e mais ou menos bem conservado) à sua origem, à sua terra natal. Mas para que não se perdesse, pelo caminho, acompanhou-o e por cá, pelo Seixal da Lourinhã, tem ficado…
(...) São dois grandes amigos, nossos, meus e da Alice, as duas são nortenhas, e nós dois sulistas… (com u). E tem sido um privilégio conviver agora mais, com eles, nestes últimos anos.
Permitam-me, pois, estas liberdades poéticas que resultam da cumplicidade da amizade, e têm o propósito de homenagear, de maneira singela, neste dia, dois grandes seres humanos, numa fase da vida deles, em que mais do que nunca precisam dos nossos miminhos e carinhos.
Pessoalmente fico muito feliz por ver aqui a sua grande família, toda junta, a nortenha e a sulista, a de Fafe e da Lourinhã, Irmãos, cunhados, filhos, genro e nora, sobrinhos, sem esquecer o ai-Jesus que agora é neto, o rei David, e todos os demais amigos do peito.
Aqui vai a melhor prenda que eu lhes posso dar, a eles e a todos vós, e que são os meus versinhos (...) Neles vão todo o meu afeto, a minha amizade e o meu apreço por este casal de professores, cuja vida foi (e é) uma grande lição de grandeza humana, generosidade e amor. (...)
(...) "Conheço o Jaime há mais tempo do que a Dina, mas conheci a Dina primeiro que o Jaime, pelo mero acaso das circunstâncias: eu tinha vindo da guerra da Guiné, um ano antes, em março de 1971; o Jaime acabou a sua comissão de serviço militar em 1972 mas ficou em Angola até 1974; a Dina viera trabalhar para a Lourinhã e cá acabou por deixar o seu coração . (...)
(...) A verdade é que, um belo dia, roubou-nos o Jaime e levou-o para Fafe… Felizmente, para nós, seus familiares e seus amigos quase quatro décadas depois, ela devolveu a "encomenda" (o Jaime, claro, inteiros e mais ou menos bem conservado) à sua origem, à sua terra natal. Mas para que não se perdesse, pelo caminho, acompanhou-o e por cá, pelo Seixal da Lourinhã, tem ficado…
(...) São dois grandes amigos, nossos, meus e da Alice, as duas são nortenhas, e nós dois sulistas… (com u). E tem sido um privilégio conviver agora mais, com eles, nestes últimos anos.
Permitam-me, pois, estas liberdades poéticas que resultam da cumplicidade da amizade, e têm o propósito de homenagear, de maneira singela, neste dia, dois grandes seres humanos, numa fase da vida deles, em que mais do que nunca precisam dos nossos miminhos e carinhos.
Pessoalmente fico muito feliz por ver aqui a sua grande família, toda junta, a nortenha e a sulista, a de Fafe e da Lourinhã, Irmãos, cunhados, filhos, genro e nora, sobrinhos, sem esquecer o ai-Jesus que agora é neto, o rei David, e todos os demais amigos do peito.
Aqui vai a melhor prenda que eu lhes posso dar, a eles e a todos vós, e que são os meus versinhos (...) Neles vão todo o meu afeto, a minha amizade e o meu apreço por este casal de professores, cuja vida foi (e é) uma grande lição de grandeza humana, generosidade e amor. (...)
Não se assustem, são apenas 12 quadras, de sete sílabas métricas, 48 versos, que o tempo e a inspiração não deram para mais…
Balada do amor: para a Dina & o Jaime
Balada do amor: para a Dina & o Jaime
1.
Hoje há festa no Vimeiro,
Faz anos a nossa Dina,
E o Jaime é o primeiro
A saudar sua … menina.
2.
Faz anos a nossa Dina,
E o Jaime é o primeiro
A saudar sua … menina.
2.
A saudar sua menina,
Que de Fafe é cidadã,
E que, lesta e ladina,
Veio cedo p’ra… Lourinhã.
3.
Que de Fafe é cidadã,
E que, lesta e ladina,
Veio cedo p’ra… Lourinhã.
3.
Veio cedo p’ra Lourinhã,
Terra de mouro encantado,
E sem ter um grande afã,
Encontrou um bravo… soldado.
4.
Terra de mouro encantado,
E sem ter um grande afã,
Encontrou um bravo… soldado.
4.
Encontrou um bravo soldado
Que lá da guerra voltava
E que logo foi emboscado,
Quando as feridas… sarava.
5.
Que lá da guerra voltava
E que logo foi emboscado,
Quando as feridas… sarava.
5.
Quando as feridas sarava,
Mais da alma que do corpo,
Logo a Dina lhe ensinava
Que o amor é um… heliporto.
6.
