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quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Guiné 63/74 - P15184: Da Suécia com saudade (51): Mais um detalhe da pequena história do auxílio sueco ao PAIGC: a emissão, ultrassecreta, de 40 mil selos de correio, para comemorar a independência (unilateral) em 24 de setembro de 1973 (José Belo)






Guiné-Bissau > 4 selos dos correios, de 1, 2.5, 5 e 10 pesos, respetivamente, com a efígie de Amílcar Cabral (1924-1973), "fundador da Nacionalidade", comemorativos da proclamação (unilateral) da independência, em 24 de Setembro de 1973, alegadamente na região do Boé.  [Oficialmente, o peso foi a moeda da Guiné-Bissau de 1975 até 1997; e a sua subunidade compreendia 100 centavos; o peso foi depois substituído pelo franco CFA; portanto, o novo país já tinha selos de correio, em pesos, antes de ter moeda; mas a moeda colonial, emitida pelo Banco Nacional Ultramarino continuou a circular até 1976, é uma história ainda mal conhecida...].

Como se conta a seguir, os primeiros selos foram emitidos na Suécia na tipografia dos irmãos Tofter, da cidade de Österväla, na província de Västmanland.  Tratou-se de um emissão (limitada) de 40 mil exemplares...

Para além do valor documental (e, eventualmente, sentimental, icónico, estético), estes selos têm hoje algum valor comercial para os filatelistas...  Já os vi por aí, na Net,  oferecidos a 2,76$ (dólares) (mais 1$ para portes de correio)...

São imagens digitalizadas de originais, não carimbados, da coleção do nosso camarada João Lourenço, da Figueira da Foz, ex-alf mil, comandante do PINT (Pelotão de Intendência) 9288, Cufar, 1973/74) (*)

Fotos: © João Lourenço (2009). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: LG]


1. Mensagem do José Belo:


[ foto atual à esquerda: José Belo, ex-alf mil inf, CCAÇ 2381 (Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70); atualmente é cap inf ref e vive na Suécia há quase 40 anos, e onde constituiu família]

Data: 29 de setembro de 2015 às 18:41
Assunto:  Auxílio sueco ao PAIGC

Camaradas: 

Aí vai mais um detalhe da pequena história do auxílio sueco ao PAIGC [, artigo escrito por Karin Alfredsson; tradução  e adaptação de J. B., que não indica a fonte, mas que nós localizámos: Bygdeband Sveriges].

Para uma detalhada e abrangedora descrição do que foi o auxílio sueco aos movimentos de libertação africana recomenda-se a leitura de dois livros de Tor Sellström :

(i) "A Suécia e as lutas de libertação nacional em Angola, Mocambique e Guiné-Bissau" [, disponível aqui, em formato pdf]:

(ii)  e o segundo volume "Solidariedade e Assistência entre 1970-1994"  [, disponível aqui, em inglês].

Ambos foram publicados pelo Nordisk Afrikaninstituted, de Uppsala.

Um abraço do José Belo


2. Os selos de correio comemorativos da proclamação [unilateral] da independência da Guiné-Bissau em 1973

por Karin Alfredsson

Ao proclamar a independência da Guiné-Bissau,  o PAIGC necessitava de criar novos selos do correio para o país.

Por razões de segurança a impressão dos mesmos deveria ser secreta até à data da proclamação.

Uma impressora de Nova York tinha-se oferecido para efectuar a encomenda gratuitamente. 

Receando-se que isso viesse a chegar ao conhecimento dos portugueses, foi escolhida a tipografia sueca dos irmãos Tofter, da cidade de Österväla [ hoje com c. 1600 habitantes], na província de Västmanland.

Esta tipografia já tinha anteriormente impresso para o PAIGC numerosos livros escolares e cartazes de propaganda vária.




Foto do secretário geral do PAIGC, Amílcar Cabral (1924-1973), incluída em O Nosso Livro de Leitura da 2ª Classe, editado pelos Serviços de Instrução do PAIGC - Regiões Libertadas da Guiné (sic). Tem o seguinte copyright: © 1970 PAIGC - Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde. Sede: Bissau (sic)... A primeira edição teve uma tiragem de 25 mil exemplares, tendo sido impressa em Östervåla, Uppsala, Suécia, em 1970, na tipografia dos irmão Tofter [ Tofters / Wretmans Boktryckeri AB]. 


Temos um exenplar deste livro que nos foi gentilmente cedido pelo Paulo Santiago (que vive em Águeda e foi alf mil, comandante do Pel Caç Nat 53, Saltinho , 1970/72).  


Fonte: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2007)





O novo Estado deveria ser declarado independente a 21 de Setembro [de 1973], e os selos deveriam estar prontos em Agosto.

Para maior segurança, os modelos dos selos de correio não deveriam ter impressos nem a data nem o seu valor, aparentando deste modo serem simples modelos para futuros cartazes.

A decisão quanto à encomenda só ficou decidida a 16 de Setembro, dispondo a tipografia unicamente de cinco dias para os efectuar e distribuir.

O material chegou à Guiné a tempo [aqui pode-se perguntar..."Qual delas?", Bissau ou Conacry ?(JB)].

No dia marcado para a independência,  as notícias da rádio, TV e jornais foram cuidadosamente seguidas pelos tipógrafos. Nada surgiu durante o dia quanto ao novo país.

Foram então visitados por um representante do PAIGC que os informou ter a data sido adiada. Os portugueses teriam tido conhecimento do local onde a cerimónia iria decorrer e de imediato tinham bombardeado a zona.

A nova data da proclamação seria a 24 de Setembro, sendo agora necessários 40.000 novos selos com a nova data impressa.

Aparentemente tudo acabou por se resolver tendo os selos, mais uma vez, chegado a tempo.

Karin Alfredsson




O "recorte de imprensa" onde é contada esta história da "ultrassecreta" emissão de selos de correio da independência da Guiné-Bissau. Disponível em formatop pdf, aqui [portal Bygdeband Sveriges].
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Notas do editor:

(*) 12 de setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4940: Filatelia(s) (1): Amílcar Cabral (1924-1973), "fundador da nacionalidade" (João Lourenço)

(...) Meu caro Luís Graça: Encontrei, nos meus arquivos do tempo, esta recordação. Nem sei se, para além do valor sentimental, vale alguma coisa. Se entre os nossos bloguistas algum filantelista souber, que o diga... São, ao que julgo, a 1ª edição de selos da Republica da Guiné-Bissau e comprei-os lá.

Um AbraçoJoão Lourenço (...)

domingo, 17 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14623: Historiografia da presença portuguesa em África (61): Boletim da Associação Comercial, Industrial e Agrícola da Guiné, nº 51, janeiro de 1963 - parte I: evolução das receitas e despesas públicas da província (1930-1961) (António Bastos, ex-1.º cabo, Pel Caç Ind 953,Teixeira Pinto e Farim, 1964/66)















1. Mensagem,  com data de 4 de março último, enviada pelo  António Paulo Bastos (ex-1.º cabo do Pel Caç Ind 953, Teixeira Pinto e Farim, 1964/66)


 Ass«unto -. Material encontrado no baú




Camarada Luís, cá estou novamente com mais umas coisas que encontrei,  é um boletim da Associação Comercial, como já vistes,

Não sei se tem interesse  para publicar,  fica ao teu critério.

O boletim fala de todos os produtos que eram exportados são: Amendoim, Arroz, Borracha, Cera, Coconote, Couros, Madeira e Óleo de Palma.

Também encontrei outros livros: Subsídios para Estudos da Língua Manjaca,  Usos e costumes Jurídicos dos Fulas da Guiné, A vida Social dos Manjacos... Estes livros comprei ainda em Bissau em 1965, no museu que ficava ao lado do Palácio do Governo .

Um abraço e obrigado.

António Paulo S. Bastos

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Nota do editor:

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Guiné 63/74 - P14236: Historiografia da presença portuguesa em África (53): Revista de Turismo, jan-fev 1956, número especial dedicado à então província portuguesa da Guiné: anúncios de casas comerciais - Parte X (Mário Vasconcelos): Bissau, cidadezinha colonial, em 1956, onde chegam as modas de Lisboa


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Digitalizações: Mário Vasconcelos (2015). [Edição: LG]




1. Continuação da publicação de anúncios de casas comerciais, da Guiné. Reproduzidos, com a devida vénia, de Turismo - Revista de Arte, Paisagem e Costumes Portugueses, jan/fev 1956, ano XVIII, 2ª série, nº 2. (*).

Trata-se de uma gentileza do nosso camarada Mário Vasconcelos [,ex-alf mil trms, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, COT 9 e CCS/BCAÇ 4612/72,Mansoa, e Cumeré, 1973/74; foto atual à direita] que descobriu um exemplar, já raro, desta edição, no espólio do seu falecido pai.

Hoje publicamos mais de anúncios de empresários de Bissau, com interesses em Bissau: era o caso, por exemplo, da Companhia dos Grandes Armazéns ALCOBIA, SARL, com sede na baixa lisboeta, que fornecia "mobiliário e decoração" para palácios do Governo (Guiné, Bié, Congo, Luanda...), hotéis, bancos, "e muitas outras entidades oficiais e particulares do Ultramar". Era uma casa famosa, fundada em 1914, instalado num edifício oitocentista,  na Rua Ivena, 14, esquina com a Rua Capelo...  e que ainda hoje existe   com sede na Av. Roma 48 - B - lj 1, Lisboa...

Ficamos a conhecer também:

(i) A. F. Parente & Ca, que tinha ao seu cuidao "todas as obras de asfaltamento das estradas da Guiné e da cidade de Bissau";

(ii) O Quiosque de Gelados, de Teresa Fiore, com os melhores sorvetes da cidade, cerveja das melhores marcas e esplanada; pelo apelido só pode ser uma senhora italiana, ou de origem italiana;

(iii) Empresa T. da Guiné, com "carreiras para todo o interior da província e Ziguinchor [Senegal,  o vizinho do norte, colónia francesa, que se tornaria independente em 4/4/1960]

(iv) Estação de Serviço Especializada Auto Bissau, de José Maria Melão: bate-chapas, pintura, mecânica;

(v) Império Lda, com fábricas de gelo, refrigerantes e fundição de metais; [há colecionadores com caricas de refrigerantes da marca Império Lda,, de Bissau!]

(vi) Jorge da Conceição Relvas de Carvalho, "O Transmontano", agente comercial (vinhos do Porto e outros produtos);

(vii) Costa & Campos Lda: agentes comerciais, representantes de Mourão da Costa Campos, Praça dos Restauradores, 13-3º Lisboa...

[Possivelmente Luís Joaquim Mourão da Costa Campos, Caranzalém,  Goa, 17.04.1903 / Lisboa 20.10.1989; no portal Geneall, lê-se que  foi: (i) funcionário do Banco Nacional Ultramarino; (ii) industrial e comerciante em Lisboa e na Guiné; (iii) grande empreendedor nas áreas da indústria hoteleira e turística; (iv) pioneiro em Portugal da atividade de catering à aviação comercial, e (v) pai de Carlos Alberto Wahnon Mourão da Costa Campos  (1927-2006), cor inf ref,   antigo comandante da CCAÇ 763 (Cufar, 1965/67) e depois do COP 3 (Bigene, 1973)].

Pormenor interessante: destas 7 empresas de Bissau, só uma tem nº de telefone no anúncio, a Empresa T. da Guiné... Era o nº 99... O telefone ainda era um luxo em 1956...Em Bissau o nº de telefone mais alto que encontrei até agora, nestes anúncios,  foi o da casa Benjamim Correia, uma das mais antigas, fundada no tempo da I República,em 1913... O nº de telefone era o... 156! Isto dá uma ideia da dimensão da rede telefónica!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Guiné 63/74 - P14221: Historiografia da presença portuguesa em África (58): Revista de Turismo, jan-fev 1956, número especial dedicado à então província portuguesa da Guiné: anúncios de casas comerciais - Parte IX (Mário Vasconcelos): o madeireiro Manuel Ribeiro de Carvalho (Binta, Farim) e a carpintaria mecânica de Humberto Félix da Silva (Bissau)








Digitalizações:  Mário Vasconcelos (2015). [Edição: LG]



1. Continuação da publicação de anúncios de casas comerciais, da Guiné. Reproduzidos, com a devida vénia, de Turismo - Revista de Arte, Paisagem e Costumes Portugueses, jan/fev 1956, ano XVIII, 2ª série, nº 2. (*).

Trata-se de uma gentileza do nosso camarada Mário Vasconcelos [,ex-alf mil trms, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, COT 9 e CCS/BCAÇ 4612/72,Mansoa, e Cumeré, 1973/74; foto atual à direita] que descobriu um exemplar, já raro, desta edição, no espólio do seu falecido pai.

Hoje publicamos mais dois anúncios: 

(i) O Manuel Ribeiro de Carvalho, que seria em 1956, antes da guerra, "o maior exportador de madeiras da Guiné"; tendo serração mecânica em Binta, Farim;

(ii) O Humberto Félix da Silva, de Bissau, telefone nº 6 (!), tinha carpintaria e marcenaria mecânica",  efetuava "todos os trabalhos de construção civil" e, muito importante, tinha "camionagem própria"...

A guerra deu cabo destes negócios, nomeadamente o da exploração e da exportação de madeira. 

Sabemos que o aproveitamento da "fileira florestal" vai se intensificar durante  a II Guerra Mundial, na sequência do aumento das cotações da madeira. As florestas do Cacheu, ricas em bissilião, vão ser duramente castigadas. A exportação de madeira, da província, passa dumas míseras 131 toneladas (32 contos), em 1931-35, para 24 vezes mais, em 1946-50: 3133 toneladas (2514 contos).

Coma o início da guerra, em 1963, as exportações rapidamente entraram em declínio: 13551 t (6734 contos), em 1960; 3406 toneladas (1848 contos), em 1965. A quebra mais acenuada, nessa década,   é a partir de 1963, onde o volume das exportações ainda ultrapassou as 17250 toneladas (e os 7900 contos). (Fonte: Dragomir Knapic - Geografia económica de Portugal: Guiné. Lisboa: Instituto Comercial de Lisboa, 1966, pp. 33/34).

Alguém se lembra destas duas empresas e dos seus donos ? Ainda conheci, em Contuboel, um madeireiro!....A serração do Albano ainda existia no meu tempo (junho/julho de 1969), quando Contuboel foi Centro de Instrução Militar, donde saíram, de entre outras, as futuras CCAÇ 11 e 12. A malta da CART 2479 / CART 11 deve-se lembrar bem do Albano. (**) (LG)

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Nota do editor:.

(P*) Vd. os dois postes anteriores:

3 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14213: Historiografia da presença portuguesa em África (53): Revista de Turismo, jan-fev 1956, número especial dedicado à então província portuguesa da Guiné: monumentos - Parte I (Mário Vasconcelos): destaque para o edifício da administração civil (Bissau) e o monumento aos pilotos italianos mortos em 1931 (Bolama)

30 de janeiro de  2015 > Guiné 63/74 - P14205: Historiografia da presença portuguesa em África (52): Revista de Turismo, jan-fev 1956, número especial dedicado à então província portuguesa da Guiné: anúncios de casas comerciais - Parte VIII (Mário Vasconcelos): Mais 4 lojas de Bissau, três delas já com telefone

(**) Sobre outros madeireiros na Guiné:

7 de junho de 2010 >  Guiné 63/74 - P6549: O Nosso Livro de Visitas (92): O Xitole que eu e os meus pais conhecemos até 1962 (Maria Augusta Antunes, filha de Henrique Martinho, antigo madeireiro)

27 de julho de  2010 > Guiné 63/74 - P6794: O Nosso Livro de Visitas (96): Quem se lembra do Dr. Noronha (de Bafatá), Toscano de Almeida, madeireiro, do Dias Saboeiro, figuras que povoam a minha infância ? (Maria Augusta Antunes, que cresceu no Xitole, na década de 1950)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Guiné 63/74 - P14169: Historiografia da presença portuguesa em África (51): Revista de Turismo, jan-fev 1956, número especial dedicado à então província portuguesa da Guiné: anúncios de casas comerciais - Parte III (Mário Vasconcelos)






1. Mais alguns anúncios de casas comerciais, da Guiné, que foram publicados na revista Turismo, jan/fev 1956, ano XVIII, 2ª série, nº 2.


Tudo indica que, neste nº especial da revista, dedicado à província portuguesa da Guiné) (*), toda a gente tenha querido "aparecer na fotografia". Referimo-nos às "forças vivas" da colópnia, e nomeadamente as da esfera económica, os pequenos comerciantes e demais empresários, portugueses, caboverdianos e libaneses, que operavam na Guiné.
Na amostra de hoje, temos: 

(i) o José Zauad (que, pelo apelido, parece ser libanês),  que tinha estabelecimento comercial em Campeane, na região de Tombali!...

(ii) o Armindo G. Ferreira, estabelecido em Cadique, Catió, também na região de Tombali;

(iii) o José David Doutel, de Cadique. Salancaur, Catió, região de Tombali;

(iv) e, pro fim, o António R. Silva Ribeiro, que seria de Bissorã, e não de Comissorã (mais do que provável gralha tipográfica).

Todos se dedicavam ao "comércio geral: compra e venda de produtos da província"... Em 1956, era já "politicamente correto", escrever-se "província" e não "colónia", como mandava a reforma administrativa ultramarina de 1951.

 Como temos vindo a observar, estes anúncios são um preciosidade, pelas inesperadas informações que nos trazem de gentes e de lugares que vão ser varridos pela guerra, oficial ou oficiosamente iniciada em  Tite, região de Quínara, em 23 de janeiro de 1963...

Refletem, por outro lado,  o clima de relativa tranquilidade e prosperidade em que então se vivia, em 1956... No texto a seguir, apresentam-se alguns dados sobre a economia da época, de acordo com a citada revista Turismo, de jan/fev de 1956. 

O grosso das exportações  (87%, em tonelagem) ía para duas oleaginosas, o amendoim e o coconote. Por outro lado, numa década (1941-1950), as importações passavam de 49 mil contos para 128 mil (um aumento de 260%). As exportações, por sua vez,  passavam, no mesmo período, de  65 mil para 118 mil contos (um aumento de 180%).

[Foto à direita: Mário Vasconcelos, ex-alf mil trms, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, COT 9 e CCS/BCAÇ 4612/72, Mansoa, e Cumeré, 1973/74]


Fotos: © Mário Vasconcelos (2015). Todos os direitos reservados [Edição: LG]

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Guiné 63/74 - P14167: Historiografia da presença portuguesa em África (50): Revista de Turismo, jan-fev 1956, número especial dedicado à então província portuguesa da Guiné: anúncios de casas comerciais - Parte II (Mário Vasconcelos)













1. Mais alguns das dezenas de anúncios de casas comerciais inseridos na revista Turismo, jan/fev 1956, ano XVIII, 2ª série, nº 2 (nº especial dedicado à província portuguesa da Guiné) (*). 

 Não havia, nessa época, de relativa paz e prosperidade, apenas "comerciantes do mato" (desde Ingoré, na região do Cacheu, a Darsalame, na região de Quínara) que se dedicavam à "compra e venda de produtos da província" (e que eram bem poucos: arroz, mancarra, coconote...). 

Também vamos encontrar, sobretudo em Bissau, casas com bons instalações, e edfícios recentes, que se dedicam ao comércio "por grosso e atacado", de artigos nacionais e estrangeiros, com secções como vestuário (fazendas, camisaria, chapelaria),  mas também  bijuteria, brinquedos, papelaria, etc., como era o caso da casa Salgado & Tomé, em Bissau (foto acima). 

Por sua vez, o A. V. d' Oliveira & Ca. tinha armazém e escritório em Bissau, com filiais em Bafatá, Mansoa, Bissorã, Bula e Cacheu. Também se dedicava ao "comércio geral" e ao "import/export"...

E em Bolama, ficamos a saber que havia A Competidora, de António de Almeida, que importava e vendia sobretudo "materiais de construção", ams também "artigos de papelaria" e "material fotográfico".

Para além do comércio, por grosso ou a retalha, também há pequenas indústrias: é o caso da "serração mecânica" de Manuel de Jesus Morais, "exportador de madeiras", em Bubor, Farim.


[Foto à esquerda: Mário Vasconcelos, ex-alf mil trms, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, COT 9 e CCS/BCAÇ 4612/72, Mansoa, eCumeré, 1973/74]

Estes anúncios refletem inegavelmente  o clima de relativa prosperidade económica  e paz, que a província vivia em meados da década de 1950... A partir de 1961 (com os antecimentos em Angola e na Índia Portuguesa) e provavelmente já antes, com os acontecimentos de 3 de agosto de 1959 (no cais do Pidjiguiti), muitos dcstes comerciantes acabam por se retirar das zonas mais isoladas do interior, e fixam-se em Bissau ou regressam à metrópole...

Recorde-se que faz 52 anos, no próximo dia 23 de janeiro de 2015, que se iniciou oficialmente a guerra de guerrilha com o ataque a Tite...


Fotos: © Mário Vasconcelos (2015). Todos os direitos reservados [Edição: LG]

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