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sábado, 8 de julho de 2023

Guiné 61/74 - P24461: Efemérides (401): Rescaldo da cerimónia de Homenagem aos Combatentes da União de Freguesias de Ovadas e Panchorra, Concelho de Resende, levada a efeito no passado dia 1 de Julho de 2023 (Fátima Soledade / Fátima Silva)

Combatentes homenageados, representando também todos os ausentes


Resende

União de Freguesias de Ovadas e Panchorra

Homenagem aos seus Combatentes - Dia 1 de julho de 2023

A União de freguesias de Ovadas – Panchorra homenageou os combatentes do Ultramar, no dia 1 de julho de 2023, pelas 15h00 com a celebração da Eucaristia a cargo do Padre Abel, na Igreja de Ovadas. Este, durante a homilia, dissertou sobre o padecimento que os combatentes sustentaram aquando do cumprimento do dever em prol da Pátria. A celebração foi abrilhantada pela banda de Música de S. Cipriano-a-Velha, dirigida pelo maestro, professor Carlos.

Durante a cerimónia religiosa foram distribuídas lembranças a cerca de trinta combatentes que lutaram na Guiné, em Angola e em Moçambique e projetados vídeos com as resenhas das experiências dos militares homenageados.

Ainda se destaca a participação sublime da Leonor Macário, neta de um combatente, que leu um testemunho e cantou um poema, textos escritos por ela que relataram a experiência do avô na sua comissão em Moçambique.

Da Liga de Combatentes do Núcleo de Lamego esteve presente uma delegação de associados, salientando-se o Presidente Coronel Valdemar Lima, que usou da palavra, para agradecer aquela sublime homenagem, tendo realizado o desfecho da cerimónia no interior da igreja. O Sr. Coronel salientou, de forma digna, o papel dos combatentes portugueses desde a I Guerra Mundial e consignou o facto de muitos viverem abandonados pelo Estado Português.

Relembrou que apesar de há um ano ter sido aprovado o Estatuto do Antigo Combatente, proposto pela Liga dos Combatentes, não houve mudanças consideráveis e que o valor correspondente ao salário mínimo seria um valor insignificante despendido pelo Orçamento do Estado. Estas palavras receberam, por parte dos presentes, uma afetuosa aclamação de apreço.

Após a celebração religiosa, seguiu-se a inauguração de um Memorial aos Combatentes do Ultramar, no Largo do Pelourinho, onde foi entoado o Hino Nacional por toda a população presente e entidades convidadas.

Nesta homenagem também estiverem presentes o Presidente da Assembleia Municipal de Resende, Dr. Jorge Machado, Vereadores e Presidentes de Juntas de Freguesia do concelho.

Salienta-se ainda a presença e total empenho do Presidente da Junta de freguesia de Ovadas, Manuel Afonso, na merecedora Homenagem aos Combatentes.

No fim da cerimónia foi servida uma deleitosa merenda a toda os convidados e habitantes, no Largo do Pelourinho, perante um cenário paradisíaco e rural, onde só a Natureza e os bons corações imperam.

1 de julho de 2023
Fátima´s

Foto 1 - Exterior da Igreja
Foto 2 - Interior da Igreja de Ovadas
Foto 3 - Responsável pela Homilía Religiosa, Senhor Padre Abel
Foto 4 - Neta Leonor a homenagear o avô
Foto 5 - Banda Musical de S. Cipriano-a-Velha
Foto 6 - Combatente da CCAÇ 1421, as Fátima's, Leonor e Presidente da Junta
Foto 7 - O Senhor Coronel Valdemar Lima e a Leonor, neta de Combatente
Foto 8 - Inauguração do Monumento no Largo do Pelourinho

Fotos e legendagem: © Gentil Pereira
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Notas do editor

Vd. poste de 22 DE JUNHO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24424: Efemérides (399): Convite para as cerimónias de homenagem aos Heróis do Ultramar da freguesia de Panchorra, dia 24 de Junho e freguesia de Ovadas, dia 1 de Julho, concelho de Resende, conforme os programas (Fátima Soledade / Fátima Silva)

Último poste da série de 27 DE JUNHO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24435: Efemérides (400): Rescaldo da cerimónia de homenagem aos Heróis do Ultramar dos lugares de Panchorra e da Talhada, Concelho de Resende, levada a efeito no passado dia 24 de Junho (Fátima Soledade / Fátima Silva)

terça-feira, 27 de junho de 2023

Guiné 61/74 - P24435: Efemérides (400): Rescaldo da cerimónia de homenagem aos Heróis do Ultramar dos lugares de Panchorra e da Talhada, Concelho de Resende, levada a efeito no passado dia 24 de Junho (Fátima Soledade / Fátima Silva)

Foto 1 - Igreja Matriz da Panchorra


1. Mensagem das nossas amigas Fátima Soledade e Fátima Silva, filhas de antigos combatentes do ultramar, enviada ao nosso Blogue no dia 26 de Junho de 2023, com o Resumo da Homenagem aos Combatentes dos lugares de Panchorra e de Talhada, Concelho de Resende, levada a efeito no passado dia 24 de Junho de 2023:

No dia 24 de junho de 2023, pelas 15 horas, na freguesia de Ovadas- Panchorra, ocorreu maisuma cerimónia de homenagem aos combatentes na Guerra do Ultramar naturais dos lugares da Panchorra e da Talhada. A igreja, junto ao altar, encontrava-se condignamente ornamentada com vinte e dois postais que ostentavam uma fotografia militar e outra atual de cada combatente, acompanhados de uma linda flor branca. Estes registos tinham como pano de fundo, a contrastar, uma linda manta trazida por um combatente há mais de cinquenta anos. A homília esteve a cargo do Sr. Pe. Sérgio, que muito dignificou aquele momento, pois, também confidenciou ser filho de um combatente.

