quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Guiné 61/74 - P18004: Convívios (833): novo recorde de presenças na Tabanca da Linha: 73 amigos e camaradas marcaram presença, em 16 do corrente, no "Caravela de Ouro", em Algés - Fotos de Manuel Resende: IV (e última) parte



Foto nº 1 > Da esquerda para a direita,Ana Leite, José Manuel Louro e José Leite



Foto nº 2 > Da esquerda para a direita, José António Chaves, José Mamuel Rodrigues e António Duque Marques


Foto nº 4 > Da esquerda para a direita, José Inácio Leão Varela (, grã-tabanqueiro), César Pacheco e  Carlos António Rodrigues


Foto no 5 > Da esquerda para a direita, Hugo Moura Ferreira (, grã-tabanqueiro), Paraíso Pinto e Jorge Ferreira (, grã-tabanqueiro)


Foto nº 6 > Da esquerda para a direita: o  João Pereira da Costa, nosso grã-tabanqueio, ten gen pilav ref José Nico e o  cor inf ref Fernando José Estrela Soares (ex-comandante da CCAÇ 2445, Cacine, Cameconde e Có, julho de 1968 / dezembro de 1970).



Foto nº 7 > Manuela Carronda e Isaura Resende


Foto nº 8 > A Germana, esposa do Carlos Silva e a Alice Carneiro, nossa grã-tabanqueira. Em segundo plano, a Irene, esposa do Luís R. Moreira e a Helena Fitas (por detrás a Germana)


Foto nº 9 > Da esquerda para a direita, Estrela Soares, Manuel Lema Santos e António Duque Marques


Foto nº 10 > Luís Graça (fundador e editor do blogue da Tabanca Grande( e Joaquim Nunes Sequeira (de costas, também grã-tabanqueiro.


Foto nº 11 > Da esquerda para a direita, Jorge Pinto, António Fernando Marques e Gina Marques... O Jorge e o António são membros da Tabanca Grande. A Gina, essa, devia estar no nosso quadro de honra há muitos anos!


Foto nº 12 > Da esquerda para a direita, José Inácio Leão Varela (, grã-tabanqueiro),  César Pacheco e Carlos António Rodrigues


Foto nº 13 > Fernando Chapouto  e José Colaço, dois grão-tabanqueiros.



Foto nº 14 > O José Jesus e o casal Carronda, Carlos e Manuela. O Carlos Carronda Rodrigues é  cor ref, vive em Algueirão.




Foto nº 15 > O Zé Carioca (grã-tabanqueiro) e José Horta Bastos, um dos veterano da Magnifica Tabanca da Linha



Foto nº 16 > O Jorge Ferreira e o Mário Magalhães, dois membros recentes da Tabanca Grande, mas dos nossos mais veteranos de guerra,,,


Tabanca da Linha > 34º Almoço-convívio > Algés > Restaurante "Caravela de Ouro" > 16 de novembro de 2017 > 73 camaradas e amigos/as compareceram à chamada e desta vez bateu-se o recorde de inscrições e presenças... A localização do restaurante (Algés) e a ementa (cabrito no forno...) também ajudaram.


Fotos (e legendas): © Manuel Resende (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Quarta (e última) parte da publicação da reportagem fotográfica do último almoço-convívio da Tabanca da Linha, no passado dia 16, em Algés, feita pelo régulo adjunto, secretário e fotógrafo, Manuel Resende [, ex-alf mil da CCaç 2585 / BCaç 2884, Jolmete, Pelundo e Teixeira Pinto, 1969/71].

Faltavam três ou quatro camaradas por identificar, e desta vez esforçámo-nos, nós e o Manuel Resende,  por não deixar ninguém de fora (*).

Já agora acrescente-se que nem todos os membros da Tabanca da Linha são membros da Tabanca Grande, que é a "mãe de todas as tabancas". Claro que todos os camaradas da Guiné são elegíveis: a Tabanca Grande está sempre de portas abertas para todos eles... Não é preciso perguntar: posso entrar ? É só dizer: eu quero entrar!.. (E depois mandar as duas  fotos da praxe  e duas de linha de apresentação, à laia de legendas: sou o fulano de tal, estive no TO da Guiné, no sítio tal, pertencia à unidade tal... Quem não tiver endereço de email, pede a um filho, ou a um neto...).

