segunda-feira, 8 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11359: Diário de Iemberém (Anabela Pires, voluntária, projeto do Ecoturismo, Cantanhez, jan-mar 2012) (14): Como é difícil suportar o calor na época seca... e dormir a sesta

1. Continuação da publicação do Diário de Iemberém, por Anabela Pires (Parte XIV) (*)


[, Foto à esquerda; créditos fotográficos: JERO]

O Diário de Iemberém é da autoria da nossa grã-tabanqueira Anabela Pires, nascida em Moçambique, técnica superior de serviço social no Ministério da Agricultura, reformada, amiga dos nossos grã-tabanqueiros Jero (Alcobaça) e Alice Carneiro (Alfragide/Amadora)...

Em 2012, esteve na Guiné-Bissau cerca de três meses (, de meados de janeiro a meados de abril). Mais exatamente, em Iemberém, Parque Nacional do Cantanhez, região de Tombali, onde esteve a trabalhar como voluntária no projeto do Ecoturismo, da AD - Acção para o Desenvolvimento. Devido ao golpe de Estado de 12 de abril , acabou por sair da Guiné-Bissau, por razões de segurança, passando  um mês em Dacar, no Senegal. Regressou a Portugal, fez agricultura biológica e, neste momento, vive na Índia, em Auroville (onde pensa ficar até meados deste ano).

Chegou em Iemberém no dia 17/1/2012. E ficou hospedada nas instalações locais da AD, a ONGD que é dirigida pelo nosso amigo Pepito. Levou o seu portátil, mas não trem internet. E luz elétrica só há 4 horas por dia (LG).


17 de Março de 2012

Há uma semana que não escrevo! Faz hoje 2 meses que cheguei a Iemberém! O calor começa a incomodar! Mesmo aqui dentro de casa, se estou a fazer algum trabalho físico/manual o suor cai “em bica”! Estivemos 15 dias sem energia elétrica e 12 sem água nas torneiras, mas já passou! Chegou um gerador novo e já temos 4 horas de luz por dia e água nas torneiras (que só tenho na casa de banho). E …EUREKA … já tenho impressora a funcionar! E papel A4! Falta a Internet mas esta já tenho muito pouca esperança ...

Esta última semana foi um bocado complicada pois no Domingo, dia 11, foram-se embora as visitas e clientes que cá estavam e só tínhamos uma reserva de 4 pessoas para 3ª feira, dia 13. Pois nesse dia, além dos “reservados”, apareceram 3 dinamarqueses e 1 sueco com 3 acompanhantes guineenses, 2 espanhóis e 1 acompanhante guineense, e no dia 14 mais 3 franceses. A Satú teve de ir a Bafatá, ao funeral de um tio, e eu tive de ajudar no restaurante.

Para compensar a “canseira”, comecei na 2ª feira as aulas de português para as pessoas que aqui trabalham e que querem aprender. Comecei com 6 mulheres, das quais 2 são analfabetas, muito embora já tenham frequentado cursos de alfabetização, e 1 homem. Tirando a Mariama e a Duturna todos os outros têm alguns anos de escolaridade. O Canha fez a 7ª classe mas como quase nunca falava português e a escolaridade é de muito baixa qualidade está a reaprender. A heterogeneidade do grupo torna a formação um pouco mais difícil mas eles próprios acharam que eu devia fazer uma só turma.

Agora tenho também o Gassimo, o menino meu amigo que vai fazer 15 anos e que é filho da Mariama e talvez venha também a Mimi que é a mulher do Abdulai, técnico da AD. O Gassimo está a preocupar-me. Eu já tinha percebido que ele tem um coração de ouro mas não é muito inteligente. Ainda só anda na 2ª classe e só este ano foi para a escola de um dos padres brasileiros. De vez em quando batalho com ele na tabuada. Está agora a aprender a dos 4. Como ele, apesar de lidar comigo quase todos os dias, continua a perceber-me muito mal e quase não diz nada em português, sugeri-lhe que viesse às aulas. E agora estou preocupada pois não sei se o menino não terá dislexia. Queria ter Internet para pesquisar os sintomas desta perturbação mas não tenho. E aqui não tenho ninguém a quem recorrer. Vou tentar falar com a Tumbulu, a nossa enfermeira, mas não sei se ela saberá alguma coisa do assunto.

[Foto, à direita: Meninos de Iemberém, 6 de dezembro de 2009. © João Graça (2009. Todos os direitos reservados (Edição: L.G.]

Ontem falei disto com o Abubacar e ele contou-me que o Gassimo pertence a uma família que tem já vários
casos de “loucura” que começaram com a sua avó paterna. Tem 2 tias que andam por aí a falar sozinhas e o pai parece que às vezes também já o faz. Para a maioria das pessoas daqui isto é uma “praga” da família e parece que começa a haver alguma relutância dos homens em se casarem com mulheres da família, que, diga-se, são lindas. Ora, isto deve ser um problema neurológico, transmissível, mas aqui não há como sabê-lo e menos ainda como tratá-lo ou preveni-lo. 

Vou continuar a tomar atenção ao Gassimo e quando tiver oportunidade tentarei contatar a Dra. Sónia (a médica alemã que cá esteve). Ela e o marido “apadrinharam” o sobrinho do Gassimo e,  como têm a ONG chamada “Tabanka”,  na Alemanha, através da qual financiam aqui muitos projetos, e até fala crioulo, será a pessoa certa para ver o que se passa com esta família. Nas aulas vi que o Gassimo é canhoto mas o que me preocupa é o facto de, quando lhe peço para escrever alguma coisa no quadro, ter a sensação de que ele troca letras. Vou continuar a observar e a trabalhar com ele individualmente para tentar perceber se o menino terá alguma dificuldade especial. 

As aulas têm sido divertidas mas as pessoas faltam muito e assim não sei o que vão conseguir aprender. Estou a seguir o método de alfabetização através de um manual que os professores portugueses que aqui vieram logo quando cheguei fizeram o favor de me oferecer.

As minhas rotinas começaram a ser alteradas. O Pepito recomendou-me que deixasse agora o pessoal dos alojamentos à vontade para ver o que fazem sozinhas. Assim, depois da aula de português que é às 8.30 da manhã,  venho para casa e começo a fazer com mais intensidade outros trabalhos no computador ou falo com a Maria Pónu sobre questões ainda pendentes nos alojamentos. Tenho muitos documentos para trabalhar no computador e agora que já tenho impressora – das 19 às 23 horas – será muitíssimo melhor.

Almoço a hora variável, normalmente entre as 13 e as 14 horas,  e a seguir ou tenho um trabalho em que me mexa ou tenho de dormir a sesta. Trabalhar no computador depois do almoço e com este calor não dá! Adormeço à mesa de trabalho. 

O Pepito está sempre a recomendar-me que durma a sesta mas isto é um problema para mim pois levo uma meia hora a adormecer e depois tenho de dormir 2 horas e mais meia para me pôr de novo capaz de fazer alguma coisa, são 3 horas que me fazem falta! Esta semana não dormi dia nenhum depois do almoço pois arranjei sempre alguma coisa para fazer que não fosse estar à secretária.

