domingo, 17 de setembro de 2017

Guiné 61/74 - P17776: Consultório militar do José Martins (25): Lista das companhias que estiveram em Empada depois da CCAÇ 616 (1964/66), a pedido do Joaquim Jorge, régulo da tabanca de Ferrel, Peniche



Lista das companhias e pelotões que passaram por Empada, na região de Quínara, entre abril de 1963 e junho de 1974. Infogravura: José Martins (2017).


1.  Mensagem de Joaquim da Silva Jorge [ex-al mil, CCAÇ 616, Empada, 1964/66], régulo da tabanca de Ferrel, concelho de Peniche_

Data: 7 de setembro de 2017 às 14:45

Assunto: companhias que estiveram em Empada depois da CCAÇ  616


Caro Luís Graça: Boa tarde!

Há hipótese de descobrir as companhias que estiveram em Empada depois da minha 616?

A minha companhia saiu de lá em 24 ou 25 de janeiro de 1966. Tenho a relação completa de  1964 a 1974, mas não informatizei e não sei onde guardei essa relação que tenho em papel.

Estou a solicitar-te este favor para poder ajudar uma guineense a descobrir o pai da filha.

Desde já grato.

Um abraço, Joaquim Jorge


2. A pedido dos nossos editores, o nosso colaborador permanente José Martins mandou-nos, logo no próprio dia, a lista que publicamos acima, e que foi igualmente reencaminhada para o Joaquim Jorge. 


[Foto à direita: José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70)]


Camaradas como o José Teixeira e o José Belo (CCAÇ 2381) bem como o Xico Allen (CCAÇ 3566) também passaram por Empada em épocas diferentes.

Temos mais de 140 referências a Empada. O Francisco Monteiro Calveia também pertenceu à CCAÇ 616.

O nosso "Zé Sherlock Holmes" chama-nos a atenção para o facto de as duas primeiras companhias da lista, a CCAÇ 83 e a CCÇ 153,  não terem ido completas para a Empada, mas sim apenas com  1 ou 2 Grupos de Combate.  

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Nota do editor:

Último poste da série > 8 de julho de 2017 > Guiné 61/74 - P17559: Consultório militar do José Martins (24): D. Cecília de Freitas, Dama Enfermeira, equiparada a Alferes

Guiné 61/74 - P17775: Historiografia da presença portuguesa em África (89): Exposição Colonial Portuguesa, Porto, 1934 (2) (Mário Beja Santos)



1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 22 de Agosto de 2017:

Queridos amigos,
Para bom entendimento do que foi o incontestável sucesso da Exposição Colonial Portuguesa, que se realizou no Porto em 1934, há que atender ao ressurgimento dos valores imperiais do Estado Novo, às expetativas de industriais e agricultores que pretendiam a complementaridade de mercados, cientes das tremendas dificuldades da economia mundial e até com a vizinha Espanha a entrar em roda livre, não esquecendo o apetite alemão por colónias.
Tudo somado, investiu-se a sério, organizou-se muito bem, e não faltou o escândalo da Balanta Rosinha de peito ao léu na capa das revistas.
Pretendia-se uma lição de colonialismo e de envaidecimento por um Portugal que não era um país pequeno.

Um abraço do
Mário


Exposição Colonial Portuguesa, Porto, 1934 (2)

Beja Santos

Capitão Henrique Galvão, Diretor Técnico da Exposição
Desenho de Eduardo Malta

A exposição do Porto foi inegavelmente um grande evento na lógica imperial do Estado Novo, veiculando uma importante mensagem para dentro do país e uma outra para novos concorrentes imperiais que até pretendiam ter acesso às colónias portuguesas em África, como Hitler. Internamente, toda a encenação exaltava a dimensão civilizador do projeto colonia; externamente, dava-se como demonstrado que tínhamos um projeto colonial antigo e que o Império Colonial Português era inquestionável. Num artigo alusivo a esta exposição, a investigadora Luísa Marroni escreveu um curioso artigo na revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto que iremos acompanhar de perto. A direção técnica da exposição esteve a cargo de Henrique Galvão, contou-se com o empenho e apoio financeiro do Grupo Pró-Colónia do Porto. Na divulgação o evento contou com o apoio do bispo do Porto e de grande parte do clero do Norte e muitos outros intervenientes, todos apostavam e se empenharam na política colonial ressurgida com o Estado Novo.


