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quarta-feira, 11 de abril de 2018

Guiné 61/74 - P18512: CCAÇ 1586, "Os Jacarés" (Piche, Ponte Caium, Nova Lamego, Beli, Madina do Boé, Bajocunda, Copá e Canjadude (1966-1968): Subsídios para a reconstituição da sua história (Jorge Araújo) - Parte I





Guiné > Bissau> Cais > 9 de Maio de 1968 > Preparativos para o regresso à metrópole da CCAÇ 1586 a bordo do T/T Niassa (fotos gentilmente cedidas pelo camarada ex-fur trms Aurélio Dinis, da mesma unidade).


Jorge [Alves] Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger, CART 3494 

(Xime-Mansambo, 1972/1974); coeditor do blogue desde março de 2018; 
criador da série "D(o) outro lado do combate"




Companhia de Caçadores 1586, "Os Jacarés"  (Piche, Ponte Caium, Nova Lamego, Beli, Madina do Boé, Balocunda, Copá e Canjadude ((1966-1968):  Subsídios para a reconstituição da sua história - Parte I



1. INTRODUÇÃO

Com algum atraso, mas ainda a tempo de cumprir com os objectivos de partida, o presente trabalho surge na sequência da publicação no blogue de dois postes: o P18149 e o P18158, ambos em memória do Alferes QPAugusto Manuel Casimiro Gamboa [, foto à esquerda, cortesia da Academia Militar[, pertencente à CCAÇ 1586 (1966/1968), e da referência à emboscada que o vitimou, em 14 de dezembro de 1967, na estrada entre Canjadude e Nova Lamego.

Ele é também, por um lado, um modesto contributo escrito (subsídio) visando ajudar na reconstituição da História desta Unidade (a possível) e, por outro, a concretização da promessa feita em comentário ao segundo texto, uma vez que, de acordo a informação dada pelo nosso colaborador permanente José Martins, especialista em Arquivo Histórico Militar do Exército (Guerra do Ultramar), "no volume 7.º da CECA [Comissão para o Estudo das Campanhas de África], consta que [da CCAÇ 1586] não existe História da Unidade".

Não estando expressas as razões da ausência documental da sua História no AHM, não é difícil presumir como uma forte possibilidade, , quiçá a mais provável, que ela teve como principal causa a divisão física e logística permanente dos seus efectivos e as responsabilidades que lhes foram atribuídas em cada um dos locais onde esteve instalada, num total de oito, como se indica em título e como se assinala no mapa abaixo.

Para além desta probabilidade (suspeita), que naturalmente não podemos comprovar, uma outra variável poderá ter influenciado também a sua não transcrição para o papel, na justa medida em que estamos perante um colectivo militar metropolitano que muito sofreu ao longo dos vinte e um meses da sua comissão (de agosto de 1966 a  maio de 1968), fazendo fé nos factos que conseguimos apurar, entre eles os seus mortos e feridos.

Será que foram estas as principais causas?

Ainda assim, admitimos a hipótese de terem existido outras razões/causas para além das que acima presumimos. Mas só o saberemos, em definitivo, se algum elemento da CCAÇ 1586 tiver a resposta certa a esta questão. Vamos esperar que tal aconteça ou que no aprofundamento deste projecto de investigação possamos chegar lá.

Porém, perante a caracterização sumária do quadro supra, compreende-se (compreendo) perfeitamente as dificuldades em se estruturar/organizar as suas memórias, pois foram, certamente, muitos os factos e ocorrências que mereceriam ficar gravadas como testemunhos históricos da sua presença na região do Gabu, situada a Leste do território da Guiné, e que não foi possível centralizá-las ou juntá-las, passando-as a escrito, devido à dispersão dos seus efectivos nas diferentes frentes das muitas missões.

Lamentamos que assim tenha sido.

Porque não fazemos parte desse colectivo de camaradas (ex-combatentes), estes sim fiéis depositários das suas memórias durante aquele período ultramarino, enquanto principais personagens fazedores da sua história, esta narrativa não podia deixar de não ser corolário da consulta realizada a diferentes fontes de informação, escrita e oral, onde cada referência encontrada e relato obtido dos directamente envolvidos, se considerou relevante para a concretização do objectivo geral, ou seja, o início de um processo de reconstituição da História da CCAÇ 1586.

Dessa análise global e da sua triangulação, como metodologia da investigação, procurou-se caminhar na busca do que considerámos fidedigno, idóneo, exacto ou válido, enquanto sinónimos do mesmo valor, deixando à reflexão de cada leitor o que se pode considerar, inquestionavelmente, genuíno ou, pelo contrário, uma trapalhice (propaganda), uma vez que circulámos por ambos os lados do combate.

Em função do já pesquisado e dos resultados obtidos, decidimos dividir o trabalho em diferentes partes, sendo esta a primeira, onde se divulgam aspectos relacionados com a sua mobilização, locais das principais actividades operacionais e quadro das baixas em combate.


2. MOBILIZAÇÃO E LOCAIS DAS MISSÕES NO CTIG


Mobilizada no Regimento de Infantaria n.º 2 [RI 2] , em Abrantes, a Companhia de Caçadores 1586 [CCAÇ 1586] embarcou no Cais da Rocha, em Lisboa, a 30 de julho de 1966, sábado, zarpando rumo a Bissau a bordo do N/M Uíge, numa altura em que a cronologia da guerra registava já três anos e meio.

Aí desembarcou a 4 de agosto, 5.ª feira, sendo destacada para o sector do Batalhão de Caçadores 1856 [BCAÇ 1856], assumindo a 8 do mesmo mês a responsabilidade do subsector de Piche, substituindo dois pelotões da Companhia de Caçadores 1567 [CCAÇ 1567], e guarnecendo o destacamento da Ponte do Rio Caium com um pelotão, até 21 de setembro de 1966.

A partir desta data assumiu, também, funções de unidade de intervenção na zona de Nova Lamego, reforçando diversas localidades, entre elas:

(i)  Nova Lamego, de 10 de outubro de 1966 até princípios de dezembro desse ano;

(ii) Béli, de 25 de janeiro a 15 de abril de 1967;

(iii)  e Madina do Boé, de 10 de fevereiro a 1 de maio de 1967.


A 6 de abril de 1967 foi rendida no subsector de Piche, assumindo o subsector de Bajocunda no dia seguinte [7abr1967], rendendo a Companhia de Caçadores 1417 [CCAÇ 1417] e guarnecendo Copá com um pelotão, mantendo-se integrada no dispositivo de manobra do Batalhão de Caçadores 1933 [BCAÇ 1933] e posteriormente do Batalhão de Caçadores 2835 [BCAÇ 2835].

Entre 28 de outubro e 4 de dezembro de 1967, integrou, com um pelotão, o sector temporário de Canjadude.

Foi rendida no subsector de Bajocunda a 27 de abril de 1968 pela Companhia de Caçadores 1683 [CCAÇ 1683], embarcando em Bissau, de regresso à metrópole, a 9 de maio de 1968, 5.ª feira, a bordo do N/M Niassa, com a chegada a Lisboa a acontecer a 15 de maio, 4.ª feira, ou seja, seis dias depois [adap. do P3797, José Martins, ex-Fur Trms CCAÇ 5 (1968/1970), nosso colaborador permanente].


 3. MAPA DOS LOCAIS ONDE A CCAÇ 1586 DESEMPENHOU AS SUAS DIFERENTES ACTIVIDADES OPERACIONAIS


No mapa abaixo, sinalizadas no interior de elipses, encontram-se os locais onde a CCAÇ 1586 desempenhou as suas diferentes actividades operacionais.


Infografia: Jorge Araújo (2018)



4. QUADRO DE BAIXAS DURANTE A COMISSÃO


No âmbito da pesquisa realizada, foram identificadas e agrupadas por datas as baixas contabilizadas pela CCAÇ 1586 durante a sua comissão, cujo quadro se apresenta de imediato.

A organização do quadro, segundo esta metodologia, corresponde à ordem da descrição dos factos conhecidos sobre cada causa ou ocorrência, e que daremos conta ao longo das próximas narrativas.


Infografia: Jorge Araújo (2018)

Sitografia consultada:

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/

http://www.apvg.pt/

http://ultramar.terreweb.biz/ (com a devida vénia)

(Continua)
______________

Obrigado pela atenção.
Com forte abraço de amizade,
Jorge Araújo.
16JAN2018.

PS - Este é o primeiro dos textos que estavam em atraso, o da CCAÇ 1586, na medida em que me comprometi a dar uma ajuda na reconstituição da sua HU, que não existe. Entretanto, fui convidado para participar no seu Convívio Anual que se realiza em Abrantes, a 19 de maio de 2018. Já lhes pedi um cartaz para fazer a sua divulgação na «Tabanca».

quinta-feira, 15 de março de 2018

Guiné 61/74 - P18420: Consultório militar do José Martins (35): elementos para a história da CAÇ 727 (Nova Lamego, Canquelifá, Piche, 1964/66), que teve 18 mortos em campanha, incluindo o alf mil inf António Angelino Teixeira Xavier, natural de Carrazeda de Montenegro, Valpaços


Joaquim Evónio Rodrigues de Vasconcelos (Funchal, 1938- Lisboa, 2012): antigo comandante da CCAÇ 727 (Canquelifá, out 1964/ ago 66), subunidade que teve 18 baixas em campanha.

Seria gravemente ferido em combate em 1969, na área de Mejo/Guileje, no decurso da Op Bola de Fogo, quando comandava a CCaç 2316. Militar, ginasta e desportista, após o seu ferimento, dedicou-se à poesia e  à escrita. Era um grande cultor da língua portuguesa. Reformou-se como coronel de infantaria.

Imagem da sua página pessoal, www.joaquimevonio.com, alojada no Sapo, e que já não está disponível.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2012)


Aveiro > Gafanha da Encarnação > 11 de outubro de 2008 > Foto de família: XV Encontro da CCAÇ 727 (Guiné, 1964/66), enviada pelo ex-1º cabo Carmelindo Guerreiro, através do Miguel Oliveira, ex-combatente em Angola. Ao centro, de barbas brancas, aparece o cor inf ref Joaquim Evónio Vasconcelos. Na primeira fila, à esquerda, há um camarada que segura a bandeira da companhia.

Foto (e legenda): © Miguel Oliveira (2008) . Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Elementos recolhidos nosso camarada e colaborador permanente José Marcelino Martins (ex-fur mil trms,  CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70):

Companhia de Caçadores n.º 727 (Bissau, Nova Lamego, Canquelifá, Piche, 1964/66 (*)


Subunidade independente, mobilizada no Regimento de Infantaria n.º 16, em Évora, sob o comando do capitão de infantaria Joaquim Evónio Rodrigues de Vasconcelos [, falecido 2012, no posto de coronel, reformado] (**), embarca para a Guiné em 6 de outubro de 1964, onde chega a 14 do mesmo mês.

Permanece no sector de Bissau para instrução de adaptação operacional, na região de Có-Pelundo e Prabis, tendo destacado em 18 de novembro um pelotão para reforço da guarnição de Madina do Boé, integrada no dispositivo do BCAÇ 506.

Segue em 5 de dezembro de 1964 para Nova Lamego, como unidade de intervenção e reserva do sector, atribuída ao BCAÇ 506, com sede em Bafatá,  e seguidamente ao BCAÇ 512, por divisão do Sector D, que se instalou em Nova Lamego.

Reforçou as guarnições de Madina do Boé, que já vinha do antecedente, e as guarnições de Buruntuma e Piche.

Tomou parte em operações nas regiões de Nova Lamego, Buruntuma e Madina do Boé, em que foi emboscada na estrada de Madina do Boé - Cobige, em 30 de janeiro de 1965, que causou elevado número de baixas ao IN, mas também houve a lamentar sete mortos nas NT.

Foi substituída na missão de intervenção e reserva, pela CART 731, em 19 de fevereiro de 1965.

Inicia o deslocamento para Canquelifá, a fim de substituir um pelotão da CCAÇ 509, vindo a assumir a responsabilidade do subsector de Canquelifá, criado em 25 de fevereiro de 1965, continuando integrada no dispositivo do BCAÇ 512 e, posteriormente,  no BCAV 705, que substituiu o anterior Batalhão.

Entre 25 de fevereiro e 20 de maio de 1965, destacou forças para o aquartelamento de Dunane e, entre 20 de maio e 22 de agosto de 1965, destacou forças para Sinchã Joté, além de ter destacado efectivos pelos destacamentos de Cantire e Sinchã Joté, por períodos curtos e variáveis.

Mantendo-se no mesmo Sector, Nova Lamego, foi substituída em Canquelifá pela CCAÇ 817, em 22 de agosto de 1965, para assumir a responsabilidade do subsector de Piche, com destacamento na Ponte Caium e, temporariamente, em Dunane.

A 5 de agosto de 1966, foi substituida em Piche por dois pelotões da CCAÇ 1567, até à chegada da CCAÇ 1586, recolhendo a Bissau, onde veio a embarcar com destino à metrópole em 7 de agosto de 1966.



Bravos da CCAÇ 727 que tombaram em campanha
 
(i) Por doença (difteria)

António Caeiro Combadão, soldado apontador de metralhadora, n.º 782/67, solteiro, filho de Manuel Caeiro Combadão e de Joaquina Cândida Fialho, natural da freguesia de Alqueva, concelho de Portel, faleceu no HM 24,  de Bissau, em 08DEZ64. Foi inumado no cemitério de Évora.

