sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Guiné 63/74 - P13684: Os Últimos Anos da Guerra da Guiné Portuguesa (1959/1974) (José Martins) (6): 4 de Setembro de 1968





1. Publicação da sexta parte do trabalho de pesquisa e compilação do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), que diz respeito aos últimos 5517 dias de luta pela independência da então Guiné Portuguesa.





(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 2 de Outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13678: Os Últimos Anos da Guerra da Guiné Portuguesa (1959/1974) (José Martins) (5): 23 de Dezembro de 1964

Guiné 63/74 - P13683: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (4): "Vem à minha tabanca" e "Música que foi cantada", dois poemas de Atanásio Miranda, guineense, à época funcionário das alfândegas, pp. 12/14



Guiné > Bissau > Sede da UDIB - União Desportiva Internacional de Bissau > c. 1962/64. Foto do nosso camarada açoriano Durval Faria (ex-fur mil da CCAÇ 274, Fulacunda,  jan 1962/ jan 64)

Foto: © Durval Faria / Blogue Luís Graça > Camaradas da Guiné (2011). Todos os direitos reservados.



Elemento gráfico da capa do documento policopiado do Caderno de Poesias "Poilão", editada em dezembro de 1973 pelo Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino (O GDC dos Empregados do BNU foi criado em 1924).

 Com o 25 de abril de 1974, esta coleção não teve continuidade: estava prevista publicação de um  2º caderno («Batuque», com poemas do Albano de Matos) e de um 3º,  dedicado ao Pascoal D'Artagnan.














14


1. Dois poemas de Atanásio Miranda, filho da Guiné, funcionário aduaneiro na época (1973/74). São escassas as referências a este poeta, de quem não sabemos se continuou, depois da independência do seu país,  a cultivar a poesia.  Vem nesta  antologia nas pp. 12/14.

Por ter o título truncado, pedimos ao Albano de Matos que nos substitísse a pag. 14 ("Música que foi cantada").  O outro  poema ("Vem à minha tabamca", pp. 12/13) foi menção honrosa nos jogos florais da UDIB - União Desportiva Internacional de Bissau,, em 1972.

Recorde-se que esta antologia da poesia guineense (ao que parece, a primeira a ser  publicada em português)  deve muito à carolice, ao entusiasmo, à dedicação e à sensibilidade sococultural de dois homens: o Aguinaldo de Almeida, funcionário do BNU, e o nosso camarada  Albano Mendes de Matos [, hoje ten cor art ref, esteve no GA 7 e QG/CTIG, Bissau, 1972/74, e foi o "último soldado do império"; é natural de Castelo Branco, vive no Fundão; é poeta, romancista e antropólogo] [Foto à esquerda, em Bissau, então tenente]

Temos uma cópia, em pdf, do Caderno de Poesias "Poilão", que ele nos mandou,.

Temos também a sua autorização para reproduzir aqui, para conhecimento de um público lusófono mais vasto, este livrinho de poesia, de que se fizeram apenas 700 exemplares, policopiados, distribuídos em fevereiro de 1974, em Bissau. A iniciativa foi do Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino (BNU), cuja origem remonta a 1924. 

Num próximo poste publicaremos as respostas que o Albano de Matos nos deu em relação alguns questões sobre o "making of" desta antologia e os autores selecionados, com destaque para o Pascoal d'Artagnan (1938-1991), sem dúvida o grande poeta guineense da sua geração, na opinião do Albano de Matos.  Era filho de pai italiano e de mãe balanta,
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Guiné 63/74 - P13682: Parabéns a você (793): Carlos Alberto Prata, Coronel Ref (Guiné, 1973/74) e Hélder Valério Sousa, ex-Fur Mil TRMS (Guiné, 1970/72)


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Nota do editor

Último poste da série de 29 de Setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13662: Parabéns a você (792): António Bastos, ex-1.º Cabo do Pel Caç Ind 953 (Guiné, 1964/66)

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Guiné 63/74 - P13681: In Memoriam (198): Lisboa, Cemitério dos Olivais: uma última homenagem ao comandante Alpoim Calvão (1937-2014), por uma Companhia a três pelotões de Fuzileiros, com ternos de clarins. Fuzileiro uma vez, fuzileiro para sempre! (José Martins)



Foto nº 1 > Companhia a três pelotões de Fuzileiros, com ternos de clarins.


Foto nº 2 > Aproximação do Estandarte Nacional, à Guarda do Corpo de Fuzileiros.


Foto nº 3 > Continência à Bandeira.


Foto nº 4 > Estandarte Nacional integrado na Guarda de Honra.



 Foto nº 5 > A força em posição de “Funeral Armas” à aproximação do féretro (1)


 Foto nº 6 > A força em posição de “Funeral Armas” à aproximação do féretro (2)



Foto nº 7 > Cortejo fúnebre. O carro que antecede o carro fúnebre, transporta as insígnias
do falecido.