(Continua)
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Nota do editor:

Último poste da série > 3 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11336: Diário de Iemberém (Anabela Pires, voluntária, projeto do Ecoturismo, Cantanhez, jan-mar 2012) (13): Um batizado muçulmano

Guiné 63/74 - P11358: Meu pai, meu velho, meu camarada (38): Evocando a figura de Luís Henriques (1920-2012) que há precisamente um ano se despedia da terra da alegria (Luís Graça / Pedro Martins)


Cabo Verde > Ilha de São Vicente > Mindelo > 1942 > "No dia em que fiz 22 anos, em S. Vicente, C. Verde. 19/8/1942. Luís Henriques " [, 1º cabo inf, 3º Companhia, 1º Batalhão, RI 5, Mindelo, São Vicente, Cabo Verde, 1941/43, entretanto integrado no RI 23].


Lourinhã > c. 1920 > A mãe, muito querida, de Luís Henriques, que morreu, em 1922, quando ele tinha 2 anos de idade. O meu pai tinha raízes na Lourinhã: pelo lado do seu pai, Domingos Henriques  , no Montoito, e pelo lado da avó materna, Maria Augusta de Sousa, em Ribamar (clã Maçarico). Sua mãe, Alvarina de Jesus, morreu jovem, em 1922, de tuberculose, fato que o marcaria para toda a vida: a mãe nunca lhe pôde dar um beijo, afagava-lhe o rosto com a ponta dos dedos!... E nos seus três últimos dias de existência, em que eu tive o privilégio de o acompanhar no seu leito de morte, evocou o nome da mãe Alvarina, por mais de um vez. Tinha uma enorme afeição por ela. O pai, Domingos Henriques, casou três vezes: do primeiro casamento, não teve filhos; do segundo teve dois, Luís e Domingos; e do terceiro, teve onze... Era um homem remediado, com "sete propriedades": arruinou-se com os amigos e com tantos... filhos. Ainda o conheci, de muletas e de beata ao canto da boca... (LG).


Lourinhã > 6/12/1942 > Nazaré, Maria Adelaide e Ascensão, três vizinhas e amigas de Luís Henriques, fotografada na ponte sobre o Rio Grande, Lourinhã Foto enviada para o amigo e vizinho, expedicionário em Cabo Verde, com "votos de verdadeira e sincera amizade". A primeira parte da legenda é ilegível. Lembro-te de todas elas. A Maria Adelaide já morreu. Da Ascensão perdi-lhe o rasto. A Nazaré, conhecia-a bem, era a tia da Mariete, a família toda foi para a América, com a família no em meados dos anos 50. E julgo que casou lá... Será que ainda é viva ? Era "ajuntadeira" (costureira de calçado), e trabalhou muito para o meu pai, sapateiro, que dava trabalho a muita gente na Lourinhã. Lembro-me bem a ti Adelina, mãe da Nazaré, nossa vizinha, e que era um, espécie de curandeira lá do bairro... Nós morávamos na rua dos Valados, ou do Castelo, e elas na rua, paralela, a do Clube... Quando puto, e quando doente, ela - a tia Adelina - aplicava-me as suas mezinhas, receitas da medicina popular com séculos de eficácia simbólica e terapêutica... Lembro-me, com repulsa, das suas unturas, na garganta, feitas com merda e gordura de galinha, para tratar da papeira... (LG)


Lourinhã > s/d [. década de 1940] > Julgo tratar-se da comissão de festas da Confraria de N. Sra. dos Anjos, de que fez parte o meu pai [,o primeiro á direita], mas também o seu primo António de Sousa, já falecido, músico, saxofonista,  fundador do conjunto  Dó Ré Mi [, primeiro à esquerda] e o meio-irmão do meu pai, José, de alcunha Vassourinha [, segundo à esquerda]... Reconheço ainda o seu primo Abel Sousa, o quinto a contar da esquerda, entre o João Pinheiro e o Rei (tesoureiro da CML)... Reconheço ainda o pai do meu querido e falecido amigo João Manuel Delgado: era carpinteiro,  o quarto a contar da direita.. (LG).


Cabo Verde > S. Vicente > Julho de 1942 > "Num dos quintais dos aquartelamentos do Monte num grupo de amigos e, entre eles, Luís Henriques [, o segundo do lado esquerdo, na 2ª fila,] que ia para os treinos do voleibol".


Cabo Verde > S. Vicente > 1/12/1942 > "Uma das fases do jogo de voleibol no dia da festa da Restauração, organizada pelo R. I.  nº 5, em Lazareto, 1/12/1942, S. Vicente, C.Verde. Luís Henriques".



Cabo Verde > S. Vicente > 1943 > Postal da época, "Coladeira do S. João"  [ou cola san djon] >  Legenda no verso da foto (a tinta verde, já quase ilegível): "Dançando o batuque (sic) na Ribeira de São João, no dia de São João , no interior (?) de São Vicente. Luís Henriques. 24/6/1943". [A festa de São João Baptista  continua a ser uma das festividades maiores das ilhas do Barlavento  e da comunidade caboverdiana da diáspora, por exemplo, no bairro da Cova da Moura, Amadora; ainda hoje, "em São Vicente a festa decorre na Ribeira de Julião, localidade que dista poucos quilómetros da cidade do Mindelo. Mesquitela Lima descreve-a como uma espécie de romaria onde há de tudo um pouco: Missa, comeres, beberes e dança, acompanhada de tambores e de apitos. A dança é a umbicada. A anteceder o dia de São João Baptista, coincidindo com a festa pagã do solstício de Junho, há o tradicional saltar da fogueira (lumenaras)" .

 Fotos: © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados [Legendas de Luís Henriques e de L.G.]


Lourinhã > s/ d [, c. década de 50] > Praça da República: praça dos automóveis de aluguer. E, ao fundo, a Rua Grande. Postal ilustrado. Edição do GEAL - Museu da Lourinhã. [Reproduzido com a devida vénia].

Do lado esquerdo, não visível na foto, ficava a Escola do Ensino Primário Conde de Ferreira onde eu estudei (1954/58), infelizmente já deitada abaixo tal como o coreto, ao lado da Igreja Matriz, antiga igreja do convento dos Franciscanos (e moinumento nacional). O coreto  vê-se melhor  na foto a seguir...

A rua que se vê ao fundo era (e ainda é) uma rua bonita, do Séc. XVIII... Para nós, era a Rua Grande, por onde passava todo o trânsito local, regional e nacional (Felizmente, hoje é uma rua pedonal)...

A política do bota-abaixismo do presidente da Câmara Municipal, Licínio Cruz  (, lourinhanense, e ainda para mais arquiteto!), deposto com o 25 de Abril de 1974, levou à perda deste belíssimo património edificado, a escola e o coreto... O edifício, nas traseiras da praça de táxis, também já não existe... O resto da Praça da República mantêm-se de pé, em especial os edifícios do lado direito  (antigos edifícios da Repartição de Finanças e do Tribunal da Comarca; neste último está instalado o Museu da Lourinhã - ou Museu dos Dinossauros -  onde se pode ver uma das mais valiosas colecções paleontológicas da Europa). (LG).



