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sábado, 9 de março de 2013

Guiné 63/74 - P11224: (Ex)citações (214): Na Operação Irã, realizada nos dias 2 e 3 de Maio de 1965, participaram as CART 566 e CART 730 (João Parreira)

1. Mensagem do nosso camarada João Parreira, ex-Fur Mil Op Esp / COMANDO da CART 730 / BART 733 e do Grupo de Comandos “Fantasmas”, Bissorã e Brá, 1964/66, com data de 4 de Março de 2013:


Guiné 63/74 - P11157: Memória dos lugares (219): Olossato, anos 60, no princípio era assim (5) (José Augusto Ribeiro)

Com agradecimento pela partilha daquele conjunto das cinco fotografias (?) que retrata o bom resultado de uma operação que foi feita em Morés em 1964 com a Companhia do Olossato e a 730 (?), provavelmente referem-se a uma 'op' realizada nos finais daquele ano, Novembro(?) Dezembro(?).

Ajudas-de-memória:

Camarada e Amigo Carlos Vinhal,
Estive recentemente a ver em Memória de Lugares, o P11157 de 26 de Fevereiro enviado pelo nosso camarada José Augusto Ribeiro, da CArt 566.

Contactei alguns camaradas da CArt 730 sobre esta operação que foi mencionada ter sido efectuada em Nov/Dez 64(?) e da qual eu não me recordava.

O meu amigo Zaupa da Silva, furriel mil. enfermeiro da 730 respondeu-me dizendo:

A data da operação a Mores foi em 2 de Maio de 1965 foi uma operação em que foi o médico e o capelão. Tu estavas nos Comandos, nessa operação sofremos uma grande emboscada numa casa de mato. Estivemos mais de uma hora debaixo de fogo mas por sorte não tivemos nem um ferido. Do pessoal que aparece nas fotos é da "566" ainda vagamente me lembro de algumas caras. 
Um abraço Zaupa

A Companhia (730) à qual pertenci, e que esteve envolvida nesta operação foi para Bissorã em 8 de Dezembro de 1964.



Foto 166 > Material capturado ao IN

Foto: © José Augusto Ribeiro (2013). Direitos reservados



Fui rever o que tinha em meu poder e assim junto envio um Relatório abreviado da Operação “Irã” efectuado pela CArt 730.

02 e 03MAI65 – A CArt 730 participou na operação “Irã” que proporcionou o maior sucesso das NT na Província e talvez mesmo em todas as outras até àquela data.

Capturou-se a maior quantidade de material de sempre, cerca de 1 tonelada, por parte da CArt 566, que executou a acção no objectivo tendo a "730" montado a segurança

A CArt 730 saíu de Bissorã em 021515, desembarcou em movimento pelas 17h30 e irradiou para outra localização onde montou estacionamento. Depois seguiu para outro local, onde montou uma rede de emboscadas em protecção à CArt 566 que executou o ataque à Base Central do Morés.

Pelas 05h50 após a execução do golpe de mão pela CArt 566 à Base Central Morés cerca de 20 elementos fugindo do objectivo caíram na zona de morte, na qual foi feito um prisioneiro que interrogado imediatamente localizou a Base de Iracunda para onde a CArt 730 seguiu para a execução do golpe de mão.

A Companhia sofreu 2 fortes acções de de fogo de várias armas sem consequências. Foram destruídas a cozinha e as casas de mato da Base que, pela constituição encontrada, denunciavam sem dúvida a presença de um numeroso grupo In.

A CArt 566 arrancou com cinco helicópteros carregados de mateiral In, além do transporte pelo pessoal e já não falando no que o incómodo e peso obrigaram a abandonar durante a marcha de regresso.

Com um abraço amigo.
João Parreira
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Nota do editor:

Vd. último poste da série de 21 de Fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11129: (Ex)citações (213): Cameconde, hoje seria um lugar de absurdo, de pesadelo e de loucura... (Alexandre Margarido, ex-cap mil, CCAÇ 3520, Cacine e Cameconde, 1972/74)

sexta-feira, 15 de março de 2013

Guiné 63/74 - P11259: (Ex)citações (214): Ainda a Operação "Aquiles Primeiro" (Manuel Carvalho)

1. Mensagem do nosso camarada Manuel Carvalho (ex-Fur Mil Armas Pesadas Inf, CCAÇ 2366/BCAÇ 2845, Jolmete, 1968/70), com data de 24 de Janeiro de 2013:

Caros Luís e Vinhal
Ainda relativamente à operação Aquiles Primeiro, como tenho algumas fotos dessa operação, vou enviar e dizer mais alguma coisa sobre o assunto.

Como já disse em comentário, no início de Fev/69 veio para Teixeira Pinto o CAOP sobre o Comando do Coronel Pára Alcino Ribeiro e os Majores Passos Ramos e Magalhães Osório e as seguintes forças:
- CCP 121 e 122,
- DFE 3 e 12
- 16ª CCmds

passando a depender operacionalmente do CAOP:
- CCaç 2366 
- CCaç 2444 
- CCaç 2446 
- Pel Caç Nat 58 e 59 
- Pel Mil 128 e 130

Todas estas forças começaram a actuar conjugadamente em todo o sector durante quase todo o mês de Fevereiro.

O IN do Churo e da Caboiana, de facto, no primeiro dia da operação teve algum sucesso, mas a partir daí sentiu-se acossado e passou a andar dividido em pequenos grupos e sempre em movimento.
Pela nossa parte, 2366, fizemos várias operações sem grandes resultados e felizmente também sem baixas a não ser no dia 21 de fevereiro em que encontramos um acampamento que destruimos tendo apanhado quatro armas entre elas um RPG2 e abatido os seus portadores.

O regresso ao quartel foi complicado porque fomos deparando com pequenos grupos que nos iam emboscando e nos obrigavam sempre a gastar munições, muitos de nós chegaram a Jolmete com meia dúzia de balas no carregador.

Podem ver nas fotografias da chegada que os nossos camaradas que ficaram no quartel estão na porta de armas à nossa espera, ora isto não era normal, mas como eles no quartel ouviam o tiroteio e os rebentamentos muito seguidos, e nós como vínhamos acelerados, não comunicávamos com o quartel e eles não sabiam o que fazer nem o que nos estava a acontecer.

Até já próximo do quartel comunicamos e daí esta recepção. Para os homens do Jol: Manel Resende, Augusto Silva e Firmino, de quem me estou a lembrar e sei que ao verem estas fotos vão ver gente que eles bem conheceram, os valentes milícias de Jolmete que e como quase sempre também na chegada vêem na frente.

As minhas homenagens a todos os camaradas que perderam a vida naquela maldita guerra.
Que descansem em paz.

Caros Luís e Vinhal estão à vontade para fazerem com este material o que muito bem entenderem.

Um forte abraço.
Manuel Carvalho

Chegada com a Milícia na frente

Nas duas fotos, a partir da esquerda: Manuel Carvalho; Dandi, Comandante da Milícia e o Martins

A partir da esquerda: Martins, Pereira, uma bajudinha e Manuel Carvalho já com uma garrafinha vazia na mão

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Nota do editor:

Vd. último poste da série de 21 DE FEVEREIRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11129: (Ex)citações (213): Cameconde, hoje seria um lugar de absurdo, de pesadelo e de loucura... (Alexandre Margarido, ex-cap mil, CCAÇ 3520, Cacine e Cameconde, 1972/74)

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20471: Tabanca Grande (489): Alexandre Margarido, ex-cap mil grad inf, op esp / ranger, último cmdt da CCAÇ 3520 (Cacine, Cameconde, Quinhamel, 1972/74)...Senta-se à sombra do nosso poilão sob o nº 801


Guiné > região de Tombali > Cacine > CCAÇ 3520 > 1973 > Uma pausa no rio Cacine, nos "turbulentos acontecimentos" de Guileje / Gadamael, em maio e junho de 1973. Alexandre Margarido CCAÇ 3520

O Alexandre Margarido, novo membro da Tabanca Grande, com o nº 801

Fotos (e legendas): © Alexandre Margarido (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Setor de Cacine > Cameconde > 1968 > Disparo noturno do obus 8.8 > Foto do álbum do António J. Pereira da Costa, que era na altura alferes QP da CART 1692/BART 1914 (Cacine, Cameconde, Sangonhá e Cacoca, 1967/69).

Foto (e legenda): © António J. Pereira da Costa (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do nosso camarada Alexandre Margarifo, ex-cap mil op esp / ranger, último comandante da CCAÇb 3520 (Cacine, Cameconde, Guileje, Gadamael e Quinhamel, dez 1971-mai 1974).

Data - terça feira, 17/12/2019, 21h17
Assunto -  Adesão à Tabanca Grande

Caro Luis Graça,

Tenho acompanhado este Blog, com regularidade e considero do máximo interesse todo o trabalho, até aqui desenvolvido, para que não se percam, nos meandros dos interesses, que jogam com os ex-combatentes, as suas memórias e as experiências de vidas, aqui tão bem representadas.

O meu nome Alexandre Augusto Martins Margarido, fui o último Capitão Miliciano, da Companhia Independente de Caçadores nº 3520, com a Especialidade de Operações Especiais.

Estive na Guiné desde Dezembro de 1971 a Maio de 1974, tendo a minha Companhia, passado por Cacine, Cameconde, Guileje, Gadamel e finalmente Quinhamel, até ao seu regresso ao Funchal, onde se tinha formado.

Conforme as normas da Tabanca, envio duas fotos, uma actual, a outra tirada no Rio Cacine, numa pausa dos acontecimentos turbulentos de 1973, solicitando a entrada, e prometendo o envio de uma das muitas histórias, que fizeram parte dessa minha estadia, por terras da Guiné.

Forte abraço,

Alexandre Margarido
Ex-Capitão Miliciano Ranger

2. Resposta do editor Luís Graça:

Alexandre, és recebido de braços abertos, e muito provavelmente serás o último (**)  a franquear, este ano  o "hall" de entrada da Tabanca Grande (, digo "hall", porque não temos portas, nem janelas, nem porta de armas, nem  cavalos de frisa, nem fiadas de arame farpado, nem valas, nem abrigos, nem espaldões...).

Como sabes, somos uma "comunidade virtual" de antigos camaradas de armas, que passaram pelo TO da Guiné, de 1961 a 1974, fazendo a guerra e a paz...Costumamos dizer que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!... O que é verdade, temos gente, amigos e camaradas da Guiné, um pouco por toda a parte, dos Estados Unidos à Austrália, de Ponte de Lima ao Funchal, de Faro a Bissau, passando por Macau, Cabo Verde, França, Brasil, Alemanha, e por aí fora...

Da tua companhia, a CCAÇ 3520, "Estrelas do Sul" (que nome poético!), tu passarás a ser, se não me engano, o terceiro representante, depois do José Vermelho, nosso grã-tabanaqueiro nº 471, fur mil (CCAÇ 3520 - Cacine, e CCAÇ 6 - Bedanda, CIM - Bolama, 1972/74) e depois do Juvenal Candeias, alf mil at inf, que entrou para a Tabanca Grande  em 6 de maio de 2009

Mas, deixa-me lembrar-te, tu já nos tinhas feito uma "visita" em 2013 (*), comentando esse "resort" turístico que era Cameconde no teu/nosso tempo... Na altura, a Tabanca Grande "partiu mantenhas" contigo e convidou-te  para te sentares "aqui, debaixo do nosso mágico e fraterno poilão"... Não entraste em 2013, entras agora no final de 2019.  E o lugar que te calha é já o 801.. (Já podes ver o tem nome, na lista alfabética, de A a Z, que consta na coluna do lado esquerdo do nosso blogue.)

E vais concerteza ajudar-nos a manter viva e sempre fresca esta "fonte de memórias" onde vem beber a rapaziada que esteve na Guiné, em "comissão de serviço", uns no "back office", outros no "front office"... Partilhamos memórias (e afetos), contamos as nossas histórias... sem censura, sem juízos de valor, sem picardias, sem ressentimentos, procurando contar a verdade e só a verdade.

Senta-te, desfruta a nossa companhia, vai dando notícias, vai participando (com textos, comentários, fotos...) e, entretanto, faz o favor de ser feliz e tem um bom e santo Natal.


Guiné > Mapa geral da província ( 1961) > Escala 1/500 mil > Posição relativa de Cameconde, a guarnição militar portuguesa mais a sul, na região de Quitafine, na estrada fronteiriça Quebo-Cacine... Em 1968 era o batalhão que estava em Buba (BART 1896, 1966/68) quem defendia esta importante linha de fronteira...

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2013)


3. Sobre a CCAÇ 3520, eis aqui a  ficha da unidade, segundo a Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974), 7º vol - Fichas das Unidades, Tomo II (Guiné), Lisboa, EME/CECA, 2002:

 (i) Mobilizada pelo BII 19 (Funchal);

(ii) Parte para o TO da Guiné em 20/12/1971 e regressa a 37/3/1974;

(iii) Passou por Cacine (mas também Cameconde) e Quinhamel;

(iv) teve quatro comandantes: cap inf Herberto Amaro Vieira Nascimento; cap mil Jaime Cipriano da Costa Rocha Quaresma; cap mil inf Armando Pimenta Cristóvão; e cap mil grad inf Alexandre Augusto Martins Margarido.
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Notas do editor_

(*) Vd. poste de 21 de fevereiro de  2013 > Guiné 63/74 - P11129: (Ex)citações (213): Cameconde, hoje seria um lugar de absurdo, de pesadelo e de loucura... (Alexandre Margarido, ex-cap mil, CCAÇ 3520, Cacine e Cameconde, 1972/74)

(...) Cameconde era um daqueles locais onde apenas os combatentes portugueses conseguiam manter-se durante anos, sem enlouquecerem, face à falta de condições mínimas de subsistência. Inclusive a água e os mantimentos tinham que ser transportados, numa coluna diária por um trilho rasgado na selva.

As altas temperaturas dentro dos abrigos, os insectos, as cobras que deslizavam da selva durante a noite, procurando o calor dessas fortificações, autênticos fornos, a exposição a atiradores e às flagelações por RPG, tudo isso, recuando 40 anos nas minhas memórias, era impensável ser suportado nos dias de hoje.

Obrigado por manterem vivas essas memórias.(...)


(**)  Último poste da série > 21 de novembro de  2019 > Guiné 61/74 - P20369: Tabanca Grande (488): Miguel José Ribeiro da Rocha, ex-Alf Mil Inf.ª da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845 (Olossato, Teixeira Pinto e Cacheu, 1968/70), tertuliano com o número 800 da nossa Tabanca