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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Guiné 63/74 - P10907: Memória dos lugares (203): Xime, o Posto Escolar Militar nº 14 e os seus meninos, entre eles o José Carlos Mussá Biai, hoje engenheiro florestal a viver e a trabalhar em Portugal (Sousa de Castro / Ricardo Teixeira, CART 3494, Xime e Mansambo, 1972/74)





Guiné >  Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > Xime > CART 3494 / BART 3873 (Xime e Mansambo, 1972/74) > Meninos do Posto Escolar Militar nº 14.... Recorde-se que este batalhão esteve no TO da Guiné entre 28 de dezembro de 1971 (chegada a Bissau) e 3 de abril de 1974 (regresso). A CART 3494 esteve no Xime até abril de 1973, tendo sido depois transferida para Mansambo. E nessa altura a velhinha e cansada CCAÇ 12 passou a ser guarnecer o Xime como unidade de quadrícula. 

Foto: © Ricardo Teixeira (2013). Todos os direitos reservados. [Foto editada por L.G.]

1. Mensagem que nos chega do nosso camarada Ricardo Teixeira (que vive em França, a avaliar pelo seu endereço de email), através do nosso grã-tabanqueiro º 2, Sousa de Castro. O Teixeira era bazuqueiro, segundo a informação do Sousa de Castro, e fica desde já convidado a integrar a nossa Tabanca Grande, sendo o Sousa de Castro o seu padrinho.
Enviada: domingo, 6 de Janeiro de 2013 19:44
Para: Sousa de Castro
Assunto: Envoi d'un message : Scan0006

Amigo Castro:

Eu li no nosso blogue um comentário, que José Carlos Mussá Biai era natural do Xime. E que foi
aluno do nosso furiel mézinh
o [, fur mil enfermeiro José Luís Carvalhido da Ponte ,] nos anos 1973. Teria 10/11 anos quando nós estavámoos no Xime.

Aqui vai uma foto que eu tirei em frente à escola do Xime com os alunos desse tempo.
Nunca se sabe se ele está aqui nesta foto.

Se isso for verdade, são dois a ficar contentes, ele e eu.

Um abraço, deste amigo Teixeira.

2. Comentário de L.G.;

O feliz reencontro do José Carlos Mussá Biai com a sua infância no Xime (e com os tugas do seu tempo de menino e moço) já aqui foi contada na I Série do nosso blogue... O Sousa de Castro teve agora a gentileza de reproduzir alguns desses postes no seu blogue, no poste P167, de 3 do corrente. E teve a felicidade de ser lido pelo Ricardo Teixeira. Espero bem que o hoje engenheiro florestal J. C. Mussá Biai, a viver e a trabalhar em Portugal, se reconheça nesta foto. E que nos mande notícias.

De tempos a tempos falo, ao telefone, com o J. C. Mussá Biai (e já nos encontrámos pessoalmente, uma vez, no meu local de trabalho). Ele confirmou-me que o furriel miliciano enfermeiro José Luís Carvalhido da Ponte, natural de Viana do Castelo, foi alguém especial na sua vida e na vida dos outros meninos do Xime. Foi seu professor primário na única escola que lá havia, a PEM (Posto Escolar Militar) nº 14. O Mussá Biai também teve como professor, depois da CART 3494 ter ido para Mansambo,em anril de 1973, o furriel Osório, da CCAÇ 12, que dava aulas no Posto Escolar Militar nº 14, juntamente com a esposa.

Pergunta: O que é feito destas crianças que aprenderam a língua de Camões com os nossos camaradas Carvalhido da Ponte e Osório ? A história do José Carlos emocionouu-nos a todos e eu apontei-o na altura como um exemplo extraordinário de tenacidade, coragem, determinação e nobreza que honra qualquer ser humano, "que nos honra a nós e ao povo da Guiné-Bissau a ele que pertence".

Reproduzo um excerto de unm poste que sobre ele escrevi, em 10 de maio de 2005

(...) Em suma, o menino Mussá Biai fez a sua instrução primária debaixo de fogo. Um dos seus irmãos, o Braima, era guia e picador das NT. Tal como o Seco Camarà que morreu ingloriamente na Operação Abencerragem Candente, no dia 6 de Novembro de 1970, perto da Ponta do Inglês, no regulado Xime. O seu corpo foi resgatado por mim e pelos meus homens. Os restos humanos do mandinga Seco Camará, guia e picador das NT, morto à roquetada, foram transportados pelos meus soldados, fulas, para a sua tabanca do Xime. O José Carlos, embora menino, de sete anos, lembra-se perfeitamente deste trágico episódio em que os tugas do Xime tiveram cinco mortos, além do Seco Camarà.

O seu pai, um homem grande mandinga do Xime, era o líder religioso da comunidade muçulmana local. A família teve problemas depois da independência devida à colaboração com as NT. Depois dos tugas sairem, o José Carlos foi para Bissau fazer o liceu. Tinham-lhe prometido uma bolsa, se trabalhasse dois anos como professor para as novas autoridades da Guiné-Bissau. Ficou cinco anos como professor, até decidir partir para Lisboa e lutar pela obtenção de uma bolsa de estudo. Conseguiu uma, da Fundação Gulbenkian. Matriculou-se no Instituto Superior de Agronomia. Hoje é formado em engenharia florestal. Trabalha e vive em Portugal. Mas nunca mais voltou a encontrar os seus professores do Xime. E é seu desejo fazê-lo". (...)


Em 2005, o José Carlos Mussá Biai trabalhava como técnico superior no Instituto Geográfico Português (IGP), Departamento de Conservação Cadastral (DCC), Rua Artilharia Um, 107, 1099-052 Lisboa,  terlef. 213819600, ext. 310. (Atenção, que o IGP foi extinto e integrado recentemente na Direção-Geral do Território; mas o contacto telefónico continua a ser este, como acabo de confirmar).

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Nota do editor:

Último poste da série > 27 de dezembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10868: Memória dos lugares (202): Cacheu, Natal de 1964 (António Bastos)

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Guiné 63/74 - P2018: Álbum das Glórias (23): O mestre-escola do Saltinho (Joaquim Guimarães, CCAÇ 3490, 1972/74)

Guiné > Zona Leste > Sector L5 (Galomaro) > Saltinho > CCAÇ 3490 (1972/74) > "Eu, mais o Augusto [,o burro, ] e o Mamadu Djaló, em 1972, em Galomaro, sede do batalhão"

Guiné > Zona Leste > Sector L5 (Galomaro) > Saltinho > CCAÇ 3490 (1972/74) > " A força do rio"

Guiné-Bissau > Zona Leste > Sector L5 (Galomaro) > Saltinho > CCAÇ 3490 (1972/74) > "O abrigo das transmissões"

Guiné-Bissau > Zona Leste > Sector L5 (Galomaro) > Saltinho > CCAÇ 3490 (1972/74) > "O abrigo da estiva"

Guiné-Bissau > Zona Leste > Sector L5 (Galomaro) > Saltinho > CCAÇ 3490 (1972/74) > Os professores dos Posto Escolares do Saltinho. [O Joaquim Guimarães é o tereceiro a contrar da esquerda]


Fotos (e legendas): © Joaquim Guimarães (2007). Direitos reservados.


1. Mensagem do com data de 21 de Fevereiro de 2007. Pendente do envio de fotos, que entretanto chegaram. Dos Sates, onde o Joaquim vive. Mais um camarada nosso da diáspora, que faz parte da nossa Tabanca Grande, desde Agosto de 2005 (1).

Caro Luís Graça:

Depois de uma pequena ausência, aqui estou. Não quer dizer que não veja o blogue diariamente, pois tornou-se numa necessidade imprescíndivel estas viagens a um passado muito presente.

Aqui te envio essas fotos [do Saltinho] já um pouco deslavadas mas sempre admiradas e guardadas no meu peito. Com tempo mandarei mais.

O meu nome completo é Joaquim Fernando da Silva Guimarães. Ex-soldado nº 108261-71, pertenci ao BCAÇ 3872, com sede em Galomaro(2). A minha companhia era a CCAÇ 3490 (Saltinho, 1971/74). Fui professor escolar do Saltinho (pele e osso).

Um grande abraço a todos

Guimarães

2. Comentário de L.G.: As fotos enviadas pelo Joaquim Guimarães estavam muito azuladas. Optou-se, na sua edição, pelo preto e branco. Embora lacónico, o Joaquim tem mantido contactos connosco. Ele é o nosso orgulhoso representante nos Estados Unidos da América. Depois desta primeira selecção de fotos do seu álbum (de que temos a senha de acesso, dada por ele), esperamos pelas estórias do mestre-escola do Saltinho. Good luck, my friend and comrade!

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Notas dos editores:

(1) O Joaquim Guimarães, minhoto, natural de Viana do Castelo, q vive actualmente nos EUA. Vd. post de 15 de Agosto de 2005 > Guiné 63/74 - CLXXI: Saltinho, 1971/74... United States of America, 2005



(...) "Quando recebi o correio do Luis [Carvalhido] há uns tempos atrás fiquei vazio , não sabendo bem como reagir ao aceder à página da Tertúlia de ex-combatentes da Guiné (1963/74).
"O meu primeiro impulso foi enviar a notícia para os meus primos na França e Alemanha para saber como é que eles reagiriam a este extraordinário agrupamento de memórias. Até me recordei de coisas que estavam esquecidas há mais de trinta anos!

"Um muito obrigado e parabéns pela maneira como tudo isto está organizado. Desde já pedia-lhe o favor de acrescentar mais um nome à sua lista e de me manter actualizado. As fotos tiradas recentemente no Saltinho são as mesmas imagens tiradas em 71.Tenho fotos e histórias que quero contar. Até lá os meus maiores desejos de saúde e felicidades" (...).

(2) O Batalhão de Caçadores 3872, Galomaro – SPM 2188, editava em 1973 o jornal O Jantum. Director: o Cmdt,Ten Cor Castro e Lemos, natural do Porto. Vd. post de 31 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CDIV: Batalhão de Caçadores 3872 (Galomaro, 1971/74) (Carlos Filipe Coelho)

(...) "Chamo-me Carlos Filipe, fui radiomontador, formei Batalhão em 20 de Novembro de 1971 em Abrantes. O Batalhão de Caçadores 3872 desembarcou em Bissau no dia 24 Dezembro de 1971. A minha CCS ficou sediada em Galomaro, mas antes estive aproximadamente um mês no QG em Bissau.

"Depois fiz o velho percurso do rio Geba, e depois estrada, do Xime … até Galomaro. Claro que ainda tenho recordações de Dulombi, Camcolim, Bafatá, Bambadinca, Saltinho, Sete Fontes (fonte de água para abastecimento), Bolama (aonde passei as minhas férias)" (...).