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terça-feira, 3 de novembro de 2015

Guiné 63/74 - P15322: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (100): Reencontrando o comandante Pombo, em 17/10/2015, na sede da AFAP - Associação da Força Aérea Portuguesa, em Lisboa, 41 anos depois da viagem que fiz com ele no seu Cessna dos TAGP, de Bissau até Catió, em 31/3/1974 (António Graça de Abreu)



Lisboa, sede da AFAP - Associação da Força Aérea Portuguesa > 17 de outubro de 2015 > Ao centro, o nosso grã-tabanqueiro, António Graça de Abreu, proferindo a conferência "Entender a China 2015. Viajar pelo mundo chinês”. Ele foi o convidado especial da AFAP na comemoração do seu XXXII aniversário (*). Foto: Cortesia da página da AFAP. [Edição: LG]



Mensagem do António Graça de Abreu [ex-alf mil, CAOP 1, Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74, poeta, escritor e conhecido sinólogo]:


Data: 19 de outubro de 2015 às 15:28
Assunto: Com o comandante Pombo, na Guiné 1974 e em Lisboa, 2015


1. Sábado passado, dia 17 de Outubro, fiz uma conferência sobre a China (entusiasmante e participada) na Associação da Força Aérea, na Av. Gago Coutinho, Lisboa. Havia mais de vinte generais, e outros tantos coronéis. Até eu, pobre alferes, me senti importante com tão excelente assistência.

E estava lá o Pombo, dos TAGP (Transportes Aéreos da Guiné Portuguesa), o Pombo, grande senhor dos aviões e da vida, voando como um príncipe nos céus da Guiné no seu Cessna branco e vermelho dos TAGP.

Um abraço fortíssimo a esse homem de eleição, voando um dia comigo, ou melhor, eu com ele, em Março de 1974, desde Bissau até Empada e depois Catió.

O grande Pombo, excepcional piloto e extraordinária figura dos céus guineenses, antes e depois da guerra, agora algo alquebrado pela inevitável passagem dos anos, encostado por bem, à sua fascinante e colorida vassourinha brasileira.

Que gosto, que prazer estar, mesmo ao de leve, com esta boa gente, pedaços à solta de todos de nós! (**)


2. Do meu Diário da Guiné (Lisboa, Guerra e Paz ed., 2007, pag. 209), respigo o texto que escrevi na altura sobre voar com o comandante Pombo..


Cufar, 31 de Março de 1974

Prometi que só regressava a Cufar depois de ter resolvido o problema do meu substituto. Pois agora é verdade, já desencantaram o homem. É o alferes Lopes, apenas com quinze dias de Guiné. Tem a especialidade de Secretariado, estava exactamente destinado à 1ª. Repartição, em Bissau, e ou porque têm gente a mais ou porque eu os chateei demasiado nestes últimos dez dias, desviaram-no para Cufar. 

Encontrei-o na piscina do Clube de Oficiais, almocei com ele, animei-o –- está um bocado abalado com a vinda para o mato,–-  disse-lhe que Cufar é mauzinho mas se ele fosse atirador de Infantaria e tivesse sido colocado em Cadique ou Jemberém ou Gadamael, seria bem pior.

Tentei trazê-lo comigo mas não foi possível, vim na avioneta civil, o Cessna dos TAGP (Transportes Aéreos da Guiné Portuguesa) e só havia cinco lugares, todos ocupados. O Lopes chegará assim que houver disponibilidade de transporte.

Ainda não tinha experimentado voar nestes aviões pequeninos, mais bonitos e confortáveis do que as DOs. De manhã, no Depósito de Adidos onde se trata das viagens dentro da Guiné, ouvi falar num avião civil fretado pelo exército para transportar oficiais com destino a Empada e Catió. Agarrei-me logo. De Catió a Cufar podia fazer os dez quilómetros por estrada.

O Cmdt Pombo aos comandos do seu Cessna dos TAGP,
c. 1972/74  (Foto de Álvaro Basto, 2008)
Saímos de Bissau, voámos sobre Tite e a região do Quínara, atravessámos o rio Grande de Buba direitinhos a Empada, um aquartelamento importante já no sul da Guiné. Descemos em Empada, onde saíram dois alferes e entrou o meu coronel que estava na povoação numa espécie de visita de inspecção.

Fiquei admirado com a forma como voam os aviões civis. Já havia constatado que não tomam aquelas precauções todas contra os mísseis terra-ar do PAIGC, ou seja voar a mais de dois mil metros ou a "rapar", logo acima do solo, ou subir e descer em parafuso sobre as pistas de aviação. Foi a vez de experimentar pelos céus do sul da Guiné um voo quase normal, embora estivéssemos perfeitamente ao alcance dos mísseis IN, tanto mais que sobrevoámos à descarada zonas onde os guerrilheiros se movimentam com algum à vontade. Deve ser verdade, eles não atacam aviões civis e a avioneta, vermelha e branca é facilmente identificável cá de baixo. Se nos tivessem mandado abaixo seria um grande "ronco", éramos quatro alferes e, de Empada para Catió, ainda um coronel, o meu chefe (coronel pára-quedista João José Curado Leitão). Estas avionetas civis continuam a voar quase como nos bons velhos tempos e como o Cessna vinha relativamente baixo, distinguiam-se  trilhos utilizados pela população e pelos guerrilheiros nas áreas que controlam. Semi-escondidas nas florestas, adivinhavam-se umas tantas aldeias.

Em Catió, enquanto aguardávamos a escolta, bebi uns whiskies velhíssimos com o meu coronel e o tenente-coronel comandante do batalhão de Catió. Depois viemos para Cufar por estrada com vinte homens armados da CCaç 4740 a guardarem-nos as costas. Se tivéssemos sofrido uma emboscada, eu, que nem espingarda tinha, ficava logo ali como um passarinho. Esta deve ter sido a minha última "saída" para o mato.

António Graça de Abreu

___________________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 15 de outubro de 2015 > Guiné 63/74 - P15253: Agenda cultural (430): Conferência de António Graça de Abreu, "Entender a China 2015. Viajar pelo mundo chinês”, sábado, dia 17, pelas 11h30, em Lisboa, na sede da AFAP - Associação da Força Aérea Portuguesa, nas comemorações do seu 32º aniversário

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Guiné 63/74 - P14216: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (31): Os CESSNA dos TAGP e os seus pilotos - Um aparelho com piloto automático? (Luís Paulino, ex-Fur Mil da CCAÇ 2726, Cacine e Cameconde, 1970/72)

1. Mensagem do nosso camarada Luís Paulino, (ex-Fur Mil da CCAÇ 2726, Cacine e Cameconde, 1970/72), com data de 28 de Janeiro de 2015:

Olá Companheiro e Amigo Vinhal,

Sequenciando o tema do companheiro Jorge Araújo, sobre a Aeronáutica na Guiné, veio-me à lembrança um voo que efectuei em Dezembro de 1970, de regresso a Cacine, após gozo de férias na Metrópole.

Parti do aeroporto de Bissalanca numa dessas Cessnas civis de apenas 2 lugares, em que o passageiro viajava ao lado do piloto.

Recordo-me que, após termos levantado voo conversámos algum tempo, mas fui-me apercebendo que lentamente, se ia perdendo a fluidez do diálogo.

Estranhando o sucedido, olhei para a minha esquerda, e para meu espanto, verifico que o piloto pendia a cabeça para a frente, com alguma frequência, dando a entender que estaria a dormitar.
Fiquei assustado e alertei-o de imediato com um valente berro.

Não sei se o aparelho tinha piloto automático, mas sei que a Cessna, durante esse espaço de tempo não alterou a rota, pois passados alguns minutos aterrámos em Cacine, tendo tudo acabado em bem.


Já em terra cumprimentámo-nos, tendo ele pedido desculpa pelo sucedido, tendo-se justificado com o cansaço provocado pelo excesso de horas de voo que estava a efectuar diariamente.

Saudações Fraternas,
Luís Paulino
____________

Nota do editor

Último poste da série de 3 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14215: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (30): "Blue on Blue" - Querem ver que acertei nos nossos? (António Marins de Matos, TGen Pilav Ref)

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Guiné 63/74 - P14152: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (95): Mais uma pequena história... Em honra do Cessna dos TAGP e do Comandante Pombo (Mário Migueis da Silva)

1. Em mensagem de hoje, 15 de Janeiro de 2015, o nosso camarada Mário Migueis da Silva (ex-Fur Mil Rec Inf, Bissau, Bambadinca e Saltinho, 1970/72), enviou-nos uma história passada com o Comandante Pombo, que assim se junta às já publicadas.