A abertura da cerimónia foi realizada pelo Presidente da Assembleia Municipal, Jorge Machado, também antigo combatente, que partilhou a sua experiência militar no Ultramar ao serviço da Pátria.

Ainda no início da cerimónia, fui exibida uma projeção fotográfica de vinte e dois combatentes naturais daquelas localidades, quase todos a residir em Lisboa. Os mesmos deslocaram-se propositadamente para a cerimónia, pois não poderiam faltar “à cerimónia mais bonita e digna que tiveram até hoje”, disseram.

No momento da Ação de Graças, foi lida a “Oração do Soldado” pelo combatente Salvador Custódio que ostentava a sua farda com mais de cinquenta anos e também foi partilhado um testemunho recolhido junto do combatente Manuel Gonçalves, sendo este o mais velho ex-militar a residir no lugar da Panchorra.

Antes da entrega das lembranças e dos postais, o Presidente da União de Freguesias Ovadas- Panchorra, Manuel Afonso, dirigiu uma mensagem a todos, centrando-se na importância de relembrar todos aqueles que se sacrificaram pela Pátria em cenários tão distantes das suas casas e da família.

Para finalizar, o Sr. Miguel Custódio, na sua qualidade de antigo combatente, realizou o encerramento da cerimónia, partilhando a sua experiência na Guiné, destacando, sobretudo, o papel da mulher enquanto Mãe, Esposa, Filha, ...como pilares cruciais na consecução de uma sociedade.

Num segundo momento, no espaço exterior à Sede da Junta de Freguesia, foi inaugurado um Memorial aos Combatentes. Este importantíssimo momento foi acompanhado pelo cântico do Hino Nacional a cargo da cantora Ana Rodrigues que também abrilhantou a cerimónia religiosa na companhia dos músicos Estevão Mendonça e António da Fonseca.

O momento final foi de confraternização, acompanhado por um reconfortante lanche, num cenário emoldurado pela idílica Serra de Montemuro e pela ímpar arquitetura serrana onde o granito governa.


Foto 2 - Postais onde se encontram representados, individualmente, os combatentes homenageados. Os mesmos colocados sobre uma manta trazida de Angola, há mais de cinquenta anos, por um combatente.
Foto 3 - Estandarte Heráldico da Liga dos Combatentes do Núcleo de Lamego.
Foto 4 - Lembranças oferecidas aos vinte e dois combatentes.
Foto 5 - Da esq. para a dir. – Vice-presidente da Direção da Liga dos Combatentes do Núcleo de Lamego, Coronel de Infantaria Joaquim Monteiro; representante do CTOE, Major Horta; Ex-diretor da Escola secundária e Ex-Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Resende, professor Dias Gabriel e representante do Posto da GNR de Resende, Sargento Mário.
Foto 6 - Dr. Pe. Sérgio, responsável pela homília e filho também de um antigo combatente.
Foto 7 - Sr. Presidente da Assembleia Municipal, Jorge machado, no momento da abertura da cerimónia.
Foto 8 - Alocução proferida pelo Sr. Presidente da Junta de Freguesia, Manuel Afonso.
Foto 9 - A cantora Ana Rodrigues e os músicos Estevão Mendonça e António da Fonseca.
Foto 10 - Leitura do testemunho de Manuel Gonçalves realizada pela Fátima Silva.
Foto 11 - Presidente da Junta de Freguesia, Manuel Afonso e o combatente mais antigo da localidade da Panchorra, Manuel Gonçalves, no momento da entrega das ofertas.
Foto 12 - Leitura da “Oração do Soldado” realizada pelo combatente Salvador Custódio.
Foto 13 - Imagem geral do interior da igreja.
Foto 14 - Alocução do combatente Miguel Custódio que cumpriu comissão na Guiné.
Foto 15 - Elementos dos órgãos sociais da Liga dos Combatentes do Núcleo de Lamego e o Sargento Mário Soares, em representação do Posto da GNR de Resende.
Foto 16 - Momento em que foi entoado o Hino Nacional.
Foto 17 - Monumento aos combatentes ladeado pelos elementos dos órgãos sociais da Liga dos Combatentes do Núcleo de Lamego; Presidente da Assembleia Municipal, Jorge Machado; o Sargento Mário Soares, em representação do Posto da GNR de Resende, presidente da Junta de Freguesia, Manuel Afonso e as Fátima ́s (Fátima Soledade e Fátima Silva).
Foto 18 - Combatentes homenageados e as Fátima's.
Foto 19 - O combatente Salvador Custódio e a esposa.
Foto 20 - Momento de confraternização em que o Presidente da Junta de Freguesia, Manuel Afonso, e o combatente Manuel Gonçalves selam o dia com a abertura de um bolo.

