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sábado, 19 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2455: Diorama de Guileje (4): A cozinha e o depósito de géneros alimentícios (Nuno Rubim)

Diorama de Guiledje > 2008 > A cozinha do aquartelamento, miniatura, da autoria de Nuno Rubim.


Foto: © Nuno Rubim (2008). Direitos reservados


1. Mensagem de Nuno Rubim, já enternato divulgada internamente na nossa Tabanca Grande:


Caro Luís

Agora é que me parece que serão os últimos pedidos que faço aos camaradas do blogue, que me têm e muito, ajudado na obtenção de fotografias com detalhes para a feitura do diorama de Guileje.

Desta feita preciso de fotografias onde se possam ver caixas e latões, latas e outro tipo de embalagens/recipientes, de géneros alimentícios, em madeira, metálicos ou sacas. Eram iguais para todas as unidades.

Bem sei que não será fácil, o pessoal ( incluo-me a mim próprio ) não estava p'ra aí virado, mas pode ser que tenha alguma sorte ... As miniaturas deste tipo, que eventualmente venham a ser feitas, são para colocar junto ao edifício do depósito de géneros. E como com estes se destinavam à alimentação do pessoal, já está acabada a maqueta o edifício da cozinha / refeitório de praças, de que junto uma fotografia.

Repararão num cartaz ali afixado. Foi o cozinheiro da CCAÇ 726 que o colocou, num desabafo... Tem a ver com uns tais Pastéis de Basooka (sic) cuja estória está ainda por contar ...

Quem fôr ao Simpósio vai ter oportunidade de obter uma explicação complementar sobre este assunto ... E o Pepito ( Carlos Schwarz ) diz-me que já obteve a receita ! Duvido muito, mas vamos lá ver ...

As fotos da cozinha e do cartaz foram-me fornecidas pelo camarada ex-Furriel Alberto Pires (Teco), dessa Companhia.

Um abraço

Nuno Rubim

2. Comentário de L.G.:

Nuno: O teu pedido é irrecusável e estou convicto de que a nossa malta não te/nos vai desiludir, a começar pelos nossos Intendentes que devem, por certo, ter fotos com caixas, latões e embalagens de géneros alimentícios... O teu diorama é já um sucesso e eu estou a imaginar o ronco que ele vai fazer em Guileje no próximo mês de Março...

Em troca da nossa empenhada colaboração, tu vais prometer-nos enviar uma reportagem (fotográfica) completíssima da tua obra de arte... Como é um exemplar único, vamos perdê-la... Ou melhor, os guineenses vão ganhá-la e nós vamos ter que ir ao sul da Guiné-Bissau, ao futuro núcleo museológico de Guileje, para a ver ao perto... É claro, vamos ficar todos muito orgulhosos do teu/nosso diorama... Vou já começar a fazer circular o teu pedido pela nossa rede tertuliana. Mais logo publico um poste no blogue, com foto da cozinha que está um mimo. Palmas também para o Teco, da CCAÇ 726, e, já agora, para o anónimo pasteleiro... Um abraço do Luís

________

Nota de L.G.:

(1) Vd. postes anteriores desta série (ou com ela relacionados):

31 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2394: Quem se lembra das cores dos bidões de combustíveis e lubrificantes ? (Nuno Rubim)

5 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2408: Sistema de cores dos bidões de Combustíveis & Lubrificantes, usados pelas NT no CTIG (Victor Condeço)

11 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2432: Diorama de Guileje (1): Geradores: Grupos Diesel Lister ou Frapil: fotos ou manuais, precisa-se (Nuno Rubim / Victor Condeço)

13 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2436: Diorama de Guileje (2): a casota do gerador Lister... Agora só faltam os torpedos bengalórios (Nuno Rubim)

15 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2441: Diorama de Guiledje (3): Torpedos bengalórios (Idálio Reis /Nuno Rubim)

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2441: Diorama de Guiledje (3): Torpedos bengalórios (Idálio Reis /Nuno Rubim)

Guiné > Região de Tombali > Gandembel > CCAÇ 2317 (1968/69) > O artefacto apoiado ao muro (lado esquerdo) é um torpedo bengalório... Fazia parte integrante de inúmeras apreensões de material que os pára-quedistas obtiveram à volta de Gandembel/Ponte Balana. 

 Foto e legenda: © Idálio Reis (2007). Direitos reservados. 

  1. Mensagem do Idálio Reis, enviado ao Nuno Rubim com conhecimento à Tabanca Grande: 

 Antes do mais, cordiais saudações a todos vós. Na troca de correspondência que venho mantendo com o Nuno Rubim, a quem endereço um particular agradecimento pelo modo como se empenhou na elaboração desse primor, que é o diorama de Guileje, deixa-nos sempre muito sensibilizados este tipo de dedicação. Embora defrontando-se com a falta de elementos, mesmo assim conseguiu reconstruir Guileje, uma terra que bem conheceu. E é admirável, que passados tantos anos, consiga repor todas as infra-estruturas, com quase o mesmo grau de pormenor como ali não houvesse sinais de um qualquer efeito erosivo. Falei-lhe nos torpedos bengalórios (1). O Luís continua a ser um homem da investigação, ainda que não seja esta a matéria que seja mais exímio, conquanto o pareça. Do que me foi dado a conhecer, o torpedo bengalório utilizado pelo PAIGC era uma arma ofensiva que, dadas as suas características, servia para abrir uma clareira por efeito do poder explosivo, nomeadamente para danificar uma cerca de arame farpado. Parecia ser um artefacto artesanal, mas se acaso fosse devidamente colocado e o seu detonador bem concebido, era efectivamente terrível. Num dos ataques a Gandembel, 1 ou 2 unidades foram accionadas, que deterioram uma parte significativa da fiada externa da cerca. Dos despojos deixados, não havia mais nenhum. De todo o modo, julgo que esta(s) localização(ões) não foi(ram) a(s) melhor(es), já que o(s) guerrilheiro(s) incumbido(s) desta missão incorria(m) em perigos à beira do abismo, ainda mais que se aproximaram do local com maior vigilância: o paiol. A fotografia que envio, onde se vê esse artefacto apoiado ao muro (lado esquerdo), é parte integrante de inúmeras apreensões de material que os pára-quedistas obtiveram à volta de Gandembel/Ponte Balana.

 Um apertado abraço amigo do Idálio Reis.


  2. Resposta do Nuno Rubim: Caro Idálio Reis Mais uma vez o camarada e amigo me fornece indicações importantes. E estou sempre a aprender... No que se refere aos torpedos bangalore tenho vária informação, porque também os tivemos cá em Portugal. Mas era um modelo dos EUA. Quando, na minha 3ª comissão, no CIC (Centro de Instrução de Comandos), Grafanil, Luanda, frequentei no BENG o curso de Minas e Armadilhas, tendo obtido a classificação de Mestre, aí estudei, entre outros dispositivos, os torpedos bangalore, cuja origem remonta à 2ª Guerra Mundial ( embora na 1ª GG tivessem sido empregues uns dispositivos primitivos para obtenção dos mesmos fins : abrir brechas nas redes de arame farpado). Mas o camarada Idálio vem agora, a meu ver, clarificar totalmente a questão. E é a fotografia que envia ! Percebe-se agora que o que foi designado na altura por torpedo bengalório, utilizado pelo PAIGC, era afinal um sistema improvisado, artesanal ( como muito bem diz ) desenvolvido talvez por influencia soviética, já que tenho informação que os russos utilizaram um semelhante em operações na Crimeia, entre outras acções, durante a 2ª Guerra Mundial. E o que é que vemos ? Uma simples calha em forma de U, com petardos de explosivo ( provavelmente trotil ), dispostos uns a seguir aos outros e provavelmente ligados ( enrolados ) por cordão detonante. Depois era só aplicar, no 1º elemento de explosivo, um detonador pirotécnico com cordão lento ! Finalmente colocar a calha debaixo da rede de arame farpado e ... fogo ! É claro que o sapador corria grandes riscos ... Normalmente era efectuados ataques de diversão, utilizavam-se meios fumígenos, etc... para proteger o homem. Obrigado, camarada, por mais esta importante achega. 

 Um abraço Nuno Rubim ______________ 



domingo, 13 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2436: Diorama de Guileje (2): a casota do gerador Lister... Agora só faltam os torpedos bengalórios (Nuno Rubim)

Diorama de Guiledje > 2008 > A casota do gerador Lister: miniatura, da autoria de Nuno Rubim.

