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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Guiné 63/74 - P11992: Efemérides (140): 8º aniversário do monumento aos combatentes da Lourinhã, 25/8/2013 (IV e última parte)


Vídeo (1' 15''). Luís Graça (2013). Alojado no You Tube > Nhabijoes ~

Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013. Organização da AVECO, com apoio da CM Lourinhã. Almoço-conívio no restaurante residencial Braga, no Vimeiro. Atuação de um camarada, ex-fuzileiro, do concelho de Peniche, interpretando o incontornável "Adeus, Guiné". Conheci este cmarada, num convívio anterior, na Atalaia. Penso desculpa de não ter aqui à mão o meu caderno de notas, donde constava o seu nome. Sei que ele passou pela Guiné, no início da década de setenta.

[O editor, ainda em férias, está na tabanca de Candoz,   sita em Paredxes de Viadores, Marco de Canavezes, na extrema com Baião e Cinfães, perto da barragem do Carrapatelo, onde não há Net que lhe valha... Teve de de ir, esta tarde à sede do concelho,  a amis de 15 km, para apanhar a "autoestrada" da Net, e assim aceder ao nosso querido blogue, neste fim de agosto, o nosso querido mês de agosto... Por aqui o céu é de bronze, devido aos incêndios. A minha homenagem aos heroicos bombeiros voluntários que têm perdido a vida, ou ficado gravemente feridos, neste verão de inferno, no cumprimento das suas missões de paz. Um abraço camarigo para todos os nossos tabanqueiros. Na próxima 3ª feira, tenho planeada uma viagem de barco, do Pocinho à Barca d'Alva, terra que ainda não conheço. (LG).]


Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013. Almoço-convívio no RestauranTe Residencial Braga, Vimeiro, Lourinhã. Um momento musical, com, uma camarada dos fuzileiros.


Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013. Almoço-convívio no RestauranTe Residencial Braga, Vimeiro, Lourinhã. Dois dirigentes da AVECO, promovendo o sorteio de uma garrafa de Aguardente DOC Lourinhã XO. Foram vendiadas váruias centenas de rifas,a  1 euro. O sorteio recaiu no nº 243. O sortudo foi o nosso editor Luís Graça que, num gesto de camarigagem, voltou a oferecer a garrafa à AVECO para novo sortieo noutra oacsião.


Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013. Almoço-convívio no RestauranTe Residencial Braga, Vimeiro, Lourinhã. Um antigo prisioneiro da Índia, o meu amigo, primo e camarada Luís Maçarico, de Ribamar.


Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013. Almoço-convívio no Restaurante Residencial Braga, Vimeiro, Lourinhã. À esquerda o meu conterrâneo e amigo, João Delgado, ex-combatente em Angola e membro da comissão "ad hoc" que construiu o monumento aos combatentes, numa altura (2005) de vacas gordas. A comissão dispôs de um verba generosa, 30 mil euros, da autarquia local. À direita, outro ex-combatente, emAngola, e que vive na Lourinhã, desde o seu regresso de África.


Comemorações do 8º aniversário da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, Lourinhã, 25 de agosto de 2013. Almoço-convívio no RestauranTe Residencial Braga, Vimeiro, Lourinhã. O bolo de aniversário.

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados
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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Guiné 63/74 - P11932: Convívios (524): 5.º Encontro dos Ex-Combatentes do Seixal, Lourinhã, participantes na Guerra Colonial: 18 de agosto de 2013 > Programa e convite

1. Notícia que nos chega,  com data de ontem e pedido de publicação, por mão do meu querido conterrâneo, concidadão amigo de infância e camarada de armas Jaime Bonifácio Marques da Silva, ex-alf mil pára (BCP 21, Angola, 1970/72) [, foto atual à esquerda, tirada recentemente em 16/6/2013, na Atalaia, Lourinhã, por ocasião da inauguração do monumento local aos combatentes].

Como em anos anteriores, o Jaime é o co-organizdor deste convívio anual dos ex-combatentes do Seixal,  Lourinhã, sua terra natal. Embora ele não seja (ainda) membro formal da nossa Tabanca Grande, tem já meia dúzia de referências no nosso blogue, devida à sua disccreta mas sempre eficiente, empenhada e competente dedicação à causa da memória dos combatentes da guerra colonial, tanto na sua terra, Lourinhã, como em Fafe, onde vive.

Foi ele o  programador e membro da comissão organizadora da notável exposição que esteve aberta ao público de 8/8 a 5/9 de 2009, no clube do Seixal, Çourinhã,  "evocativa da participação dos jovens do Seixal, Lourinhã, na guerra colonial", de que na altura demos notícia, no nosso blogue.


5.º ENCONTRO DOS EX-COMBATENTES DO SEIXAL PARTICIPANTES NA GUERRA COLONIAL

18 DE AGOSTO DE 2013

CONVITE À POPULAÇÃO DO SEIXAL

PROGRAMA

10.00 HORAS – SEIXAL: CONCENTRAÇÃO DOS PARTICIPANTES JUNTO À IGREJA.

MISSA EM MEMÓRIA DOS NOSSOS CONTERRÂNEOS QUE COMBATERAM NA GERRA DO ULTRAMAR: ARSÉNIO BONIFÁCIO, MORTO EM COMBATE EM ANGOLA E DE TODOS OS EX-COMBATENTES QUE JÁ FALECERAM.


11.15 HORAS - LOURINHÃ: ROMAGEM AO CEMITÉRIO

HOMENAGEM A CADA UM DOS EX-COMBATENTES DO SEIXAL JÁ FALECIDOS. COLOCAÇÃO DE UM RAMO DE FLORES, SEGUIDO DE MINUTO DE SILÊNCIO.

12.00 HORAS – LOURINHÃ: MONUMENTO DOS COMBATENTES.

CERIMÓNIA DE HOMENAGEM A TODOS OS JOVENS DO CONCELHO DA LOURINHÃ QUE TOMBARAM NA GUERRA AO SERVIÇO DE PORTUGAL.

13.30 HORAS – ALMOÇO NO CLUBE DO SEIXAL

ALMOÇO DE CONFRATERNIZAÇÃO ABERTO A TODOS OS FAMILIARES E AMIGOS DOS EX- COMBATENTES. (15 comissões)

INSCRIÇÕES PARA O ALMOÇO ATÉ AO DIA 15 DE AGOSTO
Tel. 966878619 / 917818481 / 919310088 /917226653

A COMISSÃO ORGANIZADORA

Arménio Pereira - Emídio Baltazar - Jaime Bonifácio - José Maria



Lourinhã > Monumento aos combatentes > 18 de maio de 2013. O monumento é da autoria do arquitecto A. Silva e da escultora A. Couto.

No dia 25 de agosto de 2013 vai-se comemorar o 8º aniversário deste monumento (, evento de cujo programa em breve daremos detalhes). Fizeram parte da comissão organizadora origiunal, que deu corpo e alma à ideia em 2005 (, conforme demos notícia na I Série, em poste de 24/7/2005), entre outros ex-combatentes, os meus amigos e conterrâneos João Delgado, Jaime Bonifácio e José Picão de Oliveira (este último, ex-furriel miliciano na zona leste da Guiné, em Canquelifá, tendo regressado a casa já em Setembro de 1974).  

Fotos:  © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados
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Nota do editor:

Último poste da série > 9 de agosto de 2013 > Guiné 63/74 - P11921: Convívios (523): Comemoração do 39.º aniversário do regresso da CCAÇ 4544/73, dia 8 de Setembro de 2013 (António Agreira)

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Guiné 63/74 - P11782: Efemérides (134): Monumento aos Combatentes do Ultramar em Olhão, foi inaugurado no passado dia 16 de Junho (Henrique Matos)


1. O nosso Camarada Henrique Matos, ex-Alf Mil, 1.º Comandante do Pel Caç Nat 52, Enxalé, 1966/68, enviou-nos a seguinte mensagem:

OLHÃO - Monumento aos Combatentes da Guerra do Ultramar


Camaradas,

A cidade de Olhão já tem o seu Monumento aos Combatentes do Ultramar, inaugurado no passado dia 16, dia da cidade. A concretização deste projecto fica-se a dever ao empenho do Presidente da Direcção do Núcleo de Olhão da Liga dos Combatentes, João Peres, também ele um ex-Combatente na Guiné e restantes membros da Direcção.




Grande abraço
Henrique Matos
Ex-Alf Mil CMDT do Pel Caç Nat 52

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Nota de M.R.: 

Vd. último poste desta série em:

 22 DE JUNHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11748: Efemérides (133): Lisboa /Belém, 10 de Junho de 2013: Fotos das Cerimónias junto ao Monumento dos Combatentes da Guerra do Ultramar (Jorge Canhão) 


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10713: Memória dos lugares (196): Bolama, Agosto de 1966 (José António Viegas)



 


Monumento aos Pilotos italianos (**)

Bolama, Agosto de 1966


1. Mensagem do nosso camarada José António Viegas* (ex-Fur Mil do Pel Caç Nat 54, Guiné, 1966/68), com data de 17 de Novembro de 2012:


Da minha estadia em Bolama, antes de ser colocado com o meu Pel Caç Nat 54 em Mansabá, lembro-me bem daquela cidade já em degradação mas ainda com várias edificações em bom estado, como os correios, junto à piscina do Cabo Augusto onde se passavam os bons tempos de lazer, a casa do Governador e o Hotel, que estava em boas condições, onde muitos camaradas vinham descansar e passar férias.

No fim de Agosto, depois de ter terminado o treino operacional, seguimos para Bissau e depois para Mansoa, numa coluna enorme, onde se juntaram mais militares com destino a Mansabá.

A coluna até Cutia decorreu com normalidade, mas a partir daqui foram tomadas todas as precauções até Mansabá, onde se ouviram alguns tiros e aviso.

Em Mansabá estivemos 45 dias com a CCAÇ 1421. Aqui começa a nossa entrada na guerra. Logo nos primeiros dias fomos fazer um golpe de mão e, como tal, foi posta à prova a nossa impreparação para reagirmos debaixo de fogo. Quando se chegou ao objectivo, foi lançado o ataque pelo homem da bazuca e, debaixo daquele fogachal, eu de pé com as balas a assobiar sem saber o que fazer.

Aqui começa a minha preparação com os melhores operacionais, os meus soldados nativos, o meu Cabo Ananias Pereira Fernandes, o homem que não gostava de G3 e só usava a Madsen, que me joga para o chão e me ensina a organizar e dispersar debaixo de fogo.

Lembro-me o que aprendemos em Vendas Novas com aqueles filmes da guerra da Argélia, no meio de dunas, e nós íamos para a selva, enfim ainda havia poucos formadores com experiência de combate.

Acabo aqui a primeira fase de Mansabá voltarei às peripécias destes 45 dias. (***)
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 6 de Novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10626: Tabanca Grande (368): José António Viegas, natural de Faro, ex-fur mil, Pel Caç Nat 54 (1966/68), grã tabanqueiro nº 587

(**) Homenagem de Mussolini aos 5 aviadores italianos, vitimas de queda dos seus aparelhos em 5 de Janeiro de 1931 quando faziam a ligação Itália/Brasil com escala por Bolama.

Vd. também excerto publicado na I Serie do nosso blogue:

(...) Finalmente: Bolama que tem em si um dos raros monumentos ao esforço fascista de paz, quando Mussolini e Ítalo Balbo tentaram o cruzeiro aéreo para unir Roma ao Brasil. Com efeito, dois dos aparelhos despenharam-se em Bolama e a missão esteve em riscos de se malograr. Tal não aconteceu porque a tenacidade de Ítalo Balbo a isso se opôs. Resta desse desastre o belo monumento aos «Caduti di Bolama» no qual se reproduz um aspecto dos destroços dos aviões — duas asas, uma das quais ainda erguida aos céus e a outra quebrada e caída em terra.

O monumento foi feito por italianos e com pedra italiana, vinda de Itália, para esse fim. Mandou-o erguer Mussolini e na sua base lá se encontra a coroa de bronze por ele oferecida, com estes dizeres — Mussolini ai cadutti di Bolama. Ao lado, a águia da fábrica de hidroaviões Savoia, uma coroa com fáscios da Isotta-Fraschini e a coroa de louros da Fiat. É curioso notar que este será um dos raros monumentos do fascismo, no mundo, que no fim de 1945 não foi apeado. Virado para diante e no alto, o distintivo dos fáscios olha ainda com alienaria o futuro, no seu feixe de varas e no seu machado, a lembrar a grandeza da Roma do passado. (...)

Fonte: Extractos de: César, A. - Guiné 1965: contra-ataque. Braga: Pax, 1965.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Guiné 63/74 - P10161: Memória dos lugares (188): Lisboa, Belém, os vivos e os mortos, o passado e o futuro... (Luís Graça)




Lisboa > O Tejo e o Centro Champaliimaud... > 4 de julho de 2012 > O Pedro e a sua família... Um quadro que poderia ter sido pintado por um surrealista, italiano (Giorgio di Chirico) ou português (António Dacosta)... Ou até por um respeitável "velho do Restelo", mais agarrado às âncoras do passado do que capaz de desfraldar as velas loucas do futuro... Afinal, donde vimos, para onde vamos ? Nós, o coletivo a que chamamos Portugal e os portugueses...



Lisboa > 4 de julho de 2'012 > O Pedro e a família, em Belém, junto ao Monumento aos Mortos do Ultramar > Inaugurado em 1994,  o monumento é uma homenagem a todos os soldados que morreram ao serviço de Portugal, entre 1961 e 1975. A parede em redor do monumento (, parede exterior do forte do Bom Sucesso, ) está revestida com mais 180 placas com o nomes gravados dos cerca de 9000 combatentes que a morte ceifou no Ultramar, nessa época (em combate, em acidente, em doença).




Lisboa > 4 de julho de 2012 > A lista infindável de mortos... 1969, 1970, 1971, 1972... Felizmente, não consta lá o nome do avô e pai José Ferreira Carneiro, natural de Candoz, Paredes de Viadores, Marco de Canveses, que fez a guerra de Angola, em Camabatela (1969/72)...



Lisboa > Pastéis de Belém  (*) > 4 de julho de 2012 > O Diogo, turista ocasional, fã do Iphone e da playstation,  tripeiro, de 9 noves anos, num dos lugares obrigatórios de Lisboa, para quem vem à capital que já o foi de um vasto império, donde vinham a cana de acúçar e o pau de canela... 


Fotos : © Luís Graça  (2012). Todos os direitos reservados.


1. Há dias passei por Belém, numa visita guiada em que servi de cicerone a um casal de sobrinhos meus, do Porto, e entre outras coisas fui mostrar-lhes o monumento aos mortos do Ultramar (ou aos combatentes ?), que eles pura e simplesmente desconheciam... Lisboa tem muitas coisas para ver, e a descobrir, de preferência  a pé e devagar, em certas horas do dia, em certos dias da semana... mas os cemitérios e os monumentos aos mortos não serão, de certo,  para  os jovens, os lugares que lhes despertarão mais interesse e curiosidade.

Estacionámos por ali perto, junto ao forte do Bom Sucesso (hoje transformado num  ainda obscuro, vazio e triste museu do combatente) com a ideia de ir visitar o Centro de Investigação da Fundação Champalimaud, a doca de Pedrouços, a Torre de Belém, a caminho dos pastéis de Belém que estão para Lisboa e os seus mouros como as francesinhas estão para o Porto e os seus morcões...

O Pedro é um morcão querido, um sobrinho da minha mulher de quem eu gosto muito,  tem hoje trinta e  poucos anos, e fez muitas vezes férias juntamente com os meus filhos em pequeno. É filho do meu cunhado, José Ferreira, que fez a sua comissão de serviço militar (sic), em Angola, em Camabatela, no tempo da guerra do ultramar ou guerra colonial, como quiserem. É além disso um jovem que já sentiu, muito cedo, adolescente, a dor imensa da perda precoce e irreparável de uma mãe, vitimada por doença à época incurável...

O Pedro, que é pescador e músico de jazz, e um qualificado técnico de inspeção de gás do Instituto de Soldadura e Qualidade, na delegação do Porto,  ficou impressionado com a lista infindável de nomes de combatentes que morreram pela Pátria no antigo ultramar português, ou melhor dizendo, na(s) guerra(s) colonial(ais). Eu próprio me virei para o seu filho, de nove anos, e comentei:
- Já viste, Diogo, meu morcão ?!...  Se o nome do teu avô estivesse inscrito nestas paredes, tu nunca terias nascido...

