terça-feira, 28 de julho de 2009

Guiné 64/74 - P4753: Documentos (9): ”PAIGC – Análise dos tipos de resistência , 2 - Resistência económica” - Páginas 5 a 9 (Magalhães Ribeiro)

1. Do arquivo pessoal do Eduardo José Magalhães Ribeiro, ex-Fur Mil
Op Esp (Ranger) da CCS do BCAÇ 4612/74, Mansoa 1974.
Camaradas,
Dando continuidade à publicação iniciada no poste - P4721, seguem-se as páginas 5, 6, 7, 8 e 9, dum total de 28 páginas, do caderno: ” PAIGC - ANÁLISE DOS TIPOS DE RESISTÊNCIA, 2 - Resistência económica, Aos camaradas participantes no seminário de quadros, realizado de 19 a 24 de Novembro de 1969, (Este texto é escrito a partir de uma gravação das palavras do secretário geral)”.
Um abraço Amigo,
Magalhães Ribeiro
Documentos: © Eduardo José Magalhães Ribeiro (2009). Direitos reservados.
____________
Nota de M.R.:

Guiné 63/74 - P4752: Estórias do Mário Pinto (3): A “Feira Popular” em Mampatá


1. Mais uma divertida estória, enviada pelo nosso Camarada Mário Gualter Rodrigues Pinto, ex-Fur Mil At Art da CART 2519 - "Os morcegos de Mampatá", Buba, Aldeia Formosa e Mampatá - 1969/71:

Camaradas,

Cá vai mais uma história pitoresca da CART 2519, passada na Tabanca de Mampatá:



A Feira Popular em Mampatá

O nosso aquartelamento de Mampatá não tinha refeitório para praças, nem messe para oficiais e sargentos. Tinha somente uma cozinha de campanha, com um Vaguemestre e um 1º Cabo Cozinheiro, que faziam milagrosas refeições apesar de bastante contestados por todo, mas com os géneros que tinham à sua disposição, garanto-vos que era impossível fazer melhor. Assim, como é óbvio, o rancho era igual para todos sem distinção.

Claro que, com este panorama alimentar, cada um desenrascava-se como podia.

Sempre que íamos para o mato, era-nos distribuída a famosa ração de combate que, para aqueles que tiveram a felicidade de nunca ter tido uma à sua frente digo: era imprópria para ser consumida a frio, nos habituais “piqueniques” em missões longe do quartel. A sua composição era à base de alimentos cozinhados e conservados, em produtos gelatinosos gordos, devidamente enlatados e salgados, complementada por um ou outro doce.

Ora como não podíamos andar pelo meio do mato fazer fogueiras (que pelos fumos debitados era um grande sinalizador à distância da presença humana) para aquecermos as latitas, na generalidade, cada um de nós retia-as no seu “armazém” pessoal, à espera de uma melhor ocasião para as consumirmos, ou lhe darmos qualquer outro destino.

Certo dia um grupo de furriéis resolveu, junto ao Posto de Comando que também servia de "messe" de Oficiais e Sargentos, abrir um conjunto dessas latas que continham sardinhas em banho de óleo, enxugá-las da gordura e pô-las à assar sobre uma chapa.

Logo que o aroma típico que emanava de tal “pitéu” se espalhou por toda a Tabanca, o pessoal desatou a acorrer ao local, com cara de poucos amigos, julgando que já estava a ser descriminado, secreta e degustativamente, em relação aos seus superiores.

Quando se aperceberam da que na realidade se passava, a Tabanca passou imediatamente a ganhar outra alegria e disposição, tomando o aspecto de “Feira Popular”, só faltando os carrosséis e os carrinhos de choque.

Creio bem que nesse dia, até o IN que nos detectava a quilómetros apenas pelo nosso odor do suor, com aquele cheirinho da sardinhada esteve para vir petiscar connosco.

Um abraço,
Mário Pinto
__________

Nota de M.R.:

Vd. último poste da série em:

Guiné 63/74 - P4751: Histórias do Jero (José Eduardo Oliveira) (1): João Turé, um menino da tabanca e quartel de Binta (Parte 1)


1. O nosso Camarada José Eduardo Reis de Oliveira, foi Fur Mil Enf da CCAÇ 675 (Binta, 1964/65), é jornalista
profissional conhecido no seu meio por “JERO” e enviou-
nos uma mensagem , com data de 24JUL2009, e o título: Tempo Africano:


Boa noite Luís,

Porque hoje é sábado... lembrei-me de fazer serão e de te mandar mais um "escrito".

João Turé é um "retrato" do meu livro Golpes de Mão's - págs. 341 a 346.

O João Turé fez um discurso no lançamento do meu livro no antigo R.I. 16, em Évora, em 10 de Maio último.

No final pedi-lhe o "papel" e fiz um tratamento jornalístico do seu "testemunho"que publiquei em diversos capítulos, no meu jornal.

Se vires que tem algum interesse para o nosso blogue aqui vai ele.

Se achares que está extenso estás à vontade para cortar os meus comentários.

A partir de agora está nas tuas mãos. Bem entregue portanto.

Um abraço.
JERO

NOTA: Dada a extensão do documento, a publicação será efectuada em 2 partes (2 postes):
I PARTE: O discurso que o João Turé fez no lançamento do livro.
II PARTE: Os comentários do Jero.

