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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Guiné 61/74 - P17064: Meu pai, meu velho, meu camarada (53): Feliciano Delfim dos Santos (1922-1989), ex-1.º cabo, 1.ª Comp /1.º Bat Exp do RI 11, Cabo Verde (Ilhas de Santiago, Santo Antão e Sal, 1941/43) (Augusto Silva Santos) - Parte V: Restos de espólio: o orgulho de ter pertencido ao Onze... E mais duas fotos de Pedra de Lume


Emblema comemorativo do 25.º aniversário da passagem do "11" por terras de Cabo Verde.


Cabo Verde > Ilha do Sal > Pedra Lume  > 1943 > O Feliciano no topo da pirâmide. [Foto nº 24]


Cabo Verde > Ilha do Sal > Pedra Lume > 1943 > Aquartelamento do “11” [Foto n.º 25]

Fotos (e legendas): © Augusto Silva Santos (2017). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Folha 9 da caderneta militar


Passaporte militar


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do pai do nosso camarada e grã-tabanqueiro Augusto Silva dos Santos (que reside em Almada e foi fur mil da CCAÇ 3306/BCAÇ 3833, Pelundo, Có e Jolmete, 1971/73, tendo antes da tropa trabalhado na marinha mercante, e nomeadamente nos navios de transporte de tropas para o ultramar):

Recorde-se que o Augusto Santos disponibilizou, ao nosso editor Luís Graça (que também teve o pai, Luís Henriques, 1920-2012,  como expedicionário na Ilha de São Vicente),  33 fotos, digitalizadas, do seu pai, Feliciano Delfim Santos (1922-1989) [, foto à direita] e dos seus camaradas da 1.ª companhia do 1.º batalhão expedicionário do RI 11, que estiveram  na ilha do Sal, aquartelados em Pedra de Lume, entre meados de 1941 e 15 de março de 1943 , e o resto do tempo, até final de 1943,  na ilha de Santo Antão (*),

Os "expedicionários do Onze" partiram do Cais da Rocha Conde de Óbidos, em Lisboa, no vapor "João Belo", a 16 de junho de 1941, com desembarque na Praia, ilha de Santiago, a 23 do mesmo mês.  Estiveram grande parte do tempo  (cerca de 20 meses) na então desoladora  ilha do Sal, em missão de soberania. Publicam-se mais duas fotos desse tempo [fotos nº 24 e nº 25].

No final da comissão, fizeram um passagem pela ilha de Santo Antão (de meados de março a dezembro de 1943), para retemperar forças antes do regresso a casa. Ao todo estes "nossos pais, nossos velhos e nossos camaradas" cumpriram cerca de dois anos e meio de comissão de serviço em Cabo Verde. O RI 11 teve 16 mortos por doença na ilha do Sal.


2. Mensagem mais recente do nosso camarada Augusto Silva Santos:

Data: 16 de fevereiro de 2017 às 11:37
Assunto: Espólio de Feliciano Delfim dos Santos / RI 11

Olá,  Luís, bom dia!

No seguimento da minhas pesquisas sobre a passagem do meu pai pelo RI 11 / Cabo Verde (*), vim a descobrir mais uma "preciosidade".

Estou a juntar foto do emblema que o meu pai orgulhosamente ostentava na lapela do seu casaco, aquando da realização dos almoços / convívios anuais em que quase sempre participava, referindo-se o mesmo ao 25.º aniversário da passagem do "11" por terras de Cabo Verde [, 1941-1966].

Tanto quanto me lembro, esses almoços eram sempre (ou quase sempre) realizados na margem sul, ou seja, em localidades do distrito de Setúbal (ex., Setúbal, Montijo, Palmela, Alcochete, etc.)

A título de curiosidade, estou também a juntar cópia de página da minha caderneta militar, em que consta que a minha unidade de desmobilização foi precisamente o RI 11, a qual na altura escolhi como forma de homenagear o meu pai, que muito orgulho tinha na "sua unidade".

Foi mesmo propositadamente, pois poderia até escolher qualquer outra que, na altura, até me seria bem mais fácil em termos de deslocação, visto viver em Almada.

Quando o RI 11, os seus arquivos foram dispersos por outras unidades (foi-me assim explicado na altura), sendo que no meu caso passei a pertencer ao Regimento de Infantaria de Queluz, onde me dirigia para obter os  "passaportes militares",  sempre que tinha necessidade de me ausentar do país, quer em serviço ou em férias, pois durante anos fiz parte, como todos nós, da chamada reserva territorial (julgo que era assim que se chamava).

Foi numa dessas vezes que tomei conhecimento que havia sido "promovido" a 2.º Sargento Miliciano, coisa que nunca me havia passado pela cabeça (as coisas que a pessoa descobre). Apenas por curiosidade junto igualmente cópia desse documento.

Publica o que achares de interesse.

Um forte abraço e boa continuação da tua situação de reformado.
Augusto D. Silva Santos

Guiné 61/74 - P17062: "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp) - Parte III: Mobilização do batalhão e composição das companhias (3)


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1. Contimuação da publicação da brochura"Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp. inumeradas, il.) [, imagemd a capa, à esquerda].(*)

O autor é  José Rebelo, capitão SGE que foi em 1941/43 um dos jovens expedicionários do RI I1, então com o posto de furriel. Não sabemos se ainda hoje é vivo, mas oxalá que sim, tendo então a bonita idade de 96 ou 97 anos. Em qualquer dos casos, este nosso velho camarada é credor de toda a nossa simpatia, apreço e gratidão.

O nosso camarada Manuel Amaro diz-nos que o conheceu pessoalmente (*)

"O Capitão José Rebelo, depois desta aventura em Cabo Verde, como furriel, cumpriu serviço em Timor, como sargento, durante muitos anos. No regresso à Metrópole, por volta de 1960, fez a Escola de Sargentos, em Águeda e após promoção a alferes, comandou a Guarda Nacional Republicana em Tavira, até 1968. Como homem de cultura, colaborava semanalmente, no jornal "Povo Algarvio", onde o conheci, pessoalmente. Em 1969, já capitão, era o Comandante da Companhia da Formação no Hospital Militar da Estrela, em Lisboa.

"Não sei mais nada [,. atualmente,] do Capitão Rebelo. Antes desta informação, na Tabanca, tinha sabido por mero acaso, que ele e o Coronel Pontes Miquelina, (que também tinha sido meu Comandante de Companhia), eram colaboradores das Entidades Oficiais (Município, Governo Civil e outras), em Setúbal. Talvez a Liga dos Combatentes tenha mais informação."


O então furriel José Rebelo,
expedicionário do 1º batalhão
 do RI 11

A brochura que estamos a reproduzir é uma cópia, digitalizada, em formato pdf, de um exemplar que fazia parte do espólio do Feliciano Delfim Santos (1922-1989), que foi 1º cabo da 1ª companhia do 1º batalhão expedicionário do RI 11, pai do nosso camarada e grã-tabanqueiro Augusto Silva dos Santos (que reside em Almada e foi fur mil da CCAÇ 3306/BCAÇ 3833, Pelundo, Có e Jolmete, 1971/73) (*)

Trata-se de um conjunto de crónicas publicadas originalmente no jornal "O Distrito de Setúbal", e depois editadas em livro, por iniciativa da Assembleia Distrital de Setúbal, em 1983, ao tempo do governador civil Victor Manuel Quintão Caldeira. A brochura, ilustrada com diversas fotos, tem 76 páginas, inumeradas.

Além do pai do Augusto Silva Santos, o 1º cabo Feliciano Delfim Santos (1922-1989), temos conhecimento de mais dois expedicionário do RI 11, familiares de um camarada nosso e de uma leitora nossa: (i)  o tio do Benjamim Durães, membro da Tabanca Grande: o soldado atirador António Joaquim Durães (**); e (ii) o avô, ex-1º cabo Armindo da Cruz Ferreira,  da nossa leitora Albertina da Conceição Gomes, médica patologista, de nacionaliddae cabo-verdiaana, a viver e  a trabalhar na Noruega (***)-

O RI 11 desembarcou na Praia, ilhya de Santigao,  em 26/6/1941, e esteve em missão de soberania na ilha do Sal cerca de 20 meses (até 15 de março de 1943), cumprindo o resto da comissão de serviço (até dezembro de 1943) na ilha de Santo Antão.

Seria interessante podermos identificar mais velhos camaradas do RI 11 que foram expedicionários em Cabo Verde... A maior parte do pessoal do 1º batalhão do RI 11 era originário do distrito de Setúbal.. Infelizmente, muito poucos estarão vivos.



"Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp. inumeradas, il.)

Parte III (pp. 11-18)



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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 13 de fevereiro de 2017 > Guiné 61/74 - P17047: "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp) - Parte II: Mobilização do batalhão e composição das companhias (2)

(**) Vd. popste de  10 de fevereiro de 2017 > Guiné 61/74 - P17039: Meu pai, meu velho, meu camarada (51): Feliciano Delfim dos Santos (1922-1989), ex-1.º cabo, 1.ª Comp /1.º Bat Exp do RI 11, Cabo Verde (Ilhas de Santiago, Santo Antão e Sal, 1941/43) (Augusto Silva Santos) - Parte IV: Ilha do Sal, Feijoal

(***) Vd. poste de 27 de janeiro de 2017 > Guiné 61/74 - P16996: Meu pai, meu velho, meu camarada (49): O que conseguimos saber, até agora, do ex-1º cabo Armindo da Cruz Ferreira, companhia de acompanhamento do 1º Batalhão Expedicionário do RI 11, Cabo Verde, Ilha do Sal (junho de 1941-dezembro de 1943) a pedido da sua neta, Albertina da Conceição Gomes, médica patologista na Noruega

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Guiné 61/74 - P17047: "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp) - Parte II: Mobilização do batalhão e composição das companhias (2)



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[Comtinua)





Capa da brochura, "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp. inumeradas, il.)



Foto do autor, José Rebelo, capitão SGE que foi entre junho de 1941 e dezembro de 1943 um dos jovens expedicionários do 1º batalhão do RI I1, então com o posto de furriel. Não sabemos se ainda hoje é vivo, mas oxalá que sim, tendo então a bonita idade de 96 ou 97 anos. Em qualquer dos casos, este nosso velho camarada  é credor de toda a nossa simpatia, apreço e gratidão.


A brochura que estamos a reproduzir é uma cópia, digitalizada, em formato pdf, de um exemplar que fazia parte do espólio  do Feliciano Delfim Santos (1922-1989), que foi 1º cabo da 1ª companhia do 1º batalhão expedicionário do RI 11, pai do  nosso camarada e grã-tabanqueiro Augusto Silva dos Santos (que reside em Almada e foi fur mil da CCAÇ 3306/BCAÇ 3833, Pelundo, Có e Jolmete, 1971/73) (*)

Trata-se de um conjunto de crónicas publicadas originalmente no jornal "O Distrito de Setúbal", e depois editadas em livro, por iniciativa da Assembleia Distrital de Setúbal, em 1983, ao tempo do governador civil Victor Manuel Quintão Caldeira. A brochura, ilustrada com diversas fotos, tem 76 páginas, inumeradas.

Além do pai do Augusto Silva Santos, o 1º cabo Feliciano Delfim Santos (1922-1989), temos conhecimento de mais um expedicionário do RI 11, familiar de uma camaradas nosso, membro da Tabanca Grande: trata-se do tio do Benjamim Durães, o soldado atirador António Joaquim Durães. Seria interessante podermos identificar mais... A maior parte do pessoal do 1º batalhão do RI 11 era originário do distrito de Setúbal (LG)

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Guiné 61/74 - P17041: "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp) - Parte I: Mobilização do batalhão e composição das companhias (1)


Cabo Verde > Ilha do Sal > Vista de Santa Maria (1)


Cabo Verde > Ilha do Sal > Vista de Santa Maria (2)
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Capa da brochura, "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp. inumeradas, il.)








Brochura digitalizada a partir de cópia pessoal do Augusto Silva Santos




1. O nosso camarada e grã-tabanqueiro Augusto Silva dos Santos (que reside em Almada e foi fur mil da CCAÇ 3306/BCAÇ 3833, Pelundo, Có e Jolmete, 1971/73)  [. foto à direita,] teve o pai, na II Guerra Mundial, como expedicionário em Cabo Verde: o Feliciano Delfim Santos (1922-1989) era 1º cabo da 1ª companhia do 1º batalhão expedicionário do RI 11, que esteve na ilha do Sal, entre junho de 1941 e dezembro de 1943 [, foto à esquerda].

Do seu espólio,  o filho aproveitou 33 fotos que, depois de digitalizadas, foram enviadas para publicação no nosso blogue, bem como  um exemplar da brochura que agora vamos apresentar...  O Augusto mandou-nos cópia em pdf e faz gosto em partilhá-la com todos os amigos e camaradas da Guiné que se sentam à sombra do mágico poilão da Tabanca Grande.

Trata-se de um conjunto de crónicas publicadas originalmente no jornal "O Distrito de Setúbal", e depois editadas em livro, por iniciativa da Assembleia Distrital de Setúbal, em 1983, ao tempo do governador civil Victor Manuel Quintão Caldeira. A brochura, ilustrada, tem 76 páginas, inumeradas. É seu autor José Rebelo, antigo expedicionário e na altura, em 1983,  capitão SGE. Não sabemos se ainda hoj3 é vivo, mas oxalá que sim, tendo então a bonita idade de 96 ou 97 anos. Em qualquer dos casos, este nosso velho camarada merece, onde quer que esteja, as melhores manifestações do nosso apreço e gratidão.

O Augusto Silva Santos e os editores do blogue defendem  que é um "dever de memória"  e uma obrigação salvaguardar e divulgar esta brochura, já rara, da qual se fizeram 1000 exemplares. A execução gráfica esteve a cargo da Setulgráfica, de Setúbal.

Recorde-se que os "expedicionários do Onze" partiram do Cais da Rocha Conde de Óbidos, em Lisboa, no vapor "João Belo", a 16 de junho de 1941, com desembarque na Praia, ilha de Santiago, a 23 do mesmo mês. O navio transportava igualmente os materiais de construção indispensáveis para a edificação das instalações para o pessoal de dois batalhões (do RI 11 - Setúbal e do RI 2 - Abrantes)  e de mais uma companhia (de comando e serviços do RI 11,  composta por 312 homens), além de serviços de saúde e intendência, tudo num total de 2244 militares: foram colocados na Ilha do Sal, e ali permanceram dois anos e meio (junho de 1951 / dezembro  de 1943).

Pelo relato do José Rebelo, sabe-se que:

 (i) o 1º Batalhão do RI 11, que esteve do Sal, era composto por 852 homens, a grande maioria oriundo do distrito de Setúbal;

(ii) a ilha era escassamente era povoada ("meia dúzia de casas"...);

(iii) as únicas atividades produtivas, além da pesca artesanal, eram a exploração de uma mina de sal e um fábrica de conservas de peixe (atum);

(iv) tiveram que recrutar lavadeiras de outras ilhas (Boavista, São Vicente e Santiago), que não as havia na ilha do Sal;

(v) nem sequer havia padre na ilha, apenas uma professora, na vila de Santa Maria, a "capital";

(vi) o aquartelamento era na Pedra de Lume, perto das minas de sal, no nordeste da ilha;

(vii) a água potável era racionada, tomando-se banho e lavando-se a roupa com água salgada;

e, por fim, (viii) cerca de duas dezenas de homens do 1º batalhão do RI 11 morreram de doença, ficando sepultados na ilha.

A par dos Açores, Cabo Verde (e muito em particular a ilha do Sal e a  ilha de São Vicente) tinha um papel estratégico na defesa contra eventuais ataques das potências envolvidas na II Guerra Mundial: a ilha São Vicente, por causa do porto de Mindelo; a ilha do Sal por causa das suas infraestruturas aeroportuárias... (E, no caso dos Açores, por ser um verdadeiro "porta-aviões" natural, no meio do Atlântico, tendo vindo a revelar-se decisivo para o desfecho, a favor dos Aliados, da guerra do Atlântico Norte).

A ilha do Sal, mais especificamente,  tem também um papel na história da aviação comercial e nomeadamente no desenvolvimento das ligações transatlânticas (entre a Europa e América do Sul)... Sabe-se que por volta de 1935/36 os italianos estavam muito empenhados em construir um aeródromo, em Cabo Verde, que permitisse à sua aviação comercial  fazer uma escala, a meio do Atlântico,  na longa viagem entre Roma e as capitais dos países da América do Sul onde viviam importantes comunidades de origem italiana.

A escolha acabou por recair no Sal (uma ilha plana com 30 km de comprimento e 12 km de largura, no sentido leste-oeste), com o beneplácito de Salazar:   a 13 de agosto de 1939, os italianos fazem desembarcar material destinado ao início das obras de construção do aeródromo (oficinas, central eléctrica, posto de rádio, camiões, etc, além de chefes, técnicos e operários). Em escassos meses foram montados os pré-fabricados, foi construída uma pista de terra batida, e  instalaram-se  os  indispensáveis serviços de apoio (hangares para os aviões, oficinas de manutenção, rádio, posto de meteorologia, armazéns, escritórios, hotel, locais de habitação, hospital)...

A linha Roma-América do Sul vai funcionar até maio de 1940, ou seja, até à entrada da Itália na guerra, ao lado da Alemanha. O  aeroporto fica desativado até ao final do conflito,  altura em que as suas infraestruturas são adquiridas pelo governo português... No pós-guerra, foram feitos bastantes melhoramentos, com destaque para a  construção de uma pista asfaltada de 2200 metros. O novo aeroporto internacional  (hoje batizado Amílcar Cabral)  foi inaugurado em  15 de maio de 1949.

Percebe-se melhor agora a "missão de soberania" que foi confiada aos "expedicionários do Onze" (mas também do RI 2)... De resto, o esforço de guerra do país, nessa época, não é conhecido (ou é muito mal conhecido) de muitos de nós: em outubro de 1943, eram mobilizados no continente 60 mil homens, juntando-se aos 40 mil espalhados pelos Açores, Cabo Verde e colónias.

Estima-se que, entre 1940 e 1945, o nº de homens em armas ascendesse aos 180 mil. Por sua vez, a modernização do exército, neste  período, implicou uma despesa extraordinária com rearmamento que, a par da mobilização,  auumentou 12 vezes e meia em escassos anos, passando dos 90 mil contos (em 1937) para os 1124 mil contos (em 1943) (Quadro a seguir).



Fonte: Portugal. Assembleia Nacional. Diário das Sessões. IV Legislatura, Sessão nº 11, em 14 de dezembro de 1945, p. 130. Intervenção do deputado Sá Viana Rebelo.


Até agora sabemos da existência de dois familiares de camaradas nossos que fizeram parte do 1º batalhão do RI 11: além do pai do Augusto Silva Santos, o 1º cabo Feliciano Delfim Santos (1922-1989), temos o tio do Benjamim Durães, o soldado atirador António Joaquim Durães. É possível que haja outros... (LG)





"Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da  autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp. inumeradas, il.) 


Parte I (pp. inum, 1 a 5)



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Nota do editor: