quinta-feira, 11 de junho de 2009

Guiné 63/74 - P4502: Blogoterapia (106): Tabanca de Matosinhos, a tabanca mais portuguesa de Portugal (Álvaro Basto / Luís Graça)

Portugal > Tabanca de Matosinhos > Restaurante Milho Rei > 10 de Junho de 2009 > Da esquerda para a direita: na primeira fila, a Fernanda e o Álvaro Basto; atrás, o Zé Teixeira e o A. Marques Lopes.... Os resistentes, mas não os últimos... Não, não houve deserção, apenas debandada geral... Habitualmente, às 4ªs feiras, a casa enche-se, chega à meia centena e é uma alegria!... E todas as semanas há novas caras, que a fama da Tabanca de Matosinhos já ecoa bem longe, na blogosfera.. (LG)


Foto: © Álvaro Basto / Tabanca de Matosinhos (2009). Direitos reservados

1. Escreveu o chefe da Tabanca (cargo que ele partilha democraticamente com o coronel Marques Lopes):

Estes são os verdadeiros resistentes.. Apesar do feriado, apesar do mau tempo, apesar da crise, apesar das medalhas do Cavaco.. apesar... O Marques Lopes, o Zé Teixeira, eu e a minha cara-metade lá estivemos.

Quarta é dia de sardinha assada e pronto... A tabanca esteve representada... e as sardinhas (e que sardinhas!) lá se comeram.

A tradição foi cumprida.
Álvaro


2. Acabei de mandar-lhes a seguinte mensagem de solidariedade e camaradagem:


Álvaro e António:

Para já, os meus parabéns por esta Tabanca que é o nosso orgulho... A Tabanca mais portuguesa de Portugal, que é a Tabanca de Matosinhos.

Mandei, entretanto, um mail ao pessoal da Tabanca Grande sobre "encontros e desencontros" no Porto e em Lisboa na semana em curso. Aqui vai:

Amigos e camaradas:

Aproveitando os feriados e a ponte, vou até ao Porto, amanhã, 12, para assistir ao lançamento do novo CD dos Melech Mechaya, onde toca o meu João (12, 18h, na FNAC, NordShopping e depois no Palácio de Cristal, às 21h30)...

Volto sábado, de manhã... E às 23h30 vou ao Teatro da Comuna, onde há também festa, música (Melech Mechaya), Santo António, sardinha assada...

Se alguém, atabancado ou não, estiver perto e quiser aparecer, é bem vindo, sozinho ou acompanhado...

No 10 de Junho, estive com os ilustres representantes dessa fantástica Tabanca de Matosinhos, que vai fazer um São João em grande... O António Pimentel, o Silvério Lobo, o Casimiro (que me tratou por Sr. Graça, imagina!, não pareces que és do Norte, camarada), o Xico Allen, o MR, o Pira de Mansoa...

Infelizmente é sempre tudo a correr... Tive pena de não ir com eles ao Pilão (Zona J, Bairro de Chelas) comer o chabéu...

Para os tabanqueiros de Matosinhs, o meu carinho muito especial e um abraço do tamanho da A1...

O meu telemóvel é o 931 415 277 (Luís) / 938 455 75 (Alice)

Façam o favor de ser felizes.

Viva o Santo,
Viva o São João,
Viva o São Pedro,
Para a nossa reinação


Luís Graça

Guiné 63/74 - P4501: Fauna & flora (22): A fobia das cobras (Magalhães Ribeiro)

1. Muita gente tem fobia a cobras...

Não sei se é um problema social, se está inscrito no nosso ADN, fruto de milhões de anos de evolução e de convívio (nada pacífico) entre os primatas e os répteis...

Também há a nossa matriz cultural: para os gregos da Antiguidade Clássica, a serpente era um animal sagrado, associado ao conhecimento e à sabedoria (veja-se o cadaceu, que é o símbolo da farmácia e da medicina)... Já para a nossa cultura judaico-cristã, a serpente é a personificação do diabo, foi ela (e a mulher...) a responsável pelo pecado original, a nossa expulsão do Paraíso, a condenação ao trabalho, o parto com dor, e todas as demais desgraças que se abateram sobre a pobre humanidade...

Se queres saber se tens fobia a cobras, podes fazer aqui um pequeno teste... Entretanto, aqui fica mais um história de fobia a cobras, passada em 1974 na ainda então Guiné Portuguesa... (LG)


2. Quem não pode vê-las nem cheirá-las (nem sequer ouvir falara delas!) é o Eng Agr Jorge Picado, que já ameaçou deixar o blogue... se a gente persistir em contar mais histórias de Cobras & Lagartos... Escreveu ele (*):

Mas que porra é esta? Querem privar-me de ler este Blogue? Vejam lá se acabam com tais escritos.

Oh, Camarigo Mexia, também tu?

É de mais. Já chega. O que me vale é que hoje é pleno dia e está sol. Mas ontem de noite, quando me fui deitar, já via cobras por tudo o que era mais escuro e acabei por ter pesadelos.

Afinal também o Firmino é como eu, oh MR. Posso garantir que o mesmo se passaria comigo, pois ficaria de certeza impossibilitado de entrar na viatura enquanto não tivesse a certeza de que estava 'LIMPA'.

Um Abraço, mas não camarigo, por tal brincadeira de mau gosto...

Jorge Picado



3. Fauna & flora > O Firmino e a fobia das cobras
por E. Magalhães Ribeiro


Das cobras lembro-me de, num belo dia de sol, em que regressava de Bissau, num Unimog, com o Soldado Condutor Firmino, de repente, virmos no meio da estrada duas grandes cobras (não posso precisar o tamanho), que, segundo me pareceu, estavam a acasalar ali, no quentinho do asfalto.

O Firmino em habilidade assassina fez uma travagem busca, hipoteticamente em cima delas, nitidamente com a intenção de as trucidar.

Parou a viatura e saímos para fora, procurando as desgraçadas das bichas. Nada, nem sinal delas.

Foi então que o Firmino entrou em pânico, visto que ele tinha tremenda fobia às cobras, afastou-se uns bons 10 metros, com os pêlos todos eriçados, e começou a dizer:
- Porra, elas devem estar enroladas nos pneus!

Lá fui eu espreitar, por debaixo do Unimog, e não vi cobra nenhuma.
- Ó pá, aqui não está cobra nenhuma.

Diz ele:
- Então estão dentro no habitáculo, eu aí não entro mais!

Não me tinha lembrado dessa remota e pouco provável hipótese, mas estava admirado e surpreendido com o esfumanço dos animais, que nem eram tão pequenos como isso.

Fui então espreitar para o habitáculo e nada.
- Firmino, vamos embora, não está aqui cobra nenhuma, pá!

Ao que ele respondeu:
- Eu aí, nessa viatura, não entro mais.

Tive que entrar eu e ficar ali sentado uns bons minutos até que o raio do homem se convenceu que eu estava a falar verdade, mas sempre com os olhos nos pés, não fosse o diabo tecê-las.

Ainda hoje eu cismo e o Firmino com certeza também:
- Para onde desapareceram o raio das bichas ?

Magalhães Ribeiro

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Nota de L.G.:

(*) Vd. último poste da série > 9 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4491: Fauna & flora (21): Surucucus (Lachesis muta muta) que cantavam nas praias dos Bijagós (Joaquim Mexia Alves)

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Guiné 63/74 - P4500: Controvérsias (20): Deixem que sejam os ex-Combatentes a cantar o Hino Nacional (José Martins)

Comemorações do 10 de Junho de 2009 > Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso > Deixem-nos cantar o hino nacional !!!... (Eu garanto-vos que o Mário Fitas cantou o hino, e cantou bem, de fio a pavio, com a sua voz poderosa de tenor e de alentejano das grandes planices... Não se deixou intimidar com a voz da senhora fadista Kátia Guerreiro)...
Mário: Cortei-te o pio, como forma de protesto pela heterodoxia da Comissão Organizadora, e como manifestação de solidariedade com a posição aqui assumida pelo José Martins, nosso dedicado colaborador, amigo e camarada da Guiné, e um dos mais velhos membros da nossa Tabanca Grande...
Mário, desculpa a eventual sacanice eu que te fiz, mas foi por uma boa causa, além de que um velho combatente da Pátria , como tu, já está calejado e imunizado contra todas as sacanices, e sobretudo as grandes sacanices que lhe têm feito... (LG)


1. Mensagem de José Martins, ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70, com data de 10 de Junho de 2009: Assunto: XVI Encontro de Combatentes

Caros Camaradas:

Desde há dezasseis anos que neste dia honro a memória daqueles que, fiéis a um juramento à Bandeira Pátria, entregaram a vida em terras de África. Honro, também, aqueles que, por causa da guerra, por lá deixaram parte de si mesmos, carregando para o resto da vida a memória visível da sua vida por aquelas paragens.

Recordo, ainda, aquele 10 de Junho de 1970 quando, depois de ter cumprido o dever imposto, pisei terra metropolitana. Porém, e como já anteriormente havia escrito, há coisas que ainda não consigo entender:

1 - Há necessidade de ter um patrocinador nas comemorações, nomeadamente a Portugal Telecom que, invariavelmente, coloca uma coroa de flores no Monumento com publicidade? Não seria muito mais soft anunciar apenas o patrocínio, caso ele seja necessário?

2 - Por que é que, a partir de há alguns anos a esta parte, há um artista convidado para cantar, se não a solo, sobrepondo-se às vozes roucas e cansadas dos combatentes, debitando a sua voz através da instalação sonora? Nada tenho contra a D. Kátia Guerreiro, cuja carreira tenho seguido e admirado. Mas, francamente! O Hino de Portugal soou-me a fado.

Sei que era uma canção de protesto contra o Ultimato Inglês de 1890 e que, rapidamente se transformou num grito de revolta, mas hoje, hoje é o nosso Hino.

Por favor: deixem que, enquanto isso seja possivel, sejam os COMBATENTES a entoar o HINO NACIONAL, mesmo que a sua voz seja rouca, mesmo que a sua voz já custe a dominar, mesmo que a sua voz não tenha a pujança de outrora, é a voz daqueles que responderam SIM, quando a Pátria os chamou.

José Martins
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Nota de CV:

(*) Vd. poste de 27 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4422: Bibliografia de uma guerra (47): Coutinho e Lima fala do seu livro "A Retirada de Guileje" (José Martins)

Vd. último poste da série de 2 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4452: Controvérsias (15): O 'massacre do Pidjiguiti', em 3 de Agosto de 1959: o testemunho de Mário Dias

Guiné 63/74 - P4499: A Tabanca Grande no 10 de Junho de 2009 (7): O Jorge Cabral e o Vacas de Carvalho apanhados pela PE... (Mário Fitas)

10 de JUNHO de 2009, DIA DE PORTUGAL > Encontro Nacional de Combatentes, em Belém, junto ao Forte de Bom Sucesso 1. Texto e fotos de Mário Fitas É claro! Nem sempre tudo corre com a postura conveniente destes actos.Pois é!... o nosso amigo Cabral, com a sua parelha Vacas de Carvalho, foi a Missirá e vieram, cada um, com a sua bajuda. Só estas Aves poderiam fazer isto! Mas a história complicou-se porque as Bajudas pertenciam... à PE [Polícia do Exército]. Resultado, foram revistados e no Saco Azul, bem visível nas mãos do Vacas de Carvalho, foram encontradas duas rações de combate, só que embaladas em pequenas caixas. Segundo algumas bocas dos mirones tabanqueiros que se juntaram, seriam também de cor azul. Narrei apenas o que ouvi, e as fotos foram-me emprestadas por um retratista que por ali andava, pois eu não intervi em nada. Por este motivo peço ao chefe da Tabanca, que seja tomada em conta este acto, e que para o próximo evento deste tipo, a estes senhores Tabanqueiros, seja atada a farinheira com um cordel. Com a saudade de um momento bem vivido e o desejo que o próximo Encontro da Tabanca tenha não o mesmo êxito, mas maior ainda que o ano passado. Como sempre, o velho e amigo abraço do tamanho do Cumbijã, Mário Fitas _________ Nota de L.G.: (*) Vd. último poste desta série > 10 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4498: A Tabanca Grande no 10 de Junho de 2009 (6): E até ao dia 20, na Qta do Paul, Ortigosa, Monte Real, Leiria...(Luís Graça)

Guiné 63/74 - P4498: A Tabanca Grande no 10 de Junho de 2009 (6): E até ao dia 20, na Qta do Paul, Ortigosa, Monte Real, Leiria...(Luís Graça)

Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso > 10 de Junho de 2009 > Mini-encontro do pessoal da Tabanca Grande > Da esquerda para a direita, João Parreira, Piedade, Miguel, Giselda, Mário Fitas e Mário Dias (o mítico comando, que hoje se dedica à composição musical: tem uma cantata de hora e meia para estrear!... Venha o coro, a orquestra e o mecenas!)

Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso > 10 de Junho de 2009 > Mini-encontro do pessoal da Tabanca Grande > A antiga enfermeira pára-quedista Piedade e o Amílcar Mendes (da 38ª CCmds)

Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso > 10 de Junho de 2009 > Mini-encontro do pessoal da Tabanca Grande > Virgínio Briote e o Francisco Silva, hoje, médico, ortopedista no Hospital Amadora-Sintra... Esteve no Xitole, com o Joaquim Mexia Alves, e depois em Jembembém, na região de Farim (onde lhe coube substituir o comandante de um Pel Caç Nat, morto na parada por um dos seus homens)...

Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso > 10 de Junho de 2009 > Mini-encontro do pessoal da Tabanca Grande > A Alice encontra um amigo meu, de infância, e meu conterrâneo, a viver de há muito em Fafe... O Jaime Bonifácio F. Silva foi Alf Mil, pára-quedista, do BCP 21, em Angola (1969/71)... Veio às 4h da manhã, de autocarro,com um grupo de ex-combatentes de Fafe... É leitor do nosso blogue. Está a fazer a história dos rapazes da sua terra natal (Seixal da Louirnhã) que fizeram a guerra colonial: mais de três dezenas...

Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso > 10 de Junho de 2009 > Mini-encontro do pessoal da Tabanca Grande >O nosso camarada António Paiva com a Giselda, a Piedade e o Miguel... O Paiva passa por ser "condutor de ambulâncias" do Hospital Militar de Bissau, mas a história parece que está mal contada (pela curta conversa que tivémos os dois)

Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso > 10 de Junho de 2009 > Mini-encontro do pessoal da Tabanca Grande > De costas, o Silvério Lobo, de Matosinhos e o Mário Fitas... Em frente o Amadu Pete Jaló (do pelotão de artilharia de Guileje, 1973) e o Xico Allen (que está de malas aviadas para a Guiné-Bissau, onde vai trabalhar!)...

Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso > 10 de Junho de 2009 > Mini-encontro do pessoal da Tabanca Grande > A Alice e a Giselda

Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso > 10 de Junho de 2009 > Mini-encontro do pessoal da Tabanca Grande > O Xico Allen, a Alice e o Hélder Sousa

Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso > 10 de Junho de 2009 > Mini-encontro do pessoal da Tabanca Grande > Um país de costas voltadas para a sua história e o seu passado ?

Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso > 10 de Junho de 2009 > Mini-encontro do pessoal da Tabanca Grande > A marinha também esteve presente... mas, na Tabanca Grande, sentimos falta dos nossos marinheiros...



... E para o ano há mais!!! O próximo encontro é no dia 20 do corrente, na Quinta do Paul, Ortigosa, Monte Real, Leiria, o nosso IV Encontro Nacional, anual... Membros ou não membros da nossa Tabanca Grande estão convidados a inscreverem-se, ainda a tempo até ao dia 15 de Junho.

Fotos e vídeo (14''): © Luís Graça (2009). Direitos reservados
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Notas de L.G.:

Vd. postes anteriores desta série:

10 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4493: A Tabanca Grande no 10 de Junho de 2009 (1): Estes sons que ainda mexem connosco (Luís Graça)

10 de Junho de 2009 >Guiné 63/74 - P4403 - P4494: A Tabanca Grande no 10 de Unho de 2009 (2): Cabral só há um, o de Missirá e mais nenhum (Luís Graça)

10 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4495: A Tabanca Grande no 10 de Junho de 2009 (3): O pira de Mansoa, ranger, praticante de desportos radicais... (Luís Graça)

10 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4496: A Tabanca Grande no 10 de Junho de 2009 (4): O abraço de dois comandos, V. Briote (1965/66) e A. Mendes (1972/74) (Luís Graça)

10 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4497: A Tabanca Grande no 10 de Junho de 2009 (5): Vieram de muitos lados...(Luís Graça)

Guiné 63/74 - P4497: A Tabanca Grande no 10 de Junho de 2009 (5): Vieram de muitos lados...(Luís Graça)

Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso > 10 de Junho de 2009 > Mini-encontro do pessoal da Tabanca Grande > Da esquerda para a direita: Jorge Cabral, António Pimentel (que veio do Porto), Miguel Pessoa, António Graça de Abreu e Jorge Canhão

  Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso > 10 de Junho de 2009 > Mini-encontro do pessoal da Tabanca Grande > O Mário Fitas e o J. L. Vacas de Carvalho (uma família que mandou, pelo menos, três dos seus homens para a guerra)

  Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso > 10 de Junho de 2009 > Mini-encontro do pessoal da Tabanca Grande > Uma surpresa para o Miguel Pessoa: a presença de um dos elementos, guineense (à esquerda) que fazia parte da equipa de busca e salvamento que o resgatou em 26 de Março de 1973, na região de Guileje, depois de ter sido abatido por um Strela... No meio, o Mário Fitas e mais atrás o Fernando Chapouto...

  Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso > 10 de Junho de 2009 > Mini-encontro do pessoal da Tabanca Grande > Benjamim Durães e Amadu Djaló

  Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso > 10 de Junho de 2009 > Mini-encontro do pessoal da Tabanca Grande > Virgínio Briote, Amadu Djaló e J. Colaço 

 Fotos: © Luís Graça (2009). Direitos reservados

Guiné 63/74 - P4496: A Tabanca Grande no 10 de Junho de 2009 (4): O abraço de dois comandos, V. Briote (1965/66) e A. Mendes (1972/74) (Luís Graça)

Dois homens dos comandos que ainda hoje vivem, à sua maneira, a mística dos comandos: o Virgínio Briote, nosso co-editor, dos velhos comandos de Brá (1965/67) e o Amílcar Mendes, da 38ª CCmds (1972/74)... Tive o grato prazer de lhe dar, a este útimo, o Alfa Bravo (abraço) que nos faltava... Conhecíamo-nos apenas do blogue, dos mails, do telefone...

