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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Guiné 63/74 - P13699: História do BART 3873 (Bambadinca, 1972/74) (António Duarte): Parte XIII: fevereiro de 1973: (i) a população sob nosso controlo não gostava da "psícola"; corruptela de "ação psicológica"; (ii) operação de envergadura na península da Ponta do Inglês, com 5 mortos confirmados do IN e 7 feridos da CCAÇ 12, todos da secção do fur mil Duarte


Guiné > Zona Leste > Setor L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > A helievacuação de feridos em Madina Colhido, no regresso ao Xime ... É uma imagem que se repetia  ao longo dos anos, sempre ou quase sempre que havia  operações à península da Ponta do Inglês. Desde a sua formação, em julho de 1969 e até à sua extinção, em agosto de 1974,.  a CCAÇ 12, subunidade de intervenção, esteve  às ordens de pelo menos 3 batalhões sediados em Bambadiinca: BCAÇ 2852 (1968/70), BART 2917 (1970/72) e BART 3873 (1973/74)... Depois de dar e  levar muita "porrada", a CCAÇ 12 foi guarnecer o aquartelamento do  Xime como subunidade de quadrícula, em meados de 1973, quando a CART 3494  foi colocada em Mansambo, subsetor que aparentemente se tornou-se, nesta altura (1972/74)  mais calmo do que no meu tempo (1969/71) e no tempo do Torcato Mendonça e do Carlos Marques dos Santos (CART 2339, 1968/69).

Foto: © Arlindo T. Roda (2010). Todos os direitos reservados [Edição: LG]



1. Continuação da publicação da história do BART 3873(Bambadinca, 1972/74), a partir de cópia digitalizada da história da unidade, em formato pdf, gentilmente disponibilizada pelo António Duarte.

[António Duarte, ex-fur mil da CART 3493, companhia do BART 3873, que esteve em Mansambo, Fá Mandinga, Cobumba e Bissau, 1972/74; foi voluntário para a CCAÇ 12 (em 1973/74); economista, bancário reformado, foto atual à esquerda].
O grande destaque do mês de fevereiro de 1973, a seguir à  morte de Amíolcar Cabarl (1924-1973)   vai para:
(i) É a a época das queimadas, feitas em grandes extensões tanto pelas NT como pelo IN;

(ii) A população sob nosso controlo não gosta da expressão "psicola"; corruptela de "ação psucológica";

(iii) Na Op Bate Duro (de 25, às 5h30, a 27 de fevereiro de 1973, às 15h00), no susetoro do Xime (Ponta Varela / Ponta do Inglês / Ponta João Silva / Poidom), envolvendo forças da CCAÇ 12 (3 gr Comb), CART 3494 (3 Gr Comb) e ainda os GEMIL 309 e 310 (Enxalé),  o IN soferu 5 mortos confirmados; foi, semdúvia, um  dos palcos, a península da Ponta do Inglês, um dos palcos  mais sangrentos da história da guerra colonial (ou da guerra de libertação) no TO da Guiné;

(iv) Nesta operação de patrulhamento ofensivo,  emboscadas e montagem de armadilhas, a CCAÇ 12 teve 7 feridos, todos da secção do António Duarte  (que era a da bazuca); o Duarte não participou nesta operação  por estar de férias em Bissau, mas deixou esta nota, a vermelho, na cópia do exemplar  hsitória da unidade que nos mandou,

Fevereiro de 1973: operação de envergadura na região da Ponta do Inglês / Poindom, com 5 mortos confirmados do IN e 7 feridos da CCAÇ 12.





















(Continua)



Guiné > Zona Leste > Croquis do Setor L1 (Bambadinca), que coincidia em parte com a antiga Zona 7 do PAIGC (margem direita do Rio Corubal) > 1969/71 (vd. Sinais e legendas). 

[Veja-se a localização do Ximer, Ponta Varela, Poidom  e Ponta Lu+is, topónimos acima referidos. No Arquivo Amílcar Caberal, Ponta do Inglês e  Ponta Luís Dias são sempre referiidas como Gã Dias e Gã Carnês ou Garnes.Grande parte da população (balanta) que vivia na Ponta do Inglês e  na Ponta Luís Dias tinha fugido de Samba Silate, perto de Nahbijões,  no início da guerra] (LG)

sábado, 19 de outubro de 2013

Guiné 73/74 - P12171: Tabanca Grande (410): João Paulo Diniz, ex-locutor do PIFAS (Bissau, 1970/72), nosso grã-tabanqueiro nº 630

1. O novo membro da nossa Tabanca Grande, nº 630, é o nosso já conhecido João Paulo Diniz  [, foto à esquerda, quando locutor do PIFAS, Bissau, c. 19790/72. Foto do  Garcez Costa]:


O João Paulo Dinis tem mais de um dúzia de referências no nosso blogue. Estava convidado para integrar a Tabanca Grande desde março de 2012, convite a que anuiu, tendo nós ficado à espera de uma foto do tempo de Bissau (que nunca chegou a mandar).