António Henriques Oliveira Marques, fur mil at inf, n.º 1374/63, solteiro, filho de Abílio Marques e de Etelvina Pessoa, natural de Vila do Mato, freguesia de Midões, concelho de Tábua, faleceu no HM 241, em 13DEZ64 -  Foi inumado no cemitério de Bissau - Campa 1270.

Anastácio Vieira Domingos, soldado apontador de metralhadora, n.º 688/67, solteiro, filho de Jacinto Domingues e de Guiomar Vieira, natural de Portela dos Caídos, freguesia de Santa Clara-a-Velha, concelho de Odemira, faleceu no HM 241 de Bissau, em 13DEZ64. Foi inumado no Cemitério de Bissau - Campa 1271.

(ii) Em combate:

No sábado, 30Jan65, encontrando-se já sob comando operacional do BCaç 512, sendo Oficial de Informações e Operações o Major de Infantaria António Ribeiro Farinha,  é montada por um pelotão daquela CCaç 727 acantonado desde 18Nov64 em Madina do Boé, uma emboscada no itinerário Madina do Boé - Rio Gobije, no decurso da qual ocorre uma contra-emboscada IN que causa às NT cerca de uma dezena de feridos e as seguintes sete baixas mortais:

António Angelino Teixeira Xavier, alf mil inf, nº 60-I-3064, comandante de Pelotão, solteiro, filho de António Augusto Xavier e de Angelina da Luz Teixeira Xavier, natural da freguesia Carrazeda de Montenegro, concelho de Valpaços. Foi inumado no cemitério de Carrazeda de Montenegro. Foi agraciado com a Cruz de Guerra 4.ª Classe, a título póstumo (O.E. 20/II.ª/66), porque, colocado como Comandante do Pelotão num destacamento fronteiriço, saiu voluntariamente numa patrulha onde faleceu em combate, sabendo de antemão tratar-se de uma zona onde era provável o contacto com o inimigo.

António Joaquim da Graça Viegas, soldado atirador, n.º 819/64, casado com Maria Manuela dos Santos Bárbara, filho de José Joaquim Viegas e de Dorila da Graça, natural da freguesia Moncarapacho, concelho de Olhão. Foi inumado no cemitério de Nova Lamego, região de  Gabu, Guiné

Avelino António Martins, 1.º cabo atirador, n.º 708/64, solteiro, filho de Miguel António e de Perpétua Martins, natural de Canano, freguesia de Alferce, concelho de Monchique. Foi inumado no Cemitério de Nova Lamego região de  Gabu, Guiné.

Domingos Moreira Leite, f
ur mil op esp, n.º 1714/63, comandante de secção, solteiro, filho de Avelino Maria Leite e de Maria Rosa Moreira, natural da freguesia de Rebordosa, concelho de Paredes. Foi inumado no Cemitério de Rebordosa.

Foi agraciado com a Cruz de Guerra 3.ª Classe, a título póstumo (O.E. 22/II.ª/65), porque, especialmente dotado para as funções operacionais de Comandante de Secção de Caçadores, que desempenhou com notável acerto e entusiasmo, [...] faleceu em combate quando a pequena coluna, de que fazia parte a sua secção, caíu numa violenta emboscada.

José Maximiano Duarte, soldado atirador, n.º 749/64, solteiro, filho de Sabino José Duarte e de Maria Celeste, natural da freguesia e concelho de Monchique. Gravemente ferido, foi evacuado de Nova Lamego para o HM 241, onde veio a falecer antes de findar esse dia. Foi inumado no Cemitério de Monchique.

José Pires da Cruz, soldado condutor auto rodas, n.º 937/64, solteiro, filho de Joaquim Pires da Cruz e de Maria dos Prazeres Pires, natural da freguesia de Cernache, concelho de Coimbra. Foi inumado no Cemitério de Nova Lamego, região de  Gabu,  Guiné.

Leonel Guerreiro Francisco, 1.º Cabo Atirador, N.º 707/64, solteiro, filho de José Francisco e de Gracinda Guerreiro, natural da freguesia de Alte, concelho de Loulé. Foi inumado no Cemitério de Nova Lamego - Guiné

Na Terça-feira 08Jun65, encontrando-se aquela subunidade instalada em Canquelifá (com um destacamento em Sinchã Jidé e pequenos efectivos deslocados em Cantiré e Sinchã Joté), estando desde 01Jun65 operacionalmente dependente do BCav 705 [sendo Oficial de Informações e Operações o Capitão de Cavalaria Ramiro José Marcelino Mourato], quando em deslocação no itinerário Canquelifá - Sinchã Joté e a cerca de 2km da bifurcação para Nhumanca, morrem naquele, em combate os seguintes dois militares:

António Custódio Coelho, 1.º cabo apontador de morteiro, n.º 804/64, solteiro, filho de Francisco Coelho e de Clementina Rosa, natural da freguesia de Coruche, concelho de Coruche, faleceu no Hospital Militar n.º 241 em Bissau. Foi inumado no Cemitério de Coruche.

António Dias Martins, 1.º cabo atirador, n.º 689/64, solteiro, filho de João Martins e de Maria Inácia Macia Dias, natural de Monte Alto, freguesia de Odeáxere, concelho de Lagos, faleceu no Hospital Militar n.º 241. Foi inumado no Cemitério de Odeáxere.

No domingo 04Jul65, no subsector de Nova Lamego morrem em combate os seguintes três militares:

Adelino Castanheira Dias, soldado atirador, n.º 722/64, solteiro, filho de António Dias Martins e de Maria Rosa Castanheira, natural da freguesia de Monsanto, concelho de Idanha-a-Nova. Foi inumado no Cemitério de Nova Lamego.

Filipe Rosa Camacho, soldado atirador, n.º 775/64, solteiro, filho de Luís Camacho e de Virgínia Rosa, natural da freguesia e concelho de Ferreira do Alentejo. Foi inumado no Cemitério de Nova Lamego.

Francisco João Beirão, 1.º cabo de armas pesadas, n.º 807/64, solteiro, filho de Casimiro Beirão e de Olinda Jesus Henriques, natural da freguesia de Veiros, concelho Estremoz. Foi inumado no Cemitério de Nova Lamego.

(iii) Em acidentes:

No domingo 22Ago65, momento em que foi substituída por troca com a CCaç 817, quando no aquartelamento de Canquelifá um sentinela ia ser rendido, aquele inadvertidamente atingiu gravemente a tiro o militar da CCaç 727 que naquele posto o iria render:

Mamadu Said Jaló
, soldado atirador, N.º 471/64, solteiro, recrutado do CTIG, filho de Alarba Sibide e de Malan Jaló, nascido na freguesia de Santa Isabel, concelho de Nova Lamego, evacuado para o HM241 onde veio a falecer. Foi inumado no cemitério de Bissau - Campa 1884.

Na Segunda-feira 25Abr66, encontrando-se a citada Subunidade desde há cerca de oito meses em Piche, a 15km de Nova Lamego e de regresso ao acantonamento ocorre um acidente de viação, do qual resultam graves ferimentos no militar:

Manuel Gertrudes Guerreiro, 1.º cabo atirador, N.º 691/64, solteiro, filho de Isabel Gertrudes e de Daniel Salvador Guerreiro, nascido na freguesia de Alte, concelho de Loulé, evacuado para o HM241 e seguidamente para o HMP-Estrela, onde veio a falecer na Segunda-feira 09Mai66.

Na Sexta-feira 06Mai66, ocorre em Piche um outro acidente de viação, do qual resultam graves ferimentos no militar:

Manuel Joaquim de Sousa Martins, soldado condutor auto rodas, n.º 1270/67, solteiro, filho de Rosa de Sousa Martins e de Domingos Lima Martins, nascido na freguesia do Carreço, concelho de Viana do Castelo, evacuado para o HM241 e seguidamente para o HMP-Estrela, onde veio a falecer na Quarta-feira 11Mai66.

Ver aqui, no portal Ultramar TerraWeb, a lista dos bravos da CCAÇ 727, mortos em campanha (18 no total)


Sabemos que o pessoal da companhia se reúne, todos os anos. Em 2010, por exemplo, realizou o seu XVII encontro, em Barcelos (***)

Contactos:

(i) Joaquim Esteves Ferreira, Balugães, Barcelos: telef + 351 258 107 204 / telem + 351 963 306 491

(ii) 1.º cabo escriturário (, de que se desconhece o nome)  Telem + 351 914101833

(iii) Virgílio João dos Santos, Setúbal (, sem nº de telefone / telemóvel).

(iv) 1º cabo Carmelindo Guerreiro, Aveiro (?)  (, sem nº de telefone / telemóvel).
______________

Notas do editor:



(...) Faleceu, em 23 Junho de 2012, em Lisboa, o coronel de infantaria reformado Joaquim Evónio Rodrigues de Vasconcelos (...).

Comandou a CCaç 727 (Canquelifá, out 64 / ago 66) e, em 1968, quando comandava a CCaç 2316, foi gravemente ferido em combate na área de Mejo/Guileje.

Militar, ginasta e desportista, após o seu ferimento, dedicou-se à poesia, à escrita.

Nascido em 1938, no Funchal, era director do núcleo da Ordem Nacional de Escritores, em Portugal, desenvolvendo um trabalho muito meritório na recolha de obras de poetas, artistas e escritores locais.

Grande cultor da língua, profundo conhecedor do nosso vernáculo, era um exigente revisor de provas de poesia e literatura em geral. Um verdadeiro intelectual e um talentos diseur de poesia. (...)


quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Guiné 61/74 - P18149: In Memoriam (309): Alf inf QP Augusto Manuel Casimiro Gamboa, CCAÇ 1586 (Piche, Nova Lamego, Canjadude, Madina do Boé, Béli, Bajocunda, 1966/68), nascido em São Tomé , morto em combate, em 14/12/1967, em Uelingará, entre Canjadude e Nova Lamego (José Martins / Virgílio Teixeira / António J. Pereira da Costa / José Corceiro)


Foto nº 1 > O alf inf Augusto Manuel Casimiro Gamboa, morto em combate, em 14 de dezembro de 1967 - Pertencia à CCAÇ 1586.

Foto: cortesia de Academia Militar > Alunos Mortos ao Serviço da Pátria > Campanha do Ultramar (1961-1974) > Alferes de infantaria Augusrto Manuel Casimiro Gamboa


Foto nº 2 > Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego >  c. 1967 > Foto de grupo: vários miliatres e população. Na primeira fila, sentados, aparecem à esquerda  o alf inf Gamboa (X), seguido do alf mil SAM Virgílio Teixeira.

Foto (e legenda): © Virgílio Teixeira (2017). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar_ Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]


Foto nº 3 > Guiné > Região de Gabu > Canjadude > CCAÇ 5, "Gatos Pretos" (1968/70) > Parada Alferes Gamboa, no aquartelamento de Canjadude, frente ao edifício do Comando. Na base do mastro da bandeira existia uma placa gravada, em madeira, com a referida indicação.  Na foto, parte da Secção de Transmissões, 2º semestre de 1968.

Foto (e legenda): © José Martins  (2017). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar_ Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]


Juntámos aqui quatro textos e algumas fotos sobre o nosso camarada Augusto Manuel Casimiro Gamboa, um dos 75 alferes mortos no TO da Guiné, e sobre o qual até agora tínhamos escassas referências no nosso blogue. Agradecemos a pronta colaboração dos nossos camaradas José Martins, Virgílio Teixeira, António J. Pereira da Costa e José Corceiro. Connosco, aqui no blogue da Tabanca Grande, ninguém fica na "vala comum do esquecimento".


1.  José Martins (ex-fur mil trms, CCAÇ 5, "Gatos Pretos", Canjadude, 1968/70; nosso colaborador permanente), em mensagem de ontem:

O Alferes de Infantaria AUGUSTO MANUEL CASIMIRO GAMBOA, com o número 0741211 era natural da freguesia da Conceição, concelho de S. Tomé, em S. Tomé e Príncipe, filho de Augusto da Costa Gamboa e de Maria Isabel Casimiro Gamboa. [Foto nº 1 ]

Foi mobilizado no Regimento de Infantaria nº 2 (Abrantes) para a Companhia de Caçadores nº 1586, embarcando em 30 de julho de 1966.

Sob o comando do Capitão de Infantaria António Marouva Cera, foi colocado em Piche, Sector Leste, onde assumiu a responsabilidade do referido sector a 8 de agosto de 1966.

Cumulativamente passou a ter a função de subunidade de intervenção, tendo pelotões destacados em Nova Lamego de 10 de outubro a princípios de dezembro de 1966; Madina do Boé de 10 de fevereiro a 1 de maio de 1967; Béli de 25 de janeiro a 15 de abril de 1967.

A 6 de abril de 1967 foi transferido para assumir o subsector de Bajocunda.

O subsector temporário de Canjadude, criado em 28 de outubro de 1967 teve um pelotão da CCAÇ 1586 onde, oficialmente, se manteve até 4 de dezembro de 1967.

Deve ter sido aquando da retirada desta força de Canjadude, em direção a Nova Lamego que, cerca de 1 quilómetro a sul de Uelingará, a coluna foi emboscada, tendo sido morto o Alferes Gamboa, em 14 de dezembro de 1967. [Foto nº 3]

Foi inumado no cemitério do Alto de São João, em Lisboa.


Foto nº 4 > Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > 14 de dezembro de 1967 > O cadáver do guerrilheiro do pAIGC, morto na emboscada que vitimou o alf inf Augusto Manuel Casimiro Gamboa.

Foto (e legenda): © Virgílio Teixeira (2017). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar_ Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]


2. Virgílio Ferreira, ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69), em mensagem de ontem:

Olá a todos,

Em relação ao Alferes Gamboa, eu tive vários contactos com ele, quer em Nova Lamego, ou até Piche, e possivelmente em Canjadude onde fui algumas vezes.

Aqui vai uma foto que tirei com ele, a última antes de ele morrer, agora me relembro, barbaramente assassinado [Foto nº2] . Foi por isso que o turra que apanharam no seguimento desse ataque, também foi maltratado, já depois de morto. Tenho a foto, uma delas, vou enviá-la para memória futura.
Foi o pessoal do pelotão de AML Daimler 1143, que 'trataram' dele. [Foto nº 4]

Eu tenho uma ideia de estar envolvido nessas viagens, e isso foi precisamente por volta de 14 de dezembro de 1967, estava lá há pouco tempo. Isto marcou-me, como é óbvio. Na foto aparece mais pessoal. O Gamboa está de chapéu de abas largas enroladas, eu estou ao lado dele.

Não sabia que era do QP, era um gajo porreiro a falar e conversar, levava tudo a brincar.


3. António José Pereira da Costa [, cor art ref, ex-alf art, CART 1692 / BART 1914, Cacine, 1968/69; ex-cap art e cmdt  das CART 3494 / BART 3873, Xime e Mansambo, e CART 3567, Mansabá, 1972/74):

Mensagem de ontem, às 22:01:



Olá, Camaradas

O Alf Gamboa era um ano mais antigo do que eu.

Sai da Academia Militar em outubro de 1967 e terá embarcado ou ainda em dezembro de 1967  ou no início de janeiro de 1968.

Na altura a morte dele foi muito falada. Soube-se que foi brutalizado, esperemos que depois de morto, e que lhe deixaram um galão em cima do peito.

Soubemos que foi numa emboscada, mas não soube mais pormenores.

Um Abraço
António J. P. Costa


4. Excerto de texto de Virgílio Teixeira, publicado  no poste P 18145 (**)

(...) Há uma história triste com o alferes inf Gamboa, da CCAÇ 1589, que também estava subordinada ao nosso comando. Num certo dia de dezembro eu estava para ir numa coluna a Piche, estivemos a conversar debaixo duma enorme árvore, e tenho uma foto desse momento, com ele e outros militares que seguiram mais logo. Depois por qualquer razão que desconheço, não me deixaram ir, e a coluna partiu para Piche.

Uma ou duas horas depois vem uma informação de uma emboscada com minas e a noticia que um dos mortos era o alf Gamboa. Foi um choque. Apanharam um turra que fez parte dessa emboscada e trouxeram-no para Nova Lamego já morto, foram os elementos do pelotão AML 1143 e foi exposto na praça pública. Tenho fotos dessa exposição pública, não sei se interessa mostrar isto. Sei que depois se fizeram algumas barbaridades e eu, apesar de fotografar alguma coisa, não participei nesse baile.

Nessa noite fizemos o velório do Gamboa, ele usava um chapéu de cowboy americano com as abas para cima [, Foto nº 2]. Foi uma grande perda, pois falamos algumas vezes. (...)


5. Excerto do poste de 8 de julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6698: José Corceiro na CCAÇ 5 (14): Emissor receptor AN/PRC-10

(...) Em Canjadude, em 1971, pode-se testemunhar o seguinte: Durante uma flagelação do inimigo ao Aquartelamento, no dia 21 de Julho de 1971 ao escurecer, o fogo do IN danificou as duas antenas horizontais existentes do AN/GRC-9, que estavam instaladas e suportadas pelos ramos do embondeiro grande, que estava ao lado do campo de futebol e de uma mangueira que estava junto da Parada Alferes Gamboa.

O nome desta Parada, era uma homenagem ao Alferes Augusto Manuel Casimiro Gamboa que,  segundo se dizia, já após o término da sua comissão de serviço na Guiné, perdeu a vida numa emboscada do IN, no dia 14 de Dezembro 1967, quando a coluna que o transportava de Canjadude para Nova Lamego sofreu um ataque, em Uelingará, entre Canjadude e Nova Lamego. 

Contava-se em Canjadude, que foi todo esquartejado no tórax para lhe arrancarem o coração, assim como o despojaram de todos os seus haveres). (...)
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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 7 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17942: In Memoriam (308): Nelson Batalha (1948-2017), um dos 15 "ilustres TSF" do meu curso, meu padrinho de casamento, meu grande amigo e camarada...Natural de Setúbal, ferido em Catió, e depois de 10 anos a lutar contra o Alzheimer, acaba de cambar o Rio Caronte... A título póstumo, passa a integrar a nossa Tabanca Grande, sob o lugar nº 759 (Hélder Sousa, régulo da Tabanca de Setúbal)

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Guiné 63/74 - P15771: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (34): É crocodilo ou jacaré ? Caros leitores, corrijam as legendas, se for caso disso...



Guiné > Região do Cacheu > Susana > CCAV 3366 (Susana, 1971/73) > Na tabanca de Susana, o Armando Costa, segurando... um jacaré ou um crocodilo do Rio Cacheu ? (*)


Foto: © Armando Costa (2016). Todos os direitos reservados.




Guiné- Bissau > Biombo >  1968 > O jacaré da Praia do Biombo (**)


Foto: © Patrício Ribeiro  (2009). Todos os direitos reservados.


Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > Mato Cão > Novembro de 1971 > O Ten Cor Polidoro Monteiro, último comandante do BART 2917, o Alf Médico Vilar e o Alf Paulo Santiago, 'vendo a dentadura do crocodilo' (***)...


Foto: © Paulo Santiago  (2006). Todos os direitos reservados.



Guiné-Bissau > Região do Cacheu > São Domingos > Novembro de 2015 > Captura de dois crocodilos "assassinos" no rio Cacheu... Na foto, esfolando um deles (****).


Foto: © Patrício Ribeiro  (2015). Todos os direitos reservados.

1. Pergunta ao leitor: é crocodilo ou jacaré ?  Corrijam as legendas!...

É Crocodylus niloticus ou Crocodylus tetraspis ? Ou é Caiman yacare ? (Nomes científicos dos "bichos") (*****)...

Até uma temos companhia, na Guiné, cujo nome de guerra era os "Jacarés": vd. crachá na foto à direita: a CCAÇ 1586 (Piche, 1966/68). Por sinal, ainda não está representada na Tabanca Grande...