I PARTE

Introdução

Diversos órgãos de comunicação local referiram-se ao lançamento do “GOLPES DE MÃO’s”, de José Eduardo Reis de Oliveira, como «…um belo livro sobre as suas vivências na guerra colonial, na Guiné (no humanismo nas cenas de guerra, nas sementes da paz junto das populações e no convívio com as crianças da “Tabanca Nova”) (1).

Uma delas o João Turé, de 8 anos, veio homem ao lançamento do livro em 2 de Maio de 2009.

Porque passaram 40 e alguns anos o João, que se define como “o preto mais branco da Companhia”, tem hoje 53 anos.

Tivemos acesso a um dos seus escritos que leu – emotivamente – numa cerimónia evocativa do regresso da C.Caç. 675 a Évora, no antigo Regimento de Infantaria nº. 16, que teve lugar em 10 Maio último.

Vamos ilustrar este “TEMPO AFRICANO” repartindo em “retalhos” o seu testemunho.

JERO

Foto do João Turé na Actualidade

1 - TEMPO AFRICANO

A chegada da Companhia de Caçadores 675 a Binta, já lá vão 45 anos, foi uma aragem nova, saudável, que trouxe para aquela zona, o ensino, a saúde, o desenvolvimento, a camaradagem e a brincadeira, que todos nós meninos de 6,7 e 8 anos desconhecíamos existir no mundo.

E quando falo de meninos estou-me a rever nos meus 8 anos, junto com muitos mais, traquinas, irreverentes, mas de olhos e ouvidos bem abertos, aprendendo aquilo que ninguém nos tinha ensinado até então.

Porque nem todas as minhas recordações de infância são boas.

Pois, nunca poderei esquecer o que se passou com o meu tio Malan Sissé, mais conhecido por Malan Grifon Sissé, anos mais tarde guia da Companhia, porque foi a primeira pessoa a ter uma bicicleta, das afamada marca “Griffon”, que era uma “ronco” (2) em todo o concelho de Farim.


Era uma personalidade conhecida e respeitada pelas suas qualidades humanas, homem sério e sensato, que defendia a nossa bandeira, não concordando com a ideologia política do PAIGC e por isso, recusando sempre a adesão ao partido, nas muitas vezes em que foi sondado e influenciando muitos a seguirem as suas pisadas.

Quando em 1964 apareceu a guerrilha no Norte da Guiné, mais concretamente no concelho de Farim, foi de imediato procurado para ser aniquilado, tendo sido destruída a sua aldeia “Genicon Mandinga”, os seus haveres e morta a sua querida mãe.

Era este o nacionalismo e a ideologia do PAIGC.

2 - TEMPO AFRICANO

Continuamos com as estórias de um guineense de nome João Turé, que nos seus primeiros tempos de vida cruzou com militares de uma Companhia de Caçadores que estiveram na região onde nasceu no norte da Guiné - mais propriamente em Binta, a 20 kms. da fronteira com o Senegal - no período compreendido entre Junho de 1964 e Abril de 1966.


No número anterior João Turé recordou que a chegada da C.Caç.675 a Binta, já lá vão 45 anos, foi uma aragem nova, saudável que, em tempo de guerra, trouxe para aquela zona o ensino, a saúde, o desenvolvimento, a camaradagem e a brincadeira, que os meninos de 6,7 e 8 anos desconheciam existir no mundo.

Com olhos e ouvidos bem abertos, aprenderam aquilo que ninguém os tinha ensinado até então.

Escreve, em jeito de “memórias”, quando já dobrou o meio século de existência, que guarda da infância boas e más recordações.

A que publicámos anteriormente, respeitante ao seu tio Malan Sissé, mais conhecido por Malan Griffon Sissé, por ter sido a primeira pessoa a ter uma bicicleta “Griffon”muitos quilómetros em redor da sua aldeia, foi o exemplo de uma má recordação, que terminou em tragédia na aldeia de “Genicon Mandinga”.

A estória nº. 2 deste “TEMPO AFRICANO” é diferente pois foca recordações de militares que nessa altura mais impressionaram os meninos da aldeia de Binta.

JERO
Fur Mil Enf
Legenda:
(1)- Pequena povoação ,aldeia .
(2) - Sucesso, motivo de festa, de espanto.

Fotos: José Eduardo Oliveira (2009). Direitos reservados.
__________
Nota de M.R.:

Este é o primeiro poste desta série.


Guiné 63/74 - P4750: Estórias cabralianas (53): A estranha doença do soldado Duá (Jorge Cabral)

1. Mais uma estória do nosso alfero, Jorge Cabral, que não precisa de apresentações (Cabral só há um... o de Missirá e mais nenhum, dizia-se no seu tempo):

Amigos!
Aí vai uma estória deste 'Chico-Cafre' (Tunes dixit)

Abraços Grandes
Jorge Cabral



2. Estórias cabralianas (53) > A Doença do Soldado Duá
por Jorge Cabral


Quando uma noite, em Missirá [, o último destacamento de Bambadinca, a norte do Rio Geba, no Cuor,] o Alfero passava ronda, ficou estupefacto, ao constatar que todos os Soldados de Sentinela se encontravam acompanhados das respectivas Mulheres.
- Mas que se passa? – indagou…
- É por causa da doença! O Duá apanhou a doença do Victor!
- Doença do Victor?...

