sexta-feira, 6 de junho de 2014

Guiné 63/74 - P13247: Efemérides (160): O nosso camarada luso-americano João Crisóstomo reedita iniciativa de 2004: o próximo 17 de junho será o Dia da Consciência, em homenagem a Aristides de Sousa Mendes, no 60º aniversário da sua morte.


Cabeçalho do jornal Açores9, no respetivo "site"...  Reproduz-se a seguir a peça da agência Lusa, publicada aqui, em 1 de junho de 2014.

Reproduzido com a devida vénia, por sugestão do João Crisóstomo, nosso camarada da Guiné e membro da nossa Tabanca Grande (*)

(i) é natural de A-dos-Cunhados, Torres Vedras; (ii) foi alf mil, na CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole, Missirá, 1965/66); (iii) vive em Nova Iorque desde 1975; (iv) é um mediático ativista comunitário, tendo estado ligado à defesa de três causas que tiveram repercussão internacional e que nos dizem muito, a nós, portugueses (gravuras de Foz Coa, independência de Timor Leste e memória de Aristides Sousa Mendes); e, não menos importante, (v) integra a nossa Tabanca Grande desde 26 de julho de 2010.


Aristides Sousa Mendes homenageado em igrejas e sinagogas à volta do mundo


O diplomata português Aristides de Sousa Mendes será homenageado em igrejas e sinagogas de todo o mundo no dia 17 de junho, lembrando os seus esforços de salvar milhares de judeus do regime nazi.

A iniciativa para o dia em que se celebram 60 anos após a morte do diplomata e 70 anos do holocausto judeu é de João Crisóstomo, um português residente em Nova Iorque que organizou uma iniciativa semelhante em 2004.

[Foto à direita, João Crisóstomo, na sua terra natal, Paradas, A-dos-Cunhados, Torres Vedras, em 15 de outubro de  2013;  foto de L.G.]

Nesse ano, foram celebradas 34 missas e celebrações em sinagogas em 22 países, da África do Sul ao Canadá e à Venezuela.

As homenagens acontecem nos dias 17, 20 e 22 de junho e vão celebrar também Luís Martins de Sousa Dantas, um diplomata brasileiro que salvou cerca de 800 pessoas.

“Decidi celebrar o 17 de junho, a que chamo o Dia da Consciência, porque acho que as pessoas devem ser celebradas por aquilo que de bom fizeram em vida e não pelo dia em que nasceram ou morreram”, disse João Crisóstomo.

Os prelados do Rio de Janeiro, Vaticano, Bordéus e Luxemburgo já confirmaram a sua participação. João Crisóstomo diz já ter contatado vários outros países, como África do Sul e Bélgica.

Nos EUA, estão agendadas missas em Newark, Long Island e Yonkers, perto de centros de comunidades imigrantes portuguesas.

Em Portugal, o Patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, já confirmou a sua participação, bem como as Dioceses de Braga, Viseu, Bragança, Setúbal e Beja.

“O bispo das Forças Armadas, a Ordem Franciscana, a Comunidade de Sto. Egídio e as comunidades israelitas de Lisboa e Porto também já responderam afirmativamente”, disse João Crisóstomo.

O português está a tentar agora o apoio do próprio Papa Francisco.

“Escrevi-lhe uma carta, na esperança de uma reação que valorizasse o ato de consciência do cônsul. Já falei com D. Renato Martino (prefeito emérito do Pontifício Conselho Justiça e Paz) e também com o Cardeal Saraiva Martins (prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos). Continuo a acreditar que sua Santidade possa liderar a iniciativa”, disse João Crisóstomo.

Quanto à participação das sinagogas na homenagem, o trabalho está a ser coordenado pela Fundação Raul Vallenberg, de que João Crisóstomo é vice-presidente.

Em 1940, o cônsul português de Bordéus terá salvo milhares de judeus e outros refugiados de guerra, visando vistos sem autorização do Ministério dos Negócios Estrangeiros português, facto que levou à sua punição disciplinar. (**)

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 6 de junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13246: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (84): De Nova Iorque, o nosso camarigo João Crisóstomo, não virá ao nosso IX Encontro Nacional, em Monte Real, a 14 de junho, mas pede-nos para nos associarmos à sua iniciativa, o "17 de junho, Dia da Consciência", em homenagem ao Aristides Sousa Mendes (Eduardo Jorge Ferreira / Luís Graça)

(**) Último poste da série > 28 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13204: Efemérides (159): Foi há 45 anos, o ataque a Bambadinca, dois meses depois da Op Lança Afiada... Parágrafo lacónico na história do BCAÇ 2852: "Em 28 [de Maio de 1969], às 00H25, um Gr IN de mais de 100 elementos flagelou com 3 Can s/r, Mort 82, LGF, ML, MP e PM, durante cerca de 40 minutos, o aquartelamento de Bambadinca, causando 2 feridos ligeiros"

Guiné 63/74 - P13246: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (84): De Nova Iorque, o nosso camarigo João Crisóstomo, não virá ao nosso IX Encontro Nacional, em Monte Real, a 14 de junho, mas pede-nos para nos associarmos à sua iniciativa, o "17 de junho, Dia da Consciência", em homenagem ao Aristides Sousa Mendes (Eduardo Jorge Ferreira / Luís Graça)



Recorte do Correio da Manhã, 2/6/2014



1. Mensagem de ontem, do nosso camarada Eduardo Jorge Ferreira [, meu conterrâneo, (, natural do Vimeiro, Lourinhã, residente em A-dos-Cunhados, Torres Vedras),  professor de educação física reformado, ex- alf mil da Polícia Aérea, Bissalanca, BA 12, 1973/74]

Assunto - O nosso camarigo João Crisóstomo continua a dar que falar

Meu caro Luís:
Mão amiga fez-me chegar esta página 22 do Correio da Manhã,  da última segunda-feira dia 02, que digitalizei e te envio para que tu ou qualquer elemento da equipa de coeditores possa dar-lhe o destaque que merece no nosso blogue. 

Trata-se de mais uma iniciativa do nosso amigo e camarada da Guiné João Crisóstomo - este "jovem" não pára - que visa homenagear de novo Aristides de Sousa Mendes, o grande humanista português que salvou das garras nazis milhares de judeus. 

