Mostrar mensagens com a etiqueta Loures. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Loures. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Guiné 61/74 - P18570: Efemérides (278): Cerimónia levada a efeito no dia 12 de Novembro de 2017, pela Câmara Municipal de Loures e Núcleo de Loures da Liga dos Combatentes, junto ao Monumento aos Mortos da Grande Guerra (José Martins)




1. Com atraso considerável, mas para memória futura, aqui fica a notícia da cerimónia levada a efeito no dia 12 de Novembro do ano transacto, pela Câmara Municipal de Loures e Núcleo de Loures da Liga dos Combatentes, junto ao Monumento aos Mortos da Grande Guerra, enviada pelo nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), nesse mesmo dia.


Com um abraço
No dia 12 de Novembro, a Câmara Municipal de Loures e o Núcleo de Loures da Liga dos Combatentes, levaram a efeito uma cerimónia junto ao Monumento aos Mortos da Grande Guerra.
A cerimónia teve a presença do Presidente da Câmara Municipal e Presidentes de Juntas de Freguesia; representante da Assembleia Municipal, Comandante do Regimento de Transportes, representante dos Bombeiros Voluntários de Loures, Direcção do Núcleo de Loures da Liga dos Combatentes, a que se associaram alguns Lourenses.
As honras militares foram prestadas por uma secção do Regimento de Transportes e os toque da ordenança, pelos clarins da secção de Bandas e Fanfarras do Exército.
Usaram da palavra o Presidente do Núcleo, um combatente e o Presidente da Câmara.
Seguiu-se a homenagem com colocação de coroas de flores junto do Monumento.

José Martins

____________

Nota do editor

Último poste da série de 25 de abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18563: Efemérides (277): Homenagem a minha mãe, Georgina Araújo (1928-2015) e ao 25 de Abril (Jorge Araújo)

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Guiné 61/74 - P18334: (De)Caras (105): Onde fica a Rua António da Silva Capela?... Fica em Lousa, Loures... Quem foi? Um herói limiano, esquecido na sua terra natal, Ponte de Lima (Mário Leitão / Adelino Silva)



Localização da Rua António da Silva Capela, Lousa, Loures. Fonte: © Google (2018)  (com a devida vénia...)

Freguesia: Lousa
Concelho: Loures
Distrito: Lisboa
GPS: 38.867017, -9.213068


1.  Como chegar à Rua António da Silva Capela, em Lousa, Loures?  O portal Moovitapp dá-te uma ajuda...

E sabes quem foi o António da Silva Capela? Não sabes, como ninguém sabe... tanto em Loures (onde está sepultado) como em Ponte de Lima (onde nasceu)... Ninguém sabe, nem está sequer interessado em saber... Para ter nome de rua, é alguém que já morreu...

É verdade, é alguém que já morreu. Um jovem minhoto, que morreu em combate, numa guerra já esquecida, e que ninguém quer lembrar: guerra do ultramar, para uns, guerra colonial, para outros... Em suma, um camarada nosso cuja memória temos a obrigação de honrar...

Foi homenageado em 1971, dois anos depois da sua morte, com um nome de rua no município onde foi sepultado (e onde deveria residir ao tempo em que fora chamado a prestar o serviço militar obrigatório)... Era então presidente da câmara municipal de Loures (1970-1974) um tal Luís Filipe da Cunha de Noronha Demony (nascido em Moçambique, em 1928)... Estávamos no "tempo do fascismo", dirão alguns... 

Hoje já ninguém se lembra dessa simples homenagem do município de Loures ao soldado limiano... Felizmente, há quem se recuse em deixar este nosso camarada, morto em combate na Guiné, no setor de Bula, em 18 de outubro de 1969, ficar "sepultado na vala comum do esquecimento"... Conterrâneos seus como Mário Leitão, nosso grã-tabanqueiro, ou o jornalista Adelino da Silva, fazem questão de resgatar a sua memória.

Sobre o herói limiano António da Silva Capela (Cabaços,. Ponte de Lima), escreveu o  nosso Mário Leitão:

(...) "Soldado Atirador 72441868. Este jovem deixou-nos algumas das mais lancinantes e emotivas imagens que se conhecem de toda a filmografia da Guerra do Ultramar, divulgadas pelo Institut National de l’Audiovisuel francês (...) Trata-se de um filme chocante sobre a agonia de António Capela, nascido em Cabaços no dia 25 de Outubro de 1947 e recenseado em Loures, onde está sepultado no Cemitério da Lousa. Foi mobilizado para a Guiné pelo Regimento de Cavalaria 7, extinto em 1975, como membro da Companhia de Cavalaria 2487, pertencente ao Batalhão de Cavalaria 2868, que embarcou no dia 23/02/1969 e regressou a 30/12/1970. Era filho de Gabriel dos Santos Capela e de Rosa Araújo da Silva." (...)


Adelino da Silva, por sua vez, escreveu, em 18 de julho de 2016, no portal "Vale Mais" um vibrante e brilhante artigo de opinião ("As lavadeiras do rio Lima e a guerra colonial") que merece ser conhecido dos amigos e camaradas da Guiné que aqui se sentam sob o poilão da Tabanca Grande.


2.  AS LAVADEIRAS DO RIO LIMA E A GUERRA COLONIAL

Opinião > Adelino Silva > Jornal Vale Mais, 18 Julho, 2016

[Texto e foto: reproduzidos com a devida vénia, ao autor e ao editor]

Estávamos em 18 de outubro de 1969, era um sábado de outono, morno e soalheiro. Vivíamos no “Portugal Maior” — assim batizado por Norton de Matos, o nosso General —, aquele Portugal, real e utópico, cujos territórios se estendiam do Minho a Timor.

Na Guiné-Bissau — uma das parcelas desse “Portugal Maior” —, os jovens soldados portugueses combatiam, há alguns anos, contra uma guerrilha “invisível”, mas vivamente determinada em derrotar o exército colonial, com emboscadas ferozes e minas insidiosas.

Em Ponte de Lima, na centenária vila, as mães desses soldados — as airosas e risonhas “lavadeiras do Lima” —, engalanavam o pitoresco areal, ainda doirado e luminoso, com fulgentes estendais, em cenário policromático matizado por incontáveis peças de roupa.

Na Guiné, nas rústicas tabancas, circundadas por verdes matas gementes, as mães dos guerrilheiros pilavam arroz e milho, de forma ritmada e vagarosa, em mais um dia longo e sonolento.

Perto de Bula, nos bosques viridentes e adversos, um jovem limiano de Cabaços (António da Silva Capela), integrava como soldado atirador, uma patrulha da “Operação Ostra Amarga” (*), precisamente aquela que Spínola — o enigmático comandante-chefe —, escolheu, como palco improvisado, para promover mais um episódio de propaganda inútil, levando, para os “trilhos da morte”, uma equipa de repórteres franceses, ao serviço da rádio e da televisão ORTF e da revista Paris-Match.

“Ostra Amarga” viria a tornar-se, nesse dia, num doloroso e gélido malogro para as nossas tropas e num invulgar batismo de guerra para os jornalistas franceses.

Em “direto”, a cores e debaixo de “fogo cerrado”, aquela equipa de ousados repórteres registou, em película, num longo travelling dantesco, o clímax dramático e apocalítico, tingido de rostos de dor, horror e tragédia, de uma das operações de combate mais desumanas, alguma vez filmada nas frentes da guerra colonial e que viria a ser fatal para o jovem limiano.