Tornou-se necessário ao Alfero recuar no tempo e a Fá, para perceber. Sim, aí existira um Soldado Victor que, parecendo inconsciente, deambulava a altas horas por todo Quartel. O próprio Alfero o vira e logo diagnosticara: sonambulismo...

Depois, reunira o Pelotão, alertara o Pessoal e, crente na sabedoria popular, avisara:
- Atenção! Que ninguém o tente acordar! É perigoso. Até pode morrer. Trata-se de uma doença e grave.

O Duá, Soldado Fula e dos poucos solteiros do Pelotão, deve ter ficado impressionado. Tanto, que voluntariamente um ano depois, contraíra em benefício próprio a tal doença. E assim, todas as noites, em pose sonâmbula, entrava nas moranças dos Soldados que estavam de Sentinela e procurava as Mulheres…

Claro que não ousavam acordá-lo… pois se lembravam bem das palavras do Alfero.

Levá-las a fazer Sentinela foi a única solução...

Jorge Cabral
____________

Nota de L.G.:

(*) Vd. último poste da série Estórias cabralianas > 22 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4723: Estórias cabralianas (52): Em 20 de Julho de 1969, também eu poisei na Lua... (Jorge Cabral)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Guiné 63/74 - P4749: Álbum de memórias de Bafatá, 1968/70 (2): A vida é feita de pequenos nadas (Regina Gouveia)



1. No decorrer do IV Encontro Nacional do nosso blogue, em 20 de Junho passado, na Quinta do Paul, Ortigosa, Luís Graça convidou a Regina Gouveia, esposa do nosso Camarada Fernando Gouveia (Alf Mil Pel Rec Inf - Comando de Agrupamento 2957 -, Bafatá, 1968/70), a escrever para o nosso blogue histórias desse tempo.

Respondendo ao desafio eis mais uma bem simples e bonita:




A vida é feita de nadas

A vida é feita de nadas
De grandes serras paradas
À espera de movimento;
De searas onduladas
Pelo vento;
De casas de moradia
Caiadas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;
De poeira ;
De sombra de uma figueira;
De ver esta maravilha:
Meu Pai erguer uma videira
Como uma mãe que faz a trança à filha.

Bucólica, Miguel Torga

Nos últimos tempos, mais concretamente a partir do momento em que o meu marido se tornou membro da Tabanca Grande, várias memórias da Guiné têm vindo a emergir à tona do consciente, volvidos que são cerca de quarenta anos. Algumas são pequenos nadas mas a vida é feita de nadas…

Verão de 1969. Bafatá. Enquanto o Fernando está no quartel eu tento ocupar o meu tempo. Acompanham-me entre outros, Hemingway, Jorge Amado, Eça, Fernando Pessoa, António Gedeão, Manuel Bandeira.

Para além da leitura, a música: Mozart, Beethoven, Korsakov, José Afonso, Chico Buarque, no meu leitor de cassetes de fraca qualidade…

Há também as crianças que, começando por vir no fim da refeição para levar o muito que sobrou (o quartel envia-nos excesso de comida), criaram o hábito de aparecer várias vezes ao longo do dia. Com elas aprendo algum crioulo que infelizmente já esqueci.

Há ainda um dos filhos dos vizinhos, com os seus quatro anitos, que aparece logo pela manhã (O “alfer” já foi?) mas que regressa a casa sempre que pressente aproximar-se a hora do Fernando chegar, seja para almoçar, seja ao fim do dia (vou embora; o “alfer” está a chegar). Nunca consegui perceber estas reacções do miúdo.

Talvez em casa ouvisse comentários negativos à tropa, não sei… Um dia, varria eu a varanda, ele chegou e comentou de imediato: Hoje até pareces uma senhora…

Ao fim da tarde, quando o Fernando regressava do quartel, passeávamos. Vêm-me à memória a Tabanca da Ponte Nova, o Geba, a ponte sobre o Colufe, a piscina, a estrada de Bambadinca, a estrada do Gabu, a vereda junto à mãe de água…

À noite, sempre que possível, o cinema. Se o Fernando estava de serviço acompanhava-o até ao agrupamento. Foi aí que conheci o Cabo Gomes.

Rodeado de livros, aproveitava todos os momentos livres para se preparar para o exame do então 5º ano liceal.

Converso com ele e apercebo-me de que as suas maiores dificuldades residem na Física e na Matemática. Passo a ajudá-lo diariamente.

Na última sessão de ajuda, quando em fins de Setembro me preparo para regressar à metrópole, propõe-se pagar-me as lições. Se algum de nós tivesse que pagar algo, era eu a si. Ajudou-me a preencher o meu tempo fazendo aquilo de que tanto gosto - ensinar, muito em particular, ensinar Física.

Regresso próximo do Natal. O Gomes espera-me com uma prenda que ainda conservo. Uma folha seca onde, por entre as nervuras, estão gravados o meu nome e o do Fernando.


No dia 24, como habitualmente, o soldado (não me recordo do seu nome, apenas sei que era da Beira Alta) chegou com o almoço. À despedida desejei-lhe bom Natal.