Ele era militar de engenharia, BENG 447, tinha o posto de 1º cabo, foi requisitado para o Com-chefe para trabalhar na rádio, por ser já "locutor profissional!"... Na realidade, ele era o único locutor profissional do PFA, no seu tempo (meados de 1970/ meados de 1972). Como é do conhecimento público, ele teve uma importante participação no 25 de abril de 1974, ao lançar a primeira senha dos Militares de Abril, aos microfones dos Emissores Associados de Lisboa (e não Rádio Clube Português, como já vimos escrito por aí), às 22.55, do dia 24 de abril. A senha era a canção "E Depois de Adeus", interpretada por Paulo de Carvalho. Foi agraciado, pelo Presidente da Repúbica,  no passado 10 de junho, com o grau de Oficial da Ordem da Liberdade.

O João Paulo Diniz trabalhou na rádio e na TV durante 47 anos. O último programa de que foi responsável, "Emoções", na Antena 1, terminou recentemente em 29/12/2012. 



Guiné > Bissau > PFA - Programa das Forças Armadas > c. 1970/72 > Álbum de Garcez Costa > Foto nº 4 > Da direita para a esquerda: Garcez Costa e João Paulo Diniz, à porta das instalações do Comando-Chefe das Forças Armadas

Foto: © Garcez Costa (2012). Todos os direitos reservados


 2. Eis o essencial da informação publicada no nosso blogue, e que nos vem sobretudo da memória e dos apontamentos do António Garcez, membro da nosssa  Tabanca Grande 11/9/2012 (**), bem como do João Paulo Diniz com quem falámos várias vezes ao telefone, em Março de 2012 (***), antes de o conhecermos  pessoalmente no nosso VII Encontro Mvaiional em Monte Real, nesse ano:

(i) O PFA. - Programa das Forças Armadas tinha estúdios próprios  na Avenida Arnaldo Schultz, onde funcionava o Comando Chefe das Forças Armadas da Guiné, sob a tutela do Estado Maior do Exército, com uma tafefa específica que era a de fazer "Acção Psicológica";

(ii) O emissor era em Nhacra;  a sede da emissora oficial (a Emissor a Nacional) era no (ou em frente ao) edifício dos CTT, na avenida da sé catedral, onde foi locutor, repórter e chefe de produção o Joaquim Soarees Duarte;

(iii) Após a intervenção logística dos Chefes da Repartição da APSIC,  Otelo Saraiva de Carvalho e depois Ramalho Eanes,  foi remodelado de todo o equipamento técnico dos estúdios de gravação e directos, e foram aumentados e melhorados ps recursos humanos na área de Rádio e Imprensa;

 (iv) O primeiro locutor profissional a trabalhar no PFA foi  falecido Raul Durão; mas havia muito mais malta a trabalhar no programa...  Por exemplo, o  1º Sargento Silvério Dias e a sua esposa, Maria Eugénia (tal "senhora tenente", de que muita malta se lembra;  colaborava graciosamente a em tarefas administrativas e radiofónicas)... Havia uma vasta equipa, chefiadea pelo  1º  sargento Silvério Dias, com o furriel mil Garcez Costa,  o furriel mil Jorge Pinto... O Carvalhêda virá mais tarde...

(v) O programa, de 3 horas diárias, tinha o seguinte horário: 1º tempo: 12h-13h; 2º tempo: 18h30-19h30; 3º (e último) tempo: 23h-24h...

(vi)  A mascote do PIFAS, da autoria do Jorge Pinto (também conhecido por "Jorginho" e "Pifinhas", hoje com paradeiro desconhecido) e do José Avelino Almeidam  terá sido feita em Espanha... Era distribuída (gratuitamente) pela população e pelos militares...

  (vii) No tempo do João Paulo Diniz, o Chefe de Núcleo era p alf mil Arlindo de Carvalho, hoje figura pública político-partidária;

(viii) Outro Carvalho foi o António (Tony), carinhosamente tratado por engenheiro de som e do discotecário Carlos Castro;

(ix) O último a fechar as portas, em 1974, terá sido o José Manuel Barroso, sobrinho do casal Mário Soares/Maria Barroso.

(x) Nos quadros desta estação, enquanto militares, passaram, entre outros, os compositores Rui Malhoa e Nuno Nazareth Fernandes, e o açoriano António Lourenço de Melo, da actual RDP-Antena 1.


VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > Palace Hotel > 21 de Abril de 2012> Ao centro, o João Paulo Diniz (Lisboa), do PIFAS; à sua direita, o Álvaro Vasconcelos (Baião),. que lhe levava a chave do totobola para ser divulgado no Programa das Forças Armadas; e à sua direita, o nosso tabanqueiro sénior Belarmino Sardinha (Odivelas).

Foto (e legenda): © Luís Graça (2012). Todos os direitos reservados

3. Currículo profissional, resumido, do João Paulo Diniz (JPD), enviado em 13 do passado mês de maio:

(i)  profissional de Rádio e TV;

(ii)  47 anos de actividade profissional "durante os quais nunca faltou um dia ao trabalho"; 

(iii) seis anos na BBC em Londres; 

(iv) director da Rádio Alfa em Paris; 

(v) director de Informação da Rádio Comercial;

(vi) dinamizou o Programa da Manhã da Antena 1 como apresentador;

(vii) colaborações várias na TVI, SIC e RTP (nomeadamente RTP-Memória);

(viii) entrevistou inúmeras personalidades nacionais e estrangeiras, "com destaque para o Papa João Paulo II e Nelson Mandela";

(ix) assessor de Imprensa do Alto Comissário para Timor-Leste; 

(x) assessor de Imprensa da Federação Portuguesa de Futebol, tendo trabalhado com a Selecção Nacional por alturas do Euro2004:

(xi) línguas: fluente em inglês e francês; fala espanhol e um pouco de italiano;

(xii) deuixou recentemente os quadros de pessoal da RPP / RDP mas quer continuar a ser útil  e trabalhar, eventualmente, como Assessor de Imprensa ou num Gabinete de Comunicação de uma empresa.

O João Paulo Diniz não precisa de mais apresentações. Já foi recebido de braços abertos na nossa Tabanca Grande, em Monte Real do penúltimo encontro nacional, em 21 de abril de 2012. Só tenho a pedir-lhe desculpa pelo atraso (administrativo...) na formalização da sua entrada neste "batalhão" de camaradas e amigos da Guiné. (LG)

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Vd. também poste de 23 de março de 2012 > Guiné 63/74 - P9645: O PIFAS, de saudosa memória (10): A mascote, um caso sério de popularidade (José Romão)... E até o 'Nino' Vieira ouvia o programa! (João Paulo Diniz)

domingo, 11 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10650: O PIFAS de saudosa memória (17): Uma foto histórica: convívio, em 31 de maio de 1985, em Lisboa, do pessoal do emissor regional da Guiné e do Programa das Forças Armadas (Garcez Costa)



Lisboa > Páteo Alfacinha > 31 de maio de 1985 > Convívio do pessoal do emissor regional da Guiné e do PFA - Programa das Forças Armadas.

Foto: © Garcez Costa (2012). Todos os direitos reservados


1. Mensagem do Garcez Costa, ex-radialista do PFA - Programa das Forças Armadas,  furriel miliciano  (Com-chefe, PFA, Bissau, 1970/72), com data de 30 de outubro último:


Caso entendam publicar no blogue, esta é a tal foto de que falei anteriormente, a qual merece o seguinte apontamento:


Jantar de convívio do pessoal do emissor regional da Guiné e Programa das Forças Armadas, em Lisboa, no Páteo Alfacinha, em 31 de maio de 1985.

Passados anos ainda reconheço algumas personalidades, uns fizeram parte da minha convivência, e outros não identifico, porque não houve o cuidado, na altura, de proceder à legenda da foto.
Em cima: 

(i) Jerónimo (o nosso incansável dactilógrafo – não tinha horário de entrada e nunca se sabia a que horas saía de serviço);

(ii) Ramalho Eanes (incentivou-me a ter gosto pela música clássica) (*);

(iii) Maria Eugénia (a nossa mãezinha e a célebre senhora tenente);

(ii) Silvério Dias (está encoberto o paizinho de todos nós, que era então, no meu tem+po, 1º sargento);

(iv) Dias Pinto (estava no mato, quando vinha a Bissau, colaborava nos noticários);

(v) Raul Durão (o 1º locutor do PFA);

(vi) José Manuel Barroso;  

(vii) João Paulo Diniz (um companheiro fraterno que me ajudou a soltar a voz sem medos)...