Foto nº 8 > Um pelotão procede às Salvas da Ordenança – 3 Descargas (1)



Foto nº 9 > Um pelotão procede às Salvas da Ordenança – 3 Descargas (2)



Foto nº 10 > Um pelotão procede às Salvas da Ordenança – 3 Descargas (3)


Foto nº  11 > Transportadas por dois Oficiais Subalternos, as Condecorações, o Bicórneo, a Espada e a Boina de Fuzileiro.


Foto nº 12 > Urna transportada por Fuzileiros, à entrada para o crematório. 


Foto nº 13 > Destroçar da Força

Lisboa > Cemitério dos Olivais > Última homenagem ao comandante Alpoim Calvão (1937-2014), por uma Companhia a três pelotões de Fuzileiros, com ternos de clarins.

Fotos e legendas: © José Marcelino Martins  (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]

 1. O José Martins, nosso colaborador permanente,  acaba de nos enviar, às 15h10, esta série de 13 fotos, que publicamos acima. 



 Caros editores

Para quem não foi possivel estar presente, junta-se reportagem fotográfica da Cerinónias Fúnebres do Capitão-de-Mar-e-Guerra Guilherme Almor de Alpoim Calvão, realizado hoje, para o Cemitério dos Olivais, onde foi cremado.

 José Martins

[ex-Fur Mil Trms, CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70],

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Nota do editor:

Último poste da série > 30 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13672: In Memoriam (197): Comandante Alpoim Calvão (1937-2014): o funeral realiza-se na quinta-feira, dia 2, para o cemitério dos Olivais, após a missa de corpo presente no Mosteiro dos Jerónimos


José Marcelino Martins

(…) Qual é a opinião de cada um sobre este homem? Neste momento, todas as questões que se possam colocar, são de somenos importância.

Partiu, como muitos outros, e não voltará. É um dos nossos que parte. É um combatente que desaparece. A história, que ainda não está escrita, o julgará. Todos, até nós, teremos o nosso julgamento.

Condolências à família e a todos os camaradas de armas (…)


José Botelho Colaço

Ao 1º tenente Ribeiro Pacheco , comandante do 7º destacamento de fuzileiros, e ao 1º tenente Alpoim Calvão, a companhia, a CCAÇ 557 (da qual fiz parte), a eles ficou a dever muito pela os conhecimentos que partilharam sobre a guerra de guerrilha. Nós, maçaricos, acabados de chegar e enviados para a Operação Tridente, senão tivessemos tido o apoio e a instrução destes valorosos militares, quase de certeza que a CCAÇ.557 não teria granjeado o nome da temida companhia do Como.

Com este valoroso militar tive a oportunidade de confraternizar e falar falar com ele no museu do exército lançamento do livro do Amadú Djaló.
Condolências à família.

Adriano Moreira


Foi também Comandante do COP 3 que englobava as Companhias que estavam instaladas em Barro, Bigene, Binta e Guidage, pelo menos a partir de finais de 1969, até à nossa saída de Barro, em Maio do ano seguinte. Fizemos várias operaçôes em conjunto com os fuzileiros na nossa Zona de acção. Foi um grande militar. 

Que descanse em paz e condolências à Família.

Abílio Duarte

Estava em Paunca, na altura da Operaçâo Mar Verde, e vivia numa casa da tabanca, para onde ia de madrugada, depois de sair do abrigo. Nessa manhã, o dono da casa acordou-me, sobressaltado: “Furriel, os portugueses estão em Conackry”. .Eu , muito parvo, perguntei: “A fazer o quê?”.

Ele estava a ouvir um rádio, já não sei se do Senegal , se da Guiné Conackry, mas estavam a relatar em francês, o que se passava, e foi assim que tomei conhecimento daquela Operação.
No entanto, eu e a minha Companhia CART 11, também entramos nos preparativos da mesma operação. Como?
Umas semanas antes, andamos a fazer Colunas de Nova Lamego até Buruntuma, levando uns africanos, que vinham de avião de Bissau, e os levávamos até é fronteira. Vim mais tarde a saber que eram refugiados politicos, na Europa, que vinham para o Golpe de Estado, que se pretendeu fazer, na Guiné-Bissau, e que fracassou.
Recordo-me também, da rendição do TenJanuário, comandante dos Comandos Africanos, a falar na Radio Conackry, quando foi cercado e não teve alternativa, assim como os seus homens, e que vieram a ser todos mortos, por Sekou Touré.
São páginas da vida de todos nós, que passámos, pelos confins da Guiné. Como diria o outro, é a vida.

Manuel Carvalho

O meu respeito a este grande combatente.

Paz à sua alma, condolências à família.

