quinta-feira, 20 de março de 2014

Guinjé 63/74 - P12860: Fotos à procura... de uma legenda (25): Da janela da antiga cadeia do Crato, do séc. XVIII, os reclusos podiam assistir a cerimónias religiosas, celebradas na capela em frente, a de N. Sra. do Bom Sucesso... (Hélder Sousa / Manuel Mata / Luís Graça)


Alto Alentejo > Crato  > Flor da Rosa > 2 de março de 2014 >  O antigo mosteiro de Samta Maria da Flor da Rosa, a 2 km do Crato... É hoje uma pousada nacional.  O edifício foi recuperado e transformado em 1995 pelo arquiteto Carrilho da Graça. Vd. aqui o roteiro turístico do Crato...  


Alto Alentejo > Crato  > Flor da Rosa > 2 de março de 2014 > Claustro do antigo Mosteiro de Santa Maria de Flor da Rosa,  agora Pousada do Crato, Flor da Rosa... D. Álvaro Gonçalves Pereira, Grão-Prior do Ordem do Hospital  (mais tarde Ordem de Malta) e pai de D. Nuno Alvares Pereira, mandou erigir o edifício no século XIV.


É um importante monumento do nosso  gótico nacional, ligado profundamente à história não só do Alto Alentejo como do nosso país. No séc. XIV, com a criação do Priorado do Crato, a vila e concelho do Crato torna-se um das mais poderosas do Alentejo, em termos militares e religiosos.  O seu período áuereo é antigido no séc. XVI, nos reinados de D. Manuel I e D. João III.  Recorde.se que um dos priores do Crato, D. António de Portugal, foi um dos pretendentes ao trono, na sequência da crise dinástica de 1580.
 (...) "Sob a responsabilidade do Arquitecto Português Carrilho da Graça, nesta Pousada encontramos um conjunto de edifícios distintos, construídos em épocas distintas, como o Paço acastelado gótico, uma igreja Gótica Manuelina e ainda compartimentos Conventuais Renascentistas e mudéjares." (...) (Fonte:  sítio oficial da Pousada do Crato, Flor da Rosa).

Enfim, uma bela e acolhedora terra de Portugal, muito mal conhecida, e que merece uma visita de fim de semana... Tem, por exemplo, mais de 70 antas, sendo duas monumentos nacionais. Os vestígios da ocupam humana têm mais de 5 mil anos...




Alto Alentejo > Crato  >  2 de março de 2014 >  R 5 de Outubro, antiga Rua da Cadeia


Alto Alentejo > Crato  >  2 de março de 2014 >  R 5 de Outubro, antiga Rua da Cadeia > Edifício da antiga cadeia municipal...  Data do séc. XVIII. No 1º piso, funciona agora a  biblioteca municipal.

Alto Alentejo > Crato  >  2 de março de 2014 >  R 5 de Outubro, antiga Rua da Cadeia > Janela, gradeada da antiga cadeia, donde os presos podiam assistir à missa (e outras cerimónias litúrgicas), na capela em frente, a de Nossa Senhora do Bom Sucesso



Alto Alentejo > Crato  >  2 de março de 2014 >  R 5 de Outubro, antiga Rua da Cadeia > Janela da capela  de Nossa Senhora do Bom Sucesso, mandada  construir em 1755.


Alto Alentejo > Crato  >  2 de março de 2014 >  R 5 de Outubro, antiga Rua da Cadeia > Fachada da capela  de Nossa Senhora do Bom Sucesso, mandada  construir em 1755, por uma piedosa senhora, com o único propósito de permitir aos reclusos da cadeia (que ficava em frente) assistirem a cerimónias religisoas



Alto Alentejo > Crato  >  2 de março de 2014 >  R 5 de Outubro, antiga Rua da Cadeia > Folheto afixado, na parte interior, da janela da capela  de Nossa Senhora do Bom Sucesso,  onde se dá uma bereve explicação da sua origem e função


Alto Alentejo > Crato  >  2 de março de 2014 >  R 5 de Outubro, antiga Rua da Cadeia >Janela da da antiga cadeia e, do outro da rua, a janela, envidraçada, da capela  de Nossa Senhora do Bom Sucesso,  



Alto Alentejo > Crato  >  2 de março de 2014 >  R 5 de Outubro, antiga Rua da Cadeia >  Aspeto parcial do piso térreo da antiga cadeia.


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]


1. Mensagem do nosso camarada Manuel Mata, com date de 17 do corrente:

Caro Luís:

Obrigado pela notícia de tua passagem pelo Crato (*)

Realmente o meu telefone  fixo  mudou de  número,  mas qualquer pessoa dizia onde me encontrares, pois não existe outro Manuel Mata neste Concelho.

Tenho pena sinceramente de assim ter acontecido.

Não sou natural do Crato,  mas sim de Marvão, criei-me em Portalegre,  quando vim da Guiné, emigrei para a Escola de Nisa e a seguir fui abrir a do Gavião. Logo depois vim abrir a do Crato e aqui fiquei.

Aqui no Crato faz-se anualmente um almoço convívio da rapaziada,  natural ou residente,   que esteve na Guiné.

Achei interessante o repto lançado para as três fotos (*), também é notória a falta de conhecimento da nossa história. Diga-se de passagem não era fácil para quem não conheça o que foi a antiga prisão, agora Biblioteca Municipal no 1º piso.

Amigo, numa outra passagem por estas bandas espero por ti ou outros que queiram bater à porta.

Um abraço
MMata
Tel. (...)
Telm. (...)


2. Comentário de L.G.:

Estes passatempos são sempre divertidos... E o poste  (*) até teve bastante comentários: do António J. Pereira da Costa, do António Rosinha,  do Henrique Cerqueira, do Hélder Sousa, do Manuel Mata... Quem chegou ao Crato foi o nosso Helder Sousa...  Outros ficaram por Estremoz...

(....) Meu amigos zzz... Crato! É Crato! Agora o que são precisas são 'legendas'.... O que o Rosinha escreve faz algum sentido. Podia ser: "A Paz, para lá das grades". Ou então: "Aproveita a solidão para reflectir". Há mais, mas seguem estas agora. (...)
Mais difícil, temos de concordar com o Hélder Sosua e com o Manuel Mata, era pôr as as legendas... o que implicava  descobrir que a foto tinha sido tirada no interior da antiga cadeia municipal (num edifício setecentista onde funciona atualmente, no 1º piso, a bliblioteca local)... 

 A singuraliddae da foto é que apanha, do outro lado da rua, a janela envidraçada da "capela da cadeia"... É percetível uma imagem de uma santa, a Nossa Senhora do Bom Sucesso... 

A todos muito obrigado pela participação. E a próxima vez que lá voltar prometo procurar o nosso amigo Manuel Mata,  camarada do meu tempo do leste, que esteve em Bafatá (EREC 2640, 1969/71).

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Guiné 63/74 - P12859: Brochura, "Deveres Militares", SPEME, 2ª ed, 1969 (Fernando Hipólito): Parte II: Era longa a lista dos nossos deveres militares (e curta a dos direitos): Aí vão mais, do 11º ao 20º



























Continuação da reprodução da brochuira "Deveres Militares", onde naturalmente não se fala... de direitos... A lista dos deveres de  um miliatar é (ou era) longa...Publicamos mais dez... Fonte:  "Deveres Militares", 2ª edição, SPEME, 1969. A 1ª edição é de 1963.  E há uma 4ª edição de 1973. (*)




1. O documento chegou-nos, digitalizado, por intermédio do Fernando Hipólito e César Dias. 

O Fernando Hipólito  [, foto atual à esquerda, ] é o nosso novo grã-tabanqueiro, com o nº 650... 

Passou pelo CISMI, Quartel da Atalaia, Tavira,  3º turno, 1968.