O Comandante Pombo

Outubro de 1972

Dedicara a manhã exclusivamente às despedidas dos meus amigos fulas e mandingas das tabancas do Saltinho e de Madina-Contabane, régulo Sambel, mulheres e filhos incluídos, com os quais, em sinal de reconhecimento pela hospitalidade e cordialidade com que sempre me distinguiram, “parti” algumas coisinhas, meras recordações, enfim, com destaque para umas bonitas peças de fazenda que, com razoável antecedência, encomendara em Bafatá.

Agora, com a coluna pronta a seguir para o Xitole, onde, em troca de mais um saco de correio para a malta ávida de notícias e palavras de afecto, me deixariam à guarda do piloto de uma avioneta que fazia habitualmente a ligação com Bissau, mal tinha tempo para, com a bucha na boca, carregar para cima da GMC a meia dúzia de sacos e malas cheios de artefactos de valor meramente estimativo: dois batuques, um korá, uma espécie de cavaquinho, um violino acabaçado com arco provido de cordas de rabo de cavalo, manuscritos diversos, peças de artesanato várias – faltava saber se a pequena aeronave teria espaço para tanta tralha.

Foto do Cessna, vermelho, pilotado pelo Comandante Pombo, dos Transportes Aéreos Civis da Guiné

- Não há problema nenhum, até porque você é o único passageiro – sossegou-me o comandante Pombo, piloto do Cessna, que, já em plena pista, dava os últimos retoques no acondicionamento da carga, antes de levantar voo.

Pois é verdade, meus caros, era ele, o próprio, o melhor, o mais experiente, o mais espectacular de todos os pilotos civis de sempre em céus africanos, o já lendário comandante Pombo, com quem nunca tinha viajado, mas de quem ouvia falar à boca cheia desde que, dois anos atrás, chegara à Guiné.

Com um dos batuques em cima dos joelhos – que foi a solução encontrada –, enquanto subíamos em grande estilo, pouco menos que na vertical, ousei lembrar timidamente para a minha esquerda:
- Comandante, olhe que hoje é sexta-feira, 13!...
- Dia da segunda aparição em Fátima, não é?!...

E, acto imediato, iniciou o voo picado de despedida à pista, número que não deixava nunca de dedicar ao pessoal de terra.

Esposende, 14 de Janeiro de 2015
Mário Migueis
____________

Nota do editor

Último poste da série de 14 de janeiro de 2015 > Guiné 63/74 - P13148: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (94): Ainda o Comandante Pombo, a quem convidámos para partilhar connosco as suas histórias e memórias... (Maria João Pombo / Amaral Bernardo)

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Guiné 63/74 - P14134: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (93): Três Antónios, três pequenas histórias... Em honra do Cessna dos TAGP e do Comandante Pombo (António J. Pereira da Costa, António Santos, António Graça de Abreu)




Guiné > s/l > s/d > Imagem do Cessna, vermelho, pilotado pelo Comandante Pombo, dos Transportes Aéreos Civis da Guiné, em que o nosso camarada Álvaro Basto fez várias viagens enre o Xitole e Bissau, nos anos da sua comissão (1972/74).


Foto: © Álvaro Basto (2007). Todos os direitos reservados.

 1. Três pequenas histórias, contadas por Antónios, em honra do teco.teco, branco e vermelho dos TAGP - Transportes Aéreos da Guiné Portuguesa e do comandante Pombo (*).



(i) António José Pereira da Costa

Aqui vai uma história do Cmdt Pombo.

Creio que em Fevereiro de 1973, o (na altura) Cap. Art Otelo Saraiva de Carvalho apareceu em Mansabá com uma jornalista sueca. A coluna do Batalhão trouxera-os até Mansabá onde almoçaram e eu teria de os ir entregar ao Batalhão de Farim, onde tomariam o avião dos TAGP.

A jornalista era uma velhinha magrinha e calçada com umas sabrinas de pano e que estava interessadíssima em ver hospitais e igrejas. Não tínhamos hospital, mas a nossa enfermaria era bastante boa. A igreja era sempre improvisada quando necessário.

Apesar de tudo, as coisas correram bem e eu creio que a senhora estava satisfeita. Organizámos a coluna e recorri a um jeep emprestado pelo administrador de Mansabá dado o estado físico da senhora, mas que... não tinha travões. Talvez porque estivéssemos atrasados, um pouco antes do K3 num troço recto e de bom piso da estrada, o Cmdt Pombo surgiu à vertical da coluna e no mesmo sentido. "Fez-se à pista" e aterrou à frente da primeira viatura. Deu a volta ao avião,  recolheu os dois VIP e, sem desligar o motor, descolou de novo em direcção a Bissau.


(ii) António Santos:


Eu também tive uma experiencia aérea civil, que pelo que entendo só pode ter acontecido com o Cmdt Pombo.

Estávamos em Ago73 e,  tendo férias marcadas para Lisboa com a data de embarque na TAP a aproximar-se,  dia 22, não havendo TPT [, transporte por terra,]  para Bissau por esses dias, a solução foi adquirir bilhete pelos TAGP.

Se não falho,  a coisa custou quase metade do pré cá do rapaz,400,  e talvez 3 ou 4 notas de 100 pesos.  Enfim, o seu valor não consigo precisar mas, anda lá perto.

Ora nesse dia (época das chuvas), a coisa estava feia, chuvia e abanava como a malta sabe como era, o CESNA abanava e não era pouco, Depois de passar o Xime,  o Cmdt meteu o avião por cima do Rio Geba porque a coisa junto às palmeiras também não dava. Mais um pouco e o CESNA passava a ser submarino. A coisa próximo de Bissau estava muito melhor e foi ver o transporte picar direito ao azul do céu.

E pouco depois estávamos em Bissau,  com os pés no chão e já a pensar em Lisboa.


(iii) António Graça de Abreu



Voei uma vez no CESNAna com o comandante Pombo. Aqui vai a descrição da viagem de Bissau para Catió, com escala em Empada, no meu Diário da Guiné,em Março de 1974.

"Vim na avioneta civil, o Cessna dos TAGP (Transportes Aéreos da Guiné Portuguesa) e só havia cinco lugares, todos ocupados.

Ainda não tinha experimentado voar nestes aviões pequeninos, mais bonitos e confortáveis do que as DOs. De manhã, no Depósito de Adidos onde se trata das viagens dentro da Guiné, ouvi falar num avião civil fretado pelo exército para transportar oficiais com destino a Empada e Catió. Agarrei-me logo. De Catió a Cufar podia fazer os dez quilómetros por estrada.

Saímos de Bissau, voámos sobre Tite e a região do Quínara, atravessámos o rio Grande de Buba direitinhos a Empada, um aquartelamento importante já no sul da Guiné. Descemos em Empada, onde saíram dois alferes e entrou o meu coronel (o páraquedista, João José Curado Leitão) que estava na povoação numa espécie de visita de inspecção.

Fiquei admirado com a forma como voam os aviões civis. Já havia constatado que não tomam aquelas precauções todas contra os mísseis terra-ar do PAIGC, ou seja voar a mais de dois mil metros ou a “rapar”, logo acima do solo, ou subir e descer em parafuso sobre as pistas de aviação. Foi a vez de experimentar pelos céus do sul da Guiné um voo quase normal, embora estivéssemos perfeitamente ao alcance dos mísseis IN, tanto mais que sobrevoámos à descarada zonas onde os guerrilheiros se movimentam à vontade.

Deve ser verdade, eles não atacam aviões civis e a avioneta, vermelha e branca é facilmente identificável cá de baixo. Se nos tivessem mandado abaixo seria um grande “ronco”, éramos quatro alferes e, de Empada para Catió, ainda um coronel, o meu chefe. Estas avionetas civis continuam a voar quase como nos bons velhos tempos e como o Cessna vinha relativamente baixo, distinguiam-se nitidamente os trilhos utilizados pela população e pelos guerrilheiros nas áreas que controlam. Semi-escondidas nas florestas, adivinhavam-se umas tantas aldeias."