Legendagem das fotografias: Gentil Pereira

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Nota do editor

Último poste da série de 22 DE JUNHO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24424: Efemérides (399): Convite para as cerimónias de homenagem aos Heróis do Ultramar da freguesia de Panchorra, dia 24 de Junho e freguesia de Ovadas, dia 1 de Julho, concelho de Resende, conforme os programas (Fátima Soledade / Fátima Silva)

terça-feira, 20 de junho de 2023

Guiné 61/74 - P24419: Efemérides (398): Rescaldo da homenagem aos Combatentes da Freguesia de Cárquere, Concelho de Resende: ainda vivos, caídos em campanha, falecidos já na vida civil e um recruta falecido durante a instrução militar em 1962, levada a efeito no passado dia 17 de Junho (Fátima Soledade / Fátima Silva)

Militares falecidos naturais da freguesia de Cárquere


1. Mensagem das nossas amigas Fátima Soledade e Fátima Silva, filhas de antigos combatentes do ultramar, enviada ao nosso Blogue no dia 19 de Junho de 2023, com o Resumo da Homenagem aos Combatentes da Freguesia de Cárquere, Concelho de Resende, levada a efeito no passado dia 17 de Junho de 2023:[1]

No dia 17 de junho, pelas 16h30, deu-se início a uma Homenagem aos Combatentes naturais da freguesia de Cárquere, concelho de Resende, que cumpriram o seu dever na Guerra do Ultramar. Salienta-se de forma particular, os falecidos nas províncias ultramarinas, André Rodrigues Pinto e Bernardo Pinto.

A cerimónia contou a ilustre presença do Sr. Secretário-Geral da Direção Central da Liga dos Combatentes, Coronel Lucas Hilário; do Sr. Presidente da Associação Portuguesa de Veteranos de Guerra de Manitoba e do Núcleo da Liga dos Combatentes de Portugal em Winnipeg, Pedro Correia; do Sr. Presidente da Liga do Combatentes do Núcleo de Lamego, Coronel Valdemar Lima, e dos restantes órgãos sociais; do Sr. Presidente da Assembleia da Câmara Municipal de Resende, Jorge Machado, de alguns presidentes de junta de freguesia e demais convidados.

A homenagear iniciou-se com alocução do José Joaquim da Silva Almeida (“Cantanhede”), Soldado, Chefe de Secção, da Companhia de Caçadores 2313, 2.º pelotão, Batalhão de Caçadores 2834 (Guiné). Este foi camarada do combatente André Rodrigues Pinto, ambos pertenceram à mesma companhia e batalhão. Seguindo-se a intervenção do Sr. Albino Ferreira P. da Silva, soldado maqueiro, do Batalhão de Caçadores 2845 (Guiné), tendo sido quem rececionou na enfermaria do Hospital Teixeira Pinto o militar André Rodrigues Pinto, no dia 24 de julho de 1968. Nessa sequência, foi também exibida uma resenha biográfica, em vídeo, dos dois militares que faleceram nas províncias ultramarinas de Angola (Bernardo Pinto) e Guiné (André Rodrigues Pinto).

A celebração eucarística ficou a cargo do Sr. Pe. Arménio Gaspar Almeida, Capelão do Exército, na reserva, tendo sido acompanhado pelo grupo coral dirigido pelo maestro Silvério Guedes. O mesmo produziu uma referência muito profunda ao papel de cada combatente nas províncias ultramarinas, não deixando de recordar tudo quanto deixaram nas suas terras, salientado, especificamente a dureza de deixarem a família e os amigos e a forma digna como honraram o país. Também foi lido um testemunho do combatente Joaquim Pinto Costa, da Companhia de Artilharia 6551, ferido durante a sua comissão no Leste de Angola.

Na sóbria, clara e objetiva alocução do Senhor Presidente da Junta de Cárquere, Jorge Pinto, este centrou a sua mensagem na missiva “Há causas que justificam qualquer investimento”, focando, com grande dignidade, o papel dos militares naturais da freguesia de Cárquere e salientando a nobreza do ato que se estava a vivenciar. Durante alguns minutos foram projetadas fotografias de cerca de sessenta combatentes com acampamento musical a cargo dos músicos Jorge Pinto, no piano, e Diamantino Nogueira, no violino. Também foi interpretada a canção “Menina dos olhos tristes”, pela encantadora jovem da terra, Mónica Costa.

O combatente Manuel Joaquim Pereira, soldado condutor Auto Rodas (09964571) da Companhia de Transportes 3526/Batalhão de Intendência de Angola, partilhou o seu testemunhou, centrando-se no seu compromisso com a Nação. De seguida, a deslumbrante cantora Mónica Pires, brindou os presentes com a interpretação do tema “Amor a Portugal”.

Seguiu-se a entrega de uma lembrança aos combatentes presentes e na ausência destes às esposas e outros familiares. Mais uma vez, Mónica Costa interpretou o tema “Miraculosa, Rainha dos Céus”, enquanto os combatentes ou os seus representantes depositavam, junto da imagem de Nossa Senhora de Cárquere, uma rosa branca, simbolizado agradecimento pela proteção divina prestada aos Heróis ao longa da vida. A cerimónia dentro da igreja, termina com um emocionante discurso de encerramento por parte do Sr. Secretário-Geral da Direção Central da Liga dos Combatentes, Coronel Lucas Hilário. Este salientou o apreço que sentiu ao estar presente num monumento tão emblemático da História de Portugal e dos brilhantes testemunhos que foram partilhados, comparando a cerimónia a uma “verdadeira aula de História”. Destacou a falta, recorrente, de apoio por parte do poder político face à situação dos antigos combatente e das suas famílias, referindo o elevado número de antigos combatentes que se debatem com dificuldades económicas, obrigados a viver como indigentes e não conseguindo pagar os medicamentos.

No exterior, no cemitério, houve um momento de louvor junto da sepultura do combatente André Rodrigues Pinto. De seguida, foi inaugurado um Monumento aos Combatentes do Ultramar no jardim anexo à Sede da Junta de Freguesia.

Por fim, no decorreu um Porto de Honra, no parque do Carvalhal, contíguo ao Mosteiro de Cárquere, proporcionando o convívio entre os combatentes e as suas famílias. Fica à consideração.

Um abraço,
Fátima´s


Foto 1 - Sr. Pe. Arménio Gaspar Almeida, Capelão do Exército
Foto 2 - Sr. Secretário-Geral da Direção Central da Liga dos Combatentes, Coronel Lucas Hilário; Sr. Presidente da Liga do Combatentes do Núcleo de Lamego, Coronel Valdemar Lima; Sr. Vice-presidente da Liga do Combatentes do Núcleo de Lamego, Coronel Joaquim Monteiro; Sr. Presidente da Associação Portuguesa de Veteranos de Guerra de Manitoba e do Núcleo da Liga dos Combatentes de Portugal em Winnipeg, Pedro Correia
Foto 3 - José Joaquim da Silva Almeida (“Cantanhede”), Soldado, Chefe de Secção, da Companhia de Caçadores 2313, 2.º pelotão, Batalhão de Caçadores 2834 (Guiné)
Foto 4 - Albino Ferreira P. da Silva, soldado maqueiro, do Batalhão de Caçadores 2845 (Guiné)
Foto 5 - Manuel Joaquim Pereira, soldado condutor Auto Rodas (09964571) da Companhia de Transportes 3526/Batalhão de Intendência de Angola
Foto 6 - Sr. Secretário-Geral da Direção Central da Liga dos Combatentes, Coronel Lucas Hilário
Foto 7 - Monumento aos Combatentes do Ultramar- Sr. Presidente da Assembleia da Câmara Municipal de Resende, Jorge Machado; Sr. Secretário-Geral da Direção Central da Liga dos Combatentes, Coronel Lucas Hilário; Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Cárquere, Jorge Pinto
Foto 8 - Leitura do testemunho do combatente Joaquim Pinto Costa, da Companhia de Artilharia 6551, realizada pelo neto
Foto 9 - Aspeto geral da igreja
Foto 10 - Parque do Carvalhal: (da esq. para a dir.) Membros da Liga dos Combatentes do Núcleo de Lamego, Secretário-Geral da Direção Central da Liga dos Combatentes, Coronel Lucas Hilário; Sr. Avelino da Silva Pereira (Batalhão de Caçadores 599/Companhia de Cavalaria 677), Sr. Presidente da Assembleia Municipal, Jorge Machado, e as Fátima´s.
Foto 11 - Inauguração do Monumento em Honra dos Combatentes no jardim anexo à Sede da Junta de Freguesia. (da esq. para a dir.) José Joaquim da Silva Almeida (“Cantanhede”), Soldado, Chefe de Secção, Companhia de Caçadores 2313, 2.º pelotão, Batalhão de Caçadores 2834 (Guiné); Sr. Presidente da Liga dos Combatentes do Núcleo de Lamego, Coronel Valdemar Lima; José Pinto Lourenço, Moçambique, CCaç 1632 / BCaç 1899, 1967-1969; Sr. Presidente da Associação Portuguesa de Veteranos de Guerra de Manitoba e do Núcleo da Liga dos Combatentes de Portugal em Winnipeg, Pedro Correia, e Manuel Fernandes Ribeiro, antigo combatente e membro da Liga dos Combatentes do Núcleo de Lamego.
Foto 12 - Lembranças oferecidas aos Combatentes
13 - Cantora Mónica Pires.
14 - Cantora Mónica Costa.
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Notas do editor:

Vd. poste de 8 DE JUNHO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24378: Efemérides (395): Homenagem aos Combatentes da Freguesia de Cárquere, Concelho de Resende: ainda vivos, caídos em campanha, falecidos já na vida civil e um recruta falecido durante a instrução militar em 1962, a levar a efeito no próximo dia 17 de Junho pelas 16,00 horas (Fátima Soledade / Fátima Silva)

Último poste da série de 18 DE JUNHO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24409: Efemérides (397): 17 de Junho, o Dia da Consciência, em memória de Aristides Sousa Mendes (João Crisóstomo, Nova Iorque) - Parte II: enviadas cartas às conferências episcopais de 71 países

quinta-feira, 8 de junho de 2023

Guiné 61/74 - P24378: Efemérides (395): Homenagem aos Combatentes da Freguesia de Cárquere, Concelho de Resende: ainda vivos, caídos em campanha, falecidos já na vida civil e um recruta falecido durante a instrução militar em 1962, a levar a efeito no próximo dia 17 de Junho pelas 16,00 horas (Fátima Soledade / Fátima Silva)

C O N V I T E

1. Mensagem das nossas amigas Fátima Soledade e Fátima Silva, ambas filhas de antigos combatentes do ultramar, enviada ao nosso Blogue em 7 de Junho de 2023:

Caro amigo Carlos Vinhal
Espero que se encontre bem e de boa saúde.
Mais uma vez, as Fátima`s solicitam a vossa colaboração, no sentido de dar a conhecer a próxima cerimónia que ocorrerá, no dia 17 de junho, pelas 16h, na freguesia de Cárquere.
Serão homenageados todos os combatentes:
- mortos no cumprimento do seu dever em terras africanas:
André Rodrigues Pinto, Guiné, falecido no dia 25 de julho de 1968 e
Bernardo Pinto, Angola, falecido no dia 28 de janeiro de 1969);
- um soldado recruta que em consequência de um acidente num treino de ginástica, acabara por falecer no Hospital da Misericórdia de Abrantes, no dia 10 de maio de 1962;
- e os que nos deixaram na vida civil, bem como os que ainda se encontram entre nós.

Em anexo, enviamos o Cartaz de publicitação, ficando à Vossa Consideração.
Informamos que iremos ter mais duas nos dias 24 de junho e 1 de julho. Também haverá o lançamento de um livro do combatente José Ferreira no dia 25 de junho.
Esperamos brevemente pela Vossa visita.
Recomendações sinceras para todos os responsáveis e colaboradores do blogue.

Muito gratas e com toda a estima.
Fátima Soledade e Fátima Silva (Fátima´s)

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Nota do editor

Último poste da série de 6 de Junho de 2023 > Guiné 61/74 - P24373: Efemérides (394): 10 de Junho de 2023 - Dia do Combatente Limiano - Homenagem aos Combatentes Limianos mortos ao serviço de Portugal (Manuel Oliveira Pereira)

sábado, 27 de maio de 2023

Guiné 61/74 - P24346: Recortes de imprensa (127): "Memorial Day e os portugueses nas guerras dos EUA", artigo do jornalista Eurico Mendes no jornal Portuguese Times (José da Câmara, ex-Fur Mil Inf)

1. Mensagem do nosso camarada e amigo José Câmara, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56 (Brá, Bachile e Teixeira Pinto, 1971/73), enviada ao nosso blogue em 25 de Maio de 2023, trazendo até nós um artigo do jornalista Eurico Mendes [1], publicado no jornal Portuguese Times, sobre o Memorial Day que se comemora do próximo dia 29 de Maio nos Estados Unidos da América:

Carlos,
Junto um artigo impresso no Portuguese Times desta semana que, do ponto histórico, é muito interessante. Tem a ver com a participação de portugueses e luso-descendentes nas várias guerras que os EUA se viram envolvidos.

Abraço fraterno
José



Memorial Day e os portugueses nas guerras dos EUA










Na próxima segunda-feira, 29 de maio, é Memorial Day nos EUA, feriado em que o país honra os seus militares mortos em combate. Hoje em dia quase todas as cidades organizam desfiles de Memorial Day, muitos com a presença de militares e organizações de veteranos e as maiores dessas paradas são em Chicago, New York e Washington DC. Muitos americanos observam o feriado do Memorial Day visitando cemitérios, pois a data converteu-se numa espécie do Dia dos Fiéis Defuntos, e em nota menos sombria, muita gente organiza piqueniques ou vai à praia, uma vez que o dia é também extra-oficialmente o início do verão.

Não está claro onde a tradição do Memorial Day teve início, mas uma das primeiras comemorações teve lugar em Charleston, Carolina do Sul, promovida por ex-escravos negros dias depois de 9 de abril de 1865, data da rendição dos confederados que pôs termo à Guerra Civil (1861-1865), que teve início quando onze estados do Sul tentaram separar-se dos Estados Unidos da América e formar a sua própria união com o nome de Estados Confederados da América.

Em 5 de maio de 1868, o general John A. Logan, líder de uma associação de veteranos unionistas da Guerra Civil, convidou os membros a colocarem flores nos túmulos dos camaradas falecidos, chamou-lhe Decoration Day (Dia da Decoração) e escolheu a data de 30 de maio alegando não ser aniversário de nenhuma batalha em particular.

No primeiro Decoration Day, a 30 de maio de 1868, o futuro presidente general James Garfield foi o orador principal e 5.000 veteranos colocaram flores nos túmulos dos 20.000 soldados da União enterrados no Cemitério Nacional de Arlington (Virgínia).

Os estados do Norte passaram a celebrar o Decoration Day e em 1890 a última segunda-feira de maio já era feriado em todos os estados da União homenageando os seus mortos na Guerra Civil, mas os estados do Sul não se conformavam em honrar os mortos da guerra civil no mesmo dia que o pessoal do Norte e homenageavam os seus mortos em datas diferentes.

As coisas mudaram depois da Primeira Guerra Mundial, quando a data passou a homenagear todos os soldados americanos mortos nas guerras em que o país participou e só então o Sul resolveu aderir ao Decoration Day, que se foi tornando gradualmente conhecido como Memorial Day.

Em 1966, por decisão do presidente Lyndon B. Johnson, a localidade de Waterloo, estado de New York, tornou-se o berço oficial do Memorial Day porque desde 5 de maio de 1866 que os seus residentes decoravam os túmulos dos soldados com flores e bandeiras. E em 1971 o Congresso decidiu que o Memorial Day seria feriado nacional homenageando os militares americanos falecidos em combate, entre os quais um bom número de origem portuguesa, o que não admira uma vez que a imigração portuguesa é das mais antigas – começou em setembro de 1654 com a chegada a New York, que então se chamava New Amsterdam, de 23 famílias judaicas fugidas da Inquisição portuguesa no Brasil.

Desde a Guerra da Independência às atuais guerras contra o Estado Islâmico, Guerra Civil da Líbia e Guerra Civil da Síria, muitos portugueses ou seus descendentes pegaram em armas pelos EUA e alguns figuram na lista dos mais de 1,5 milhão de mortos que os EUA sofreram até hoje na guerra.

No cemitério da Murtosa, distrito de Aveiro, por exemplo, estão sepultados três filhos da terra mortos em guerras dos EUA: Manuel Evaristo, Segunda Guerra Mundial; Manuel Branco, Guerra da Coreia e Jack Rebelo, Vietname. Logo na primeira guerra dos EUA, a Guerra da Independência também conhecida como Revolução Americana (1775-1783), morreram portugueses e, já agora, lembre-se que um dos heróis dessa luta foi o lendário Peter Francisco, presumivelmente nascido na ilha Terceira, mas que não morreu na guerra. Faleceu em 1831, de apendecite, quando era beleguim da Câmara dos Delegados da Virgínia. A comunidade portuguesa adoptou Peter Francisco e dedicou-lhe monumentos em pelo menos três estados, e há também um Dia de Pedro Francisco em sua homenagem, um Prémio Peter Francisco e uma Sociedade dos Descendentes de Peter Francisco.

Menos famoso que Peter Francisco, também tivemos o John Peters (João Pedro), nascido perto de Lisboa e que imigrou para Boston depois do terremoto de 1755. Fez parte do grupo de patriotas envolvido no Boston Tea Party e, em 16 de dezembro de 1773, ajudou a lançar ao mar um carregamento de chá em protesto contra as taxas alfandegárias. Durante a luta nacionalista combateu em diferentes frentes até 1783, tendo sido ferido em várias ocasiões. Fixou-se depois em Philadelphia criando numerosa família e faleceu a 23 de abril de 1832 com a bonita idade de 100 anos, cinco meses e 23 dias, de acordo com o obituário publicado a 1 de maio de 1832 no jornal Alexandria Gazette.

Da tripulação do primeiro navio da Continental Navy precursora da US Navy, o Bonhome Richard que o rei Louis XIV de França ofereceu aos nacionalistas, faziam parte 38 portugueses recrutados por John Paul Jones no porto francês de L’Orient e onze morreram no histórico combate com o navio inglês Serapis.

Uma das primeiras baixas da Guerra da Independência foi Francis Salvador ou Francisco Salvador, nascido em 1747 em Londres, numa rica família judaica portuguesa oriunda de Tomar e que escapara à Inquisição fugindo para a Holanda e depois para Inglaterra. Veio em 1773 para a Carolina do Sul, onde herdara 405 km2 de terras do avô e foi eleito deputado pelo 96º distrito ao Congresso Provincial (independentista).

Em Charlestown foi descerrada há anos uma placa a lembrar que Francis Salvador foi o primeiro judeu a exercer um cargo político no território que viria a tornar-se EUA e o primeiro luso-descendente, acrescente-se.

Durante a guerra da Independência, os ingleses armaram os índios para fazerem frente aos colonos e Salvador cavalgou a Carolina do Sul a alertar os colonos dos ataques dos índios, ficando por isso conhecido como o Paul Revere do Sul. Morreu aos 29 anos, no dia 31 de julho de 1776, 27 dias depois da proclamação da independência e em combate com os índios Cherokees. A história guarda também o nome de Joseph Diaz (José Dias), baleeiro que se fixou em 1770 na localidade de Tisbury, ilha de Martha’s Vineyard, vindo provavelmente dos Açores. Casou em 1780 com uma rapariga da terra e aderiu à causa revolucionária. Capturado pelos ingleses em 1780, foi mandado para Inglaterra, mas foi libertado e regressou à ilha em dezembro desse ano; voltou a cair prisioneiro em 1781 e desta vez morreu a bordo do navio inglês Jersey.

Na Guerra Civil (1861-1865), quando onze estados esclavagistas do sul tentaram separar-se dos Estados Unidos da América e formar a sua própria união com o nome de Estados Confederados da América, a União sofreu 140.414 mortes e os Confederados 72.524 e houve também baixas portuguesas.

Ao tempo, viviam nos EUA mais de 4.000 portugueses e um número maior de descendentes e muitos combateram dos dois lados. Na Louisiana viviam algumas centenas de açorianos contratados para trabalhar nas plantações de açúcar e muitos foram obrigados a servir na Marinha Confederada.

Em New York, vários grupos étnicos formaram o seu próprio regimento, o 39º Regimento de Infantaria constituído por companhias de imigrantes italianos, húngaros, suiços, polacos, alemães, franceses e havia até uma companhia composta por soldados espanhóis e portugueses.

Os irlandeses formaram a Excelsior Brigade e, seguindo o exemplo dos irlandeses, os polacos criaram a Legião Polaca, os italianos a Legião Garibaldi (inspirada no legendário lutador pela liberdade Giuseppe Garibaldi) e a Skinner Brigade, criada pelo general Cortland Skinner com voluntários de New Jersey e da qual um dos estrategas era o capitão tenente John de Meneses, nascido em Portugal. Tivemos até uma legião criada pelo lusodescendente Francis Barreto Spínola, nascido em 1821 em Long Island, filho do madeirense João Spínola. Era advogado em New York, banqueiro e político. Quando a Guerra Civil começou Spínola alistou-se, foi promovido a general e, em 1862, criou a Empire Brigade. Mais tarde veio a comandar a Excelsior Brigade, mas foi ferido em combate e acabou a carreira militar, vindo a falecer em 1891, quando era congressista em Washington.

A Medalha de Honra foi criada durante a Guerra Civil Americana e é a mais alta condecoração militar oferecida pelos EUA a um membro das suas forças armadas. O agraciado deve ter-se distinguido em combate com risco da própria vida e por isso é uma condecoração frequentemente entregue postumamente.

Um dos primeiros condecorados com a Medalha de Honra foi o cabo Joseph H. de Castro do 19º Regimento de Massachusetts, que alguns historiadores apresentam como sendo o primeiro hispânico agraciado com esta condecoração, mas que possivelmente era lusodescendente uma vez que era de Boston e já viviam ao tempo mais de 500 portugueses naquela cidade.

Joseph H. de Castro, nascido em 1844 em Boston, era porta-estandarte do seu regimento e distinguiu-se na Batalha de Gettysburg, na Pennsylvania, na segunda tentativa do exército confederado para invadir o norte e que se tornou o mais sangrento confronto da Guerra Civil com mais de sete mil mortos de ambos os lados.

Na Guerra Civil tivemos outro judeu de ascendência lusa como destacado confederado, Judah Philip Benjamin, nascido a 11 de agosto de 1811 nas Antilhas Britânicas (agora as Ilhas Virgens dos EUA) quando os pais vinham a caminho da América. Era filho de Philip Benjamin e Rebecca Mendes Benjamin, judeus sefarditas britânicos e ela pelo menos de ascendência portuguesa. Judah era um brilhante advogado e era considerado “o cérebro da Confederação” tendo exercido três cargos governativos sucessivos: procurador-geral (1861), secretário de Guerra (1861-1862) e secretário de Estado (1862-1865) famoso pelos discursos defendendo o esclavagissmo.

Não é hoje um herói porque os confederados perderam a guerra, mas se tivessem ganho Judah Benjamin poderia ter sido o segundo presidente dos Estados Confederados da América.

O segundo lusodescendente a receber a Medalha de Honra terá sido o soldado Frances Silva, nascido a 8 de maio de 1876 em Hayward, Califórnia. Era tripulante do USS Newark e teve comportamento heróico entre 28 de junho e 18 de agosto de 1900, durante a Guerra dos Boxers, em Pequim, quando um grupo de chineses criou uma sociedade secreta para lutar contra a intervenção imperialista no país.

Na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), os EUA mobilizaram quatro milhões de soldados, dos quais morreram mais de 116.000. Mais de 16.000 portugueses e lusodescendentes alistaram-se e foram mandados para os campos de batalha em França. Um desses militares foi Walter Goulart, nascido em 1895 em New Bedford, filho de faialenses.

Goulart alistou-se no Exército em 1917, embarcou para França no ano seguinte. Morreu em combate na ofensiva de Meuse-Argonne no dia 7 de outubro de 1918, com 23 anos. No sul de New Bedford, na Walter Goulart Square, existe desde 1923 um pequeno monumento em memória do malogrado soldado. Durante a Primeira Guerra Mundial, várias associações mutualistas da comunidade portuguesa deram o seu apoio aos Estados Unidos, a Liga das Sociedades Fraternais Portuguesas contribuiu com $10.000 para a compra de canhões e a Associação Portuguesa de Protetorado e Beneficiário doou $10.000, metade dos seus activos, para a compra de Liberty Bonds e orgulhava-se do facto de 15 dos seus membros terem combatido na guerra. Na Segunda Guerra Mundial (1939-1946), morreram 292.000 americanos e entre eles muitos luso-americanos. Um deles foi Charles Braga, a 7 de dezembro de 1941, no bombardeamento do navio Pennsylvania durante o ataque japonês a Pearl Harbor. Foi o primeiro residente de Fall River morto na guerra e, em 1966, a ponte sobre o rio Taunton, com 256 metros de extensão e ligando Somerset e Fall River, foi chamada de Ponte Memorial Charles M. Braga Jr. em sua homenagem.

Depois de Pearl Harbor, a Marinha dos EUA precisou de ajuda para enfrentar os japoneses e recrutou 47 navios da frota pesqueira de San Diego, muitos dos quais propriedade e operados por portugueses. Quando a Marinha pediu voluntários para tripular os barcos, 600 homens, a maioria portugueses, ofereceram-se para essa arriscada missão.

Os navios foram pintados de cinzento, identificados com as letras YP. Os barcos “Yippie”, ou “costeleta de porco”, como lhes chamavam os portugueses, foram usados para transportar suprimentos e combustível para a zona de operações no Pacífico. De 1942 a 1945, 16 barcos foram afundados em ataques inimigos ou tempestades e em alguns casos desapareceram todos os tripulantes.

Dois lusodescendentes que mereceram a Medalha de Honra durante a Segunda Guerra Mundial, foram o soldado Harold Gonsalves, da Califórnia, morto em combate a 15 de abril de 1945, em Okinawa e o paraquedista George Peters, de Cranston, Rhode Island.

Em 24 de março de 1945, em Wesel, na Alemanha, Peters atacou um ninho de metralhadora alemão armado apenas com a sua carabina e uma granada de mão. Foi morto, mas salvou os seus camaradas. A Guerra da Coreia começou em 25 de junho de 1950, quando a Coreia do Norte comunista atacou a Coreia do Sul pró-ocidental e causou aproximadamente cinco milhões de vítimas civis e militares. Um total de 5.720.000 soldados americanos serviram na Guerra da Coreia, dos quais 50.000 foram mortos. Um desses heróis foi o soldado Leroy A. Mendonça, natural de Honolulu e de ascendência portuguesa e filipina. Morreu aos 19 anos, a 4 de julho de 1951, protegendo a retirada de um pelotão e, até chegar a sua hora, abateu 37 inimigos. O feito valeu-lhe a Medalha de Honra.

Na Guerra do Vietname morreram mais de 58.000 americanos e um deles foi o soldado Ralph Ellis Dias, nascido em 1950, em Shelocta, Pennsylvania e condecorado postumamente com a Medalha de Honra e várias Purple Heart. Alistou-se nos Marines em 1967, seguiu para o Vietname em 1969 e morreu em combate a 12 de novembro desse ano, na província de Quang Nam.

A cidade de Fall River rendeu homenagem aos militares americanos mortos no Vietname, com um memorial quase tão grande como o memorial existente em Washington. Dos 58.489 militares americanos mortos no Vietname, 1.331 eram de Massachusetts, sendo 48 portugueses e só de Fall River eram 11.

Nas modernas guerras dos EUA no Médio Oriente tivemos a Operation Freedom 2001, com uma baixa portuguesa, Miguel Rosa; e Operation Freedom 2003, com quatro: Arlindo Almeida, David Botelho, Andrew Cunha e Diane N. Lopes. Os EUA estão presentemente empenhados em conflitos no Iraque (onde sofreram 4.474 mortes) e no Afeganistão (2.853 mortes).

No Afeganistão morreram os seguintes luso-descendentes: Christopher Luis Mendonça, Jorge Oliveira, Carlos A. Aparício, Rafael P. Arruda, Anthony J. Rosa, Ethan Gonçalo, Francisco Jackson, Joaquim Vaz Rebelo, Scott Andrews, Robert Barrett e Chad Gonsalves.

No Iraque, morreram Michael Arruda, Michael Andrade, Joseph M. Câmara, Charles Caldwell, Peter Gerald Enos, Todd Nunes, Brian Oliveira, Scott C. Rose, Humberto Timóteo e David Marques Vicente.

O cabo marine David Marques Vicente, 25 anos, integrava o 2º Batalhão da 1º Divisão de Marines. Foi morto em 2003 e está sepultado em Methuen, MA, onde nasceu e residem os pais, naturais de Lisboa. Dias antes do funeral, um familiar do malogrado jovem deslocou-se a New Bedford e pediu ao então cônsul de Portugal, Fernando Teles Fazendeiro, uma bandeira portuguesa para Vicente levar no caixão. Embora tenha dado a vida pelos EUA, David Vicente foi sepultado com a bandeira portuguesa no caixão.

Não sei se em Portugal as pessoas se preocupam em enterrar entes queridos com a bandeira portuguesa. Aliás, não parece que Portugal tenha feriado semelhante ao Memorial Day. Vendo bem, Portugal pouco se preocupa com os seus veteranos vivos, quanto mais mortos.


(Com a devida vénia ao jornal Portuguese Times)

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Nota de José da Câmara:
[1] - Eurico Mendes foi Furriel Miliciano e fez a sua comissão de serviço em Angola. Ficou por lá numa Rádio Emissora. Algum tempo depois emigrou para os EUA e vive na zona de New Bedford. Aqui continuou no jornalismo escrito e falado (rádio e televisão de expressão portuguesa).

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Nota do editor

Último poste da série de 15 DE MAIO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24317: Recortes de imprensa (126): O caso do capelão militar Arsénio Puim, expulso do CTIG em 1971 (tal como o Mário de Oliveira em 1968) não foi excecional: o jornalista António Marujo descobriu mais 11 padres "contestatários" (10 da diocese do Porto e 1 de Viseu)... Destaque para o trabalho de investigação publicado na Revista do Expresso, de 12/5/2023