Foi fur mil, CCAÇ 2544, Angola, 1969/71.- Esteve a maior parte do tempo no leste, em Lumege.

Guiné 63/74 - P12858: In Memoriam (186): Maria Alice de Sousa Loureiro Costa (1948-2014), esposa do nosso camarada António da Costa Maria (ex-Fur Mil Cav, Esq Rec Fox 2640, Bafatá, 1969/71)

1. A triste notícia, esperada há dias, surgiu ontem, a Alice, esposa do nosso camarada e tertuliano, António da Costa Maria [foto à direita], (ex-Fur Mil Cav do Esq Rec Fox 2640, Bafatá, 1969/71), acabava de falecer depois de ter lutado estoicamente contra uma doença que fatalmente a havia de vencer.

O António Maria foi um exemplar companheiro, que durante 24 horas de cada dia, nos últimos dois ou três anos, particularmente, velava pela sua esposa, indiferente ao desfecho, inevitável, que se aproximava. 

Quem de perto o acompanha, como alguns do amigos mais próximos, sabe que ele foi um marido, um amante e um enfermeiro. Sabemos que a Alice foi estimada, mesmo quando já não conseguia comunicar. O nosso velho amigo Tone Maria é um exemplo, diria, o nosso herói.


A nossa amiga Maria Alice, esposa do António Maria, foi aluna da Escola Industrial e Comercial de Matosinhos, onde começaram o seu namoro ainda muito jovens, ele com 15 anos e ela com 13. Namoraram cerca de 10 anos, e após o regresso da Guiné, casaram. Fruto desse casamento há dois jovens filhos que hoje choram a perda da mãe, o Pedro e o Nuno. A Alice deixa também em profunda dor a sua mãe, uma senhora com mais de 90 anos, também a cargo do nosso camarada.

Ontem à noite pude verificar o quanto abatido está o nosso velho amigo, tal a canseira a que foi sujeito ao longo de anos, tratando esposa e sogra. Oxalá recupere tão rápido quanto possível. A família e os amigos vão dar uma mãozinha.

O funeral da Alice sairá hoje às 15h30 da Capela do Corpo Santo com destino à Igreja Matriz de Leça da Palmeira, onde será celebrada Missa de Corpo Presente. Repousará definitivamente no Cemitério n.º 1.

Ao António Maria, à senhora sua sogra, aos filhos Nuno e Pedro, netos e demais familiares, em nome da tertúlia, apresento os nossos mais sentidos pêsames e a certeza de que eles não estão sós nesta hora tão dolorosa.
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Nota do editor

Último poste da série de 6 DE MARÇO DE 2014 > Guiné 63/74 - P12796: In Memoriam (185): Victor Manuel Amaro dos Santos (1944-2014), cor art ref, ex-cap art, cmdt, CART 2715 (Xime, 1970/71)...

Guiné 63/74 - P12857: Blogpoesia (369): No equinócio da primavera, no dia internacional da felicidade e na véspera do dia mundial da poesia... Poetas da guerra, da paz e do amor, acordai!


1. Sábado de sol...


por J. L. Mendes Gomes




Casei-me num sábado de sol,
Com a terra negra,
Florida em pradaria.



Voavam pássaros em bando.
E muitas borboletas,
De cores garridas,
Batiam suas asitas desconexas,
Beijando as pétalas reluzentes.


Houve um cortejo longo
De nuvens brancas,
Lá no alto,
Pareciam caravelas,
Num mar azul,
Carregadinhas de esperança
E de promessas,
A caminho do oriente.


Ouviu-se coros magnos,
De tantas vozes lindas,
Em uníssono,
E a sinfonia potente e cristalina
Duma orquestra.


Chegaram reis,
Engalanados,
De todas as casas reais
Da Família em festa.


Recebi, ufano,
A mão da noiva,
Sorridente,
Em estado puro,
Das mãos do Pai,
Junto ao altar.

Choveu orvalho, em gotas d’oiro,
Sobre os olhos de convidados.
Choveram palmas,
Muitas flores,
Muitos sorrisos,
Quando jurámos amor
Para todo o sempre...
Ali, à frente.



Ouvindo Lohengrin, de Wagner > Marcha nupcial

Mafra, 20 de Março de 2014, 8h20m

Joaquim Luís Mendes Gomes



2. Amanhã, 21, é Dia Mundial da Poesia


Amigos e camaradas, filhos, netos, bisnetos e por aí fora de Camões e dos nossos maiores bardos (e bardas)...

Amanhã é dia mundial da poesia...

E a gente não celebra ?

Não há para aí uma cantiga de amigo, escondida no baú ? Ou uma cantiga de escárnio e maldizer ? Um soneto ? Uma simples quadra ?

Poetas da guerra, do amor, da paz, acordai!... 

Vamos lá mostarr esses talentos... Desculpem se o lembrete vem muito em cima da hora...

Um alfabravo fraterno. Luís Graça

PS - Já recebi logo de manhã, em menos de uma hora,  poemas de: José Brás. Jaime Machado, José Teixeira, Manuel Amaro e Joaquim Mexia Alves... Que serão publicados amanhã. (Este pedido circulou internamente pelo correio da Tabanca Grande, logo de manhã).

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Nota do editor:

quarta-feira, 19 de março de 2014

Guiné 63/74 - P12856: Brochura, "Deveres Militares", SPEME, 2ª ed, 1969 (Fernando Hipólito): Parte I: Os dez primeiros deveres de um militar...


























Reproduzção das cinco primerias folhas da brochura "Deverese Militares", 2ª edição, SPEME, 1969. A 1ª edição é de 1963.  O documento chegou-nos, digitalizado, por intermédio do Fernando Hipólito e César Dias.


1. O César Dias mandou-nos ontem mais uma brochura que era distribuída na instrução militar: 


 Boa noite, Luis:

O nosso amigo Hipólito tem um baú bastante fundo, tirou mais esta. Dá uma olhada pode ser que dê para uns postes humoristicos.
Um abraço
César
PS - Mensagem do Fernando {, foto atual à diereita]::

Olá, .César: Aqui vai ,ais um livrinho que nos davam, sobre os deveres miliatres, um edição de 1969. Se interessar, envia ao blogue. Tenho mais, vou enviando a pouco e pouco. Abraço, Hipólito.

2. Comentário de L.G.:

César, doa noite, o Fernando ficou com a arca de Noé!... Que rico baú, e que grande aquisição fez a Tabanca Grande...

Mas, ó Fernando, a gente também quer histórias de amor, paz e guerra... A história do miúdo merece ser contada!...

Um abração. Luis


3. Resposta do Fernando Hipólito:


Meus Amigos

Histórias de paz, amor e guerra... Vou tentar arranjar algo desse género, passadas no meu mundo da tropa. Tentarei algo que pode ter acontecido em qualquer parte do território Português,em tempo de Guerra. Vou colaborar no que me for possível.

Abraço, Fernando Hipólito.[ex- fur mil, CCAÇ 2544, Angola, e em especial Lumege, 1969/71; o pessoal tem um blogue, desde janeiro de 2006, animado pelo Zé Oliveira e onde o Fernando Hipólito também colabora]


4. Referência bibliográfica desta brochura, na Biblioteca do Exército:

Título: Deveres Militares

Edição: 1ª ed. - 1963, 4ª ed.- 1973

Publicação: [S.l.] : SPEME

Descrição física: pag. var. : fig. ; 15 cm

Colecção:(Regulamentos)

ISBN:(brochado)

Assuntos: Deveres Militares

Cota: 901 BER 2 exemp.

Tipo de documento:Texto impresso

País de publicação:PT


Guiné 63/74 - P12855: Agenda cultural (304): O Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em Lisboa, exibe 5ª feira, 20 de Março, às 18h00, o documentário “Pabia di Aos”, de Catarina Laranjeiro... Comentário de Alberto Branquinho

1. O Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) exibe 5ª feira, 20 de Março, às 18h00, o documentário “Pabia di Aos”, de Catarina Laranjeiro [, foto atual à esuerda].

O filme reúne testemunhos de guineenses sobre a guerra colonial/guerra de libertação que se travou no  país, entre 1963 e 1974.

Na Guiné-Bissau, quarenta anos depois da guerra, aqueles que aderiram ao movimento nacionalista de Amílcar Cabral e  aqueles que lutaram no exército colonial põem em cena uma multiplicidade de discursos e memórias, fragmetadas e irreconciliáveis.

A exibição integra o programa dos Seminários CesA 2014, uma
iniciativa do Centro de Estudos Africanos do ISEG especialmente dirigidas a estudantes do (i) mestrado em Desenvolvimento e Cooperação Internacional e do (ii) doutoramento em Estudos de Desenvolvimento.

Fotograma do filme Pabia de Aos, de Catarina Laranjeira (Portugal, 2013)
A sessão contará com a presença da realizadora, Catarina Laranjeiro, que é mestre em Antropologia Visual e dos Media pela Universidade Livre de Berlim e atualmente doutoranda em Pós-Colonialismo e Cidadania Global, pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Dedica-se, desde 2011,  a projetos de investigação e criação que cruzam o cinema e a antropologia.

Entrada livre. (*)



Alberto Branquinho
2. No poste P12225, de 31 de outubro de 2013 (**), demos notrícia da estreia, em Lisboa,  deste documentário da jovem Catarina Laranjeira. Ainda não tivemos a oportunidade de ver o filme.  Mas o nosso camarada Alberto Branquinho [, foto à esquerda, advogado, escritor, ex-alf mil,ex-Alf Mil de Op Esp da CART 1689, , Catió, Cabedu, GandembelCanquelifá, 1967/69,] viu.o por nós e deixou-nos aqui, em tempos, as suas impressões (**):

Luís

Fui HOJE ver o "Pavia de Ahos". Parece ser de corrigir a grafia (Ahoj/Ahoje?), embora não existam regras oficiais.

Aqui vão, assim, no imediato, os meus pontos de vista:

(i) São, efectivamente, "...memórias irreconciliáves..." como a autora diz e, acrescento, contraditórias, como tudo o que é sujeito ao juízo dos homens a esta distância temporal e, também, porque colocados em diferentes espaços físicos de um mesmo território.  Seja não só quanto aos naturais que colaboraram com a tropa portuguesa (fuzilados), seja quanto ao reconhecimento (aos sobrevivos) dos seus direitos pelas autoridades portuguesas, seja sobre a independência, a democracia, seja sobre o momento da morte ou a morte de A. Cabral, etc.;

(ii) A tese de mestrado da realizadora poderá focar-se "...em artefactos visuais (fotografias e outros) que antigos combatentes da Guiné, sejam do PAIGC ou do exército português...", mas este filme não. Este filme só contém as tais "memórias irreconciliáveis", tiradas da parte de guineenses (combatentes ou não); nunca de antigos combatentes portugueses. (Aliás, surgem, a dada altura, imagens onde estão enquadrados dois indivíduos de raça branca, que, pela nossa experiência das viagens à Guiné, serão antigos combatentes em visita à Guiné. Ambos são filmados de longe e um tenta manobrar uma antiga anti-aérea enferrujada. Nenhum depoimento foi colhido deles; ali no filme, claro.);

(iii) Acho que uma intervenção do lado português poderia esclarecer um aspecto chocante que ficou, com certeza, na mente das pessoas que viram o filme. Conviria esclarecer se o lançamento de guerrilheiros (?), ao mar a partir de aviões, era prática das forças armadas ou da PIDE;

(iv) Nas declarações a realizadora agradeceu a um senhor guineense os conselhos recebidos, pois passou a compreender que "nem tudo é a preto e branco"(sic). Não há dúvida que foi um bom ponto de partida.

Alberto Branquinho

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Notas  do editor:

(*) Último poste da série > 11 de março de 2014 > Guiné 63/74 - P12825: Agenda cultural (307): Tiveste medo, pai?... Lançamento do livro de Catarina Gomes, jornalista do Público, com a participação de Lídia Jorge... Lisboa, FNAC Chiado, 27 de março, 18h30... Doze histórias de ex-combatentes e dos seus filhos, incluindo a do Tiago Teixeira & José Teixeira e a de um filho do João Bacar Jaló

(**) Vd. poste de 31 de outubro de 2013 > Guiné 63/74 - P12225: Agenda cultural (293): Estreia do filme da jovem realizadora portuguesa Catarina Laranjeiro, "Pavia de Ahos", sobre memórias guineenses da guerra de libertação / guerra colonial. Doclisboa'13, hoje, 5ª feira, 31/10/2013, 17h00, Cinema São Jorge, Sala 3

Guiné 63/74 - P12854: Memórias de um Lacrau (Valdemar Queiroz, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70) (Parte IX): Canquelifá era uma tabanca bonita, com grandes árvores frondosas e população de gente muito alta, panjadincas, muçulmanos


~








Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Piche > Sector L4 >  Canquelifá > > Março de 1974 > A desolação da guerra... A tabanca, depois do violento ataque do PAIGC com morteiros 120 e foguetões 122, durante 4 horas, em 18 de março de 1974.

Fotos: © Jacinto Cristina (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação das Memórias de um Lacrau (**) ... Resposta, com data de 16 do corrnte, do Valdemar Queiros à pergunta sobre a origem do cognome "Lacraus": ~


[, foto à esquerda, Valdemar Queiroz, ex-fur mil CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70]. 


Boa noite, Luís Graça

Nós, da CART 2479,  "Poucos quanto fortes", somos "Lacraus"  por que quando chegámos à Guiné e, depois, em Brá, em tendas de campanha, fomos surpreendidos com aracnídeos venenosos, mas sem nos assustarmos ficámos com as primeiras recordações da Guiné e dos lacraus, mas sempre com aquela:  

"Quando abrires o teu armário das surpresas imprevistas, não desistas, não desistas... E se encontrares dentro dele farrapos velhos, desdenhados, desbotados, não desistas. E se vires viscosa aranha com peçonha no seu ventre,  olha pra ela de frente que  ela passa sem tocar -te".... (Nnão me recordo, mas julgo que isto foi dito, pelo Renato Monteiro, em Contuboel),

E, em Contuboel, voltamos a ter várias visitas de lacraus. Quando formamos a CART 11 resolvemos chamarmo.-nos "Os Lacraus" ((Nada tem a ver com as viaturas destinadas a provocar a explosão de minas nas vias de comunicação,)

O meu 4º.Pelotão foi para Canquelifá reforçar a guarnição lá existente, após um grande ataque à povoação. Já lá estava outro  Pelotão da nossa CART 11. Tinha havia um grande ataque a Canquelifá, com grande grande utilização de morteiros e tentativa de assalto do IN à povoação. Mas Canquelifá só tremeu, com as morteiradas à nossa messe e a algumas casas mais centrais, mas aguentou o assalto e escorraçou o IN, que tentou ultrapassar o cavalo de frisa, na entrada. 

O 1º.Cabo Paiva, da nossa CART11, sofreu um ferimento no peito, esquisito. Um sopro de rebentamento que lhe abriu o peito sem qualquer vestígio de estilhaço.

Sairmos de Nova Lamego, Dare, Piche, Dunane e chegar 
a Canquelifá não era "pera doce". . Sempre acompanhados com escoltas e picagens. Mas chegar a Canquelifá era refrescante, na entrada da povoação havia um grande cartaz, com uns desenhos alusivos:

"BEM-VINDOS ÀS TERMAS DE CANQUELIFÁ"...

E era certo, Canquelifá ficava num pequeno planalto bem mais fresco que lá em baixo,  o do Gabu, mas havia à entrada da povoação um cavalo de frisa e sentinela que assustava. 

 Canquelifá era uma tabanca bonita, com grandes árvores frondosas e população de gente muito alta,  panjadincas (muçulmanos). Assisti lá ao final do Ramadão, com os festejos de batuques, lutas-livres, etc.

Não me recordo, ao certo, mas julgo chegou a ser a nível de três (?) Pelotões, sei que lá chegou a estar o Cap  Analido Pinto, da nossa CART 11.

Fomos visitados pelo Spínola, que enalteceu os nossos soldados, a falar para a povoação:  "Eestes homens são pescadores da Nazaré,  são pastores da Covilhã,  esta terra não é deles, é vossa. Vocês têm que defender esta terra e esta bandeira A Bandeira de Portugal.". (Isto devere ter sido em Fev/Mar.1970, em Canquelifá,  cercada de arame farpado que tinha sido bombardeada)

Um abraço
Queiroz

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 15 de dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7438: Álbum fotográfico de Jacinto Cristina, o padeiro da Ponte Caium, 3º Gr Comb da CCAÇ 3546, 1972/74 (5): Canquelifá, a ferro e fogo, 18 de Março de 1974

terça-feira, 18 de março de 2014

Guiné 63/74 - P12853: Facebok...ando (34): I want you, António Alves da Cruz!... Conta-nos a tua história, das salinas tavirenses (CISMI, 1972) às picadas de Buba-Aldeia Formosa (CTIG, 1973/74)...



Foto nº 1 >  Tavira, CISMI, 1972 >  António Alves da Cruz,  em farda nº 2, junto às salinas, tendo o antigo Convento das Berrnardas ao fundo



Foto nº 2 > Tavira, CISMI >  4ª Companhia, 3º Pelotão >  16/6/1972 >  Salinas... O antigo Convento das Bernardas ao fundo...



Foto nº 3 >  Tavira, CISMI  >    Fim do CSM,  Outubro de 1972... O António Alves da Cruz  é o terceiiro , da segunda fila, de pé, a contar da esquerda para a direita... Tem página no Facebook, trabalha na Autoeuropa e vive em Almada.




Foto nº 4 > António Alves da Cruz, fur mil, a bordo do T/T Uíge, a caminho do TO da Guiné > Março de 1973... Tem hoje página no Facebook,  é alfacinha, trabalha na Autoeuropa e vive em Almada. Passou pela Lisnave, e trabalhou também no estrangeiro. Faz anos a 1 de março. É da colheita de 1951. É, portanto,  dos últimos soldados do império... "I want you, António!"...


Fotos (e legendas): © António Alves da Cruz (2014)  / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: LG]


1. Excelentes documentos, António... E em especial os dois primeiros, nas salinas de Tavira... E ainda por cima,. no caso da  primeira foto de cima, em farda nº 2... Todo janota...

As famigeradas salinas, o terror do instruendo...E ao fundo o Convento das Berrnardas, com a chaminé da moagem, que ainda funcionava no meu tempo (1968)... Hoje é um magnífico e monumental edifício recuperado pelo nosso prémio Nobel da Arquitetura (ou Pritzker), o "morcão" do Eduardo Souto Mouro, da grande escola de arquitetura do Porto!...

Pois que viva o Porto que tem dois prémios Prizker, o Souto Moua e o Sisa Vieira... e que viva  Tavira que tem sabido estimar, preservar e valorizar o seu património edificado, contrariamente a outras terras algarvias onde a especulação desenfreada, o camartelo camarário, o 'lobby' imobiliário e o desastre urbanístico é quem mais ordenam...

Pedi-te licença  para publicar a foto de cima, nº 1, e tu autorizaste-me...  no nosso  blogue. Dei uma salto à tua página, no Facebook, e explorando os teus álbuns encontrei mais fotos que gostaria de poder divulgar e partilhar com os nossos camaradas da Guiné. Tens fotos de Buba, Aldeia Formosa... Fica para um próximo poste, se tu concordares...

Para já convido-te a sentares-te à sombra do poilão da Tabanca Grande, o mesmo é dizer, intergares este blogue coletivo que conta já com 650 membros, entre vivos e falecidos... Gostaria que aceuitasses os nosso convite, e fosses o  nosso greâ-tabanqueiro nº 651... És nosso amigo do Facebook, mas queremos que sejas também camarada... aqui, no blogue.

Tens por certo histórias para contar. E a gente nem sequer sabe a que unidade pertenceste... Só sabemos que fechaste a guerra e que estiveste na entrega de Buba ao PAIGC presumivelmente em julho ou agosto de 1974. Fala-nos desses tempos, que não foram fáceis, dos últimos soldados do império"... Como eu entendo o teu amargo comentário: "Tanto sofrimento para quê ?!,,, A  entrega de Buba ao PAIGC, o arrear da nossa bandeira nacionbal,  e o hastear da bandeira do PAIGC"...

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Nota do editor:

Último poste da série > 26 de janeiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12640: Facebook...ando (33): Eu Queria pra Brancos Voltar Governar Guine de Novo... Bubacar Baldé dixit... Filho de 1º Cabo Tcherno Baldé, CCAÇ 11 (Paunca, 1974)... À conversa com J. Casimiro Carvalho (ex-fur mil op esp, CCAV 8350 e CCAÇ 11, 1972/74)

Guiné 63/74 - P12852: Convívios (570): CCAÇ 3549 (Fajonquito, 1972/74): 29 de março, Sezures, Penalva do Castelo... Notícias, boas, por outro lado, do Cherno Baldé, o "Chico de Fajonquito", que está a trabalhar, em Bissau, num projeto do PNUD - Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento




1. Através de mensagem deixada na página do Facebook da Tabanca Grande, soubemos do anúncio do 15º convívio da CCAÇ 3549 / BCAÇ 3884 (Fajonquito, 1972/74), que se vai realizar no próximo dia 29, em Sezures, Penalva do Castelo, distrito de Viseu (Vd. localização aqui no mapa do Google).

Aqui fica o lembrete. Não temos mais informações: programa, preços, local de encontro, comissão organizadora...

Nos últmos  anos, um dos organizadores dos convívios anuais da malta da CCAÇ 3549 costumava ser o nosso grã-tabanqueiro José Cortes, autor da série Fajonquito do meu tempo

[, José Cortes, de Coimbra, foto atual à esquerda]. 

De qualquer modo, desejamos desde já aos nossos camaradas da CCAÇ 3549, seus amigos e familiares, uma bela e saudável jronada de convívio no próximo dia 29.

2. Temos, em contrapartida,  boas, reconfortantes, notícias do Cherno Baldé, o "menino e moço" de Fajonquito, o Chico de Fajonquito... [, foto à direita, com os 4 filhos, machos, na "festa do carneiro"]

Há dias perguntei por ele, já que o seu silêncio me estava a preocupar:

(...) "O que é feito de ti, querido amigo e irmão Cherno Baldé ? Estou preocupado com o teu "silêncio"... Ou és tu que não estás bem ou, mais provavelmente, somos nós que estamos mal"... (...)

Resposta, trranquilizadora, com data de hoje, de manhã:

Bom dia, irmão Luís Graça:

Eu estou bem e vocês continuam os mesmos de sempre, irreverentes e amigos da Guine e dos Guineenses.



Acontece que desde 2011 já nao estou no meu pacato mas pobre e desorganizado Ministério das Obras Públicas, primeiro passei pela célula de apoio da UE (Coordenação e gestão dos projetos financiados pelo FED) em Bissau,  e muito recentemente passei para um projeto do PNUD  [, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvinmento] e o tempo escasseia.

Um grande abraço,

Cherno Baldé