Não conseguiu conter as lágrimas que começaram a rolar-lhe pela face. A senhora desculpe mas hoje, particularmente, sinto muitas saudades da minha mulher e da minha menina. Já vai para dois anos que as não vejo.

Senti-me muito mal. Ali estava eu, privilegiada, a passar o Natal com o meu marido, após uma curta separação de dois meses e meio. Imaginei, apesar de na altura ainda não ter filhos, quão dura deveria ser para ele aquela separação.

Ainda o dia 24. À noite o Tenente Coronel Teixeira da Silva apareceu em nossa casa. Era uma pessoa muito afável. Como era também professor de Física conversávamos muitas vezes sobre essa área. Mas nessa noite a conversa foi essencialmente sobre a falta de sentido daquela guerra.

A dada altura reflectíamos sobre o pouco que, como colonizadores, tínhamos feito pelas colónias em geral. Recordo-me que então contou um episódio interessante. Numa das comissões tinha estado em Timor onde, em todo o território, havia 8 quilómetros de estrada (creio que era esse o número).

Um americano que, entretanto encontrou lá (já não sei por que razão), comentou: Os portugueses não estão aqui há cerca de 400 anos? Se tivessem feito 1 km de estrada por ano, já existiriam 400 km…

Num dos dias que se seguiram ao Natal, estando eu sentada na varanda, passou uma idosa que muito simpaticamente me cumprimentou, numa algaraviada por vezes ininteligível. A dada altura percebi que me perguntava qualquer coisa relacionada com néné.

Respondi: Cá tem néné. Pôs um ar muito pesaroso e com uma voz triste repetiu Cá tem néné. Seguiu rua afora e lá longe ainda a ouvia repetir. Cá tem néné… Cá tem néné…

Eis alguns dos pequenos nadas que fui encontrar perdidos no labirinto da memória.

Regina Gouveia

Foto: Regina Gouveia (2009). Direitos reservados.
____________
Nota de M.R.:

Vd. primeiro poste da série em:

Guiné 63/74 - P4748: Notas de leitura (12): História da Guiné e ilhas de Cabo Verde - PAIGC, 1974 (Beja Santos)


1. Do nosso Camarada Beja Santos, Missirá e Bambadinca - 1968/70, recebemos a seguinte mensagem:

História da Guiné e ilhas de Cabo Verde, PAIGC, 1974

As Edições Afrontamento iniciaram logo em 1974 a publicação de monografias sob o título “Libertação dos povos das colónias”.

O número 1 foi dedicado ao PAIGC. O destinatário desta obra, presume-se, era o quadro do PAIGC, talvez o aluno das “regiões libertadas”, talvez mesmo o estudante guineense a estudar em países do Leste, todos eles carentes de um conjunto de referências indispensáveis ao tempo: a história da Guiné-Bissau em África e na África em descolonização; os dados capitais da colonização portuguesa tanto na Guiné como nas ilhas de Cabo Verde; caracterização do movimento de libertação em África e o seu desenvolvimento nas colónias portuguesas; etapas da luta de libertação nacional da Guiné e em Cabo Verde no contexto da luta anti-imperialista; dados curriculares de Amílcar Cabral e proclamação da República da Guiné-Bissau.

É um documento histórico que merece ser ponderado, na sustentação ideológica, como manual explicativo de uma visão da identidade nacional, como bússola que desse o azimute, dentro da Guiné-Bissau e ilhas de Cabo Verde, a todas as lutas travadas em África, fazendo concertar os movimentos de libertação ao tempo sob a égide do PAIGC.

É por isso que vale a pena darmos uma síntese de um documento profundamente datado e que perdeu actualidade na Guiné-Bissau quando esta se separou de Cabo Verde.

Certamente por influência de Amílcar Cabral, os compiladores deste manual não iludem a tónica marxista, temperando-a nas suas nuances orientadas para Moscovo, mas também para o Movimento dos Não Alinhados e as sociais-democracias escandinavas, que tanto apoio concederam ao PAIGC.

O enquadramento histórico do continente africano tem destaque, abrindo com a civilização egípcia e depois a presença do Império Romano; segue-se o islamismo e a presença árabe no norte de África; uma nação que é um mosaico étnico (como é a Guiné-Bissau) precisava de várias chaves explicativas para entender os seus autóctones e os povos invasores: daí falar-se dos impérios do Mali e do Songhay, tão importantes na Idade Média.

Em capítulo autónomo, aborda-
se o povoamento da Guiné e das ilhas de Cabo Verde, percebe-se que os autores andam à procura de um elemento de coesão para a identidade destes povos, recorre-se ao artifício de que foi o colonialismo português o responsável pela desunião entre guineenses e cabo-verdianos, na época era fundamental simular que as divergências decorriam exclusivamente do colonialismo.

O relato histórico continua pelos reinos mandingas, a chegada dos fulas e depois a presença dos europeus em África. Segue-se a descrição dos estabelecimentos e entrepostos comerciais, a ascensão e a queda do comércio de escravos até se entrar na colonização contemporânea.

Os elementos de resistência à colonização portuguesa e a “pacificação” têm justo realce neste manual de doutrinação, enunciando até outros resistentes africanos nas periferias da Guiné-Bissau.

