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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Guiné 63/74 - P10813: Mi querido blog, por qué no te callas?! 1): A notícia da morte do blogue foi manifestamente exagerada... No final do ano, atingiremos a cifra de 1 milhão e 250 mil visitas (Luís Graça)

 [Foto à direita: Uma  das imagens  ícones do nosso blogue: o  2º Gr Comb  da CCAÇ 12, 1969/71, no subsetor do Xitole do setor L1, Bambadinca;    

Foto: © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados]

1. Há dias deixei, expresso em letra de forma, no poste P10786,  o meu obrigado a um leitor anónimo (que se fazia passar por J. Antunes, que eu não sei quem seja), pelos votos de "mau agoiro" em relação ao futuro do blogue.

Qual arguto médico de medicina interna, o nosso leitor anónimo (a quem eu estou a dar demasiada importância, já se que refugia por detrás de uma máscara), ele olhou para o corpo envelhecido - quiçá, cadáver adiado ! - do nosso blogue e fez  um prognóstico sério, reservado, doutoral:  as "deserções dos pioneiros" (sic) não auguravam nada de bom, enquanto os comentários, ao que parece, se iam  rarefazendo, a produção bloguística baixando, a malta definhando, desaparecendo, desertando, morrendo...

Eu procurei ler nas entrelinhas, juntando outros comentários, lidos ou ouvidos aqui e acolá... E, confesso,  aproveiteu a ocasião para dramatizar, sugerindo que o Facebook é mais divertido, mais interativo, mais espontâneo, mais descontraído, mais descomprometido... E depois, nestes últimos anos,  mil blogues e páginas no Facebook floresceram, sobre a guerra dita colonial, à sombra ou à pala  do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (também conhecido carinhosamente, para uns, depreciativamente, para outros,  como o blogue fora nada)...

Em suma, ó malta, enterrem o blogue, que eu vou já ao facultativo pedir a devida certidão de óbito!...

Comentário meu: Ao que parece, a notícia da morte do blogue foi manifestamente exagerada...

Não me dirijo mais ao J. Antunes (porque,  se ele fosse um verdadeiro camarada da Guiné,  nunca se esconderia por detrás do bagabaga do anonimato,), mas sim a todos os nossos leitores, homens e mulheres de boa vontade. Vejamos:

(i) nove anos é muito na Net (nem eu sei se lá chegaremos, ao dia 23 de abril de 2013, para soprar as velas!);

(ii)  a lei da vida é um dia o blogue morrer, como tudo o que é vivo e que mexe;

(iii) só não sei quando nem como;

(iv) espero,ao menos, que seja com a devida dignidade: de pé, como o  poilão da Tabanca Grande;

e (v) quanto às eventuais honras fúnebres, fica claro, desde já, que de acordo com o seu testamento vital o blogue as dispensa, as honras ditas fúnebres, sejam civis, religiosas ou militares...

Obrigado aos nossos críticos, anónimos ou não. Obrigado, sem ironia. Obrigado, mesmo. Vejo os seus comentários como um repto, um desafio, não apenas aos editores e colaboradores mais próximos, mas a todos aqueles camaradas da Guiné que acreditaram (e ainda acreditam...) neste projeto de restituição da voz de um geração sofrida e silenciada ou, no mínimo, esquecida...

O blogue faz sentido enquanto não esgotarmos o baú das nossas memórias, enquanto não exaurirmos a mina das nossas vivências e emoções, enquanto houver matéria-prima para publicar fotos, documentos, histórias, poemas, diários, recensões bibliográficas, etc., e por fim , mas não menos importante, enquanto os nossos editores e colaboradores tiverem unhas e dedos para  continuar a tocar guitarra (neste caso, a teclar no computador, a editar o poste nosso de cada dia)...

Consideramo-nos portugueses de lei e guineenses de coração. Não escondemos também essa nossa  dupla condição. Estamos aqui , antigos combatentes, por que fizemos uma boa química com aquela terra, com aquela gente, e só queremos no futuro que aquele bom povo encontre os verdadeiros caminhos da independência, que são os da paz, do desenvolvimento sustentado, da democracia, da liberdade, da justiça.

Em 2004 abrimos uma espaço na Net para a partilha de memórias e de afetos à volta da Guiné que conhecemos, nos nossos verdes anos, quando por lá andámos trilhando os caminhos da guerra e da paz. Como eu disse esta manhã ao nosso camarada e escritor Armor Pires Mota (em comentário ao poste P10812), sentamo-nos à mesa redonda da Tabanca Grande, a imensa mesa onde comemos o mesmo pão, uma mistura que eu diria - sem querer ofender nenhum crente, trata-se de uma metáfora - que foi amassada por Deus e pelo Diabo.

Fomos camaradas de armas, no passado, somos companheiros hoje pelo desejo comum de partilha de informação, conhecimento, experiências e vivências no TO da Guiné, entre 1961 e 1974. Sem qualquer agenda político-ideológica, nem muito menos alinhamento político-partidário. Somos um espaço de liberdade e de pluralismo de que todos  beneficiam, autores de postes,  leitores, comentadores, investigadores...

Procuramos fazer pontes entre o passado, o presente e o futuro. Somos também um blogue lusófono, e solidário:  esta geração de antigos combatentes pode e deve ajudar também a fortalecer as pontes que ligam Portugal e a Guiné: a história, a língua, a cultura,  os afetos, os caminhos que trilhámos na guerra e na paz, e enfim, a economia, por que não ?!...

Fica aqui o convite, a todos os nossos leitores,  para se fazer uma análise SWAT ao nosso "querido blogue": vamos identificar e apontar (i) pontos fortes, (ii) pontos fracos, (iii) ameaças e (iv) oportunidades, pensando sobretudo em 2013, mais um "annus horribilis" que nos espera a todos... O Miguel Pessoa já fez o "cartanito" de parabéns pelo próximo 9º aniversário (, a 23 de abril de 2013). Mas comemorar, com antecedência, os anos de homens e bichos dá azar, dizem. Vamos, pois, continuando a fazer o blogue todos os dias, não obstante as dificuldades (financeiras, logísticas, técnicas, psicomotoros, etc.) com que os editores também se deparam, mas das quais não costumam, por pudor,  falar em público...

Em suma, lá vamos blogando, rindo, às vezes gemendo e até chorando, pelo menos até ao dia 23 de abril de 2013 (se o mundo não acabar antes, como nos ameaçam!). Com o apoio de todos os amigos e camaradas da Guiné que nos honram com a sua presença, a sua amizade, a sua camaradagem.

Esta tomada de posição do editor Luís Graça, a título pessoal, e à revelia da democracia que é esperado praticar-se à volta e à sombra do nosso poilão, suscitou já  alguns comentários, uns inseridos na caixa de comentários do referido poste P10786, outros enviados pelo correio interno da Tabanca Grande. Vamos começar a publicar uma seleção de alguns desses comentários. Para os devidos (e desejados) efeitos!...

Um desses efeitos  é seguramente a colheita de sangue novo, a entrada de novos grã-tabanqueiros, a par do apelo ao regresso de muitos dos tabanqueiros "seniores" que, por um razão ou outra, se terão eventualmente afastado  (passando a venerar, por exemplo, outros irãs que se levantaram mais alto em poilões bem mais altos e bem mais fortes!), ou que  andam por aí perdidos pelas matas da descrença, da desmotivação, da lassidão... (Sim, por que  isto de blogar também cansa, e mexer no passado dói!).

A quadra natalícia não é a mais propícia para este exercício de blogoterapia...Mas já que a vida continua, arranjemos um bocadinho (de tempo e pachorra) para fazer os comentários, críticas e sugestões (incluindo as de melhoria)....

O editor Luis Graça

PS - Vejam o título desta série não como uma chantagem (emocional ou outra) mas apenas como uma prov(oc)ação...Teremos que ter argumentos se alguém nos interpelar, nomeadamente em língua castelhana: "Mi querido blog,  ¿por qué no te callas?"... 

Não, não é que haja alguém - que eu saiba! - que queira calar o blogue... Mas às vezes já tenho ouvido comentários, entre dentes,  do género: "Já cheira mal, a guerra colonial"; "Porra, que ainda não lamberam as feridas todos!"; "Passam a vida a desenterrar os mortos"... 

Por muito injustos e cruéis  que estes comentário possam ser e parecer ser - e são-no facto, na nossa opinião -, temos de estar preparados para responder àqueles que nos acusam de estar, por vezes, a "discutir o sexo dos anjos"...

De qualquer modo, há números que de tempos a tempos é bom lembrar e que mostram que o blogue ainda está vivo, e mais: de boa saúde e até há quem o recomende...

(i) Vamos atingir no final do ano de 2012 a simpática cifra dos 4,4 milhões de visitas (ou visualizações), cerca de 1,25 milhões mais do que no final do ano anterior;

(ii) Começámos a "blogar" em abril de 2004 (início da I Série) e o primeiro milhão de visitas só foi atingido em fevereiro de 2009;

(iii) Estaremos, em 31 de dezembro de 2012,  próximo dos 600 grã-tabanqueiros, formalmente registados;  quando começamos a II Série do blogue, em junho de 2006, éramos apenas 110 "tertulianos";

(iv) É verdade que não vamos chegar ao final do ano com tantos postes publicados como em anos anteriores: 1756, em 2011; 1956, em 2010; 1887, em 2009...Quando muito,  ficaremos em 2012  pelos 1560, mesmo assim muito mais do que em 2008 (1285), 2007 (1000) e 2006 (508):

(v) Devemos ultrapassar no final do ano um total de 38 mil comentários (desde maio de 2010, início dos registos estatísticos), correspondendo o ano de 2012 a um total prevísível  de 9700 (26,6 comentários por dia);

(vii) Um em cada 7 dos nossos visitantes vem de Portugal, os outros 3 do resto do mundo, por esta ordem (decrescente): Brasil, EUA, França, Alemanha, Canadá, Rússia, Reino Unido, Espanha e Cabo Verde Verde;

(viii) Temos além disso uma página no Facebook, chamada Tabanca Grande, com 971 amigos (muitos dos quais combatentes da guerra colonial, mas nem todos membros do blogue, longe disso).