2. Alguns comentários aqui deixados no nosso blogue sobre o comandante Pombo [vd. também o blogue dos Especialistas da Baase Aérea 12 Bissau):

(i) "O Comandante Pombo foi durante os primeiros 5 ou 6 anos da Independência da Guiné, piloto e um dos responsáveis da TAGB, transportes aéreos da Guiné.Bissau" (Septuagenário, 6/1/2008).

(ii)  "Estive na Guiné em 1960/63 e o Zé Pombo foi o amigo dos bons e maus momentos, fomos mantendo contacto até 1963, intermitente e mais certo, até 1968. Ainda hoje o considero um grande amigo, mas gostaria que um dia, antes que seja demasiado tarde, me permita dizer quanto apreciei a sua amizade, o seu companheirismo. É bem fácil, no Skype ou no Facebook! Ana Bela (30/11/2013).

(iii) Sim, há notícias dele, da parte de uma filha e de um filho, no blogue dos Especialistas da Base Aérea 12, Guiné 65/74... Nome completo: José Luis Pombo Rodrigues, ten pilav reformado (...,) "Ele foi viver para o Brasil (Maricá) perto do Rio,em agosto de 2010. Estou a ver se vou lá ter com ele brevemente pois morro de saudades. Tinha sido operado no hospital da Força aérea ao fémur e fez fisioterapia e voltou a andar. Já está reformado. Esteve muitos anos no antigo Zaire em Kinshasa a trabalhar como piloto da companhia Sicotra Aviation(Avião de carga).Conhece o grande amigo dele, o general Avelar de Sousa? Estive com ele há umas semanas num almoço de confraternização da polícia. Vá dando notícias. Vou seguindo o blogue que me parece excelente!" (...) (Luís Graça, 25/2/2014)

(v) "Quero também aqui homenagear o Pilot.Pombo que foi mais de uma vez fazer evacuações a Gadamael..pilotava um pequeno Cessna..julgo eu..que tinha instrumentos de navegação nocturna e que era logicamente pago pelo serviços que fazia, mas isso não lhe retira mérito" (C. Martins, 29/4/2012),

(vi) "Era muito apreciado pelo governo de Luís Cabral. Fazia viagens num avião dos TAGB, para Dakar e Caboverde. O avião do TAGB e o comandante Pombo ainda sobreviveram a Luís Cabral (1980) e trabalhou com o governo de Nino Vieira algum tempo. (...) "Em Bissau havia um mono-motor que fazia viajens para Bubaque mas era tão velho e a manutenção era tão duvidosa, que se dizia que só com o Pombo é que aquilo funcionava. E de facto, mais tarde aquele teco-teco pregou um grande susto a uns turistas que aterraram numa bolanha de arroz, foi só o susto e parece-me que o fim do aparelho." (Antº Rosinha, 7/5/2014).

(vii) "Também gostaria de saber notícias do Sr. Comandante José Luis Pombo, pois tive o privilégio de o conhecer e de viajar com ele. Fiz duas viagens entre Bissau e Bubaque, no Arquipélago dos Bijagós, na altura da Páscoa de 1974. Lembro-me que entre Bubaque e Bissau, tivemos de viajar "rente ao mar" por razões de "segurança de voo" , e deixou-me pilotar (era uma avioneta dos TAGP com dois comandos), apenas não aterrei no Aeroporto! seria bonito .... Lembro-me também que a torre de controlo mandou-nos aterrar primeiro, para um Boeing da TAP levantar, que por acaso levava a equipa do Porto, que tinha ido jogar a Bissau na altura da Páscoa do ano de 1974. Tenho uma fotografia com ele, tirada pelo meu pai, junto ao avião, na linda pista de conchas de Bubaque. A forma como ele se fazia à pista, era única e identificava-o logo. Mando de aqui um grande abraço e cumprimentos para este ilustre comandante aviador, conhecido na altura, como "Capitão Pombo". (Luís Gonçalves Vaz, 7/5/2014).