JERO [José Eduardo Reis de Oliveira]

Tive a honra de o conhecer na Guiné em Binta, em data que não sei precisar mas seguramente em meados de 1965. O Comandante Alpoim Galvão era contemporâneo do meu Capitão Alípio Tomé Pinto. Nunca mais o esqueci e falei-lhe, recordando essa passagem por Binta, num lançamento de um livro de um camarada em Lisboa. E fui por ele abraçado. Recordo esse momento como uma condecoração.

Foi um Militar Operacional digno do maior respeito pelo seu heroísmo e sentimento do dever.

Será referência na História do Portugal recente. Até sempre, meu Comandante.

Luís Graça

Dizem que a morte nivela, tudo e tudos. Comos se fora um buldózer.

Dizem que a morte apazigua.

Dizem que a morte relativiza e amortece os conflitos, as diferenças, os choques de personaliidade, os antagonismos, as vaidades...

Dizem que a morte consensualiza...

A morte obriga-nos a esquecer as querelas do passado. E até os ódios de estimação, que é uma coisa que se cultiva muito nos nossos "jardins"... Há ainda tantos ódios de estimação, que remontam à guerra colonial, à descolonização, ao 25 de abril, ao PREC, ao 25 de novembro, enfim, ao novo regime democrático que nasceu do 25 de abril...

A morte faz sobressair sobretudo o melhor dos homens. Depois vamos lembrar sobretudo os seus feitos, não os seus defeitos...

E ainda bem que é assim...Acontece com os nossos maiores, desde o fundador da Pátria até aos mais recentes "presidentes da república"...

Não conheci pessoalmente este combatente, capitão de mar e guerra, com direito a usar o "título" de comandante"...Ou melhor, vi-o uma vez, na Fundação Mário Soares, no lançamento da biografia de Spínola... E no entanto ele é do teu tempo de Guiné...

Ficará, por certo, na história da guerra da Guiné como um dos seus grandes protagonistas. A par de Spínola e outros.

Estava longe de imaginar, em Bambadinca, no dia 22 (e seguintes) de novembro de 1970, que ele era o cérebro da Op Mar Verde, quando os meus vizinhos, de Fá Mandinga, a 1ª Companhia de Comandos Africanos, partiram para destino secreto (sabemos hoje, a Ilha de Soga, no arquipélago dos Bijagós, e dali até Conacri, em LDG)...

(..) Não tenho suficiente distância (e sobretudo conhecimento direto) sobre a Op Mar Verde... para falar "ex-cathedra" destes acontecimentos marcantes da história da Guiné...

Enfim, um dia a história nos julgará a todos... Ao nosso blogue não compete julgar ninguém, pelo seu comportamento na guerra, do ponto de vista operacional, militar, humano,
ético...

Registo com apreço que Alpoim Galvão tenha referido, antes de morrer, que agora era "um homem de paz". Espero que ele tenha podido efetivamente ter morrido em paz, ter feitos as pazes, consigo, com a história, com os outros, com a Marinha, com os fuzileiros, com o seu país, e com a Guiné-Bissau (que ele muito amava)...

Vejo agora que, para além do grande militar (mesmo controverso), ele foi sobretudo um homem, um cidadão, um português, um de nós, e que também foi pai e foi avô...

Não gosto de mitificar os seres humanos. E tenho relutância em pô-los no Olimpo dos deuses. Heróis ou não, todos acabamos na campa rasa, com 7 palmos de terra por cima, ou reduzidos a um punhado de cinzas...

De qualquer modo, é mais um combatente, um bravo combatente da Guiné, que "da lei da morte se foi libertando"... Respeitemos a sua memória e ajudemos a sua família e amigos a fazer o luto.

Manuel Luís Lomba

O comandante Alpoim Calvão é um português de primeira água e foi um marinheiro da têmpera dos portugueses de outras eras. Como cidadão e como militar, deu sempre a cara e o corpo ao manifesto em prol do que acreditava como o melhor para o seu país. Lembro-me de haver alinhado com ele e com os seus fuzileiros no sul da Guiné, salvo erro numa batida e assalto à mata de Cafine. E a "Operação Mar Verde" ombreará com os feitos dos nossos antepassados.

Sentidos pêsames à família. Até sempre, comandante! (...)

Guiné 63/74 - P13680: Manuscrito(s) (Luís Graça) (40): Selfies /autorretratos: o meu amigo F..., pintor, e eu... Queria que fôssemos, a salto, até Paris, em 1965...



Guiné > Região de Bafatá > Contuboel > Junho de 1969 > O fur mil armas pes inf Luís Manuel da Graça Henriques, CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71).

Fotos e texto: © Luís Graça (2014). Todos os direitos reservados.


