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sábado, 13 de julho de 2019

Guiné 61/74 - P19975: Os nossos seres, saberes e lazeres (339): Excertos do "meu diário secreto, ainda inédito, escrito na China, entre 1977 e 1983" (António Graça de Abreu) - Parte XI: A grande muralha, Pequim, 2 de julho de 1980


China > Jinshanling > A Grande Muralha da China, património mundial da humanidade. Foto de Severin.stalder (2013). Cortesia de Wikipedia.



 
1. Mensagem de António Graça de Abreu:

Data: quinta, 27/06/2019 à(s) 21:37

Assunto: Meu caro Luís, para eventual publicação no blogue. Não tem a ver com a nossa Guiné, mas será interessante. Abraço.


Mais um excerto do "diário secreto, ainda inédito, escrito na China, entre 1977 e 1983", do nosso camarada do António [José] Graça de Abreu. (*)

[ Nota biográfica: (i) viveu na China, em Pequim e en Xangai, entre 1977 e 1983; (ii) foi professor de Português em Pequim (Beijing) e tradutor nas Edições de Pequim em Línguas Estrangeiras; (iii) na altura, ainda era, segundo julgamos saber, simpatisante ou militante do Partido Comunista de Portugal (marxista-leninista), o PC de P (m-l), fação Vilar (Eduíno Gomes), alegadamente o único reconhecido pela República Popular da China; (iv) ex-alf mil SGE, CAOP 1 (Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74); (v)membro sénior da nossa Tabanca Grande, e ativo colaborador do nosso blogue com cerca de 240 referências; (vi) compulsivo viajante, tem "morança" em Cascais; (vii) é um cidadão do mundo, poeta, escritor e reputado sinólogo; (viii) nasceu no Porto em 1947; (ix) é  casado com a médica chinesa Hai Yuan, natural de Xangai, e tem dois filhos dessa união, João e Pedro.]



Pequim, 2 de Julho de 1980 (**)



"Do parapeito, meio desmoronado da Grande Muralha, arrancámos um pesado tijolo. Carregámos com ele até Badaling e conservá-lo-emos como a mais preciosa relíquia de toda a nossa peregrinação pelo mundo."[1]

Estas palavras foram escritas em Outubro de 1887 pelo Conde de Arnoso, um dos raríssimos portugueses a viajar pela China na segunda metade do séc. XIX. De regresso a Lisboa, via Paris, Bernardo Pindela, o conde de Arnoso trouxe uma cabaia chinesa que ofereceu ao seu amigo Eça de Queirós, e um tijolo da Muralha da China que levou para sua casa.

Em Maio de 1980, o governo chinês fez publicar um decreto-lei onde se diz: "A remoção de tijolos, terra ou pedras da Grande Muralha, sob que pretexto for, está sujeita a pesada multa ou pena de prisão."

Quase cem anos depois da história do tijolo do nosso conde de Arnoso, a China parece apostada em não deixar que se cometam mais atentados contra o seu património cultural. Recentemente, li na imprensa chinesa uma acusação contra uma determinada unidade militar que, estacionada junto da Grande Muralha, não hesitou e foi lá buscar pedra, já cortada, para construir o seu quartel. 


Ao longo dos séculos, esta fabulosa construção que se estende por seis mil quilómetros, tem visto alguns dos seus sectores serem esventrados e destruídos. Todavia, não tem sido apenas a Muralha a sofrer as consequências da insensastez ds homens. Ruínas arqueológicas, templos, pagodes, palácios antiquíssimos foram deixados muitas vezes ao abandono ou transformados em arrecadações de cereais, mesmo em casas de habitação.

A China tem 45 séculos de história ininterrupta que se estende por 24 dinastias, o património arquitectónico e cultural é extraordinário, mas a incúria e a ignorância chinesa quanto à sua própria História são também muito grandes. Refiro-me sobretudo aos camponeses e a gente do campo, são 800 milhões de almas. Um voluntarismo e utilitarismo extremo na vida de todos os dias tem levado, muitas vezes, os chineses a ignorarem os valores do seu passado.

No início dos anos sessenta, a muralha que rodeava a cidade de Pequim foi literalmente arrasada, em nome do progresso, da abertura de novas avenidas e da construção da rede do metropolitano. Hoje são os próprios chineses a reconhecer que se foi longe demais ao acabar-se com a muralha construída no início do século XV, que dava à capital da China um cunho de cidade medieval, raríssima no mundo. 


Na mesma altura, no plano geral de alargamento das ruas de Pequim, foi decidido cortar a meio a "cidade redonda", no parque Beihai. Trata-se de um fabuloso conjunto arquitectónico, com pequenos pavilhões e pagodes, uma ponte em mármore entre dois belos lagos, tudo isto construído a partir do século XIII. Zhou Enlai, que era primeiro-ministro, soube do sacrilégio que ia ser cometido e opõs-se terminantemente. A "cidade redonda" salvou-se e a nova avenida acabou por circundá-la.

Durante a Revolução Cultural, o ímpeto revolucionário dos guardas vermelhos, em nome da "destruição de um passado feudal", não poupou templos, igrejas, bibliotecas. Muitas vezes foi necessária a intervenção do exército para se impedir o vandalismo desenfreado. Hoje, restaura-se o antiquíssimo património construído, procuram-se cicatrizar as feridas do passado, embora algumas já não tenham cura.

Os ocidentais também são responsáveis por muita da delapidação do património cultural chinês, antes de 1949. Em Guilin, província de Guangxi, vi, há dois anos atrás, várias grutas antigas com centenas e centenas de estátuas de budas esculpidas na pedra. De muitas delas, restava apenas o lugar, tinham sido cuidadosamente cortadas da pedra, embaladas e transportadas para os Estados Unidos da América. 


Coisas deste género, aconteceram no passado um pouco por toda a China. Os museus de Nova Iorque, Paris ou Londres, ou as colecções particulares, estão cheias de valiosíssimas peças chinesas.

O que vale é o facto do património arquitectónico e artístico da China ser quase inesgotável, ser capaz de resistir a muitos dos atentados, antigos e recentes. De qualquer modo, o nosso Conde de Arnoso, se pudesse voltar hoje à China, já não regressaria certamente a Lisboa com um tijolo da Grande Muralha.[2] 

___________

[1] Conde de Arnoso, Jornadas pelo Mundo, Porto, Magalhães e Moniz Editores, 1895, pag.366


[2] No "Diário de Notícias", de 13.07.1980

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 30 de junho de 2019 > Guiné 61/74 - P19932: Os nossos seres, saberes e lazeres (335): Excertos do "meu diário secreto, ainda inédito, escrito na China, entre 1977 e 1983" (António Graça de Abreu) - Parte X: Pequim, 5 de dezembro de 1977, visita a uma unidade militar

(**) Último poste da série >  8 de julho de 2019 > Guiné 61/74 - P19957: Os nossos seres, saberes e lazeres (338): em louvor da tradicional batatada de peixe seco da Marquiteira, Lourinhã (Luís Graça)

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Guiné 61/74 - P19051: Agenda cultural (650): Homenagem na Casa do Alentejo, Lisboa, sábado, dia 29, aos bonecos e aos bonecreiros de Estremoz, uma arte recentemente classificada como "património cultural imaterial da humanidade"



Casa do Alentejo, Lisboa, sábado, dia 29 > Homenagem aos bonecos e aos bonecreiros estremocences. 


1. Uma terra simpática, do nosso Alentejo, que tem na "produção do figurado em barro" uma arte com mais de 3 séculos, classificada no final do ano de 2017, pela UNESCO, como "património cultural imaterial da humanidade"... 

É um dos ex-libris do nosso Alentejo, que precisa ser conhecido, divulgado, acarinhado, protegido e... celebrado!... São meia dúzia os artesãos, os "bonecreiros", ativos. E mais de uma centena as figuras, já inventariadas, que saiem das mãos dos/das barristas, incluindo o "soldado montado a cavalo"... Ou não fosse Estremoz com tradições militares, sede do Regimento de Cavalaria nº 3 , o qual durante a Guerra do Ultramar  mobilizou, só por si,  cerca de 42 mil homens (!), organizados em 2 esquadrões de reconhecimento, 42 batalhões e 17 companhias independentes de cavalaria, que combateram nos 3 TO, Angola, Guiné e Moçambique.

Terra de gente valente e sacrificada, morreram na guerra do ultramar 25 estremocences, dos quais 8 no TO da Guiné. È também um pretexto para os homenagear e honrar a sua memória... Um pretexto para visitar a Casa do Alentejo onde os não-alentejanos também são bem vindos, de alma e coração.

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Nota do editor:


quinta-feira, 24 de maio de 2018

Guiné 61/74 - P18671: Notícias (extravagantes) de uma Volta ao Mundo em 100 dias (António Graça de Abreu) - Parte XXXV: Goa, Índia: "um adeus no entardecer dos dias, e uma lágrima, para sempre"...


Índia > Goa > Velha Goa > A basílica do Bom Jesus

[A Basílica do Bom Jesus (em concani Borea Jezuchi Bajilika) é uma Basílica Menor, situado em Goa Velha, na Índia. É uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo e faz parte do conjunto arquitetônico de Igrejas e Conventos de Goa, Patrimônio da Humanidade pela Unesco, sendo um dos melhores exemplos da arquitetura de origem europeia no país. Foi construída entre 1594 e 1605, uma obra considerada rápida para os padrões da época (...) Em seu interior repousa o corpo de São Francisco Xavier, considerado O Apóstolo do Oriente.] (Fonte: Wkipedia > Basílica do Bom Jesus)



Índia > Goa > 18 de novembro de 2016  > O nosso camarada Antónioo Graça de Abreu e a esposa, na piscina do hotel


Fotos (e legendas): © António Graça de Abreu (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Viagem de volta ao mundo em 100 dias > Goa, Índia, 18 de novembro de 2016 (pp. 5-6, da terceira e última Parte)


Goa, Índia


Goa, um pé em Mormugão,
todo o olhar em Vasco da Gama.

Goa, do velho Afonso de Albuquerque,
espadeirando pelas costas do Malabar,
na aventura insana de conquistar o Oriente.

Goa, dos grandes vice-reis e senhores de outrora,
hoje em lápides enegrecidas pelo tempo.

Goa, de Bardez a Salsete, o pó resplandecente da fé,
e sinuosos silêncios.

Goa, de cem mil cruzes diante de cem mil lares,
braços de Cristo abertos para o mundo,
cemitérios de cristãos unindo céu e terra.

Goa, uma Roma Oriental cintilando na basílica do Bom Jesus,
cinco séculos a acastanhar a pedra,
e São Francisco Xavier, benfazejo e amigo,
num túmulo de prata, pedrarias e cristal.

Goa, da velhíssima Sé Catedral,
maior igreja da Ásia, imaculadamente branca,
no altar-mor, dois jovens, mais uns tantos amigos,
todos humildemente descalços,
um casamento em língua portuguesa.

Goa, da igreja de S. Caetano,
semelhante à basílica de S. Pedro,
para enlevar corações, levá-los a Roma
ou talvez ao paraíso.

Goa, da orgulhosa Pangim,
do bairro colonial das Fontaínhas,
onde se baila o corridinho,
e um cônsul português sorri e dança.

Goa, de especiarias e perfumes,
na carregação das naus,
para inebriar os dias e as noites.

Goa, da doce e formosa Manteigui,
nas palavras de Bocage “puta rafada”,
cujos “meigos olhos, que a foder ensinam
até nos dedos dos pés tesões acendem”.

Goa, dos breves companheiros de jornada,
o André, o Edgar, a Maria, o Reis,
dos Gomes Market, do Faria Heaven, do Santosh Garage,
tantos ramos florescendo da cepa lusitana
entretecidos pelo perpassar dos séculos.

Goa, das últimas famílias indo-portuguesas
entrecruzando sangue e afectos,
laboriosas gentes nas confusões do presente,
com as pedras e o coração no passado, construindo o futuro.

Goa, dos fortes de Tiracol ou da Aguada,
velhos canhões, há séculos disparando pedaços de nada,
para a águas do Mandovi e do vazio,
e um velho farol, o primeiro iluminando os mares da Ásia.

Goa indiana, pois claro,
com templos hindus para venerar os deuses,
Shiva, Brama, Vishnu, Krishna,
e pequenas divindades descansando no fundo do vale,
no recato sombreado dos palmares.

Goa, das praias de infindáveis areias,
Calangute, Dona Paula, ou Benaulim,
para humedecer o corpo e respirar o sol.


Goa, um adeus no entardecer dos dias,
e uma lágrima, para sempre. 



1. Continuação da publicação das crónicas da "viagem à volta ao mundo em 100 dias" [3 meses e oito dias], do nosso camarada António Graça de Abreu-

Escritor, poeta, sinólogo, ex-alf mil SGE, CAOP 1 [Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74], membro sénior da nossa Tabanca Grande, e ativo colaborador do nosso blogue com mais de 200 referências, é casado com a médica chinesa Hai Yuan, natural de Xangai, e tem dois filhos, João e Pedro. Vive no concelho de Cascais.


2. Sinopse da série "Notícias (extravagantes) de uma Volta ao Mundo em 100 dias"

(i) neste cruzeiro à volta do mundo, o nosso camarada e a sua esposa partiram do porto de Barcelona em 1 de setembro de 2016; [não sabemos quanto despenderam, mas o "barco do amor" deve-lhes cobrado uma nota preta: c. 40 mil euros, no mínimo, estimanos nós];

(ii) três semanas depois de o navio italiano "Costa Luminosa", com quase três centenas de metros de comprimento, sair do Mediterrâneo e atravessar o Atlântico, estava no Pacífico, e mais concretamente no Oceano Pacífico, na Costa Rica (21/9/2016) e na Guatemala (24/9/2017), e depois no México (26/9/2017);

(iii) na II etapa da "viagem de volta ao mundo em 100 dias", com um mês de cruzeiro (a primeira parte terá sido "a menos interessante", diz-nos o escritor), o "Costa Luminosa" chega aos EUA, à costa da Califórnia: San Diego e San Pedro (30/9/2016), Long Beach (1/10/2016), Los Angeles (30/9/2016) e São Francisco (3/4/10/2017); no dia 9, está em Honolulu, Hawai, território norte-americano; navega agora em pleno Oceano Pacífico, a caminho da Polinésia, onde há algumas das mais belas ilhas do mundo;

(iv) um mês e meio do início do cruzeiro, em Barcelona, o "Costa Luminosa" atraca no porto de Pago Pago, capital da Samoa Americana, ilha de Tutuila, Polinésia, em 15/10/2016;

(v) seguem-se depois as ilhas Tonga;

(vi) visita a Auckland, Nova Zelândia, em 20/10/2016;

(vii) volta pela Austrália: Sidney, a capital, e as Montanhas Azuis (24-26 de outubro de 2016);

(viii) o navio "Costa Luminosa" chega, pela manhã de 29710/2016, à cidade de Melbourne, Austrália;

(ix) visita à Austrália Ocidental, enquanto o navio segue depois para Singapura; o Graça de Abreu e esposa alugam um carro e percorrem grande parte da costa seguindo depois em 8 de novembro, de avião para Singapura, e voltando a "apanhar" o seu barco do amor...

(x) de 8 a 10 de novembro. o casal está de visita a Singapura, seguindo depois o cruzeiro para Kuala Lumpur, Malásia (11 de novembro);

(xi) Phuket, Tailândia (12-13 de novembro);

(xii) Colombo, capitão do Sri Lanka ou Ceilão ou Trapobana (segundo os "Lusíadas", de Luís de Camões. I, 1), em 15-16 de novembro. de 2016;

As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;


(xiii) na III (e última) parte da viagem, Graça de Abreu e a esposa estão, a 17 de novembro de 2016, em Cochim, na Índia, e descobrem a cada passo vestígios da presença portuguesa; a 18, estão em Goa, seguindo depois para Bombaím.

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Nota do editor:

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Guiné 61/74 - P17886: Lembrete (27): Amanhã, 21, às 15h30: Casa do Alentejo, Lisboa, sessão de apresentação, do livro do nosso camarada José Saúde, "AVC - Recuperação do Guerreiro da Liberdade". Atuação de: (i) Grupo Musical Os Alentejanos, de Serpa; e (ii) Grupo Coral Cantadores do Desassossego, de Beja.. Entrada livre.




Cartaz promocional do evento.  Entrada livre.

Vd, aqui referências ao nosso camarada José Saúde, autor do livro "AVC- Recuperação do Guerreiro da Liberdade" (Lisboa, Chiado Editora, 2017)., ex-fur mil op esp/ranger, CCS / BART 6523, Nova Lamego/Gabu, 1973/74; natural de Vila Nova de São Bento, Serpa, vive em Beja.

Sobre a Casa do Alentejo, no Palácio Alverca, Rua Portas de Santo Antão, 58, Lisboa, ver aqui página no Facebook e sítio na Net (**)

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Vd. também poste de hoje, 20 de outubro de 2017 > Guiné 61/74 - P17885: Agenda cultural (596):  Até 27 deste mês, exposição SILVA JÚNIOR, Arquitecto de O Magestic Clubc / Casa do Alentejo, Lisboa, R. das Portas de Santo Antão, 58... Visitas comentadas pela dr.ª Helena Pinto, especialista em História de Arte, dias 19 e 26, pelas 18.30h. Entrada livre.

Vd. ainda  postes de:

16 de outubro de 2017 > Guiné 61/74 - P17865: Notas de leitura (1004): “AVC Recuperação do Guerreiro da Liberdade, Uma vitória no mundo dos silêncios”, por José Saúde, Chiado Editora, 2017 (Mário Beja Santos)

(...) O livro intitula-se “AVC, Recuperação do Guerreiro da Liberdade, Uma vitória no mundo dos silêncios”, por José Saúde, Chiado Editora, 2017. A substância do testemunho é um AVC que deixou aos 55 anos o nosso confrade José Saúde entre a vida e a morte. É uma descrição detalhada, que não escusa o íntimo, desses momentos de descalabro em que não se sabe contabilizar o volume das perdas até à recuperação em que se reganha a dignidade e autonomia, graças a uma resiliência inabalável. (...)

(...) O meu AVC restringiu-me a uma limitadíssima linha de fronteira entre o viver e o morrer. Sobrevivi. Recuperei e cá estou pronto para lançar mais uma obra que narra um mundo de experiências e que partilho com os companheiros deste revés. (...) 

(**) Último poste da série > 10 de setembro de ã, 212017 > Guiné 61/74 - P17753: Lembrete (25): hoje, domingo, dia 10 de setembro, às 17h30, na Chiado Café Concerto, Avenida da Liberdade, nº 180, Lisboa, lançamento do novo livro do nosso camarada José Saúde, "AVC - Recuperação do Guerreiro da Liberdade"

domingo, 15 de outubro de 2017

Guiné 61/74 - P17862: Caderno de notas de um mais velho (Antº Rosinha) (52): Das pequenas recordações dos vários quartéis a mais artística que ficou lá a "apodrecer", foi o memorial na ponte de Caium


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Ponte Caium > Abril de 2010 > Dois monumentos de homenagem aos bravos de Caium, constituídos por: (i) Memorial aos mortos da CCAÇ 3546 (1972/74): "Honra e Glória: Fur Mil Cardoso, 1º Cabo Torrão, Sold Gonçalves, Fernandes, Santos, Sold Ap Can [Apontador de Canhão s/r ]Silva. 3º Gr Comb, Fantasmas do Leste. Guiné- 72/74"; (ii) Pequeno oratório com a legenda "Nem só de pão vive o homem. Guiné, 1972-1974". A foto é do Eduardo Campos que por lá passou em Abril de 2010.

Na altura (em novembro de 2010), escrevemos  o seguinte:

 "É espantoso como, 37 anos depois, o memorial p.d. esteja ainda quase intacto (falta-lhe a cruz que o encimava) e em razoável estado de conservação... Noutros sítios, estes monumentos deixados pelas tropa portuguesa foram vandalizados ou pura e simplesmente destruídos. Hoje, pelo contrário, há uma tentativa para os recuperar. Estamos no nordeste, em pleno chão fula, próximo da fronteira com a Guiné-Conacri, a meio caminho entre Piche e Buruntuma".

Foto: © Eduardo Campos (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados


1. Comentário de Antº Rosinha (*), a propósito do memorial aos mortos da CART 1525 (Bissorá, 1966/67), entretanto "canibalizado" em data recente (enter 2011 e 2017):

[António Rosinha, foto à esquerda, Angola, 1961

(i) beirão, tem acaba mais de 100 referência no nosso blogue, 

(ii) é um dos nossos 'mais velhos' e continua ativo, com maior ou menor regularidade, a participar no nosso blogue, como autor e comentador;

(iii) andou por Angola, nas décadas de 50/60/70, do século passado;

(iv) fez o serviço militar em Angola, foi fur mil, em 1961/62;

(v) diz que foi 'colon' até 1974 e continua a considerar-se um impenitente 'reacionário';;

(vi) 'retornado', andou por aí (, com passagem pelo Brasil), até ir conhecer a 'pátria de Cabral', a Guiné-Bissau, onde foi 'cooperante', tendo trabalhado largos anos (1987/93) como topógrafo da TECNIL, a empresa que abriu todas ou quase todas as estradas que conhecemos na Guiné, antes e depois da 'independência';

(vii) o seu patrão, o dono da TECNIL, era o velho africanista Ramiro Sobral;

(viii) é colunista do nosso blogue com a série 'Caderno de notas de um mais velho'';

(ix) pelo seu bom senso, sensibilidade, perspicácia, cultura e memória africanistas, é merecedor do apreço e elogio de muitos camaradas nossos, é profundamente estimado e respeitado na nossa Tabanca Grande, fazendo gala de ser 'politicamente incorreto' e de 0chamar os bois pelos cornos';

(x) Ao Antº Rosinha poderá aplicar-se o provérbio africano, há tempos aqui citado pelo Cherno Baldé, o "menino e moço de Fajonquito": "Aquilo que uma criança consegue ver de longe, empoleirado em cima de um poilão, o velho já o sabia, sentado em baixo da árvore a fumar o seu cachimbo". ] (**)


Tenho que emitir a opinião daquilo que vi e senti e pressenti sobre o assunto.

Ou seja, porque ficou mais ou menos tudo intocado e abandonado, ou aproveitado para qualquer utilidade das poucas coisas que restaram da presença das tropas que foram da metrópole para as ex-colónias?

Não sei se sabem que todos os quarteis de Bissau foram aproveitados na integra, e com os mesmos nomes:Artilharia, Força Aérea, Engenharia, etc,

Em Gabu, Catió, Cufar e noutros lugares ou para quarteis ou para armazens ou para moranças, fez-s algum aproveitamento, deixando tudo intocado até o pau da bandeira foi aproveitado.

Apenas as estátuas foram derrubadas, e porque foi Luís Cabral a ordenar, caso contrário ainda hoje estariam lá com capim à volta e criar musgo e verdete.

Para mim, reacionário, quase tanto como muitos velhos régulos que foram fuzilados, a apatia e o negativismo e a decepção que aquela "vitória" do PAIGC trouxe à Guiné foi tão grande, que toda a gente ficou anos e anos de braços caídos sem energia para fazer qualquer coisa daquelas lembranças coloniais, ou ao menos faze-las desaparecer de vez.

Até porque para fazer qualquer coisa monumental ou não, era preciso "patacon" e para isso os suecos, os soviéticos e cubanos, ou mesmo alguns kamaradas lusos, para essas coisas não havia peditório.

A muito custo lá foram as estátuas para o forte de Cacheu, talvez alguem da velha metrópole terá aguentado os custos.

Em Luanda porque havia dinheiro, foi destruir e fazer à maneira do MPLA, não à vontade dos angolanos ou de outros partidos.

Das pequenas recordações dos vários quarteis a mais artística que ficou lá a "apodrecer", foi o memorial na ponte de Caium, que já mis que uma vez apareceu em foto neste blog. (***=
___________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 12 de outubro de 2017 >  Guiné 61/74 - P17856: (De) Caras (98): os três antigos bravos comandantes de pelotão da Companhia de Milícias nº 17, de apelido Camará, o Quebá, o Sitafá e o Bacai, recordados no memorial aos mortos da CART 1525, Bissorã, 1966/67 (Rogério Freire / Adrião Mateus)

(**) Último poste da série > 17 de fevereiro de 2017 > Guiné 61/74 - P17056: Caderno de notas de um mais velho (Antº Rosinha) (51): Pelo mundo, ninguém aprecia os nossos Generais, só os nossos Santos... (A propósito do bisavô materno do escritor e nosso camarada Antónioo Lobo Antunes, o gen José Joaquim Machado, 1847-1925)

(***) Vd. poste de  1 de novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7203: Memória dos lugares (108): A Ponte Caium e o monumento, construído por nós, e dedicado aos nossos mortos: Cardoso, Torrão, Gonçalves, Fernandes, Santos, Silva (Carlos Alexandre, radiotelefonista, natural de Peniche, 3º Gr Comb, CCAÇ 3546, 1972/74)

Vd. também  postes de:

3 de fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 – P9438: Memória dos lugares (173): Ponte Caium e o seu monumento, em ruínas (Pepito / Magalhães Ribeiro)

domingo, 20 de setembro de 2015

Guiné 63/74 - P15133: Fotos à procura de... uma legenda (61): uma negra entre a nobreza, o clero e o povo de Lisboa...


Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4 > O Portugal do "antigo regime":  no altar-mor, o quadro com a família real, D. Maria I e o seu filho D. João VI entre a corte (do lado direito), e com  apresentação iconográfica de Lisboa e o seu povo (lado direito), vendo-se ao longe o Castelo de São Jorge.  Só uma dica: aqui viveu o D. João VI (1767-1826), depois do seu regresso do Brasil, e aqui morreu.

Na foto nº 3, chama-se a atenção  para o detalhe das três mulheres do povo,  um das quais uma espantosa negra, de olhar postado nas figuras régias... Um dos mais belos quadros da nossa pintura... Quem seria esta mulher de origem africana? Talvez uma guineense, descendente de escravos... Na realidade, Lisboa é e sempre foi , desde o séc. XV, uma cidade "africana"... [Henriques, Isabel de Castro; Leite, Pedro Pereira; e Fantasia, Ana (fotos) - Lisboa cidade africana:Percursos de Lugares de Memória. Lisboa: Marca d’ Água: Publicações e Projetos 1ª edição, Junho 2013  ISBN- 978-972-8750-17-6].  (*)


Lisboa > 12 de setembro de 2015  > Festival Todos 2015


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados.


1. É um dos mais belos palácios de Lisboa... E a sua capela, particular, é monumento nacional... Muita da nossa história, dos séc. XVIII e XIX, passou por aqui.

Quem andou na Academia Militar tem obrigação de conhecer o paço e a capela...  E quem gosta de Lisboa, tem o dever de a conhecer e divulgar... 

Fui lá há dias, numa visita guiada, no âmbito do Festival Todos 2015. Quis partilhar com os nossos leitores a surpresa, que foi para mim, a visão deste quadro... de que só conhecia os retratos da nossa realeza...  Digam lá de que paço e capela estou a falar ? (**) (LG)

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Notas do editor

(*) Vd. também RIJO, Delminda - Os Escravos na Lisboa Joanina. [Em Linha]. Investigação desenvolvida no âmbito do projecto “Espaços urbanos: dinâmicas demográficas e sociais (séculos XVII-XX)”, com referência PTDC/HIS-HIS/099228/2008, co-financiado pelo orçamento do programa COMPETE – Programa Operacional Factores de Competitividade na sua componente FEDER e pelo orçamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia na sua componente OE. [Consult 20 de setembro de 2015]. Disponível em
http://www.ghp.ics.uminho.pt/eu/ficheiros%20de%20publica%C3%A7%C3%B5es/OS%20Escravos%20na%20Lisboa%20Joanina%20-%20Delminda%20Rijo.pdf


(...)  O escravo foi uma figura incontornável da Lisboa joanina. A amostragem utilizada, rica e vasta em informação, revelou-nos uma cidade com grande concentração de escravos, assimilados num intrincado de redes sociais com outros escravos, mas também com alforriados, livres e proprietários e seus familiares. 

Foram sobretudo negros e mulatos, nascidos em Lisboa em resultado da reprodução natural e da continuidade de Lisboa na rota dos navios negreiros, a maioria vindos da região de Angola e da Costa da Mina, muito embora os encontremos provenientes dos 4 cantos do mundo. Lisboa era ainda um mercado de grande absorção de escravos, mas já se avizinhavam grandes mudanças que levariam à abolição deste trato, pois em 1761 o Marquês de Pombal assinou a proibição de importação de escravos para o continente português e em 1773 a proibição de escravatura em Portugal Continental, só se extinguindo efectivamente em 1856. 

Sujeitos a muitas restrições e constrangimentos, encontramo-los enquadrados nas vivências de poderosos, na partilha do quotidiano alheio e a sofrer as vicissitudes dos mais desfavorecidos, nas ocupações, frequentemente as mais duras, com quem moravam paredes meias, a casar e a fundar por vezes extensas famílias, a baptizar os filhos, procurando neste acto estabelecer ou reforçar redes de solidariedade. Muito contribuiram para a ilegitimidade, sobretudo as mulheres. Perante a morte, procuraram a realização de qualquer bom cristão, com assistência e sacramentos e uma sepultura condigna, não obstante a sua cultura reprimida tenha ressurgido com exotismo e alegria sempre que a ocasião o propiciou, quer fosse num peditório, num círio ou na solenidade de uma procissão. Exímios na música e na dança, também o foram nas artes do oculto e adivinhação. 

A lealdade e os bons serviços puderam realizar o sonho da alforria e liberdade de muitos, nem sempre sinónimo de realização pessoal, significando por vezes o agravamento das condições de vida, sobretudo para os mais velhos. (...)


sábado, 29 de agosto de 2015

Guiné 63/74 - P15051: Memória dos lugares (316): Serra de Montejunto, o moinho de Aviz, de Miguel Luís Evaristo Nobre (Vilar, Cadaval) - Fotos de Luís Graça, II (e última) parte





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Cadaval > Vilar > Vila Nova > Serra de Montejunto > 20 de agosto de 2015 > O nosso camarada e amigo Joaquim Pinto Carvalho levou-me, a mim, à Alice e mais uns amigos do norte, o Gusto, a Nita e a Laura, até ao moínho do Miguel Nobre, no alto da serra... É conhecido como o moinho de Aviz,,, Dizem que é o mais alto da península ibérica, dos moinhos ainda a funcionar.

Daqui tem-se uma vista fantástica sobre  grande parte do oeste estremenho, do rio Tejo à serra de Sintra... A serra de Montejunto e os cabeços à volta com as sua intermináveis filas de moinhos de vento fazem, ainda hoje,  parte das memórias de infância de muitos de nós. Memórias que eu e muitos camaradas aqui do oeste levaram para a Guiné das bolanhas e florestas-galerias, onde não havia (com exceção da região do Boé) elevações do terreno... E muiito menos moinhos. Era o pillão qyue fazia a vez das nossas azenhas e moinhos. 

Hoje, na Estremadura da minha infância, os cabeços estão pejados de inestéticas eólicas, tão feias como os horroros e tísicos eucaliptos que estão a dar cabo do nosso querido Portugal mediterrânico... Confesso que é uma dor de alma ver, de Lisboa à Lourinhã,  as eólicas em vez dos moínhos de vento da minha infância.,.. E as manchas de eucalipto a dominaram a paisagem... Quem disse que a paisagem não tem dono ?

Havia alguns milhares de moínhos de vento no oeste, meia dúzia em cada aldeia, no meu tempo de menino e moço. Hoje restam-nos alguns belos exemplares, ainda em funcionamento (incluindo no meu concelho Lourinhã, no Moledo, no Porto Dinheiro, na Pinhoa...). Enfim, restam-nos a arte e a ciência da molinologia, e alguns, poucos, moleiros vivos e raros técnicos de moinhos,  como o Miguel Luís Evaristo Nobre, que domina a "arte ao vento". Vejam o seu sítio  na Net, "Arte ao Vento",  que merece uma visita , tal como seu moinho... O moinho de Aviz estava em ruínas até há alguns anos... É hoje uma obra-prima, digna se ver, dar a conhecer, divulgar, promover...

A "arte ao vento" é o sítio da empresa do Miguel (que vive no Vilar, Cadaval, vizinho portanto do Joaquim Pinto Carvalho e da Céu Pintéus), "dedicada ao Restauro e Manutenção de Moinhos de Vento". Ele tem construções e restauros em muito lugares, incluindo na minha terra. 

Aqui ficam, para quem tem a paixão dos moinhos como eu, o resto das fotos  que tirei, selecionei, editei e prometi publicar no blogue (*). Falando há dias com o Fernando Henriques, moleiro do Moledo, antigo emigrante em França (e cuja pai esteve como meu, em Cabo Verde, no Mindelo, durante a II Guerra Mundial), ouvi esta confissão espantosa:

- Quando eu morrer, a saudade maior que vou levar da terra,  depois da minha mulher, filhas e netos, é a deste moinho, que já está na família há várias gerações... Hoje teria rico se ele, em vez de estar aqui plantado no meio das pedras do Moledo, pudesse ter sido transplantado para o monte do Sacré Coeura em Paris... Os estrangeiros que me visitam ficam de boca aberta e olhos arregalados... (O moinho foi restaurado recentemente pelo Miguel Duarte, depois de um grave acidente provocado pela força do vento).

 Mais uma vcz, obrigado, Joaquim e Miguel, pela magnífica tarde, que passei com eles dois, e que começou pela Artvilla, em Vila Nova, freguesia do Vilar, concelho de Cadaval, no sopé da serra que é familiar a alguns de nós, e nomeadamente aos camaradas da FAP, que por aqui passaram no tempo de tropa (Estação de Radar, nº 3, Lamas, Cadaval).(**)


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

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(**) Último poste da série > 23 de agosto de  2015 > Guiné 63/74 - P15032: Memória dos lugares (315): Pragança, aldeia da serra de Montejunto, união das freguesias de Lamas e Cercal, concelho de Cadaval - fotos de Luís Graça

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14947: Nas férias do verão de 2015, mandem-nos um bate-estradas (12): Há festa na aldeia!...O Grupo de Bombos do Grilo, Baião, na Tabanca de Candoz, Paredes de Viadores, Marco de Canaveses


Marco de Canaveses  > Paredes de Viadores >  Candoz >  Tabanca de Candoz > 25/7/2015 >  Grupo de Bombos Verão Azul,  Grilo, Baião, a atuar no peditório para a festa em honra de Nossa Senhora do Socorro, Paredes de Viadores   (24-26 de julho de 2015) >O líder do grupo é o António Porfírio Cardoso, o mais velho.


Marco de Canaveses > Paredes de Viadores >  Candoz > Tabanca de Candoz > 25/7/2015 > Grupo de Bombos Verão Azul,  Grilo, Baião, a atuar no peditório para a festa em honra de Nossa Senhora do Socorro, Paredes de Viadores  > Elemento de contacto: António Porfírio Cardoso, telemóvel nº  914 253 500



Vídeo (4' 20''). Alojado em You Tube > Luís Graça

Marco de Canaveses > Paredes de Viadores > Candoz > Tabanca de Candoz >  25/7/2015 > Grupo de Bombos Verão Azul,  Grilo, Baião, a atuar no peditório para a festa em honra de Nossa Senhora do Socorro (que é sempre no último fim de semana de julho)



Marco de Canaveses > Paredes de Viadores > Capela de N. Sra.do Socorro > 25 de julho de 2015 > Fim de tarde...


Marco de Canaveses > Paredes de Viadores  >  Capela de N. Sra.do Socorro > 25 de julho de 2015 > Interior, com os andores, prontos para a procissão de domingo, dia 26...



Vídeo (6' 33''). Alojado em You Tube > Luís Graça

Marco de Canaveses > Paredes de Viadores  >  Festa de N. Sra.do Socorro > 26 de julho de 2015 > No sábado para domingo, ao darem as 24 badaladas, rebenta o monumental fogo de artifício que é, de há muito, um dos momentos altos desta festa popular... São quase 30 minutos de fogo... Ninguém sabe quanto custa... Todo o povo contribui generosamente para este e outros encargos da festa de N. Sra. do Socorro. 

Fotos e vídeos: © Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: LG)



1. Este ano foi o Grupo de Bombos Verão Azul, da vizinha freguesia do Grilo, concelho de Baião, que animou o peditório para a festa em honra da N. Sra. do Socorro, de Paredes de Viadores, da freguesia de Paredes de Viadores e Manhuncelos, onde se situa a Tabanca de Candoz... Terras antiquíssimas, estas, com forte trradições de que são guardiãs e continuadoras as nobre e valentes gentes desta região do Douro Litoral...

Estas festas fazem parte dos "nossos seres, saberes e lazeres" e são acarinhadas pelo pessoal da Tabanca de Candoz... Nunca é de mais lembrar, por outro lado,  que o extenso concelho do Marco de Canaveses pagou um pesado imposto em sangue, suor e lágrimas durante a guerra colonial, tendo 45 dos seus filhos lá morrido, em terras de Angola, Guiné e Moçambique (vd lista nominal no portal Ultramar Terraweb).

Em chegando o verão, há foguetes e alegria no ar.  Há festa, há a festa anual da padroeira de Pareces de  Viadores, da freguesia do mesmo nome (mas agora mais comprido, já a Paredes de Viadores juntou-se também a antiga freguesia de Manhuncelos). A Nossa Senhora do Socorro  tem uma capela que remonta ao séc. XIX, num dos pontos altos do território da freguesia...

Por estas terras também andou o lendário herói do "banditismo social", Zé do Telhado ( Castelões de Recesinhos, Penafiel, 1818 / Mucari, Malanje, Angola, 1875). e o seu bando, cujas façanhas ficaram na memória das gentes dos vales do Sousa e Tâmega (onde nasceu Portugal). Desterrado, Zé do Telhado morreu em Angola (onde a sua memória ainda é, ao que parece, venerada). 

Por aqui, Marco de Canaveses e Baião,  passa também a rota do românico... que os portugueses devem fazer pelo menos uma vez na vida!...

O Grupo de Bombos Verão Azul, do Grilo, Baião, não tem página no Facebook.  Prometi editar um dos vídeos que fiz, naTabanca de Candoz. Aqui vai... também a pensar no nosso grâ-tabanqueiro Álvaro Vasconcelos que da igreja do Grilo vê a Tabanca de Candoz! (LG)

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Nota do editor.

Último poste da série > 24 de julho de  2015 > Guiné 63/74 - P14927: Nas férias do verão de 2015, mandem-nos um bate-estradas (11): Vimeiro, Lourinhã, 17 a 19 de julho de 2015: recriação histórica da batalha do Vimeiro (1808) e mercado oitocentista - Parte II: Fogo à peça!... Oxalá, inshallah, enxalé a gente se possa voltar a encontrar para o ano!

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Guiné 63/74 - P13646: Agenda cultural (338): III Jornadas sobre Valorização do Património Abaluartado da Raia Transfronteiriça, dias 26 e 27 de Setembro de 2014 na Biblioteca da Câmara Municipal de Castro Marim (António J. Pereira da Costa)

1. Mensagem do nosso camarada António José Pereira da Costa (Coronel de Art.ª Ref, ex-Alferes de Art.ª na CART 1692/BART 1914, Cacine, 1968/69; ex-Capitão de Art.ª e CMDT das CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, e CART 3567, Mansabá, 1972/74), com data de 22 de Setembro de 2014:

Vou participar na iniciativa supra que decorre na biblioteca da Câmara Municipal de Castro Marim.
A minha intervenção terá lugar pelas 15H45 de 26 de Setembro (sexta-feira).
Estão todos convidados para assistir.
Um Abraço do
António Costa


C O N V I T E

III JORNADAS SOBRE VALORIZAÇÃO DO PATRIMÓNIO ABALUARTADO DA RAIA TRANSFRONTEIRIÇA



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Nota do editor

Último poste da série de 19 de Setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13627: Agenda cultural (337): Jornadas Europeias do Património - 26 a 28 de Setembro de 2014 no Museu da Marinha

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Guiné 63/74 - P13627: Agenda cultural (337): Jornadas Europeias do Património - 26 a 28 de Setembro de 2014 no Museu da Marinha

De 26 a 28 de setembro vão realizar-se as Jornadas Europeias do Património

As Jornadas são uma iniciativa anual do Conselho da Europa e da União Europeia, envolvendo cerca de 50 países, tendo como objetivo a sensibilização dos cidadãos para a importância da proteção do Património, desta feita o tema será “Património, sempre uma descoberta”.

A Marinha Portuguesa, pela Comissão Cultural de Marinha, não poderia deixar de se associar ao evento, tendo em conta o vasto património histórico e cultural que agrega. Deixamos assim o convite para se associarem a nós na comemoração deste evento.

21 AGO – 21 SET | Desafio Fotográfico “Novas perspectivas, outros olhares” na FDFG | FRAGATA D. FERNANDO II E GLÓRIA

27 SET | Concerto pela BA | BANDA DA ARMADA, no MM | MUSEU DE MARINHA - Pavilhão das Galeotas || 16H00 || Entrada gratuita

27 SET | Inauguração da Exposição relativa ao desafio fotográfico “Novas perspectivas, outros olhares” || MM | MUSEU DE MARINHA - Pavilhão das Galeotas || 17H00 || Entrada gratuita

27 SET | Itinerários Culturais e Patrimoniais - Visita guiada à Fragata “D. Fernando II e Glória”, ao Palácio Real do Alfeite e ao Museu do Fuzileiro. || 10H00 || Gratuito, exceto almoço. (visitas mediante marcação, sujeito a um máximo de 30 pessoas – inscrições 2º Tenente Duarte Dias – email: duarte.dias@marinha.pt

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Nota do editor

Último poste da série de 11 de Setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13599: Agenda cultural (336): Apresentação do livro "Marcello e Spínola: A Ruptura", do Coronel Manuel A. Bernardo, dia 19 de Setembro de 2014, pelas 21h00, no Pólo da Biblioteca Municipal em Quarteira

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13134: Fotos à procura... de uma legenda (27): Alguns de nós, poucos, passaram por lá... Foi centro de instrução militar...








Região Metropolitana de Lisboa > 7 de maio de 2014 > Foi centro de instrução militar... Alguns de nós, poucos, por lá terão passado... É um sitio cheio de história... e com vistas soberbas,  É uma antiga fortaleza, É hoje uma espaço multifuncional, museológico, cultural, turístico...Teve, na sua reabilitação e recuperação, a mão de um grande mestre da arquitetura portuguesa,,, Fui lá há dias, no âmbito de uma visita guiada a um palácio... Não é para mancos, mas tem elevadores... Adivinhem se fazem favor... (Hoje já não tem militares, e está  classificado como  imóvel de interesse público; o exército cedeu a instalações).

Fotos (e legendas) © Luís Graça (2014). Todos os direitos reservados.



Mais uma ajuda,,, Esta foto não é minha... É da Wikipedia, do domínio público,,,

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Nota do editor:

Último poste  da série > 8 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P12948: Fotos à procura... de uma legenda (26): Mais um sítio de passagem, para alguns de nós, no tempo de tropa... Qual ? (Luís Graça)