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Notas do editor:

Postes anteriores da série:

(*) Vd. postes anteriores da série:

Guiné 61/74 - P18003: Agenda cultural (611): O nosso camarada José Ferreira da Silva, autor dos Volumes I e II de "Memórias Boas da Minha Guerra", vai apresentar os seus livros na sua terra natal, Fiães, concelho de Santa Maria da Feira, no próximo dia 2 de Dezembro


C O N V I T E


O nosso camarada José Ferreira da Silva (ex-Fur Mil Op Esp da CART 1689/BART 1913, , Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), autor dos Volumes I e II de "Memórias Boas da Minha Guerra", vai apresentar os seu livros na sua terra natal, Fiães, concelho de Santa Maria da Feira, no próximo dia 2 de Dezembro.




P R O G R A M A

"Memórias Boas da Minha Guerra"

Apresentação do 1.º e 2.º Volumes

Dia 02 de Dezembro de 2017, às 16,00 horas

Salão Nobre da Junta de Fiães

Organização - CDPAC - Círculo Defesa Património Acção Cultural 

Autor - José Ferreira da Silva 

Apoio - Junta Freguesia de Fiães 


Intervenientes 

Coordenador - Manuel Sá Bastos - Membro do CDPAC 
Organizador - Filipe Cálix - Presidente do CDPAC 
Anfitrião - Valdemar Fontes - Presidente da Junta de Fiães 
Editor do Blogue Luís Graça - Carlos Esteves Vinhal - Ligação ao Blogue
Testemunho - Gen. Manuel Maia (ex-Capitão da Cart 1689) 
Apresentador - Bernardino H. Ribeiro - Amigo desde infância do autor 
Testemunho - Ricardo Figueiredo - Museu Vivo dos Combatentes 
Testemunho - CMD Dionísio Cunha - Protagonista da História “É Guerra, é Guerra (Será?)”. Pág -119 - I Volume 
Testemunho - Carlos Fontes - Dados biográficos sobre o autor 
Testemunho - Jorge Pedro - Comentário sobre vivência no mesmo teatro de guerra (Catió e Cabedu) 
Testemunho - Jorge Teixeira - Em representação do Bando dos Melros 
Autor - José Ferreira - Agradecimentos 
Encerramento - Emídio Sousa - Presidente da C. M. Feira
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Nota do editor

Último poste da série de 21 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17999: Agenda cultural (610): O livro "Guiné - Crónicas de Guerra e Amor", da autoria de Paulo Cordeiro Salgado, foi apresentado no passado dia 16 de Novembro, na Messe de Oficiais, no Porto (Paulo Salgado / Amaral Bernardo)

Guiné 61/74 - P18002: Ai, Dino, o que te fizeram!... Memórias de José Claudino da Silva, ex-1.º cabo cond auto, 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Capºs 7 e 8: O Cumeré, os mosquitos, o patacão, a correspondência, os preservativos...

Ontem (à esquerda) e hoje (à direita, em baixo): o José Claudino da Silva, ex-1.º cabo cond auto, 3.ª CART / BART 6520/72, Fulacunda, 1972/74.

Nascido em Penafiel, em 1950, criado pela avó materna, reside hoje em Amarante. Está reformado como bate-chapas. Tem o 12º ano de escolaridade. Foi um "homem que se fez a si próprio", sendo hoje autor, com dois livros publicados (um de poesia e outro de ficção). Senta-se debaixo do poilão da Tabanca Grande no lugar nº 756. (*)

Fotos e texto: © José Claudino da Silva (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Prosseguimos a pré-publicação do próximo livro (na versão manuscrita, "Em Nome da Pátria") do nosso camarada José Claudino Silva:

Sinopse (*):

(i) foi à inspeção em 27 de junho de 1970, e começou a fazer a recruta, no dia 3 de janeiro de 1972, no CICA 1 [Centro de Instrução de Condutores Auto-rodas], no Porto, junto ao palácio de Cristal;

(ii) escreveu a sua primeira carta em 4 de janeiro de 1972, na recruta, no Porto; foi guia ocasional, para os camaradas que vinham de fora e queriam conhecer a cidade, da Via Norte à Rua Escura.

(iii) passou pelo Regimento de Cavalaria 6, depois da recruta; promovido a 1º cabo condutor autorrodas, será colocado em Penafiel, e daqui é mobilizado para a Guiné, fazendo parte da 3ª CART / BART 6250 (Fulacunda, 1972/74);

(iv) chegada à Bissalanca, em 26/6/1972, a bordo de um Boeing dos  TAM - Transportes Aéreos Militares; faz a IAO no quartel do Cumeré.


2. Ai, Dino, o que te fizeram!... Memórias de José Claudino da Silva, ex-1.º cabo cond auto, 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Capºs 7 (A estada no Cumeré) e 8 (Raios dos mosquitos)


[O autor faz questão de não corrigir as transcrições das cartas e aerogramas que começou a escrever na tropa e depois no CTIG à sua futura esposa. Esses excertos vêm a negrito. O livro, que tinha originalmente como título "Em Nome da Pátria", passa a chamar-se "Ai, Dino, o que te fizeram!", frase dita pela avó materna do autor, quando o viu fardado pela primeira vez. Foi ela, de resto, que o criou. ]


7º Capítulo > ESTADA NO CUMERÉ


Posso afirmar perentoriamente que 90% dos soldados que “Em Nome da Pátria” estiveram nas ex-províncias ultramarinas, passaram pelo mesmo ritual que acabei de descrever. Geralmente, com uma instrução básica, éramos despejados nos locais de conflito e, somente aí, adquiríamos os conhecimentos necessários para sobreviver, se tivéssemos a sorte de aguentar os primeiros meses.

Foi estudando a batalha de Aljubarrota, mais precisamente, a famosa “Ala dos Namorados”, que tive a noção do quanto é ridículo o que os senhores da guerra fazem com os jovens. Incutem-lhes um fervor patriótico, ou religioso, que os torna, na naioria das vezes e sem se aperceberem, “carne para canhão”. Na referida batalha de Aljubarrota, os primeiros a avançar e como tal, os primeiros a morrer, foram os mais novos.

Estou agora a lembrar-me que fui sempre um pouco medricas e mesmo que, ao chegar a Bissau, tivesse sido separado dos meus camaradas da 3ª companhia porquanto eles foram para Bolama e eu fui para Cumeré. O que é certo, por aquilo que escrevi, logo no primeiro dia que pisei solo africano, não tive um receio por aí além. Dizia eu!

“Em Cumeré estamos a tirar o I. A. O. (Creio que a sigla significa: Instrução de Aperfeiçoamento Operacional) Aqui não há guerra mas as pessoas parecem-me todas hostis. Neste quartel estão cerca de 600 homens. O calor é sufocante e não há bebidas frescas, nem grande comida e se eu achava caro uma refeição no Porto custar7$50, já me avisaram que fora do quartel custa 70$00. Vê bem que ladrões. Acho que são brancos que vivem a explorar os “Periquitos” como nós”. (Periquitos, era o nome pejorativo, usado para descrever os soldados recém-chegados da metrópole). (**)

Pelos vistos, a minha preocupação prendia-se com a comida e bebida. Também havia outra preocupação, a que me referia na mesma carta - a correspondência. Pois é! Eu podia escrever, como o fiz todos os dias. A namorada, família e amigos podiam responder-me. Eles saberiam de mim, e eu, só um mês mais tarde, teria notícias deles.

Meus amigos! Isto passou-se há 45 anos. Hoje contactamos, com qualquer parte do mundo, em segundos. A guerra também me deixou sem amor dos meus, mesmo por palavras escritas; por muitos dias, por muitas semanas. É uma das coisas mais difíceis de suportar, após a partida. Não sabermos se alguém sabe da nossa chegada! Imaginem o que aconteceu com todos aqueles que,  para a guerra nas ex-colónias, viajaram de barco.



8º Capítulo > RAIOS PARTAM OS MOSQUITOS


Os mosquitos guineenses rapidamente perceberam que a minha pele branquinha era um convite a picar-me e não tardou que o meu corpo estivesse repleto de pequenas manchas avermelhadas. Sem nada para me proteger, pois o repelente antimosquito estava, há muito, esgotado, a comichão era insuportável; somente debaixo do chuveiro conseguia acalmar essa sensação dolorosa. Mas até isso era difícil, porque a água era escassa e só podíamos tomar duche uma vez por dia. Fiquei a saber que o mosquito se chama “Anófele” e que as fêmeas são o ser vivo mais perigoso para o ser humano, devido às infecções que provoca, ao introduzir o parasita no nosso organismo.

Decerto, compreendem que com tantas picadelas, rapidamente me convenci, quando me começou a doer a cabeça, um pouco de febre e falta de apetite, que já tinha Paludismo. Já me doía tudo. O médico, porém, receitou-me uns comprimidos e o certo é que, dias depois, já me sentia melhor. Juro que até pensei que se adoecesse gravemente me mandavam para casa. Quanto errado estava pois, meses mais tarde, mesmo estando muito doente, continuaram a dar-me os mesmos comprimidos. Que eu tivesse conhecimento, nesse pequeno período, em que estive no Cumeré, só regressou à Metrópole um militar que fora atingido pelo rebentamento de uma granada na instrução e ficara muito ferido.