A exposição estava estabelecida no Palácio de Cristal e jardim envolvente, durou três meses e meio e culminou com a realização de um cortejo alegórico que percorreu as ruas da cidade do Porto, desde a foz do rio Douro até aos jardins do Palácio de Cristal. Era constituída por secção oficial e secção particular. A secção oficial organizava-se por 15 temas (história da obra colonial portuguesa, representação etnográfica, representação militar, monumentos, parque zoológico, teatro oficial, cinema oficial, informações, correios e telégrafos, livraria colonial, socorro e assistência aos indígenas, sala de exposição de arte, conferências e congressos, posto de provas de produtos coloniais e cantina) e diferenciados produtos e produtores completavam a secção particular. Almada Negreiros desenhou selos, Eduardo Malta pintou e desenhou, a Vista Alegre produziu peças para a exposição, o príncipe de Gales, o futuro rei Eduardo VIII, foi talvez o seu visitante estrangeiro mais ilustre. No Porto dava-se visibilidade ao projeto imperial em marcha.

Registe-se que não era a primeira vez que se trazia a Portugal réplicas de aldeias indígenas. Recorde-se que na Grande Exposição Industrial Portuguesa, realizada em Lisboa, em 1932, veio uma tabanca Fula e foram mesmo exibidos Fulas na exposição, houve mesmo uma descrição de um escritor guineense, Fausto Duarte, que no ano anterior ganhara o primeiro prémio de literatura colonial.


Havia a ambição política e económica, os industriais portugueses insistiam na complementaridade dos mercados, havia um verdadeiro interesse pelas questões e mercados coloniais. A economia europeia estava em profunda crise que se irá agravar com o crash da bolsa de Nova Iorque, em 1929, acrescia o agravamento da situação política em Espanha, industriais e financeiros insistiam nos novos mercados, por isso a aposta no evento do Porto foi esforçada e sincera.

O regime apostava na lição do colonialismo, respirava-se o sucesso na questão do equilíbrio financeiro e na ideia da estabilidade social conseguida pelo Estado Novo. Falava-se abertamente numa ofensiva patriótica e pacificadora nas colónias, isto a despeito de se manterem graves tensões, por exemplo na Guiné, envolvendo Felupes e Bijagós.

 A exposição era encarada como uma lição viva, era para sentir o pitoresco, o exótico, a ingenuidade dos colonizados, pretendia-se substituir preconceitos com esta catequese sentimental de que Portugal não era um país pequeno, estendia-se entre o Minho e Timor. Lição viva porque se recriou a ambiência das colónias envolvida por modernismos da metrópole, encenaram-se povoados, modos de vida e de organização familiar, usos e costumes, trajes e rotinas, engendraram-se representações estereotipadas.

Como escreve a investigadora Luísa Marroni na conclusão do seu artigo, “O estudo da Exposição Colonial realizada no Porto, em 1934, admite sinais da transformação pretendida na sociedade portuguesa: de rutura com os valores o passado próximo para adoção de outros conformes com a ordem estabelecida.

A mudança é conseguida com recurso a um conjunto de instrumentos eminentemente sensoriais nos aspetos socioculturais e ao nível político, a representação unificada da nação. A simbologia empregue fundamenta a nova ordem sociopolítica, reforço da ideia e políticas imperiais, compreendida pela associação feita aos princípios do domínio e da ressurreição capaz de influir na sociedade, individual e coletivamente. A monopolização do espaço público com um conjunto de símbolos visuais remetem para outros tempos, encenando, reinterpretando, ou substituindo figuras, regras e valores anteriores ao golpe militar de 28 de Maio de 1926”.
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Nota do editor

Último poste da série de 16 de Setembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17772: Historiografia da presença portuguesa em África (88): Exposição Colonial Internacional de Paris, 1931 (1) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P17774: Blogpoesia (529): "Apesar de tudo..."; "Ouvindo o silêncio..." e "Espelho partido...", poemas de J.L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

Foto: Carlos Vinhal

1. Do nosso camarada Joaquim Luís Mendes Gomes (ex-Alf Mil da CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66) três belíssimos poemas, da sua autoria, enviados entre outros, durante a semana, ao nosso blogue, que publicamos com prazer:


Apesar de tudo…

Apesar de tudo, dos vendavais e furacões,
Das contínuas ameaças de guerra atómica que, num instante, poriam fim ao planeta,
Sinto-me feliz.

Desde cedo aprendi a viver com pouco, esperando mais.
Sabendo que quem comanda o mundo,
Também foi seu criador.

Só Ele sabe o fim e onde vai.

Isto me faz saborear em cada dia o nascer e o pôr do sol.
Aprecio o mar e o céu azul.
Me conforta ver o muito amor que, apesar de tudo, inunda o mundo.

A falta desse, sim. Depressa traria o fim.

Café Castelão, 11 de Setembro de 2017
9h44m
Ouvindo concerto para violino de Tchaikowski por Sayka Shoji
Jlmg

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Ouvindo o silêncio…

Eloquente, em brado sem gritos, irrompe do fundo, com uma força brutal.
Converte os incréus. Santifica a nudez.
Enriquece a pobreza com frutos sem fim.
Assiste atento. Espera a vez.
Pensa e medita.
Sabe o que diz.

Prevê o futuro.
Não dá ponto sem nó.
Nada o surpreende.
É o último a dizer.

Como seria este mundo se ouvisse o silêncio nas horas de ponta e o fizesse cumprir…

Ouvindo “Romance” de F. Chopin
Café Caracol, em Mafra, 12 de Setembro de 2017
Jlmg

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Espelho partido…

Um espelho partido é íntegro.
Dá o exemplo.
Respeita-nos a face
Em cada pedaço.

É cobarde e engana uma telha quebrada.
Faz frente ao sol,
Se rende à chuva
E atraiçoa o telhado.

A porta no trinco parece fechada.
Aldraba o dono incauto.
Com um fio se abre.

Por mais que se grite e esbraceje,
Se se falta à verdade, ninguém acredita.

Só cai uma vez um amigo a sério
Se for enganado.

Quem parte de casa e deixa a porta no trinco
Se arrisca a que a encontre sem nada.

Tapada de Mafra, 13 de Setembro de 2017
16h50m
Jlmg
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Nota do editor

Último poste da série de 10 de setembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17752: Blogpoesia (528): "Caminheiros..."; "Painel das manhãs..." e "O teu leito...", poemas de J.L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

sábado, 16 de setembro de 2017

Guiné 61/74 - P17773: (D)o outro lado do combate (10): um contributo histórico para o 'achado macabro' em 23/3/1970 em Cabuca, região leste, ao tempo da CART 2479/CART 11 (Jorge Araújo)







Mensagens do Jorge Araújo:

(i) 17 de junho de 2017_



Caro Luís, Boa Noite!

Eis o meu contributo sobre as "fotos à procura de...uma legenda" ('achados macabros' em Cabuca), que o camarada Valdemar Queiroz tomou a iniciativa de as partilhar connosco. (*)


Que ele tenha alguma utilidade é esse o meu objectivo.


Bom domingo. Um abraço, Jorge Araújo.


(ii) 7 de julho de 2017:

Caro Luís,Bom dia.


Ainda que não esteja curado da minha maleita (não tenho memória da última vez que estive tão atacado), vou-me chegando à linha da frente pois as tarefas e responsabilidades têm que entrar na normalidade.


Li as últimas notícias do blogue e cada uma delas abre novos caminhos de aprofundamento histórico.

Por exemplo, a referência à emboscada do dia 26.10.71, ocorrida na Estrada Piche-Nova Lamego, indicada no endereço do aerograma do P17550, com quatro baixas das NT, sinaliza/confirma a estratégia do PAIGC nessa zona e que, a propósito dos "achados macabros em Cabuca, que o camarada Valdemar Queiroz nos deu conta, me levou a elaborar mais um escrito que no passado mês de Junho te enviei.

Para além do texto, a infogravura que elaborei a partir dos documentos consultados, permite-nos visualizar os esquemas de funcionamento da mobilidade dos bigrupos/grupos IN no terreno.

Seria interessante, digo eu, divulgar este esquema, pois acredito que ele ajudará a tornar mais perceptível outras ocorrências negativas que infelizmente fazem parte da historiografia de algumas Unidades que passaram por aquela região.

Tenho uma fezada de que este tema pode ter algum desenvolvimento e, quiçá, surgirem mais algumas imagens como as do Camarada Valdemar Queiroz.

Bom fim-de-semana... com saúde.

Ab. Jorge Araújo. (**)


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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 14 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17471: Fotos à procura de...uma legenda (86): um achado macabro em 23 de março de 1970, depois do ataque a Cabuca (Valdemar Queiroz, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70)

(**) Último poste da série > 3 de julho de  2017 > Guiné 61/74 - P17537: (D)o outro lado do combate (9): Regime de Sékou Touré e PAIGC: propostas de reforço da cooperação militar, elaboradas por Amílcar Cabral, 4 meses antes de ser assassinado (Jorge Araújo) - Parte II

Guiné 61/74 - P17772: Historiografia da presença portuguesa em África (88): Exposição Colonial Internacional de Paris, 1931 (1) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 22 de Agosto de 2017:

Queridos amigos,
No termo da I Guerra Mundial, as exposições coloniais internacionais ganharam uma nova dimensão: para além da mostra de produtos, desfrute das populações metropolitanas sobre os espaços ultramarinos sob o seu domínio, havia que justificar certas razões históricas para essa presença, alargavam-se as cobiças, passando por Berlim, por Roma e por Tóquio, as exposições destacavam as potencialidades das matérias-primas mas traziam elementos novos: o que se fazia pela educação, pela saúde, mostravam-se infraestruturas, civilização. Portugal estará presente nesta exposição de Paris de 1931. Extraíram-se ensinamentos.
Veremos a seguir, com a mostra da Exposição Colonial do Porto de 1934, que a ideologia era o elemento prevalecente. Henrique Galvão deu o mote para a exposição: "Portugal não é um país pequeno". Mal sabia ele que aqueles mapas da Europa onde se inseriam as parcelas do império colonial iriam reaparecer no exato momento em que ele se rebelava contra Salazar.

Um abraço do
Mário


Exposição Colonial Internacional de Paris, 1931 (1)

Beja Santos

Podemos distinguir na história das exposições coloniais dois momentos correspondentes às lógicas imperiais emergentes. Durante a segunda metade do século XIX e até à I Guerra Mundial, as exposições efetuavam-se para mostrar às populações metropolitanas as dimensões das colónias dos respetivos impérios. Foi o que aconteceu com a Exposição Universal e Colonial de Exportação Geral, que se realizou em Amesterdão em 1883, as de Londres, Paris, Lião, Berlim, Bruxelas, Nova Iorque, transformaram-se em grandes eventos de exibição de espaço tutelado e de mostra das potencialidades para o negócio. No termo da I Guerra Mundial, desfeitos alguns impérios europeus, outros ganharam realce e careceram de afirmação até porque bem cedo se deu conta que alguns estados totalitários pretendiam colónias, de Berlim, passando por Roma, até Tóquio. As exposições ganharam outro relevo. No caso francês, de que vamos falar, não se escondia a participação das tropas coloniais nos combates contras os alemães. A França queria mostrar no Hexágono e ao mundo a extensão do seu império: Somália, Madagáscar, Índias Francesas, Taiti, Nova Caledónia, Martinica, Ilha da Reunião, Guadalupe, Angkor como expoente cultural máximo da Indochina, Cochinchina, África Equatorial Francesa, África Ocidental (Marrocos, Tunísia e Argélia). A exposição Francesa concitara a presença de outras potências coloniais como a Holanda, os Estados Unidos, a Itália, o Indostão, a Dinamarca e Portugal. Aspeto curioso, a ausência da Espanha.

Vale a pena perceber o ideário que dava o pano de fundo para esta mostra de orgulho: permitir conhecer melhor a França Ultramarina, encontrar joias turísticas e “sorrisos da fortuna” (linguagem burilada para atrair colonos e investimentos). A exposição decorre sobre o alto patrocínio de um nome sonante, o Marechal Lyautey. Escolheu-se Vincennes para instalar a exposição em 110 hectares. Pensou-se em tudo: nos encargos e nas receitas, nos preços para visitantes, transportes, espaços de lazer e parque de atrações, informações, proximidade do metro.



Foi um êxito retumbante, mostrava-se a Palestina num pavilhão, era uma réplica do túmulo de Raquel, filha de Labão, a esposa preferida de Jacob, mãe dos doze fundadores das tribos judaicas. Havia jardim zoológico. Não se estranha a presença dos Estados Unidos numa Exposição Internacional Colonial em França, queria-se recordar Lafayette e o apoio dado àqueles que lutaram pela independência dos Estados Unidos.



A participação portuguesa teve a coordenação de um nome cimeiro da arquitetura, Raul Lino, desdobrava-se em quatro pavilhões. Um em estilo tardo-medievo, época em que arrancaram os descobrimentos, tinha uma torre quadrada de 36 metros de altura. O segundo pavilhão era alusivo a Afonso de Albuquerque, o fundador da presença portuguesa nas ilhas e os outros dois pavilhões eram documentais, não excluindo a sensibilização para negócios. O jornal O Comércio da Guiné, na sua edição de Abril de 1931, dedicava praticamente o número às potencialidades guineenses, com bastante texto em francês. Lia-se textualmente que nas vitrinas se encontravam expostos os artigos da produção colonial, marcando assim aos fabricantes industriais a atenção para este mercado: amendoim, milho, café, coco, óleo de palma, copra, algodão, sisal, borracha, arroz, mostrava-se um conjunto de cartas com as bacias e os recursos hídricos, as comunicações, a riqueza pecuária, agrícola e sinergética. E o jornal acrescentava: “Com as referidas amostras, a Guiné apresenta o catálogo dos tipos comerciais habitualmente exportados, sendo possível a todos aqueles que se interessarem pelo assunto encontrarem no departamento de informações as estatísticas que o poderão definir a exata situação e posição do valor desse rico mercado exportador. Como elemento subsidiário encontrar-se-á aí também uma relação nominal dos comerciantes e firmas estabelecidas nas colónia com as quais será possível entabular quaisquer negociações. O presente número deste jornal fornece igualmente uma publicidade escolhida das atividades económicas da Guiné Portuguesa. Figura também na exposição um apreciável mostruário artístico e industrial indígena, que além de constituir um ótimo elemento de estudo etnográfico, manifesta o culto aborígene de uma nota expressiva da vida psíquica e denota, através dos mil artefactos que se apresentam a aptidão curiosa destes povos de muitas raças, confiados ao carinhoso predomínio do mais velho colonizador da Europa – o povo português".

Esta exibição de orgulho, mesmo que os promotores da Exposição Colonial do Porto, de 1934, tenham refutado associações, estará presente e bem replicada na primeira grande manifestação colonial do Estado Novo. Por isso, vale a pena revisitá-la.

(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 30 de agosto de 2017 > Guiné 61/74 - P17712: Historiografia da presença portuguesa em África (87): A partida do T/T "Mouzinho", em 18/7/1941, em plena II Guerra Mundial, com um contingente militar para reforço da guarnição de Cabo Verde... Salazar assistiu pessoalmente ao desfile e embarque das tropas expedicionárias. Despedida emocionante, no cais da Rocha Conde de Óbidos, com uma nuvem de lenços brancos a acenar...

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Guiné 61/74 - P17771: Notícias (extravagantes) de uma Volta ao Mundo em 100 dias (António Graça de Abreu) - Parte XIII: EUA, Hawai, Honolulu, 9/10/2016



EUA, Hawai, Honolulu > Waikiki

Parte XIII (Segundo volume, pp. 12-14)


Texto, fotos e legendas: © António Graça de Abreu (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




1. Continuação da publicação das crónicas da "viagem à volta ao mundo em 100 dias", do nosso camarada António Graça de Abreu, escritor, poeta, sinólogo, ex-alf mil SGE,CAOP 1 [Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74], membro sénior da nossa Tabanca Grande, e ativo colaborador do nosso blogue com cerca de 200 referências.

É casado com a médica chinesa Hai Yuan e tem dois filhos, João e Pedro. Vive no concelho de Cascais. 

Neste cruzeiro à volta do mundo, o nosso camarada e a sua esposa partiram do porto de Barcelona em 1 de setembro de 2016. Três semanas depois o navio italiano "Costa Luminosa", com quase três centenas de metros de comprimento, de sair do Mediterrâneo e atravessar o Atlântico, estava no Pacífico, e mais concretamente no Oceano Pacífico, na Costa Rica (21/9/2016) e na Guatemala (24/9/2017), e depois no México (26/9/2017).

2. Na II etapa da "viagem de volta ao mundo", com um mês de cruzeiro  (a primeira parte terá sido "a menos interessante", segundo o escritor), o  "Costa Luminosa" chega os EUA, à costa da Califórnia: San Diego e San Pedro (30/9/2016), Long Beach (1/10/2016), Los Angeles (30/9/2016) e São Francisco (3/4/10/2017).  No dia  9, estão em Honolulu, Hawai, território norte-americano. A próxima etapa será a Polinésia.

Ainda segundo informação do António, estas crónicas estão em vias de ser publicadas em livro, com novas fotos e textos mais elaborados.






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Guiné 61/74 - P17770: (De) Caras (95): O AVC na primeira pessoa e o processo de recuperação e reintegração (José Saúde)


 Lisboa > Avenida da Liberdade > Fórum Tivoli nº 180, 1º piso > Chiado Café Concerto > 10 de setembro, domingo, 17h30 / 19h00 > Sessão de lançamento do livro do José Saúde, "AVC - A recuperação do guerreiro da liberdade" > O autor no uso da palavra.

Foto (e legenda) : ©  Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


1. Texto do José Saúde, lido pelo próprio na apresentação do seu último livro

AVC - Acidente Vascular Cerebral

por José Saúde

[ex-fur mil op esp/rangerl, CCS / BART 6523 (Nova Lamego/Gabu, 1973/74); vive em Beja]

(i) Vítima na madrugada de 27 de julho de 2006, com 55 anos, de um acidente vascular cerebral – AVC 

Começo esta dissertação sobre o tema de apresentação da minha última obra – "AVC Recuperação do Guerreiro da Liberdade" – com um pequeno texto de um escritor australiano, Morris West, que me serve como uma chama cintilante na minha ânsia de viver:

“É preciso abraçar o mundo como um amante… É preciso aceitar a dor como condição de existência… É preciso cortejar a dúvida e a escuridão como preço do conhecimento… É preciso ter uma vontade obstinada no conflito, mas também uma capacidade de aceitação total de cada consequência do viver e do morrer”.

Retiro excelentes conclusões desta curta descrição e revejo-me numa luta sobre-humana em cada dia que passa, mas em favor de um amanhã sempre melhor.

Debruçando-me sobre o meu caso pessoal, relato de que fui vítima na madrugada de 27 de julho de 2006, com 55 anos, de um acidente vascular cerebral – AVC – que me deixou entre a vida e a morte. O tempo passou e a verdade é que sou hoje uma pessoa autónoma e determinada para continuar hastear a bandeira de uma inacabada liberdade.

Numa ponderação sobre os fatores de risco que poderão estar na origem de um AVC, casos da diabetes, hipertensão, tabagismo, afirmo jamais fumei um cigarro, obesidade, sedentarismo, álcool, drogas, idade, entre outros fatores propícios a este infortúnio, julgo que a minha situação, até então constatada, não se enquadrava num plano de prevenção, por isso sentia-me ausente de tamanho prejuízo. Todavia, o “mal” bateu-me à porta e paulatinamente fui-o combatendo com uma garra enorme.

(ii) o desafio de reconquistar a autonomia, a autoestima, a cidadania...

Reconheço que transportar as sequelas de um AVC que muito me fustigou, não foi fácil, contudo, lutei com as minhas forças para suprimir obstáculos que quotidianamente se nos deparam. Noto, que a sensibilidade de quem está no outro lado, como nós já tivemos, é dúbia. Não falo no genérico, mas em casos pontuais que muito me revoltam.

Por exemplo: pessoas que chegam e que ocupam um lugar de estacionamento público destinado a deficientes, sendo que este ao chegar vê o senhor, ou a senhora, sair do seu veículo lançando um subtil olhar e um frágil sorriso nos lábios para aquele companheiro que ficou sem possibilidades de um lugar que justamente lhe pertence. Ou, de um lugar devidamente identificado e constantemente assaltado. Mas atenção que esse devaneio já é contemplado como uma infração ao código da estrada.

Exprimo, também, que neste deambular de histórias contadas nesta obra, incido a minha experiência pessoal sobre as fracas acessibilidades em alguns dos edifícios públicos.

É verdade que nem todas as situações enveredam pelo mesmo diapasão. Não dispenso é de lançar o meu grito de alerta para aqueles que, por enquanto, descuidam essa certeza.

Neste pausado caminhar deparo-me, com alguma frequência, com um catálogo imenso de pessoas que me consideram como exemplo numa teia humana onde sobressaem gentes inconformadas com o destino que a vida lhes aplicou, sendo a minha situação conduzida ao púlpito pela forma positiva como sempre soube lidar com o direito à liberdade. Não ganhei a guerra mas sucessivas batalhas.

Confesso que o trilho da simplicidade fui eu próprio que o tracei. Desde uma afasia onde as palavras teimavam em não fluir, até a uma luta travada no mundo dos silêncios onde num atroz monólogo surgia uma imensidão de incertezas, foi uma situação difícil de digerir.

Que irá ser de mim? Pensava! Será que voltarei a ser quem era? Será que deixarei a cadeira de rodas? A bengala? Será que irei ser compreendido? E a família aceitar-me-á com as minhas paupérrimas limitações? Será que um dia voltarei a pisar as pedras da calçada e caminhar seguramente numa marcha tranquila? Será que um dia voltarei a conduzir? Será que a vida, tantas vezes cruel, me proporcionará novas etapas e eu voltarei a conviver com os meus amigos, ou a fazer parte de uma sociedade, embora por vezes estigmatizada, mas que sempre me reconheceu? E o maravilhoso mundo do jornalismo onde anos a fio a escrita fez parte do meu dia-a-dia ter-se-á perdido? Respostas que teimavam em cair no limbo do vazio.

Basta de tantas interrogações, interiorizava. E eis que um neurónio considerado herói desmultiplicava-se em variadas tarefas e acordava os irmãos adormecidos em pasmos de santa paciência. No meu horizonte visualizava uma luz que me transportava a uma meta onde ênfase da vitória final era o desfecho desejado.

(iii) a alegria de voltar a conduzir e ter um carro próprio, adaptado

Pelo meio deste meu manso divagar reativei uma ideia que parecia inatingível. Quiçá impensável. Voltar a conduzir e ter um carro próprio. Não foi fácil. Inusitadas burocracias impostas invadiram-me a mente. Uma visita ao médico cuja finalidade era um atestado que narrasse a minha situação, dado que a decisão final seria matéria de uma instância superior, e como resposta um expressivo não. Mandou-me emoldurar a carta de condução e coloca-la na parede. Já não voltava a conduzir. Que decisão tão bárbara e sugerida com uma leviandade tremenda.

Perante a sentença carpi mágoas e as lágrimas escorreram-me pela cara abaixo. Que notícia tão desumana e lançada por um velho amigo. Não me dei por vencido e marquei uma visita no Centro de Mobilidade de Alcoitão. Com um atestado médico, passado agora pelo meu fisiatra, Dr. Carlos Machado, o homem do prefácio desta obra, lá fui sujeito a uma avaliação com duas médicas fisiatras e duas terapeutas ocupacionais. Resultado: o exame foi de tal forma claro que me foi passado um documento para a alteração da carta de condução e a seguir veio uma junta médica que me passou o documento para a aquisição de um veículo.

Adquiri o meu Citroen e com ele já faturei nove anos de condução e de uma cumplicidade indiscritível.

(iv) a escrita que me salvou: nestes 11 anos de AVC já editei seis obras

O universo da escrita nunca o abandonei e nestes 11 anos de AVC já editei mais seis obras, sendo uma delas "AVC Na Primeira Pessoa", agora "AVC Recuperação do Guerreiro da Liberdade". Sublinhe-se que tudo é feito com a mão esquerda. Aquela que se pautou pelo inquebrável silêncio ao longo da minha existência.

Nesta obra procuro desmitificar o mundo dos portadores de AVC. A doença é silenciosa, traiçoeira e não conhece sexos, raças, religiões, credos, cores, idades, ou um outro adjetivo que possamos citar.

Nunca ousei admitir que um dia seria mais um dos muitos pacientes com AVC. Contudo, sinto-me feliz porque no ano de 2006, o do meu AVC, se registaram em Portugal, de hora-a-hora, seis novos casos, sendo metade contabilizados como mortes. Eu sou uma das felizes criaturas neste cosmos terrestre que recusei a certidão de óbito e passei à frente.

(v) a evocação da minha  santa mãe

Possibilitem-me que neste âmbito leia um pequeno texto contido neste meu livro:

“O tempo passava. O travesseiro, habitual companheiro, pugnava pela hostilidade do silêncio. Um silêncio que dizia não à confidencialidade dos meus profundos desabafos. Mantinha-se ausente. Evocava, por força de uma razão maior, a palavra mãe. Sussurrava: Mãe, tu que foste uma mulher com um M bem maiúsculo ajuda-me! Partiste há muito para uma outra vida celestial, mas sei que és agora o espírito que se depara com o sofrimento do filho único que sempre amaste incondicionalmente! Não, não pode ser. Não me abandones. Ajuda-me! Murmurava, desalmadamente… Guardo de pequeno a tua imaculada imagem. Lembro-me, enquanto miúdo, da tua insistência para não faltar à missa e à catequese. Eras uma mulher religiosa. Falavas-me de Deus. Dos milagres feitos por Jesus. Do milagre do pão. Da ressurreição. Dizias-me para ter fé e acreditar. E eu bebia religiosamente as tuas preces. Respeitava, e respeito, as opiniões dos crentes. Absorvi na igreja saberes celestiais que me ensinaram a calcorrear novos caminhos.

"Mais tarde, quando prestava serviço militar, fui mobilizado para a Guiné e tu, na hora da partida para África, encorajaste-me, sabendo eu a dor que envolvia a tua alma. Pediste-me para acreditar na salvação. Respeitei, como não podia deixar de o ser, o teu comovente pedido. Lembro, ainda, a tua cara angelical no momento do adeus. Sustentavas que a fé nunca morre em nós. Move montanhas. O Deus Pai Todo-Poderoso é um Ser Divino que ajuda os necessitados. E eu parti confiante. Fui e voltei em perfeita saúde”…

(vi) a importância dos amigos e camaradas

Uma saúde que agora me atraiçoou. Não desisti e percorro um mundo de onde retiro experiências alucinantes. Volto a um outro curto esboço incluído nesta obra: …

”Num outro âmbito, refiro uma aventura que me levou a libertar energias. Numa noite de agosto do verão de 2010, levado pelo repto do meu grande amigo Fernando Mamede, antigo recordista mundial dos 10.000 metros, em Helsínquia, ao serviço do Sporting Clube de Portugal, um feito que marcou literalmente a história do atletismo luso, passei uma noite numa discoteca em pleno coração algarvio. Não dancei mas ficou a inabalável certeza que as nossas capacidades atuam em absoluto desde que nós sejamos autodeterminados e confiantes em aceitar o “mal” que nos chegou e não fazendo dele (AVC) um princípio para relegarmos as nossas capacidades na hora de mostrarmos aos outros que somos seres íntegros numa sociedade que frequentemente parece rejeitar a nossa débil condição física.

A estonteante algazarra de um espaço onde se misturavam cidadãos anónimos, feitos para a festa, e caras cor-de-rosa das revistas vipes, deleitavam-se perante a música de um disco joker que numa missão de bem servir a clientela se entregava a uma causa de infinitos prazeres. O ritmo da música era francamente estimulante e em simultâneo quebrava momentos de uma jocosa noite de sonhos”…

Sonhos que no meu caso pessoal reforçavam realidades assumidas, embora sentisse que olhares ocos me miravam de lado, alvitrando, talvez, que aquele lugar não era pressupostamente para mim. Engano puro, deduzi. No entanto, nunca me dei e dou por vencido. Sou forte e decidido no caminhar sempre em frente e de cabeça erguida.

(vii) a recusa da condição de "coitadinho"

Faço a minha higiene diária, calço-me, visto-me, desfaço a barba, e traço trajetos próprios. Recuso uma ajuda desde que esta esteja ao meu alcance. Não envergo a pele de cuidado mas sim de cuidador. Rejeito a expressão de coitadinho. Aqui ninguém é coitadinho. Todos iguais mas todos diferentes.

A minha condição física como antigo futebolista – Despertar de Beja, Sporting Clube de Portugal, Desportivo de Beja, FC Serpa e Atlético Aldenovense - completado com a minha especialidade militar de Ranger, tirada em Lamego, a que acresce uma comissão militar na Guiné, para além de mostrar uma saúde considerada de ferro, fazia parte do meu ADN enquanto pessoa que nunca descurou um bem-estar diário.

Hoje, examino, com generosidade, 11 anos de convivência com o meu AVC. O tempo, embora distante com o confronto com o “mal”, não quebrou a minha gentileza em conviver e sobretudo gracejar com as sequelas herdadas. Afirmo, sempre com um profícuo sorriso nos lábios, que o legado trouxe-me novas formas de análise da vida.

Tento ser mais forte a um “mal” que, amiudamente, muito incomoda. Beja, a minha cidade de adoção, é uma urbe situada em plena planície alentejana, sendo o seu clima agreste. As altas temperaturas no verão mexem com o ser humano. Em dias de calor intenso sinto dificuldades na deslocação. As pernas parecem pesar “100 quilos cada”. O cansaço apodera-se do meu corpo mas não desisto.

A hesitação não faz parte do meu ciclo de afinidades com o processo de desistência. Avanço. As pedras da calçada apresentam-se como inimigas, todavia, consigo dar a volta ao texto e à velocidade de caracol lá caminho rumo ao alvo previamente traçado.

Coxeio, não nego, tropeço mas evito a queda e faço do percurso mais uma rixa vencida. Esta será sempre a minha fé enquanto partilhar este recanto de um universo terrestre e desigual.

O inverno não é nada meigo. Protejo-mo, sem que recorra a um guarda chupa difícil em manejar, mas a um chapéu que me tapa a cabeça e a casacos que me abrigam o corpo.

Seria injusto que neste flutuar pela convivência diária com o meu AVC, não citasse um rol de técnicos especializados que muito me ajudaram em proveito da minha recuperação. A área médica, a fisioterapia, terapia da fala, terapeutas ocupacionais, a enfermagem, os assistentes, entre outras especialidades pelas quais passei, foram simplesmente excecionais. Além disso, o meu internamento durante um mês no Centro de Medicina do Sul em São Brás de Alportel, foi muito importante neste período agreste da uma vida feita solitariamente.

Em São Brás de Alportel fui sujeito a uma fisioterapia intensiva onde o trabalho do dia-a-dia se prolongava por horas a fio. Naquele Centro tive, pela primeira vez, o contacto com a água. Uma experiência extraordinária que visou mexer com partes afetadas e procurar reativar músculos adormecidos. Valeu a pena esta minha estadia em terras algarvias.

Concluindo:

Somos uma ínfima partícula de uma confraria onde o assimilar a fatalidade do próximo parece frágil, subentendendo-se que, neste estado de graça, o nosso futuro é literalmente uma inevitável incógnita. O meu AVC restringiu-me a uma limitadíssima linha de fronteira entre o viver e o morrer. Sobrevivi. Recuperei e cá estou pronto para lançar mais uma obra que narra um mundo de experiências e que partilho com os companheiros deste revés. Obrigado, a todos pela vossa presença.

José Saúde

[Revisão/fixação de texto e subtítulos: LG]
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Notas do editor:


Guiné 61/74 - P17769: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (23): Págs. 177 a 184

Capa da brochura "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra"

Gabriel Moura

1. E assim damos por finda a publicação do trabalho em PDF do nosso camarada Gabriel Moura, "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", enviado ao Blogue por Francisco Gamelas (ex-Alf Mil Cav, CMDT do Pel Rec Daimler 3089, Teixeira Pinto, 1971/73).


FIM
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Nota do editor

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4 de agosto de 2017 > Guiné 61/74 - P17649: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (11): Págs. 81 a 88

8 de agosto de 2017 > Guiné 61/74 - P17657: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (12): Págs. 89 a 96

11 de agosto de 2017 > Guiné 61/74 - P17664: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (13): Págs. 97 a 104

15 de Agosto de 2017 > Guiné 61/74 - P17671: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (14): Págs. 105 a 112

18 de agosto de 2017 > Guiné 61/74 - P17680: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (15): Págs. 113 a 120

22 de agosto de 2017 > Guiné 61/74 - P17690: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (16): Págs. 121 a 128

25 de agosto de 2017 > Guiné 61/74 - P17697: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (17): Págs. 129 a 136

29 de agosto de 2017 > Guiné 61/74 - P17710: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (18): Págs. 137 a 144

1 de setembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17719: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (19): Págs. 145 a 152

5 de setembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17732: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (20): Págs. 153 a 160

8 de setembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17744: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (21): Págs. 161 a 168

12 de setembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17757: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (22): Págs. 169 a 176