Fotos: © Nuno Rubim (2008). Direitos reservados 


 1. Mensagem do Nuno Rubim, com data de 11 de Janeiro: 

 Caro Luís: Nem de propósito ! Eu acabar o modelo da casa do gerador de Guileje e ir ao blogue ver se encontrava algo de novo sobre os torpedos bangalore (1). E dou de caras com o poste sobre o motor Lister ! (2) Tirei logo duas fotos ! Pois o Vítor Condeço foi de grande ajuda. E aqui vai o se pôde fazer. 

A casota do gerador (ainda sem telhado, que era em chapa de zinco ondulada), com o seu grupo Lister, dois bidões com as cores indicadas pelo Condeço (3) e dois jerricãs. Claro que no Diorama isso será dificilmente visível, mas que me deu um grande gozo fazê-la, lá isso deu ... E se eu tivesse a vista e as mãos de há vinte ou trinta anos ... 

 Um abraço, Nuno Rubim 

  2. Comentário de L.G.: 

 Nuno, a verdade é que ninguém sabe o que eram esses tais torpedos bengalórios, a que se refere o Idálio Reis... Alguém sabe ? Eu confesso a minha ignorância, mas na Wikipédia, na versão inglesa, encontrei uma definição, além de uma imagem (espero que isto dê uma ajudinha). Já agora, acrescentarei que em português, no Google, só encontrei duas referências ao termo "torpedos bengalórios" - uma das quais remetendo para o nosso blogue (1) - e cerca de 20 mil ao termo "bangalore torpedo"... Agora percebo que fizesse sentido o PAIGC usar estes engenhos explosivos para cortar o arame farpado ou abrir brechas nos nossos campos de minas... 

  "A Bangalore torpedo is an explosive charge placed on the end of a long, extendable, tube. It is used by combat engineers to clear obstacles that would otherwise require them to approach directly, possibly under fire. It is sometimes colloquially referred to as a Bangalore mine, bangers or simply a Bangalore. It has been estimated that the modern Bangalore torpedo is effective for clearing a path through wire and mines up to 15 metres long and 1 metre wide". 

 É descrita também a sua origem histórica e as suas primeiras utilizações no teatro de operações: 

  (...) "The Bangalore torpedo was first devised by Captain McClintock, of the British Army Bengal, Bombay and Madras Sappers and Miners at Bangalore India, in 1912. He invented it as a means of exploding booby traps and barricades left over from the Boer and Russo-Japanese Wars. The Bangalore torpedo would be exploded over a mine without the sapper having to approach closer than about three metres (ten feet). "(...) By the time of World War I the Bangalore torpedo was primarily used for clearing barbed wire before an attack. It could be used while under fire, from a protected position in a trench. "The torpedo was standardized to consist of a number of externally identical 1.5 metre (five foot) lengths of threaded pipe, one of which contained the explosive charge. The pipes would be screwed together using connecting sleeves to make a longer pipe of the required length, and a smooth nose cone would be screwed on the end to prevent snagging on the ground. It would then be pushed forward from a protected position and detonated, to clear a 1.5 metre (five foot) wide hole through barbed wire " (...).

Israel > Museu Batey ha-Osef > Um torpedo bengalório...

Fonte: Wikipedia (2008) (imagem do domínio público, copyleft)

_______________ 

 Notas de L.G.: 


 (...) Assunto - Torpedos bengalórios (...) "Dos 372 ataques/flagelações que Gandembel sofreu, o maior foi a 15 de Julho (de 1968) e, com consequências mais desastrosas, bem diferenciado dos 2 que tiveram lugar na 1ª quinzena de Setembro. É que quando se quer quantificar o arsenal que o IN fez utilizar, somente lhe posso reconhecer que foi variado e imenso, ter a sensação do tempo dispendido, avaliar o tipo de armamento posto nesse teatro e tentar reconhecer os resultados. Fui incapaz de reconhecer quanto armamento ou efectivos se cercaram de Gandembel. "A utilização dos 'torpedos bengalórios' fez-se incidir muito em especial em 15 de Julho, em que se tornou bem visível que houve destruição do arame farpado em frente ao paiol" (...). 


 (3) Vd. postes de: 


sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2432: Diorama de Guileje (1): Geradores: Grupos Diesel Lister ou Frapil: fotos ou manuais, precisa-se (Nuno Rubim / Victor Condeço)


Um gerador de marca Lister, parecido com o que deveria existir em Guileje. Imgem retirada da Net: Nuno Rubim (2007). 

  
1. Mais um pedido, urgentíssimo, do Nuno Rubim com data de 3 do corrente, e que já circulou pela Tabanca Grande. Devido ao ruído de fundo, o pessoal da caserna não ligou patavina ao nosso coronel... No tempo da outra senhora, na Metrópole, isto piava mais fino... Houve uma honrosa excepção, que eu saiba: o Victor Condeço , ex-Fur Mil Mecânico de Armamento, CCS / BART 1913 ( Catió, 1967/69)... 

Desta, como da outra vez , quando pediu informações sobre as cores dos bidões de combustíveis e lubrificantes (*)... Bem hajas, Victor! 

 Pessoal da ferrugem, pessoal do serviço de material, camaradas: como nos bons velhos tempos, na Guiné, na nossa Tabanca Grande, vamos lá desenrascar o nosso homem... É por uma boa causa: O diorama de Guiledje... 

 Hoje, se eu voltasse à guerra, à nossa guerra (cruzes canhoto!), eu se calhar daria muito mais importância, mais valor, aos gajos da ferrugem, aos mecânicos auto, aos tipos do serviço de material, das nossas unidades, etc. que eram vistos pelos operacionais, com alguma condescendência ou até sobranceiria... Afinal, tanto na guerra como na paz todos somos úteis e importantes!... 

Nunca imaginei que (ou nunca me perguntei se) o gerador, em Bambadinca, podia bifar; nem nunca me preocupei se havia gasolina, gasóleo ou petróleo nos bidões (a não ser quando andava no mato, ou nas tabancas em auto-defesa, e sonhava com o meu uisquinho com 2 pedrinhas de gelo e água de Perrier)... Ou se tínhamos viaturas, em bom estado de conservação e de segurança, para fazermos, com sucesso, as nossas colunas logísticas e levar a bianda aos nossos camaradas de Mansambo, Xitole, Saltinho... 

 Hoje sei que, enquanto uns faziam a guerra, havia outros que se preocupavam com a logística, o material e até com o nosso bem-estar e conforto... Ontem como hoje... Confesso que o único mecânico de armamento que conheci na tropa foi... o nosso Victor Condeço. Ainda por cima, conhecimento virtual, já que ainda não fizémos o teste do quebra-costelas, como diria o nosso Paulo Raposo, o Almansor de Montemor-O-Novo, de quem já tenho saudades... (LG) 

 Caro Luís:

  Quando oportuno mais uma pergunta aos Camaradas do blogue. De uma relação existente em Guileje apurei a existência de : 

- Atrelado 1 Ton (Estação de serviço móvel ); 
- Motor diesel marca Lister com alternador Frapil 20 KVA;
- Motor diesel marca Lister com alternador Brush 1375 KVA ;

 Julgo que este tipo de material estaria distribuído a outras unidades da Guiné (aliás lembro-me de haver em Mansabá um gerador de um destes dois tipos, 1965). O que eu precisava: fotos ou eventualmente instruções ou manuais ilustrados destes equipamentos. 

 Obrigado.  Um abraço,   Nuno Rubim 

2. Resposta do Victor Condeço, no dia 5 de Janeiro: 

 Meu caro camarada Nuno, 

 Depois de várias pesquisas na Net e consulta ao meu camarada Alf Mil do Serviço de Material, que era responsável pela manutenção dos geradores de Catió (1967/1969), consegui pouco, apenas o que a seguir transcrevo da resposta recebida e de onde se depreende que o Grupo de 1375 KVA dificilmente terá existido no Guileje (terá havido confusão com os de 7,5 KVA ou com os de 47,5 KVA): 

"Infelizmente não posso ajudar grande coisa, pois não disponho de fotos nem de manuais, na minha posse. 

 "Em Catió, no quartel tínhamos 2 excelentes Grupos Diesel LISTER, refrigerados a ar, de 47,5 KVA – isto é seguro. Tenho quase a certeza de que os alternadores eram FRAPIL, mas a minha lembrança aqui já é menos segura. 