Não sei se o puto, entretido com um dos seus jogos de guerra preferidos, no Iphone, me ouviu e, em caso afirmativo, se entendeu a minha mensagem... Ele (e o pai) pertence a um geração que felizmente não conheceu a guerra, as suas angústias, incertezas e horrores... O Diogo é, além do mais, um filho do séc XXI, da aldeia global, da realidade virtual, do Iphone, do Ipad, do cinema 3D, da playstation, da televisão digital, da Web 2... Pergunto-me como lhes podemos contar, a ele e à sua geração,  a história desta guerra, parte integrante da nossa história pátria... Como sermos suficientemente sábios, assertivos e incisivos, sem cairmos no risco de nos tornarmos patéticos, demagógicos, ridículos ?



Pela minha parte estou seguro - pelo que conheço dele - que o meu cunhado nunca contou ao filho, muito menos ao neto, as suas peripécias lá pelas fazendas do café, no norte de Angola, entre 1969 e 1972 [, foto à direita]... Ele era 1º cabo radiotelegrafista, de rendição individual, não sabe sequer o número da companhia a que esteve adido nem nunca mais encontrou (nem procurou) um camarada de guerra, ou os seus antigos camaradas de guerra... 


Pura e simplesmente ele fechou, como muitos outros de nós,  esse capítulo da sua vida. Restam-lhe as muitas dezenas de cartas e aerogramas que recebia da família, e que ele organizou, meticulosamente, em Camabatela, por data e remetente, e que trouxe consigo, religiosamente, como património valioso.  Restam-lhe ainda uma mão cheia das cartas que ele enviou à mana Chita... e que escaparam aos trambolhões do espaço e do tempo. 


Não tenho netos. Ainda. Mas,  quando (e se) os tiver, prometo trazê-los pela mão, até aqui a Belém, à Torre de Belém e ao Forte do Bom Sucesso, e esperar que me façam perguntas sobre este imenso mural onde estão os nomes dos nossos camaradas mortos... A memória de um povo transmite-se de geração em geração.  De preferência, "en su sitio", e de viva voz, pelos mais velhos, para os mais novos...

L.G. (**)

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Notas do editor:

(*) História do pastel de Belém:

"O sabor da Tradição:

"No início do Século XIX, em Belém, junto ao Mosteiro dos  Jerónimos, laborava uma refinação de cana-de-açúcar associada a  um pequeno local de comércio variado.

"Como consequência da revolução Liberal ocorrida em 1820, são em  1834 encerrados todos os conventos de Portugal, expulsando o  clero e os trabalhadores.  nNuma tentativa de sobrevivência, alguém do Mosteiro põe à venda  nessa loja uns doces pastéis, rapidamente designados por 'Pastéis de Belém'.

"Na época, a zona de Belém era distante da cidade de Lisboa e o  percurso era assegurado por barcos de vapor. No entanto, a  imponência do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém,  atraíam os visitantes que depressa se habituaram a saborear os  deliciosos pastéis originários do Mosteiro.

"Em 1837, inicia-se o fabrico dos 'Pastéis de Belém', em instalações nanexas à refinação, segundo a antiga 'receita secreta', oriunda do  convento. Transmitida e exclusivamente conhecida pelos mestres  pasteleiros que os fabricam artesanalmente, na 'Oficina do
Segredo'. Esta receita mantém-se igual até aos dias de hoje.

"De facto, a única verdadeira fábrica dos 'Pastéis de Belém'  consegue, através de uma criteriosa escolha de ingredientes, proporcionar hoje o paladar da antiga doçaria portuguesa".



Fonte: Pastéis de Belém

(**) Último poste da série > 13 de julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10149: Memória dos lugares (187): Gabu, ontem e hoje (Tino Neves, ex- 1º cabo escrit, CCS / BCAÇ 2893, 1969/71)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Guiné 63/74 – P9438: Memória dos lugares (173): Ponte Caium e o seu monumento, em ruínas (Pepito / Magalhães Ribeiro)



1. Mensagem e fotos do Engº Agrº Carlos Schwarz, Pepito para os amigos, fundador e director executivo da AD - Acção para o Desenvolvimento, enviada em 31 de Janeiro de 2012.

Marco histórico 

Luís,

Fui de carro a semana passada à Guiné-Conakry dando a volta ao Fouta Djalon e entrando por Boké-Quebo (Aldeia Formosa). 

Entre Gabú e Buruntuma dei de caras com este marco, do qual te envio fotos. Possivelmente já os publicaste no Blogue. (*)

abraços
pepito







Texto e Fotos: © Pepito (2011). Todos os direitos reservados.
 

2. Comentário do  M.R.:

Temos mais de duas dezenas de referências à estratégica Ponte Caium, no nosso blogue. Ficava a meio caminho entre Piche e Buruntuma.  Ainda hoje está memória e no imaginário de muitos camaradas que por lá passaram e sobretudo que lá estiveram, destacados. Caso, por exemplo, do  Jacinto Cristina, do Florimundo Rocha, do Carlos Alexandre, três camaradas que hoje pertencem à nossa Tabanac Grande, e que fizeram parte da equipa que desenhou e construiu o monumento à  memória dos bravos do 3º Gr Comb da CCAÇ 3546 (Piche, Ponte Caium e Camajabá, 1972 / 1974) que guarneceram aquele destacamento e que não voltaram para casa...  

No poste P9210 (, da autoria do ex-Fur Mil Ribeiro) e no poste P8061 (, da autoria do ex-Sold Cond Auto Florimundo Rocha) é feita a reconstituição  da fatídica emboscada de 14-06-1973, na estrada Ponte Caium-Piche.

A ideia do monumento erigido á memória dos mortos da Ponte Caium terá partido  do Carlos Alexandre, o único que tinha conhecimentos de desenho e de moldes por trabalhar na construção naval, em Peniche.

Vd. em especial o  poste de 1 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7203: Memória dos lugares (107): A Ponte Caium e o monumento, construído por nós, e dedicado aos nossos mortos: Cardoso, Torrão, Gonçalves, Fernandes, Santos, Silva (Carlos Alexandre, radiotelefonista, natural de Peniche, 3º Gr Comb, CCAÇ 3546, 1972/74)



Guiné > Zona Leste > Piche > Destacamento de Caium > CCAÇ 3546 (Piche, Ponte Caium e Camajabá, 1972 / 1974) > Foto de 1973. Monumento construído pelo pessoal destacado na ponte, do 3º Gr Comb, e que ainda lá está, como o comprovou em Abril de 2010  o nosso camarada Eduardo Campos, e o como comprovam agora as fotos do Pepito, tiradas em janeiro último.



Foto: © Carlos Alexandre (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.




Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Ponte Caium > Abril de 2010 > Dois monumentos de homenagem aos bravos de Caium, constituídos por: (i) Memorial aos mortos da CCAÇ 3546 (1972/74): "Honra e Glória: Fur Mil Cardoso, 1º Cabo Torrão, Sold Gonçalves, Fernandes, Santos, Sold Ap Can [Apontador de Canhão s/r ]Silva. 3º Gr Comb, Fantasmas do Leste. Guiné- 72/74"; (ii) Pequeno oratório com a legenda "Nem só de pão vive o homem. Guiné, 1972-1974".  A foto é do Eduardo Campos que por lá passou em Abril de 2010.

Na altura (em novembro de 2010): escrevemos: "É espantoso como, 37 anos depois, o memorial p.d. esteja ainda quase intacto (falta-lhe a cruz que o encimava) e em razoável estado de conservação... Noutros sítios, estes monumentos deixados pelas tropa portuguesa foram vandalizados ou pura e simplesmente destruídos. Hoje, pelo contrário, há uma tentativa para os recuperar. Estamos no nordeste, em pleno chão fula, próximo da fronteira com a Guiné-Conacri, a meio caminho entre Piche e Buruntuma".