Fica aqui o desafio para o nosso leitor...


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Notas do editor:


(*) Vd. poste de 19 de fevereiro de 2016 > Guiné 63/74 - P15769: Álbum fotográfico de Armando Costa, ex-fur mil mec auto, CCAV 3366 / BCAÇ 3846 (Susana, 1971/73): Parte VIII: Susana, tabanca e arredores (2)

(**) Vd. poste de 6 de janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3705: As Boas Festas da Nossa Tabanca Grande (13): O jacaré da praia do Biombo (Patrício Ribeiro)

(***) Vd. poste de 6 de setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1049: O destacamento de Mato Cão (Paulo Santiago)

(****) Vd. poste de 30 de novembro de 2015 >  Guiné 63/74 - P15424: (In)citações (79): Comer crocodilo que comeu homem, é canibalismo? Felupes de São Domingos dizem que 'crocobife' é bom... (Patrício Ribeiro, Bissau)

(*****) 28 de agosto de 2015 > Guiné 63/74 - P15049: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (33): "Canções da Guerra", programa diário na Antena 1, a partir de 7 de setembro... Sugestões e histórias precisam-se (Luís Marinho, RTP - Gabinete de Projetos Especiais)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Guiné 63/74 - P3797: Copá, abandonado em 14/2/1974 (José Martins) (2): Unidades de intervenção no subsector de Bajocunda

Continuação da publicação do trabalho de pesquisa do nosso camarada José Martins (*):


Copá, na fronteira com o Senegal (1965-1974) - Parte II: Unidades de intervenção no subsector de Bajocunda

Copá [vd. carta de Canquelifá]: Situado, sensivelmente, nas coordenadas 13º 55” Oeste e 12º 38” Norte, por lá passaram centenas de homens que, na impossibilidade de se obterem relações nominais, nos levaram a pesquisar as unidades que por lá estiveram, não só actuando directamente no terreno, quer em quadrícula quer em patrulhamentos, mas também nos escalões de comando e coordenação, embora mais afastados do local de acção. Tentou dar-se uma informação sucinta de cada unidade, dando destaque à sua passagem por Copá ou na área em que este destacamento se inseria (**).

Além das subunidades (companhia e pelotões) que tiveram intervenção directa e em quadrícula na zona em que se encontrava Copá [subsector: Bajocunda], outras houve que coordenaram e comandaram as operações nesta área, agrupando sob o seu comando alguns sectores, para assim melhorarem a acção das Nossas Tropas desenvolvida no terreno. Entre elas contam-se:

(i) Unidades de intervenção:


3ª COMPANHIA DE CAÇADORES INDÍGENAS
(3ª CCAÇ I, 1961/67)


Foi criada em 1 de Fevereiro de 1961, como unidade da guarnição normal do Comando Territorial Independente da Guiné, de acordo com o dispositivo aprovado, para aquele território. Constituída por quadros metropolitanos e praças do recrutamento local, iniciou a sua formação adstrita à 1ª Companhia de Caçadores Indígenas, com a formação de um pelotão que, em 13 de Maio de 1961 foi deslocado para S. Domingos.
Depois da formação de dois pelotões foi oficialmente concretizada a sua organização, em 1 de Agosto de 1961, sendo colocada em Nova Lamego por troca com a 1ª Companhia de Caçadores Indígenas.

Constituindo os pelotões em falta para completar a companhia, instalou efectivos em Buruntuna, BAJOCUNDA [ foi a primeira unidade a deslocar efectivos para aquela zona em 1 de Agosto de 1961], Cabuca, Canquelifá e Geba, e a partir de 6 de Maio de 1963 instalou pelotões em Béli e Madina do Boé.

Em 1 de Abril de 1967, quando passou a designar-se por Companhia de Caçadotres nº 5, tinha a sua sede em Nova Lamego com destacamentos em Cabuca, Canjadude e Che-che.

COMPANHIA DE ARTILHARIA Nº 676 (CART 676, 1964/66)

Mobilizada no Regimento de Artilharia Pesada nº 2 em Vila Nova de Gaia, desembarcou em Bissau em 13 de Maio de 1964, tendo sida integrada no dispositivo de manobra do Batalhão de Caçadores nº 600 e atribuída pontualmente, como reforço, ao Batalhão de Caçadores nº 619, de 3 a 5 de Agosto de 1964; Batalhão de Caçadores nº 599 de 17 a 19 de Agosto de 1964 (região de Jabadá e Gampará); e CDMG – Comando de Defesa Marítima da Guiné entre 19 e 21 de Setembro de 1964 (região de Cantanhez).

Em 12 de Outubro de 1964, destacou dois pelotões para Pirada e Paunca, em reforço do dispositivo do Batalhão de Caçadores nº 506, tendo sido rendida em Bissau pela Companhia de Caçadores nº 726.

Em 29 de Outubro de 1964, foi instalado o comando da companhia em Pirada.

A 30 de Outubro de 1964 deslocou para Bajocunda um pelotão que substituiu igual efectivo da 3ª Companhia de Caçadores Indígenas. Foi rendida em Bajocunda em 11 de Março de 1965, data da criação do subsector, pela Companhia de Cavalaria nº 704.

Esteve integrada no dispositivo de manobra do Batalhão de Caçadores nº 506, Batalhão de Caçadores nº 512, Batalhão de Cavalaria nº 705 e Batalhão de Cavalaria nº 757, de acordo com as alterações e rendições verificadas na zona.

A companhia foi rendida no sector de Pirada em 11 de Abril de 1966 pela Companhia de Caçadores nº 1496, regressando à metrópole em 27 de Abril de 1966

COMPANHIA DE CAVALARIA Nº 704 (CCAV 704, 1964/66)

Mobilizada no Regimento de Cavalaria nº 7 em Lisboa, desembarcou em Bissau em 24 de Julho de 1964.

Foi atribuída em reforço do Batalhão de Artilharia nº 645, entre 2 e 5 de Dezembro de 1964, para actuação na região de Mansoa – Porto Gole; Também foi atribuída em reforço ao Batalhão de Caçadores nº 513, entre 15 e 17 de Dezembro de 1974, actuando na região de Injassane, deslocando-se para Bolama em 8 de Janeiro de 1965.

A partir de 18 de Janeiro de 1965 cedeu dois pelotões ao Batalhão de Caçadores nº 512, para reforço de Nova Lamego e Pirada, até que em 5 de Fevereiro de 1965 foi atribuída a subunidade àquele batalhão, tendo destacados, por períodos curtos, forças para diversos destacamentos da área como Bajocunda, Madina do Boé, ponte do Rio Caium e Béli.

A 11 de Março de 1965 substituiu a Companhia de Artilharia nº 676, assumindo a responsabilidade do subsector então criado, e, em 16 de Março de 1965, destaca um pelotão para Copá, para guarnecer o destacamento então criado.

Em 15 de Junho passou para a dependência do Batalhão de Cavalaria nº 705, do qual fazia parte. Foi rendida pela Companhia de Caçadores nº 1417, regressando a Bissau e embarcando de regresso em 14 de Maio de 1966.


COMPANHIA DE CAÇADORES Nº 1417 (CCAÇ 1417, 1965/67)

Mobilizada no Regimento de Infantaria nº 1 na Amadora, desembarcou em Bissau em 6 de Agosto de 1965, ficando nessa cidade como unidade de intervenção e reserva do Comando - Chefe. Foi atribuída em reforço do Batalhão de Cavalaria nº 790, actuando na região de Insumeté (Bissum) entre 5 e 24 de Setembro de 1965.

A 23 de Setembro de 1965 foi aquartelada em Fá Mandinga, como força de intervenção do Batalhão de Caçadores nº 697, tendo operado nas regiões de Galo Corubal, Ponta do Inglês, Poidom, entre outras.

Em 4 de Maio de 1966 foi colocada no sector do Batalhão de Caçadores nº 1856, ao qual pertencia, assumindo em 9 de Maio de 1966 a responsabilidade do subsector de Bajocunda, com um pelotão destacado em Copá, rendendo a Companhia de Cavalaria nº 704.

Entre 25 de Janeiro e 26 de Março de 1967, destacou um pelotão para reforço da guarnição de Belí. A 7 de Abril de 1967 foi rendida pela Companhia de Caçadores nº 1586 recolhendo a Bissau, tendo regressado à metrópole em 15 de Abril de 1967.

COMPANHIA DE CAÇADORES Nº 1586 (CCAÇ 1586, 1966/68)

Mobilizada no Regimento de Infantaria nº 2 em Abrantes, desembarcou em Bissau a 4 de Agosto de 1966, sendo destacado para o sector do Batalhão de Caçadores nº 1856, assumindo a 8 do mesmo mês a responsabilidade do subsector de Piche, substituindo dois pelotões da Companhia de Caçadores nº 1567, e guarnecendo o destacamento da ponte do Rio Caium com um pelotão, até 21 de Setembro de 1966.

A partir desta data assumiu, também, funções de unidade de intervenção na zona de Nova Lamego, reforçando diversas localidades, entre elas Nova Lamego de 10 de Outubro de 1966 até princípios de Dezembro desse ano; Madina do Boé entre 10 de Fevereiro e 1 de Maio de 1967; e Béli de 25 de Janeiro de 1967 até 15 de Abril de 1967.

A 6 de Abril de 1967 foi rendida no subsector de Piche, assumindo o subsector de Bajocunda no dia seguinte, rendendo a Companhia de Caçadores nº 1417 e guarnecendo Copá com um pelotão, mantendo-se integrada no dispositivo de manobra do Batalhão de Caçadores nº 1933 e posteriormente do Batalhão de Caçadores nº 2835.

Entre 28 de Outubro e 4 de Dezembro de 1967, integrou, com um pelotão, o sector temporário de Canjadude.

Foi rendida no subsector de Bajocunda em 27 de Abril de 1968 pela Companhia de Caçadores nº 1683, embarcando de regresso à metrópole em 9 de Maio de 1968.

COMPANHIA DE CAÇADORES Nº 1683 (CCAÇ 1683, 1967/69)

Mobilizada no Regimento de Infantaria nº 15 em Tomar, desembarcou em Bissau em 2 de Maio de 1967 tendo efectuado a adaptação operacional na região de Safim. Substituiu entre 21 de Maio e 23 de Junho de 1967 a Companhia de Artilharia nº 1746 no dispositivo do Batalhão de Artilharia nº 1904.

Na situação de intervenção e reserva do Comando - Chefe, realizou operações, em reforço do Batalhão de Caçadores nº 1912 na região de Sarauol entre 23 de Junho e 7 de Julho de 1967; e em reforço do Batalhão de Artilharia nº 1914, entre 12 e 23 de Julho de 1967, na região de Uanandim e Guebambol.

Em 17 de Agosto de 1967 substitui a Companhia de Caçadores nº 1651, assumindo a responsabilidade do subsector de Julmete, ficando integrada no dispositivo do Batalhão de Caçadores nº 1911, a que pertencia, orientada para a protecção e segurança dos trabalhos na estrada Pelundo–Jolmete e realização de operações nas regiões de Gel-Calaque, Jol e Pecê-Bugula.

Em 1 de Novembro de 1967, por troca com a Companhia de Cavalaria nº 1649, é colocada em Teixeira Pinto com um pelotão em Caio. Volta a assumir o subsector de Jolmete em 1 de Março de 1968, por troca com a Companhia de Cavalaria nº 1648, até 17 de Abril de 1968, sendo rendida pela Companhia de Caçadores nº 1622.

A 27 de Abril de 1968 assume a responsabilidade do subsector de Bajocunda, com um pelotão em Copá, no sector à responsabilidade do Batalhão de Caçadores nº 2835, em substituição da Companhia de Caçadores nº 1586.

Foi rendida pela Companhia de Artilharia nº 2438 no subsector de Bajocunda, em 25 de Novembro de 1968, sendo deslocada para Teixeira Pinto, onde ficou em intervenção e reserva às ordens do Batalhão de Artilharia nº 2438, com um pelotão destacado na ilha de Jete, entre 30 de Novembro de 1968 e 12 de Março de 1969, e outro pelotão em Pelundo, entre 7 de Dezembro de 1968 e 12 de Março de 1969.

Em 20 de Março de 1969 foi para Bissau, por troca com a Companhia de Artilharia nº 1802, regressando à metrópole em 16 de Maio de 1969.

COMPANHIA DE ARTILHARIA Nº 2438 (CART 2438, 1968/70)

Mobilizada no Regimento de Artilharia Ligeira nº 5, em Penafiel, desembarcou em Bissau em 15 de Novembro de 1968.

Seguiu de imediato para Bajocunda a fim de render a Companhia de Caçadores nº 1683, tendo assumido a responsabilidade do subsector em 25 de Novembro de 1968, com um pelotão destacado em Copá e integrado no dispositivo do Batalhão de Artilharia nº 2857, a que pertence.

Em 15 de Agosto de 1970 foi rendida, por troca, pela Companhia de Caçadores nº 2679, mantendo-se em Bajocunda em reforço do Comando Operacional Temporário nº 1, até 21 de Setembro de 1970, data em que recolheu a Bissau, para embarcar para a metrópole em 5 de Outubro de 1970.