 "Estes Grupos de 47,5 KVA eram usados principalmente em sedes de batalhão, de certa forma pela sua potência e excelente qualidade eram ao tempo um luxo, e ainda para mais com reserva de 100%. 

 "Nas companhias mais pobrezinhas (Cachil, Ganjola) , fundamentalmente para fazer a iluminação da vedação, usavam-se uns Grupos de fabrico nacional – EFI, com alternador FRAPIL, penso que com uma potência de 7,5 KVA. 

 "Nas companhias mais importantes (Cufar, Bedanda), usavam-se os Grupos LISTER/FRAPIL de 20 KVA. 

 "Os Grupos referidos de 1375 KVA, ou seja 1 MW, isso já é outra fruta. É equipamento pesado de potência suficiente para alimentar uma pequena cidadela africana. Penso que seria equipamento para uma central civil de uma cidadela de alguma importância. 

 "Sendo a LISTER uma marca de referência no campo dos Grupos Diesel, e, estando estes tão difundidos em África, será que não conseguem arranjar localmente um manual?! O aspecto externo destes equipamentos não mudou muito."

Nuno, das minhas pesquisas na Net encontrei este site, EAGLE POWER LTD - Used and New Diesel Generators: as fotos aqui mostradas são o que de mais parecido encontrei, assemelham-se muito com os grupos existentes em Catió, embora o gerador fosse menor e a cor original era um verde, ligeiramente mais claro. Desculpa se não ajudei e te fiz perder tempo. 

 Um abraço e bom trabalho Victor Condeço 

3. Resposta do Nuno Rubim: 

 Caro Camarada Condeço: Perder tempo ???... Ganhar é que foi, pois estamos sempre a aprender qualquer coisa ! A ajuda foi importante pois, a partir da informação do seu camarada do Serviço de Material (a quem peço que agradeça em meu nome), encontrei na Net uma foto de um grupo que me parece muito semelhante ao que havia em Guileje (vd. foto acima) e que já me vai permitir fazer uma miniatura. 

 O que me envia, parece ser coisa mais moderna, mas muito obrigado pela sua colaboração. 

 Um abraço Nuno Rubim

 ____________ 

 Nota dos editores: 

 (*) Vd. postes de: 


terça-feira, 27 de novembro de 2007

Guiné 63/74 - P2306: Dando a mão à palmatória (3): Guileje: o diorama (Nuno Rubim) e a montagem digitalizada do aquartelamento (Carlos Guedes)

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Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > 2006 > Planta do quartel em 1966. Reconstituição de Nuno Rubim, coronel de artilharia, na reforma. Realização plástica de Carlos Guedes. Um e outro fizeram parte da CCAÇ 726 (Guileje, 1964/66).

Foto: © AD - Acção para o Desenvolvimento (2006). Direitos reservados (com a devida vénia...).

Foto alojada no álbum de Luís Graça > Guinea-Bissau: Colonial War. Copyright © 2003-2006 Photobucket Inc. All rights reserved.



1. Mensagem do Nuno Rubim:

Amigo Luís

O nosso blogue está também sempre em cima do assunto ! O site do Pepito sobre o Simpósio está de facto muito bom !

Uma pequena correcção: Uma coisa é o diorama, maqueta, outra coisa é a belíssima montagem digitalizada, executada pelo Guedes, sobre fotografia a preto e branco do aquartelamento em Dezembro de 1964. É essa a imagem que abre o blogue (1) e julgo pois que deve ser corrigida a legenda e clarificada a autoria.

O Diorama vai representar o quartel mais tarde, 1965/66, quando já tinha sofrido algumas transformações significativas (2).

Um abraço


Nuno Rubim

2. Comentário de L.G.:


Mea culpa, mea culpa, meu caro Nuno, meu caro Guedes!... Duas coisas são responsáveis por estes pequenos desastres bloguísticos: a santa ignorância e a maldita pressa... Fiu induzido em erro pela leitura apressada do sítio do Simpóisio Internacional de Guileje (1): aqui fica regitado o meu pedido de desculpa a ambos, a par da correcção que se impõe. O seu a seu dono! (3)

_____________

Notas de L.G.

(1) Vd. post de 27 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2305: Guileje: Simpósio Internacional (1-7 de Março de 2008) (5): O sítio oficial na Net e o diorama de Nuno Rubim
(2) Vd. post de 14 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1173: A fortificação de Guileje (Nuno Rubim, Teco e Guedes, CCAÇ 726)

(3) Vd. posts anteriores desta série:

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Guiné 63/74 - P1766: Guileje: A Bêbeda, uma Fox do Pel Rec 839 que ficará imortalizada no diorama (Nuno Rubim)


Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 726 (Out 1964/Jul 1966) > Uma Daimler e uma Fox do Pel Rec 839, que esteve em Guileje de Março de 1966 até Janeiro de 67. A Fox, mais conhecida por a Bêbeda (possivelmente por consumir muito combustível) vai ficar importalizada no diorama de Guileje, que está a ser contruído pelo Nuno Rubim (1). A foto foi gentilmente cedida pelo Teco (Alberto Pires), da CCAÇ 726.

Fonte: Nuno Rubim (2007). Direitos reservados.

1. Mensagem de Nuno Rubim:

Caro Luís Graça:

As fotografias agora publicadas no blogue, da autoria do J. Casimiro de Carvalho (2), são exactamente do tipo que necessito: boas perspectivas, detalhes e até matrículas. Interessa-me pois saber se a White era a que esteve em Guileje [, informação que o nosso camarada já entretanto confirmou por mail].

Precisava também de fotos das Daimler, Atrelado de Água, Atrelado Sanitário, Morteiro de 10,7 cm, Canhão sem-recuo de 106 mm e da viatura Matador que rebocou as peças de artilharia 11,4 cm e os obuses 14 cm.

Junto envio uma curiosa foto de reduzida qualidade, mas de importância no contexto em causa. Pertence à colecção do nosso camarada Teco (Alberto Pires ) da CCAÇ 726 . Na fotografia podem-se ver uma Daimler e uma Fox do Pel Rec 839, que esteve em Guileje de Março de 1966 até Janeiro de 67.

Ora a matrícula da Fox é a mesma que consta numa fotografia tirada por elementos do PAIGC em Maio de 1973, quando ocuparam o quartel! Portanto a Bêbeda ( que vai ficar para a história, representada com essa mesma inscrição no diorama de Guileje ....) terá servido desde 1965 até 1973, integrada nos sucessivos Pel Rec Fox que por lá passaram !

Um abraço

Nuno Rubim

_________

Notas de L.G.:

(1) Vd. post de 12 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1753: Diorama de Guileje, 1965/67 (Muno Rubim)

(2) Vd. post de 14 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1759: Guileje, SPM 2728: Cartas do corredor da morte (J. Casimiro Carvalho) (3): Miniférias em Cacine e tanques russos na fronteira

sábado, 12 de maio de 2007

Guiné 63/74 - P1753: Diorama de Guileje, 1965/67 (Muno Rubim)

Guiné > Região de Tombali > Guileje> Diorama do aquartelamento e tabanca (1965/67)

Fonte: Nuno Rubim (2007). Direito reservados.


Nuno Rubim, ex-capitão da CCAÇ 726, Guileje, 1964/74, um dos oficiais mais condecorados da Guiné (onde fez duas comissões), hoje coronel na reforma e historiador militar. Foi também um dos capitães do MFA, da primeira hora. É membro da nossa tertúlia. Está a colaborar com a AD - Acção para o Desenvolvimento, no âmbito do Projecto Guiledje.


Foto: © Luís Graça (2006). Direitos reservados.


1. Mensagem de 18 de Abril de 2007, enviada pelo nosso camarada e amigo Nuno Rubim (1):

Caro Luís,

Se entenderes por bem publica o seguinte no blogue:

O apelo feito no post de 27 de Março (2) não obteve qualquer resposta.

Talvez os camaradas tenham entendido que pedido se referia a armamento e viaturas em Guildeje. Ora o material era o mesmo, pintado da mesma maneira, qualquer que fosse o local onde se encontrasse. Por isso renovo o meu pedido, esperando que desta feita tenha mais sorte.

Quanto ao diorama de Guileje (3) segue em bom andamento. Ainda há "pequenas arestas a limar" ... Ainda falta, por exemplo, determinar o traçado da rede de arame farpado e a disposição da iluminação exterior.

O diorama ficará implantado numa base de 2m x 2m.