Seguidamente, entra-se na apresentação minuciosa do sistema colonial português e o papel que as 2 Guerras Mundiais tiveram na marcha da descolonização.

Em capítulo subsequente relata-se da história dos diferentes movimentos de libertação nas diferentes colónias portuguesas, e assim se chega aos princípios revolucionários do PAIGC.

A partir daqui segue-se a descrição da organização económica e política nas regiões libertadas em sintonia com a luta anti-imperialista no mundo.

É um manual de doutrinação redigido com sinceridade, ingenuidade, utopia mas também com hábil ilusão de factos da história real que se pretendiam solucionar mais tarde: é o caso da falsa identidade entre os povos da Guiné e Cabo Verde, que a despeito de inúmeros e profundos pontos de encontro são duas realidades culturais distintas.

Este exemplar vai ser oferecido para o espólio do blogue.



Comentário: esta ilustração de carácter propagandístico fazia parte da apresentação do PAIGC, certificava a tese dos 2/3 dos territórios ocupados. Sabe-se de há muito que não tinha verosimilhança com a situação real de territórios ocupados, mas impressionava muito enquanto cartão de visita do movimento de libertação.

Beja Santos
Alf Mil Cmdt Pel Caç Nat 52

Imagens: Beja Santos (2009). Direitos reservados.

___________

Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

Guiné 63/74 - P4747: Estórias do Mário Pinto (2): Uma erecção um tanto inconveniente



1. Mais uma pitoresca e engraçada estória, enviada pelo nosso Camarada Mário Gualter Rodrigues Pinto, ex-Fur Mil At Art da CART 2519 - "Os morcegos de Mampatá", Buba,
Aldeia Formosa e Mampatá - 1969/71:

Camaradas e amigos,

O avivar da memória das nossas recordações e passá-las ao papel, que é como quem diz pelo teclado, começa a ser um hábito sadio e benéfico para o meu já quadragenário stress, por isso cá vai mais uma.

Quando da “descapinação”, ou desmatagem como queiram, do terreno para a construção da nova estrada Buba - Aldeia Formosa, mandaram para MAMPATÁ oriundos de Nhacra, cerca de 900 nativos de raça Balanta, para efectuarem os necessários trabalhos.

Os mesmos usavam sobre o corpo somente uma tanga e eram conduzidos por uns “Sipaios”, como fossem uma manada de gado (desculpem a dureza desta expressão mas não me lembro de outra), levando a efeito a referida tarefa, morosa e desorganizadamente, pois o IN flagelava o local com bastante amiúde e intensidade, apesar do nosso dispositivo de segurança.

Num dado momento um dos nativos, com a sua catana deu um corte profundo no PÉNIS, ficando extremamente aflito, debilitado e dorido.

Por não ser possível tratar o homem ali teve que ser evacuado para MAMPATÁ onde, na altura, se encontrava de serviço o nosso 1º Cabo Enf Lomba, que perante o estranho local do ferimento do sinistrado, agarrou na “massaroca” dele e muito profissionalmente, como era alias a sua obrigação, toca a cozer as partes carnais dilaceradas, causando-lhe uma erecção digna de registo, que logo que detectada originou naturais e gerais gargalhadas do pessoal presente.

O Lomba ainda hoje carrega essa desditosa cruz, pois nos almoços da Companhia lá vem sempre à “maldita” lembrança do pessoal, o relato da curiosa “efeméride” em tom mais ao menos jocoso, conforme oiça a história o Lomba ou o restante pessoal trocista e malicioso.

Depois bebemos mais um copo todos juntos e, se Deus quiser, para o ano lá estaremos todos outra vez, para almoçarmos, confraternizarmos e, porventura, relembrar a história do altivo “instrumento” que foi cozido pelo...

Um abraço amigo,
Mário Pinto
Fur Mil At Art
____________
Nota de M.R.:
Vd. primeiro poste da série em:

Guiné 63/74 - P4746: Memórias do Chico, menino e moço (Cherno Baldé) (8): Misérias e grandezas de Fajonquito, 1970/75

Guiné > Zona Leste > Fajonquito > 1964 > Um poilão centenário... Na foto, o irmão do nosso camarada Tino Neves, Sérgio Neves, Fur Mil Mec Auto, que pertenceu à CCAÇ 674 (1964/66) (*) ... Esta subunidade terá sido a primeira passar por Fajonquito (**)... Estranhamente, temos pouca documentação fotográfica sobre Fajonquito... Por outro lado, não têm aparecido no nosso blogue camaradas pertentes a subunidades que tenham passado por Fajonquito, entre 1970 e 1974. Uma delas é CCAÇ 3549 / BCAÇ 3884 (1972/74). Esperemos que o nosso Chico encontre malta do seu tempo, nomeadamente de Fajonqito, 1970/74...

Foto: © Tino Neves (2006). Direitos reservados.

1. Mais um texto do Cherno Baldé, membro da nossa Tabanca Grande, autor da série Memórias do Chico, menino e moço (Cherno Baldé) (aqui na foto, à esquerda).