Em baixo:

(viii) Mário Feio, Júlio Montenegro (ensinou que a palavra é o corpo da rádio), Faride Magide (técnico do Emissor Regional e bom amigo a par do locutor Lopes Pereira que nunca mais ninguém ouviu falar dele), José Avelino, José Camacho Costa (a nossa amizade estendeu-se desde a adolescência no Colégio Nun'Álvares em Tomar até aos seus últimos dias de vida), Garcez Costa (aqui presente nesta narração) [, o último da direita].
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Notas do editor:

Último poste da série > 23 de outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10561: O PIFAS de saudosa memória (16): Compactos de gravação, Parte II: excerto áudio de "Noite 7" (emissão especial aos sábados) (Garcez Costa, ex-fur mil, 1970/72, ex-radialista)

(*) Guiné 1969/71: (...) "Sob o comando de António de Spínola, trabalhando de perto com Otelo Saraiva de Carvalho, chefia o Serviço de Radiodifusão e Imprensa, na Repartição de Assuntos Civis e Acção Psicológica do comando-chefe. A imagem de Spínola acabará por marcá-lo decisivamente, havendo mesmo quem o considere um homem da 'entourage' do general, ou seja, um 'spinolista' " (...) (Fonte: Museu da Presidência).

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Guiné 63/74 - P10561: O PIFAS de saudosa memória (16): Compactos de gravação, Parte II: excerto áudio de "Noite 7" (emissão especial aos sábados) (Garcez Costa, ex-fur mil, 1970/72, ex-radialista)

1. Mensagem de Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 26 de Abril de 2011:

Queridos amigos,
“Alvorada em Abril” é um testemunho determinante para se entender o desencadeamento das operações que levaram ao derrube do antigo regime.
Otelo Saraiva de Carvalho rememora acontecimentos militares e descreve o que viu na Guiné, teatro de operações que teve um papel crucial na génese do Movimento dos Capitães.
A tal propósito, deixa-nos as suas impressões sobre os acontecimentos de 1970 a 1973, naturalmente controversos mas com uma importância soberana.

Um abraço do
Mário


Otelo Saraiva de Carvalho e a Guiné

Beja Santos

"Alvorada em Abril "é o título das memórias de uma figura lendária do 25 de Abril em torno da história portuguesa dos anos 50 aos anos 70, culminando com a concepção e execução do derrube do regime chefiado por Tomás e Caetano. Temos nestas memórias o que para ele foi determinante, no seu percurso pessoal e no seu modo de interpretar os acontecimentos contemporâneos, a génese e o triunfo do Movimento dos Capitães e como este desaguou no 25 de Abril ("Alvorada em Abril", Editorial Notícias, 4ª Edição, 1998). A sua terceira e última comissão foi na Guiné, pelo que tem todo o sentido fazer o registo das suas lembranças e observações.

Ele parte para a Guiné em Setembro de 1970 e logo recorda que se encontrava em Nova Lamego, em 22 de Novembro, quando soube da invasão da Guiné-Conacri. A notícia deixou-o estupefacto, ele que trabalhava em Bissau de nada sabia e acrescenta que posteriormente veio a saber que o assunto já era discutido pelas mulheres dos oficiais nos cabeleireiros da Baixa de Bissau antes de se ter realizado. Nessa noite, enquanto decorria a operação, houvera vigília em Bissau, Spínola aguardava ansioso das notícias da missão rodeado dos seus leais colaboradores, tenente-coronel Robin de Andrade, major Firmino Miguel e major Jorge Pereira da Costa. E adianta: "Ainda hoje desconheço quais seriam, exactamente, os objectivos da missão, mas parece não restarem dúvidas de que, entre eles, estariam os assassínios de Amílcar Cabral e de Sékou Touré, o silenciamento da Rádio Conacri, a destruição de sede do PAIGC, a destruição de aviões na base aérea local e a libertação de prisioneiros de guerra portugueses retidos nas prisões da cidade".

Dá-nos em água-forte um retrato de Spínola que culmina com uma apreciação corrosiva: "Medularmente vaidoso e autoritário, sempre o reconheci totalmente incapaz de se atribuir o mínimo erro ou de debitar a mais suave autocrítica. Sendo detentor da razão e da verdade absolutas, era com displicência e sem remorso que liquidava o bode expiatório escolhido para arcar com as responsabilidades de qualquer falhanço pessoal... demagogo em extremo nunca entendi com clareza se as qualidades que nele admirava era autênticas e humanas ou se cultivadas com esforço a fim de construir artificialmente uma personagem".

Descreve o seu trabalho no QG e alude mesmo o nome de oficiais milicianos, da extrema-direita, que mais tarde acompanharão Spínola na aventura do MDLP. Colocado na Subsecção de Operações Psicológicas, assistiu ao exibicionismo propagandístico é à construção de imagem que Spínola quis criar em Portugal e internacionalmente, o que ele procurava era sugerir um extraordinário surto de progresso na Guiné com a sua governação e minimizar os êxitos no combate do PAIGC. Narra peripécias com jornalistas internacionais, certames de propaganda, a realização de Congressos do Povo. Refere os efectivos militares, do lado português e os do PAIGC, as argumentações de aliciamento, de um lado e do outro. A narrativa não é cronológica, dá saltos, vai até ao futuro repentinamente, conta histórias passadas, de supetão. Está-se a falar da propaganda do PAIGC, seguem-se referência ao seu programa político, destaca-se a figura de Rafael Barbosa como agitador, que foi preso em Março de 1962, tendo permanecido encerrado num cubículo durante quase 8 anos, onde foi espancado e torturado. Em Agosto de 1969, Spínola ordenou que fosse libertado. Tempos mais tarde, Rafael Barbosa manifestará publicamente o seu arrependimento por ter aderido à luta armada. Em 1977, será julgado em Bissau pelo PAIGC pelo crime de traição ao partido e ao povo e ser-lhe-á comutada para 15 anos de prisão a pena de prisão perpétua a que fora inicialmente condenado.

Já em 1973, o autor descreve a chegada dos mísseis terra-ar Strella e depois depõe sobre o controverso "I Congresso dos Combatentes do Ultramar". Para Otelo, os organizadores eram antigos oficiais milicianos com ideologia de extrema-direita que garantiam publicamente ao regime a entrega devotada dos oficiais das Forças Armadas à nobre missão de, através da continuidade da guerra colonial, assegurar a perenidade da Pátria. Os oficiais do quadro ter-se-ão apercebido da essência da manobra e reagiram. Almeida Bruno terá sido quem mais actividade desenvolveu, promovendo uma resposta concertada. Para os oficiais na Guiné já não subsistiam dúvidas que o Governo procurava tirar dividendos da "entusiástica adesão dos patrióticos combatentes do Ultramar". E escreve: "Enquanto em Lisboa Ramalho Eanes, Hugo dos Santos, Vasco Lourenço e outros encabeçavam um vasto movimento de protesto, eram recolhidas na Guiné 400 assinaturas de oficiais do QP com a mesma intenção, subscrito em primeiro lugar por oficiais possuidores das mais elevadas condecorações”. O autor inscreve estes acontecimentos num processo mais vasto de descontentamento das Forças Armadas que veio a ser ateado pelo Decreto-Lei nº 353/73, nova peça da bola de neve que irá conduzir à queda do regime.

Passando para outro campo de considerações, Otelo de Saraiva de Carvalho fala dos acontecimentos de Guileje, em Maio de 1973, quando o major Coutinho e Lima mandou evacuar o aquartelamento, para tal escrevendo: "Para o major Coutinho e Lima o motivo era suficientemente forte: incontável número de flagelações da artilharia inimiga tinha destruído quase por completo as instalações aquartelamento e o moral do pessoal. Apesar dos pedidos insistentes e aflitivos, o apoio aéreo não fora concedido, no receio de que a acção fosse um chamariz para o abate de mais alguns aviões. Ao ter notícia da evacuação, Spínola não viu outra alternativa senão ordenar a prisão de Coutinho e Lima e mandar instaurar-lhe um auto de corpo de delito por crime essencialmente militar de cobardia: abandono de praça militar ao inimigo". É neste contexto que surge Manuel Monge, graduado em major, foi sobre os seus ombros que caiu a responsabilidade de aguentar a tragédia de Gadamael.

Estamos praticamente no final na sua narrativa referente à Guiné. Marcelo Caetano decidira, em 1972, apoiar a nomeação de Américo Tomás para novo mandato. Spínola considerava que gozava de alguns apoios muito influentes do panorama político e financeiro português (Azeredo Perdigão, Jorge de Melo, Manuel Vinhas, António Champalimaud). Em Agosto de 1973, Spínola regressa a Portugal, é promovido a general de 4 estrelas e nomeado vice-chefe do EMGFA. Spínola mudara, observa o autor. Fizera um longo, longo percurso, fora administrador e colaborador do boletim da Legião Portuguesa, no início da carreira; baseado na sua experiência guineense, sentia-se agora apto a defender o federalismo para contornar uma guerra não susceptível de ter solução militar.

Em Setembro de 1973, Otelo Saraiva de Carvalho participa pela última vez numa reunião do Movimento de Capitães, em Bissau. E escreve: "Exactamente três meses depois da minha chegada a Bissau seguirei para a metrópole em fim comissão. Recebo a incumbência de, em Lisboa, de me integrar no Movimento e ser o porta-voz das preocupações que assaltam os camaradas no TO da Guiné". Preocupações que ele desenha num quadro de tintas carregadas: é previsível que o PAIGC irá proclamar a independência do território. Nas reuniões do Movimento dos Capitães em embrião já se debate o que irá mudar com essa independência reconhecida pela ONU. E escreve: ”O Governo Central não proporcionará às Forças Armadas no TO da Guiné qualquer apoio, provocando a sua derrota calculada para as transformar em bode expiatório da perda da colónia como acontecera antes com o Estado da Índia, e canalizar todo o esforço militar para a defesa de Angola.”

E tece o seu comentário sobre o que se estaria a passar na mente de Marcelo Caetano:” Em entrevista concedida por Marcelo Caetano no Brasil, em 1977, a um jornalista português, o antigo Presidente do Conselho confirma que tencionava na verdade provocar a queda da Guiné através de uma derrota militar para, salvando a face do regime, reforçar a todo o custo a defesa de Angola por tempo ilimitado. Não posso acreditar que Spínola não estivesse perfeitamente consciente de todo este drama. Considero, pelo contrário, que essa seria a razão fundamental que o teria levado a não regressar para concluir o sexto ano do seu mandato. Ele não poderia nunca, após mais de cinco anos de intensa actividade desenvolvida na Guiné e que era para si motivo de orgulho e honraria, transformar-se no comandante-chefe de umas Forças Armadas enxovalhadas e derrotadas em consequência da ineficácia do regime.”
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 3 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8209: Notas de leitura (235): O Meu Testemunho, uma luta, um partido, dois países, por Aristides Pereira (3) (Mário Beja Santos)

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Guiné 63/74 - P7586: Panfletos de Ação Psicológica (2) (Ernesto Duarte)




1. Este é o segundo poste, de dois, com panfletos de APSICO, que eram largados pelas NT no mato, para tentar cativar a tropa do PAIGC e a população que estava do seu lado.

Estes importantes documentos foram-nos enviados pelo nosso, recentemente entrado, tertuliano Ernesto Duarte, ex-Fur Mil da CCAÇ 1421/BCAÇ 1857, Mansabá, 1965/67, em mensagem do dia 8 de Janeiro de 2011.






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Nota de CV:

Vd. poste de 9 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7577: Panfletos de Ação Psicológica (1) (Ernesto Duarte)

domingo, 9 de janeiro de 2011

Guiné 63/74 - P7577: Panfletos de Ação Psicológica (1) (Ernesto Duarte)

1. Este é o primeiro poste, de dois, com panfletos de APSICO, que eram largados pelas NT no mato, para tentar cativar a tropa do PAIGC e a população que estava do seu lado.

Estes importantes documentos foram-nos enviados pelo nosso, recentemente entrado, tertuliano Ernesto Duarte*, ex-Fur Mil da CCAÇ 1421/BCAÇ 1857, Mansabá, 1965/67, em mensagem do dia 8 de Janeiro de 2011.

Dizia ele na sua mensagem:

Caro Carlos
Se te interessar para alguma coisa tudo bem, se tiveres resmas nos teus arquivos, paciência.
Eu fiquei acordado, vieram umas morteiradas do lado de Mansodé**, estamos a ver o que isto vai dar.
Boa Noite
Ernesto Duarte



(**) Mansodé, tabanca a Sudoeste (SW) de Mansabá de que fala Ernesto Duarte. Cheia de vida, como era perceptível no nosso dia-a-dia, embora que quando lá íamos nunca encontrávamos ninguém.









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Nota de CV:

(*) Vd. poste de 3 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7549: Tabanca Grande (257): Ernesto Pacheco Duarte, ex-Fur Mil da CCAÇ 1421/BCAÇ 1857 (Mansabá, 1965/67)

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Guiné 63/74 - P3402: Acção psicológica a funcionar... O Desporto em Chão Manjaco (Jorge Picado)


1. Mensagem do nosso camarada Jorge Picado, ex-Cap Mil da CCAÇ 2589/BCAÇ 2885, Mansoa, CART 2732, Mansabá e CAOP 1, Teixeira Pinto, com data de 1 de Novembro de 2008

Amigos e Camaradas

Estava com disposição de contar algo sobre a minha estada em Chão Manjaco e saíu-me a prosa que se segue.


Apsico a funcionar em Teixeira Pinto

Quando da minha apresentação, citei numerosos nomes de povoações, a maioria dos quais do Chão Manjaco, que levaram até a questionar o que saberia sobre o fatídico dia da morte dos Três Majores nesse Chão. Claro que, sobre esse acontecimento, só sei o que é do conhecimento geral, uma vez que nessa época andava por terras do Chão Balanta.

Já me referi, sobre a história da minha passagem por MANSABÁ, como acordei e acabei por ser colocado no CAOP 1 em TEIXEIRA PINTO. Como disse então, creio que foi com uma ajudinha directa ao então Comandante desse Agrupamento que na altura se encontrava de férias na Metrópole, mas, como agora quem poderia confirmar já cá não mora e, valha a verdade, depois de regressar não mais quis pensar nesses assuntos, não sei exactamente como ocorreu o facto.

A verdade é que pouco mais de 15 dias depois de me ter apresentado na CArt 2732 recebi a Nota n.º 7007/A, de 15MAR71 da 1.ª REP, dando-me conhecimento da colocação no CAOP 1 em substituição do Cap. Pinto de Lima, mandando-me apresentar logo que seja desnecessário. Estes amaldiçoados formalismos vertidos naquela expressão fizeram com que o nosso brilhante co-editor Carlos Vinhal tivesse que aguentar por mais uns tempos este desajeitado ex-Capitão

Assim em 04MAI71 saí às 6 horas da manhã de BISSAU para TEIXEIRA PINTO, numa coluna que atravessando o Rio Mansoa na jangada em JOÃO LANDIM cerca das 6h30m chegou ao seu destino cerca das 13 horas.

Tratando-se dum percurso para mim desconhecido – depois de JOÃO LANDIM com rumo a Norte apanhava-se a bifurcação antes de BULA, onde não se entrava e, rumando para Oeste passava-se por CÓ, PELUNDO e finalmente a nova casa – sempre em estrada bem asfaltada e de bermas bem desmatadas, mas a verdade é que, mesmo não conhecendo tal itinerário, já não senti qualquer emoção como tinha sentido cerca de 15 meses antes quando pela 1.ª vez rumei a MANSOA.

A verdade é que agora já era naturalmente um velho e não um reles periquito virgem nestas andanças. Os meus olhos já não vasculhavam para todo o lado à espera de ver aparecer a todo o momento os ferozes turras. Preocupado? Sempre. Mas agora, encarando com naturalidade e uma grande frieza a realidade duma paisagem desertificada, sem tão pouco saborear a possível beleza que, em circunstâncias de normalidade poderia usufruir.

A minha estadia neste Agrupamento não se comparou em nada com o restante tempo passado até aí nas outras localidades, dada a natureza das funções que passei a desempenhar e a aparente calma que se vivia. No entanto o meu alheamento por tudo que me cercava mantinha-se, raramente entrecortado por lapsos de lucidez.

Para me posicionar e enquadrar quem ler estas recordações esclarecerei que, quando cheguei o CAOP 1 tinha por Cmdt o Cor Art Gaspar P. de C. Freitas do Amaral, mais tarde substituído pelo Cor Pára Rafael F. Durão e lembro-me do Maj CEM Inocentes – Chefe do EM –, Maj CEM Barroco – Of Op (?) –, Cap Art Borges – Adj Of Op e meu camarada de quarto –, havendo possivelmente mais um que não recordo. Perdoem-me todos os outros, Alf e Fur do CAOP propriamente dito, mas de quem já não tenho na lembrança.

Passei a ser adjunto do Of Inf e Acap/Pop (?), o Maj Santos Costa, ficando com as tarefas relacionadas com os assuntos da Acap/Pop e assim, tendo deixado a G-3 ou qualquer outra arma, passei a empunhar lápis e bloco de notas de forma a documentar-me sobre os encontros que se efectuavam com as populações e os chefes das mesmas, anotar as preocupações, queixas, os avanços e atrasos na execução das obras planeadas e depois, no gabinete, redigir actas das reuniões e relatórios para serem remetidos ao COMCHEFE.
Depois deste intróito o que hoje quero recordar são 3 factos, de natureza desportiva, inseridos no âmbito das actividades da APSICO, ocorridos durante a minha permanência.

O 1.º diz respeito a uma prova de ciclismo organizada pelo CAOP – a 1.ª, não sabendo se posteriormente se realizou mais alguma – naquela localidade e designada por Circuito de Teixeira Pinto, da qual guardo 2 fotografias (tiradas por quem?) já bastantes deterioradas, mas que envio em anexo para que ajuízem da possibilidade de serem apresentadas.
Teve lugar esta prova no dia 12SET71, Domingo, como não podia deixar de ser e acerca dela transcrevo as parcas notas que constam da Agenda.

[Circuito T. Pinto -/9 inscritos. 15 voltas à Avenida, 24 km/1h 5m, por cima de lama, água e sob um calor tórrido. (10,15 -11,20). 1.º Abdul Karim (Pel.)]

Portanto e esclarecendo melhor, este circuito que decorreu na Avenida Central, constou de 15 voltas à mesma perfazendo um total de cerca de 24 km, tendo sido realizado em 1h05m, pelo menos pelo vencedor que foi um tal Abdul Karim (não sei se o nome estará correctamente grafado) do PELUNDO. Os inscritos teriam sido 9, segundo a nota, ainda que pela foto estejam alinhados à partida 10 (?).