Fotos: © Luís Graça (2009). Direitos reservados
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Notas de L.G.:

Vd. postes anteriores desta série:

10 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4493: A Tabanca Grande no 10 de Junho de 2009 (1): Estes sons que ainda mexem connosco (Luís Graça)

10 de Junho de 2009 >Guiné 63/74 - P4403 - P4494: A Tabanca Grande no 10 de Unho de 2009 (2): Cabral só há um, o de Missirá e mais nenhum (Luís Graça)

10 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4495: A Tabanca Grande no 10 de Junho de 2009 (3): O pira de Mansoa, ranger, praticante de desportos radicais... (Luís Graça)

Guiné 63/74 - P4495: A Tabanca Grande no 10 de Junho de 2009 (3): O pira de Mansoa, ranger, praticante de desportos radicais... (Luís Graça)

Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso > 10 de Junho de 2009 > Mini-encontro do pessoal da Tabanca Grande

Eduardo Magalhães Ribeiro: "o homem que chegou à Guiné, em 1974, e que acabou com a guerra"... Mito ? É a sua coroa de glória, a estória que um dia há-de contar aos seus netos... Em contrapartida, há quem - como o David Guimarães - o acuse do crime de alta traição à Pátria... De facto, foi ele quem arreou a última bandeira portuguesa... Em Mansoa, no dia 9 de Setembro de 1974... Na presença da Maria Turra e dos altos dirigentes do PAIGC, imaginem!... Ele, bem mais modesto, não reivindica para si senão o epíteto de Pira de Mansoa, pelo qual de resto é conhecido e tratado, carinhosamente, na Tabanca Grande...

É co-editor do nosso blogue, estagiário, periquito ainda, ... Prometeu-me nunca mais se envolver em polémicas sobre as Operações Especiais, os Rangers, e outros temas ditos fracturantes... Nas fotos vemo-lo com outros camarada como Mário Fitas, Silvério Lobo, Helder Sousa e um militar do pelotão de artilharia que estava em Guileje no dia 22 de Maio de 1973... Amadu Jaló, se bem fixei o nome... O Mário Fitas tomou notas da sua história e prometeu enviar-mas...

O Eduardo também fez parte, este ano, da organização deste evento, que são as comemorações do 10 de Junho, em Belém...

Fotos: © Luís Graça (2009). Direitos reservados

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Notas de L.G.:

Vd. postes anteriores desta série:

10 de Junho de 2009 >Guiné 63/74 - P4403 - P4494: A Tabanca Grande no 10 de Unho de 2009 (2): Cabral só há um, o de Missirá e mais nenhum (Luís Graça)

10 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4493: A Tabanca Grande no 10 de Junho de 2009 (1): Estes sons que ainda mexem connosco (Luís Graça)

Guiné 63/74 - P4494: A Tabanca Grande no 10 de Junho de 2009 (2): Cabral só há um, o de Missirá e mais nenhum (Luís Graça)


Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso > 10 de Junho de 2009 > Mini-encontro do pessoal da Tabanca Grande.   Ei-lo, o mais desalinhado, quiçá o mais pacifista dos Homens Grandes da nossa Tabanca Grande, o autor das saborisíssimas estórias cabralianas.agora à procura de um editor, o Cabral mais Cabral da Guiné, o Jorge Cabral ele mesmo... Com o seu inseparável cachimbo... Não perde um 10 de Junho desde que deixou as terras de Fá, Missirá, Bambadinca... Nostalgias... Até ao dia 20, Jorge, em Ortigosa, Monte Real. 

 Fotos: © Luís Graça (2009). Direitos reservados 

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Guiné 63/74 - P4493: A Tabanca Grande no 10 de Junho de 2009 (1): Estes sons que ainda mexem connosco (Luís Graça)

Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso > 10 de Junho de 2009 > Mini-encontro do pessoal da Tabanca Grande
Tínhamos marcado encontro às 11h15, frente ao Portão do Forte do Bom Sucesso, ali em Belém, junto ao Monumento aos Mortos do Ultramar... Neste pequeno vídeo, vemos e ouvimos a passagem de três helicópteros que, quase magicamente, nos fazem transportar para o cenário da guerra da Guiné...

Estes sons ainda hoje mexem connosco: havia o do helicanhão, que nos tranquilizava, nos aliava o stresse do combate; e havia os dos helis que vinham fazer evacuações Ypsilon... (in)confidências: Se não tivesse sido piloto de Fiat G-91, o Miguel Pessoa, aqui ao lado, queria ser piloto de helicanhão...

Estes sons são também familiares às nossas duas enfermeiras pára-quedistas, Giselda e Piedade... No vídeo ainda se vê o nosso camarada António Pimentel, da Tabanca de Matosinhos, e que esteve na Guiné, na CCS/BCAÇ 2851 (Mansabá, 1968/70)

Vídeo (26''): © Luís Graça (2009). Direitos reservados

Guiné 63/74 - P4492: Memória dos lugares (30): Porto Gole, CART 1661 (1967/68) (José Nunes / Abel Rei)







Guiné > Região do Oio > Porto Gole > Aqui, no estuário do Rio Geba, em 1456, chegou o primeiro português (e europeu), , o navegador Diogo Gomes

(i) Monumento construído pela CART 1661, c. 1968 > Na altura ficava em plena parada (vd. p. 170 do livro do Abel Rei, Entre o Paraíso e o Inferno; de Fá a Bissá...). Inscrição na base: "Para ti, soldado, o testemunho do teu esforço"... O secular hábito dos portugueses de deixar, pelo mundo, um 'marco' da sua presença ou passagem...

Foto: © Abel Rei (2009). Direitos reservados

(ii) Guiné-Bissau > Região do Oio > Porto Gole > Em 2005, quando por lá passou o Jorge Rosmaninho, o mesmo monumento estava todo coberto de capim; são visíveis, na parte de cima do monumento, os efeitos da erosão do tempo (ou da acção depredatória dos homens ?...), vendo-se já os ferros, descarnados, da estrutura que era (é) em cimento...

De qualquer modo, há um certo entendimento, hoje, na Guiné-Bissau, de que estes vestígios da presença portuguesa devem ser conservados, tendo algum interesse historiográfico, cultural, socioantropológico e até turístico, num país onde o património edificado pelos portugueses (tirando algumas praças históricas como Cacheu e Bolama) é muito pobre...

(iii) Guiné-Bissau > Região do Oio > Porto Gole > 2005 > Placa em bronze com o brazão da CART 1661 (Porto Gole, Enxalé, Bissá, 1967/68). Dizeres, inscritos na chapa: Coragem, Esperança.

Fotos (ii e iii) : © Jorge Rosmaninho, autor do blogue Africanidades (2009). Direitos reservados


1. Comentário de José Nunes, ex-1º Cabo, BENG 447, Brá, 1968/70:


Camarada, eu estive em Porto Gole em Março/Abril de 1968, nesse tempo o Comando ficava na Habitação existente, e servia de alojamento aos Oficiais e Sargentos. O restante pessoal ficava no celeiro e nos abrigos, construídos, e nos abarracamentos construídos junto da casa maior.

O monumento existente, evocativo da chegada dos Portugueses ao local , estava capinado e servia de referência a quem subia o Geba. Apopulação estava alinhada, formando uma rua até ao cruzamento da estrada que ía pra Mansoa e para Enxalé.

De frente para o Geba junto ao monumento, a pista ficava do lado direito; no esquerdo, no pequeno vale com laranjeiras e uma horta, ficava o poço onde nos abasteciamos de água.

Na altura a Companhia que lá estava tinha pessoal em Bissá e em Enxalé, salvo erro era uma Companhia de Artilharia. Já não recordo o seu número, mas sei que tinha um número considerável de baixas. Foi quando apareceram as primeiras minas incendiárias que fustigavam as colunas de reabastecimento a Bissá. Tnho algumas fotos lá tiradas com a malta, impecável.

Em Porto Gole foi onde vi a maior jibóia na Guiné, morta quando se ía buscar lenha pra fazer a comida. Foi aqui que tentaram envenenar toda a Companhia, deitando no poço toda o tipo de restos de vacas mortas, tripas, peles... O poço era tapado com tampo de madeira e na base do gargalo havia um buraco pra enfiar a mangueira da bomba, foi por aí que introduziram tudo, nas barbas de um posto de sentinela, mas pela horta era fácil.

As flagelações eram feitas do cruzamento, na altura foi construido aí um posto avançado,pra evitar as flagelações. Durante a minha estada nunca fomos atacados.

José Nunes
Beng 447
Brá, 68/70

2. Comentário de L.G.:

Zé Nunes, essa companhia era a CART 1661 (Fev 1967 / Nov 1968) que esteve em Fá Mandinga, Enxalé e Porto Gole... Segundo o diário do Abel Rei (que eu vou ter o prazer de conhecer pessoalmente no nosso próximo encontro, em 20 de Junho, na Ortigosa, Monte Real), em Março/Abril de 1968 ele estava em Porto Gole, embora parte do seu Grupo de Combate estivesse no Enxalé.

Em 8 de Abril de 1968, há o registo de um ataque a Porto Gole, durante 45 minutos, com armas ligeiras e pesadas, mas sem consequências, por um grupo IN estimado em 50 elementos (1 bigrupo). Já n~´ao devias estar lá, se não lembravas-te, de certeza... Nessa altura já havia gerador eléctrico e estava-se a construir um fortim, certamente a cargo do BENG 447... Também já havia pista de aviação... O destacamento de Bissá era frequentemente atacado. Zé: Não queres partilhar connosco essas fotos que tens de Porto Gole, um sítio mítico para todos nós, tugas ?

Tens razão, a CART 1661 teve manga de baixas: 17 mortos (12 por accionamento de minas) e 25 feridos, não se incluindo nestas nestas baixas as da Polícia Administrativa (6 mortos e 7 feridos) nem as do Pel Caç Nat 54 (5 mortos e feridos). (Fonte: Abel Rei, 2002).

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Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 9 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4488: Tabanca Grande (151): Jorge Rosales, ex-Alf Mil, Porto Gole, 1964/66, grande amigo do Cap 2ª linha Abna Na Onça


Vd. também 13 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4023: Memória dos lugares (19): Porto Gole, 1966, muito antes das tristes valas comuns... (Henrique Matos)

terça-feira, 9 de junho de 2009

Guiné 63/74 - P4491: Fauna & flora (21): Surucucus (Lachesis muta muta) que cantavam nas praias dos Bijagós (Joaquim Mexia Alves)

Fonte: Wikipédia (2009). Copyleft 

1. Mensagem de J. Mexia Alves, com data de 8 de Junho de 2009. 

Meus caros camarigos, 

Ainda a propósito de cobras e outros rastejantes, lembro-me que quando estivemos em Bolama a fazer o IAO, (embora pareça não é o "aiólinda"), houve uma semana em que fomos acampar mais para perto das praias, junto a uma tabanca de Bijagós que se chamava, salvo o erro, Pujunguto. 

Foi aí que provei vinho de caju e que fui agraciado com uma valente diarreia devida á ingestão de tal bebida, se assim lhe podemos chamar. 

Mas aí também contaram-nos a história de que, nas noites de mais calor e com luar, se fossemos á praia poderíamos ouvir as surucucos, (julgo eu que era isto que lhe chamavam), a cantar, ou seja, pela descrição era mais assobiar. 

Lembro-me de termos ido numa surtida nocturna às praias, mas ou não estava calor, (o que seria difícil porque estávamos em Janeiro), ou porque não havia luar, não me lembro de ter ouvido nenhum cantar, ou assobiar, "rastejante". 

Talvez fosse uma grande "peta", mas mais tarde, no meio da Guiné, alguém me referenciou a mesma história, pelo que das duas, uma: ou caiu na mesma "conto", ou era verdade e eu é que não ouvi nada! 

Alguém ouviu alguma vez o tal cantar ou assobiar, ou pode constatar a veracidade desta história? 

Abraço camarigo para todos,

2. O Joaquim Mexia Alves, sobre este assunto "Surucucuiano", já havia deixado o seguinte comentário na mensagem "Guiné 63/74 - P4477: FAP (29): Encontros imprevist...":

Meus caros camarigos,

Se há jibóias ou não na Guiné, não vou eu afirmar, mas que no Mato Cão comi um bife de facochero, frito em banha de uma dita cuja, que para mim era em tudo uma jibóia, no tamanho a na "pelagem", disso não tenho eu dúvidas.

Julgo até que num qualquer post meu sobre o Mato Cão, já publicado está referenciado esse "manjar dos deuses"!

Abraço camarigo para todos.
 
Joaquim Mexia Alves 

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Nota de M.R.: 

Vd. último poste da série em: 


Guiné 63/74 - P4490: Em busca de... (76): Pessoal da CART 2714, Mansambo, 1970/72 (Guilherme Sousa, ex-Soldado Condutor Auto, França)

Guiné- Bissau > Região Leste > Mansambo > 1996: Monumento erigido pela CART 2714 ("Bravos e Leais"), pertencente ao BART 2917 (Bambadinca, 1970/1972). É o único que restava de pé em 1996.


© Humberto Reis (2005)

O nosso Camarada Humberto Reis fez-nos chegar o seguinte apelo, via e-mail, com data de 7 de Junho de 2009, com o título Monumento de MANSAMBO, que lhe foi dirigido pelo ex-Soldado Condutor Auto Guilherme Sousa , que se encontra emigrado em França desde 1972:

Bom dia,

Eu, Guilherme Sousa, fui Soldado Condutor da CART 2714 e prestei serviço na Guiné, entre 1970/ 72, precisamente no acampamento de Mansambo, que fazia parte de Bambadinca, aonde estava a sede do nosso BART 2917.
Desde que regressei da Guiné emigrei para França.
Ao navegar um pouco pela internet encontrei no blogue do senhor Luís Graça, uma foto do acampamento de Mansambo aonde esta o Sr. Reis, de pé, ao lado do nosso monumento à CART 2714, que eu ajudei a construir.
Gostava muito de encontrar colegas da CART 2714, para eventuais encontros de convívio.
Talvez o senhor me possa ajudar.

Desde já muito obrigado.
Guilherme Sousa.
França: telef. 0033386951938 ou 0033670611957.

O Humberto Reis respondeu-lhe, com data de 8 de Junho de 2009, também via e-mail com o mesmo título: Monumento de MANSAMBO.

Sr. Guilherme Sousa,

Exactamente no blogue "Luís Graça & Camaradas da Guiné" encontra notícias da 2714, que eu conheci em Mansambo, até Março de 1971, quando me vim embora da CCAÇ 12 (a companhia de intervenção do sector de Bambadinca).

Cumprimentos,

Humberto Reis

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Nota de M.R.:

Vd. último poste da série em:

Guiné 63/74 - P4489: Convívios (145): Convívio anual da CCAV 8350 “Piratas de Guileje” (1972/74), na Covilhã (Casimiro Carvalho / Magalhães Ribeiro)


Os Piratas de Guileje (CCAV. 8350 - 1972/74), levaram a efeito mais um animado e amigável almoço/convívio, no passado domingo, dia 7 de Junho, na Covilhã. 


Após a concentração das "tropas", seguiu-se uma Missa Solene em Memória dos Camaradas já Falecidos. 


Finda a missa partiu-se para o esperado repasto, onde marcaram presença perto de noventa pessoas, tendo tudo decorrido no meio de muita alegria e conversa, na airosa, acolhedora e agradável Quinta das Flores. 


Entre os "Piratas" estiveram presentes os Cor. Coutinho e Lima e Vieira da Silva, os Alferes Reis e Seabra e os Furriéis Casimiro Carvalho, Bilhau, Silva, Neves, etc. 

Como convidados estiveram o Capitão Vasco da Gama - que foi Comandante da célebre Companhia os Tigres de Cumbijã (CCAV. 8351 - 1972/74) e o nosso  camarada Magalhães Ribeiro (da CCS do BCAC. 4612/74). 

Sobre a forma fraterna como foram recebidos e tratados pelos "Piratas", tanto um como outro, apresentaram os seus melhores agradecimentos a todos os convivas. 

Quanto ao "abastecimento", não faltaram os tradicionais aperitivos, a que se seguiu um excelente bacalhau à moda da casa e um bom pedaço de pernil assado no forno, bem regado com bons vinhos. 

O "remate" final fez-se com uma deliciosa sobremesa fria e apetitosas cerejas da Gardunha. 

Para terminar o "assalto" não faltou o habitual de aniversário e um bem confeccionado bolo, regado com uma ou outra taça de champanhe. 

Pela alegria estampada nos rostos das pessoas bem se pode dizer que, para o ano, haverá mais e melhor. 

P.S. - A nota mais triste do convívio, de que me apercebi durante a festa toda, foi sem dúvida nenhuma, a ausência do nosso Capitão Quintas que, segundo soube tem a esposa muito adoentada, motivo este que, obviamente, originou a sua falta neste maravilhoso encontro.  

Aproveito esta oportunidade para deixar aqui, mais uma vez, os melhores votos dos Piratas presentes, para que a sua querida esposa recupere, o mais rapidamente possível, de todos os males que a afligem. 












           
(Esquerda) Foto do conjunto - (Direita) Cor. Vieira da Silva, Fur. Milº Casimiro Cravalho, Cor. Coutinho e Lima, Alf. Milº Seabra, Alf. Milº Reis e Cap. Vasco da Gama (CCAV. 8351) 












           
(Direita) Aspecto geral do almoço - (Esquerda) Mesa de "comando" 












               


(Esquerda) Os Fur. Milº Casimiro Carvalho, Silva e Bilhau - (Direita) Elementos do 4º Grupo de Combate - O primeiro de pé, do lado esquerdo, é o Soldado Borges (Chaves), que foi o penúltimo homem a abandonar o local da terrível emboscada - de 4 de junho de 1973 em Gadamael Porto -, onde faleceram 4 "piratas". Recordo que o último a abandonar o fatídico local foi o Casimiro Carvalho.

Texto de Casimiro Carvalho 
Ex-Furriel Op Esp/RANGER 

Fotos e legendas: © Magalhães Ribeiro (2009). Direitos reservados. 
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Nota de M.R.: 

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Guiné 63/74 - P4488: Tabanca Grande (151): Jorge Rosales, ex-Alf Mil, Porto Gole, 1964/66, grande amigo do Cap 2ª linha Abna Na Onça



O soberbo Rio Geba, junto a Porto Gole. Do outro lado, a margem esquerda. Mais à frente, para leste, o Rio Corubal vai desaguar no Rio Geba. No tempo do Jorge Rosales (1964/66), os fuzileiros deitavam a bóia e prendiam a LDG - Lancha de Desembarque Grande, que vinha de Bissau... No Geba era eles que impunham a ordem e a lei... Mas em Ponta Ponta Varela, na marge eswuerda, entre a Ponta do Inglês e o Xime, já havia ataques, do PAIGC, à navegação de cabotagem. Na foto, encoberto pelo capim, o marco comemorativo do V Centenário da Descoberta da Guiné (1446-1946). Porto Gole foca na na margem direita do Rio, na estrada Bissau - Nhacra - Mansoa - Porto Gole - Bafatá (No tempo do Jorge Rosales, já estava interdito o troço Mansoa- Porto Gole). (LG) 

 Foto: © Jorge Rosmaninho, autor do blogue Africanidades (2009). Direitos reservados 


1. Texto de L.G.: 

LIgou-me estar tarde, por telefone, mais um camarada, o Jorge Rosales, de 69 anos, residente em Monte Estoril / Cascais, e que esteve em Porto Gole (1964/66)... Tem falado ao telefone com o Henrique Matos (*), que esteve a seguir a ele em Porto Gole (1966/68). 