Felizmente, dia 2 de julho de 1972 foi a um domingo. O comandante do aquartelamento do Cumeré autorizou a nossa ida a Bissau. Já poderia comprar o que me fizesse mais falta, estando no topo das prioridades, mesmo sem saber se iriam ser necessários, preservativos. O comandante alertara com muita ênfase, que se morria mais com paludismo e doenças venéreas do que em batalha. Mais valia prevenir.

(Continua)




Guiné > Mapa geral da província (1961) > Escala 1/ 500 mil > Posição relativa do Cumeré, a nordeste de Bissau, abaixo de Nhacra, na margem direita do estuário do Rio Geba.

Infogravura: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2016)

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Notas do editor:

(*) Postes anteriores da série:

11 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17961: Ai, Dino, o que te fizeram!... Memórias de José Claudino da Silva, ex-1.º cabo cond auto, 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Capº 1: Aprovado para todo o serviço militar


16 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17976: Ai, Dino, o que te fizeram!... Memórias de José Claudino da Silva, ex-1.º cabo cond auto, 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Capºs 3 e 4: Promovido a 1º cabo condutor autorrodas e colocado no RAL 5, em Penafiel

18 de novembro de  2017 > Guiné 61/74 - P17983: Ai, Dino, o que te fizeram!... Memórias de José Claudino da Silva, ex-1.º cabo cond auto, 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Capºs 5 e 6: Partida nos TAM, com destino ao inferno:

(**) Usando o conversor da Pordata, verificamos que 7$50 e 70$00 em 1972 valeriam hoje, 1,74 € e  16,27 €, respetivamente. Ao escudo ("peso") da Guiné, temos que abater 10%...Se uma refeição no Porto custava, a preços de hoje, 1,74 €, em 1972, em Bissau, custaria 14,643 € (90% de 16,27 €, o equivalente a 70 escudos da metrópole).

Em 1969, uma refeição (bife com ovo a cavalo + cerveja) em Bafatá, no restaurante "Transmontana", custava 20 "pesos", o equivalente, hoje, a  5,328 € (=5,98 € x 0,90).

Como se vê, de 1969 para 1972, a inflação (ou a especulação, típica da economia de guerra) deu cabo do patacão dos desgraçados dos combatentes que íam parar com os quatro costados à Guiné!

Vd. os nossos postes sobre o patacão.

Guiné 61/74 - P18001: Os nossos seres, saberes e lazeres (241): As aldeias serranas da Serra da Lousã (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70) com data de 23 de Agosto de 2017:

Queridos amigos,
No meu cardápio de tesouros avultam as aldeias serranas da Serra da Lousã, aqui passei férias inesquecíveis, juntei família e amigos, foi sempre um agrado geral a singularidade destes cenários, há estradas sombreadas que evocam Sintra ou o Buçaco, os declives metem respeito e ciranda-se por estas aldeias percebendo como foi duríssima a vida serrana, não foi por casualidade que todos os habitantes daqui fugiram antes do 25 de Abril, era uma vida rudimentar, em estrita sobrevivência, transacionando lenha e objetos artesanais no mercado da Lousã.
É com grande alegria que vos deixo o convite, para quem não conhece estas paisagens edénicas, de experimentar esta descoberta que a ninguém dececiona.

Um abraço do
Mário


As aldeias serranas da Serra da Lousã

Beja Santos 

O viandante, com o concurso do seu amigo Teles Grilo, desenhou uma viagem que passava por Coja, Avô, Aldeia dos Dez, ensaiou-se pousar em Arganil e Góis, era a semana entre o Natal e o Ano Novo, não se encontrou onde dormir, em desespero de causa, ao anoitecer, tomou-se a decisão de avançar para a Lousã, aqui houve acolhimento, nesse final de 1995. Na manhã seguinte, procedeu-se ao reconhecimento da vila, marcada por pequenas indústrias, algumas casas nobres e sobretudo um entorno florestal magnífico. A jeito de descoberta, avançou-se para um local chamado Cacilhas, subiu-se até às Hortas e aqui se fazia menção das aldeias serranas, algumas delas fazem parte na atualidade do conjunto das aldeias de xisto. Caminho horrível, saibro escorregadio, com declive profundo e panoramas de cortar a respiração. E chegou-se à primeira aldeia, Casal Novo, desceu-se a escadaria em Xisto, aliás por ali é a pedra e o xisto que pontificam, e parou-se na contemplação do Alto do Trevim, houve quem suspirasse por ali fazer férias. Pela mesma estrada tortuosa e escalavrada avançou-se para outro povoado que à distância parecia uma aldeia medieval perdida, Talasnal, também aqui o enamoramento foi espontâneo. Encurtando razões, no regresso à Lousã encontrou-se um proprietário de Casal Novo, o senhor Pedro Gomes Santiago, e apalavrou-se uma casa para as férias do Carnaval. Sucesso completo, quem veio quis repetir, assim nasceu a institucionalização das férias nas aldeias serranas, vieram famílias e amigos, ficaram quilómetros de recordações e memórias que não se apagam. Daqui, um dia, se partiu em passeio para Castanheira de Pera e se seguiu por caminhos ínvios até Casal dos Matos, em Pedrógão Grande, onde se reconstruiu uma casa de proprietários agrícolas, foram dois anos a aformosear o local, houve a seguir uma troca por uma casa em Tomar, mas ficaram recordações incandescentes, tão ou mais incandescentes quanto o cataclismo de 17 de Junho de 2017 tudo derruiu, restam paredes calcinadas. Voltou-se em romagem às aldeias serranas, num dia quente de Agosto. Aqui ficam as impressões.