A prova contou, como não podia deixar de ser, com a presença das Autoridades – Militares, Civis, Religiosas e Tribais – tendo-se iniciado às 10h15m e terminado às 11h20m. Como refiro a pista estava toda enlameada, cheia de poças de água – ainda visíveis nas fotos – e o calor era já elevado, condições aliás próprias da época (estava-se na época das chuvas).

As bicicletas eram as vulgares pasteleiras, como todos se devem lembrar, já muito usadas, mas que nem por isso fazia desanimar os concorrentes, como se pode observar, naqueles momentos antes da partida mais interessados quiçá a sonhar qual deles se transformaria no herói, face à inúmera assistência que povoava os passeios, mas principalmente perante as bajudas presentes!

Se as fotos puderem ser recuperadas, nelas se observarão alguns dos aspectos que enumerei, desde o ar descontraído – algum mais concentrado – dos concorrentes e suas maravilhosas máquinas, passando pelo terreno e o tipo de avenida que era de 2 faixas com separador central, até à numerosa assistência que emoldurava os passeios e não só, pois até no telhado duma casa em construção (?) se empoleiraram para ver melhor.

São visíveis 3 militares dos quais, admito que o de calções seja o Maj Inocentes, enquanto sobre os outros 2, apesar de perfil e postura de andar dum deles se parecer comigo, não ouso fazer qualquer sugestão. Só posso garantir que estava presente.

Finalmente tenho que confessar e, mais uma vez isto sucede, sempre que visiono estas fotografias me interrogo. Será que estive mesmo nestas paragens? Não teria sido um sonho? É que não tenho a mínima ideia daquilo que vejo. É como se nunca tivesse pisado aquela rua e, no entanto, nem eu sei quantas as dezenas de vezes que percorri aqueles cerca de 1600 metros da avenida fosse de jeep, Unimog ou mesmo a pé.

É isto que mostra o verdadeiro estado de alma em que me encontrava. Andava por ali, impessoal, aéreo, olhando, mas não vendo, qual sonâmbulo deambulando por entre a multidão e a paisagem. Por isso tudo aquilo se esfumou rapidamente, quando, naquela fase, devia ser o contrário. Se era a zona mais tranquila por onde passei, devia ser aquela cujas recordações mais perdurassem. Mas afinal não foi assim. Vá-se lá saber porquê.

Já quando logo no principio de 2007 li "Diário da Guiné. Lama, Sangue e Água Pura" do António Graça de Abreu, que me fartei de anotar, fiquei admirado por muitas das passagens que conta de TEIXEIRA PINTO, das quais não guardo recordação. Até quando ele cita o cinema, me admirei e no entanto, se não vi lá qualquer filme (não me lembro), pelo menos tive de assistir a uma sessão onde uma entidade religiosa da Mauritânia proferiu uma palestra em marabu (?).

O 2.º, que aconteceu no Domingo 26SET71, foi uma Prova de Atletismo, denominada pomposamente Légua de Teixeira Pinto que decorreu no mesmo lugar e constou de 3 voltas à mesma Avenida, num total de 5 km.
Deste acontecimento não guardo fotos e as notas ainda são mais parcas.

[Légua de T.PINTO. 10h – 30 c – 3 voltas Av. 5 km]

Iniciou-se às 10h, quando o tempo quente e húmido já fazia naturalmente mossas, contando com maior número de concorrentes, 30, naturalmente porque para o ciclismo era preciso montada e estas não abundassem, creio eu. Não posso explicar porque nem sequer o nome do vencedor anotei.

O 3.º acontecimento ocorreu no Domingo 3OUT71 e tratou-se dum Jogo de Futebol interno, para consolidação das relações entre militares metropolitanos e africanos. Uma equipa da CCS do BCaç 2905 contra uma representação da CCaç 16.

Devo dizer que estas partidas, realizadas sempre com o espírito de confraternização, eram sempre uma incógnita quanto ao seu desfecho, pois nunca se sabia quando poderiam dar para o torto. Recordo-me que antes de se tomar a decisão de as efectuar ponderava-se muito o risco e tomavam-se algumas cautelas… nesta, porém, não houve problemas, talvez porque o resultado final se traduziu num empate a 1 golo.

Apenas escrevi como notas [Futebol – CCS x CCAÇ 16 (1-1)].

E por hoje já chega de maçada.
Abraços
Jorge Picado



Fotos a que se refere o camarada Jorge Picado. Tiradas antes da partida para as 15 voltas pela Avenida Principal de Teixeira Pinto, que se completaram no tempo de 1 hora e 5 minutos.
Pena que viessem em tão mau estado. O que se conseguiu é muito pouco, em termos de resolução.

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Nota de CV

Vd. último poste de Jorge Picado de 28 de Outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3369: Em busca de... (49): Resultado das buscas da causa da morte do conterrâneo de Jorge Picado, João Nunes Redondo, ex-Fur Mil Sap