Nascido em Fajonquito c. 1960, viu em 1965, em Cambaju, os primeiros homens brancos; aprendeu as primeiras letras, em português, com os militares portugueses. Depois de 1975, foi para Bissau, licenciou-se na Ucrânica em Planificação e Gestão Económica, tendo feito no inícios os anos 9o uma pós-graduação em gestão, em Lisboa, no ISCTE; vive em Bissau, onde trabalha no Ministério das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, em Bissau, onde é director do gabinete de estudos e planeamento

É casado desde 1992 com a Geralda Santos Rocha, natural de Bissau.(**)


2. Memórias do Chico,menino e moço (Cherno Baldé) (8) > FAJONQUITO (1970 – 1975)

No início dos anos 70, Fajonquito é quase um burgo com muitos milhares de almas. Aqui estavam misturadas várias comunidades. Diferentes subgrupos da comunidade fula (Fulas-pretos, Fulas-forros, Futa-fulas), Mandingas (ou do que restava desta comunidade em consequência da guerra), algumas famílias Balantas, Saracolés, Manjacas e mesmo Bijagós que o comércio do amendoím e a guerra tinham trazido consigo.

O número de Fulas-pretos era maioritário em Fajonquito e seus arredores. A convivência era pacífica mas tensa com muita desconfiança e medo à mistura. A garantir esta convivência de circunstância estavam as autoridades tradicionais, as milícias cujos chefes saiam entre pessoas de confiança ou famílias dos chefes tradicionais e uma companhia de tropas portuguesas comandadas por um Capitão, que de resto, a bem dizer, pouco se metia na vida civil da aldeia.

O ambiente era tão diferenciado quão diferente era o tamanho da aldeia, o número de tropas e o mosaico étnico, social e cultural. O estado de alerta era permanente mas num nível fraco e muito dependente dos postos mais avançados situados nos quatro pontos cardeais: Sare-Wali, Cambaju, Sare-Djamaram, Suna, Cantacunda.

Aqui os acontecimentos da guerra estavam mais relacionados com as deslocações (minas e emboscadas nas estradas), particularmente a estrada para Cambaju, ou ainda as grandes operações para o Oio (Kola-Carresse) que mobilizavam tropas de outros ramos vindas de Bissau, Bafatá ou Bambadinca. Nessas ocasiões nós acompanhávamos tudo até a saída do último soldado. Via-se pelo semblante que o estado de espírito dos que iam para a frente não era muito alegre, salvo raras excepções. Os da retaguarda, invariavelmente, carregavam obuses ou as granadas das bazucas, levando a sua arma nas costas. Na nossa opinião de crianças, isto era das coisas que um soldado não devia fazer.

Entretanto, no meio da população civil e sobretudo a malta jovem, a descontracção era visível e reinava um ambiente de festa e paródia nos fins-de-semana com futebol à tarde e baile de gira-discos à noite. A festa era sobretudo afro, como diziam na época, mas nunca faltava a presença de soldados portugueses, vestidos à paisana ou mesmo fardados à procura de diversão ou à cata de bajudas.

A presença das milícias locais era cada vez menos suportável entre os homens adultos. Eles roubavam as mulheres mais jovens e as bajudas da aldeia, roncando com suas fardas apertadas ao corpo como faziam os comandos africanos e com o dinheiro da cola aos pais que os outros jovens não tinham, com excepção dos professores, claro. O conflito arrastava-se em surdina mas as autoridades, de forma geral, controlavam a situação. De vez em quando transferiam os mais recalcitrantes.


O quartel de Fajonquito: um autêntico fortim

Em Fajonquito, foi difícil conseguir entrar no quartel. Comparado com Cambaju isto aqui era um autentico fortim, com sentinelas nas duas portas de entrada e arame farpado de todos os lados, confeccionado tão meticulosamente que mesmo um gato não conseguia penetrar. Notava-se que o número de tropas era muito maior mas pareciam menos amistosos.

Algumas crianças entravam e saíam mas eram sobretudo mulheres solteiras e meninas que o faziam. Eram lavadeiras ou lava-tudo, como as más-línguas lhes chamavam. O movimento de viaturas junto à saída era permanente e havia de todos os tipos, desde o pequeno Jeep do Capitão ao imponente Berliet Tramagal que esmagava as minas nas picadas, como diziam as crianças. Também havia o Unimog e o Wheels [?]. Este último, era o nome dado pelos populares, ao tipo de veículo pequeno, parecido com o Unimog. Normalmente as pessoas civis detestavam este tipo de veículo devido aos solavancos que dava nas estradas. [, Wheels era um jipe, o Cherno deve querer referir-se o burrinho, o Unimog 411].

Na primeira tentativa de entrar pela porta de armas levei com um pontapé do sentinela. O primeiro que, por sinal, seria seguido de muitos outros. Este primeiro doera a valer tendo batido com a cara no chão, pois ainda não tinha aprendido a técnica de os receber ou esquivar. Mais tarde, o desafio seria de não só saber esquivar-se mas ser capaz de identificar o perigo de longe.

A maior ameaça dentro do quartel eram os pontapés que podiam vir de todos os lados. As melhores surpresas eram os pedaços de pão com marmelada ou melhor ainda com chouriço. Quando tinha a sorte de conseguir aqueles chouriços vermelhos, tirava o pedaço dentro do pão e metia-o dentro do bolso assim, para o comer aos pedacinhos durante muito tempo, longe dos olhares dos outros, com aqueles arrotos saborosos.

Um dia a minha avó, que era intrometida e gostava de controlar a vida dos outros, disse a minha mãe:
- Olha, filha, toma cuidado com o Cherno Abdulai, pois ele anda metido há tanto tempo no meio desses descrentes que já cheira a carne de porco.

Era esperta a minha avó que, certamente, teria encontrado um daqueles pedacinhos de chouriço nos meus bolsos. Quando a queria provocar, trazia do quartel, a massa de esparguete. Na opinião dos mais velhos, os esparguetes eram bichos (germes) da raça das minhocas que os brancos secavam e quando as metia dentro da boca todos fechavam os olhos horrorizados e fugiam para não ver a insuportável cena. Por motivos religiosos o meu pai proibia a entrada da sopa dentro da casa. As únicas coisas que admitia eram as latas de sardinha ou a Coca-Cola.



O único fula-forro no meio do grupo

Passei os primeiros meses a familiarizar-me com os colegas. Por força do meu talento com a bola consegui entrar facilmente no grupo de elite da aldeia, com Sambaro Djau à testa, o chefe mais tirânico que conheci em toda a minha vida. Se acontecia a equipa perder com outra, ele embirrava com toda a gente e maltratava os mais fracos como era o meu caso. Se acontecia a equipa ganhar ai, em vez de satisfação, ele era cometido de uma raiva doentia e sempre inventava um outro desafio desta vez de boxe ou coisa parecida, entre os elementos da equipa, para nos arreliar até às últimas. Nós o detestávamos mas ele continuava a ser o chefe e ditava as regras no grupo.

Eu era o único fula-forro do grupo por isso sofria de uma dupla opressão. Era odiado por ser fula-forro, a classe dominante no regulado mas também por ser filho de um logeiro, logo de uma família que não conhecia as dificuldades comuns de uma existência bastante dura na época.

Alheio a esta adversidade de que não tinha consciência, lutava diariamente para merecer respeito e conquistar um lugar entre aqueles que no seu subconsciente detestavam tudo o que eu representava. Tinha um irmão mais velho (o Carlos) com quem partilhava as aventuras desde sempre mas que, sendo mais cuidadoso que eu, nunca se tinha metido no meio desses grupos de aldeia.

Mais tarde juntou-se ao nosso grupo o Camões. O seu nome era Suleimane mas logo passou a ser o nosso Camões pois por qualquer motivo quando olhava para alguém, fechava ligeiramente um dos olhos. Foi o Magalhães, um condutor, que lhe deu o nome, e nós pegamos porque era mesmo divertido. No incio ele detestava mas com o passar do tempo e a insistência dos colegas não tinha outro jeito. No nosso entender, todos os zarolhos eram Camões, porque o próprio o era, nada mais normal na cabeça de uma criança da época.


A hierarquia dos tugas, segundo o Camões

O Camões era muito bom observador, e ele ajudou-nos a dar os primeiros passos na vida de rafeiro que era a nossa no quartel. Ele nos ensinou com mestria as técnicas de identificar as ameaças e oportunidades e de fazer frente aos perigos. A lição começava na identificação do perigo latente a partir do simples ambiente do momento, a fisionomia dos soldados ou a sua maneira de andar. Mas, o grande problema é que ele via perigo em quase tudo, o que tornava impossível apreender e aplicar todas as técnicas do seu manual de rafeiro.

Entre os maus e mais perigosos, segundo a tabela de Camões, figuravam: Os soldados altos e esguios, os baixinhos e magros, os cabelos ruivos, os de andar apressado, os olhos de gato, os solitários, os alcoólatras, os melancólicos, os excessivamente asseados e aprumados, os bigodatos, enfim, quase todos. Nesta sua classificação, os bons (melhores) eram sempre os atletas (não muito altos, não muito baixos, não muito magros, nem gordos, sem bigodes ou bigodes curtos, os morenos etc.). Nesse grupo entravam os futebolistas e os vagabundos (inofensivos sem uma característica especifica) que passavam a maior parte do tempo metidos aldeia adentro ou a caçar pássaros na orla da bolanha com um bando de crianças.

Nas especialidades, ele preferia os homens das equipas de apoio ou da logística, como sejam os vagomestres, cozinheiros, condutores, mecânicos, pessoal dos combustíveis, dos correios, das transmissões etc. Aconselhava a todos que o quisessem ouvir, ficar longe dos operacionais ou dos tigres, como ele os chamava.
- Esses são assassinos, fujam deles!... - dizia o Camões, tentando fixar-nos com aquele seu olho esmiuçado.

Os oficiais não entravam nesta tabela classificatória. Na verdade, eles constituam uma classe a parte a que as crianças tinham pouco acesso, da mesma forma que não tínhamos acesso, nas nossas sociedades, ao mundo dos adultos, situação que não nos atrapalhava em nada. Em contrapartida e apesar da fachada que os cobria de importância sabíamos que eram os campeões de fodas com as bajudas e, sobretudo, as mulheres lava-tudo pois, no lixo, por detrás da caserna onde dormiam alguns oficiais da segunda linha, se assim se pode dizer (Furriéis e alguns Sargentos), encontrávamos todos os dias, uma boa quantidade de preservativos com o líquido cor púrpura a brilhar lá dentro.