Foto: © Eduardo Campos (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados


Hoje voltamos a repetir: é espantoso como este monumento funerário tem conseguido resistir à usura do tempo. Obrigado ao nosso amigo Pepito pelas inesperadas fotos da ponte Caium, em tempo seco, e do seu precioso monumento. É um gesto que nos sensibiliza!  Oxalá os guineenses saibam preservar este e outros pequenos pedaços da nossa história comum, do nosso património imaterial comum... E nisso o Pepito e a sua ONG AD têm sido incansáveis, dedicados, generosos.  (MR).
 
_______________
 
Nota de MR:


Vd. último poste desta série em: 


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Guiné 63/74 - P9200: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (5) (José Martins)

1. Publica-se hoje a quinta e última parte de um trabalho sobre a região norte de Lisboa (Loures e Odivelas) sugerindo razões para a construção de um Monumento aos Mortos na Guerra do Ultramar (1961-1974) do então concelho de Loures, de autoria do nosso camarada José Marcelino Martins* (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), enviado ao blogue em 26 de Novembro de 2011.


UM NOVO MONUMENTO AOS QUE TOMBARAM PELA PÁTRIA!

Sem utopias e com os pés
Assentes em terra

“Que o sonho comanda a vida…”, este verso da Pedra Filosofal do poeta Rómulo Vasco da Gama de Carvalho (24 de Novembro de 1906 † 19 de Fevereiro de 1997), professor de Física e Química do Ensino Secundário, sob o pseudónimo de António Gedeão, dá-nos a dimensão do que o homem, querendo, pode comandar a vida, pode sonhar livremente, porque é tão livre como os pássaros do campo.

É utópico, pensará muito boa gente, que o país estando na crise que está, venham estes “velhos”, passados mais de 37 anos do fim da guerra, querer gastar dinheiro, que custa tanto a ganhar, para erguer monumentos com o “nome dos mortos”.
Só que, “estes mortos, são os nossos mortos”. Eles saíram do povo a que, todos nós, pertencemos. Eles deixaram os pais e os irmãos, nalguns casos a mulher e os filhos. Abandonaram os campos e as fábricas; abandonaram os escritórios e as escolas. Vestiram a farda militar, tomaram as armas nas suas mãos e partiram para África.
Eles foram/são aqueles que, connosco, os seus camaradas, formaram uma nova família, tão unida, que nem a morte nos conseguiu fazer esquecer a sua existência e o seu altruísmo. Altruísmo, dignidade e honra, porque levaram ao extremo o seu sacrifico e a palavra jurada sobre a Bandeira da Pátria, de a defender até à última gota de sangue.

Poderão vir dizer que agora, nesta altura de crise financeira, não é a melhor altura para obras, para melhoramentos, para memórias.
Mas, também, se pode pôr a questão: há algum período da nossa História Pátria, em que não houvesse períodos de crise?
Não, porque aqui e agora, não falamos de crise mas de crises. Não há só a crise financeira, que obriga a repensar procedimentos e o “apertar do cinto” na expressão popular; há a crise de valores, que pode ser uma das razões para que o Monumento aos Combatentes do Ultramar, ainda não exista; há crises de “querer” e crises de “crer”.

Esta ano, em que lembramos que foi há 50 anos que as Campanhas de África, a Guerra do Ultramar começou, existem muitas autarquias, mesmo ao nível de freguesia, que levantam memoriais, mesmo que singelos, lembrando os “Filhos da Terra” para que o futuro não os esqueça.

Poderia ser sentido como insensibilidade, dos Municípios aqui referidos (Loures e Odivelas), para com os “Seus Filhos” se, dentro de algum tempo, breve necessariamente porque a vida não pára, um grupo de Combatentes ou cidadãos solicitasse autorização para colocar, num local público, uma lápide que recordasse “aqueles que por obras valorosas, como a defesa da Pátria, se libertaram da lei da morte”. Passariam a ser, por ausência dos seus nomes, mais soldados nascidos nestas terras, cujos nomes seriam olvidados, tendo oferecido a sua juventude à Pátria e vendo os seus camaradas tombarem em nome dela.

A cerimónia sugerida no capítulo anterior, não será, obrigatoriamente, o tipo de cerimónia a ter lugar na altura da inauguração. Basta que, ainda que limitado em número, haja uma força militar que preste as Honras de Ordenança, e um clarim que execute a Marcha da Continência, em louvor dos Tombados em Campanha.

Cabe aqui, como nota final, um poema de António Botto (1897-1959).

Ó Pátria mil vezes santa,
- Meu Portugal, minha terra,
Onde vivo e onde nasci

Na tua História me perco,
e nela tudo aprendi.

Mesmo que fosses pequena
E eu te visse pobre e nua,
- Ninguém ama a sua Pátria por ser grande,
Mas sim por ser sua!

José Marcelino Martins
Fur. Mil. Trms. Infantaria
Combatente na Guiné
Junho de 1968 a Junho de 1970
josesmmartins@sapo.pt

Loures 10 de Abril de 2011 > Homenagem junto ao Monumentos aos Mortos da Grande Guerra > Toque de “Mortos em Combate”.
© Foto Hugo Gonçalves (LC)
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Nota de CV:

Vd. postes da série de:

6 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9143: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (1) (José Martins)

8 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9156: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (2) (José Martins)

10 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9174: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (3) (José Martins)
e
12 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9187: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (4) (José Martins)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Guiné 63/74 - P9187: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (4) (José Martins)

1. Quarta parte do trabalho do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), sugerindo razões para a construção de um Monumento aos Mortos na Guerra do Ultramar (1961/74) do então Concelho de Loures.

UM NOVO MONUMENTO AOS QUE TOMBARAM PELA PÁTRIA!

A Prestação de Honras Militares

Se o presente mais não é que a afirmação do passado e a projecção do futuro, devemos entregar a “Chama da Pátria” àqueles que, mercê da sua opção ou da sua idade, serão o nosso próprio futuro.

A representação da Pátria, através da Bandeira Nacional, deve ser atribuída ao Estandarte entregue à guarda da Liga dos Combatentes, e que ostenta as condecorações:
● Cruz de Guerra de 1ª classe,
● Comendador da Ordem Militar da Torre e Espada de Valor, Lealdade e Mérito,
● Comendador da Ordem de Benemerência,
● Placa de Honra da Cruz Vermelha,
● Membro Honorário da Ordem Infante D. Henrique


A Liga dos Combatentes da Grande Guerra, que nasceu da ideia de vários combatentes, dos quais se destacam o 2º Sargento miliciano licenciado, João Jayme de Faria Afonso; o 2º Tenente de Marinha, Horácio Faria Pereira; e o Tenente de Artilharia de Campanha, reformado, Joaquim de Figueiredo Ministro, a par da congregação das vontades então já reunidas nas Juntas Patrióticas, que de norte a sul do país iam tomando forma.

“O clima político que o País atravessou durante e após a Grande Guerra não permitiu oferecer aos valorosos combatentes portugueses, que entretanto regressaram de França, o acolhimento solidário e reconhecido que o seu sacrifício justificava. Este facto levou a que muitos dos combatentes, nomeadamente os feridos, mutilados, exaustos e deprimidos, que, ignorados pelo Estado, foram em muitos casos também hostilizados pelas próprias famílias, tentando aliviar dessa forma, a já depauperada e miserável situação em que já se encontravam.”

Foi assim, com o espírito acima referido e com o objectivo de:
• Promover a exaltação do amor à Pátria e dos Símbolos Nacionais,
• Promover internacionalmente o prestigio de Portugal,
• Promover a protecção e o auxilio mútuo dos antigos combatentes,
• Desenvolver actividades culturais e educacionais em benefício do país e dos antigos combatentes.

A Liga dos Combatentes da Grande Guerra, fundada em 1921 e oficializada em 29 de Janeiro de 1924, e actualmente designada Liga dos Combatentes, que prossegue os ideais dos seus fundadores, na perenidade da Pátria Portuguesa.
A Liga dos Combatentes ostenta a divisa “PATRIOTISMO E SOLIDARIEDADE”.

Para transportar o Estandarte Nacional e fazer a sua Escolta, sugere-se a convocação de alunos das Escolas de Ensino Militar, que se destinam à formação de Oficiais das Forças Armadas e de Segurança. São esses, hoje alunos e amanhã oficiais, que vão ter, no futuro a responsabilidade de dirigir as forças militares e de segurança nas missões que hoje têm e nas que lhes serão atribuídas, em terra, mar e ar, no espaço nacional ou no exterior.


