segunda-feira, 1 de julho de 2013

Guiné 63/74 - P11783: Convívios (519): XXVIII ENCONTRO/CONVÍVIO da CART 3494, decorreu em 15 de Junho - Paredes (Sousa de Castro)

1. O nosso camarada Sousa de Castro (ex-1.º Cabo Radiotelegrafista, CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, 1971/74), enviou-nos a seguinte mensagem.


XXVIII ENCONTRO/CONVÍVIO da CART 3494
Sobrosa/Paredes – 15 de Junho de 2013

Camaradas, 

Carvalho de Sousa com o apoio de seus 2 filhos, planeou e organizou uma festa muito interessante. Concentração das forças em Felgueiras, o “rancho” servido na Quintinha do Nelo em Sobrosa – Paredes. O ex. Fur. Mil.º João Ruivo Fernandes, homem que foi render o malogrado e camarada Furriel Bento, morto em combate, apresentou-se pela primeira vez, acompanhado de sua esposa e com ele a sua concertina, o que de alguma maneira ajudou alegrar por momentos o ambiente. Repetiram-se “Estórias” contadas e recontadas, nomeadamente uma em que um 1º cabo chegou a vias de facto com um Oficial Superior, quase no final de comissão de serviço, devido à qualidade da comida, sem consequências para ambas as partes, perdurou o bom senso. 

O Coronel de Art.ª António José Pereira da Costa, antigo CMDT da CART 3494 depois de proferir palavras de circunstância, foi guardado um minuto de silêncio em memória dos nossos camaradas que tombaram no campo de batalha em defesa da Pátria e os outros que por vários motivos deixaram a vida terrena. 

Para o próximo ano, o XXIX encontro/convívio terá lugar em Leiria, na data mais próxima do 10 de Junho. Será responsável pelo evento o veterano Ex. Alf. Milº António Joaquim Serradas Pereira.





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Nota de M.R.: 

Vd. último poste desta série em:

26 DE JUNHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11766: Convívios (518): 6ª jornada da Tabanca da Ajuda Amiga, no Forte da Lage, em Paço d' Arcos, Oeiras, 5ª feira, dia 27 de junho (Carlos Silva)

 

Guiné 63/74 - P11782: Efemérides (134): Monumento aos Combatentes do Ultramar em Olhão, foi inaugurado no passado dia 16 de Junho (Henrique Matos)


1. O nosso Camarada Henrique Matos, ex-Alf Mil, 1.º Comandante do Pel Caç Nat 52, Enxalé, 1966/68, enviou-nos a seguinte mensagem:

OLHÃO - Monumento aos Combatentes da Guerra do Ultramar


Camaradas,

A cidade de Olhão já tem o seu Monumento aos Combatentes do Ultramar, inaugurado no passado dia 16, dia da cidade. A concretização deste projecto fica-se a dever ao empenho do Presidente da Direcção do Núcleo de Olhão da Liga dos Combatentes, João Peres, também ele um ex-Combatente na Guiné e restantes membros da Direcção.




Grande abraço
Henrique Matos
Ex-Alf Mil CMDT do Pel Caç Nat 52

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Nota de M.R.: 

Vd. último poste desta série em:

 22 DE JUNHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11748: Efemérides (133): Lisboa /Belém, 10 de Junho de 2013: Fotos das Cerimónias junto ao Monumento dos Combatentes da Guerra do Ultramar (Jorge Canhão) 


Guiné 63/74 - P11781: Os melhores 40 meses da minha vida (Veríssimo Ferreira) (40): 41.º episódio: Memórias avulsas (22): Alô Guiné... estou a chegar

1. O nosso camarada Veríssimo Ferreira (ex-Fur Mil, CCAÇ 1422 / BCAÇ 1858, Farim, Mansabá, K3, 1965/67), em mensagem do dia 24 de Junho de 2013, enviou-nos mais umas peripécias d"Os melhores 40 meses da sua vida", dando-nos conta do seu contentamento por finalmente ter chegado à Guiné.


OS MELHORES 40 MESES DA MINHA VIDA

GUINÉ 65-67 - MEMÓRIAS AVULSAS

22 - ALÔ GUINÉ... ESTOU A CHEGAR

E pronto... embarquei e cheguei todo lampeiro a Bissau, naquela manhã de Agosto de 1965.

Afinal não havia grande diferença da África que eu já conhecia através dos filmes do Tarzan e lá estavam os macacos dependurados nas árvores e os autóctones a descarregar farinha dos barcos, o que lhes dava a cor mais branca que branca. Pareciam gentes boas, nanja como aqueles que depois nos tentavam atingir nas matas do Oio, selvagens que não se mostravam... que utilizavam a crueldade das minas.

Diziam os seus mentores, que não combatiam o Povo Português, mas então se cada Companhia tinha cerca de 150 homens, todos (exceptuando os 4 ou 5 profissionais militares, mas Povo também) arrancados às suas terras e forçados a ir e a maioria nem sabia do porquê nem para quê, todos Portugueses que se tornaram heróis, então combatiam quem?
Porque utilizaram o assassinato cobarde com o uso das minas?

Se num verso inspirado, houve um poeta que disse: "num monte de pedra pode nascer uma flor", porque substituíram a flor por tais artefactos de morte, encafuados num buraco tapado com terra?

É que dói... e hoje 12 de Junho de 2013, completam-se 47 anos, que homenageio só, mas com um grande abraço, o Capitão Dinis Alberto Corte Real, Comandante que foi da minha CCAÇ 1422, vil e traiçoeiramente liquidado por uma, comandada à distância, ali perto de Farim na estrada que liga ao K3.
E já antes, a 17 de Maio de 1966, se fora o meu amigo Fur Mil Higino Arrozeiro, levado pelo mesmo método de horror, ali perto dos "carreiros".
.................................

Dizia eu atrás... cheguei a Bissau.
Ali passei uns dias e logo a seguir andei a apagar fogos, por aqui e por ali, apenas com a minha Secção de morteiros 60.
Assim conheci Manhau, onde aprendi a dor da perca, em 22 de Setembro de 1965, doutro amigo, o Jaime Feijão, Fur Mil da CCAÇ 1421, ele também vitimado por uma "bailarina" e recordo o seus gritos "arame" (o estrondo) e "médico" e mais não disse.

Conheci Mansabá e saber o que custa ser emboscado perto da Serração;
depois Bissorã e a flagelação junto ao rio;
Jolmete onde pela primeira vez reagi ao ataque ao quartel;
Pelundo e o sossego durante um mês, com morança na tabanca, a guardar um cofre do Homem Grande.

Localização da Serração na estrada Mansabá/Mansoa, e de Manhau na antiga picada que ligava Mansabá a Bafatá
Vd. carta de Farim

Interior do quartel de Bissorã em 1969
Foto: © Carlos Fortunato (2005)

Vista aérea de Jolmete
Foto: © Albino Silva (2007)

Entrada do aquartelamento do Pelundo
Foto: © António Teixeira (2011)

Só após o Natal de 1965, que passei na Amura, fui de novo integrado na Companhia que iria ser colocada em Mansabá, ao que se dizia e até fiz parte da Secção de Quartéis.
Deram-nos a volta, tal não aconteceu e acabámos sim, por trocar com a 1421, na época a construir de raiz o K3.

O depósito, onde se pode ler, ao comprimento, “Água Quente” e no topo, “Cerveja a Copo”. Era só escolher!
Foto: © Gil André, ex-Alf Mil. Bat Caç 2879 / C Caç 2548, retirada com a devida vénia da página Rumo a Fulacunda

O local era aprazível, as instalações de primeira, quartos em terra vermelha, algumas bem acomodadas suites.
A cozinha requintada e bem fornecida, comida excelente e igual para todos, talheres em prata de lei... copos de cristal e tudo servido por profissionais de libré e acima de tudo o bar 5 estrelas.

Se estou a mentir... que me saia o euromilhões.

Não tínhamos vizinhos e como tal fui "povo que lava no rio" pois que nem lavadeiras existiam mas por escasso tempo porque um pouco mais tarde e gradualmente vieram a juntar-se, na Companhia, alguns militares "guias" casados e residentes em Farim que nos disponibilizaram tais úteis serviços.

Certo dia (Julho de 1966) e por motivos alheios à minha vontade, tive que me oferecer para a 3ª CCOM e para a qual pediam voluntários com alguma já comprovada experiência no uso das artes da guerra. Acabei contudo, por ir prestar serviço na Secção de Funerais e Registo de Sepulturas/QG.

Saíra do Inferno, entrei noutro sem querer, embora em termos de perigosidade nada tivesse a ver com o que me fora ofertado até então, mas muito mais difícil de gerir psicologicamente. Sei que tenho aqui um vazio de dois meses, que não descobri ainda como foi, mas que se deve talvez, ao uso de alguns adormecedores alcoólicos, utilizados contra-gosto mas numa tentativa, que não resultou, de atenuar o calvário das visitas que de quando em vez tive de fazer à morgue do Hospital Militar e elaborar todo um processo doloroso próprio duma realidade que magoava mesmo.

(continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 23 DE JUNHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11752: Os melhores 40 meses da minha vida (Veríssimo Ferreira) (39): 40.º episódio: Memórias avulsas (21): De lá para cá e vice-versa

Guiné 63/74 - P11780: Parabéns a você (597): Silvério Lobo, ex-Soldado Mec Auto do BCAÇ 3852 (Guiné, 1971/73)

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Nota do editor

Último poste da série de 30 DE JUNHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11777: Parabéns a você (596): Manuel Maia, ex-Fur Mil Inf do BCAÇ 4610 (Guiné, 1972/74)

domingo, 30 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11779: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (71): as pinturas do Xitole, recentemente redescobertas pelo Francisco Silva e pelo José Teixeira, são do meu amigo e vizinho, o pintor de Espinho, Armando Ribeiro que pertenceu à CCAÇ 818 (Bissau, Xitole e Saltinho, 1965/67) (David Guimarães, CART 2716, Xitole, 1970/72)



Guiné > Região de Bafatá > Xitole > 1 de maio de 2013 > Antiga casa do comando, agora transformada em morança particular. "Com que emoção o Francisco Silva descobriu as pinturas nas paredes que alguém, muito antes dele, ali pintou"... Pintura A: Paisagem, tabanca, com 3 moranças, árvores, mulher no pilão, criança e 3 galinhas"...


Guiné > Região de Bafatá > Xitole > 1 de maio de 2013 > Antiga casa do comando, agora transformada em morança particular. Pintura A, metade do lado esquerdo.


Guiné > Região de Bafatá > Xitole > 1 de maio de 2013 > Antiga casa do comando, agora transformada em morança particular. Pintura A, metade do lado direito.


Guiné > Região de Bafatá > Xitole > 1 de maio de 2013 > Antiga casa do comando, agora transformada em morança particular. Pintura A,  pormenor do canto inferior esquerdo: ampliando a imagem, parece-me poder decifrar o nome do autor, Armando Ribeiro...E ainda uma data, ilegível, e um topónimo que me pode ser Xitole


Guiné > Região de Bafatá > Xitole > 1 de maio de 2013 > Antiga casa do comando, agora transformada em morança particular. "Com que emoção o Francisco Silva descobriu as pinturas nas paredes que alguém, muito antes dele, ali pintou"... Pintura B: Paisagem tipciasmente europeia, uma casa à beira do lago, com barco de recreio.


Guiné > Região de Bafatá > Xitole > 1 de maio de 2013 > Antiga casa do comando, agora transformada em morança particular. Pintura B, metade do lado esquerdo.


Guiné > Região de Bafatá > Xitole > 1 de maio de 2013 > Antiga casa do comando, agora transformada em morança particular. Pintura B, metade do lado direito.


Guiné > Região de Bafatá > Xitole > 1 de maio de 2013 > Antiga casa do comando, agora transformada em morança particular. "Com que emoção o Francisco Silva descobriu as pinturas nas paredes que alguém, muito antes dele, ali pintou"... Pintura C: Paisagem, tabanca, com 2 moranças, árvores,  lago, 2 homens... É a pintura mais danificada... Ao alto, no canto superior direito, tem uma data, 10(?).7.94, seguida de um nome DAMA... Possivelmente de alguém, talvez um cooperante português, que por lá passou e vandalizou a pintura...


Guiné > Região de Bafatá > Xitole > 1 de maio de 2013 > Antiga casa do comando, agora transformada em morança particular. Pintura C, metade do lado esquerdo.



Guiné > Região de Bafatá > Xitole > 1 de maio de 2013 > Antiga casa do comando, agora transformada em morança particular. Pintura C, metade do lado direito.


Fotos: © José Teixeira (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: LG]


1. Mensagem do nosso camarada e amigo David Guimarães que esteve no Xitole,  em 1970/72,  e lá voltou em 2001, respondendo a um pedido de comentário ao poste P11772 (*)

Data: 29 de Junho de 2013 às 14:29

Assunto: Guiné 63/74 - P11772: Crónicas de uma viagem à Guiné....

Amigos Luís Graça e camaradas da Guiné...

Em relação ao poste e fotografias do amigo Silva que visitou o Xitole...vem efectivamente registadas em fotografias umas pinturas que perguntam agora pelo autor...

Quando lá fui em 2001, aquela porta estava fechada, visitei muitas coisas,  não deu para tudo. Ao ver agora as pinturas e,  sabendo quem provavelmente as teria pintado,  logo fui ter com o meu amigo Arman do Ribeiro, de Espinho, que logo me disse que tinha sido ele... Datas: 1965 ou 66, no  tempo em que ele (Armando  Ribeiro) esteve no Xitole [, na CCAÇ 818]..

Na altura era ainda o Saltinho um destacamento desta companhia...

Bem,  hoje passei na casa comercial de meu amigo e perguntei:
─ Isto é seu?

Ele disse que sim, que se lembrava de ter pintado essas coisas e na messe dos oficiais... Talvez que na altura a Formação e Comando do nosso tempo [, CART 2716,] fosse isso mesmo...

Deixo em baixo o nome do estabelecimento de meu amigo Armando Ribeiro, e ficam assim desvendados os mistérios que vão enriquecendo o nosso blogue... Naturalmente que aquelas pinturas não apareceram por acaso e alguém tinha sido o seu autor: pronto é meu vizinho e amigo!...

Abraço e agora vou me vestir depressa para rumar a Castelo de Paiva.Vou ter lá serenata...

Abraço a todos com amizade e fica o esclarecimento que é oportuno...

David Guimarães,
ex. Furr Mil At Art e Minas,
Xitole 1970/1972
______________

Pinturarte Armando Ribeiro
Rua 18, nº 943, rés-do-chão
4500-246 Espinho
 Telefone 22 731 1373
E-mail > pinturartespinho@gmail.com

 2. Comentário de L.G.:

David, obrigadíssimo!... Afinal, as  "pinturas de parede do Xitole"... têm uma história !.. E foste tu que desvendaste o mistério... Mais uma vez é caso para dizer que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca...é Grande! (**)...

Já tinha agradecido ao Francisco Silva  e ao Zé Teixeira,  este inesperado presente, para quem esteve no Xitole ou por lá passou, como foi o meu caso. Fiquei  agradavelmente surpreendido por estes "achados", representados pelas pinturas de parede, na antiga casa de comando no Xitole...Como tive ocasião de o  dizer, é verdadeira arte "naif", feita por alguém, talentoso, "que por lá passou, muito provavelmente do tempo da CART 2413 ou anterior"...É também um pedacinho da história de todos nós...

E apressei-me a .recordar que a CART 2413 (Xitole, 1968/70) foi uma companhia com quem a minha CCAÇ 12 (1969/71) tinha feito diversas operações no seu setor.. Esta subunidade, que será substituída pela CART 2716 (1970/72), a que pertenceu o nosso David Guimarães (que lá voltou em 2001, mas não  teve oportunidade de rever estas pinturas). Antes, haviam passado  pelo Xitole a CCAÇ 1551 / BCAÇ 1888 (20/4/1966 - 17/1/68) e a CART 1646 / BART 1904 (1967/68)... Faltou-me referir a CCAÇ 818 (1965/67)...

Foi,  por pesquisa na Net,  que fiquei a saber que o Armando Ribeiro pertenceu à CCAÇ 818:  esteve na Guiné, em Bissau,  Xitole e Saltinho,  de Maio de 1965 a Fevereiro de 1967. Houve um convívio recente, em 2012, em São Martinho do Campo, do pessoal desta companhia, comemorando os 45 anos do seu regresso a casa . Um vídeo (de 12' 38''), disponível no You Tube (na conta do Cândido Viana Gonçalves, ex-1º cabo), comprova que o Armando Ribeiro esteve lá com a esposa.  O Armando Ribeiro aparece aqui, ao minuto 4, no vídeo.

Tanto o Armando Ribeiro como o Cândido Viana Gonçalves (que esteve ou está  emigrado, em Vevey, na Suiça) ficam, desde já, convidados a integrar a nossa Magnífica Tabanca Grande onde, até à data, não há nenhum representante da valorosa CCAÇ 818.

Há um outro vídeo, na mesma conta,  com a atuação (?) de um grupo da CCAÇ 818, executando a canção "A Minha Terra é Linda" (3' 48'') [Não sabemos de quem  é a autoria e a interpretação desta linda canção alentejana]...

Também encontrei a página do Facebook, do Armando Ribeiro. E, com a devida vénia, reproduzo aqui três fotos do seu álbum... Não há dúvida, pela análise do estilo, e por comparação com quadros recentes (a óleo ou acrílico), as pinturas do Xitole, datadas de 1965/66,  só podiam ser da sua autoria!




O mestre Armando Ribeiro e algumas das suas obras recentes. Cortesia da página no Facebook Pinturarte

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 28 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11772: Crónicas de uma viagem à Guiné-Bissau: de 30 de abril a 12 de maio de 2013: reencontros com o passado (José Teixeira) (7): O Xitole e o "alfero" Francisco Silva (CART 3492, 1971/73), a emoção de um regresso


(**) 24 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11620: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (70): A Tabanca da Lapónia... em festa: o régulo José Belo, anfitrião e guia do João Graça (nosso tabanqueiro e músico da banda Melech Mechaya), na delegação de Estocolmo, hoje e amanhã...

Guiné 63/74 - P11778: Humor de caserna (36): Estou a fazer voar o meu pensamento (Tony Borié) (9): Aquecimento Global

1. Em mensagem do dia 17 de Junho de 2013, o nosso camarada Tony Borié (ex-1.º Cabo Operador Cripto do Cmd Agru 16, Mansoa, 1964/66), enviou-nos mais este pensamento voador... "T-shirt das pretas".





Seguindo o ditado que diz:
- Vale mais uma boa foto, do que mil palavras, o Cifra, hoje vai dirigir-se, não só aos amigos antigos combatentes, mas também às pessoas que não acreditam no que lhe dizem, aquelas que andam sempre desconfiadas, que só o que vêm é que é verdade.

Como se explicou no princípio, vale mais uma boa foto do que mil palavras, portanto vamos primeiro “falar a tal mentira”, que é todo aquele blá, blá, blá, onde diz que, para os que vivem no mundo onde se fala inglês, vão dizer, com toda a certeza:
-The “global warming” is modifying the system of Mr. Aniceto!

No mundo onde se fala francês, dizem:
-Le “réchauffement planétaire” est de modifier le système de M. Aniceto!

Onde se fala germânico, friamente dizem:
- Die “globale Erwärmung” ist die Änderung der Regelung von Herrn Aniceto!

No mundo onde se fala espanhol, entre dois ou três “zzz”, dizem:
- El “calentamiento global” está modificando el sistema del señor Aniceto!

Os chineses, põem os pauzinhos de parte, se estiverem a comer, e depois dizem:


Perceberam? Não?
Deixem lá, pois o Cifra, também não percebeu, pois tem alguma dificuldade em pronunciar, os pontos e as vírgulas.

E nós portugueses, dizemos:
- O “aquecimento global”, está a modificar o sistema do senhor Aniceto!

Sim é verdade, já aqui falamos, e nunca é demais repetir, porque foi verdade, o senhor Aniceto quando era novo, percorreu todas aquelas savanas e bolanhas da Guiné, sempre de G-3 em posição de tiro, carregado de granadas, às vezes sem comer, e com o camuflado roto e todo molhado. Claro que na altura não lhe fazia grande diferença, mas hoje o reumatismo e não só, não lhe dão descanso e tem que visitar o doutor mais vezes do que o normal.

A Lola, a empregada do doutor que está a atender as pessoas, depois de lhe dar os bons dias, com todas aquelas perguntas de “chacha”, que é normal as empregadas de doutor fazerem sempre que se vai a uma consulta, vendo-o assim com uma cara, que não é de aflição, mas demonstrando algum ar de “malandrote”, diz-lhe:
- Então senhor Aniceto, é verão e o senhor continua vestido com o seu inseparável casaco comprido, gravata e chapéu na cabeça?

O senhor Aniceto responde, sem tirar o ar de “malandrote”:
- É verdade menina Lola, e então hoje, ando cá com uns “calores”!


A Lola, desembaraçada, como são todas as empregadas de doutor, abre a gaveta da secretária, tira um gráfico que mostra ao senhor Aniceto, respondendo-lhe, com o sorriso maior do mundo:
- Esses “calores”, devem ser do “aquecimento global”! O senhor Aniceto nunca ouviu falar que o mundo está a aquecer, veja este gráfico!

O senhor Aniceto ficou então a saber que era verdade.

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Nota do editor

Último poste da série de 15 DE JUNHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11708: Humor de caserna (35): Estou a fazer voar o meu pensamento (Tony Borié) (8): T-shirt das pretas

Guiné 63/74 - P11777: Parabéns a você (596): Manuel Maia, ex-Fur Mil Inf do BCAÇ 4610 (Guiné, 1972/74)

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Nota do editor

Último poste da série de 29 de Junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11775: Parabéns a você (595): José Firmino, ex-Soldado At Inf da CCAÇ 2585 (Guiné, 1969/71) e Santos Oliveira, ex-2.º Sargento Mil do Pel Ind Mort 912 (Guiné, 1964/66)

sábado, 29 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11776: 9º aniversário do nosso blogue: Os melhores postes da I Série (2004/06) (16): Vae victis! Ai dos vencidos!... (A. Marques Lopes)



Guiné >Região do Cacheu > CCAÇ 3 > Barro > 1968> Um prisioneiro do PAIGC.

Foto: © A. Marques Lopes (2005). Todos os direitos reservados


1. O A. Marques Lopes fez parte do pelotão da frente do nosso blogue, ou seja, foi dos primeiros camaradas a aparecer, em meados de 2005, a dar a cara, a escrever, a fornecer fotos, a publicar histórias e relatórios, a comentar... Ele, o Sousa de Castro, o Humberto Reis, o David Guimarães, o Luís Carvalhido, o Afonso Sousa, o João Varanda, o Fernando Chapouto, o Jorge Santos,  o Manuel Castro, o António dos Santos Almeida, o Belmiro Vaqueiro, o João Tunes, o Paulo Salgado, o Virgínio Briote...

 Recorde-se que ele é coronel DFA, na reforma, tendo sido alferes miliciano no TO da Guiné em 1967/68 (CART 1690, Geba, 1967/68; e CCAÇ 3, Barro, 1968)... Ferido em combate, foi evacuado para o HMP, ainda no tempo da CART 1690, mas não se safou de ter de voltar, sendo então colocado na CCAÇ 3, em Barro. O seu Gr Comb era conheciodo por  os "Jagudis", uma mistura de balantas e fulas. Natural de Lisboa, vive em Matosinhos. E tem hoje a o seu próprio blogue, que arrancou em 30/9/2010: Coisas da Guiné. Também foi um dos fundadores da Tabanca de Matosinhos.

Da sua muita e valiosa colaboração na I Série do nosso Blogue, fomos repescar um artigo de opinião sobre um tema que na altura (maio de 2006) esteve na berlinda e deu origem a vários postes, saudavelmente polémicos, a começar pelo título da série "O colaboracionismo sempre teve uma paga"... Reproduz-se aqui o primeiro poste da série, que foi justamente da autoria do A. Marques Lopes, bom amigo e melhor camarada, ou bom camarada e melhor amigo...

O poste, mesmo integrado na seleção dos melhores postes da I Série (*), não deixa ser de ser atual e oportuno, encaixando-se no teor dos muitos comentários (já vão em 46!) suscitados pelos trágicos acontecimentos em Cuntima, novembro de 1976, revelados pelo Cherno Baldé. Infelizmente faltou à Guiné (bem como a Angola e Moçambique) a lucidez e a grandeza de um  Nelson Mandela que soubesse fazer a paz, sem  exclusão de ninguém, sem ódio, sem revanchismo. O curso dos acontecimentos, pós-independência, com Amílcar Cabral, se fosse vivo, seria muito provavelmente diferente ? Podemos especular, mas nunca saberemos a resposta à pergunta. (LG).






Página de rosto do blogue de A. Marques Lopes, Coisas da Guiné... De que trata ? "Lembranças da Guiné, na guerra e já fora dela. Pesquisa, comentários e factos. A memória sempre presente. Não está por ordem. É conforme me vou lembrando. Tudo o que tem a ver com a Guiné, a sua história, as etnias, a colonização e as guerras de resistência. Também a minha experiência durante a guerra colonial (está nos primeiros posts). Para quem não sabe ou viveu que veja e avalie se é realidade ou ficção. Para quem sabe ou viveu são lembranças".


O colaboracionismo sempre teve uma paga (**)
por A. Marques Lopes

Caros camaradas e amigos:

Tenho lido tudo o que têm escrito sobre os fuzilamentos e outras mortes dos comandos africanos e outros guineenses que estiveram a combater do lado da tropa portuguesa durante a luta de libertação na Guiné. Já escrevi, em tempos, sobre isso para o blogue. Porque o tema está aceso, vou ver se me lembro do que disse na altura e acrescentar mais algumas coisas.

Também sei de alguns dos meus jagudis que foram mortos após a independência, e de outros que tiveram de fugir para o Senegal. Falei-vos já, no blogue, do Braima Seidi, o meu guia em Barro, conhecedor dos trilhos e das zonas do tarrafe por onde os guerrilheiros passavam, tendo resultado da sua colaboração muitas e pesadas baixas para o outro lado.

Contei-vos que, em 1998, quando perguntei ao Cacuto Seidi por ele, este chefe da tabanca de Barro me disse, um pouco atrapalhado:
─ Mataram ele depois da independência...

Também vos falei da filosofia de vida dos meus soldados da CCAÇ 3, da sua atitude perante os feridos que o PAIGC deixava no terreno, e que era:
─ Deixa estar, alfero, vem jagudi e come...

O Braima Seidi, caçador conhecedor da zona, recebia 2.000 escudos por mês por essa sua colaboração, vivia bem na tabanca, com quatro mulheres. Um cabo daquela companhia recebia 1.400 escudos mensalmente (não me lembro quanto recebiam os soldados), com comida, bebidas sempre à disposição, e assistência médica em Bigene, quando necessário. Apesar de também andarem na guerra, uma vida muito diferente do pessoal da guerrilha que vivia no mato.

No final da segunda grande guerra, a resistência francesa matou muitos colaboracionistas, a italiana assim fez, no Vietname, após a vitória, fizeram o mesmo, os franquistas fuzilaram muitos republicanos...
Vae victis! Ai dos vencidos! - já os romanos diziam.

Não estou a fazer a apologia desses procedimentos, estou a dizer que eles sempre fizeram parte da história dos vencedores. Claro que também houve os Nurembergas em que os vencedores, muitos também com culpas no cartório, fizeram o julgamento daqueles que venceram. Mas foi diferente, evidentemente.

Tenho pena e gostava que as coisas não se tivessem passado assim na Guiné, porque, como vós, vivi e convivi com aqueles guineenses que lutaram ao meu lado. Não sei dos meandros das conversações em Londres para formalizar a independência (...).. Mas parece-me que a solução desse problema, o futuro dos que estiveram do nosso lado, não teria sido tarefa fácil.

Num país saído de uma revolução, como foi nosso, em ebulição em 1974, perto da guerra civil em 1975, que poderia ter sido feito? Embarcar toda essa tropa guineense, habituada à guerra e a matar, misturá-los com os muitos milhares de retornados que cá estavam já, acasalá-los com os vários grupos políticos que se degladiavam, às vezes de forma violenta, encostá-los ao MDLP...? Tentar que fossem para outro país africano, tentar passar a batata quente? Mas qual dos países africanos, já com gente da mesma estirpe, os aceitaria?

Outra hipótese, que me disseram ter existido, seria negociar a integração deles nas Forças Armadas da nova Guiné-Bissau. Mas, há que admitir, isto também terá sido demasiado complicado conseguir. Com os ódios todos ao de cima (que é natural que houvesse entre guineenses que se combateram mutuamente, embora connosco isso não sucedesse), não os estou a ver em conjunto numa caserna, não estou a ver um capitão dos comandos africanos a comandar uma companhia de ex-guerrilheiros... Não estou a ver o Marcelino da Mata em convívio com o comandante Lúcio Soares.

Gostaria que tivesse havido uma solução. Mas não foi fácil, acredito. Não por cobardia, nem pusilanimismo, nem por abandono dos responsáveis portugueses da altura, governo, MFA ou Conselho da Revolução. Num país em agitação revolucionária, mesmo em polvorosa, com militares politicamente inexperientes, terá sido extremamente difícil manobrar de forma ardilosa e segura, havendo tantas coisas de difícil tratamento por cá.

Está visto que o problema teve que ficar nas mãos dos vencedores, donos da Guiné. Estes poderiam, se com uma mão firme e esclarecida a dirigi-los, ter optado pelo menos chocante e, na situação, aceitável até para nós: deixá-los estar, remetendo-os ao abandono. O tempo traria outra soluções (ou outros problemas, sabe-se lá...). Mas o caboverdiano Luís Cabral, como me disse o ex-paraquedista Camará, não conseguiu ter pulso e foi ultrapassado pelas iniciativas dos ex-comandantes das guerrilhas locais, pelas iniciativas das figuras históricas do PAIGC naturais da Guiné, como o Nino Vieira, o Gazela e o Chico Té. E foram estes que incentivaram à vingança dos vencedores... a outra paga. E, como se sabe, o próprio Luís Cabral teve de ir embora.

Mas cada um tem a sua visão pessoal desta questão, é claro. Acontece em tudo. Sobre o outro lado da moeda, isto é, as atrocidades cometidas pelos comandos africanos, pela PIDE e outros que tais, não vou acrescentar mais ao que o João Tunes e o Pepito já disseram. Estou completamente de acordo com eles.

Um abraço

A. Marques Lopes

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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 30 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11654: 9º aniversário do nosso blogue: Os melhores postes da I Série (2004/06) (15): Memórias de Guileje ao tempo da CART 1613 (1967/68), por José Neto (1929-2007) - Parte III : O Dauda (filho do vento e mascote da companhia), o 1º cabo escriturário Cardoso, o faxina Rochinha, e...o batismo de fogo, no final das chuvas, em outubro de 1967

(**) Vd., I Série, poste de 25 de maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCXCV [795]: O colaboracionismo sempre teve uma paga (1) (A. Marques Lopes)

Guiné 63/74 - P11775: Parabéns a você (595): José Firmino, ex-Soldado At Inf da CCAÇ 2585 (Guiné, 1969/71) e Santos Oliveira, ex-2.º Sargento Mil do Pel Ind Mort 912 (Guiné, 1964/66)

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Nota do editor

Último poste da série de 27 DE JUNHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11768: Parabéns a você (594): Vítor Caseiro, ex-Fur Mil da CCAÇ 4641 (Guiné, 1973/74)

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11774: Uma visão alargada do ataque a Gadamael - Dos antecedentes às consequências (4): Os Paraquedistas Desembarcam e Resolvem (Manuel Vaz)

1. IV parte, de seis, do trabalho elaborado e enviado, para publicação no nosso Blogue, pelo nosso camarada Manuel Vaz (ex-Alf Mil da CCAÇ 798, Gadamael Porto, 1965/67). 

Lembremos a sua mensagem de apresentação:
Este trabalho que vai ser publicado em 6 Postes, correspondentes a outros tantos subtítulos, foi concebido como "peça única". 
Posteriormente foi seccionado e ilustrado, sem perder as caraterísticas iniciais.

Um abraço
Manuel Vaz 


UMA VISÃO ALARGADA DO ATAQUE A GADAMAEL

DOS ANTECEDENTES ÀS CONSEQUÊNCIAS

4 - OS PARAQUEDISTAS DESEMBARCAM E RESOLVEM

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Nota do editor

Vd. os primeiros três postes da série de:

26 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11477: Uma visão alargada do ataque a Gadamael - Dos antecedentes às consequências (1): Ofensiva do PAIGC na ZA de Gadamael até 22MAI73 (Manuel Vaz)

12 DE MAIO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11560: Uma visão alargada do ataque a Gadamael - Dos antecedentes às consequências (2): A fronteira sul na mira de Amílcar Cabral (Manuel Vaz)
e
31 DE MAIO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11659: Uma visão alargada do ataque a Gadamael - Dos antecedentes às consequências (3): Os sem-abrigo refugiam-se no tarrafo (Manuel Vaz)

Guiné 63/74 - P11773: Notas de leitura (495): A Guiné que vou encontrando na Feira da Ladra (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 18 de Março de 2013:

Queridos amigos,
A Feira da Ladra, para um acumulador como eu, é uma atmosfera irresistível.
Sei de antemão que é quase impossível encontrar ali livros raros, hoje os herdeiros de bibliófilos chamam os especialistas que escrutinam as pérolas que depois são canalizadas para os leilões de livros; a escória, isto é, os livros vulgares, edições sem história, são vendidos ao baratucho.
Há depois outros universos: a filatelia, a numismática, domínios pelos quais nutro pouco afeto. E há as caixas com cartas, bilhetes-postais, fotografias, folhetos… e há as bancadas com obras de todas as dimensões. É aqui que jogo o fator surpresa.
Foi num destes territórios que o artista Manuel Botelho encontrou correspondência de um cabo de transmissões que viveu no Bachile dois anos, o Necas, que escreveu aerogramas pungentes para a Carlinda, deu uma instalação de truz, ideia bem original.
Isto para vos convidar a frequentar feiras de trastes e traquitanas.

Um abraço do
Mário


A Guiné que vou encontrando na Feira da Ladra

Beja Santos

Quem frequenta feiras de trastes e traquitanas sabe muito bem que o cheiro a pólvora aqui é o inesperado em livro, móvel ou peça decorativa. O inesperado é subjetivo e para mim, percorrer a Feira da Ladra, é estar sempre disponível para bens guineenses. Estabelecem-se cumplicidades com os feirantes e essas cumplicidades geram estimas perduráveis. Eduardo Martinho telefona-me e avisa-me que tenho surpresas à espera. Entro no quiosque e primeiro procura convencer-me que me falta em casa uma aguarela de Alberto de Souza, uma peça em nácar ou madeira exótica ou um tratado de ciência médica do século XVIII. Vê-me reticente, suspira, e orienta-me para umas caixas onde me acocoro. Ali estão as surpresas prometidas: um livro de cozinha e doçaria do ultramar português, inclui receitas da Guiné (Bolinhas de Mancarra, Bringe, Caldo de Mancarra, Caldo de Peixe, Chabéu de Galinha). A edição é da Agência Geral do Ultramar, o ano da edição é 1969. Quem organizou lembra aos interessados que devem ler a Cozinha do Mundo Português, Tavares Martins Editores.

Suscitou-me interesse o Bringe, cuja receita é um pato, um copo de vinho branco, malagueta, sal, 4 colheres de óleo de mancarra, 4 colheres de banha e uma chávena de arroz. Fica-se a saber que o pato é estufado com todos os ingredientes, que se lava o arroz que vai ser frito em banha. Mas a coisa não fica por aqui, quanto ao arroz e ao resto. Quanto ao arroz, quando cor de palha, juntam-se-lhe duas chávenas de água e mete-se no forno. Quando pronto serve-se com os pedaços de pato e com os acompanhamentos que podem ser camarões ou mexilhões guisados com azeite. Juro que nunca ouvi falar no Bringe. Desculpo a minha ignorância justificando-a pela falta de restaurantes guineenses, às vezes ando bem aguado à procura de uma sopa de ostra, bato à porta dos restaurantes cabo-verdianos, nada. Que tem a cozinha guineense contra nós, apraz perguntar.

A brochura Guiné é propaganda bem-feita e um tanto. Estão para ali frases de Spínola e a essência da sua política “Por uma Guiné melhor”, o partido que ele criou. Estão ali as palavras de ordem sobre educação, cultura, cuidados de saúde, ação psicossocial, ordenamentos, comunicações e desenvolvimento agrário, fotografias dos soldados como agentes da paz.





E a última surpresa é o calendário da associação dos Apicultores do Leste da Guiné-Bissau, o mel chama-se Badjudessa e o contacto é: apileste.gb@hotmail.com. Lamento não poder publicar integralmente o calendário. No boletim da Artissal www.artissal.org, há menção da constituição desta associação de apicultores ainda em 2011. Certamente que todos nós lhe desejamos uma longa e bem-sucedida existência.

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Nota do editor

Último poste da série de 24 DE JUNHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11757: Notas de leitura (494): "Adormecer de um Sonho" por Carlos-Edmilson M. Vieira (Mário Beja Santos)