Oficialmente malandros, também eram os mais politizados, senão os únicos. Apesar dessa eficiência sexual, eram discretos, bons conhecedores do meio envolvente e com excelente domínio de si pelo que raramente se metiam em problemas com os nativos.

Tinha criado o hábito de passar por esta caserna de oficiais, regularmente, por duas razões: Primeiro, porque reciclava o lixo que era de melhor qualidade comparativamente as outras casernas mas também, porque junto de uma das janelas, um dos seus ocupantes gostava de coleccionar latas de conserva que não consumia e eu, passando por ali ia fazendo as contas e verificar se o produto continuava lá no intuito de um dia conseguir aproveitar-se dele. Entre mim e as latas estava uma ténue rede de mosquitos e o perigo de ser surpreendido no acto. Quando finalmente as conseguimos roubar, depois de meses de rondas e de cálculos, tivemos uma grande decepção, pois da dezena de latas surripiadas, mais de metade continha carne de chocos ou lulas que, acto contínuo, deitámos fora pois, a mentalidade comunitária da época, bastante arcaica, atribuía este tipo de carnes a diferentes tipos de bichos que os brancos comiam na sua terra (insectos e répteis) que entre nós criavam horror. Infelizmente não podia devolvê-las ao(s) dono(s) pois, durante a operação resgate tinha rasgado a rede da janela do oficial de alto a baixo com uma enorme faca de mato daquelas que os soldados levavam a cintura.

Bissau, Julho de 2009.
Cherno A. Baldé

[Revisão /fixação de texto / bold a cores / subtítulos: L. G. ]
_________________

Notas de L.G.:

(*) Vd. postes de:

14 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1367: Concurso O Melhor Bagabaga (3): Fajonquito (1964) (Tino Neves)

24 de Setembro de 2007 >Guiné 63/74 - P2127: Estórias de vida (5): Sérgio Neves, meu irmão, um homem bom (Tino Neves)

Vd. também: 6 de Julho de 2007 >Guiné 63/74 - P1928: Estórias de vida (3): Sérgio Neves, meu irmão: em Moçambique, o Mercenário, amigo do lendário Daniel Roxo (Tino Neves)



(**) Vd. postes de 3 de Abril de 2009 >Guiné 63/74 - P4136: As Unidades que passaram por Fajonquito (José Martins)

14 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2266: Quem conhece o Inácio Maria Góis, autor de O meu diário, CCAÇ 674 (Fajonquito, 1964/66) ? (René Pélissier)

30 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4111: Em busca de... (68): Furs Mils Andrade e Cabrita Martins que estiveram em Fajonquito entre 1971 e 1973 (Maria Filomena Correia)

3 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4135: Em busca de... (70): Fur Mil Andrade e Cabrita Martins que estiveram em Fajonquito entre 1971/73 (Afonso Sousa)

6 de Abril de 2009 Guiné 63/74 - P4145: Tabanca Grande (131): José Cortes, ex-Fur Mil At Inf da CCAÇ 3549/BCAÇ 3884, Fajonquito (1972/74)

17 de Outubro de 2005 > Guiné 63/74 - CCXLV: Notícias do BCAÇ 3884 (Bafatá, Contuboel, Geba e Fajonquito, 1972/74) (Manuel Oliveira Pereira)


(***) Vd. postes anteriores da série Memórias do Chico, menino e moço:

19 de Junho de 2009 >Guiné 63/74 - P4553: Memórias do Chico, menino e moço (Cherno Baldé) (1): A primeira visão, aterradora, de um helicanhão

24 de Junho de 2009 > Guine 63/74 - P4567: Memórias do Chico, menino e moço (Cherno Baldé) (2): Cambajú, uma janela para o mundo

25 de Junho de 2009 >Guiné 63/74 - P4580: Memórias do Chico, menino e moço (Cherno Baldé) (3): A chegada dos primeiros homens brancos a Cambajú em 1965: terror e fascínio

30 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4611: Memórias do Chico, menino e moço (Cherno Baldé) (4): O ataque dos meus primos a Cambajú e o meu pai que foi um herói

6 de Julho de 2009 >Guiné 63/74 - P4646: Memórias do Chico, menino e moço (Cherno Baldé) (5): A família extensa, reunida em Fajonquito, em 1968

13 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4679: Memórias do Chico, menino e moço (Cherno Baldé) (6): Uma gesta familiar, de Canhámina a Sinchã Samagaia, aliás, Luanda

21 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4714: Memórias do Chico, menino e moço (Cherno Baldé) (7): As profecias do velho Marabu de Sumbundo

Vd. também:

18 de Junho de 2009 >Guiné 63/74 - P4550: Tabanca Grande (153): Cherno Baldé (n. 1960), rafeiro de Fajonquito, hoje engenheiro em Bissau...

7 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4650: (Ex)citações (32): A Tabanca Grande ou... Global: de Contuboel, Fajonquito e Bissau com amizade (Cherno Baldé)

20 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4710: Blogoterapia (119): As Fantas, as Marias, as Natachas, ou o amor em tempo de guerra e de diáspora (Cherno Baldé)