Mais da alma que do corpo,
Logo a Dina lhe ensinava
Que o amor é um… heliporto.
6.
Que o amor é um heliporto,
Em Fafe, terra afamada,
Onde há cultura e desporto,
… “Mas só volto mulher… casada!”
7.
Em Fafe, terra afamada,
Onde há cultura e desporto,
… “Mas só volto mulher… casada!”
7.
“Mas só volto mulher casada,
Com a bênção dos meus pais,
Trata lá da papelada,
Que eu tenho pressa… demais”!
8.
Com a bênção dos meus pais,
Trata lá da papelada,
Que eu tenho pressa… demais”!
8.
Que eu tenho pressa demais,
Ó meu querido paraquedista,
E até escrevo p’rós jornais,
Que és bom rapaz e… sulista.
9.
Ó meu querido paraquedista,
E até escrevo p’rós jornais,
Que és bom rapaz e… sulista.
9.
Que és bom rapaz e sulista,
E melhor apessoado,
Cuidado, cortam-te a crista,
Se fores mal… comportado.
10.
E melhor apessoado,
Cuidado, cortam-te a crista,
Se fores mal… comportado.
10.
Se fores mal comportado,
Lá na festa de Antime,
Nunca s’rás avô babado,
De um neto como o … David.
11.
Lá na festa de Antime,
Nunca s’rás avô babado,
De um neto como o … David.
11.
De um neto como o David,
Que há de ser um campeão,
Já veste calções e bibe,
É do amor uma lição.
12.
Que há de ser um campeão,
Já veste calções e bibe,
É do amor uma lição.
12.
É do amor uma lição,
Este par Dina & Jaime,
Parabéns, chicoração,
E eu acabo… “just in time”!
Luís Graça
Lourinhã, Vimeiro, restaurante Braga, 24 de fevereiro de 2018.
Este par Dina & Jaime,
Parabéns, chicoração,
E eu acabo… “just in time”!
Luís Graça
Lourinhã, Vimeiro, restaurante Braga, 24 de fevereiro de 2018.
3. Homenagem ao Jaime, por ocasião do seu 76º aniversário natalício (17 de julho de 2022)
Gracias a la vida que te ha dado tanto…
Deu-te uma família, tão linda e querida,
E de quem bem cuidas, com enlevo e encanto,
Mesmo que, por vezes, de alma sofrida.
... Gracias a la vida que te ha dado tanto!
Gracias a la vida que te ha dado tanto…
Das boas e más memórias da infância,
Mais do seminário, da guerra... e nem santo,
Nem herói te fez a tua circunstância.
...Gracias a la vida que te ha dado tanto!
Como é bom chegares à idade serena
Em que todo o sonho não é pesadelo,
Tudo afinal ainda vale a pena.
E como é bom, Jaime, ouvires este canto,
Sentindo este verso como vero e belo:
Gracias a la vida que te ha dado tanto!
Tabanca do Atira-te ao Mar, Porto das Barcas, Lourinhã,
em data a anunciar (a surpresa, por parte dos amigos, sendo a ideia inicial da sua filha Sofia, estava prevista para o dia 24 de julho de 2022, um semana depois da festinha em família, mas o aniversariante ficou de cama com a Covid-19, e a filha partiu para o Norte com o rei David...)
Letra: Luís Graça / Joaquim Pinto Carvalho / Rogério Ferreira
Música: Adaptada, com a devida vénia, da canção Gracias a la vida (1966), da chilena Violeta Parra (1917-1967)
Voz: Rogério Ferreira / Acompanhamento à viola: Joaquim Pinto Carvalho e Rogério Ferreira
Nota do editor:
Último poste da série > 5 de agosto de 2022 > Guiné 61/74 - P22496: In Memoriam (442): ex-alf mil médico Francisco Pinho da Costa (1937-2022), CCS/BCAÇ 1888 (Fá Mandinga e Bambadinca, 1966/68); oftalmologista, tinha 85 anos, vivia em São João da Madeira
Letra: Luís Graça / Joaquim Pinto Carvalho / Rogério Ferreira
Música: Adaptada, com a devida vénia, da canção Gracias a la vida (1966), da chilena Violeta Parra (1917-1967)
Voz: Rogério Ferreira / Acompanhamento à viola: Joaquim Pinto Carvalho e Rogério Ferreira
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Nota do editor:
Último poste da série > 5 de agosto de 2022 > Guiné 61/74 - P22496: In Memoriam (442): ex-alf mil médico Francisco Pinho da Costa (1937-2022), CCS/BCAÇ 1888 (Fá Mandinga e Bambadinca, 1966/68); oftalmologista, tinha 85 anos, vivia em São João da Madeira