Pena que a notícia seja tão lacónica e que infelizmente passe despercebida. Desconheço se entretanto já foi divulgada a iniciativa em qualquer outro órgão da comunicação social.

Um grande abraço e a continuação de boas melhoras.
Eduardo

2. Comentário de L.G.:

Eduardo, obrigado pela notícia do CM. O João telefonou-me há dias de Nova Iorque, a propósito desta iniciativa. Junto te envio, por email, a mensagem que ele me remeteu e que vou publicar oportunamente. Ele pede-me para divulgar no nosso blogue a iniciativa "17 de junho, Dia da Consciência", em homenagem a Aristides Sousa Mendes mas também a outro diplomata, de língua portuguesa, o brasileiro Luís Martins de Sousa Dantas, que tem um percurso em tudo semelhante ao nosso Aristides.

Aqui vai um excerto:


João Crisóstomo, o nosso grã-tabanqueiro
que vive em Nova Iorque desde 1975,
 e é um conhecido defensor de grandes
causas (Gravuras de Foz Coa,
Timor Leste, Aristides Sousa Mendes...)

Foto: Luís Graça (2013)
João Crisóstomo, 1/6/2014

Assunto  - Missas "Dia da Consciência"


Caro Luís Graça,
Estou a tentar dar a minha contribuição para que 17 de Junho, o "Dia de Consciência" - o dia em que o nosso grande humanista português Aristides de Sousa Mendes tomou a corajosa decisão de fazer o que fez logo no início da II Guerra Mundial -  seja devidamente lembrado.  

Nesta homenagens eu associo sempre o brasileiro Luís Martins de Sousa Dantas pelo muito que tem em comum com o nosso herói português: (i) eram ambos diplomatas; (ii) ambos de língua portuguesa; (iii) ambos em França no início da II Guerra Mundial; (iv) ambos procederam da mesma maneira corajosa em salvar refugiados; (v) ambos sofreram acções disciplinares;  e (vi) ambos foram castigados por isso; e (vii)  até  na morte tiveram algo de comum, falecendo ambos no mesmo mês e no mesmo ano ( 1954). E (viii)  ambos foram depois reconhecidos pelo Yad Vashem em Jerusalém.

Se puderes pôr no teu blogue algo sobre isso seria muito bom, pois isso vai fazer chegar a muitos que talvez doutra maneira não tenham conhecimento. 

E, se me permites, com um grande abraço a todos os meus amigos, camaradas da Guiné, sugere que participem nesses acontecimentos: Missas nas sés catedrais, na maioria dos casos, não só em Portugal como em outros países,  nessa semana. (...)

Eduardo, vemo-nos em Monte Real, no dia 14 de junho, se não for antes na Lourinhã.
Um abraço fraterno.
Luís

PS - Outra coisa: vê se confirmas a vinda do Joaquim Jorge a Monte Real... Ele disse-me que vinha e inscreveu-se... E mais: vê se lhe sacas uma foto do tempo de "vellhinho"... Eu quero apresentá-lo à Tabanca Grande e ele ainda não me mandou a foto da praxe...

O Jorge Pinto [, natural de Alcobaça, ] trouxe mais dois camaradas da guerra dele, em Fulacunda... O bedandense (e nosso vizinho do Cadaval) Pinto de Carvalho não poderá vir mas está a recuperar do seu problema de saúde...... Telefonei-lhe no fim de semana, estava mais animado.
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Nota do editor:

Último poste da série > 13 de março de 2014 > Guiné 63/74 - P12833: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (83): Recebi notícias do último CMDT do Glorioso GA 7, Coronel de Artilharia Faia Correia (Vasco Pires)

Guiné 63/74- P13245: Notas de leitura (598): "Quem Semeia o Vento Colhe Tempestade!", publicação da Direção-Geral da Cultura da Guiné-Bissau (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 3 de Dezembro de 2013:

Queridos amigos,
Oxalá que os nossos confrades guineenses nos elucidem sobre esta história que tem texto e desenho de Luciano da Veiga, publicação da Direção-Geral da Cultura. Parece bizarro que fosse utilizada como material escolar e mesmo que tenha sido concebida como livro de histórias para crianças o seu ecletismo é assombroso na mistura de culturas, no palavrório, será difícil imaginar uma criança guineense entender-se com uma cidade com arranha-céus, soldados napoleónicos e uma criança-herói, Zé Dobrada a banquetear-se com um assado de cachorro… verdadeiramente, a quem se destinava esta história moralizante “Quem semeia o vento colhe a tempestade!”?

Um abraço do
Mário


Quem semeia o vento colhe tempestade!

Beja Santos

Oxalá os nossos confrades guineenses possam ajudar a interpretar esta obra e em que contexto ela era versada na terceira classe, pelo menos nos anos de 1980. O título é vibrante e a imagem da capa tem algo de oriental em contexto africano. A publicação é da editora NIMBA da Direcção-Geral da Cultura, Luciano da Veiga, Bissau 1988. Trata-se de mais uma escavação na Feira da Ladra, o indivíduo acocora-se em frente a um caixote pejado de folhetos, brochuras, programas de ópera, até ementas de lautos jantares e surge o achado desta história do Zé Dobrada, sétimo e último filho de um casal de pobres camponeses. É uma história moralizante, sente-se que há uma adaptação da BD, o ritmo é bom e a mensagem destinada a crianças passa escorreitamente.

Zé Dobrada tem sonhos, quer melhor destino de que viver na Tabanca Djemberem. Órfão de pai, pede à mãe que o deixe partir para explorar o mundo. A mãe nega-se, Zé Dobrada insiste, põe-se ao caminho até chegar à cidade de Balimbote. Pergunta a alguém onde é que pode arranjar emprego, que o adverte: “Amigo, se tens amor à tua vida, aconselho-te a abandonar esta cidade. Aqui não existe respeito pela vida humana, com esse rei no poder ninguém está seguro".

Zé Dobrada está confiante de que há lugar para ele, dirige-se ao palácio do rei, é recebido em audiência, começam os seus tormentos, primeiro vai para o campo às seis da manhã com o cão, tinha que disputar uma corrida com o cão, só havia comida para um, naturalmente que o cão ganhava sempre; com a barriga a apertar de fome, maquinou matar o canídeo e comeu-o; regressou ao palácio e deu ao rei uma falsa explicação sobre a morte do cão; o rei atribuiu-lhe nova tarefa, pastorear dez mil cabeças de gado, Zé Dobrada resolveu oferecer toda a manada à população, chegado à presença do rei disse-lhe que o povo tinha ficado grato por tanta bondade; temendo a fúria do povo, o rei Telamina nomeou-o administrador de um grande armazém cheio de mercadorias, Zé Dobrada ofereceu todo o recheio do armazém ao povo, passada uma semana o rei veio visitá-lo para saber do andamento do negócio e ordenou-lhe que preparasse duas caixas de munições para no dia seguinte caçarem juntos. Zé Dobrada vestiu-se a preceito e lá foi com o rei numa carruagem, pelo caminho viu dois caçadores e deu-lhes os dois caixotes de munições. Quando chegaram ao local onde iriam caçar, Zé Dobrada disse ao rei que tinha oferecido as munições. Encolerizado, o rei manda-o ao castelo para trazer novas munições, Zé Dobrada apresenta-se à rainha e diz-lhe que o rei ordenara que ele casasse imediatamente com a filha Fabíola. A rainha vacila, o rei já tinha prometido a mão da filha ao duque, mas Zé Dobrada prontamente responde que esse casamento estava anulado e que a ordem do casamento com Zé Dobrada era para cumprir imediatamente.

Estava-se na festança, uma boda repleta de gente e saborosos comes e bebes quando apareceu, derreado o rei que fizera o caminho a pé e encontrou sentinela embriagado. O rei perdeu as estribeiras, vai de espada em riste à procura de Zé Dobrada. Segue-se o duelo, Zé Dobrado fere-o, o povo ovaciona-o, Zé Dobrada determina que o rei tirano deverá morrer na forca. E reza o texto: “E assim Zé Dobrada tornou-se rei de Balimbote a pedido do povo, retificou todas as lei ditatoriais restaurando a paz, o sossego e a liberdade de expressão ao povo de Balimbote. Uma semana depois de ter subido ao trono, mandou uma escolta buscar a mãe. Doente se encontrava a mãe, sem comida e já sem forças de ficar em pé, ninguém na tabanca tão-pouco lhe ligava”.

Zé Dobrada manda Zé Claviculo ir buscar a mãe, a escolta parte, a mãe recusa partir mas depois de muita insistência e vendo o lindo vestido que lhe tinham trazido, “deixou-se cair pesadamente aos pés do oficial”. Escorriam-lhe lágrimas de felicidade, tombou para o chão e disse: “Deixai-me morrer aqui, soldados, digam ao meu filho que fiquei contente por saber que conseguiu realizar o seu sonho, mas não posso, o céu clama a minha alma, digam-lhe que morri feliz, ao lado do meu marido e dos seus irmãos e que no céu velaria pela sua vida, dia e noite”. E entregou a alma ao criador. O povo de Balimbote soube sepultar calorosamente a mãe de Zé Dobrada na tabanca de Djemberem, ela era a mãe do salvador daquele povo.

Se é livro de estudo, suscitam-se bastantes interrogações: os soldados trajam indumentária do tempo de Napoleão, o enterro é feito com uma carreta para um cemitério pomposo; há turbantes e calções árabes à mistura com indumentária europeia e africana; vemos cubatas, Balimbote tem arranha-céus e o palácio real lembra o Louvre. Tudo somado, é material errático se acaso se pretende a sua utilização escolar. Além disso o rei zangado chama filho da… a Zé Dobrada, chama-lhe bastardo, porco e percevejo. Seria interessante que os nossos confrades guineenses trouxessem esclarecimento para esta história “Quem semeia o vento colhe tempestade!”.

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Nota do editor

Último poste da série de 3 DE JUNHO DE 2014 > Guiné 63/74- P13230: Notas de leitura (597): Excerto do livro de Mário Gaspar, "O Corredor da Morte", cap 19: desmontando minas e armadilhas nos últimos dias de Gadamael, outubro de 1968

Guiné 63/74 - P13244: Agenda cultural (322): Lançamento do livro "Guiné-Bissau, um país adiado - Crónicas na pátria de Cabral", de Manuel Vitorino, dia 12 de Junho de 2014, pelas 18h00 na Biblioteca Florbela Espanca, em Matosinhos.

Lançamento do livro "Guiné-Bissau, um país adiado - Crónicas na pátria de Cabral", do jornalista Manuel Vitorino*, dia 12 de Junho de 2014, pelas 18h00 na Biblioteca Florbela Espanca, na Rua Alfredo Cunha, em Matosinhos.



(*) - Manuel Vitorino foi Fur Mil na 2.ª CCAÇ / BCAÇ 4518/73, Cancolim, 1973/74.
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Nota do editor

Último poste da série de 3 DE JUNHO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13229: Agenda cultural (321): "Corredor da morte", de Mário Gaspar: a sessão de lançamento foi no passado dia 22, na presença de muitos amigos e de antigos combatentes... O autor irá promover o seu livro também no IX Encontro Nacional da Tabanca Grande, em Monte Real, no próximo dia 14

Guiné 63/74 - P13243: Convívios (604): 24º convívio da CART 2479 / CART 11, os Lacraus (Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/71), no passado 31 de maio, em Canas de Senhorim, Nelas (Abílio Duarte)



Nelas > Canas de Senhorim > 31 de maio de 2014 > 24º convívio da CART 2479 / CART 11 (Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/71) > Foto nº 923 > Nesta foto, à esquerda, o nosso Chef Michelin 5 Estrelas, ao centro o Leonel cripto, e um condutor, de quem agora não recordo o nome pelo que peço as minhas desculpas.



Nelas > Canas de Senhorim > 31 de maio de 2014 > 24º convívio da CART 2479 / CART 11 (Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/71) > Foto nº 940 > ​Nesta foto, da esquerda para a direita, o Valdemar Queiroz, eu, e o Aurélio Duarte,  de Coimbra. Grande seita!



Nelas > Canas de Senhorim > 31 de maio de 2014 > 24º convívio da CART 2479 / CART 11 (Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/71) > Foto nº 943 > Nesta,  os nossos cabos milicianos, Valdemar, Abílio Pinto, eu, o Aurélio e o Macias.



Nelas > Canas de Senhorim > 31 de maio de 2014 > 24º convívio da CART 2479 / CART 11 (Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/71) > Foto nº 946 > ​A referir nesta foto o 4º. Pelotão, com o Alf Pina Cabral sentado, mais o Valdemar; à esquerda o Cabo At Altino, mais os anteriores acima referidos (o Macias, o Abílio Pinto, o Aurélio) e a ainda o Cabo Mil de Trms Silva ( Obs: nunca gostei do nome Furriel!)



Nelas > Canas de Senhorim > 31 de maio de 2014 > 24º convívio da CART 2479 / CART 11 (Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/71) > Foto nº 954 > Nesta deves reconhecer o Cândido Cunha, acompanhado do ex-Alf. Martins, comandante do nosso Pelotão, meu e do Cunha.



Nelas > Canas de Senhorim > 31 de maio de 2014 > 24º convívio da CART 2479 / CART 11 (Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/71) > Foto nº 968 > Foto tirada junto a um monumento referente às Guerras do Ultramar (1)



Nelas > Canas de Senhorim > 31 de maio de 2014 > 24º convívio da CART 2479 / CART 11 (Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/71) > Foto nº 970 > Foto tirada junto a um monumento referente às Guerras do Ultramar (2)

Fotos ( e legendas): © Abílio Duarte (2013). Todos os direitos reservados. (Editadas por L.G.)

1. Mensagem de hoje do nosso camarada Abílio Duarte [ex-fur mil art, CART 2479 (que em janeiro de 1970 deu origem à CART 11, Os Lacraus, que por sua vez em junho de 1972 passou a designar-se CCAÇ 11), Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70]:


Olá Luis,

Tomo a liberdade de te enviar algumas fotos do nosso convivio em Canas de Senhorim, no passado dia 31 de Maio (*) .Os meus agradecimentos pela tua disponibilidade.

Um grande abraço em nome de todos Os Lacraus. (**)
Abílio Duarte
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 4 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13093: Convívios (590): 24º convívio da CART 2479 / CART 11 (Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/71), 31 de maio, em Canas de Senhorim, Nelas (Abílio Duarte)

Guiné 63/74 - P13242: Parabéns a você (746): Belarmino Sardinha, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista do STM (Guiné, 1972/74)

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Nota do editor

Último poste da série de 5 de Junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13237: Parabéns a você (745): Manuel Traquina, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2382 (Guiné, 1968/70)

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Guiné 63/74 - P13241: Convívios (603): CCAV 2748 (Canquelifá, 1970/72), Almeirim, 31 de maio último: as fotos da nossa alegria, 42 anos depois do regresso a casa (Francisco Palma)



Almeirim > 31 de maio de 2014 >  16º Convívio da CCAV 2748  (Canquelifá, 1970/72) > Foto de família


Almeirim > 31 de maio de 2014 >  16º Convívio da CCAV 2748  (Canquelifá, 1970/72) > Ao centro, o organizador, o nosso camarada Francisco Palma



Almeirim > 31 de maio de 2014 >  16º Convívio da CCAV 2748  (Canquelifá, 1970/72) > A  alegria do reencontro...


Almeirim > 31 de maio de 2014 >  16º Convívio da CCAV 2748  (Canquelifá, 1970/72) >  Camaradas e amigos para sempre...


Almeirim > 31 de maio de 2014 >  16º Convívio da CCAV 2748  (Canquelifá, 1970/72) >  A "hora da dolorosa"...


Almeirim > 31 de maio de 2014 >  16º Convívio da CCAV 2748  (Canquelifá, 1970/72) >  O bolo dos 42 anos do regresso a casa

Fotos: © Francisco Palma  (2014). Todos os direitos reservados. (Editadas e legendadas por L.G.)


1. Mensagem de Franscisco Palma [ex-Soldado Condutor Auto Rodas da CCAV 2748 / BCAV 2922, Canquelifá, 1970/72], com data de 2 do corrente


Assunto - 16º Convívio da CCAV 2748

Estimados Camaradas / Tabanqueiros / Bloqueiros,

Mais um ano se passou!

Em 31/05/2014, a CCAV 2748 do BCAV 2922 realizou, com 90 presenças, grande alegria, amizade e camaradagem o seu 16º Convívio, no Restaurante Marisqueira Os Paulos, em Almeirim

A sensação de mais um reencontro de camaradas combatentes de Canquelifá, no leste da Guiné,  1970-72, em que mais uma vez foram ultrapassadas todas as expectativas, 

Compareceram dois camaradas que não víamos desde 1972, data do regresso, o Manuel Correia Graça DFA,  ferido com acidente de estilhaço de obus 14, e o José António Alves, meu camarada de abrigo (eu e ele ripostámos ao fogo inimigo, lado a lado, pelo menos em 10 ataques frente ao Abrigo 12).

Tantas relembranças e histórias/estórias recontadadas de factos vividos e que nos parece aconteceram... ontem!... Com sorrisos de alegria estampados nos rostos, já a começar a enrugar, e com os cabelos já "muito" grisalhos... Na realidade, já se passaram 42 anos do regresso daquele TO.

Na qualidade de organizador, sinto-me honrado e sem conseguir explicar em palavras o que sentimos.
Junto fotos que falam por si.

Um abraço a todos os Camaradas
Francisco Palma
CCAV 2748 

Guiné 63/74 - P13240: IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (14): Homenagem do nosso "poeta todos os dias", Silvério Dias, ex-radialista do PFA,... que infelizmente não vai poder estar connosco em Monte Real, no dia 14... E, a propósito, já temos 110 inscrições, 6 das quais da diáspora lusitana (França, EUA, Holanda)

1. Mensagem do nosso camarada Silvério Dias [ex-1º srg art ref, com 9 anos de Guiné, de 1967 a 1976, radialista no PFA, entre 1969 e 1974], com data de 3 do corrente

Assunto >  10º aniversário da Tabanca Grande

Ao "Homem-Grande" e a todos os "Tabanqueiros", votos de saúde, alegre disposição e alguna euros para gastos, deste vosso companheiro, o 651 - Silvério Dias.

Definitivamente, não me é possível marcar presença em Monte Real,no dia 14 de junho, o que lamento. Porém, homem previdente que sou, tinha alinhavado um escrito para. vos ler, com "voz Pifas". Delego no António Garcez Costa, vulgo "Tony Sacavem", tal tarefa. Prometeu estar convosco, tal como esteve, comigo no PFA [, Porgrama das Forças Armadas] da Guiné.

Assim sendo:

Frase nº .26., fora de concurso: "A Tabanca é Grande... Nela cabe, sempre mais um!" (*)

O Mundo era pequeno.
Portugueses o tornaram maior.
Povo aguerrido mas sereno,
O dilatou, pela Fé e com Valor!

E descobriu,...uma tabanca.
Grande. Tão grande que acolhe milhares.
Homens vários, de cor branca.
Estiveram na Guiné como militares.

Tabanca! É aí que se encontram,
A contar as suas "estórias".
O que dizem quando as contam,
Nesse rapar, do baú das memórias?

Talvez blogando, recordando e sorrindo,
Outras vezes, gemendo e chorando,...
Porque foi bom, de lá ter vindo,
Sem males, mas algo lá deixando.

Tabanca Grande, onde cabemos,
Qualquer que seja a origem ou posto,
Perfilhando memórias e afetos serenos,
De há dez anos, com muito gosto!

E hoje, em dia tão memorável,
Tenhamos na mente esta união,
Dizendo, de forma sustentável,
Filhos de camaradas, nossos são!

Lembrar também ao povo Português:
A nossa bandeira tem sete castelos.
Quem a comprar, na loja do chinês,
Terá pagodes. Nela, espadas seriam cutelos.

Não há que mentir nem disfarçar.
Dizer sim, estive lá e voltei!
Na Guiné, em guerra do Ultramar.
Me disseram que defendia Pátria e Grei.

D'alguém como eu, me fiz amigo.
Partilhámos a saudade e os anseios.
E porque dormimos no mesmo abrigo,
Juntos ultrapassamos os receios.

Não deixes os outros falarem por ti.
As histórias são pertença só tua.
A mim, as mensagens que recebi,
Me confortam, se sinto a alma nua.

Quanto ao resto, "a roupa suja",
Ela é privada e na caserna se lava.
Nunca na parada. Aí, que apenas surja,
Aquele gigantesco poilão que nos abrigava!

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Utopias, devaneios... são o que são!
Esta amálgama compilada da lista,
Sujeita a bem intencionada votação.
Eleita a melhor, que a ela se assista!

De parabéns, todos os "tabanqueiros"
Desde os mais recentes aos primeiros.
E, justiça, aqui e agora de faça:
O movimento (louvável) deve-se ao Luís Graça.

Para ele uma salva de palmas,
Como agradecimento das nossas almas!

Oeiras, 3 de Junho 2014. (**)

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Notas do editor: 

(*) Vd. poste de 1 de junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13222: IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (12): Escolhidas as cinco melhores frases por 69 grã-tabanqueiros... E a menos de 2 semanas, temos já 94 bravos voluntários para a Operação Monte Real 2014, no dia 14 deste mês...

Guiné 63/74 - P13239: Artistas de variedades no mato (2): Em Bambadinca, no meu tempo, trabalhava-se com a prata da casa... Mas também me lembro de um espetáculo com profissionais: Tino Costa, Fernando Correia... (Gabriel Gonçalves, ex-1º cabo cripto, CCAÇ 12, 1969/71)


Guiné > Zona Leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Possivelmente maio de 1969 > Foto (nº 212) do álbum do José Carlos Lopes, ex-fur mil amanuense, com a especialidade de contabilidade e pagadoria, especialidade essa que ele nunca exerceu (na prática, foi o homem dos reabastecimentos do batalhão).

O meu camarada Lopes (, estivemos juntos em Bambadinca, de julho de 1969 a maio de 1970,) já não pode precisar em que data é que foi tirado este "slide" (e outros do mesmo evento). Mas lembra-se muito bem da visita da Cilinha e do conjunto musical das Forças Armadas que veio animar a malta da CCS do batalhão e subunidades adidas (Pel Rec Daimler 2046, Pel Mort 2106, Pel Caç Nat 63 - que em maio vai para Fá, sendo rendido pelo Pel Caç Nat 53) . Se foi nesta data, a CCAÇ 2590/CCAÇ 12 ainda estava para chegar...
.
O conjunto musical (foto. nº 212) era formado por 5 elementos, tudo ou quase tudo cabos, havendo 1 cantor, 3 guitarras elétricas e 1 baterista (pormenor curioso: arranjou um cunhete de munições para pôr em cima da cadeira e "fazer altura"). (O nosso camarada Vitor Raposeiro, ex-Fur Mil, Radiotelegrafista, STM, de rendição indiviual, que passou por Aldeia Formosa, Bambadinca, Bula e Bissau, 1970/72, também viria integrar este conjunto musical das Forças Armadas, tendo saído de Bambadinca ao tempo do BART 2917).

Foto: © José Carlos Lopes (2013). Todos os direitos reservados. (Editada e legendada por L.G.)


1. Mensagem do Gabriel Gonçalves [, ex-1º cabo cripto, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71], com data de ontem,

 Luis:

Espero que já estejas totalmente restabelecido da cirurgia.

Quanto à questão que pões (*), lembro-me que no tempo do BCAÇ 2852 (1968/70), os espectáculos eram feitos com a prata da casa, pois formou-se um conjunto musical, do qual eu fazia parte, ( tenho que ir procurar algumas fotos que testemunham isso).

No tempo do BART 2917 (1970/72), houve um espectáculo onde participaram, além de mim, outros camaradas da  CCAÇ 12, acompanhados ao acordeon pelo Tavares [, 1º cabo escriturário].

Também houve um espectáculo, esse sim com profissionais, dos quais o acordeonista Tino Costa, uma cantora (de que não me lembro o nome) e o Fernando Correia, este lembro-me, dado ter interpretado uma canção da qual nunca me esqueci:  Canção do Moliceiro  [, disponível no You Tube / João Santos, em áudio] (**) : 

Grande abraço

GG

2. Comentário de LG:

Obrigado, GG, grande companheiro das noitadas de Bambadinca, e meu camarada da CCAÇ 12. Obrigado pelas tuas recordações. Nessa altura, tu tocavas violas e canatavas muito bem, nomeadamente músicas com letras parodiadas...

 Chamavam-te (descobri há tempos num texto do Luís Nascimento, o cripto da CCAÇ2533)  o "bambibo de oro"... Com toda a justiça.. Para nós, eras o GG, o Arcanjo Gabriel...

Do nosso 1º cabo escriturário Tavares [, foto à esquerda, do Humberto Reis, em Nhabijõies, c. 1970,] e do seu acordeão lembro-me muito bem! O nosos 1º cabo escriturário Eduardo Veríssimo de Sousa Tavares!... (O que será feito dele ? Disse-me alguém tê-lo encontrado,há uns anos, a trabalhar no Porto).

Havia mais malta que tocava viola, na nossa CCAÇ 12...

Mas eu agora queria era chamar-te a atenção para foto que republico acima (***)...Há dúvidas sobre a data. Em princípio, teria sido tirada em maio de 1979, aquando de um visita das senhoras do Movimento Nacional Feminino a Bambadinca, acompanhadas do conjunto musical das Forças Armadas.  Será mesmo malta desse conjunto ou será malta da CCS/BCAÇ 2852 ? Inclino-me mais para a 1º hipótese...  Se a foto de maio de 1969, ainda não é do nosso tempo, já que fomos para Bambadinca só em 18/7/1969.

3. Mensagem posterior do Gabriel Gonçalves, em comentário ao poste e em resposta ao pedido pelo editor:

Essa foto é de 1969 [, 1º semestre,] e o conjunto musical é constituído por elementos de Bambadinca, da CCS/BCAÇ 2852 ( nós, CCAÇ 12, ainda não estávamos lá). O baterista que está sentado no cunhete, é o Serafim, condutor auto [ 1º cabo condutor auto Serafim Gragelo de Jesus]; o vocalista é o Tony, telegrafista [1º cabo radiolegrafista António N. Sousa]; quanto aos outros não me lembro dos nomes, mas são todos do BCAÇ 2852. ____________

Notas do editor

(*) Vd., primeiro poste da série > 4 dce junho de  2014 > Guiné 63/74 - P13235: Artistas de variedades no mato (1): Rui Mascarenhas... em Bafatá, anunciado para o dia 27/2/1973... Ou uma história com moral: voluntário na tropa nem para comer... (António Santos, ex-sold trms, Pel Mort 4574/72, Nova Lamego, 1972/74)

Vd. também os seguintes postes_

Meia-noite ria abaixo,
Lá vai lesto o moliceiro,
Vai retratando nas águas
As saudades do barqueiro.

Nas noites em que há luar.
Quando passas. moliceiro,
És das coisas mais bonitas
Que tem a ria de Aveiro.

Ai, ai, ai, lindo moliceiro,
Deixa-me ir contigo à ria de Aveiro.
À ria d'Aveiro, à ria sem par,
Lindo moliceiro que andas a vogar.
Que andas a vogar na ria d'Aveiro,
Deixa-me ir contigo, lindo moliceiro.


(***) Vd. poste de 23 de janeiro de  2013 > Guiné 63/74 - P10993: Álbum fotográfico do ex- fur mil José Carlos Lopes, amanuense do conselho administrativo da CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) (8): Há festa no quartel: visita da Cilinha e do conjunto musical das Forças Armadas, em abril ou maio de 1969

Guiné 63/74 - P13238: (Ex)citações (234 ): A angústia do artilheiro quando tinha de dar apoio às NT, nomeadamente quando estavam sob fogo IN... (Vasco Pires, ex-alf mil art, cmdt do 23.º Pel Art, Gadamael, 1970/72, há mais de 4 décadas no Brasil)


Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 > Agosto de 1972 > O temível obus 14 [140 mm] em ação... à noite.

Foto: © Vasco Santos (2011) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.



1. Mensagem, de 25 do passado mês de maio,  do nosso camarada Vasco Pires [ex-alf mil art, cmdt do 23.º Pel Art, Gadamael, 1970/72; membro da Tabanca Grande, a viver na diáspora, Brasil]

...AINDA A ARTILHARIA DA GUINÉ.

Caríssimos Carlos/Luís,
Éramos poucos e dispersos, e dispersos continuamos, talvez por isso a nossa história seja tão pouco conhecida, digamos mesmo, quase esquecida.

O Comando da Artilharia na Guiné ficava em Bissau, BAC 1, GAC 7, e finalmente GA 7 quando agregou a Artilharia Antiaérea, sob o comando de um Oficial Superior de Artilharia e os Pelotões espalhados no TO, adidos a Companhias ou Batalhões que, penso, chegaram a 27. A tropa era do contingente local, sendo três graduados da tropa continental, um Alferes e dois Furriéis, e, raramente, um Cabo Apontador.

Os Pelotões não podiam sair dos quartéis sem uma autorização expressa do Comando em Bissau, ou - no meu tempo - com uma ordem escrita do Comando Operacional local; os Artilheiros ficavam, segundo alguns, no "bem bom" do arame farpado.

A Artilharia tinha funções de defesa e ataque, incluindo apoio às NT em combate. Eu, com excepção, de dois "passeios" que fiz no começo e no fim da comissão, ao Bachile e a Ingoré, passei a maior parte do meu tempo de serviço na Guiné num quartel da fronteira Sul, Gadamael, também conhecido como Gadamael Porto.

Os quartéis da fronteira Sul  eram "ilhas" rodeadas de arame farpado, no meio de "terra de ninguém", e ao alcance da Artilharia IN além-fronteira. Falar das condições operacionais da fronteira Sul, tornar-se-ia repetitivo, pois já foi feito exaustivamente.

A vigilância constante era apanágio da atividade da Artilharia, durante o dia no apoio às NT, e durante a noite em alerta para uma pronta resposta às flagelações da artilharia IN. Digo pronta resposta, contudo precedida de uma rápida análise da situação, para evitar o fogo de contra-bateria, ou seja evitar que uma resposta precipitada facilitasse a regulação do tiro IN. Em alguns casos extremos - aqui-del-rei que eles querem entrar! - poucos, felizmente, o Artilheiro tinha de dar uma de Clint Eastwood dos Trópicos, e fazer tiro direto.

Contudo, como já disse anteriormente noutro comentário, o momento de maior tensão do Artilheiro era o apoio às NT, principalmente quando estavam debaixo de fogo IN, todos podem imaginar a precaridade do envio de dados naquelas condições operacionais física e emocionalmente.

Quantos militares, até civis, não sentiram alívio quando ouviam o "troar dos nossos Canhões"?

OBSERVAÇÃO: escrevo estas mal traçadas linhas, motivado por um alerta do Camarada Luís Graça sobre a falta de conhecimento da "cultura" da Artilharia; não faz parte, pois, da coletânea "A minha guerra é maior que a tua".

...e siga a Artilharia... (**)

forte abraço a todos
Vasco Pires
Ex-soldaddo de Artilharia (IOL)
____________

Notas do editor:

(*) Vd. postes de:

18 de maio 2014 > Guiné 63/74 - P13159: (Ex)citações (232): "Tristes artilheiros solitários" no meio dos infantes... (Vasco Pires, (ex-alf mil art, cmdt do 23.º Pel Art, Gadamael, 1970/72)

26 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P13046: O segredo de... (18): O ato mais irresponsável nos meus dois anos de serviço como soldado de artilharia (Vasco Pires, ex-alf mil art, cmdt do 23.º Pel Art, Gadamael, 1970/72)

(**) Último poste da série 20 de maio de  2014 > Guiné 63/74 - P13167: (Ex)citações (233): Venho manifestar o meu apoio ao camarada Veríssimo Ferreira pelo repto que faz ao camarada Manuel Vitorino (Manuel Luís Lomba)

Guiné 63/74 - P13237: Parabéns a você (745): Manuel Traquina, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2382 (Guiné, 1968/70)

____________

Nota do editor

Último poste da série de 3 de Junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13228: Parabéns a você (744): António Azevedo Rodrigues, ex-1.º Cabo do CMD AGR 2957 (Guiné, 1968/70)

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Guiné 63/74 - P13236: Tabanca Grande (437): Mais dados pessoais e o meu rodopío até chegar à CART 1659 - "ZORBA" (Joaquim Fernandes Alves)

1. Mensagem do nosso camarada Joaquim Fernandes Alves (ex-Fur Mil da CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68), com data de 7 de Abril de 2014:

Camarada e amigo Luís Graça
Joaquim Fernandes Alves, ex-Furriel Milº. da Cart 1659 "ZORBA" Gadamael Porto/Ganturé, conforme referenciei no primeiro contacto que tivemos, e que era encontrar camaradas da Cart "ZORBA".

Graças a ti, quase no dia seguinte apareceu através da filha do camarada Augusto Varandas Casimiro, ex-Furriel Vaguemestre e nunca pensei que vivesse tão perto, uma vez que mora aqui na Madalena em V.N. Gaia. Para tal vou anexar foto identificativa dele assim como o nosso camarada Mário Vitorino Gaspar que está na mesma foto, e já faz parte do nosso blogue.
A ele é bem merecido o testemunho e mérito da "ZORBA".

No primeiro contacto, quanto aos meus dados pessoais, pouco disse, mas agora quero acrescentar essas faltas:
- Nasci na freguesia de Pedroso, também do concelho de V. N. de Gaia, a 18 de Maio de 1944.
- Fui recenseado sob o nº 53 a 29 de junho de 1964, e incorporado em 03 de agosto de 1965.

A partir daqui, e, "por razoes óbvias", foi um rodopiar de Quartéis por onde passei RI 10, Hospital Militar de Coimbra 27 dias, novamente RI 10, BTM 3, RTM, RAL 4, (onde terminou a minha grande esperança), vem tristemente EPA (Vendas Novas), onde fiz o 2.º ciclo do CSM, GACA2 (Torres Novas).
Aí estava a ser formada a companhia à qual mal eu sabia que ia pertencer. Esta parte para Penafiel, onde mais tarde a fui apanhar já no RAC em Oeiras para fazer o IAO.

A 11 de Janeiro de 1976, partimos no navio Uige, destino Gadamael Porto/Ganturé.
De Bissau até Gadamael, saíu na rifa que o 2.º Pelotão do qual fazia parte, o destacamento de Ganturé era a "morança".
Mais tarde passámos para Gadamael e aí fiquei até ao fim da comissão.

Chegámos a Lisboa a 6 de Novembro de 1968, mas como já referenciou o amigo e camarada Mário Gaspar, não morremos na Guiné, mas quase morríamos à chegada dada uma inclinação do navio com o peso dos olhares do pessoal para o mesmo lado Lisboa/Cais.

Após todo este testemunho, e uma vez por motivos de renovção da carta de condução, anexo também uma fotografia nova foto, caso queiras também atualizar, assim como uma foto com já disse acima, onde estamos: eu, Mário Gaspar e Augusto Varandas Casimiro, que graças a ti o reencontrei.


Alguns meses depois, passei a exercer a minha atividade profissional como Ajudante de Despachante Oficial, na Alfândega do Porto, até ao "fatídico dia 03 de janeiro de 1993".

Não morri na guerra mas ia morrendo de dor e sofrimento, por ter perdido o meu posto de trabalho, tempos muito difíceis que graças a Deus fui ultrapassando.

Um abraço amigo do sempre camarada
Joaquim F.Alves.
____________

Nota do editor

Último poste da série de 23 de Maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13184: Tabanca Grande (436): José Diniz Carneiro de Souza e Faro, ex-Fur Mil Art do 7.º Pel Art (Cameconde, Piche, Pelundo e Binar, 1968/70), Grã-Tabanqueiro 657

Guiné 63/74 - P13235: Artistas de variedades no mato (1): Rui Mascarenhas... em Bafatá, anunciado para o dia 27/2/1973... Ou uma história com moral: voluntário na tropa nem para comer... (António Santos, ex-sold trms, Pel Mort 4574/72, Nova Lamego, 1972/74)

1. Mensagem do António Santos, grã-tabanqueiro da primeira hora [, ex-sold trms, Pel Mort 4574/72, Nova Lamego, 1972/74], respondendo a um  mail nosso, enviado pelo correio interno da Tabanca Grande, na sequência do poste P13233 (*):

Camaradas:  Quem se tembra de espetáculo de variedades no mato ? E com que artistas ? E em que épocas ? Podiam ser iniciativas do Programa das Forças Armadas ou o Movimento Nacional Feminino... Se sim, mandem histórias e fotos... Obrigado. Luís Graça

Data: 4 de Junho de 2014 às 16:18

Assunto: Artista no mato

Caro Luís

Espero que estejas a recuperar bem desse esqueleto.

Uma pequena estória sobre o assunto em epígrafe: no dia 27-02-1973, saí da enfermaria [, em Nova Lamego,] para dois dias de convalescença de mais uma dose de Paludismo, portanto dois dias sem escala de serviço. Ao sair da mesma fui convidado a ir numa coluna para Bafatá para assistir a um espectáculo do Rui de Mascarenhas.

Claro que não resisti e vai daí saltei para a Berliet. A viagem era para ser de ida e volta no mesmo dia, mas não foi.

Não foi porque infelizmente morreu um camarada nosso afogado no Rio Geba, e o Ten Cor de Bafatá não autorizou o espectáculo. Depois descambou tudo, tivemos que ficar para o outro dia, acabamos por dormir numa caserna de um pelotão que tinha saído para o mato, jantar, lerpámos, pequeno almoço idem, Arrancamos para o Xime que ainda era a casa da CART 3494 do Sousa de Castro e de um amigo meu que foi 1º cabo enfermeiro da a mesma e que descobri in loco.

De novo Bafatá e depois de algum barulho lá se arranjou uma ração de combate para dois, e seguimos para a tua Contubuel para recolher 2 Pelotões de Mililícias destinados à zona de Nova Lamego, onde chegamos ao fim do dia 28-02-1973... sem Rui de Mascarenhas, cansados e maltratados moralmente.

Para mim chegou, voltei a aplicar a velha máxima, voluntário na tropa nem para comer, que eu na véspera tinha esquecido.Cumprimentos,
António Santos

[foto à direita: II Encontro Nacional da
 Tabanca Grande, Pombal, 2007]

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Nota do editor:

Guiné 63/74 - P13234: Fotos à procura... de uma legenda (28): Será que algum me saberá dizer de que cerimónias/festas se tratam? Qual a etnia e região? Será que algum dos militares retratados faz parte da Tabanca Grande? (Lucinda Aranha)

1. Mensagem da nossa amiga tertuliana Lucinda Aranha, filha de Manuel Joaquim, empresário e caçador em Cabo Verde (1929/1943) e Guiné (1943/1973), com data de 22 de Abril de 2014:

Caro Carlos:

1. Gostei muito dos mails que me mandou sobre as memórias de uma adolescente e sobre o Kumba Ialá.

Na minha investigação, tenho testemunhos sobre o Kumba Ialá ter sido ajudante do meu pai. Segundo me disseram, admirava-o tanto que queria ser chamado por Manuel Joaquim;

2. Envio-lhe várias fotografias acompanhadas do seguinte texto:

Camaradas tabanqueiros:

Será que algum me saberá dizer de que cerimónias/festas se tratam? Qual a etnia e região? Será que algum dos militares retratados faz parte da Tabanca Grande?

Se for o caso ou se eventualmente alguém os reconhecer, será que me saberá dizer quando e em que circunstâncias a fotografia foi tirada? Será que me podem confirmar se a fotografia que mostra a carrinha terá sido tirada no Senegal, em Ginigishor?

3. Caro Valdemar Silva:

Se eventualmente quiser usar, no meu novo livro, a sua fotografia com o cartaz do filme Rififi põe algum obstáculo?

Cumprimentos,

Lucinda Aranha

Foto nº.1

Foto n.º 2

Foto n.º 3

Foto n.º 4

Foto n.º 5

Foto n.º 6

 Foto n.º 7
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Nota do editor

Último poste da série de 12 de Maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13134: Fotos à procura... de uma legenda (27): Alguns de nós, poucos, passaram por lá... Foi centro de instrução militar...

Guiné 63/74 - P13233: Estórias e memórias de Silvério Dias, radialista, PFA, 1969/74 (3): Acompanhando artistas de variedades como o Horácio Reinaldo, o Rui de Mascarenhas e outros em digressões pelo mato


Guiné > Região do Oio > Setor de Farim > Canjambari > CCAÇ 2533 (1969/71) > 17 de fevereiro de 1970 , 3ª feira  (nesse ano, o Carnaval foi a 10) > 14h > Espetáculo de variedades, organizado pelo Programa das Forças Armadas (PFA) > Na foto o cantor Horácio Reinaldo (1992-1993) é apresentado ao auditório, nmum improvisado palco montado de manhã.


Guiné > Região do Oio > Setor de Farim > Canjambari > CCAÇ 2533 (1969/71) > 17 de fevereiro de 1970 , 3ª feira  (nesse ano, o Carnaval foi a 10) > 14h > Espetáculo de variedades, organizado pelo Programa das Forças Armadas (PFA) > Aspeto da assistência, incluindo à direita o piloto da avioneta que trouxe a Canjambari o artista e um furriel do PFA.

Fonte: "Histórias da CCAÇ 2533", s/d, s/l, pp. 46-47 (*)


1. Resposta de ontem, a um pedido do editor sobre o cantor Horácio Reinaldo (*) ao nosso camarada Silvério Dias, no âmbito das suas funções no Programa das Forças Armadas (PFA) (**):


Ao tempo, tive por missão acompanhar Horácio Reinaldo, na sua digressão de alegrar as hostes espalhadas pelos aquartelamentos da Guiné.. O "artista" era possuidor de refinada brejeirice e alegrava sem duvidas os auditórios mais improvisados.

De compleição um tanto frágil, "o pobre" sofria imenso com o calor. Após breves actuações, já o ouvia:
- Oh senhor sargento, conte lá algumas anedotas do seu reportório, até eu recuperar deste clima!...

Contou-me histórias hilariantes da sua vida artística, que desenvolveu mundo fora.

Tal como aconteceu com o Horácio Reinaldo [Luanda, 1922- Entroncamento, 1993] (*), muitos mais artistas colaboraram, nessa base da diversão. Acompanhei muitos e destaco um espectáculo memorável na Base Aérea de Bissalanca, em que a "estrela" foi o saudoso, Rui de Mascarenhas [Vila Pery, Moçambique,1929 - Vila Nova de Gaia, 1987].(***)

Algum dos "tabanqueiros" da FAP . assistiu?

Meu Deus, há quanto tempo!...