Luís (*):

Eu tinha nascido no ano zero. 1945.
Lembro-me de teres escrito isso,
muitos anos depois, 
no catálogo da minha primeira exposição de pintura no SNI... 
Lembras-te, em 1965 ?!... 
Ainda pensámos em dar o salto até Paris, 
éramos vagamente existencialistas, 
anticolonialistas 
e anti-imperialistas, 
eu sonhava com Montmarte,
a boémia
e as copines das belas artes
(o meu lado mulherengo!),
enquanto tu devoravas o Camus e o Sartre!...
Tinhas a mania da filosofia e eu da pintura...
Não conseguimos convencer o nosso gestor de conta 
a financiar este inconsistente projecto de aventura.
Tu eras mais politizado 
e, sobretudo, mais realista do que eu:
– E os nossos pais ?
E a PIDE (, mais tarde DGS) à perna ?
E a Guardia Civil antes de chegares aos Pirinéus?
E os dez contos de réis para dares ao passador ?
E vais fazer o quê, em Paris ?
Trabalhar como maçon ?
E dormir no bidonville ?
E comer baguetes com marmelada ?

1945… 
Ano zero da idade atómica, 
escreveste tu no catálogo do SNI.
Hiroshima. 
O cogumelo. 
O horror. 
Mas também o fim da guerra. 
Libération!, proclamavam, eufóricos,  os franceses. 
O fim do pesadelo da ocupação nazi. 
O direito à esperança,
em toda a parte, incluindo a nossa terra.
O recomeço da humanidade… 
As palavras continuam a ser tuas,
que sempre tiveste muito mais jeito para a escrita do que eu,
e vinham no meu catálogo 
que até estava bonito,
não estava ?! ... 

Ah!, 1945, que raio de ano para se nascer, 
o fim de uma época, o início de outra… 
Que ilusão, meu amigo, 
tu que me chamavas o Renoir de Montemuro… 
só por que eu andava no 1º ano das Belas Artes
e fazia umas coisas démodées,
vagamente impressionistas,
já a caminho do abstracionismo... 
Enfim, aprendiz de Renoir, 
talvez imitador da Vieira da Silva,
de que só conhecia umas reproduções de má qualidade.
Ainda ganhei uns tostões com serigrafias,
havia gentinha com dinheiro fresco
que comprava tudo...

Na minha cédula pessoal, 
um nota a lápis já meio sumida,
letra talvez de regedor, de merceeiro, de padre 
ou de conservador do registo civil...
Qualquer coisa como 
mais uma boca com direito a senha de racionamento. 
Milho, açúcar, farinha, azeite… 
Havia racionamento de géneros por causa da guerra, 
a II Guerra Mundial. 
Lembras-te ? 
Talvez não,
nasceste depois, já em 47,
na Lourinhã (, se bem me lembro,)
já não apanhaste esses tempos que foram duros 
para os nossos pais e irmãos mais velhos.

Nesse mesmo ano e mês em que nasci, 
acabava de regressar da Índia 
(da Índia portuguesa, como então se dizia, 
englobando os territórios de Goa, Damão e Diu) 
o filho do francês
o cabo chefe da aldeia 
e um dos poucos que sabia ler, escrever e contar. 
Tinha uma pensão do ministério da guerra,
fora gaseado na Flandres, 
regressara tuberculoso e herói de La Lys. 
Admirava o Pétain, o Franco e o Salazar. 
Vociferava contra  a malta do reviralho,
os que eram contra a situação, como então se dizia. 

Era meu padrinho.
Por favores que lhe deviam 
(e deferências que lhe prestavam) 
os meus pais, 
nunca soube quais, 
nem nunca quis saber. 
Quando comecei a pensar pela minha própria cabeça, 
passei a detestar as relações de clientelismo e dependência 
que vigoravam na minha aldeia. 
Na minha aldeia da Serra de Montemuro, 
uma aldeia de pastores 
que não era muito diferente de tantas tabancas fulas 
que depois irei conhecer na Guiné, no Gabu… 
Ainda hás-de visitar a minha aldeia, 
num próximo verão em que fores lá cima ao Norte… 
Em agosto, no teu querido mês de agosto,
como tu lhe chamas,
num escrito, algures, que eu li no teu blogue…
Mas já nada tem a ver 
com a aldeida da minha infância
nem com as invernias agrestes daquele tempo.

Havia sempre festa na aldeia 
quando um filho regressava das colónias, 
mais tarde, do Ultramar. 
No nosso tempo, Ultramar, como bem te lembras. 
Quando puto, imagina, 
ainda sonhei ser missionário, 
e ajudar a converter os pretinhos 
lá nas missões de Além-Mar. 
Problemas de pulmões impediram-me de seguir 
essa vocação precoce...
Estás-me a imaginar de sotaina branca
e longas barbas pretas,
não estás ?! 
E acabar, santo e mártir,
frito no caldeirão de uma tribo de canibais!... 
Ah! Como era rica e delirante a nossa imaginação de putos!…
Não sei quem me metei essa ideia maluca na cabeça,
por certo o padre da freguesia, a catequista ou a professora...
Mas a serra de Montemuro,
Resende, Cinfães, Arouca, Castro Daire, Lamego,
deu muita gente para as colónias 
e depois para a guerra,
mas também para a emigração.

Em 45,  os tempos ainda eram bem duros, 
escondia-se, dos fiscais do Governo, 
na serra, nas minas,
o milho, os cabritos e os anhos,
como sempre se escondera
de todos os invasores e usurpadores. 
Isso contavam os meus pais. 
Mesmo assim fazia-se festa rija. 
O foguetório não era como hoje, 
nesse tempo era um luxo. 
Lançavam-se uns petardos, 
de pólvora seca,
não havia dinheiro para mais nada. 
Só no São João,
era a altura em que se fazia algum dinheirito. 
Os cabritos e os anhos do São João
ajudavam a compor o tísico orçamento das gentes da minha aldeia. 
Iam para o Porto, de comboio, pela linha do Douro, 
ou até nos barcos rabelos, 
embarcados no ancoradouro de Porto Antigo,
à boleia de algum patrão, amigo, compadre ou conhecido.
Ainda não havia as barragens, 
e o Douro era belo, puro, duro e selvagem… 
Hoje está completamente amansado.

O francês, meu padrinho, emprestava dinheiros a juros. 
Era o banqueiro do povo, diríamos hoje. 
Negociante de gado ou, melhor, intermediário.
Antes disso, ganhara muito dinheiro
no garimpo e no contrabando do volfrâmio,
com um sócio de Moncorvo,
seu antigo camarada de armas,
também "francês". 
Era, além disso, o dono da única mercearia da aldeia, 
com um anexo, misto de café e tasco, 
onde se podia ouvir a Emissora Nacional, 
através do único rádio existente ali e nas redondezas… 
Enfim, uma espécie de rádio, uma galera… 
Ele era engenhocas. um homem de vida, 
e, sobretudo, dava-se bem com gente graúda: 
por exemplo, um tal major de Porto Antigo, 
que, segundo se dizia, descendia do Serpa Pinto 
e estava bem colocado nos meios políticos e militares da época. 
A esposa desse tal major mandava cartas ao Salazar, 
contava a minha mãe, sempre atenta a 
(mas não menos temerosa de) 
os fios com que se costurava o poder. 
Nem por isso o meu padrinho metera uma cunha 
para livrar o filho da tropa,
durante a II Guerra Mundial. 
O rapaz esteve em Goa, como expedicionário,
com muito orgulho do pai 
e maior mágoa da mãe.

Já doente, com setenta e muitos anos, 
o meu padrinho soube da minha partida para África,
em 1968,
depois de eu ter chumbado em Belas Artes.
Eu nunca lhe pedira nada,
e muito menos agora 
lhe iria pedir que me safasse de ir parar à Guiné. 
Nem ele era homem
para aceitar um pedido desses, 
mais do que humilhante, 
inconcebível, para ambos.

Proibi, inclusive, os meus pais de o fazerem por mim. 
Tinha a mania dos princípios, dos valores, da palavra dada,
e da coerência, 
coisas que hoje não vejo ser valorizadas 
pelos mais novos, 
por exemplo os meus filhos e sobrinhos.

Quando voltei, deficiente, no verão de 1970, 
já ele tinha acabado de morrer. 
Ele e o Salazar,
que eu penso que ele nunca terá conhecido pessoalmente,
mas de quem era um admirador completamente acrítico.
O seu maior desgosto na vida 
terá sido um dos netos 
que devia seguir as peugadas do pai, 
advogado no Porto, bem de vida. 
Numas férias de verão, em meados de 60,
o neto ficou em Londres, a lavar pratos,  
e em setembro estava na Suécia. 
Foi dado como refratário ou desertor, 
não te sei dizer ao certo, 
que eu de RDM fiquei farto até aos cabelos. 
Como estava a estudar na Faculdade de Direito,
em Coimbra, 
beneficiava do adiamento da data de incorporação,
tal como eu, de resto.
Eu sei que nessa época ninguém escapava à guerra, 
até filho de general era mobilizado, diziam. 
Nunca conheci nenhum, 
nem general nem filho,
a não ser o Schulz e o Spínola,
mas não sei se esses tinham filhos em idade de ir para a tropa.
Imagino que, na pior das hipóteses, 
ficariam na guerra do ar condicionado: 
em Bissau, em Luanda, em Lourenço Marques…

O avô, pelo menos publicamente, 
viu na traição do neto uma desonra para a família,
e para a terra,
que ele,  abusivamente, considerava
uma extensão da família. 
Coimbra, a república dos estudantes, 
dera-lhe a volta à cabeça, lamentava-se. 
Para mais era o seu neto querido, 
o mais inteligente, 
o mais parecido com ele.
Rédea comprida e chicote curto, eis a desgraça
concluía o meu padrinho, 
quando o fui visitar, nas minhas férias em julho de 1969. 
Sua bênção, padrinho!
foram as primeiras palavras que lhe disse, 
desde há anos… 
– Já o pai não prestava, 
era um fraco
arrematava ele, entre dois ataques de tosse. 
As melhoras, padrinho! – 
foram as últimas palavras que lhe dirigi… 
Julgo que eram sinceras, 
que nada tinham de cínico. 
Impressionou-me a sua decadência, 
a sua descida do pedestal, 
desgastado pela doença,
acabrunhado pelos acontecimentos dos últimos tempos… 
A família a desmoronar-se,
o Salazar a morrer,
a Pátria a esvanecer,
a aldeia a minguar com a emigração… 
Não podia ouvir falar do Marcelo Caetano, 
que era para ele o coveiro do Estado Novo.
Ele próprio morreria, na aldeia, um ano depois,
respeitado mas não amado. 
Durante décadas fora pai, padrinho e patrão, 
um verdadeiro capo,  cabo chefe,
de uma aldeia serrana do nosso velho Portugal…
Era um régulo, se quiseres...

Gustavo, o neto do meu padrinho, 
ainda me escrevera um dia para o meu SPM,
quando eu estava em Nova Lamego.
Éramos amigos, 
ou melhor, mais conterrâneos do que amigos, 
tínhamos brincado juntos, quando garotos, 
nas férias de verão. 
Havia aquela cumplicidade de putos,
pesem embora as diferenças sociais.
Estudara em colégio particular, 
vivia no Porto, na Foz, em zona fina, 
passava esporadicamente férias na aldeia. 
Agora, em Estocolmo, na Suécia, 
militava num grupúsculo marxista-leninista qualquer 
e angariava dinheiro para o PAIGC. 
Dinheiro que tanto servia para comprar livros e medicamentos 
como armas e munições, questionava-me eu. 
Irritou-me a sua missiva, 
cheia de metáforas, 
clichés, 
prosápia,
slogans,
frases pomposas, 
retiradas do livrinho vermelho do camarada Mao 
(Devo dizer-te que sempre fui mais sinófobo do que sinófilo)…

As minhas próprias simpatias iniciais pelo PAIGC,
algo quixotescas,
guevaristas, 
desvaneceram-se 
com os imperativos da camaradagem na caserna 
e a prova de fogo na  frente de batalha. 
Não se podia objetivamente estar do lado de cá, 
fardado de camuflado,
e equipado com a G3,
a comandar 30 homens,
e ser-se um simpatizante, 
vagamente romântico, 
daqueles que nos combatiam,
de Kalash na mão
(e que nós combatíamos, objetivamente falando)… 
Além disso, chocavam-me os métodos de terror
usados pelo PAIGC 
contra os fulas, na zona leste.
Fiz alguns amigos guineenses,
quando passei pela região do Gabu,
em tabancas onde estive destacado
(Não me perguntes quais,
que os nomes varreram-se-me da memória)...

Nunca lhe respondi. 
Achava-o um puto mimado, burguês e provocador. 
Não me admirei de o vir a encontrar,
depois do 25 de Abril, 
num dos partidos do poder. 
Andará hoje  (ou andou) por Bruxelas,
segundo me disseram. 
Tinha-se casado com uma sueca, 
mas já estava divorciado nos finais da década de 1970. 
Secretamente, invejava-lhe a sorte, 
ele ali no bem bom da Suécia 
e das suecas louras, de olhos azuis,
que faziam parte do nosso imaginário de machos latinos… 
e eu a gramar a pastilha
de uma comissão de serviço militar na Guiné. 
Achei que o mundo não era justo,
mas mesmo assim não me podia queixar,
estava vivo,
e os primeiros tempos, 
passados entre Bafatá e Nova Lamego,
até nem foram maus de todo. 
Ainda fiz o gosto ao dedo 
e pintei alguns quadros 
que até tiveram um ou outro comprador. 
Outros ofereci, 
a um família de comerciantes
cuja casa costumava frequentar,
e que tinha uma filha que ainda andei a catrapiscar. 
Mas depressa percebi que esgotara o meu filão artístico. 
Afinal o teu Renoir nunca passara da cepa torta,
uma deceção...
Nunca me perdoei, de resto, ter chumbado nas Belas Artes
e de ter sido chamado para tropa...

Passei por uma crise existencial,
ou lá o que queiras chamar, não sou psicólogo,
ainda tive, uma vez, 
uma única vez, 
depois de ter despejado uma garrafa de uísque no bucho, 
a pistola Walther apontada ao céu da boca.
Senti a atração da morte, 
a vertigem do nada,
a comiseração da autodestruição,
a autopiedade...
Mas, mesmo anestesiado, 
era demasiado cobardolas para resolver, 
com um tiro mortal, 
as minhas contradições, 
pequeno-burguesas, dirias tu em 1965,
agravadas por uma idiota dor de corno.

A Flora, 
que ainda tu ainda chegaste a conhecer, 
no tempo da minha/nossa famosa exposição do SNI, 
a bela menina-família do Funchal, 
que estava a estudar serviço social, 
ali no Campo de Santana, em Lisboa, 
tinha-me trocado...
por um javardo de um herdeiro de uma fortuna venezuelana… 
Ainda trabalhara uns tempos,
na Misericórdia de Lisboa, 
num dos projectos de realojamento 
de população de um bairro de lata. 
Não esqueço a última carta que ela me mandou, 
de despedida. 
Era um encanto de miúda, 
delicadíssima, 
linda de morrer,
com pele de veludo e blusinhas de renda,
mas com pouca margem de decisão 
em relação à sua vida pessoal.

O clã é sempre quem mais ordena. 
O pai, tanto quanto percebi, 
era um homem do regime, 
da média burguesia funchalense, 
mas com problemas financeiros, 
por negócios mal sucedidos, 
na área do import-export, 
bananas, frutas tropicais, flores, ou coisa do género. 
Família numerosa, católica, um bando de filhos. 
Nunca iria dar certo o meu casamento com a Flora, 
nunca pensara, de resto, em pedir-lhe a mão, 
muito menos depois de conhecer o inferno na terra 
que foi a Guiné. 
Não me lembro de alguma vez lhe ter pedido a mão, 
achava-me no direito de a ter como namorada 
e madrinha de guerra e confidente...
Fui surpreendido 
quando um dos meus amigos do Funchal 
me veio lembrar que seria bom decidir-me, 
porque havia mais pretendentes na fila...
Foi um choque,
não estava preparado para tomar nenhuma decisão, 
muito menos para decidir 
quem deveria ser a mãe dos meus filhos. 
Estava na Guiné,
estava na guerra,
a milhares quilómetros da minha terra,
sem saber o que fazer ao certo da minha vida… 
sem saber sequer se iria chegar à meta, 
que era cumprir a minha pena, de 21 meses, 
de “perigos e guerras esforçados, 
mais do que prometia a força humana”, 
a pena a que fora condenado 
sem ter cometido nenhum crime… 
a não ser o de ter nascido em 1945, em Montemuro...
No mínimo, queria chegar à meta,
inteiro, de cabeça, tronco e membros.
Ainda tentei telefonar-lhe,
dos correios de Nova Lamego,
horas a fio à espera por um ligação para Lisboa... 
Em vão. 
A chamada caiu, 
nunca mais tive a conversa que gostaria de ter tido 
com a minha noiva,
que afinal nunca o fora. 
Acabei, já em Lisboa, bancário,
por casar com uma galega de Orense, 
que nunca chegarás a conhecer, 
pela simples razão de que já fomos,  
cada um de nós,
à sua vida.
É apenas a mãe dos meus filhos.

Depois, meu amigo, 
veio o rol de desgraças que me aconteceram:
a descida aos infernos,
a cafrealização, à maneira do Rimbaud, 
a porrada do segundo comandante no Gabu,
a ida para o sul, 
de casttigo, em rendição individual,
a mina anticarro 
que me mandou, mais de um ano e tal, 
para o estaleiro,
com passagem pela Estrela, Alcoitão, Hamburgo.
Poupo-te os pormenores,
um dia contar-tos-ei,
se tiveres tempo e pachorra,
eu próprio só agora ando a desenterrar esses esqueletos
guardados no armário da minha memória…

Tentei esquecer a Guiné durante décadas,
(o que é difícil quando se tem uma prótese...)
até ao dia em que, 
não sei porquê, 
por mero acaso,
vi o teu nome na Net 
a tua cara, 
os teus óculos, 
vi o teu nome associado a Bambadinca, 
um dos poucos sítios,
de passagen obrigatória para malta do leste,
de que guardava algumas, poucas, boas memórias…
Reconheci-te, numa foto antiga,
sem barbas, 
em tronco nu,
de óculos esfumados,
a G3 ao ombro,
em pose turística...

Em suma, desencontrámo-nos na Guiné. 
Eu nem sequer sabia que tu também lá tinhas estado,
podíamos ter ido a sorte de dar de caras um com o outro,
em Bafatá,
onde devemos ter estado alguma vez,
no mesmo dia e hora,
embora em sítios diferentes.
Mas achei piada ao teu jogo de palavras,
no mail em que me respondeste ao meu olá:
“o Mundo é Pequeno 
e a nossa Tabanca … é Grande”.

Um dia prometo telefonar-te
para marcarmos um encontro
e matar saudades.
Preciso de ganhar coragem.
Confesso que tenho medo de revisitar o passado.
E por agora ando a recuperar o tempo perdido,
depois de uma vida de idiota atrás de um balcão de um banco.
Até lá, um alfabravo,
como vocês dizem,  
do tamanho do nosso Rio Geba.
Parabéns pelo teu blogue
de que sou apenas um fortuito visitante.

Assina este relambório
o teu falhado amigo pintor, 
e, pior do que isso,
frustrado companheiro da viagem a salto
até Paris, 
viagem que nunca passou de um devaneio
de umas tantas tardes de verão 
em que estivemos, juntos, em 1965, 
no SNI, o Secretariado Nacional de Informação,
ali no Palácio Foz,
a preparar uma exposição que foi a minha vernissage,
entre copos de ginjinha nos Restauradores. 

Teu F...
o Renoir de Montemuro.

PS – Nunca mais voltei aos Restauradores 
para beber uma ginjinha… 
E perdi-te o rasto depois que fomos cada um para seu lado.. 
Mas pago-te uma ginjinha, com todo o gosto,
quando voltar a Lisboa.
Afinal fiquei com uma boa pensão de DFA,
a par da  reforma do banco.

Nota de L.G.:

Ainda estou para beber a tal ginjinha,
prometida pelo meu amigo F...
Nunca mais deu sinal de vida, 
depois que falámos longamente ao telefone,
há uns anos atrás.
Deve ter mudado de mail e de telemóvel.
Sei que adora(va) viajar.
E que tem(tinha) um filho, 
casado, arquiteto, 
a viver nos arredores de Paris. (**)

Adaptação livre, fixação e revisão de texto: LG


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Notas do editor


(*) Último poste da série > 26 de setembro de  2014 > Guiné 63774 - P13654: Manuscritos(s) (Luís Graça) (39):Portugueses pocos, pero locos... Ou como vemos (e somos vistos por) os outros...O que fazer com tantos clichés, estereótipos e preconceitos idiotas ? E não se pode exterminá-los ?

(**) Vd. também os postes já publicados da série "Selfies / autorretratos":

22 de Setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13634: Selfies / autorretratos (1): por que é que fomos à guerra... (Vasco Pires / Luís Graça / Francisco Baptista / José Manuel Matos Dinis)

22 de Setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13638: Selfies / autorretratos (2): filho único, com pai emigrado no Canadá, podia também ter saído do país, aos 17 anos... Passei pela universidade de Coimbra e lutas académicas, tendo decidido participar na guerra colonial, contrariado e sabendo ao que ia (Manuel Reis, ex-alf mil cav, CCAV 8350, Guileje, 1972/74)

30 de setembro de 2014 >Guiné 63/74 - P13669: Selfies / autorretratos (3): Em 1966 o meu pai preparou tudo para que eu fosse a “salto”, seguindo assim o trilho de milhares de portugueses (Juvenal Amado)

Guiné 63/74 - P13679: Agenda cultural (339): Apresentação do livro "Guerra Colonial na Revista Notícia", tese de Mestrado da jornalista Dra. Sílvia Torres, dia 9 de Outubro de 2014, na Messe dos Oficiais, Praça da Batalha, Porto

1. Mensagem do Coronel Cav Ref Manuel Barão da Cunha que foi CMDT da CCAV 704/BCAV 705, Guiné, 1964/66:

Caríssimos,
Após merecidas férias (eu estarei entre 9 e 19 deste mês sem computador), anexo convites para 12.º ciclo das tertúlias «Fim do Império», com patrocínio da CMO, LC e CPHM, entre outubro e janeiro, no Porto, Oeiras e Lisboa, e sessão especial na Fundação Marquês de Pombal.
O ciclo abre no Porto, com uma jovem jornalista e autora de Coimbra.
Quem puder ir será bem vindo e também se agradece divulgação, votos de saúde de
M. Barão da Cunha


Convite para assistir à apresentação do livro Guerra Colonial na Revista Notícia, tese de Mestrado da jornalista Dra. Sílvia Torres; com autora, editora Dra. Isabel Garcia e ilustrador Fernando Gonçalves, dia 9 de Outubro de 2014, na Messe dos Oficiais, Praça da Batalha, Porto.


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Nota do editor

Último poste da série de2 4 de Setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13646: Agenda cultural (338): III Jornadas sobre Valorização do Património Abaluartado da Raia Transfronteiriça, dias 26 e 27 de Setembro de 2014 na Biblioteca da Câmara Municipal de Castro Marim (António J. Pereira da Costa)

Guiné 63/74 - P13678: Os Últimos Anos da Guerra da Guiné Portuguesa (1959/1974) (José Martins) (5): 23 de Dezembro de 1964




1. Publicação da quinta parte do trabalho de pesquisa e compilação do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), que diz respeito aos últimos 5517 dias de luta pela independência da então Guiné Portuguesa.





(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 1 de Outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13673: Os Últimos Anos da Guerra da Guiné Portuguesa (1959/1974) (José Martins) (4): 8 de Agosto de 1962