1ª COMPANHIA DE COMANDOS AFRICANA
(1ª CCmds Afr, 1970)


Criada em 9 de Julho de 1969 foi formada exclusivamente com pessoal natural da Guiné. Efectuou a sua instrução em Fá Mandinga a partir de 6 de Fevereiro de 1970 que terminou com o Juramento de Bandeira em 26 de Abril de 1970.

Como força de intervenção e reserva às ordens do Comando Chefe e mantendo a sua sede em Fá Mandinga, foi destacada para a região de Bajocunda em 21 de Junho de 1970 onde se manteve em treino operacional até 15 de Julho de 1970, ficando nessa zona em reforça do Comando Operacional Temporário nº 1, até finais de Setembro de 1970, recolhendo a Fá Mandinga.

COMPANHIA DE CAÇADORES Nº 2679 (CCAÇ 2679, 1970/71)

Mobilizada no Batalhão Independente de Infantaria nº 19, no Funchal, desembarcou em Bissau em 6 de Fevereiro de 1970. Em 20 do mesmo mês segue para Piche afim de efectuar o treino operacional, sob a orientação do Batalhão de Artilharia nº 2857, ficando como força de intervenção e reserva daquele batalhão.

Em 29 de Julho de 1970 é deslocada para Bajocunda, destacando um pelotão para Copá, por ter sido atribuída como reforço do Comando Operacional Temporário nº 1. A 17 de Agosto de 1970, por troca com a Companhia de Artilharia nº 2438, assumindo a responsabilidade do subsector de Bajocunda e mantendo um pelotão destacado em Copá.

Rendida em 25 de Novembro de 1971 pela Companhia de Cavalaria nº 3462, deixa dois pelotões em Bajocunda e transferindo o restante pessoal para Bafatá, em reforço do Batalhão de Artilharia nº 2920.

Em 17 de Dezembro de 1971, toda a unidade é reunida em Bafatá e segue para Bissau, tendo embarcado em 27 de Dezembro de 1971.

PELOTÃO DE CAÇADORES NATIVOS Nº 65 (Pel Caç Nat 65, 1970)

Unidade constituída no âmbito do Comando Territorial Independente da Guiné, foi criado em Maio de 1968. Teve a sua primeira base em Nova Lamego e foi, sucessivamente colocada em Camjabari (Abril de 1969), Piche (Agosto de 1969), Buruntuma (Março de 1970), Bajocunda (Julho de 1970), Copá (Setembro de 1970), Bajocunda (Janeiro de 1971), Copá (Dezembro de 1971), Bajocunda (Fevereiro de 1972), Paúnca (Março de 1973), Guidage (Junho de 1973) e Bajocunda (Dezembro de 1973).

Dando cumprimento ao Acordo de Argel, de 26 de Agosto de 41974, os seus elementos foram disponibilizados e o pelotão extinto.

COMPANHIA DE CAÇADORES Nº 5 (CCAÇ 5, 1967/74)

Unidade da guarnição normal do Comando Territorial Independente da Guiné, foi constituída em 1 de Abril de 1967, por alteração da designação da 3ª Companhia de Caçadores Indígenas. Integrou o dispositivo de Manobra do Batalhão de Caçadores nº 2835 e dos batalhões que se lhe seguiram, tendo a sua sede em Nova Lamego e destacamentos em Canjadude, Cabuca e Che-che.

Em 14 de Julho de 1968 foi deslocada para Canjadude, assumindo a responsabilidade do subsector, reforçada com três pelotões da Companhia de Artilharia nº 2338, que substituiu no Che-che, com um efectivo de pelotão, igual guarnição da Companhia de Caçadores nº 5.

Manteve, no entanto, um pelotão em Cabuca, até 20de Abril de 1968, e outro em Nova Lamego, até 9 de Agosto de 1968, situação esta vindo do antecedente.

Destacou, ainda, um pelotão para reforço do Batalhão de Cavalaria nº 2922 em Nova Lamego entre Abril e 21 de Novembro de 1970 e Buruntuma de 21 de Novembro de 1970 a 18 de Junho de 1970.

Para reforço do Comando Operacional Temporário nº l e do destacamento de Copá, deslocou um pelotão entre 31 de Janeiro de 1971 e Março do mesmo ano.
Dando cumprimento ao Acordo de Argel, de 26 de Agosto de 41974, os seus elementos foram disponibilizados e o aquartelamento entregue ao PAIGC em 20 de Agosto de 1974.

COMPANHIA DE CAVALARIA Nº 3462 (CCAV 3462, 1971/73)

Mobilizada no Regimento de Cavalaria nº 3, em Estremoz, desembarcou em Bissau em 30 de Setembro de 1971, realizando a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional no Centro Militar de Instrução, no Cumeré, entre 04 de Outubro e 31 de Outubro de 1971

Em 1 de Novembro de 1971 seguiu para Bajocunda para sobreposição dom a Companhia de Caçadores nº 2679 e treino operacional. Assume a responsabilidade do subsector de Bajocunda, com pelotões destacados em Copá e Tabassi, em 25 de Novembro de 1975.

Em 25 de Novembro de 1973, rendida pela 1ª Companhia do Batalhão de Cavalaria nº 2823/73, regressa a Bissau, embarcando para a metrópole em 15 de Dezembro de 1973.

1ª COMPANHIA DO BATALHÃO DE CAVALARIA Nª 8323/73 (1973/74)

Mobilizada no Regimento de Cavalaria nº 3, em Estremoz, desembarcou em Bissau em 29 de Setembro de 1973 e realizou a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional no Centro de Instrução Militar, em Bolama, de 5 de Outubro a 31 de Outubro de 1973.

Seguiu em 4 de Novembro de 1973 para o subsector de Bajocunda, para sobreposição, treino operacional e substituição da Companhia de Cavalaria nº 3462.

Assumiu a responsabilidade do subsector de Bajocunda em 25 de Novembro de 1973, com um destacamento guarnecido por um pelotão em Copá. O destacamento de Copá foi extinto em 14 de Fevereiro de 1974, após violentas e continuadas flagelações.

O pelotão destacado em Copá regressou a Bajocunda, onde se manteve até 22 de Agosto de 1974, data em que entregou o aquartelamento ao PAIGC, de acordo com o dispositivo de retracção da Nossas Tropas, recolhendo a Piche e depois a Bissau, onde embarcou de regresso à metrópole em 10 de Setembro de 1974.

(Continua - III Parte: Unidades de comando)

José da Silva Marcelino Martins
josesmmartins@sapo.pt
Furriel Miliciano de Transmissões de Infantaria
Companhia de Caçadores nº 5 – CTIGuiné
Nova Lamego e Canjadude - Jun1968 a Jun1970
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Notas de L.G.:

(**) Um outro destacamento, Mareué, a oeste de Copá, também terá sido abandonado pelas NT, presumivelmente na mesma época (Fevereiro de 1974), segundo informação do nosso camarada António Santos: