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quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Guiné 61/74 - P18991: Álbum fotográfico de Adolfo Cruz, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2796 (Gadamael e Quinhamel, 1970/72) - Parte II




1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do nosso camarada Adolfo Cruz (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2796, Gadamael e Quinhamel, 1970-1972) com as fotos enviadas em mensagem do dia 21 de Julho de 2018, que retratam alguns dos momentos mais significativos da sua passagem por terras da Guiné.




Foto 9 - Parte da 1.ª Companhia de Comandos Africanos (Cap João Baker Jaló) que participou na invasão à República da Guiné Conakry em Novembro de 1970.

Foto 10 - Preparação de coluna a Guilege, com Fox e GMC – verdadeiras aventuras suicidas…

Foto 11 - Já tinha perdido 10kg …

Foto 12 - A minha tabanca remodelada pelos nossos corajosos, leais, habilidosos soldados.

Foto 13 - Uma pequena ideia de bolanha – quando a maré desce.

Foto 14 - Com alguns elementos da 1.ª Companhia de Comandos Africanos – a meu lado, o célebre e temido João Lomba, coleccionador de crâneos de IN. 

Foto 15 - Rezando (a Alá) com Juary.

Foto 16 - Na bolanha, com as nossas lavadeiras.

Foto 17 - Uma faceta protectora e afectiva.
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Nota do editor

Poste anterior de 30 DE AGOSTO DE 2018 > Guiné 61/74 - P18964: Álbum fotográfico de Adolfo Cruz, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2796 (Gadamael e Quinhamel, 1970/72) - Parte I

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Guiné 61/74 - P18964: Álbum fotográfico de Adolfo Cruz, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2796 (Gadamael e Quinhamel, 1970/72) - Parte I

1. Em mensagem de 21 de Julho de 2018, o nosso camarada Adolfo Cruz(*), (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2796, Gadamael e Quinhamel, 1970-1972) enviou-nos 34 fotos, que vamos publicar em quatro postes, que retratam alguns dos momentos mais significativos da sua passagem por terras da Guiné.


Embarque no Carvalho Araújo em 31 de Outubro de 1970 no Cais Rocha Conde D’Óbidos, com viagem bem atribulada e cheia de “peripécias …, com escala em Cabo Verde, Ilha de S. Vicente, cidade do Mindelo – cenário lamentável !… 

Chegada a Bissau às 20:00h do dia 8 de Novembro de 1970 e fundeados até ao dia seguinte, com desembarque às 08:00h, com destino ao Depósito de Adidos. 

Primeira experiência inerente a cenário de guerra, com ataque vândalo e ameaçador (com faca) à tenda de campanha, ainda sem armas distribuídas.


Foto nº 1 - Bissau, Novembro de 1970


Foto nº 2 - Bissau, Novembro de 1970


Foto nº 3 - Bissau, Novembro de 1970 


Foto nº 4  Bissau, Novembro de 1970


Foto nº 5 - Bissau, Novembro de 1970


Foto nº 6  - Viagem para Gadamael Porto, em LDM


Fotos nº 7 - Viagem para Gadamael Porto, nosso destino de missão, em LDG, LDM, LDP E Batelão, meios possíveis de navegação pelo Geba e outros pequenos rios até ao cais de Gadamael.


Foto 8 - Gadamael: Material capturado ao IN aquando do “ataque ao arame” em 20 de Dezembro de 1970.

(Continua)
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Nota do editor

(*) - Vd poste de 8 DE ABRIL DE 2017 > Guiné 61/74 - P17222: Tabanca Grande (431): Adolfo Cruz, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2796 (Gadamael, Vicente da Mata, Ome (Bijemita), Quinhamel, Biombo e Bissau, 1970/72)... Grã-tabanqueiro n.º 740

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17373: Recortes de imprensa (87): Combatentes da Guiné, homenageados em Abrantes pelo Chefe do Estado-Maior do Exército (Morais da Silva, Cor Art Ref)


1. Mensagem do Cor Art Ref António Carlos Morais da Silva, que foi comandante da CCAÇ 2796 (Gadamael e Quinhamel, 1970/72), com data de 12 de Maio de 2017:

Caro Editor
Dou-lhe conta da notícia publicada em http://ultramar.terraweb.biz/index_medalhas_SM_Ultramar1_Cerimonias_de_imposicao_de_Condecoracoes_RAME_06Mai2017.htm por julgar de interesse para os leitores do blog que dirige com assinalável sucesso.

O meus cumprimentos
Morais Silva
Coronel
(ex-cmdt CCaçInd2796 em Gadamael)


Abrantes: Ex-Combatentes da Guiné homenageados pelo Chefe do Estado-Maior do Exército

Este sábado, dia 6 de maio, o Regimento de Apoio Militar de Emergência, em Abrantes, acolheu a cerimónia de homenagem aos mortos em combate e condecoração aos 66 ex-Combatentes da Companhia de Caçadores Independente 2796 “Gaviões”, que combateram na Guiné de 1970 a 1972.

O General Rovisco Duarte, Chefe do Estado Maior do Exército, esteve presente em Abrantes e falou do caráter pessoal desta cerimónia, devido à ligação com o Coronel Morais da Silva, comandante da companhia.

“O Coronel Morais da Silva foi um homem que marcou a Academia Militar, particularmente a minha geração, nos anos 70, e várias gerações de oficiais. No meu caso, em 76, mais concretamente. Gerações essas que, como o próprio se referiu, estão agora em posições de comando no Exército”, explica o Chefe do Estado Maior do Exército, que afirma ainda que, no seu caso particular “foi ainda mais gratificante perceber que aquele Capitão que eu conheci há cerca de 40 anos atrás, tinha sido um homem [na altura, eu, Cadete, não me apercebi pois a juventude não dá para muitas coisas] que tinha tido uma experiência na Guiné. 

Foi extremamente reconfortante perceber agora comportamentos na altura. Daí aumentar-lhe a admiração pelas qualidades humanas deste nosso Coronel. Que era, de facto, exigente mas já tinha tido a experiência da Guiné, um teatro extremamente difícil. Isso era vertido na educação dos Cadetes”.  [Negrito e realce a amarelo, da responsabilidade do editor]

Para os 66 ex-Combatentes presentes na cerimónia, o General Rovisco Duarte deixou um “agradecimento profundo e reconhecido por parte do Exército. E dizer que o Exército os admira muito e que está disponível para poder de alguma forma colaborar naquilo que seja a sua qualidade de vida, conforto, anseios e preocupações. No fundo, uma palavra de solidariedade muito amiga, muito profunda e muito sincera”.

José Mora Alves, de Sardoal, e João do Rosário Oliveira, de Abrantes, são dois ex-Combatentes desta Companhia que lutou num dos piores palcos da guerra colonial. “Recordar situações que já se passaram há 40 anos e que é bom não esquecer”, afirmou José Mora Alves acerca do significado desta cerimónia. Quanto à presença do General Rovisco Duarte, afirma que tem “um valor especial porque vem de alguém que percebe onde nós andámos e o que passámos”.

João do Rosário Oliveira ainda ostentava no peito a medalha da condecoração mas afirmou que “a medalha, por si só, não é importante. Foi toda a cerimónia, o que se passou até hoje e, principalmente, a homenagem aos que faleceram. O Exército não abandona os seus e homenageia-os, quando, muitas vezes, a comunidade civil se esquece de o fazer”, afirma.

Foram 23 meses de missão onde a Companhia “Gaviões” viu tombar cinco dos seus membros e contou com 13 feridos graves. Foram agora alvo de homenagem por parte dos seus pares e numa cerimónia que contou com a presença do Chefe do Estado Maior do Exército, no RAME.



José Mora Alves e João do Rosário Oliveira

(Notícia publicada em Antena Livre, no dia 8 de Maio de 2017, reproduzida aqui com a devida vénia)
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Nota do editor

Último poste da série de 23 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17271: Recortes de imprensa (86): Artigo de opinião de Fátima Ascensão, no DN Madeira, de hoje, intitulado Obrigada, ex-Combatentes

sábado, 8 de abril de 2017

Guiné 61/74 - P17222: Tabanca Grande (431): Adolfo Cruz, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2796 (Gadamael, Vicente da Mata, Ome (Bijemita), Quinhamel, Biombo e Bissau, 1970/72)... Grã-tabanqueiro n.º 740

1. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano, Adolfo Cruz, (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2796, Gadamael e Quinhamel, 1970/72) com data de 7 do corrente;

Assunto - Tabanca Grande

Caros Amigos,

Aproveito este momento para me registar na entidade em epígrafe [Tabanca Grande] acreditando que passarei a fazer parte de uma entidade  que nos diz muito, não pela missão que nos moveu, naquele tempo, mas pelo simbolismo, além da cumplicidade e admiração que todos nutrimos uns pelos outros.

Nasci em Vieira do Minho, em 11 de Setembro de 1948.

Vivi em Aveiro, Lisboa, Ponte da Barca, Ansião, Coimbra, Arcos de Valdevez, Braga, Figueira da Foz.

Residi em Lisboa, novamente, desde Maio de 1973. Actualmente (sendo pensionista, desde Setembro de  2005) resido em Algés, Oeiras.

Sou do 4.º turno de 1969, tendo entrado no RI 5,  Caldas da Raínha, em 6 de Outubro, seguindo para o CISMI de Tavira, para complemento da especialidade de  atirador.

Depois, dei instrução no RI 7,  Leiria e, em Julho de 1970, formei a Companhia de Caçadores Independente, CCAÇ 2796, no RI 2, Abrantes, seguindo para o Campo Militar de Santa Margarida, onde fiz o IAO.


Em 31 de Outubro de 1970, embarcámos para a então Província da Guiné, no velho "Carvalho Araújo", tendo chegado a Bissau, em 9 de Novembro.