As imagens ácidas, cortantes e pungentes, resultantes de mais uma emboscada impiedosa, correram mundo; a televisão francesa emitiu-as em 11/11/1969; e a revista “Paris Match” publicou, em 15/11/1969, uma reportagem, sob o título, “Guiné: a estranha guerra dos Portugueses”.
UM POVO QUE LAVA NO RIO E A ESTRANHA GUERRA DA GUINÉ

Mas, para mostrar o contraste, entre essa “estranha guerra dos Portugueses” (a cores) e o “Portugal real” (a “preto e branco”), o realizador francês, um génio criativo sabedor da força da tessitura da cor e do poema “povo que lavas no rio”, de Pedro Homem de Mello (PHM), inseriu, no meio do caos cénico, alguns fotogramas pincelados de beleza extrema, onde brota o gracioso areal limiano, esmaltado por infindas peças de roupa a flutuar ao vento, em suaves bailados coreográficos, e vigiadas, com denodo, por duas mãos cheias de generosas mulheres — as míticas “lavadeiras do Lima”. 

[Vd. INA.fr., vídeo "Guerre en Guinée",  minuto 8, 47º segundo...]

São imagens expressivas, a “preto e branco”, onde sobressai o quotidiano simples dessas “mulheres-lavadeiras”, que o atento realizador francês, utilizando o efeito catalisador da arte cinematográfica, exibiu ao mundo, simbolicamente, como sendo as “mães de Portugal”, que sustentavam a “estranha guerra” da Guiné, com a seiva mais valiosa da juventude.

Hoje, na sempre vetusta e renovada vila, as “mães de Portugal” — as “lavadeiras do Lima” — deixaram de ser a imagem icónica do “povo que lava no rio” e, no pictórico areal do Lima, os lençóis de alvura reluzente já não tremulam, em animada sinfonia visual, com a pureza das brisas que passam. Na Guiné, as mães dos antigos guerrilheiros, continuam a viver nas tabancas, envolvidas por cortinados de paisagens de ruínas e de silêncio, e a pilar arroz e milho, em tardes sempre quentes e intermináveis.

Em 31/10/1971, António Capela foi homenageado com o nome de uma rua em Loures (onde se encontra sepultado), evento noticiado com grande brilho, em 15/11/1971, no jornal “Mirante”.

Mães que lavam no rio ou que pilam arroz nas tabancas, jovens soldados ou guerrilheiros que combatem ou morrem em “estranhas guerras”, são os laços traumáticos que unem dois povos, num véu de mágoa e de mistério, e que só serão suavizados pelas teias do tempo que passa. O resto, já o havia escrito, de forma sublime, PHM [Pedro Homem de Melo, 1904-1984], o tal poeta esquecido: “Pode haver quem te defenda; Quem compre o teu chão sagrado; Mas a tua vida não”.(**)
________________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 19 de fevereiro de 2018 >  Guiné 61/74 - P18333: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (49): Quem são os camaradas da CCAV 2487 / BCAV 2862 (Bula, 1969/70), que assistiram aos últimos minutos de vida do trágico herói limiano António da Silva Capela (1947-1969), uma das vítimas mortais da emboscada, em 18/10/1969, no último dia da Op Ostra Amarga ? Estou a fazer a biografia deste filho de Ponte de Lima, que não pode ficar sepultado na vala comum do esquecimento na sua terra natal... (Mário Leitão)

(**)  Último poste da série > 10 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18197: (De)Caras (103): Patrício Ribeiro, "pai dos tugas" ou o "último improvável herói tuga" na Guiné-Bissau?... Recordando o seu ato de heroísmo e altruísmo em Varela, em 1998, ao "pôr a salvo", na fragata Vasco da Gama, um grupo de portugueses e outros estrangeiros... 18 milhas / c. 33 km pelo mar dentro, numa canoa nhominca...

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Guiné 63/74 - P16792: Efemérides (241): 98º aniversário do Armistício da Grande Guerra: Núcleo de Loures da Liga dos Combatentes, em colaboração com a Câmara Municipal de Loures: homenagem aos combatentes tombados durante a Grande Guerra e da Guerra do Ultramar, em 13/11/2016 (José Martins)



Loures > 13 de Novembro de 2016 >  Núcleo de Loures da Liga dos Combatentes, em colaboração com a Câmara Municipal de Loures > Homenagem aos combatentes tombados durante a Grande Guerra e da Guerra do Ultramar.


Fotos (e legenda): © José Martins (2016) Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Mensagem, de 14 de novembro último,  do nosso colaborador permanente José Martins


[Foto à esquerda: José Martins, ex-fur mil trm,s, CCAÇ 5, "Os Gatos Pretos" (Canjadude, 1968/70): mora em Odivelas]

 .
Domingo, dia 13 de Novembro de 2016, o Núcleo de Loures da Liga dos Combatentes, em colaboração com a Câmara Municipal de Loures, realizou uma homenagem aos combatentes tombados durante a Grande Guerra e da Guerra do Ultramar.

Estiveram presentes os Presidentes da Câmara Municipal e Assembleia Municipal, Presidentes das Juntas de Freguesia, Comandante do Regimento de Transportes, única unidade militar do concelho, membros da Direcção e Sócios do Núcleo, além da população.

A cerimónia teve a colaboração de uma Fanfarra (caixa e metais) e uma Secção de efectivo reduzido, que prestaram as Honras Militares.

Seguem as fotos do evento.

José Martins

PS - A Liga dos Combatentes assinalou, em 11/11/2016, em Belém, Lisboa,  o 98º aniversário do Armistício da Grande Guerra, o 95º aniversário da sua fundação, o 42º aniversário do fim da Guerra do Ultramar e o centenário da Grande Guerra. A cerimónia evocativa realizou-se junto ao Monumento de Homenagem aos Combatentes do Ultramar, em Belém, tendo sido presidida pelo Sua Exa. o Presidente da República e contando com a presença de altas individualidades civis, militares e religiosas, dos Núcleos da Liga dos Combatentes, Associações de Combatente, muito público anónimo, dentre o qual se destaca a participação de dezenas de jovens estudantes do ensino secundário.
_____________

domingo, 17 de agosto de 2014

Guiné 63/74 - P13507: Recortes de imprensa (69): O jornal Notícias De Cá e De Lá, na reportagem sobre os 128 do Concelho de Loures, cita o nosso Blogue (José Marcelino Martins)

1. Em mensagem do dia 13 de Agosto de 2014, o nosso camarada  José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, "Gatos Pretos", Canjadude, 1968/70), enviou-nos um recorte do jornal Notícias De Cá e De Lá com uma reportagem da Comemoração dos 128 anos do Concelho de Loures, onde no parágrafo assinalado na imagem se faz referência ao nosso Blogue e ao Zé Martins.

Clicar na imagem para ampliar
____________

Nota do editor

Último poste da série de 14 DE AGOSTO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13497: Recortes de imprensa (68): Notícia sobre o lançamento do livro "O Corredor da Morte", do nosso camarada Mário Gaspar, no Jornal Apoiar

domingo, 27 de julho de 2014

Guiné 63/74 - P13438: Efemérides (167): Homenagem aos Combatentes da Grande Guerra do Concelho de Loures, levado a efeito no passado dia 25 de Julho de 2014 (José Martins)

1. Mensagem do nosso camarada  José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, "Gatos Pretos", Canjadude, 1968/70), com data de 25 de Julho de 2014:


Frente do Monumento 
© - Foto: José Martins


HOMENAGEM AOS COMBATENTES DA GRANDE GUERRA DO CONCELHO DE LOURES

Conforme difundido, teve lugar em Loures, junto ao Monumento aos Combatentes da Grande Guerra, obra de Fernando Soares, inaugurado a 8 de Dezembro de 1929, uma homenagem aos Combatentes do Concelho de Loures (à época incluía o actual município de Odivelas), assim como a apresentação da obra de restauro do citado monumento.