Junto envio o desenho definitivo ( espero eu ... ) do aquartelamento, em 1965-67, já que durante esse período as alterações foram mínimas ( se estou enganado, agradece-se a correcção ). O desenho, já preparado para a escala 1:72, baseou-se no levantamento topográfico efectuado em 2005, por Fidel Midana Sambú, sob os auspícios da AD (Carlos Schwarz, mais conhecido por Pepito) e 4 fotografias aéreas da época, uma das quais efectuada à vertical.

Verifiquei que o levantamento oferecia alguma pequenas distorções, naturais devido à dificuldade de circulação na zona, originada pelas destruições provocadas pelo alegado bombardeamento aéreo das FAP em Maio ou Junho de 1973 (que ainda permanece
um mistério ... ) e pelo extraordinário desenvolvimento da vegetação.

Caso curioso, a maioria das localizações das cubatas é concordante! Alguns dos camaradas poderão agora comparar este desenho com o que apresentei há tempos, de memória, e chegar à mesma conclusão que eu: o tempo não perdoa e é preciso ter algum cuidado quando se lida com as recordações do passado que não foram registadas por escrito ou fotograficamente na altura ...

Estou agora a desenhar, também à escala, os edifícios, abrigos e palhotas (estas 60 !, e de 4 diâmetros diferentes !). Já estão a ser elaboradas as miniaturas de uma DO-27 e de vários tipos de viaturas então utilizadas.

Ainda preciso de consultar os meus camaradas da altura sobre a localização de portas e janelas nos diversos edifícios. As fotografias serão fundamentais.

Para além do diorama estou a estudar a feitura de um poster sobre o ataque de Maio de 1973. Prevê-se ainda a construção de kits de armamento e viaturas, quer portuguesas, quer do PAIGC, mas em várias escalas, visto que foi necessário recorrer ao que o mercado fornece. E no caso das Fox e Unimog, estas terão de ser feitas de raiz (!), pois não existem, ao meu conhecimento, kits comercializados.

Um abraço

Nuno Rubim
2. Comentário do editor do blogue:
Parabéns ao Nuno e à sua equipa (4)... Faço daqui um apelo à colaboração dos nossos camaradas que possam ter elementos de interesse documental ou museológico (nomeadamente fotografias, plantas, relatórios...) relativos a Guileje, para os fornecerem ao Nuno, ou a mim próprio. Os originais serão cedidos (ou não) a título de empréstimo. Parabéns também ao Pepito e à AD por este esforço de preservação da memória da guerra... e da paz. LG
_____


Notas de L. G.:


(1) Vd. post de 18 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1189: O tertuliano Nuno Rubim, especialista em história militar

(2) Vd. post de 27 de Março de 2007 > Gúiné 63/74 - P1628: Projecto Guiledje: fotografias de armamento e equipamento, das NT e do PAIGC, precisam-se (Nuno Rubim)

(3) Vd. post de 12 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P870: Ideias para um diorama do quartel ou quartéis de Guileje (Nuno Rubim)
(4) Vd. post de 14 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1173: A fortificação de Guileje (Nuno Rubim, Teco e Guedes, CCAÇ 726)

sábado, 14 de outubro de 2006

Guiné 63/74 - P1173: A fortificação de Guileje (Nuno Rubim, Teco e Guedes, CCAÇ 726)

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Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 726 > 1964/65 > Aspectos dos trabalhos de fortificação do aquartelamento e tabanca. Fotos do Teco, que chegaram às mãos do Nuno Rubim, via Guedes, militares da CCAÇ 726...
Fotos: © Nuno Rubim (2006)

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Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > 2006 > Planta do quartel em 1966. Reconstituição de Nuno Rubim, coronel de artilharia, na reforma (1). Realização plástica de Carlos Guedes. UM e outro fizeram parte da CCAÇ 726 (Guileje,1964/66).

Foto: © AD - Acção para o Desenvolvimento (2006). Direitos reservados (com a devida vénia...).

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1. Mensagem de 20 Julho de 2006, enviada por Nuno Rubim (ex-capitão da CCAÇ 726, Guileje, 1964/66, hoje coronel, na reforma, e conceituado investigador na área da história militar) (1) .


(...) Junto te envio duas fotos (há mais) que vieram do Teco, via Guedes . Trabalhos na construção de abrigos, Guileje 1964/65. CCAÇ 726. Podem ir para o blogue.