(viii) "Folgo muito em saber que o Comandante Pombo ainda se encontra entre nós... Um dia foi fazer uma evacuação a Gadamael..já ao anoitecer..a FAP estava impedida por ordem do COM.CHEFE..só pediu que iluminássemos a pista..o que se fez com umas "rodilhas" impregnadas de petróleo em garrafas... Comandante Pombo, um "herói mítico" da Guiné, toda a gente falava dele com admiração".
(C.Martins, 9/5/2014)

________________

Notas do editor:

(*) 8  de janeiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14129: O nosso livro de visitas (181): Parabéns, comandante Pombo, ex-piloto dos TAGP e dos TAGB (Maria João Pombo Rodrigues)

(**)  Último poste da série >  31 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14101: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (91): O Alfarrabista Eduardo Martinho, amigo de Mário Beja Santos, foi Furriel Miliciano do Pel Rec da CCS do BART 2861, logo camarada do nosso tertuliano Furriel Enfermeiro, Ribatejano e Fadista Armando Pires

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13117: Memória dos lugares (265): Bubaque... e o comandante Pombo, dos TAGP, na Páscoa de 1974 (Luís Gonçalves Vaz)



Guiné > Arquipélago dos Bijagós > lha de Buibaque > "A esposa do coronel Henrique Gonçalves Vaz, os três filhos mais novos e o capitão Pombo, na Pista de Bubaque na Páscoa de 1974... Fotografia de Henrique G. Vaz.

Foto (e legenda): © Luís Gonçalves Vaz (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]

1. Mensagem do passado dia 7, do nosso amigo Luís Vaz... O texto que a seguir se publica inclui excertos de um conversa que tive com ele, no chat, a propósito do comandante Pombo, dos TAGP:


Data: 7 de Maio de 2014 às 22:24

Assunto: Fotografia com o capitão Pombo


Boa noite: Também gostaria de saber notícias do Sr. Comandante José Luis Pombo (*), pois tive o privilégio de o conhecer e de viajar com ele. Fiz duas viagens entre Bissau e Bubaque, no Arquipélago dos Bijagós, na altura da Páscoa de 1974. (**)

Lembro-me que entre Bubaque e Bissau, tivemos de viajar "rente ao mar" por razões de "segurança de voo" , e deixou-me pilotar (era uma avioneta dos TAGP com dois comandos), apenas não aterrei no Aeroporto, seria bonito! ....

Lembro-me também que a torre de controlo mandou-nos aterrar primeiro, para um Boeing da TAP levantar, que por acaso levava a equipa do Porto que tinha ido jogar a Bissau na altura da Páscoa do ano de 1974.

Tenho uma fotografia com ele, tirada pelo meu pai, junto ao avião, na linda pista de conchas de Bubaque. A forma como ele se fazia à pista, era única e identificava-o logo. Mando de aqui um grande abraço e cumprimentos para este ilustre comandante aviador, conhecido na altura, como "Capitão Pombo". (...)

Ai vai a Fotografia... A legenda é: "A esposa do coronel Henrique Gonçalves Vaz, os três filhos mais novos e o capitão Pombo, na Pista de Bubaque na Páscoa de 1974"... Fotografia de Henrique G. Vaz.

Eu sou o " moreno magrinho do lado esquerdo", ao lado da minha mãe, de óculos escuros. Depois o mano mais velho, a seguir o mais novo e por fim o piloto... O de caracois é o António, tinha 15 anos, e o mais novo o Paulo, tinha 11 anos...

Adorei, estive lá uma semana!, pois a viagem tinha sido adiada, devido á Bomba no QG que feriu o meu Pai... Lembro-me que iríamos a 23 de Fevereiro para Bubaque, passar uns dias, e no fim do dia de 22 de Fevereiro PUM...Passado 20 minutos, o meu pai liga a dizer que tinham posto uma bomba junto ao gabinete dele! Passado uma hora chega a casa, "a rir-se", sem lentes nos óculos, com salpicos de sangue junto aos ouvidos e sangue no camufelado...e disse "ainda não é desta que conseguiram"... 

A  minha mãe abraçou-se a ele a chorar... Nunca me esquecerei destes momentos dramáticos... Claro a "Viagem a Bubaque ficou adiada evidentemente, ficou para a altura da Páscoa naquele ano de 1974.

Nos TAGP, o CEM/CTIG só viajava com este aviador, pois era "seguro",  "muito competente" e "topo de gama"...

Nem imaginas a nossa viagem à Ponta do Biombo, no regresso à noite, passamos no meio do mato, por uma "massa de gente", que eu pensei que ia morrer! ... Mas esta estória irá dar um Artigo, mais lá para a frente, ok?