A cerimónia iniciou-se com a colocação de uma coroa de flores, na base do monumento, pelo Presidente da Câmara, Dr. Bernardino Soares.


Presidente da Câmara frente ao Monumento
© - Foto: José Martins

A Guarda de Honra foi prestada por uma secção da Companhia de Comando e Serviços do Regimento de Transportes.
Um terno de clarins e caixa, da mesma unidade, executou o Toque de Silêncio, seguido do toque de Mortos em Combate, enquanto a força militar se postava na posição de “apresentar armas”, findo o qual se fez silêncio, em memória dos combatentes tombados no campo da honra, tendo o Reverendo Padre Francisco, Paróquia de Loures, proferido uma Oração.

Reverendo Francisco, proferindo a Oração
© - Foto: José Martins

Seguidamente fez-se ouvir o toque de alvorada. Se o toque de silêncio e o toque a mortos em combate, nos recorda os camaradas de armas tombados, o toque de alvorada recorda-nos que há um “dia novo”, que é preciso reiniciar a vida e concluir o que aqueles militares não puderam fazer.

Coronel Rodrigues Cardoso, no uso da palavra
© - Foto: José Martins

Tomou seguidamente a palavra, representando a Liga dos Combatentes, o Coronel António Manuel Rodrigues Cardoso, presidente do Núcleo de Lisboa, que estava representado com o guião, lembrando o sacrifício pedido aos portugueses, assim como lembrando a criação da própria Liga, como meio de apoio aos combatentes de então e, actualmente, a prossecução desses mesmos objectivos.

O Presidente da Câmara de Loures
© - Foto: José Martins

A cerimónia ficou concluída com a intervenção do Dr. Bernardino Soares, que recordou que não basta recordar os nossos maiores, mas é preciso manter a sua memória viva, com a conservação do património que os celebra.

Porta-estandarte do Núcleo de Lisboa da Liga dos Combatentes
© - Foto: José Martins

À cerimónia estiveram presente elementos dos Órgãos Municipais, Comandante do Regimento de Transportes, Coronel Vítor Manuel dos Santos Borlinhas, assim como a população, entre os quais se notava a presença de Combatentes da Guerra do Ultramar.

Postal editado para comemorar o acto, pela C.M. Loures (2014)

Guarda de Honra, junto ao monumento. 
© - Foto: José Martins

Texto: José da Silva Marcelino Martins
Sócio da LC nº 80.393/Lisboa
Odivelas, 25 de Julho de 2014

************
Links sobre o Monumento de Loures:

Em Ultramar Terra.Web.bis

(1) Inauguração do Monumento

(2) Homenagem aos Combatentes em 10 de Abril de 2011

(3) Combatentes da Grande Guerra do Concelho de Loures (actualização de listagem)


Blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné

(1) Inauguração do Monumento

(2) Homenagem aos Combatentes em 10 de Abril de 2011

(3) Combatentes da Grande Guerra do Concelho de Loures (actualização de listagem)
____________

Nota do editor

Vd. último poste da série de 21 de Julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13425: Efemérides (166): Faz hoje 50 anos que o Pel Caç Ind 953 desembarcou a Bissau (António Bastos)

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Guiné 63/74 - P13436: Monumento aos Mortos da Grande Guerra do Concelho de Loures - Actualização de dados (José Martins)

1. Mensagem de José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 20 de Julho de 2014:


Boa tarde
A partir do post Guiné 63/74 - P7897: Monumento aos Mortos da Grande Guerra do Concelho de Loures (José Martins), desenvolvemos um trabalho de validação dos dados constantes na lápide do Monumento ao Mortos da Grande Guerra do Concelho de Loures.

Não só recolhemos mais informação sobre os nomes inscritos no mesmo, mas obtivemos "novos" nomes que inicialmente não foram inscritos. Ceio que a cause se deve, fundamentalmente, à saida desses cidadãos para outras localidades, deixando de estar presentes na vida do concelho, e cujos nomes só vieram á colação face ao terem Tombado ao Serviço de Portugal.

Aproveitamos para convidar todos os COMBATENTES a estarem presentes na Homenagem que vai ser prestada pelo municipio de Loures, após ter efectuado obras de restauro, obras essas que já se tornavem necessárias há lomgos anos. (Noticia/Convite anexa).

Abraço
José Martins





quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Guiné 63/74 - P9200: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (5) (José Martins)

1. Publica-se hoje a quinta e última parte de um trabalho sobre a região norte de Lisboa (Loures e Odivelas) sugerindo razões para a construção de um Monumento aos Mortos na Guerra do Ultramar (1961-1974) do então concelho de Loures, de autoria do nosso camarada José Marcelino Martins* (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), enviado ao blogue em 26 de Novembro de 2011.


UM NOVO MONUMENTO AOS QUE TOMBARAM PELA PÁTRIA!

Sem utopias e com os pés
Assentes em terra

“Que o sonho comanda a vida…”, este verso da Pedra Filosofal do poeta Rómulo Vasco da Gama de Carvalho (24 de Novembro de 1906 † 19 de Fevereiro de 1997), professor de Física e Química do Ensino Secundário, sob o pseudónimo de António Gedeão, dá-nos a dimensão do que o homem, querendo, pode comandar a vida, pode sonhar livremente, porque é tão livre como os pássaros do campo.

É utópico, pensará muito boa gente, que o país estando na crise que está, venham estes “velhos”, passados mais de 37 anos do fim da guerra, querer gastar dinheiro, que custa tanto a ganhar, para erguer monumentos com o “nome dos mortos”.
Só que, “estes mortos, são os nossos mortos”. Eles saíram do povo a que, todos nós, pertencemos. Eles deixaram os pais e os irmãos, nalguns casos a mulher e os filhos. Abandonaram os campos e as fábricas; abandonaram os escritórios e as escolas. Vestiram a farda militar, tomaram as armas nas suas mãos e partiram para África.
Eles foram/são aqueles que, connosco, os seus camaradas, formaram uma nova família, tão unida, que nem a morte nos conseguiu fazer esquecer a sua existência e o seu altruísmo. Altruísmo, dignidade e honra, porque levaram ao extremo o seu sacrifico e a palavra jurada sobre a Bandeira da Pátria, de a defender até à última gota de sangue.

Poderão vir dizer que agora, nesta altura de crise financeira, não é a melhor altura para obras, para melhoramentos, para memórias.
Mas, também, se pode pôr a questão: há algum período da nossa História Pátria, em que não houvesse períodos de crise?
Não, porque aqui e agora, não falamos de crise mas de crises. Não há só a crise financeira, que obriga a repensar procedimentos e o “apertar do cinto” na expressão popular; há a crise de valores, que pode ser uma das razões para que o Monumento aos Combatentes do Ultramar, ainda não exista; há crises de “querer” e crises de “crer”.

Esta ano, em que lembramos que foi há 50 anos que as Campanhas de África, a Guerra do Ultramar começou, existem muitas autarquias, mesmo ao nível de freguesia, que levantam memoriais, mesmo que singelos, lembrando os “Filhos da Terra” para que o futuro não os esqueça.

Poderia ser sentido como insensibilidade, dos Municípios aqui referidos (Loures e Odivelas), para com os “Seus Filhos” se, dentro de algum tempo, breve necessariamente porque a vida não pára, um grupo de Combatentes ou cidadãos solicitasse autorização para colocar, num local público, uma lápide que recordasse “aqueles que por obras valorosas, como a defesa da Pátria, se libertaram da lei da morte”. Passariam a ser, por ausência dos seus nomes, mais soldados nascidos nestas terras, cujos nomes seriam olvidados, tendo oferecido a sua juventude à Pátria e vendo os seus camaradas tombarem em nome dela.

A cerimónia sugerida no capítulo anterior, não será, obrigatoriamente, o tipo de cerimónia a ter lugar na altura da inauguração. Basta que, ainda que limitado em número, haja uma força militar que preste as Honras de Ordenança, e um clarim que execute a Marcha da Continência, em louvor dos Tombados em Campanha.

Cabe aqui, como nota final, um poema de António Botto (1897-1959).

Ó Pátria mil vezes santa,
- Meu Portugal, minha terra,
Onde vivo e onde nasci

Na tua História me perco,
e nela tudo aprendi.

Mesmo que fosses pequena
E eu te visse pobre e nua,
- Ninguém ama a sua Pátria por ser grande,
Mas sim por ser sua!

José Marcelino Martins
Fur. Mil. Trms. Infantaria
Combatente na Guiné
Junho de 1968 a Junho de 1970
josesmmartins@sapo.pt

Loures 10 de Abril de 2011 > Homenagem junto ao Monumentos aos Mortos da Grande Guerra > Toque de “Mortos em Combate”.
© Foto Hugo Gonçalves (LC)
____________

Nota de CV:

Vd. postes da série de:

6 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9143: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (1) (José Martins)

8 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9156: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (2) (José Martins)

10 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9174: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (3) (José Martins)
e
12 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9187: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (4) (José Martins)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Guiné 63/74 - P9187: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (4) (José Martins)

1. Quarta parte do trabalho do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), sugerindo razões para a construção de um Monumento aos Mortos na Guerra do Ultramar (1961/74) do então Concelho de Loures.

UM NOVO MONUMENTO AOS QUE TOMBARAM PELA PÁTRIA!

A Prestação de Honras Militares

Se o presente mais não é que a afirmação do passado e a projecção do futuro, devemos entregar a “Chama da Pátria” àqueles que, mercê da sua opção ou da sua idade, serão o nosso próprio futuro.

A representação da Pátria, através da Bandeira Nacional, deve ser atribuída ao Estandarte entregue à guarda da Liga dos Combatentes, e que ostenta as condecorações:
● Cruz de Guerra de 1ª classe,
● Comendador da Ordem Militar da Torre e Espada de Valor, Lealdade e Mérito,
● Comendador da Ordem de Benemerência,
● Placa de Honra da Cruz Vermelha,
● Membro Honorário da Ordem Infante D. Henrique


A Liga dos Combatentes da Grande Guerra, que nasceu da ideia de vários combatentes, dos quais se destacam o 2º Sargento miliciano licenciado, João Jayme de Faria Afonso; o 2º Tenente de Marinha, Horácio Faria Pereira; e o Tenente de Artilharia de Campanha, reformado, Joaquim de Figueiredo Ministro, a par da congregação das vontades então já reunidas nas Juntas Patrióticas, que de norte a sul do país iam tomando forma.

“O clima político que o País atravessou durante e após a Grande Guerra não permitiu oferecer aos valorosos combatentes portugueses, que entretanto regressaram de França, o acolhimento solidário e reconhecido que o seu sacrifício justificava. Este facto levou a que muitos dos combatentes, nomeadamente os feridos, mutilados, exaustos e deprimidos, que, ignorados pelo Estado, foram em muitos casos também hostilizados pelas próprias famílias, tentando aliviar dessa forma, a já depauperada e miserável situação em que já se encontravam.”

Foi assim, com o espírito acima referido e com o objectivo de:
• Promover a exaltação do amor à Pátria e dos Símbolos Nacionais,
• Promover internacionalmente o prestigio de Portugal,
• Promover a protecção e o auxilio mútuo dos antigos combatentes,
• Desenvolver actividades culturais e educacionais em benefício do país e dos antigos combatentes.

A Liga dos Combatentes da Grande Guerra, fundada em 1921 e oficializada em 29 de Janeiro de 1924, e actualmente designada Liga dos Combatentes, que prossegue os ideais dos seus fundadores, na perenidade da Pátria Portuguesa.
A Liga dos Combatentes ostenta a divisa “PATRIOTISMO E SOLIDARIEDADE”.

Para transportar o Estandarte Nacional e fazer a sua Escolta, sugere-se a convocação de alunos das Escolas de Ensino Militar, que se destinam à formação de Oficiais das Forças Armadas e de Segurança. São esses, hoje alunos e amanhã oficiais, que vão ter, no futuro a responsabilidade de dirigir as forças militares e de segurança nas missões que hoje têm e nas que lhes serão atribuídas, em terra, mar e ar, no espaço nacional ou no exterior.


Escola Naval – Destina-se à formação de Oficiais de Marinha. Teve o seu início na Escola de Sagres, criada por D, Henrique cerca de 1417 e na Aula do Cosmógrafo-Mor, fundada em 1559 sob a orientação do matemático Pedro Nunes. Em 1782 passa a denominar-se Academia Real de Guardas Marinhas, para formar oficiais da Armada Real. A Academia Real dos Guardas Matinhas passa, em 1845, a denominar-se Escola Naval sendo transferida em 1936 para o Alfeite.
A Escola Naval tem como divisa “TALANT DE BIEN FAIRE”.


Academia Militar – Destina-se à formação de Oficiais do Exército e da Guarda Nacional Republicana. É criada em 1641 a aula de Artilharia e Esquadria, por decreto de 13 de Maio de D. João IV e em 1790 a criação da Academia Real de Fortificação de Artilharia e Desenho que veio estabelecer uma escola de base verdadeiramente científica. Em 12 de Janeiro de 1837 passou a designar por Escola do Exército, por iniciativa de Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo, o Marquês de Sá da Bandeira. Teve, ainda, as seguintes designações: Escola do Exército, de 1837 a 1910; Escola de Guerra, de 1911 a 1919; Escola Militar, de 1919 a 1938; novamente Escola do Exército, de 1938 a 1959 e Academia Militar, a partir de 1959. O aluno será um, dos futuros oficiais, da Guarda Nacional Republicana.
A Academia Militar ostenta como divisa “DVLCE ET DECORVM EST PRO PATRIA MORI”.


Academia da Força Aérea – Destina-se à formação de Oficiais da Força Aérea. Tem o sei inicio em 1 de Fevereiro de 1978, com os alunos do 3º ano do Curso de Aeronáutica Militar, vindos d Academia Militar onde eram, até então, formados os oficiais da Força Aérea. No ano escolar de 1991/1992 iniciam-se os cursos de Engenharia Aeronáutica, Engenharia de Aeródromos, Engenharia Electrotécnica e Administração Aeronáutica. Nesse mesmo ano é criada a Escola Superior de Tecnologias Militares Aeronáuticas, dependente do Comando da AFA, dando início à formação dos Oficiais Técnicos do QP da FAP, ministrando cursos politécnicos.
Ostenta a divisa “E NÃO MENOS POR ARMAS QUE POR LETRAS”.


Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna – Criada em 1982 sob a designação de Escola Superior de Policia, iniciou a sua actividade lectiva em Outubro de 1984. Em Fevereiro de 1999 tomou a designação actual e destina-se a formar oficiais de polícia e, posteriormente, a promover o seu aperfeiçoamento. Tem, também a missão de colaborar e coordenar projectos de investigação e desenvolvimento na área da segurança interna.
Ostenta como divisa “VICTORIA DISCENTIUM GLORIA DOCENTIUM” (a vitória dos alunos é a glória dos professores).

O Guião da Liga dos Combatentes, representando todos os Combatentes de Portugal e, muito especialmente, todos aqueles que caíram ao serviço da Pátria em todas as parcelas que formaram o Império, e ocupando um local de destaque na formatura, será transportada por um Instruendo Aluno da Escola de Sargentos do Exército.


Escola de Sargentos do Exército – A criação desta escola remonta a 01 de Junho de 1981. Em 1926, esta unidade ostentava a designação de Batalhão de Ciclistas nº 2, passando a ser denominada de Regimento de Infantaria nº 5 em 1927, tendo servido para a formação dos mancebos do 1º ciclo do Curso de Sargentos Milicianos. Em 1975 e transformado em Centro de Instrução de Quadros de Complemento, tendo sido redenominada como Regimento de Infantaria das Caldas da Rainha, em 1975. Em 1993 pelo Dec-Lei n.º127/93 de 22 de Abril, a ESE é reorganizada e passa a ter o Estatuto de Estabelecimento Militar de Ensino Profissional com a missão de assegurar, através dos cursos nela ministrados, a preparação cultural, técnica e profissional-militar necessária ao ingresso e progressão na carreira de sargentos dos quadros permanentes. É Membro Honorário da Ordem da Liberdade, como reconhecimento do carácter eminentemente colectivo da acção realizada em “16Mar74”, sendo esta condecoração atribuída à ESE, enquanto herdeira e fiel depositária dos seus feitos e tradições, em cerimónia presidida por Sua Excelência o Presidente da República, em 24Abr94.
Ostenta como divisa “VONTADE E SABER”.

Os Estabelecimentos Militares de Ensino, apesar de dependerem do Estado-Maior do Exército, não se destinam, necessariamente, à formação de militares. Até há pouco tempo, no Corpo de Alunos destes institutos só existiam filhos de militares, quer do quadro de oficias quer do de sargentos, que, como nós, também suportaram a guerra e, quase todos em duas ou mais comissões de serviço.
Um desses rapazes, um “Pilão”, hoje já homem mais que feito e lançado na vida, falando para uma plateia, maioritariamente de antigos combatentes, “confidenciou” a angústia com que, à noite, depois do jantar e antes de recolherem para o descanso diário, como tremiam e tentavam tapar os ouvidos, quando se apercebiam que, através da instalação sonora algum dos alunos ia ser convocado para a portaria ou sala de visitas. Era quase certo que, o mensageiro, trazia uma notícia desagradável, vinda de além-mar.
É com base nestes casos, que decerto eram comuns em todos estas casas de ensino, que destinamos aos actuais alunos desses estabelecimentos, a formação da guarda de honra e prestação de honras militares durante a cerimónia.


Colégio Militar – O Colégio Militar nasceu em 3 de Março de 1803, por iniciativa do Marechal António Teixeira Rebelo, à altura com o posto de Coronel e Comandante do Regimento de Artilharia da Corte. Chamou-lhe Colégio de Educação do Regimento de Artilharia da Corte, e destinava-se à educação dos filhos dos elementos da sua guarnição e aos civis que o pretendessem, sendo os formadores elementos do próprio regimento. Em 1814 passa a ter a designação de Real Colégio Militar. Em 1910, após a implantação da república passa a designar-se por Colégio Militar. O seu Estandarte Nacional, atribuído em 1888, ostenta, entre outras, as seguintes condecorações: Grau de Cavalheiro da Ordem da Torre Espada de Valor, Lealdade e Mérito; Grã-Cruz da Ordem de Instrução Publica; Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo; Ordem de Mérito Militar dos Estados Unidos do Brasil; Ordem Militar de Sant’Iago da Espada; Medalha de Ouro de Serviços Distintos; Medalha Militar de Avis.
Tem como divisa “UM POR TODOS E TODOS POR UM”.


Instituto de Odivelas – o Instituto D. Afonso de Bragança foi criado em 14 de Janeiro de 1900, por iniciativa de alguns elementos das Forças Armadas, que pretendiam proporcionar às filhas dos Oficiais mortos em combate ou por doença, uma formação condigna, que lhes permitisse ingressar no mercado de trabalho. Desde o princípio o Instituto privilegiou os cursos de formação prática, que iam desde o Magistério Primário, aos de escrituração comercial, telefonista ou modista. Com a implantação da República passa a designar-se por Instituto da Torre e Espada e, em 1911, por Instituto de Educação e Trabalho. A reforma educativa, após a revolução de 1974, eliminou o ensino técnico-profissional. Para além dos planos oficiais de estudos, o Instituto continuou a proporcionar a oferta de um currículo próprio. Foram, também, introduzidas aulas facultativas de instrução militar no ensino secundário para permitir uma preparação para o acesso aos estabelecimentos de ensino superior militares. A actual designação, Instituto de Odivelas, é de 1942.
Ostenta como divisa “DUC IN ALTUM” (Cada vez Mais Alto).


Instituto Pupilos do Exercito – Por Decreto-Lei de 25 de Maio de 1911 e por inspiração do General António Xavier Correia Barreto, à época Coronel e Ministro da Guerra do 1º Governo da República, é criado o Instituto Profissional dos Pupilos do Exército de Terra e Mar dependente do Estado Maior do Exercito. A instituição já foi designada como Instituto Técnico Militar dos Pupilos do Exército e Instituto Militar dos Pupilos do Exército. O seu Estandarte Nacional ostenta as condecorações de Comendador da Ordem de Instrução Pública, Comendador da Ordem Militar de Cristo, Membro Honorário da Ordem Militar de Santiago da Espada, Membro Honorário da Ordem Militar de Avis, Medalha de Ouro dos Serviços Distintos e Ordem Nacional do Infante D. Henrique.
Tem como lema “QUERER É PODER”.
____________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 10 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9174: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (3) (José Martins)

sábado, 10 de dezembro de 2011

Guiné 63/74 - P9174: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (3) (José Martins)

1. Terceira parte do trabalho do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), sugerindo razões para a construção de um Monumento aos Mortos na Guerra do Ultramar (1961/74) do então Concelho de Loures.

UM NOVO MONUMENTO AOS QUE TOMBARAM PELA PÁTRIA!

Os Nossos Heróis…

Aqueles que morreram pela Pátria

O lema da FMAC – Federação Mundial dos Antigos Combatentes, organização internacional, não governamental, que reúne mais de 150 associações de antigos combatentes e vítimas de guerra de 88 países, é:

“Nenhuma voz é mais qualificada para defender a paz, 
do que a dos homens que combateram na guerra.”

Na realidade cabe àqueles que, tendo empunhado uma arma, no combate directo e/ou no seu apoio, devem transmitir toda a sua experiência aos vindouros – seus filhos e netos – para que eles saibam o que é o terror da guerra e, por todos os meios, evitem que a guerra exista.
Outros porém, também intervenientes nos conflitos, tombam ao defenderem a Pátria, tal como lhes disseram quando os mobilizaram.
Esses deixaram de ter voz, ainda que os seus camaradas saibam que “os seus gritos” ecoam pela terra mas são insonoros e, portanto, só os seus camaradas têm a possibilidade de os ouvir, e ser “o porta-voz dos que tombaram”.

Nas “Últimas Campanhas de África (1961/1974)” tombaram cerca dez mil militares, durante e logo após a independência dos novos países, tendo estado envolvidos cerca de um milhão de militares.
“Não são muitos!...”, dirão alguns.
Mas “apenas um morto, já são MORTES a mais!”

Do nosso concelho tombaram 16, cujos nomes queremos perpetuar, assim como já estão perpetuados os nomes dos nossos camaradas que tombaram na Grande Guerra. Já chega de “soldados anónimos” a quem, ingenuamente, muitos chamam o “Soldado Desconhecido”.

Não há SOLDADOS DESCONHECIDOS! Todos tiveram pais, irmãos, todos têm um nome, por isso não são desconhecidos.
O que acontece, é que a História, se esqueceu de registar os seus nomes.

Para a recolha dos elementos abaixo, socorremo-nos da Comissão de Estudos para as Campanhas de África (EME), do Serviço de Documentação da Força Aérea (SDFA) e dos serviços administrativos das Juntas de Freguesia e dos Cemitérios visitados, que mostraram total abertura para a cedência de informação.

Os Militares do então concelho de Loures, são:

FLORÊNCIO ROSA CAPELA
Soldado Condutor Auto-Rodas Nº 271/60
• Filho de João Francisco Capela e de Jerónima Rosa, solteiro, natural da freguesia de Santa Iria Azóia, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Artilharia nº 120, mobilizado no Regimento de Artilharia Antiaérea Fixa, aquartelado em Queluz, para servir na Região Militar de Angola.
• Faleceu em 10 de Outubro de 1961, no Hospital Militar de Luanda, motivado por acidente de viação, na cidade de Luanda.
• Foi inumado no Cemitério da freguesia Santa Iria da Azóia. No entanto não consta dos registos dos serviços do cemitério, apesar de haver memória do seu funeral no antigo cemitério.

FERNANDO DOS SANTOS
Soldado Condutor Auto-Rodas nº 584/60
• Filho Carolina Maria dos Santos, solteiro, natural da freguesia de Sacavém, concelho de Loures. [Existem documentos que referem outra naturalidade: freguseia de Casedas, concelho de Oliveira de Azeméis].
• Pertenceu à Companhia de Caçadores nº 92 / Batalhão de Caçadores nº 93, mobilizado no Regimento de Infantaria nº 4, aquartelado em Faro, para servir na Região Militar de Angola.
• Faleceu em 06 de Março de 1962, por doença, em Quilo Pombo, região de Sanza Pombo, motivado por congestão pulmonar.
• As ossadas foram inumadas no Cemitério Paroquial de Sacavém, em 1968.

JOAQUIM CAETANO DIAS
Soldado Atirador NIM 186/60
• Filho de Júlio Dias e de Victória Maria Dias, solteiro, natural da freguesia de Ponte de Lousa, concelho de Loures.
• Pertenceu ao Comando de Agrupamento nº 3, mobilizado no Regimento de Infantaria nº 11, aquartelado em Setúbal, para servir na Região Militar de Angola.
• Faleceu em 13 de Maio de 1962, por ferimentos em combate, em emboscada causada pelo inimigo na picada de acesso do Jungo para Banza Muquiama, região de Ucua, na Zona de Intervenção Norte.
• As ossadas foram inumadas no Cemitério Municipal de Loures, em 1968.
• Foi homenageado com a atribuição do seu nome a uma rua, na localidade de Ponte de Lousa, freguesia de Loures.

FRANCISCO JOSÉ DA PURIFICAÇÃO CHAVES
Soldado Condutor Auto-Rodas nº 820/63
• Filho de Lino Gonçalves Chaves e de Francisca da Purificação, solteiro, natural de Palhais da freguesia e concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Cavalaria nº 487 / Batalhão de Cavalaria nº 490, mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 3, aquartelado em Estremoz, para servir no Comando Territorial Independente da Guiné.
• Faleceu em 24 de Janeiro de 1964, por ferimentos em combate na região de Comumene - Ilha do Como, durante a realização da operação “Tridente”.
• Foi inumado no Cemitério Municipal de Loures. A sua sepultura tem o número 67/1956 e encontra-se na fila 5/G do talhão 5.
• Foi homenageado com a atribuição do seu nome a uma rua, na localidade de Barro, freguesia de Loures.
• Foi condecorado, a Título Póstumo, com a Medalha da Cruz de Guerra de 1ª Classe, conforme Ordem do Exército nº 22 - IIIª série de 1965.

Transcrição do louvor que originou a condecoração:

Manda o Governo da Republica Portuguesa, pelo Ministro do Exército, adoptar, para todos os efeitos legais, o seguinte louvor conferido em Ordem de Serviço nº 7, de 04 de Maio de 1964, do Comandante-Chefe das Forças Armadas da Guiné Portuguesa, a título póstumo, ao Soldado nº 820/63, FRANCISCO JOSÉ DA PURIFICAÇÃO CHAVES, da Companhia de Cavalaria nº 487 – Batalhão de Cavalaria nº 490 – Regimento de Cavalaria nº 3, porque durante uma operação em 24 de Janeiro de 1964, na região de Comumene, tendo a força de que fazia parte ficado quase completamente cercada por um numerosíssimo grupo inimigo, se manteve voluntariamente na posição que ocupava, de modo a proteger a deslocação dos seus camaradas, tendo continuado a combater até ser abatido pelo fogo inimigo.
A sua atitude, que demonstrou coragem, espírito de sacrifício e abnegação excepcionais, evitou certamente pesadas baixas às nossas tropas.
Ministério do Exército, 24 de Maio de 1965
O Ministro do Exército
Joaquim da Luz Cunha.

Transcrição da Portaria que confere a Condecoração

Manda o Governo da Republica Portuguesa, pelo Ministro do Exército, condecorar com a Cruz de Guerra de 1ª Classe, ao abrigo dos artigos 9º e 10º do Regulamento da Medalha Militar, de 28 de Maio de 1946, por serviços prestados em acção de combate na Província da Guiné Portuguesa:
Soldado nº 820/63, FRANCISCO JOSÉ DA PURIFICAÇÃO CHAVES, da Companhia de Cavalaria nº 487 – Batalhão de Cavalaria nº 490 – Regimento de Cavalaria nº 3, a título póstumo.

RUI DE JESUS NEVES
Soldado de Armas Pesadas nº 1716/63
• Filho de João Ferreira Neves e de Arminda de Jesus, solteiro, natural da freguesia de Moscavide, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Caçadores nº 535 do Batalhão de Caçadores nº 595, mobilizado no Batalhão de Caçadores nº 5, aquartelado em Lisboa, para servir na Região Militar de Angola.
• Faleceu em 15 de Abril de 1964, por ferimentos em combate, na picada entre Quindualo e Rio Lafusse, na região de Magina Nova.
• Foi inumado no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa. Depois foi trasladado para o ossário nº 23.330 e, posteriormente, foram cremadas as ossadas e colocadas no cendrário.

VASCO JOSÉ FERREIRA LOURENÇO
Soldado Explorador / Observador nº 551/64
• Filho de Domingos da Conceição Lourenço e de Deolinda da Encarnação, solteiro, natural da freguesia de Bucelas, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Comando e Serviços do Batalhão nº 696, mobilizado pelo Regimento de Infantaria nº 15, aquartelado em Tomar, para servir no Comando Territorial Independente da Guiné.
• Faleceu em 07 de Outubro de 1964, por acidente de afogamento no Rio Geba, na região de Darsalame.
• Foi inumado no Cemitério do Arranho em Arruda dos Vinhos. Os seus restos mortais foram levantados e permaneceram num ossário. À morte de sua mãe, e de acordo com o desejo desta, foi inumado junto da mesma, na Campa nº 108, talhão 4.
• Foi homenageado com a atribuição do seu nome a uma rua, na freguesia de Arranhó, concelho de Arruda dos Vinhos.

DIONISIO ROCHA LOURENÇO
1º Cabo Mecânico de Armamento Ligeiro NM 00739865
• Filho de Albano Lourenço e de Júlia Rocha, solteiro, natural de Pirescoxe, freguesia de Santa Iria Azóia, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Cavalaria nº 1485, mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 7, aquartelado em Lisboa, para servir no Comando Territorial Independente da Guiné.
• Faleceu em 26 de Abril de 1966, por ferimentos em combate, durante um ataque do inimigo ao aquartelamento da companhia em Biambe.
• Foi inumado na campa nº 284 do Cemitério de Bissau, na Guiné.

JÚLIO ANTÓNIO DE ABRANCHES NASCIMENTO
Furriel Miliciano Atirador NM 08823065
• Filho de Américo do Nascimento e de Maria Rosa Serra Abranches, casado com Gilberta Récio Figueiredo de Abranches Nascimento, natural do lugar de Olival de Basto, freguesia de Póvoa de Santo Adrião, concelho de Loures (hoje freguesia de Olival de Basto e concelho de Odivelas).
• Colocado na Companhia de Caçadores nº 106, do Regimento de Infantaria nº 20 / Região Militar de Angola, sediada na Base Temporária de Quimaria.
• Faleceu 19 de Janeiro de 1969, por ferimentos em combate, em emboscada causada pelo inimigo na antiga Sanzala em Sabalo, no itinerário Quimaria – Toto, na Zona de Intervenção Norte.
• Foi inumado no Cemitério de Bucelas, no Jazigo de Família – nº 15.

ARMÉNIO ANJOS GONÇALVES
1º Cabo Atirador de Cavalaria NM 12905468
• Filho de José Gonçalves e de Maria dos Anjos Pinto Rêgo, solteiro, natural da freguesia de Sacavém, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Cavalaria nº 2500 / Batalhão de Cavalaria nº 2870 e mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 3, aquartelado em Estremoz, para servir na Região Militar de Angola.
• Faleceu em 20 de Junho de 1969, por doença, no Hospital Central de Nova Lisboa / Huambo.
• Foi inumado no Cemitério Paroquial de Sacavém.

HENRIQUE GUILHERME COSTA SALVADOR
Soldado Condutor Auto-Rodas NM 00049367
• Filho de Joaquim Salvador e de Delfina Costa Salvador, solteiro, natural do lugar de A-dos-Cãos freguesia e concelho de Loures
• Pertenceu à Companhia de Artilharia nº 2440 / Batalhão de Artilharia nº 2857, mobilizado no Regimento de Artilharia nº 5, aquartelado em Penafiel, para servir no Comando Territorial Independente da Guiné.
• Faleceu em 17 de Novembro de 1969, por ferimentos em combate durante o ataque inimigo ao aquartelamento da companhia em Piche.
• Foi inumado no Cemitério Municipal de Loures.

ADELINO DA CONCEIÇAO BAPTISTA
Soldado Infantaria NM 16478970
• Filho de Manuel Baptista e de Judite da Conceição, solteiro, natural da freguesia de Camarate, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Caçadores nº 3354 / Batalhão de Caçadores nº 3842, mobilizado no Regimento de Infantaria nº 1, aquartelado na Amadora, para servir na Região Militar de Moçambique.
• Faleceu em 12 de Setembro de 1971, por ferimentos em combate, por accionamento de mina anti-carro, em 09 de Setembro de 1971, no itinerário do destacamento de Doa a M’Oito, região de Mutarara. Em 10 de Setembro de 1971 foi transferido do Hospital Militar de Nampula para o Hospital Central Miguel Bombarda, em Lourenço Marques, onde veio a falecer.
• Foi inumado no Cemitério Paroquial de Camarate. Foi exumado e trasladado para o ossário nº 278, no mesmo cemitério.

EDUARDO ANTÓNIO CARVALHO GREGÓRIO
1º Cabo Auxiliar de Enfermeiro NM 05186169
• Filho de António da Silva Gregório e de Maria Antónia da Conceição Carvalho, solteiro, natural da freguesia de Santa Iria de Azóia, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Cavalaria nº 2552 / Batalhão de Cavalaria nº 2903, mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 7, aquartelado em Lisboa, para servir na Região Militar de Moçambique.
• Faleceu em 17 de Novembro de 1971, por ferimentos em combate, na região de Bene.
• Foi inumado no Cemitério de São João da Talha.

JORGE MANUEL DE OLIVEIRA ANTÓNIO
1º Cabo Atirador de Cavalaria NM 17295869
• Filho de Jorge António e de Fernanda Gomes da Silva, solteiro, natural da freguesia de Sacavém, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Cavalaria nº 2692 / Batalhão de Cavalaria nº 2909, mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 3, aquartelado em Estremoz, para servir na Região Militar de Angola.
• Faleceu em 19 de Fevereiro do 1972, no Hospital Militar de Luanda, para onde foi evacuado após ferimentos sofridos em combate, na região de Mucondo / Zemba, durante a 3ª fase da operação “Lamparina”.
• Foi inumado no Cemitério Paroquial de Sacavém.

FERNANDO MODESTO RUAS PEREIRA
Furriel Miliciano Piloto (DO 27) da Força Aérea
• Filho de Abel Pereira da Conceição e de Carminda de Jesus Ruas, solteiro, natural da freguesia de Moscavide, concelho de Loures.
• Prestava serviço na Base Aérea nº 7 quando foi mobilizado para o Aeródromo de Manobra nº 51 (Mueda) para servir na Região Aérea de Moçambique.
• Faleceu em 23 de Abril de 1972, devido a acidente por queda e destruição de aeronave, no percurso de Porto Amélia para Mueda.
• Não consta o local onde foi inumado.

ANTÓNIO LUÍS SILVA PEDRO
1º Cabo Readmitido de Reabastecimentos e Munições, NM 01667965
• Filho de Ricardo Pedro e de Maria Silva, casado com Maria Cristóvão Pinto, natural do lugar de Casal das Lages, freguesia e concelho de Loures.
• Pertenceu à 1ª Companhia de Caçadores do Batalhão de Caçadores nº 20 da Região Militar de Moçambique.
• Faleceu 19 de Março de 1973, por acidente com arma de fogo em Balama, sendo evacuado para a Enfermaria do Comando do Sector, em Mueda, onde faleceu.
• Foi inumado no Cemitério Municipal de Loures, em 9 de Agosto de 1973 na sepultura nº 276/1973, fila 2/E do talhão dos Combatentes.

JOAQUIM MANUEL DUARTE HENRIQUES
Soldado de Atirador de Cavalaria NM 000068973
• Filho de João Pedro Henrique e de Delfina da Conceição Duarte, solteiro, natural da freguesia de Odivelas e concelho de Loures (hoje Concelho de Odivelas).
• Pertenceu à 1ª Companhia de Cavalaria / Batalhão de Cavalaria nº 8423/73, mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 4, de Santa Margarida, para servir na Região Militar de Angola.
• Faleceu em 21 de Setembro de 1974, por doença, no Hospital Militar de Luanda, para onde foi evacuado de Zalala, onde estava estacionado.
• Consta ter sido inumado no Cemitério de Odivelas, mas o seu nome não foi localizado nos registos do cemitério.
____________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 8 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9156: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (2) (José Martins)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Guiné 63/74 - P9156: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (2) (José Martins)

1. Segunda parte do trabalho do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), sugerindo razões para a construção de um Monumento aos Mortos na Guerra do Ultramar (1961/74) do então Concelho de Loures.

UM NOVO MONUMENTO AOS QUE TOMBARAM PELA PÁTRIA!

Aos que construíram uma terra!

Ligação entre Loures e Odivelas

É certo e a história comprova-o que, antes destas terras serem portuguesas, eram mouras e, muito antes dos mouros, outros povos a habitaram, deixando vestígios da sua passagem e das suas civilizações.
Mas, desde a tomada de Lisboa em 25 de Outubro de 1147, que se tornaram nos arrabaldes da cidade, para onde ela se havia de expandir além dos muros do castelo que, sucessivamente foram sendo alargados e sendo abertas novas portas.
Como atrás dizíamos, os arrabaldes, que tomaram o nome de Termos em 1385 e assim se mantiveram, embora perdendo território aqui ou ali. As suas gentes, composta por cristãos, mouros e judeus, mantinham as suas tradições e rituais, liberdade de culto, assim como as suas festas.

Em 1527, em resultado de um censo populacional aos Termos de Lisboa, constata-se que é formado pelas vilas de: Cascais, Sintra e Torres Vedras, a Poente; Enxara dos Cavaleiros, Sobral de Monte Agraço e Aldeia Galega da Merceana, pelo lado Norte; Alverca, Alhandra, Vila Franca de Xira, Povos e Arruda dos Vinhos, para nascente, onde ainda hoje, na Estrada Nacional 10, existem, entre o Forte da Casa e Alverca, dois padrões que delimitam os Termos de Lisboa.

O Termo tinha como autoridade máxima o Corregedor do Crime, que durou até 20 de Agosto de 1624, data em que um Decreto extinguiu o cargo e nomeia, em sua substituição quarenta e dois Corregedores do Crime que tomariam o seu cargo em cada uma das trinta e três freguesias. Dada a extensão, não só territorialmente mas também pelo número de habitantes, para algumas freguesias foram nomeados mais que um corregedor. Neste documento também se verifica que a área aumentou, em virtude da inclusão de novas freguesias nestes territórios. Na lista que está indicada no documento citado, lá se encontram muitas das freguesias que, hoje, ainda fazem parte dos Concelhos de Loures e Odivelas, figurando estas como freguesias.

Os Termos, pensa-se, vai mantendo a sua estrutura na base de cerca de três dezenas de freguesias porem, se entretanto se verifica a saída de alguma delas, outras são subdivididas, mas, a partir de 1759, começa a perder as freguesias que se encontram mesmo nos limites territoriais, pela inclusão destas nas vilas que, entretanto, tinham passado a concelhos.

Com a Divisão Administrativa de 1836, as freguesias são reduzidas para vinte e duas, até que, em 1852 os Termos de Lisboa são extintos e, em sua substituição, são criados dois concelhos na zona de Lisboa: Belém e Olivais.
É nesta altura que Loures e Odivelas se afastam administrativamente, passando a pertencer a concelhos diferentes: Loures a Olivais, e Odivelas a Belém.
Porém, o curso da história não pára e, por carta de lei do dia 18 de Julho de 1855, é extinto o concelho de Belém, cuja eficácia tem início no primeiro dia do ano seguinte.

Odivelas junta-se, de novo, a Loures, ficando as duas freguesias a pertencer ao concelho dos Olivais, até que nova reforma administrativa, de 22 de Julho de 1866, é extinto o concelho dos Olivais e em 25 de Julho de 1866, por Decreto Real, é criado o concelho de Loures, onde as freguesias de Loures e Odivelas são incluídas.
Loures é elevada à categoria de vila em 26 de Outubro de 1926 e a cidade em 9 de Agosto de 1990.

Odivelas, que sofre o fenómeno de sobre urbanização, entre 1950 e 1970, tendo aumentado a sua população em quase nove vezes, passando de cerca de 6700 habitantes, para mais de cinquenta mil. Este facto vem originar a elevação da localidade a vila, em 3 de Abril de 1964 e a cidade em 10 de Agosto de 1990. Em 19 de Novembro de 1998 é criado o concelho de Odivelas, mas só assume esse estatuto, com a Lei 84/98, em 14 de Dezembro de 1998.


O Novo Monumento

A construção de um novo monumento que perpetue a memória dos que partiram, rumo além-mar e por lá combateram, desde 22 de Agosto 1415 (Conquista de Ceuta) até 11 de Novembro de 1975 (Independência de Moçambique), não é só um acto de justiça mas, porque não, o pagamento duma dívida de gratidão a quem, honrando o Juramento feito a Portugal e à sua Bandeira, tombou pela Pátria, deixando um vazio, primeiro nos camaradas que o acompanhavam, e depois nos familiares e amigos, vazio esse mais difícil de preencher, quando os corpos não retornavam a casa, ou pela prática da época ou por outra razão, como a não recuperação do corpo.

Loures - Parque da Cidade
Foto © José Martins

A forma de erigir “um marco histórico” numa das localidades que temos vindo a referir - Loures ou Odivelas - já que estão unidas por laços de centenas de anos, pode revestir-se de diversas formas.
Os locais que adiantamos, quer um quer outro, são frequentados por imensas pessoas, dado tratar-se de um local público e aprazível, convidativo ao lazer e à meditação: o Parque da Cidade, em Loures, e o Parque da Memória, em Odivelas.

Odivelas – Parque da Memória
Foto © José Martins

Poderá ter a forma de uma ponte, como a ponte de Sacavém, aliás onde começou a construção do que haveria de ser, além de território português, o espaço onde começaram os Termos de Lisboa. Uma ponte que ligasse o “passado ao futuro”; ou um aqueduto que transporta a “água que é símbolo de vida”, como os aquedutos de Caneças ou de Santo Antão do Tojal; um pórtico, qual “entrada dos heróis” para a eternidade.

Projecto monumento “Pórtico”
Desenho José Martins

Poderá ter a forma de um triângulo, a figura geométrica mais simples, mas de um equilíbrio estável, tão só, um triângulo equilátero que pode significar:
• Para os Cristãos, a Santíssima Trindade;
• Os três ramos das Forças Armadas: Exército, Marinha e Força Aérea;
• As religiões monoteístas: Cristianismo, Judaísmo e Islamismo
• As classes de militares: Oficiais, Sargentos e Praças;
• Os territórios onde, as Forças Armadas Portuguesas, desenvolveram maiores esforços: Angola, Guiné e Moçambique.

Projecto / plano de Monumento “Prisma Triangular”
Desenho José Martins

Se vários triângulos se “sedimentarem ao longo dos anos”, elevar-se-ão do solo e formarão um sólido, mantendo a forma indeformável, como o espírito que formou e uniu os combatentes em campanha.

Projecto de Monumento “Mural” (2 faces)
Maqueta de José Martins

Poderá ter a forma de muro, em pedra resistente, num único bloco, simbolizando a unidade ou, em partículas ou tijolos, como que a vontade de todos e cada um de nós que, juntando forças, transformamos a aparente fragilidade numa unidade, que permite enfrentar todas as adversidades.
Mas, tenha a forma que tiver, receberá as placas que identificarão, não só a memória a que se destina, os últimos Soldados de Portugal que tombaram a defender a Bandeira das Quinas em África, mas também recordará, ”Os Combatentes Desconhecidos” de todas as épocas, porque a história se esqueceu de registar os seus nomes.

Terá necessariamente um mastro, em forma de Cruz, que servirá para hastear as bandeiras que, por direito - além da Bandeira Nacional - estarão a flutuar ao vento.


(Continua)
____________

Nota de CV:

Vd. primeiro poste da série de 6 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9143: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (1) (José Martins)