Escola Naval – Destina-se à formação de Oficiais de Marinha. Teve o seu início na Escola de Sagres, criada por D, Henrique cerca de 1417 e na Aula do Cosmógrafo-Mor, fundada em 1559 sob a orientação do matemático Pedro Nunes. Em 1782 passa a denominar-se Academia Real de Guardas Marinhas, para formar oficiais da Armada Real. A Academia Real dos Guardas Matinhas passa, em 1845, a denominar-se Escola Naval sendo transferida em 1936 para o Alfeite.
A Escola Naval tem como divisa “TALANT DE BIEN FAIRE”.


Academia Militar – Destina-se à formação de Oficiais do Exército e da Guarda Nacional Republicana. É criada em 1641 a aula de Artilharia e Esquadria, por decreto de 13 de Maio de D. João IV e em 1790 a criação da Academia Real de Fortificação de Artilharia e Desenho que veio estabelecer uma escola de base verdadeiramente científica. Em 12 de Janeiro de 1837 passou a designar por Escola do Exército, por iniciativa de Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo, o Marquês de Sá da Bandeira. Teve, ainda, as seguintes designações: Escola do Exército, de 1837 a 1910; Escola de Guerra, de 1911 a 1919; Escola Militar, de 1919 a 1938; novamente Escola do Exército, de 1938 a 1959 e Academia Militar, a partir de 1959. O aluno será um, dos futuros oficiais, da Guarda Nacional Republicana.
A Academia Militar ostenta como divisa “DVLCE ET DECORVM EST PRO PATRIA MORI”.


Academia da Força Aérea – Destina-se à formação de Oficiais da Força Aérea. Tem o sei inicio em 1 de Fevereiro de 1978, com os alunos do 3º ano do Curso de Aeronáutica Militar, vindos d Academia Militar onde eram, até então, formados os oficiais da Força Aérea. No ano escolar de 1991/1992 iniciam-se os cursos de Engenharia Aeronáutica, Engenharia de Aeródromos, Engenharia Electrotécnica e Administração Aeronáutica. Nesse mesmo ano é criada a Escola Superior de Tecnologias Militares Aeronáuticas, dependente do Comando da AFA, dando início à formação dos Oficiais Técnicos do QP da FAP, ministrando cursos politécnicos.
Ostenta a divisa “E NÃO MENOS POR ARMAS QUE POR LETRAS”.


Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna – Criada em 1982 sob a designação de Escola Superior de Policia, iniciou a sua actividade lectiva em Outubro de 1984. Em Fevereiro de 1999 tomou a designação actual e destina-se a formar oficiais de polícia e, posteriormente, a promover o seu aperfeiçoamento. Tem, também a missão de colaborar e coordenar projectos de investigação e desenvolvimento na área da segurança interna.
Ostenta como divisa “VICTORIA DISCENTIUM GLORIA DOCENTIUM” (a vitória dos alunos é a glória dos professores).

O Guião da Liga dos Combatentes, representando todos os Combatentes de Portugal e, muito especialmente, todos aqueles que caíram ao serviço da Pátria em todas as parcelas que formaram o Império, e ocupando um local de destaque na formatura, será transportada por um Instruendo Aluno da Escola de Sargentos do Exército.


Escola de Sargentos do Exército – A criação desta escola remonta a 01 de Junho de 1981. Em 1926, esta unidade ostentava a designação de Batalhão de Ciclistas nº 2, passando a ser denominada de Regimento de Infantaria nº 5 em 1927, tendo servido para a formação dos mancebos do 1º ciclo do Curso de Sargentos Milicianos. Em 1975 e transformado em Centro de Instrução de Quadros de Complemento, tendo sido redenominada como Regimento de Infantaria das Caldas da Rainha, em 1975. Em 1993 pelo Dec-Lei n.º127/93 de 22 de Abril, a ESE é reorganizada e passa a ter o Estatuto de Estabelecimento Militar de Ensino Profissional com a missão de assegurar, através dos cursos nela ministrados, a preparação cultural, técnica e profissional-militar necessária ao ingresso e progressão na carreira de sargentos dos quadros permanentes. É Membro Honorário da Ordem da Liberdade, como reconhecimento do carácter eminentemente colectivo da acção realizada em “16Mar74”, sendo esta condecoração atribuída à ESE, enquanto herdeira e fiel depositária dos seus feitos e tradições, em cerimónia presidida por Sua Excelência o Presidente da República, em 24Abr94.
Ostenta como divisa “VONTADE E SABER”.

Os Estabelecimentos Militares de Ensino, apesar de dependerem do Estado-Maior do Exército, não se destinam, necessariamente, à formação de militares. Até há pouco tempo, no Corpo de Alunos destes institutos só existiam filhos de militares, quer do quadro de oficias quer do de sargentos, que, como nós, também suportaram a guerra e, quase todos em duas ou mais comissões de serviço.
Um desses rapazes, um “Pilão”, hoje já homem mais que feito e lançado na vida, falando para uma plateia, maioritariamente de antigos combatentes, “confidenciou” a angústia com que, à noite, depois do jantar e antes de recolherem para o descanso diário, como tremiam e tentavam tapar os ouvidos, quando se apercebiam que, através da instalação sonora algum dos alunos ia ser convocado para a portaria ou sala de visitas. Era quase certo que, o mensageiro, trazia uma notícia desagradável, vinda de além-mar.
É com base nestes casos, que decerto eram comuns em todos estas casas de ensino, que destinamos aos actuais alunos desses estabelecimentos, a formação da guarda de honra e prestação de honras militares durante a cerimónia.


Colégio Militar – O Colégio Militar nasceu em 3 de Março de 1803, por iniciativa do Marechal António Teixeira Rebelo, à altura com o posto de Coronel e Comandante do Regimento de Artilharia da Corte. Chamou-lhe Colégio de Educação do Regimento de Artilharia da Corte, e destinava-se à educação dos filhos dos elementos da sua guarnição e aos civis que o pretendessem, sendo os formadores elementos do próprio regimento. Em 1814 passa a ter a designação de Real Colégio Militar. Em 1910, após a implantação da república passa a designar-se por Colégio Militar. O seu Estandarte Nacional, atribuído em 1888, ostenta, entre outras, as seguintes condecorações: Grau de Cavalheiro da Ordem da Torre Espada de Valor, Lealdade e Mérito; Grã-Cruz da Ordem de Instrução Publica; Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo; Ordem de Mérito Militar dos Estados Unidos do Brasil; Ordem Militar de Sant’Iago da Espada; Medalha de Ouro de Serviços Distintos; Medalha Militar de Avis.
Tem como divisa “UM POR TODOS E TODOS POR UM”.


Instituto de Odivelas – o Instituto D. Afonso de Bragança foi criado em 14 de Janeiro de 1900, por iniciativa de alguns elementos das Forças Armadas, que pretendiam proporcionar às filhas dos Oficiais mortos em combate ou por doença, uma formação condigna, que lhes permitisse ingressar no mercado de trabalho. Desde o princípio o Instituto privilegiou os cursos de formação prática, que iam desde o Magistério Primário, aos de escrituração comercial, telefonista ou modista. Com a implantação da República passa a designar-se por Instituto da Torre e Espada e, em 1911, por Instituto de Educação e Trabalho. A reforma educativa, após a revolução de 1974, eliminou o ensino técnico-profissional. Para além dos planos oficiais de estudos, o Instituto continuou a proporcionar a oferta de um currículo próprio. Foram, também, introduzidas aulas facultativas de instrução militar no ensino secundário para permitir uma preparação para o acesso aos estabelecimentos de ensino superior militares. A actual designação, Instituto de Odivelas, é de 1942.
Ostenta como divisa “DUC IN ALTUM” (Cada vez Mais Alto).


Instituto Pupilos do Exercito – Por Decreto-Lei de 25 de Maio de 1911 e por inspiração do General António Xavier Correia Barreto, à época Coronel e Ministro da Guerra do 1º Governo da República, é criado o Instituto Profissional dos Pupilos do Exército de Terra e Mar dependente do Estado Maior do Exercito. A instituição já foi designada como Instituto Técnico Militar dos Pupilos do Exército e Instituto Militar dos Pupilos do Exército. O seu Estandarte Nacional ostenta as condecorações de Comendador da Ordem de Instrução Pública, Comendador da Ordem Militar de Cristo, Membro Honorário da Ordem Militar de Santiago da Espada, Membro Honorário da Ordem Militar de Avis, Medalha de Ouro dos Serviços Distintos e Ordem Nacional do Infante D. Henrique.
Tem como lema “QUERER É PODER”.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 10 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9174: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (3) (José Martins)

sábado, 10 de dezembro de 2011

Guiné 63/74 - P9174: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (3) (José Martins)

1. Terceira parte do trabalho do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), sugerindo razões para a construção de um Monumento aos Mortos na Guerra do Ultramar (1961/74) do então Concelho de Loures.

UM NOVO MONUMENTO AOS QUE TOMBARAM PELA PÁTRIA!

Os Nossos Heróis…

Aqueles que morreram pela Pátria

O lema da FMAC – Federação Mundial dos Antigos Combatentes, organização internacional, não governamental, que reúne mais de 150 associações de antigos combatentes e vítimas de guerra de 88 países, é:

“Nenhuma voz é mais qualificada para defender a paz, 
do que a dos homens que combateram na guerra.”

Na realidade cabe àqueles que, tendo empunhado uma arma, no combate directo e/ou no seu apoio, devem transmitir toda a sua experiência aos vindouros – seus filhos e netos – para que eles saibam o que é o terror da guerra e, por todos os meios, evitem que a guerra exista.
Outros porém, também intervenientes nos conflitos, tombam ao defenderem a Pátria, tal como lhes disseram quando os mobilizaram.
Esses deixaram de ter voz, ainda que os seus camaradas saibam que “os seus gritos” ecoam pela terra mas são insonoros e, portanto, só os seus camaradas têm a possibilidade de os ouvir, e ser “o porta-voz dos que tombaram”.

Nas “Últimas Campanhas de África (1961/1974)” tombaram cerca dez mil militares, durante e logo após a independência dos novos países, tendo estado envolvidos cerca de um milhão de militares.
“Não são muitos!...”, dirão alguns.
Mas “apenas um morto, já são MORTES a mais!”

Do nosso concelho tombaram 16, cujos nomes queremos perpetuar, assim como já estão perpetuados os nomes dos nossos camaradas que tombaram na Grande Guerra. Já chega de “soldados anónimos” a quem, ingenuamente, muitos chamam o “Soldado Desconhecido”.

Não há SOLDADOS DESCONHECIDOS! Todos tiveram pais, irmãos, todos têm um nome, por isso não são desconhecidos.
O que acontece, é que a História, se esqueceu de registar os seus nomes.

Para a recolha dos elementos abaixo, socorremo-nos da Comissão de Estudos para as Campanhas de África (EME), do Serviço de Documentação da Força Aérea (SDFA) e dos serviços administrativos das Juntas de Freguesia e dos Cemitérios visitados, que mostraram total abertura para a cedência de informação.

Os Militares do então concelho de Loures, são:

FLORÊNCIO ROSA CAPELA
Soldado Condutor Auto-Rodas Nº 271/60
• Filho de João Francisco Capela e de Jerónima Rosa, solteiro, natural da freguesia de Santa Iria Azóia, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Artilharia nº 120, mobilizado no Regimento de Artilharia Antiaérea Fixa, aquartelado em Queluz, para servir na Região Militar de Angola.
• Faleceu em 10 de Outubro de 1961, no Hospital Militar de Luanda, motivado por acidente de viação, na cidade de Luanda.
• Foi inumado no Cemitério da freguesia Santa Iria da Azóia. No entanto não consta dos registos dos serviços do cemitério, apesar de haver memória do seu funeral no antigo cemitério.

FERNANDO DOS SANTOS
Soldado Condutor Auto-Rodas nº 584/60
• Filho Carolina Maria dos Santos, solteiro, natural da freguesia de Sacavém, concelho de Loures. [Existem documentos que referem outra naturalidade: freguseia de Casedas, concelho de Oliveira de Azeméis].
• Pertenceu à Companhia de Caçadores nº 92 / Batalhão de Caçadores nº 93, mobilizado no Regimento de Infantaria nº 4, aquartelado em Faro, para servir na Região Militar de Angola.
• Faleceu em 06 de Março de 1962, por doença, em Quilo Pombo, região de Sanza Pombo, motivado por congestão pulmonar.
• As ossadas foram inumadas no Cemitério Paroquial de Sacavém, em 1968.

JOAQUIM CAETANO DIAS
Soldado Atirador NIM 186/60
• Filho de Júlio Dias e de Victória Maria Dias, solteiro, natural da freguesia de Ponte de Lousa, concelho de Loures.
• Pertenceu ao Comando de Agrupamento nº 3, mobilizado no Regimento de Infantaria nº 11, aquartelado em Setúbal, para servir na Região Militar de Angola.
• Faleceu em 13 de Maio de 1962, por ferimentos em combate, em emboscada causada pelo inimigo na picada de acesso do Jungo para Banza Muquiama, região de Ucua, na Zona de Intervenção Norte.
• As ossadas foram inumadas no Cemitério Municipal de Loures, em 1968.
• Foi homenageado com a atribuição do seu nome a uma rua, na localidade de Ponte de Lousa, freguesia de Loures.

FRANCISCO JOSÉ DA PURIFICAÇÃO CHAVES
Soldado Condutor Auto-Rodas nº 820/63
• Filho de Lino Gonçalves Chaves e de Francisca da Purificação, solteiro, natural de Palhais da freguesia e concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Cavalaria nº 487 / Batalhão de Cavalaria nº 490, mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 3, aquartelado em Estremoz, para servir no Comando Territorial Independente da Guiné.
• Faleceu em 24 de Janeiro de 1964, por ferimentos em combate na região de Comumene - Ilha do Como, durante a realização da operação “Tridente”.
• Foi inumado no Cemitério Municipal de Loures. A sua sepultura tem o número 67/1956 e encontra-se na fila 5/G do talhão 5.
• Foi homenageado com a atribuição do seu nome a uma rua, na localidade de Barro, freguesia de Loures.
• Foi condecorado, a Título Póstumo, com a Medalha da Cruz de Guerra de 1ª Classe, conforme Ordem do Exército nº 22 - IIIª série de 1965.

Transcrição do louvor que originou a condecoração:

Manda o Governo da Republica Portuguesa, pelo Ministro do Exército, adoptar, para todos os efeitos legais, o seguinte louvor conferido em Ordem de Serviço nº 7, de 04 de Maio de 1964, do Comandante-Chefe das Forças Armadas da Guiné Portuguesa, a título póstumo, ao Soldado nº 820/63, FRANCISCO JOSÉ DA PURIFICAÇÃO CHAVES, da Companhia de Cavalaria nº 487 – Batalhão de Cavalaria nº 490 – Regimento de Cavalaria nº 3, porque durante uma operação em 24 de Janeiro de 1964, na região de Comumene, tendo a força de que fazia parte ficado quase completamente cercada por um numerosíssimo grupo inimigo, se manteve voluntariamente na posição que ocupava, de modo a proteger a deslocação dos seus camaradas, tendo continuado a combater até ser abatido pelo fogo inimigo.
A sua atitude, que demonstrou coragem, espírito de sacrifício e abnegação excepcionais, evitou certamente pesadas baixas às nossas tropas.
Ministério do Exército, 24 de Maio de 1965
O Ministro do Exército
Joaquim da Luz Cunha.

Transcrição da Portaria que confere a Condecoração

Manda o Governo da Republica Portuguesa, pelo Ministro do Exército, condecorar com a Cruz de Guerra de 1ª Classe, ao abrigo dos artigos 9º e 10º do Regulamento da Medalha Militar, de 28 de Maio de 1946, por serviços prestados em acção de combate na Província da Guiné Portuguesa:
Soldado nº 820/63, FRANCISCO JOSÉ DA PURIFICAÇÃO CHAVES, da Companhia de Cavalaria nº 487 – Batalhão de Cavalaria nº 490 – Regimento de Cavalaria nº 3, a título póstumo.

RUI DE JESUS NEVES
Soldado de Armas Pesadas nº 1716/63
• Filho de João Ferreira Neves e de Arminda de Jesus, solteiro, natural da freguesia de Moscavide, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Caçadores nº 535 do Batalhão de Caçadores nº 595, mobilizado no Batalhão de Caçadores nº 5, aquartelado em Lisboa, para servir na Região Militar de Angola.
• Faleceu em 15 de Abril de 1964, por ferimentos em combate, na picada entre Quindualo e Rio Lafusse, na região de Magina Nova.
• Foi inumado no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa. Depois foi trasladado para o ossário nº 23.330 e, posteriormente, foram cremadas as ossadas e colocadas no cendrário.

VASCO JOSÉ FERREIRA LOURENÇO
Soldado Explorador / Observador nº 551/64
• Filho de Domingos da Conceição Lourenço e de Deolinda da Encarnação, solteiro, natural da freguesia de Bucelas, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Comando e Serviços do Batalhão nº 696, mobilizado pelo Regimento de Infantaria nº 15, aquartelado em Tomar, para servir no Comando Territorial Independente da Guiné.
• Faleceu em 07 de Outubro de 1964, por acidente de afogamento no Rio Geba, na região de Darsalame.
• Foi inumado no Cemitério do Arranho em Arruda dos Vinhos. Os seus restos mortais foram levantados e permaneceram num ossário. À morte de sua mãe, e de acordo com o desejo desta, foi inumado junto da mesma, na Campa nº 108, talhão 4.
• Foi homenageado com a atribuição do seu nome a uma rua, na freguesia de Arranhó, concelho de Arruda dos Vinhos.

DIONISIO ROCHA LOURENÇO
1º Cabo Mecânico de Armamento Ligeiro NM 00739865
• Filho de Albano Lourenço e de Júlia Rocha, solteiro, natural de Pirescoxe, freguesia de Santa Iria Azóia, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Cavalaria nº 1485, mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 7, aquartelado em Lisboa, para servir no Comando Territorial Independente da Guiné.
• Faleceu em 26 de Abril de 1966, por ferimentos em combate, durante um ataque do inimigo ao aquartelamento da companhia em Biambe.
• Foi inumado na campa nº 284 do Cemitério de Bissau, na Guiné.

JÚLIO ANTÓNIO DE ABRANCHES NASCIMENTO
Furriel Miliciano Atirador NM 08823065
• Filho de Américo do Nascimento e de Maria Rosa Serra Abranches, casado com Gilberta Récio Figueiredo de Abranches Nascimento, natural do lugar de Olival de Basto, freguesia de Póvoa de Santo Adrião, concelho de Loures (hoje freguesia de Olival de Basto e concelho de Odivelas).
• Colocado na Companhia de Caçadores nº 106, do Regimento de Infantaria nº 20 / Região Militar de Angola, sediada na Base Temporária de Quimaria.
• Faleceu 19 de Janeiro de 1969, por ferimentos em combate, em emboscada causada pelo inimigo na antiga Sanzala em Sabalo, no itinerário Quimaria – Toto, na Zona de Intervenção Norte.
• Foi inumado no Cemitério de Bucelas, no Jazigo de Família – nº 15.

ARMÉNIO ANJOS GONÇALVES
1º Cabo Atirador de Cavalaria NM 12905468
• Filho de José Gonçalves e de Maria dos Anjos Pinto Rêgo, solteiro, natural da freguesia de Sacavém, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Cavalaria nº 2500 / Batalhão de Cavalaria nº 2870 e mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 3, aquartelado em Estremoz, para servir na Região Militar de Angola.
• Faleceu em 20 de Junho de 1969, por doença, no Hospital Central de Nova Lisboa / Huambo.
• Foi inumado no Cemitério Paroquial de Sacavém.

HENRIQUE GUILHERME COSTA SALVADOR
Soldado Condutor Auto-Rodas NM 00049367
• Filho de Joaquim Salvador e de Delfina Costa Salvador, solteiro, natural do lugar de A-dos-Cãos freguesia e concelho de Loures
• Pertenceu à Companhia de Artilharia nº 2440 / Batalhão de Artilharia nº 2857, mobilizado no Regimento de Artilharia nº 5, aquartelado em Penafiel, para servir no Comando Territorial Independente da Guiné.
• Faleceu em 17 de Novembro de 1969, por ferimentos em combate durante o ataque inimigo ao aquartelamento da companhia em Piche.
• Foi inumado no Cemitério Municipal de Loures.

ADELINO DA CONCEIÇAO BAPTISTA
Soldado Infantaria NM 16478970
• Filho de Manuel Baptista e de Judite da Conceição, solteiro, natural da freguesia de Camarate, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Caçadores nº 3354 / Batalhão de Caçadores nº 3842, mobilizado no Regimento de Infantaria nº 1, aquartelado na Amadora, para servir na Região Militar de Moçambique.
• Faleceu em 12 de Setembro de 1971, por ferimentos em combate, por accionamento de mina anti-carro, em 09 de Setembro de 1971, no itinerário do destacamento de Doa a M’Oito, região de Mutarara. Em 10 de Setembro de 1971 foi transferido do Hospital Militar de Nampula para o Hospital Central Miguel Bombarda, em Lourenço Marques, onde veio a falecer.
• Foi inumado no Cemitério Paroquial de Camarate. Foi exumado e trasladado para o ossário nº 278, no mesmo cemitério.

EDUARDO ANTÓNIO CARVALHO GREGÓRIO
1º Cabo Auxiliar de Enfermeiro NM 05186169
• Filho de António da Silva Gregório e de Maria Antónia da Conceição Carvalho, solteiro, natural da freguesia de Santa Iria de Azóia, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Cavalaria nº 2552 / Batalhão de Cavalaria nº 2903, mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 7, aquartelado em Lisboa, para servir na Região Militar de Moçambique.
• Faleceu em 17 de Novembro de 1971, por ferimentos em combate, na região de Bene.
• Foi inumado no Cemitério de São João da Talha.

JORGE MANUEL DE OLIVEIRA ANTÓNIO
1º Cabo Atirador de Cavalaria NM 17295869
• Filho de Jorge António e de Fernanda Gomes da Silva, solteiro, natural da freguesia de Sacavém, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Cavalaria nº 2692 / Batalhão de Cavalaria nº 2909, mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 3, aquartelado em Estremoz, para servir na Região Militar de Angola.
• Faleceu em 19 de Fevereiro do 1972, no Hospital Militar de Luanda, para onde foi evacuado após ferimentos sofridos em combate, na região de Mucondo / Zemba, durante a 3ª fase da operação “Lamparina”.
• Foi inumado no Cemitério Paroquial de Sacavém.

FERNANDO MODESTO RUAS PEREIRA
Furriel Miliciano Piloto (DO 27) da Força Aérea
• Filho de Abel Pereira da Conceição e de Carminda de Jesus Ruas, solteiro, natural da freguesia de Moscavide, concelho de Loures.
• Prestava serviço na Base Aérea nº 7 quando foi mobilizado para o Aeródromo de Manobra nº 51 (Mueda) para servir na Região Aérea de Moçambique.
• Faleceu em 23 de Abril de 1972, devido a acidente por queda e destruição de aeronave, no percurso de Porto Amélia para Mueda.
• Não consta o local onde foi inumado.

ANTÓNIO LUÍS SILVA PEDRO
1º Cabo Readmitido de Reabastecimentos e Munições, NM 01667965
• Filho de Ricardo Pedro e de Maria Silva, casado com Maria Cristóvão Pinto, natural do lugar de Casal das Lages, freguesia e concelho de Loures.
• Pertenceu à 1ª Companhia de Caçadores do Batalhão de Caçadores nº 20 da Região Militar de Moçambique.
• Faleceu 19 de Março de 1973, por acidente com arma de fogo em Balama, sendo evacuado para a Enfermaria do Comando do Sector, em Mueda, onde faleceu.
• Foi inumado no Cemitério Municipal de Loures, em 9 de Agosto de 1973 na sepultura nº 276/1973, fila 2/E do talhão dos Combatentes.

JOAQUIM MANUEL DUARTE HENRIQUES
Soldado de Atirador de Cavalaria NM 000068973
• Filho de João Pedro Henrique e de Delfina da Conceição Duarte, solteiro, natural da freguesia de Odivelas e concelho de Loures (hoje Concelho de Odivelas).
• Pertenceu à 1ª Companhia de Cavalaria / Batalhão de Cavalaria nº 8423/73, mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 4, de Santa Margarida, para servir na Região Militar de Angola.
• Faleceu em 21 de Setembro de 1974, por doença, no Hospital Militar de Luanda, para onde foi evacuado de Zalala, onde estava estacionado.
• Consta ter sido inumado no Cemitério de Odivelas, mas o seu nome não foi localizado nos registos do cemitério.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 8 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9156: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (2) (José Martins)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Guiné 63/74 - P9156: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (2) (José Martins)

1. Segunda parte do trabalho do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), sugerindo razões para a construção de um Monumento aos Mortos na Guerra do Ultramar (1961/74) do então Concelho de Loures.

UM NOVO MONUMENTO AOS QUE TOMBARAM PELA PÁTRIA!

Aos que construíram uma terra!

Ligação entre Loures e Odivelas

É certo e a história comprova-o que, antes destas terras serem portuguesas, eram mouras e, muito antes dos mouros, outros povos a habitaram, deixando vestígios da sua passagem e das suas civilizações.
Mas, desde a tomada de Lisboa em 25 de Outubro de 1147, que se tornaram nos arrabaldes da cidade, para onde ela se havia de expandir além dos muros do castelo que, sucessivamente foram sendo alargados e sendo abertas novas portas.
Como atrás dizíamos, os arrabaldes, que tomaram o nome de Termos em 1385 e assim se mantiveram, embora perdendo território aqui ou ali. As suas gentes, composta por cristãos, mouros e judeus, mantinham as suas tradições e rituais, liberdade de culto, assim como as suas festas.

Em 1527, em resultado de um censo populacional aos Termos de Lisboa, constata-se que é formado pelas vilas de: Cascais, Sintra e Torres Vedras, a Poente; Enxara dos Cavaleiros, Sobral de Monte Agraço e Aldeia Galega da Merceana, pelo lado Norte; Alverca, Alhandra, Vila Franca de Xira, Povos e Arruda dos Vinhos, para nascente, onde ainda hoje, na Estrada Nacional 10, existem, entre o Forte da Casa e Alverca, dois padrões que delimitam os Termos de Lisboa.

O Termo tinha como autoridade máxima o Corregedor do Crime, que durou até 20 de Agosto de 1624, data em que um Decreto extinguiu o cargo e nomeia, em sua substituição quarenta e dois Corregedores do Crime que tomariam o seu cargo em cada uma das trinta e três freguesias. Dada a extensão, não só territorialmente mas também pelo número de habitantes, para algumas freguesias foram nomeados mais que um corregedor. Neste documento também se verifica que a área aumentou, em virtude da inclusão de novas freguesias nestes territórios. Na lista que está indicada no documento citado, lá se encontram muitas das freguesias que, hoje, ainda fazem parte dos Concelhos de Loures e Odivelas, figurando estas como freguesias.

Os Termos, pensa-se, vai mantendo a sua estrutura na base de cerca de três dezenas de freguesias porem, se entretanto se verifica a saída de alguma delas, outras são subdivididas, mas, a partir de 1759, começa a perder as freguesias que se encontram mesmo nos limites territoriais, pela inclusão destas nas vilas que, entretanto, tinham passado a concelhos.

Com a Divisão Administrativa de 1836, as freguesias são reduzidas para vinte e duas, até que, em 1852 os Termos de Lisboa são extintos e, em sua substituição, são criados dois concelhos na zona de Lisboa: Belém e Olivais.
É nesta altura que Loures e Odivelas se afastam administrativamente, passando a pertencer a concelhos diferentes: Loures a Olivais, e Odivelas a Belém.
Porém, o curso da história não pára e, por carta de lei do dia 18 de Julho de 1855, é extinto o concelho de Belém, cuja eficácia tem início no primeiro dia do ano seguinte.

Odivelas junta-se, de novo, a Loures, ficando as duas freguesias a pertencer ao concelho dos Olivais, até que nova reforma administrativa, de 22 de Julho de 1866, é extinto o concelho dos Olivais e em 25 de Julho de 1866, por Decreto Real, é criado o concelho de Loures, onde as freguesias de Loures e Odivelas são incluídas.
Loures é elevada à categoria de vila em 26 de Outubro de 1926 e a cidade em 9 de Agosto de 1990.

Odivelas, que sofre o fenómeno de sobre urbanização, entre 1950 e 1970, tendo aumentado a sua população em quase nove vezes, passando de cerca de 6700 habitantes, para mais de cinquenta mil. Este facto vem originar a elevação da localidade a vila, em 3 de Abril de 1964 e a cidade em 10 de Agosto de 1990. Em 19 de Novembro de 1998 é criado o concelho de Odivelas, mas só assume esse estatuto, com a Lei 84/98, em 14 de Dezembro de 1998.


O Novo Monumento

A construção de um novo monumento que perpetue a memória dos que partiram, rumo além-mar e por lá combateram, desde 22 de Agosto 1415 (Conquista de Ceuta) até 11 de Novembro de 1975 (Independência de Moçambique), não é só um acto de justiça mas, porque não, o pagamento duma dívida de gratidão a quem, honrando o Juramento feito a Portugal e à sua Bandeira, tombou pela Pátria, deixando um vazio, primeiro nos camaradas que o acompanhavam, e depois nos familiares e amigos, vazio esse mais difícil de preencher, quando os corpos não retornavam a casa, ou pela prática da época ou por outra razão, como a não recuperação do corpo.

Loures - Parque da Cidade
Foto © José Martins

A forma de erigir “um marco histórico” numa das localidades que temos vindo a referir - Loures ou Odivelas - já que estão unidas por laços de centenas de anos, pode revestir-se de diversas formas.
Os locais que adiantamos, quer um quer outro, são frequentados por imensas pessoas, dado tratar-se de um local público e aprazível, convidativo ao lazer e à meditação: o Parque da Cidade, em Loures, e o Parque da Memória, em Odivelas.

Odivelas – Parque da Memória
Foto © José Martins

Poderá ter a forma de uma ponte, como a ponte de Sacavém, aliás onde começou a construção do que haveria de ser, além de território português, o espaço onde começaram os Termos de Lisboa. Uma ponte que ligasse o “passado ao futuro”; ou um aqueduto que transporta a “água que é símbolo de vida”, como os aquedutos de Caneças ou de Santo Antão do Tojal; um pórtico, qual “entrada dos heróis” para a eternidade.

Projecto monumento “Pórtico”
Desenho José Martins

Poderá ter a forma de um triângulo, a figura geométrica mais simples, mas de um equilíbrio estável, tão só, um triângulo equilátero que pode significar:
• Para os Cristãos, a Santíssima Trindade;
• Os três ramos das Forças Armadas: Exército, Marinha e Força Aérea;
• As religiões monoteístas: Cristianismo, Judaísmo e Islamismo
• As classes de militares: Oficiais, Sargentos e Praças;
• Os territórios onde, as Forças Armadas Portuguesas, desenvolveram maiores esforços: Angola, Guiné e Moçambique.

Projecto / plano de Monumento “Prisma Triangular”
Desenho José Martins

Se vários triângulos se “sedimentarem ao longo dos anos”, elevar-se-ão do solo e formarão um sólido, mantendo a forma indeformável, como o espírito que formou e uniu os combatentes em campanha.

Projecto de Monumento “Mural” (2 faces)
Maqueta de José Martins

Poderá ter a forma de muro, em pedra resistente, num único bloco, simbolizando a unidade ou, em partículas ou tijolos, como que a vontade de todos e cada um de nós que, juntando forças, transformamos a aparente fragilidade numa unidade, que permite enfrentar todas as adversidades.
Mas, tenha a forma que tiver, receberá as placas que identificarão, não só a memória a que se destina, os últimos Soldados de Portugal que tombaram a defender a Bandeira das Quinas em África, mas também recordará, ”Os Combatentes Desconhecidos” de todas as épocas, porque a história se esqueceu de registar os seus nomes.

Terá necessariamente um mastro, em forma de Cruz, que servirá para hastear as bandeiras que, por direito - além da Bandeira Nacional - estarão a flutuar ao vento.


(Continua)
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Nota de CV:

Vd. primeiro poste da série de 6 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9143: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (1) (José Martins)