Como teria que ser, primeira etapa no Depósito de Adidos (Brá), aguardando disponibilidade de LDG ou LDM para a viagem para Gadamael Porto, nosso destino de operações.

A viagem foi "interessante" ..., tendo feito transbordo em Cacine, para batelões, pois eram os meios possíveis para complemento da viagem naquelas circunstâncias de navegação.

Em Gadamael Porto, estivemos durante 16 meses (embora nos tivessem dito que seriam, apenas, 12 meses, período máximo considerado para aquela zona).

Depois, passámos para 4 destacamentos, um grupo de combate em cada um: S. Vicente da Mata, Ome (Bijemita), Quinhamel, Biombo, onde permanecemos cerca de 7 meses, seguindo para o COMBIS, Bissau, onde aguardámos voo para Lisboa.

Em 5 de Outubro de 1972, após desfilar perante o Governador-Geral e Comandante-Chefe, gen Spínola, partimos para Lisboa !

Abraço
Adolfo Cruz

Blogue "Se Penso, Blogo, Existo".
http://www.kruzadolphus.blogspot.com


2. Comentário do editor:

Adolfo, chegas num dia triste, em que desaparece o nosso camarada Jorge Portojo, que esteve em Catió, em 1968/70. Mas o dever de cada de um de nós é o de passar uns aos outros e aos vindouros o nosso testemunho, as nossas memórias.

Sê bem-vindo. Passas a ser o membro da Tabanca Grande n.º 740. E ficamos à espera que nos fales, com mais detalhe, dos sítios por onde passaste com os teus camaradas da CCAÇ 2796. Se sobre Gadamael, Quinhamel e Biombo, temos muitas referências no blogue, já sobre São Vicente da Mata  e Ome sabemos muito pouco ou nada.

Senta-te no teu lugar, à sombra do nosso poilão, e já sabes: a partir de agora tens licença para falar em voz alta, e com propriedade, sobre as tuas andanças na Guiné.  É para isso que o nosso blogue serve, além de ser um traço de união entre todos os camaradas que por lá passaram, de 1961 a 1974.

Que sejas bem vindo e que fiques connosco por muito tempo. Diz-nos a tua data de nascimento, se quiseres que a gente te cante, em público, os "parabéns a você" no dia do teu aniversário...
Conheces as regras de convívio do blogue e já sabes que a gente se trata por tu.
Fica bem.
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Nota do editor:

Último poste da série > 30 de março de 2017 > Guiné 61/74 - P17189: Tabanca Grande (430): António Salvada, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2854/BCAÇ 2884, Có, 1969/71, nosso 739.º amigo tertuliano

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Guiné 63/74 - P15808: Notas de leitura (812): “Os Caminhos de Gadamael-Porto”, de Manuel da Silva Fernandes, edição de autor, Ponte de Lima, 2014 (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 30 de Abril de 2015:

Queridos amigos,
Manuel da Silva Fernandes foi 1.º Cabo Operador Cripto numa Unidade que ficou conhecida como os Gaviões de Gadamael. O seu relato é incomum, nunca vi tanta imagem de gente entre o passado e o presente, em viagem para a Guiné, nas LDM a caminho de Gadamael, em eventos de enorme significado como a homenagem aos mortos em Ponte de Lima, ele é limiano assumido e aproveita este documento memorial para falar dos heróis da terra, como o malogrado capitão Tinoco de Faria, que agonizou e fechou os olhos a pedir coragem aos seus homens.
Temos aqui a prova provada de que o livro só se fechará quando o último de nós apagar a luz, deixando a narrativa a interpretes da História.

Um abraço do
Mário


Os Gaviões de Gadamael

Beja Santos

Em “Os Caminhos de Gadamael-Porto”, Guiné 1970/72, os Gaviões de Gadamael, Edição de autor, Ponte de Lima, 2014, viajamos até ao Sul da Guiné e acompanhamos uma inequívoca demonstração de companheirismo do autor pelos camaradas limianos e pelos da sua unidade, a CCAÇ 2796. Não é comum tão extenso repositório fotográfico e tanto registo de depoimentos e testemunhos de gente amiga. Porque é de um fervoroso limiano de que estamos a falar, alguém que se orgulha da ligação de Zeca Afonso a Ponte de Lima, como ele escreve: José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos nasceu em Aveiro, era filho de José Nepomuceno Afonso, juiz, nascido em Aveiro, e de Maria das Dores Dantas Cerqueira, professora primária, nascida em Ponte de Lima. O 1.º Cabo Operador Cripto Silva Fernandes lembra que chegaram a Gadamael-Porto quando a povoação estava muito disposta depois da retirada das nossas tropas de vários aquartelamentos, Ganturé, a três quilómetros de Gadamael, mas também de Sangonhá, Gandembel e Cacoca.

Os Gaviões foram-se juntando no RI 2, em Abrantes, constituíam uma Companhia um pouco excêntrica, incluíam gente oriunda de um “plano de recuperação e inserção na sociedade civil”, vulgo malta com cadastro, presidia ao conjunto o Capitão Assunção Silva, que irá morrer em combate. Do Pidjiquiti seguem para Brá, 17 dias depois marcham para o Sul em duas LDM.

Mal arribados, começam as flagelações, logo em 16 de Dezembro de 1970, a 20 sofrem uma flagelação tremenda, nem escaparam à noite de Natal nem ao fim de ano. Compendia todas estas flagelações: 8, 10 e 11 de Janeiro. Em 24 de Janeiro uma grande tragédia na primeira e única emboscada durante uma patrulha de reconhecimento, escreve que ocorreu na área de Tamabofa, num trilho de passagem do IN perfeitamente identificado. Uma única bala de uma PPSH, de alguém escondido por trás de um morro de bagabaga abateu aquele que era a maior referência dos gaviões, morreu perto das antigas tabancas de Canturé.

Ainda não refeitos do choque da perda do Comandante de Companhia, a 28 nova flagelação, procede-se a patrulhas de reconhecimento e descobrem-se e desativam-se 20 minas antipessoais e uma mina anticarro. São relatórios minuciosos, sugerem-se os itinerários do inimigo que dispõe de um enorme campo de manobra.

Uma das originalidades deste documento de Silva Fernandes é a correspondência com as madrinhas de guerra. Vejamos a carta que recebeu em 22 de Dezembro:

“Manolo: 

Antes de mais deixa-me tratar-te por este diminutivo. Quem sou eu e como cheguei a ti: através de uma revista feminina encontrei uma série de nomes militares onde era feito um apelo para os apoiar nas frentes de guerra. Enchi-me de coragem e lá fui à procura desse mistério, não sabendo que tipo de pessoa está desse lado, de onde veio e o que faz. Um outro interesse despertou a minha curiosidade: a tua habilitação militar, Operador Cripto. Sou professora em Odemira, no ensino primário; tenho 21 anos de idade, 1,64 metros de altura, olhos castanhos e cabelo curto. Gosto muito de ler, de passear e tenho uma grande admiração e respeito pela natureza. 
Manolo: 

O que eu posso oferecer nesta altura é o incentivo de que passes os teus dias da melhor forma. Olha o sol, as estrelas, provavelmente o calor, as tempestades, mais que provável isolamento de tudo, olha tudo isso com fé e coragem. Protege-te da guerra com uma estampa de S. Sebastião que te mandarei na próxima carta. O meu objetivo neste momento não é procurar namoro. Estou muito mais motivada por uma correspondência que eleve a tua moral, saber que sou útil a alguém que deve estar a necessitar de incentivo de quem está por fora da guerra”.

Logo a 3 de Janeiro Silva Fernandes responde à madrinha, manifesta regozijo de saber que é professora, informa que o pai é Guarda-Fiscal, explica-lhe o que é um Operador Cripto e diz-lhe onde e como vive: “Não saio do aquartelamento a não ser para as tabancas que circundam Gadamael, um quartel com casernas à base de zinco, madeira e chapa aproveitada do bidons de combustível”. E despede-se, pedindo permissão para mandar um beijinho e esperar que essa vontade de relacionando vá até onde Deus queira que vá. Somos informados também que a alimentação em Gadamael era horrível. Estamos em Maio, na flagelação do dia 8 a Unidade sofre dois mortos, dois feridos graves e dois feridos ligeiros. Ainda hoje Silva Fernandes chora os seus mortos. Em Junho, mais três flagelações em Gadamael. E abruptamente, o que é muitíssimo comum na nossa literatura memorial, os registos aceleram, misturam o passado com o presente, o ano passou depressa, somos levados a supor.

E em 24 de Janeiro uma parte da unidade segue para Quinhamel, em Fevereiro ainda experimentam uma flagelação e o resto da Unidade deixa Gadamael em 22 de Fevereiro. A Unidade em Quinhamel desdobrava-se pelos destacamentos de Biombo, Ponta Vicente da Mata, Bijmita e reordenamentos de Blom e Quiuta. É neste contexto que em 30 de Março a Base Aérea é flagelada durante alguns minutos. Silva Fernandes disserta abundantemente sobre a política africana, as ações de Spínola e como o Portugal pós 25 de Abril calou as suas responsabilidades com os africanos que comprometeu na guerra. Silva Fernandes tem credenciais como plumitivo, as badanas do seu livro descrevem a intensidade das suas intervenções.

O seu testemunho tem este lado curioso de ser uma História da Unidade contada na primeira pessoa, um Operador Cripto que não é nada dado a farroncas, que descreve sem se manipular na ocultação, sem manifestar ufania pelas amizades que fez, guardando total descrição sobre o volumoso número de flagelações que conheceu em Gadamael. E tocantes fotografias, em abundância, mostram sem necessidade de legendas como a camaradagem dos "Gaviões" irá até ao fim das suas vidas, aconteça o que acontecer.
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Nota do editor

Último poste da série de 26 de fevereiro de 2016 Guiné 63/74 - P15799: Notas de leitura (811): “Amílcar Cabral, Um outro olhar”, por Daniel dos Santos, Chiado Editora, 2014 (3) (Mário Beja Santos)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14032: Agenda cultural (365): Rescaldo da apresentação do livro da autoria de Manuel Fernandes (ex-1.º Cabo Op Cripto da CCAÇ 2796) levada a efeito no passado dia 7 de Dezembro de 2014 na freguesia de Arcozelo, Ponte de Lima (Sousa de Castro)

1. Mensagem do nosso camarada Sousa de Castro (ex-1.º Cabo Radiotelegrafista da CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, 1971/74), com data de 8 de Dezembro de 2014:

Caros amigos, cumprimentos.
Em anexo documento sobre a apresentação do livro da autoria do Manuel Fernandes, ex-1.º Cabo Operador Cripto da CCAÇ 2796.
Eu estive lá, foi muito bom reviver peripécias contadas pelo Manuel Fernandes.

Abraço,
Sousa de Castro


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Nota do editor

Último poste da série de 12 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14016: Agenda cultural (368): Camarada, uma exposição a não perder, até ao dia 19 ( e, se a perderes, ficas mais pobre..): "Maresias: Lisboa e o Tejo, 1850-2014", no Torreão Poente do Terreiro do Paço (agora integrado no novo Museu de Lisboa)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P13964: Agenda cultural (362): Apresentação do livro "Os caminhos de Gadamael Porto - Guiné, 1970/72", da autoria do nosso camarada Manuel da Silva Fernandes, ex-1.º Cabo Op Cripto da CCAÇ 2796 - Gaviões de Gadamael, dia 7 de Dezembro de 2014, pelas 15h00, no edifício sede da Junta de Freguesia de Arcozelo, Ponte de Lima


Do nosso camarada Manuel da Silva Fernandes recebemos a seguinte mensagem datada de 22 de Novembro passado:

Por motivos de ordem pessoal, alguns deles já dissecados nas curtas conversas através do P9994(1) e P10689(2), o livro em tópico será apresentado em Ponte de Lima (Arcozelo) no dia 7 de Dezembro, às 15H00, no edifício da sede da Junta da vila de Arcozelo. 

Há diligências para que o mesmo desiderato ocorra na “Casa do Concelho de Ponte de Lima” em Lisboa em data ainda não calendarizada, vicissitude que em devido tempo farei chegar ao conhecimento de todos. 

Um abraço 
Manuel da Silva Fernandes 
Ex. Operador Cripto
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Notas do editor:

(1) Vd poste de 4 de Junho de 2012 > Guiné 63/74 - P9994: Memórias da minha comissão (João Martins, ex-alf mil art, BAC 1, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/69): Parte VII: Despedida de Bedanda, a caminho de Gadamael e Guileje, aos 18 meses

Comentário de Manuel da Silva Fernandes:

CARO VASCO PIRES:
Tenho acompanhado a dinâmica do "Blog" e, natutalmente, estou ao corrente da vida de tanta gente que pisou as terras de Gadamael-Porto. Evitei até agora qualquer participação na "Tabanca" para fugir à tentação de comentar alguns disparates que foram ditos nas disserções entre o senhor "Coronel" Morais e Silva e o "Alferes" Amaral Bernardo. Aparentemente está tudo sanado, para sossego das nossas consciências - CCAÇ.IND.2796 «Os Gaviões de Gadamael», Pelotão de Art.ª 23.º e Pelotão de Reconhecimento Fox 2260 -.
Sobre a vida de Gadamael-Porto e Quinhamel (onde este assunto também é tratado)- apresentarei em Dezembro, em Ponte de Lima, o livro "Os Caminhos de Gadamael-Porto" em memória dos meus camaradas que cairam na frente da guerra e dos que já partiram depois da aurora de Abril. Para além da solidariedade e respeito para com todos aqueles que de forma desinteressada têm permitido dar voz aos mais humildes, expresso aqui a minha enorme admiração por quem abraçou tão grande projecto.
Ao Vasco o meu abraço por sabermos que ainda vai andando por aí; já houve uma ou duas oportunidades em que os homens da CCAÇ.2796 partilharam essas emoções com as tropas de artilharia e Fox.
Ex - 1.º Cabo Operador Cripto 
Silva Fernandes da CCAÇ. IND. 2796.
31 de Outubro de 2012 às 19:18

(2) - Vd. poste de 18 de Novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10689: Em busca de ... (208): Vasco Pires, ex-comandante do 23º Pel Art pede a Manuel da Silva Fernandes, ex-1º cabo cripto da CCAÇ 2796, contactos dos seus antigos furrieis, que estiveram com ele em Gadamael (1970/72)

Comentário de Manuel Fernandes:

Em data oportuna respondi à pertensão do Vasco Pires. Ao que parece o "email" titulado pelo "Luís Graça" não entrou. 
Por motivos de indole profissional e alguma debilidade física não estive disponível durante este tempo todo pelo que me penitencio pela ausência e - há razão para isso -, pela deslealdade com alguém que nos é próximo. Continuo muito empenhado em satisfazer as expectativas do Vasco, quer através da "Tabanca" quer directamente. 
Um abraço 
Manuel Fernandes 
(Op.Cripto Ccaç. Ind. 2796 - Gaviões de Gadamael). 
Um abraço. 
4 de Abril de 2014 às 21:00

Último poste da série de 27 de Novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13951: Agenda cultural (365): Dia 29 do corrente, sábado, 15h30, na Biblioteca Municipal de Oeiras: sessão de apresentação (e debate): "Militares e Política: o 25 de abril", livro de Luísa Tiago de Oliveira (ed. lit)

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Guiné 63/74 - P12526: Fichas de unidade (9): Companhia de Caçadores N.º 2724 (Guiné, 1970/1972)





1. Em mensagem do dia 17 de Dezembro de 2013, o nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), a pedido do nosso editor Luís Graça, enviou-nos a Ficha da CCAÇ 2724.




COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 2724

Brazão ou Crachá da Companhia de Caçadores nº 2724
© Foto de José Casimiro Carvalho (2010) ¹

Mobilizada pelo Regimento de Infantaria nº 15, de Tomar e, sob o comando do Capitão de Infantaria José Pinto Correia de Azevedo, adoptou como Divisa Non Nobis

Embarca em 04 de Abril de 1970, desembarcando em Bissau em 11 de Abril de 1970.


Síntese da Actividade Operacional:

Realizam o treino de aperfeiçoamento operacional, entre 16 e 22 de Abril de 1970, em sobreposição com a Companhia de Caçadores n.º 2401. Após o treino de aperfeiçoamento, assume a responsabilidade do Sector de Buruntuma, com um grupo de combate instalado em Camajabá. Fica integrado no dispositivo do Batalhão de Artilharia n.º 2857 e, mais tarde, do Batalhão de Cavalaria n.º 2922.

É durante este período que, ARNALDO ANTÓNIO MORAIS, Soldado Condutor Auto Rodas NM 10105369, casado com Maria Ernestina Alves Morais, filho de João António Morais e Cremilde da Conceição Cepeda, natural de Nuzedo de Cima, freguesia de Tuízelo e concelho de Vinhais, tombou vítima de ferimentos em combate num ataque inimigo ao aquartelamento de Buruntuma, em 5 de Setembro de 1970, sendo inumado no Cemitério Paroquial de Salgueiros e Tuízelo.

É rendida, em 17 de Fevereiro de 1971 em Buruntuma, pela Companhia de Cavalaria n.º 1747, sendo transferida para Nova Lamego, para dar protecção aos trabalhos da asfaltagem da estrada que ligava esta localidade a Piche.

Brazão ou Crachá da Companhia de Caçadores n.º 2724 
© Foto da colecção de Carlos Coutinho

Porém, a 24 de Fevereiro de 1971, inicia a deslocação para Bissau, tendo os grupos de combate ficado adidos à Companhia de Caçadores n.º 2571, até à chegada de todos os efectivos, que se verificou a 12 de Março de 1971.

A Unidade é integrada no Comando de Bissau e, em 13 de Março de 1971 assume a responsabilidade do subsector de Brá, substituindo a Companhia de Caçadores n.º 3327. Destacou forças para Safim e João Landim.

De 24 de Março a 6 de Abril de 1971, destacou um pelotão para reforço da guarnição de Nhacra, e de 14 de Abril a 7 de Junho, destacou dois pelotões para os reordenamentos de Jugudul Com e Changue Bedeta.

É substituído em Brá pela Companhia de Caçadores n.º 2658, seguindo para Quinhamel, para render a Companhia de Caçadores n.º 2617, onde assume a responsabilidade do subsector, com destacamentos em Ponta Vicente da Mata e Ondame.

A 23 de Fevereiro de 1972 é rendida em Quinhamel pela Companhia de Caçadores n.º 2796, recolhendo a Bissau. Iniciou a viagem de regresso a 13 de Março de 1972

(História da Unidade - Caixa nº 85 – 2.ª Div/4.ª Secção, do AHM)


Brazão ou Crachá da Companhia de Caçadores nº 2724 
© Foto de José Casimiro Carvalho (2010) ¹


(1) - Fotos de José Casimiro de Carvalho publicadas no P6708 de 10 de Julho de 2010 que teve o seguinte comentário:

Galileu disse...
Camarada José Carvalho
Fiquei bastante satisfeito em ver que o emblema da CCac. N.º 2724 que ficou em Buruntuma, ainda se encontra em perfeitas condições, embora já não esteja no mesmo lugar em que o deixámos. O molde do emblema foi feito por mim, e construído por um camarada do meu abrigo.
Aproveito esta oportunidade para cumprimentar a população de Buruntuma e agradecer a boa forma como sempre me trataram.
Obrigado e felicidades para todos.
O ex-furriel Acácio Lobo
acacio.lobo@sapo.pt
Sábado, Janeiro 15, 2011 11:34:00 PM

18 de Dezembro de 2013
José Marcelino Martins
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Nota do editor

Último poste da série de 24 DE OUTUBRO DE 2010 > Guiné 63/74 – P7169: Fichas de Unidades (8): Batalhão de Caçadores N.º 4514/72 (Guiné, 1973/74) (José Martins)

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Guiné 63/74 - P12082: Os nossos médicos (71): Guiões, brasões e crachás das unidades em que prestou serviço o alf mil méd Amaral Bernardo: BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72) e BART 2924 (Tite, 1970/72)














Guiões, brasões e crachás das unidades (batalhões) e subunidades (companhias) por onde passou o alf mil médico Amaral Bernardo, nosso prezado camarada da Tabanca Grande, que esteve no TO da Guiné nos anos de 1970/72.


1. Este material já nos tinha sido enviado por email de 30 de março de 2011. Por lapso, só agora descobrimos o seu paradeiro: estava numa das nossas caixas de correio, pouco usadas... Pedimos desculpa ao autor e aos leitores.

O Amaral Bernardo esteve ao serviço de dois batalhões: BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72) e BART 2924 (Tite, 1970/72), como de resto se infere dos louvores que lhe foram atribuídos:









Fotos: © Amaral Bernardo (2011). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Guiné 63/74 - P10941: Fantasmas ...e realidades do fundo do baú (Vasco Pires) (3): A morte, em 24/1/1971, do cap inf op esp Fernando Assunção Silva, 1º comandante da CCAÇ 2796, e meu amigo

1. Mensagem do Vasco Pires, que vive no Brasil, e que foi comandante do 23º Pel Art (Gadamael, 1970/72) [, foto atual, à esquerda]

Assunto: Fantasmas do fundo do baú

Caríssimos Luis Graça/Carlos Vinhal,
Cordiais saudações.

Esta semana, lendo um extrato do diário de uma autora americana, pensei que um blog de ex-combatentes possa ser um lugar adequado para também exorcizar fantasmas.

Quando cheguei em Gadamael, lá pelos meados de 1970, encontrei uma Companhia [, a CART 2478,], em fim de comissão, comandada pelo então Capitão de Artilharia Rodrigues Videira, experiente Oficial, já com várias comissões de serviço. Era generoso, e me ajudou muito com a sua experiência.

Dizia ele que a sorte do ser humano é a memória ser seletiva, e ir atenuando as experiências negativas, logo os eventos positivos sobressaem. Sábias palavras, contudo alguns fantasmas ficam lá no mais recôndito do "baú".

Quarenta anos após, é a momento ideal para relembrar os feitos de guerra e alegrias desse tempo de juventude.
- E os fantasmas? - pergunto eu.

A Companhia de Artilharia foi logo rendida por uma Companhia de Infantaria [, a CCAÇ 2796,] comandada pelo saudoso Capitão de Infantaria Fernando Assunção Silva, intrépido e carismático Oficial. Foram tempos agitados esses, talvez o PAIGC quisesse eliminar Guileje, aniquilando primeiro Gadamael.

O Capitão Assunção Silva comandou sempre magistralmente a reação a todas as flagelações, e ordenava patrulhas regulares, algumas delas comandadas por ele pessoalmente. Pois é, e numa delas aconteceu, um simples disparo de um franco-atirador atingiu-o mortalmente no peito.

Consternação, para mim, além de Comandante, amigo morto.

O remédio que usei, foi o "velho Scotch", errei na dose e virou veneno. Lembrou que ensaiei um discurso provavelmente desconexo, "apaguei", e uma mão generosa me retirou da câmara mortuária.

Naquela noite, os leais e eficientes Furriéis de Artilharia Oliveira e Krus assumiram o comando efetivo do 23° Pel art.

Se eu encontrasse hoje o Capitão Rodrigues Videira, reconheceria que ele estava certo, realmente a memória é seletiva, porém, as excepções à regra, às vezes pesam. (**)

Forte abraço

Vasco Pires [, foto acima, à direita, em São Domingos, no final da comissão, em 1972]
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Notas do editor:

(*) Fernando Assunção Silva, natural de Oliveira de Azeméis, cap inf op esp., comandante da CCAÇ 2796 (Gadamael e Quinhamel, 1970/72), morreu em combate em 24/1/1971. Está sepultado no cemitério de Atouguia, Guimarães (Fonte: Portal Ultramar Terraweb > Mortos do Ultramar > Concelho de Oliveira de Azeméis).

A CCAÇ 2796, independente, foi mobilizada pelo RI 2, partiu para to TO da Guiné em 31/10/1970 e regressou a 5/10/1972. Esteve em Bissau, Gadamael e Quinhamel. Comandantes:  Cap inf  Fernando Assunção Silva e Cap Art  António Carlos Morais da Silva (, este último, instrutor da 1ª CCmds Africanos, em Fá, adjunto do COP 6, em Mansabá, e comandante da CCAÇ 2796, em Gadamael).

Como escreveu o Morais da Silva no nosso blogue, “avancei no fim de Janeiro de 1971 para o comando da CCaç 2796, em Gadamael, quando da morte em combate do seu comandante, meu camarada de curso e amigo Capitão de Infantaria Assunção Silva. Fiquei, a meu pedido, no comando desta companhia até ao final da comissão em Outubro de 72” . (Vd. poste P6690).

Outras referências à CCAÇ 2796 e ao seu primeiro comandante:

(i) 22 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9936: Memórias da CCAÇ 798 (Manuel Vaz) (9): Uma perspectiva a partir de Gadamael Porto - 65/67 - VII Parte - Evolução da situação militar - Anexo IV

(...) "A  29DEZ70 a [,CART 2478,] era rendida pela CCAÇ 2796 que, nos primeiros tempos em Gadamael, foi severamente atacada pelo PAIGC, tendo sofrido várias baixas, entre os quais, o próprio Comandante da Companhia. O esforço operacional não a impediu de se dedicar à população, construindo 80 casas no Setor Norte do Aldeamento, uma Escola e um Posto Sanitário, na zona de ligação entre os dois setores do Ordenamento, para além de um Heliporto, Casernas e uma nova Reorganização do Terreno. A 1ª foto aérea dá uma ideia do Aquartelamento e das zonas limítrofes, no tempo desta Companhia".  (...)

(ii) 21 de fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7817: Os nossos médicos (23): Resposta de Morais da Silva (ex-Cap Art, CCAÇ 2796, Gadamael e Quinhamel, 1971/72) a Amaral Bernardo, ex-Alf Mil Med (CCS/ BCAÇ 2930, Catió, 1970/72)

(...) "A CCaç 2796 foi fustigada de forma brutal nos seus primeiros passos em Gadamael numa primeira tentativa do PAIGC de, indirectamente, eliminar a posição de Guileje (o que veio a conseguir em 1973 por via directa). Sofreu baixas, incluindo o comandante da companhia (24Jan71) e nos finais de Janeiro de 1971 era uma subunidade extenuada psicologicamente. Com muito trabalho de todos, reagiu, recuperou, deixou obra feita (reordenamento, escola, posto sanitário, casernas, organização do terreno) e garantiu a posse de Gadamael, a segurança da população, o apoio logístico a Guileje e a liberdade de movimentos no seu sector. Em suma "Cumpriu a Missão". Não desmereceu do seu primeiro e valoroso comandante de companhia – Capitão Assunção Silva, dos seus restantes camaradas mortos e feridos em combate e da confiança da população que apoiou de múltiplas formas e com quem manteve relações de respeito e amizade." (...)

(iii) 24 de junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6638: Lista alfabética dos 24 capitães que morreram em campanha no CTIG, dos quais 10 em combate, todos comandantes de companhias operacionais (9 Cap QP, 1 Cap Mil) (Carlos Cordeiro)

(...)
- FERNANDO ASSUNÇÃO SILVA : Cap Inf / Cmdt CCaç 2796 / Combate / 24 de Janeiro de 1971 (vd. poste P3451, de 13/11/2008). (...)

(iv)  Ficha de unidade: elementos recolhidos pelo  José Martins (vd. poste P3451, de 13/11/2008)

Companhia de Caçadores n.º 2796

Unidade Mobilizadora: Regimento de Infantaria n.º 2 – Abrantes

Comandantes: Cap Inf Fernando Assunção Silva e Cap Art Carlos Morais da Silva

Divisa: Gaviões

Partida: Embarque em 31 de Outubro de 1970 – Desembarque em 10 de Novembro de 1970

Regresso: Embarque em 5 de Outubro de 1972

Síntese da Actividade Operacional:

(i) Após uma curta permanência em Bissau, seguiu em 27 de Novembro de 1970, para Gadamael e assumiu a responsabilidade do respectivo subsector em 1 de Dezembro de 1970, em substituição da CArt 2478, ficando integrada no dispositivo e manobra do BArt 2865 e depois do BCaç 2930.

Em 1 de Fevereiro de 1972 foi rendida pela CCaç 3518, tendo seguido para Quinhamel, por fracções, em 24 de Janeiro de 1972 e 2 de Fevereiro de 1972. Em 22 de Fevereiro de 1972, rendendo a CCaç 2724, assumiu a responsabilidade do subsector de Quinhamel com destacamentos em Ponte Vicente da Mata, Ome e Ondame, colaborando na segurança e protecção das instalações e das populações e ainda nos trabalhos dos reordenamentos de Blom e Quiuta, na dependência do COMBIS.

Em 5 de Setembro de 1972, foi rendida no subsector de Quinhámel pela CCaç 3326, recolhendo seguidamente a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.

(História da Unidade (Caixa n.º 87 – 2.ª Div/4.ª Secção, do AHM)

O José Martins diz que o cap inf op esp Fernando Assunção Silva, faleceu por ferimentos em combate em Tamabofa (sic). Não encontro este topónimo na carta de Cacoca (que inclui Gadamael). Não seria
Talaiá (, a nordeste de Gadamael Porto) ? Ou Iambambuli (?), a sudeste, junto à limnha de fronteira ?...