Falei-lhe do Abel Rei (1967/68), que é mais novo, e que ele naturalmente não conhece... O seu objectivo era, muito simplesmente, o de poder ainda inscrever-se , a tempo, no nosso IV Encontro, em Ortigosa, o que eu assegurei automaticamente. É o nosso participante nº 96.

 É pai da Doutora Marta Rosales, minha colega (ISCTE e FCSH/UNL). Aqui vai, muito sumariamente, uma primeira apresentação do nosso novo camarada, que tem muitas fotografias do seu tempo de comissão e que vai levá-las, consigo, para o IV Encontro. 

Diz-me que era muito amigo do mítico Capitão de 2ª linha, o Abna Na Onça, chefe espiritual, poderoso, da comunidade balanta da região, a quem o PAIGC havia cometido o erro fatal de “matar duas mulheres e roubar centenas de cabeças de gado”. 

O seu prestígio, a sua influência e e o seu carisma eram tão grandes que ele sabia tudo o que se passava numa vasta região que ia de Mansoa a Bambadinca (nomeadamente, importantes informações militares, como a passagem de homens e armas do PAIGC). Jovem (teria hoje 72/73 anos se fosse vivo), era um homem imponente, nos seus 120 kg. 

Schulz tinha-lhe oferecido um relógio de ouro e uma G3 como reconhecimento pelos seus brilhantes serviços … Mais tarde, será morto, em Bissá, em 15/4/67, com seis dos seus polícias administrativos, todos eles residentes em Porto Gole… Nesse dia o destacamento é abandonado pelas NT: “ um dia trágico para quem estava no inferno de Bissá, como escreveu o Abel Rei no seu diário (Entre o paraíso e o inferno: de Fá a Bissá. Memórias da Guiné, 1967/68, editado em 2002, pp. 68/70) (**)… 

O Jorge Rosales pertencia à 1ª Companhia de Caçadores Indígena, com sede em Farim. (Havia mais duas, uma Bedanda e outra em Nova Lamego, acrescenta ele.) Ficou lá pouco tempo, em Farim, talvez uma semana. A companhia estava dispersa. Foi destacado para Porto Gole, com duas secções (da CCAÇ 556, do Enxalé) e outra secção, sua, de africanos. 

Tinha um guarda-costas bijagó. Parte dos soldados eram balantas. Possuíam apenas 1 morteiro (60) e 1 bazuca. A farda ainda era amarela. Ficou 18 meses em Porto Gole. Ia a Bambadinca jogar à bola com os de Fá. Foi uma vez a Bafatá, apanhar o NordAtlas. Lembra-se da piscina. 

Enquanto lá esteve, em Porto Gole, havia um certo respeito mútuo, de parte a parte. A influência de Cabral era evidente, fazendo a distinção entre o povo (português) e o regime (colonialista). Podiam deslocar-se num raio de 10 km…. Mas a ligação com Mansoa já se perdera. O troço já não era seguro. Em Mansoa estavam os respeitados Águias Negras (BART 645, que dominavam o triângulo do Óio: Olossato, Bissorâ e Mansabá) . Do lado do Geba, eram os fuzileiros que impunham a lei e o respeito. Lançavam uma bóia e fundeavam a LDG em frente a Porto Gole. 

Vinha quase tudo por rio: os frescos, a bianda, os cunhetes de munições… (excepto o correio, que era lançado do ar, de DO 27, e às vezes ir cair no tarrafo; em contrapartida, o correio expedido ia de LDG... Singuralidades de Porto Gole que não tinha uma simples pista de terra batida, para as aeronaves). 

Tem vários amigos fuzos, desse tempo, incluindo o comandante Castanho Pais. Do outro lado, a nascente estava a CCAÇ 556, no Enxalé… Também conhece dois furrieís do Enxalé, de quem se tornou amigo. Também passou por Fá. E no final da comissão, esteve em Bolama, por onde passavam os periquitos… Conviveu com algumas companhias que, de Bolama, partiam para operações no continente… 

No seu tempo (Março de 1966), morreu em Porto Gole o Alf Mil António Maldonado, que o veio substituir. O Maldonado, de Coimbra, estava em Bolama. Eram amigos, tinham estado em Mafra. Tinham combinado revezar-se ao fim de um ano. O Maldonado vinha para Porto Gole e o Jorge ia para Bolam… No meio disto, há um coronel que vem dificultar o acordo de cavalheiros. Enfim, uma história que é preciso contar com tempo e vagar. O Maldonado é morto num ataque violentíssimo a Porto Gole, depois de as NT terem feito um ronco nas áreas controladas pelo PAIGC… Ferido, aguardou em vão o heli que só podia vir de manhã. A mãe do Jorge foi ao enterro, em Coimbra. O cadáver foi rapidamente trasladado, contrariamente ao que acontecia na época.  Esta morte abalou muito o Jorge Rosales, seu amigo. 

Voltando ao nosso IV Encontro, o Jorge está entusiasmadíssimo com a ideia de poder encontrar malta de Bambadinca, Xime, Enxalé, Porto Gole, Fá... Queixa-se de estar isolado, de não ter ninguém do seu tempo, até pelo facto de ter sido de rendição individua. Está reformado de uma dessas empresas que faziam o reabastecimento de combustível aos aviões, no aeroporto de Lisboa. Alguma malta da TAP e da ANA deve reconhecê-lo. Falei-lhe do Humberto Reis, do José Brás, do Alberto Branquinho, do Mário Fitas… Mas no aeroporto há milhares de pessoas a atrabalhar. 

Tem uma segunda habitação, no Couço, Coruche… Há muita rapaziada que passou pela Guiné. Anda com ideias de lá voltar, à Guiné, com mais malta do seu tempo… Quer fazer parte do nosso blogue, que acompanha diariamente (***). Já lhe dei as boas vindas à nossa Tabanca Grande, já o inscrevi na lista de participantes no nosso IV Encontro. Vai lá ter, não leva a esposa... Já actualizei o blogue. Abraço. Luís

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Notas de L.G.:



Guiné 63/74 - P4487: Agenda Cultural (16): Do Rui Gonçalves (Gravura, Lisboa, hoje ) aos Melech Mechaya (Música klezmer, Porto, 11 e 12, e Lisboa, 13)

Crónica´, de Salomé Paiva e Rui Gonçalves > Exposição de gravura > Inauguração hoje, 9 de Junho, às 1hh30, na Biblioteca Municipal Camões, Largo do Calhariz,. 17, 2º Esq. De 12 a 30 de Junho, sábado 27. Das 10h30 às 18h.


1. Amigos e camaradas:

Apontem na vossa Agenda (Cultural)... É inaugurada hoje, às 16h30, uma exposição de gravura em madeira, na Biblioteca Municipal Camões, em Lisboa, ao Chiado, que integra trabalhos do nosso Rui Gonçalves, estudante de Belas Artes, filho do nosso camarada GG, Gabriel Gonçalves, o Arcanjo, o tocador de viola, o cripto da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71)...

E digo nosso, por que os filhos dos nossos camaradas nossos filhos são... Além disso, o Rui é também, de longa data, um colaborador do nosso blogue, a quem recorro, através do pai, quando preciso de alguns truques (por ex., transformar ficheiros áudio em vídeo)...

Vamos desejar-lhe bom sucesso para a exposição e passar por lá, quem puder...(malta de Lisboa, espero uma foto e uma legenda, no mínimo). Luís Graça

PS - GG, dá um Alfa Bravo especial, bem atabancado, ao teu rapaz... Espero poder passar por lá... e conhecê-lo pessoalmente (*).


2. Melech Mechaya, no Porto (11 e 12 de Junho) e em Lisboa (13)






Depois de 60 concertos em 2 anos, e após uma paragem de 5 meses para preparar o seu primeiro registo de longa duração, os Melech Mechaya são anfitriões de uma enorme festa mechaya, dia 13 de Junho, no carismático teatro A Comuna, em Lisboa , à Praça de Espanha,], que se prolongará com o dj set da DJ Raquel Bulha. Este regresso aos palcos celebra o lançamento de Budja Ba e assinala o arranque da digressão de apresentação do disco, que inclui palcos como o emblemático Festival de Músicas do Mundo de Sines e o Festival Spancirfest na Croácia. Dias 11 e 12 estarão no Porto (às 21h30, no Coliseu).

O disco tem o selo da Ovação e contém, entre várias novidades, alguns dos momentos fortes do espectáculo ao vivo, como a "Dança do Desprazer" (o primeiro single extraído do disco), o tema-título "Budja Ba", e o "Bulgar de Almada", tema que conta com a participação das Tucanas.

Depois de quase meio-ano em retiro criativo, os Melech Mechaya regressam com fome de palco e prometem muita festa, num novo espectáculo mais divertido e interactivo que nunca!


3. Em especial, para os amigos e camaradas do Grande Porto e da Grande Lisboa:

Os Melech Mechaya (grupo de música klezmer de que faz parte o João Graça, violino) estão a lançar o seu novo CD (Budja Ba - Deusa da festa, em hebreu)... Eles já têm, na nossa Tabanca Grande, alguns fãs e ao vivo ainda são muito mais divertidos (**)...

Na sua página na Net poderão ver a sua já sobrecarregada agenda, e em especial os próximos concertos em Junho e Julho, nomeadamente em Lisboa e no Porto... Apareçam, se estiverem por perto! No de Lisboa (13), pelo menos estarei... Nos do Porto, em especial no Coliseu (12), ainda não sei se posso... (11 e 12, nas FNAC; 12, às 21h30, no Palácio de Cristal).

Atenção, a hora de abertura de portas no concerto do teatro da Comuna, em Lisboa, dia 13, é às 23h30...

O vídeo do concerto de lançamento está diponível em http://www.youtube.com/watch?v=SKK6B_gelA4

Para mais detalhes, vd. a página do grupo em http://www.myspace.com/melechmechaya

... Isto também faz parte dos nossos Seres, Saberes e Lazeres!

Felizmente que os nossos filhos têm tido, pelo menos até agora, a sorte de terem o tempo certo para fazerem o que devem fazer, nnos seus verdes anos (estudar, viajar, viver, aprender música, fazer arte,divertir-se... ). Tudo, menos a guerra que nos calhou na rifa, a todos nós!

Um Alfa Bravo. Bons feriados, bons santos, viva a preguiça (ds outros).

Luís Graça
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Notas de L.G.

(*) Há um ano e tal atrás (16/3/2008), recebemos a seguinte:

Caro Luís Graça: sou Rui Gonçalves, filho de Gabriel Gonçalves, seu camarada da Guiné. Estou a realizar um trabalho académico com um grupo de colegas para a disciplina de sociologia artística na Faculdade de Belas artes da Universidade de Lisboa, subordinado ao tema do monumento e a questão pós-colonial Portuguesa.

Pensamos em realizar um estudo sobre os memoriais feitos por soldados durante a guerra colonial (neste caso específico na Guiné-Bissau). Para isso precisamos da colaboração dos intervenientes, informações sobre a natureza dos memoriais, a história (como se criou essa tradição), os materiais, a função de memória/homenagem, quem os construía e questões estéticas.

Gostariamos de poder contar com a sua ajuda, assim como de todos os participantes do blog que nos possam fornecer informações relevantes, relatos e fotografias dos memoriais, assim como a possibilidade de contactar alguém que tenha feito parte da criação dos mesmos.

Muito obrigado, com os melhores cumprimentos

Rui Gonçalves

Um dia depois, eis a minha resposta:


Rui: Vamos ajudar-te... Essa questão também interessa-nos, a todos, mas também aos nossos amigos guineenses, e em especial à ONG AD, que está interessada em identificar, restaurar, preservar, conservar, estudar e divulgar esses memoriais, sobretudo no sul do país (Região de Tombali, sectores de Bedanda e Cacine).

Vou pôr o teu apelo no nosso blogue e pedir toda a colaboração possível... No nosso blogue (1ª e 2ª série) há já várias fotos de memoriais: pesquisa também em brazões... Vou passar a incluir a palavara-chave Memoriais.


O Rui não nos chegou a dizer se este trabalho foi bem sucedido, como eu esperava, e se teve alguma apoio por parte da nossa malta...

(**) Vd. 7 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3028: Eu, o Jorge Cabral, o António Graça de Abreu e... o Levezinho, no velho/novo Maxime, com os Melech Mechaya (Luís Graça)