Lourinhã > s/ d [, c. década de 50] > Praça da República: o velho coreto [, demolido no princípio dos anos 70,]. Este foi um dos  lugares (mágicos) das brincadeiras da minha infância: era aqui, neste empedrado que, na hora do recreio escolar, jogávamos ao "hoquei em patins"... sem patins e com "sticks" de pau de tramagueira... Era também aqui que ouvíamos os concertos da Banda da Lourinhã, fundada em 2 de janeiro de 1878... Postal ilustrado. Edição do GEAL - Museu da Lourinhã. [Reproduzido com a devida vénia]. (LG).


1. Faz hoje um ano que se despediu desta terra da alegria (parafraseando o título do último livro do poeta Ruy Belo, publicado em vida, Despeço-me da terra da alegria, 1978) o homem simples e bom que foi o meu pai, meu velho e meu camarada Luís Henriques (19/8/1920-8/4/2012).

Reproduzo aqui, com a devida vénia, um texto de opinião, do jornalista da RTP, Pedro Martins, lourinhanense, publicado no blogue Lourinhã Local, e que é um singela e sincera homenagem ao seu antigo treinador, Luis Henriques, popular e carinhosamente conhecido como o Ti Luís Sapateiro...

A Lourinhã, a sua terra, Cabo Verde (e em particular a ilha de São Vicente), onde esteve 26 meses como expedicionário durante a II Guerra Mundial,  e o futebol, de que foi praticante e treinador, foram três paixões do meu pai. Recordá-lo é cultivar a sua memória e cultivar a memória é de algum modo, tentar imortalizar alguém, mesmo que essa seja uma forma, ingénua  mas muita humana, de lutarmos contra o efeito devastador e irreversível da morte que nos aparta, para sempre, dos nossos entes queridos...

Ainda ontem estive no cemitério da Lourinhã, junto ao seu jazigo. E falei com ele, em voz alta,. como costumo fazer, sem receio do ridículo. É a minha maneira, muito pessoal, a par da escrita e da fotografia, de fazer o luto pela sua perda. Faz hoje um ano, que ele se despediu de nós, para sempre. Escolheu um domingo de Páscoa, e uma manhã soalheira para se despedir da terra da alegria, e daqueles de quem mais amava, os seus filhos, netos e bisnetos... Já a sua  "Maria, minha cachopa", a viver no mesmo lar em que ambos estavam, desde 2008,  ainda hoje tem a convicção que ele anda por ali perto: "não está aqui, foi trabalhar"... Para mim, e para a sua família e amigos, ele estará sempre por ali, nos labirintos da memória, mesmo que eu oiça o poeta (e meu vizinho, ali da Praia da Consolação) dizer:

(...) Chegou enfim o tempo do adeus
Ouço a canção efémera das coisas
despeço-me da terra da alegria
já reconheço a música da morte (...)

(Ruy Belo, in Todos os Poemas. Lisboa: Assírio & Alvim, 2000, p. 624) (LG)


3. Blogue Lourinhã Local > 26 de fevereiro de 2013 > ; "Ti Luís Sapateiro - o mestre do fair-play", por Pedro Martins

Os recentes incidentes durante os jogos Sp. Braga-Paços de Ferreira e V. Guimarães B-Sp. Baga B voltam a colocar,  em primeiro plano da atualidade desportiva, a questão da violência nos recintos desportivos.

A possibilidade que os clubes têm atualmente – em tempo de crise  –  de poderem poupar uns trocos no policiamento é uma verdadeira bomba relógio. Afinal como é possível que em certos jogos sejam os stewards (assistentes de recintos desportivos) os únicos a zelar pela segurança de todos?!

Receio realmente que a situação possa ainda piorar mais no futuro, caso os responsáveis governamentais e do futebol português não alterem um regulamento que é um verdadeiro aliado daqueles “adeptos” que se deslocam aos estádios (ou pavilhões) apenas com um intuito: o de derrotar/aniquilar os inimigos através da violência física.

Será que vai ser preciso esperar por uma morte num estádio para tomar medidas drásticas? Não quero acreditar nessa hipótese. E nem de propósito. Este domingo ao fazer um jogo de futsal tomei conhecimento de uma importante e louvável iniciativa dos responsáveis pela modalidade no Sporting. Durante uma semana, atletas, treinadores e dirigentes do clube, mas também alunos de várias escolas do concelho de Odivelas, tomaram contato com o Plano Nacional de Ética no Desporto (PNED).

Mas afinal o que é o PNED? Nada mais, nada menos que um conjunto de iniciativas planificadas por parte do governo que visam promover os valores inerentes à prática desportiva, como o fair-play, o respeito pelas regras do jogo, o respeito pelo outro, o jogo limpo, a responsabilidade, a amizade, a relação e a interajuda entre todos os agentes desportivos.

Algo que tem de ser incutido aos desportistas logo em criança mas também, e acima de tudo aos pais, muitas vezes os primeiros responsáveis por situações delicadas no desporto mais jovem, principalmente no futebol.

Quem já não assistiu a um jogo de formação e ficou horrorizado com o comportamento de alguns pais nas bancadas? Um péssimo exemplo para os filhos, numa altura em que estes estão a dar os primeiros passos no desporto.


Estádio do Sporting Clube Lourinhanense (SCL) > 8 de fevereiro de 2003 > Homenagem, ainda em vida, ao sócio nº 1 do SCL, Luís Henriques (1920-2013). Ao centro, o meu pai, já de muletas, tendo à sua direita o presidente do município, José Manuel Custódio (, e também presidente da assembleia geral do clube), e à esquerda o diretor do SCL, Miguel Fernando Oliveira Pinto (O SCL foi fundado em 26 de Março de 1926, sendo a filial nº 24 do Sporting Clube de Portugal.  (LG)

Foto: Cortesia do blogue Lourinhã Local (2013) e do blogue do neto, André Henriques Anastácio (2012)



E depois também não nos podemos esquecer do (importante) papel que têm os treinadores no crescimento desportivo dos jovens atletas. São eles os primeiros a ensinar que não se pode ganhar com batota, que é preciso respeitar os adversários e os árbitros, além de que devem também ser eles a exigir aos jovens o máximo de fair-play, combater a violência e proibir o tal jogo duro.

Daí que não possa deixar de aqui recordar com muita saudade o ser humano que maiores conhecimentos me transmitiu no futebol, ainda nos meus tempos de criança na Lourinhã. Não esquecendo aquele que foi o meu primeiro treinador (o senhor Germano, do Casal Juncal), foi no entanto o Ti Luís Sapateiro a pessoa que sem dúvida me marcou mais quando comecei a dar os meus primeiros passos como desportista. A mim mas não só. Pelas mãos deste treinador “à moda antiga” passaram muitos jovens do concelho da Lourinhã.

Infelizmente o Ti Luís Sapateiro deixou-nos há cerca de um ano mas a sua memória continua bem viva. Aquele que chegou a ser o sócio número um do Lourinhanense tinha sempre uma palavra amiga, um sorriso no rosto e um enorme respeito por todos os agentes desportivos. Ainda hoje recordo com muita saudade, os conselhos que nos dava... e quase sempre em frases que rimavam.

Que falta fazem hoje em dia, no desporto português, pessoas como o Ti Luís Sapateiro.

Pedro Martins

[Reproduzido aqui com a devida vénia]
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Nota do editor:

Último poste da série > 19 de março de 2013 > Guiné 63/74 - P11275: Meu pai, meu velho, meu camarada (37): Memórias do Mindelo, São Vicente, Cabo Verde, no dia do pai...

Guiné 63/74 - P11357: Parabéns a você (559): José Augusto Ribeiro, ex-Fur Mil da CCAÇ 566 (Cabo Verde e Guiné, 1963/65)

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Nota do editor:

Vd. último poste da série de 7 de Abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11352: Parabéns a você (558): Fernando Belo, ex-Soldado Condutor Auto do BCAV 8323 (Guiné, 1973/74) e Mário José Azevedo, ex-Fur Mil da CCAÇ 6 (Guiné, 1970/72)

domingo, 7 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11356: Os melhores 40 meses da minha vida (Veríssimo Ferreira) (31): 32.º episódio: Memórias avulsas (13): Como uma canção bem cantada pode ser uma dissuadora arma de guerra

1. O nosso camarada Veríssimo Ferreira (ex-Fur Mil, CCAÇ 1422 / BCAÇ 1858, Farim, Mansabá, K3, 1965/67), em mensagem do dia 25 de Março de 2013, enviou-nos mais uma história para publicar na sua série "Os melhores 40 meses da minha vida".


OS MELHORES 40 MESES DA MINHA VIDA

GUINÉ 65/67 - MEMÓRIAS AVULSAS

13 - COMO UMA CANÇÃO BEM CANTADA POR QUEM SABE, PODE SER UMA DISSUADORA ARMA DE GUERRA

Íamos partir de Mansabá, para tomar posse do K3, que já estava quase concluído graças à CCAÇ 1421, se é que podemos dizer "concluído", ao facto de os abrigos estarem prontos pelos quatro cantos e onde coube toda a 1422.

Coluna organizada e à frente iria a Daimler, mais vulgarmente chamada "o piolho".
Tratava-se d'uma auto-metralhadora semi-blindada, que iria disparando para a mata, durante a progressão e mais própriamente junto aos locais onde já antes houveram existido emboscadas ou flagelações.

Tinha no exterior um morteiro 60 e um banco acoplados pela rapaziada engenhosa das "mecânicas auto" e lógicamente que era ali necessária, quando em viagem, a permanência dum elemento que soubesse trabalhar c'o canhão.

Auto Metralhadora Ligeira Daimler

Foto do nosso camarada Carlos Pinto, ex-1.º Cabo Condutor-Apontador Daimler do Pel Rec Daimler 2208


Tal como nos bailes onde se me atrasasse me saía a mais feia, também ali me calhou tal sorte. Encomendaram-me essa missão, mas compreendi, modéstia à parte... eu era o especialista... eu era o mais bom melhor, e já que ali teria de ir, sentado em poltrona d'aço verde, pelo menos seria o primeiro de duas coisas:

1ª - Ou a enfrentar o inimigo e levar um balázio nas trombas;
2ª - Ou no destino, receber as honras de primeiro a chegar.

Subi para o poiso, conjuntamente c'a minha Vat 69 a fim de ganhar embocadura para a viagem, aconcheguei-me emborcando antes, quase metade da dita cuja.

Passados que foram dois ou três quilómetros, começou-se-me a vir à memória a minha santa terrinha e o Conjunto musical "Sôr-Ritmo", pois então.
Tinham lá um vocalista fora de série, um tal de Veríssimo Ferreira, que encantava e deliciava as jovens d'então e também as suas próprias respectivas, mães.


E vai daí... atento venerador e obrigado a ir ali exposto e sem defesa possível, comecei a trautear, qual Chatotorix, uma coladera que aprendera a dançar há dias, no Pelundo, só que às tantas, entusiasmei-me, e lá foi em alta voz a "Nha Bolanha"*.

Avisado fui, ao que soube mais tarde, para me calar, mas com aquela barulheira de tantas viaturas, nada ouvi e fui bisando continuadamente, os versos que sabia.

Chegámos sem problemas, caso único e nunca mais repetido, mas ficou-me sempre a mágoa do não saber porquê de não nos honrarem com qualquer ataque, ou ao menos ter sido accionada uma minazita que fosse.

Seria porque me viram ali na frente e acagaçaram-se? Ou seria porque abominaram a minha voz?
Bom... apeámo-nos e lá fomos observar o hotel.

O abrigo que me fora destinada estava nos conformes. Descíamos quatro degraus, depois mais cinco para a esquerda e ali estava a suite. Embora não época das chuvas, o chão ladrilhado de terra encarniçada, tinha já dez ou mais centímetros d'agua, o que era porreiro mesmo e propício à propagação da matacanha, bichinho comichoso, como sabem.

Os locais para dormir eram dez, tantos quantos éramos, dispostos em cinco grupos, ou seja um por cima e outro por baixo. Fizeram-se as escolhas e a mim tocou-me o último em cima, mas com visibilidade para a seteira do abrigo o que era óptimo pois que assim até poderia reagir, deitado.

Ali mesmo ao lado, em baixo, ficava a vala que nos levava de gatas, ao local donde dispararíamos o morteirómetro se atacados, o que aconteceu logo nesse fim de tarde. Não havendo necessidade de fazer a cama que lençóis "cá tem" entretivémo-nos a tentar tapá-la com a lingerie possível a servir de mosquiteiro, que também "cá tem".

Depois, hora para o remanso, que aproveitei para procurar o bar. Bem no meio do aquartelamento, lá estava o malandro e também debaixo do chão e que surpresa foi verificar que nada faltava do que eu utilizava por questões medicinais.
Ele havia wisky's... tintos e brancos... cervejas... Gin... e coca-cola que na Metrópole estava proibida, e até frigorífico a petróleo, vejam bem !!!

Acalmei a sede, afinfei duas sandes de pão com pão e levei dez sagres de seis decilitros para os meus. Enquanto bebíamos cá fora chegaram as boas-vindas inimigas e lá se foi o jantar que por acaso nem havia sido confeccionado ou sequer planeado.

(continua)


Filme de autoria do nosso camarada Jorge Félix, ex-Alf Mil Pilav, tendo como tema musical "Nha Bolanha" 
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Nota do editor:

Vd. último poste da série de 24 de Março de 2013 > Guiné 63/74 - P11306: Os melhores 40 meses da minha vida (Veríssimo Ferreira) (30): 31.º episódio: Memórias avulsas (12): Acção psico-social

Guiné 63/74 - P11355: Histórias e memórias de Belmiro Tavares (43): Eu, aprendiz de perfeito, apresento-me

1. Em mensagem do dia 25 de Fevereiro de 2013, o nosso camarada Belmiro Tavares (ex-Alf Mil, CCAÇ 675, QuinhamelBinta e Farim, 1964/66), enviou-nos mais uma memória do seu tempo de estudante.


HISTÓRIAS E MEMÓRIAS DE BELMIRO TAVARES

43 - Eu, aprendiz de prefeito, apresento-me!

Em Setembro de 1960, fiz, em Aveiro, a minha última cadeira do 7º ano, Literatura Portuguesa, ficando, assim o curso liceal concluído. No mês seguinte candidatei-me a caloiro na Faculdade de Letras de Coimbra; o exame de aptidão correu mal e… mandaram-me voltar lá no ano seguinte.
Uma grande injustiça! Digo eu, claro!

Para me preparar para o mesmo exame de aptidão à Universidade, em Janeiro de 1961, voltei ao COA. Entendi que não seria necessário passar lá um ano lectivo completo, pois o meu trabalho – aprender mais umas coisas de Inglês e Alemão – o suficiente para não borregar de novo, não exigiria – imaginei – tanta dedicação, tanta azáfama que me ocupasse todo o tempo de que dispunha, entre as 07h e as 22h; claro que neste espaço de tempo estava incluído o tempo de recreio e para comer. Mesmo assim, haveria tempo para uma qualquer ocupação extra-curricular que pudesse proporcionar-me algum benefício material.

Conversei com o Sr. Almeida – Homem que sempre admirei, mesmo tendo em conta as duras regras que nos eram impostas – e por quem tive sempre grande admiração, estima e respeito. Dada a minha maneira muito pessoal de transmitir factos, poderá haver quem pense o contrário por essa minha pecha ou por esconsos motivos indecifráveis.
Seja como for, o melhor é conversar e pôr os pontos nos ii.

Propus (roguei) ao Sr. Almeida que me arranjasse um “tacho” mesmo que pequeno, pois um grande “tacho” não estaria disponível para mim. A sua resposta foi imediata e precisa, de tal maneira que me passou pela cabeça que ele já teria ponderado aquele assunto; certamente, não teria, mas ficou mesmo essa imagem.

Eis a sua douta decisão:
- Ficas como adjunto do Sr. Correia, substituindo-o, na sua ausência, se estiveres disponível; sempre que no salão de estudo houver mais alunos que lugares, principalmente das 17h00 à 19h00, tomas conta de um grupo de alunos mais novos numa das salas da Primária, no piso de cima; depois do almoço, enquanto o portão dos rapazes estiver aberto, ficas incumbido de não permitir que os alunos se aglomerem lá, implicando com as alunas que por ali vão passando; em contrapartida, não pagas alojamento nem alimentação – Está bem assim?

Respondi que concordava com as condições propostas e que iria cumpri e fazer cumprir as regras habituais emanadas da direcção.
Ordenou que o acompanhasse e, na minha presença, transmitiu ao Sr. Correia, o prefeito, as condições acordadas… verbalmente. Tudo funcionou, talvez melhor, do que se houvesse papel passado – nada melhor do que a boa fé entre as partes envolvidas.

Pareceu-me que o negócio não era mau de todo, embora eu, pessoalmente nada ganhasse com ele; o único beneficiado era o meu pai que deixou de pagar determinada verba. Mas… avante!

O mais interessante das minhas incumbências era afastar a rapaziada dos terrenos próximos do portão para que não molestassem as garotas com os seus despropositados (ou não) piropos. Eu sentava-me numa fiada de pedras mais afora da parede do edifício principal e, no cumprimento da minha superior missão, fumava (apenas queimava) o meu cigarro (felizmente nunca soube o que era o vício do fumo); logo apareciam uns voluntários para me fazer companhia – “lavavam” ali os olhos e fumavam sem ser obrigados a deslocar-se ás instalações sanitárias.
Lembram-se, certamente, que, apenas os alunos do 3º ciclo e os mais crescidos do 5º ano, podiam fumar… mas apenas nas instalações sanitárias.

Antes da construção do ginásio, havia um sanitário único para todos os alunos; ficava na parte mais alta do antigo recreio, frente ao salão de estudo, e de “costas voltadas” para o quintal com laranjeiras (e que boas eram aquelas laranjas!) do senhor arquiteto Gaspar; era um dos mestres simpáticos e divertidos e que um dia me disse que o meu desenho “estava com iterícia”; teve a sua graça – pois… toda a gente se riu!

Ao fundo do edifício ficava a “sala de fumo”. Os próprios alunos mais velhos não permitiam que a malta mais nova fumasse – outros tempos! Fumar fora daquele local era absolutamente proibido… arriscado e ninguém ousava sair do ritmo.

Logo estabeleci que só podia estar junto de mim um aluno de cada vez. Fumava o cigarrito e logo dava o lugar a outro. Quando foi acrescentado mais um piso ao internato, eu passei a dormir lá com não sei quantos alunos. Deste modo foi “inventado” o quarto adjunto do velho Correia (e também este temporário).

É justo recordar que o Sr. Almeida nunca me chamou a atenção (repreendeu) por qualquer desmando, desvario ou incumprimento do contrato verbal entre nós estabelecido.

Como aluno universitário visitei o COA várias vezes; cumprimentava os nossos directores e tinha “direito” a almoçar ou jantar lá e creio que uma vez também lá dormi.

Em meados dos anos 70, depois da revolução dita dos cravos (ou dos cravas) passei pelo COA.
A menina Dina, na sua Livraria e Papelaria, informou-me da recente transformação do colégio em Liceu. Solicitei-lhe o endereço do Professor Santos e visitei-o também; senti-me lisonjeado porque ele logo me reconheceu; puxou-me para junto a janela (a vista já não ajudava) e, com alegria, logo comentou:
- “Tu és o Belmiro”! Sem tirar nem pôr.

Saudações colegiais
Fevereiro 2013
BT
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Nota do editor:

Vd. último poste da série de 24 de Março de 2013 > Guiné 63/74 - P11305: Histórias e memórias de Belmiro Tavares (42): Desporto no COA - Outras modalidades

Guiné 63/74 - P11354: Convívios (511): Divulgação do Almoço/Convívio da CCAV 1483, 1965/1967, dia 25 de Maio de 2013, em Palmela (Albino Santos)



1. O nosso Camarada Albino Santos da CCAV 1483, 1965/1967, solicita-nos a divulgação do próximo Almoço /Convívio da sua unidade. 

Almoço Convivio da COMPANHIA DE CAVALARIA 1483 GUINÉ, 1965 / 1967, a realizar no dia 25 de Maio de 2013 em Palmela. 

Caro amigo, 

Mais um ano se passou e por isso, é com grande prazer que te convido, assim como a tua família, para o 22º Almoço Convívio – 2013. 

O Almoço vai ter lugar no Restaurante NIKITA Palmela/ Moita, no dia 25 de Maio de 2013 às 13 horas. 

Se quiseres vir mais cedo, poderás desfrutar da linda vila da Moita do Ribatejo, na qual poderás ver a tradicional Feira de Maio e a Largada de Toiros durante a noite do dia 24 de Maio. 

Não te esqueças que a tua presença é muito importante para podermos continuar este convívio por muitos mais anos. 


Agradeço confirmação até dia 15 de Maio de 2013, para: 

Albino Marques dos Santos 
Rua 25 de Abril – CCI: 25910 Venda do Alcaide 
2950-234 PALMELA 
Telm. 960406819 

Despeço-me até lá, com um grande abraço. 


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Nota de M.R.: 

Vd. último poste desta série em: 


Guiné 63/74 - P11353: Facebook...ando (26): A CCAÇ 4541/72 em Caboxanque, donde saiu em LDG em maio de 1974, a caminho de Bissau (José Guerreiro)


Guiné > Região de Tombali > Caboxanque > CCAÇ 4541/72 (Caboxanque, Jemberém, Cadique, Cufar, 1972/74) > "Monumento em memória dos combatentes da CCaç 4541, Os Impossíveis, em Caboxanque, Guiné 72/74" (1)


Guiné > Região de Tombali > Caboxanque > CCAÇ 4541/72 (Caboxanque, Jemberém, Cadique, Cufar, 1972/74) > "Monumento em memória dos combatentes da CCaç 4541, Os Impossíveis, em Caboxanque, Guiné 72/74" (2)


Guiné > Região de Tombali > Caboxanque > CCAÇ 4541/72 (Caboxanque, Jemberém, Cadique, Cufar, 1972/74) > O José Guerreiro em "farda de gala para dançar com as bajudas de Caboxanque".


Guiné > Região de Tombali > Caboxanque > CCAÇ 4541/72 (Caboxanque, Jemberém, Cadique, Cufar, 1972/74) > Caboxanque, Rio Cumbijã: "Partida para Bissau, em LDG, em maio de 1974" (1)



Guiné > Região de Tombali > Caboxanque > CCAÇ 4541/72 Caboxanque, Jemberém, Cadique, Cufar, 1972/74) > Caboxanque, Rio Cumbijã"Partida para Bissau, em LDG, em maio de 1974" (2)


Guiné > Região de Tombali > Caboxanque > CCAÇ 4541/72 Caboxanque, Jemberém, Cadique, Cufar, 1972/74) > Caboxanque, Rio CumbijãPartida para Bissau, em LDG, em maio de 1974" (3)

Fotos (e legendas) : © José Guerreiro (2013). Todos os direitos reservados. (Editadas por L.G.).


1. Já aqui falámos, em poste anterior, do José Guerreiro, natural de Portimão, que tem conta no Facebool, desde 31/3/2010.

Ele ainda não respondeu se aceita integrar o nosso blogue, embora nos tenha procurado para o ajudarmos a encontrar antigos camaradas. As fotos acima reproduzidas foram publicadas na página da Tabanca Grande no Facebook.

Ficha da unidade:

(i) Companhia de Caçadores 4541/72;
(ii) Mobilizada no RI 15 – Tomar;
(iii) Embarque em 21 de setembro de 1972 (avião);
(iv) Regresso em 25 de agosto de 1974;
(v) Esteve em Caboxanque, Jemberém, Cadique, Cufar;
(vi) Comandantes: cap mil inf António Pais Dias da Silva, cap cav Fernando Emanuel de Carvalho Bicho, e de novo o primeiro comandante.
_____________

Nota do editor:

Último poste da série > 28 de março de 2013 > Guiné 63/74 - P11326: Facebook...ando (25): José Luís Carvalhido da Ponte, ex-fur mil enf, Cart 3494 / BART 3873, Xime e Mansambo, 1971/74): De regresso ao Xime!...

Guiné 63/74 - P11352: Parabéns a você (558): Fernando Belo, ex-Soldado Condutor Auto do BCAV 8323 (Guiné, 1973/74) e Mário José Azevedo, ex-Fur Mil da CCAÇ 6 (Guiné, 1970/72)

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Nota do editor:

Vd. ultimo poste da série de 6 de Abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11349: Parabéns a você (557): Joaquim Mexia Alves, ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52 (Guiné, 1071/73)

sábado, 6 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11351: Álbum fotográfico do Jorge Canhão (ex-fur mil inf, 3ª CCAÇ / BCAÇ 4612/72, Mansoa e Gadamael, 1972/74) (8): Mais fotos do álbum do ex-alf mil Carlos Alberto Fraga, futuro capitão em Moçambique


 Guiné > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 4612/72 > Foto nº 1 > O alf mil Carlos
Fraga



Guiné > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 4612/72 > Foto nº 2 >  Sistema de defesa de um destacamento (1)



Guiné > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 4612/72 > Foto nº  2A > Sistema de defesa de um destacamento (2)



Guiné > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 4612/72 > Foto nº 3 > Quarto (presumimos que seja do alf mil Carlos Fraga)




Guiné > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 4612/72 > Foto nº  4 > O alf mil Carlos Fraga, à esquerda, com o alf mil trms Martins, à direita, fazendo testes com o Racal.




Guiné > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 4612/72 > Foto nº  5 >  Uma mina A/P (antipessoal), montada pelo IN, e desmontada pelo cap Salgado Martins, comdt da 3ª Compnanhia, de que o alf mil Carlos Fraga foi adjunto (num curto período de 4 meses, até finais de 1974, antes de ir formar e comandar companhia que seguiria depois para Moçambique).



Guiné > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 4612/72 > Foto nº  6 > A mesma ou mina A/P, montada pelo PAIGC, e devidamente detectada e desmontada pelas NT. Fotos da autoria do ex-alfd mil Carlos Alberto Fraga.

Fotos: © Carlos Alberto Fraga / Jorge Canhão (2011). Todos os direitos reservados

1. Mensagem do nosso leitor (e camarada) Carlos Fraga,com data de ontem:


Assunto: Blogue

 Caro Doutor: Vi a publicação de algumas fotos das que tirei na Guiné,  em particular as do Choquemone (*)... Introduzo algumas precisões:

(i) a legenda da foto [, à direita,] a experimentar armas na estrada Mansoa-Mansabá,  2 ou 3 dias depois do combate do Choquemone, e que diz: «O alf mil Fraga testando a HK 21» não está correcta; foi tirada por mim mas o soldado que está com a HK21 não sou eu;

(ii) a fotografia do furriel Mil Melo [, à esquerda,] é tirada no Choquemone na zona onde estivemos em combate e após este;

(iii) a foto em que eu estou e legendada "O alf mil Fraga numa operação de patrulhamento»,  foi tirada numa picada que saía de Mansabá e seguia para o Sara-Changalena,  salvo erro em 18/08/73; nesse dia detectámos uma mina anti-pessoal que foi desmontada pelo Capitão Salgado Martins; há uma foto  disso no CD que o Jorge [Canhão] lhe deu [, vd. foto nº 2, acima]; 

(iv) na foto do Rackal [, foto acima, ]estou com o Alf Mil Martins das transmissões; estávamos a testar uma ideia de se conseguir estabelecer posições correctas no mato a partir de triangulação de emissões rádio.

As restantes fotos que tem e estão no CD,  se for necessário posso legendá-las tanto quanto me lembre.

Mandei recentemente ao amigo Jorge Canhão mais fotos da Guiné mas sem serem tiradas por mim.

Cumprimentos
Carlos Fraga
(ex-Alf Mil)

2. Comentário de L.G.:

Camarada Carlos Fraga:

Obrigado pelas oportunas e rápidas correções que faz às legendas das fotos que publicámos e cuja autoria lhe é imputada. Vou, oportunamente, reeditar o poste, se possível logo amanhã de manhã. Somos pelo rigor e pela verdade. 

Agradeço, por outro lado, a sua generosidade, pondo ao nosso dispor mais fotos da Guiné, através do nosso amigo comum Jorge Canhão. 

Aproveito para reiterar o convite para se juntar a esta malta, magnífica, generosa e solidária, que se reúne neste blogue à volta do imaginário, mágico e fraterno poilão da nossa Tabanca Grande. 

Um alfa bravo, Luís Graça.

3. Continuação da publicação do álbum fotográfico do nosso amigo e camarada Jorge Canhão, que vive em Oeiras (ex-Fur Mil At Inf da 3ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa e Gadamael, 1972/74). Desse álbum constam vários ficheiros, incluindo um com o nome "Alf Fraga".

Estas fotos chegaram-nos às mãos através de outro grã-tabanqueiro, o Agostinho Gaspar, ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74), residente em Leiria. Os nossos especiais agradecimentos aos três camaradas, e muito em especial ao Carlos Fraga.

Guiné 63/74 - P11350: Manuscrito(s) (Luís Graça) (1): Amigos de infância, camaradas da diáspora: o Zé Pê, que foi para o Canadá

1. Era mais velho do que eu, três ou quatro anos... Um matulão. Um bom gigante.  Livrou-se da tropa e do ultramar,  porque a família emigrou para o Canadá ainda em finais da década de 50, se bem me recordo. Já não o via há séculos. Foi um dos meus grandes amigos de infância. Éramos vizinhos. Reencontrei-o em 2/8/2012, na Praia da Areia Branca, nas férias de verão... Eis o que escrevi, na altura, no meu bloco de notas:

Zé Pê!?...
─ Liz Manel!...
How are you ? Há quanto tempo!...
Fine, fine!..A long time ago!...
Até parece que foi ontem!
─ Qual quê, há mais de 50!...How old are you ? Estás com quantos ?
65
─ Atão foi há mais…
Há mais de 50  anos, há mais de meio século!...
─ Quem diria!
Dá cá um abração do tamanho do Atlântico!...
─ ‘Tás na mesma, Liz Manel!... Tirando a barba!...
Não me lixes, envelhecemos, como o caraças… Cada um para seu lado... Separados por este oceano imenso…
─ Pois é, mas estás fine, fine!
É, pá, deixa-me conhecer os teus netos!
─ Tenho estes dois. Boy and girl.
Sim, senhor, nice children!.. Então por cá?!... Agora sempre de férias, não ?!... 365 dias por ano!
─ Mas sempre entretido, sempre rolando. Cá e lá...
Tinham mo dito… Alguém me disse que tinhas perguntado por mim.. Tens voltado aos States ?
─ Canadá…
Ah, sim, desculpa, Canadá…
─ Sempre, tenho lá a minha sweet home!...Os filhos e os netos que são canadianos...
E tens cá também um casarão que chegou a estar à venda, não?!!... Tens dupla nacionalidade ?
Of course, desde 1983… Nesta terra é que eu não quero ficar. Só se morrer de repente, como o meu pai.
A terra que nos viu nascer!...
─ Madrasta… Para mim,  foi madastra...
‘Tá bem, ‘tá bem assim… Afinal, tens o melhor dos dois mundos, a Europa e a América, o Velho e o Novo Mundo…
─ Até o Canadá já foi melhor, infelizmente... Mas conta lá tu... As voltas que a vida deu, Liz Manel!...
Olha, safaste-te da tropa e de ir parar a África, ao ultramar… Eu fui parar à Guiné, sabias ?… Tinha 14 quando rebentou a guerra em Angola, já não estavas cá, se bem me lembro…
─ Lá nisso, tive mais sorte. Safei-me a tempo, ainda não havia guerra. Mas também passei o meu mau bocado. Andei nas plataformas petrolíferas, conheci o Alasca…
Como o mundo é pequeno, Zé!
─ E a puta da vida é curta… Não vês o meu pai, não chegou a conhecer os netos…
O ti Zé Pê!...Bom homem, mas de poucos sorrisos... Tinha o seu génio. Ainda me lembro bem dele, com o seu automóvel de praça...
Yeah!...
Tens cá casa, em terras do teu avô, tens cá as tuas raízes. Esta é a tua terra e sê-lo-á sempre.
─ Tenho duas, afinal…E completam-se. Aqui em casa uso as duas bandeiras, geminadas. Pena é tudo isto por cá andar tão mal parado…
Pois é, Zé… Infelizmente, estamos voltar à porca miséria do tempo da nossa infância…
─ Mas ele havia coisas que nos deixavam saudades… A galera que eu inventei, as jogatanas de hóquei no largo do coreto… Com sticks de pau de tamargueira...Ou tramagueira ? ...Lembras-te ?! Já esqueci o raio do português...
Se me lembro!... Tramagueira, era assim que a gente falava... Se me lembro!... Ouvíamos os relatos de hóquei em patins, debaixo dos lençóis. Montreux, o campeonato do mundo…
─ Jesus Correia, Correia dos Santos, Sidónio, Emídio e Edgar… Depois veio uma geração de ouro, Adrião, Bouçós, Velasco…
Que cabeça, Zé!...O Livramento já não é do teu tempo…Foste para o Canadá em finais dos anos 50, é isso ?! E levaste a tua galera…Mas nessa altura já havia televisão… No café do Clemente Alberto, na Rua Grande…
─ Éramos os melhores do mundo!...Dávamos cada cabazada aos espanhóis…
Os nossos eternos rivais...
─ Também não tínhamos mais vizinhos para malhar...
Olha, disseste-me que andaste nos petróleos, no Alasca...
Yeah, e é até tenho patentes de sistemas para apagar fogos nos poços de petróleo… Mas não penses que estou milionário...
A sério ?... Patentes registadas ?... Sempre foste um grande engenhocas!...
─ Só na tua terra é que tu não vales nada…
É verdade, Zé, ninguém é profeta na sua terra…Mas foi pena não teres estudado...
─ Qual quê!... Se cá tivesse ficado, não tinha passado da cepa torta. E se calhar tinha ido  parar a Angola ou à Guiné, como tu... Mas não foi fácil, Liz Manel!... A vida foi dura… Hoje tenho o meu pension plan,  pago em dólares... 'Tou retired, sabes ?!...
 Fico feliz por ti  e pelos teus... Safaste-te... Da Índia, de Angola... Lembras-te da festa que fizemos ao Jorge da Ti Albertina quando ele veio da Índia ?
─ Se me lembro!... Chorávamos todos baba e ranho, com tanta alegria!... O Jorge funileiro era um dos nossos, um vizinho, um herói!...
─  Éramos uns índios,   a malta da nossa rua, a última da vila, a do castelo, a dos valados...  O Jorge era muito mais velho do que nós, mas era um dos nossos... Um dos últimos soldados da Índia. Já não posso precisar em que ano isso foi... 56, 57, 58 ? Enfim, muito antes da invasão que foi em dezembro de 1961...
─  Pois é, foi já tanto tempo... Mas lembro-me bem da ti Albertina, a chorar como uma Madalena. Mas de alegria, of course!
Zé, não foste só tu que deu o salto... Da malta da nossa rua, lembro-me do teu irmão, que foi contigo, da Mariete que foi para os States, do Frasco do Veneno, o João Fernando, meu primo,  que foi para o Brasil... E de outros...Para não falar da malta que andou na escola comigo, mais novos do que tu...
─ Que saudade, que bom recordar a nossa infância!
... Olha, eu tenho que ir  andando... Ainda vou até Lisboa. Zé, até sempre.  Gostei muito, foi bom rever-te. E voltaremos a ver-nos, espero bem. Bye, Bye!
─ Até sempre, Liz Manel! Bye, bye! Take care!

Guiné 63/74 - P11349: Parabéns a você (557): Joaquim Mexia Alves, ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52 (Guiné, 1071/73)

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Nota do editor:

Vd. último poste da série de 4 de Abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11340: Parabéns a você (556): Agostinho Gaspar, ex-Sold Cond Auto do BCAÇ 4612/72; António Dias, ex-Alf Mil da CCAÇ 2406; Hernâni Figueiredo, ex-Alf Mil do BCAÇ 2851 e José Eduardo Oliveira (JERO), ex-Fur Mil Enf.º da CCAÇ 675

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11348: Convívios (510): 30.º Encontro do pessoal da CCAÇ 2317, dia 8 de Junho de 2013 em Espinho (Joaquim Gomes Soares)

1. Mensagem do nosso camarada Joaquim Gomes Soares (ex-1.º Cabo da CCAÇ 2317/BCAÇ 2835, Gandembel / Ponte Balana, 1968/70), com data de 25 de Março de 2013:

Boa noite amigo Carlos Vinhal,
Pedia por favor se era possível publicar esta carta sobre o almoço convívio da CCaç 2317, como no ano passado.

Sem mais de momento, um abraço,
Joaquim Soares.


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Nota do editor:

Vd. último poste da série de 30 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11331: Convívios (509): Almoço/convívio do pessoal da CART 2519, dia 4 de Maio de 2013, Benavente (Mário Pinto)

Guiné 63/74 - P11347: Agenda cultural (257): A Câmara Municipal de Fafe vai evocar os 50 anos do início da Guerra do Ultramar, com um conjunto de actividades a levar a efeito entre 2013 e 2014

1. Com a devida vénia à Câmara Municipal de Fafe, transcrevemos uma notícia inserta na sua página, a propósito da evocação do cinquentenário do início da Guerra em África, naquele Concelho, para a qual vai ser levado a efeito um conjunto de actividades entre 2013 e 2014.




GUERRA COLONIAL EVOCA-SE EM FAFE A PARTIR DE SEXTA-FEIRA E DURANTE UM ANO

A Câmara Municipal de Fafe, com o apoio de diversas entidades locais e associações representativas dos antigos combatentes, vai levar a efeito um conjunto de atividades de evocação do cinquentenário do início da guerra em África, entre 2013 e 2014. O primeiro ato desse programa acontece já esta sexta-feira 5 de abril, a partir das 21h30, na Casa Municipal de Cultura de Fafe, com uma Conferência sobre a Guerra Colonial, pelo coronel Carlos Matos Gomes, seguida da abertura da exposição itinerante do Museu da Guerra Colonial "Uma História por contar", a qual se mantém patente até 19 de abril.

Outras iniciativas previstas, com a colaboração de entidades como o Núcleo de Artes e Letras de Fafe, o Cineclube de Fafe, a editora Labirinto e os agrupamentos escolares do concelho, são uma exposição/feira de livro sobre o tema, recital de poesia sobre a guerra colonial, um Curso Livre de História Local, do Núcleo de Artes e Letras sobre a temática “Fafe e a Guerra Colonial”, um ciclo de cinema sobre a Guerra em África, exposições e teatro alusivo ao tema, culminando, em Abril do próximo ano, com a edição de uma obra de testemunhos e textos de antigos combatentes de Fafe (Fafenses na Guerra Colonial, 1961-1974).

O coronel Matos Gomes, atualmente na reserva, cumpriu três comissões, em Moçambique, Angola e Guiné como oficial dos «Comandos». Condecorado com as medalhas de Cruz de Guerra de 1ª e de 2ª Classe. Pertenceu à primeira Comissão Coordenadora do Movimento dos Capitães na Guiné. Foi membro da Assembleia do MFA. Além da sua carreira militar dedicou-se a estudos de História Militar, tendo publicado em co-autoria com Aniceto Afonso as obras Guerra Colonial e Portugal na Grande Guerra. Com Fernando Farinha, publicou Um Repórter na Guerra. É autor da obra Moçambique 1970 – Operação Nó Górdio, da colecção Batalhas de Portugal. Como romancista publicou os romances: Nó CegoASP-de passo trocadoSoldadóOs Lobos não Usam Coleira, O Dia das Maravilhas e Flamingos Dourados.

Na área do cinema e do audiovisual colaborou com Maria de Medeiros no filme Capitães de Abril e com Joaquim Leitão nos filmes Inferno e 20.13. É autor do argumento do filme Portugal SA, de Ruy Guerra. Participou nas séries documentais Portugal Século XX e Um Século Português.

Entre 2011 e 2014 evocam-se os 50 anos da Guerra Colonial, que deflagrou em Angola (1961), depois na Guiné (1963) e finalmente em Moçambique (1964).

A Câmara Municipal de Fafe e um grupo de fafenses que combateu na Guerra em África, bem como associações e escolas, projetam fazer a evocação do cinquentenário do início da Guerra em África e comemorar os 40 anos do 25 de Abril e do termo oficial da Guerra Colonial, em Abril próximo.

Estão a decorrer, portanto, os cinquenta anos do início de uma guerra que entrou pela porta dentro das famílias portuguesas sem ser convidada e que mobilizou durante os 13 anos do conflito cerca de um milhão de jovens. Destes, mais de 8 mil tombaram na frente de combate ou em acidentes, cerca de 120.000 foram feridos, 4 mil ficaram estropiados e estima-se que cerca de 100.000 mil ficaram a sofrer de “Stress Pós Traumático de Guerra”.

Do concelho de Fafe, de acordo com dados oficiais, tombaram 40 jovens: 17 em Angola, 12 em Moçambique e 11 na Guiné.

Na sequência do célebre pensamento que refere “Só existe uma coisa mais terrível do que uma guerra, fazer de conta que ela nunca aconteceu”, pretende a autarquia fafense, associada à comunidade escolar, às associações de ex-combatentes e à população em geral, dinamizar, pedagogicamente e do ponto de vista histórico, um conjunto de ações com o objetivo de não fazer esquecer o flagelo dessa guerra e de lutar contra a cultura do esquecimento que se instalou em Portugal, após o final da Guerra Colonial, em relação “àqueles a quem Portugal tudo exigiu”.



OBS: - Destaque no texto da responsabilidade do editor deste Blogue
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Nota do editor:

Vd. último poste da série de 15 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11256: Agenda cultural (256): Camões levou 20 anos a escrever 'OS Lusíadas': dez cantos, 1102 estrofes, 8816 versos, 88160 sílabas métricas... O ator António Fonseca levou 4 anos a decorá-los e amanhã, no CCB, vai dizê-los, das 10h às 24h, no CCB, em Lisboa... Acontecimento único, a não perder: afinal são os 8816 versos da nossa identidade maior!...