Para mim são importantes para o estudo comparativo da fortificação em Guileje, que estou a desenvolver.

Portanto só te pedia, quanto tiveres tempo, que colocasses no blogue as perguntas e questões que abaixo menciono.

Um abraço

Nuno Rubim

2. Nova mensagem, enviada pela mesma altura (que coincidiu com as férias de Verão, em Portugal, do Pepito, o fundador e director executivo da AD - Acção para o Desenvolvimento) (2):

Caro amigo:

Ontem tive um encontro, de várias horas, com o Pepito, altamente produtivo. E vai haver mais... Só hoje é que ele vai para os Gringos dos Açores (3).

Assuntos mais importantes debatidos:

- A questão dos abrigos enterrados de Guileje. Os de 1966 estão já numa fase adiantada de desenho (tenho trabalhado com o Guedes e o Teco), bem como numa planta do interior do edifício de comando... Pensamos avançar com outros. Afinal a memória de pessoal ainda está, felizmente, muito aproveitável ! E as fotografias estão a aparecer !

- Os de 1971, graças às fotografias que o Pepito me deu, vão começar a ser tratados. Pela leitura que faço (cimento armado) acho que deve ter havido participação do pessoal do Batalhão de Engenharia (mas em que data, ao certo ?). Por outro lado graças à planta à escala que ele me entregou, vai ser possível elaborar não só desenhos parciais, como os planos das maquetes. Vou começar a tratar disso.

- Torna-se necessário obter informações (e fotografias) de pessoal que tenha estado em Guileje entre o final de 1966 e 1970. O Blogue pode ser precioso nesse domínio. O Pepito desconhece o endereço do Cor Coutinho e Lima com quem preciso muito de falar. Sabes a maneira de o contactar ?

- O Pepito vai-me mandar um CD com a conversa gravada de um dos responsáveis do PAIGC no ataque se 1973. (... ) Está em crioulo (...). Mas, forçosamente, penso que um dia terei de falar pessoalmente com eles, no terreno e com um mapa ( o IGeoE, onde fui hoje de manhã, prometeu-me tudo o possível (e impossível ... ) no âmbito da cartografia... Ah ! grande Artilharia !... e depois dizem que eu sou chauvinista !!! ...

E por agora é tudo.

Um abraço

Nuno Rubim

3. Observações posteriores (N.R.):

Acho que podes referir que as investigações preliminares levam à conclusão de que o aquartelamento sofreu modificações quase constantes ao longo da sua existência e que nesta altura seria importante contactos com malta que estivesse estado lá entre o final de 1966 e o final de 1970 (4). Também se porventura há algum militar da Engenharia que tenha lá estado, porque em data ainda não averiguada, talvez por volta de 1971, foram reforçados ( ou construídos de raiz ? ) alguns abrigos em cimento armado.

E fotografias dessa época também seriam, obviamente, muito benvindas.

Quanto a mim gostaria de contactar o Cor Coutinho e Lima e outros camaradas da altura do ataque de 1973 (5).
E ainda há essa estória do bombardeamento mandado executar pelo Gen Spínola... Deve ser um dos mistérios mais bem guardados até hoje ... Qual o objectivo, que meios foram utilizados, como teria sido encarado, no planeamento, a hipótese da utilização por parte do PAIGC de mísseis Strela, etc.., etc ... ?

Um abraço
Nuno Rubim

4. Comentário de L.G.:

Nuno: Vejo que o projecto Guileje está a avançar, com o entusiasmo e a competências de pessoas fantásticas como o Pepito, tu, o Teco, o Guedes… Parabéns à artilharia!.

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Notas de L.G.:

(1) Vd. post de 12 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P870: Ideias para um diorama do quartel ou quartéis de Guileje (Nuno Rubim)

(2) Vd. post de 6 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1158: AD anuncia para 2008 simpósio internacional 'A memória de Guiledje na luta pela independência da Guiné-Bissau'

(3) Vd. post dde 10 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1162: Guileje: CCAÇ 3477, os Gringos Açorianos (Amaro Munhoz Samúdio)

(4) Vd. post de 11 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P864: Unidades aquarteladas em Guileje até 1973

(5) Vd. post de 2 de Julho de 2005 > Guiné 69/71 - XCI: Antologia (6): A batalha de Guileje e Gadamael