Há muita casa reconstruida, mas dá-se logo nas primeiras impressões pela ausência de presença humana, tal como se sentiu naquele final do ano de 1955. São pessoas que se entusiasmam, que reedificam, que têm hoje a facilidade do piso alcatroado, mas aqui não há discotecas, só o silêncio da montanha, os mais novos não apreciam tanta e tal quietude. É preciso descer uma encosta íngreme até chegar à praia fluvial da Lousã, junto de um castelinho único no país, e de onde se avista, sempre coberta por uma aura de misticismo, a ermida da Piedade. Por aqui se cirandou, em pleno Agosto eram escassos os veraneantes. Mas sabe muito bem ter vindo reviver o passado.



Esta escadaria foi sempre o quebra-cabeças dos mais velhos, naqueles saudosos tempos fazia-se a lista de compras ao pormenor, situações houve em que por esquecimento se teve que regressar à Lousã para comprar caixas de fósforos ou pacotes de leite. Tomava-se o pequeno-almoço e subia-se esta lauta escadaria, descia-se a montanha, mercadejava-se na Lousã, tomava-se café na Túlipa Negra, às vezes a companha exigia ir para a praia fluvial, nestes casos comia-se ligeiro e voltava-se a meio da tarde. No regresso, ninguém se lamuriava a descer todos estes degraus.



Falou-se acima que depois de Casal Novo, naquela manhã de descoberta das aldeias serranas, em 1995, se avançou para Talasnal. O panorama era tão inacreditável que se saiu do carro, questionando que mundo parado era aquele. Muitos anos mais tarde, o viandante leu uma tese de mestrado intitulada “Terra que já foi terra” sobre a vida dos serranos que aqui levaram vida tão mortificada, daqui fugiram, o último habitante das aldeias serranas aqui se suicidou no dia 25 de Abril de 1974, quando chegara um progresso a estas alturas, a eletricidade. Fugiram todos da miséria, da má memória, muitíssimos poucos regressaram. Agora é um paraíso turístico e mesmo residencial. Há alternativos alemães e suíços a viver noutras aldeias, como Chiqueiro e Vaqueirinho. Talasnal tornou-se uma aldeia flamejante, tem comércio, casas para alugar, sente-se que lateja a regeneração permanente.



O viandante e companha vezes a fio desceram uma encosta íngreme, cuja subida fazia suar a estopinhas, à procura do bálsamo desta água corrente, sempre murmurante, circundada por cenários edénicos. Não poucas vezes e fizeram passeios pedestres a caminho da velha estação elétrica e depois tudo se palmilhava até Talasnal. O viandante já não tem pernas e sofre de maleitas na coluna para saborear tal aventura. Preferiu reviver Talasnal, encontrar o senhor Jorge que em 1997 ali montou bar, e que tem sido um sucesso, dedica-se também ao negócio de velharias, o viandante comprou mil páginas dos romances de Italo Svevo, edição de Gallimard, em estado novo, por um euro, há horas de sorte. E também chegou a hora de regressar.


Em jeito de despedida, aqui se mostra a aldeia de Candal, vindo da estrada de Castanheira de Pera a caminho da Lousã é a primeira aldeia de Xisto a visitar, antes de Cerdeira, já em 1995 estava composta e bem mantida. Olhando a imagem, a penúltima casa era um aprazível tasquinho onde se procurava uma bebida fresca e uma sombra. É assunto do passado, o negócio fechou. E assim se viveu um dia magnífico que dá para perceber que a palavra saudade é intraduzível em qualquer idioma.
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Nota do editor

Último poste da série de 15 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17973: Os nossos seres, saberes e lazeres (240): De Manchester para Lisboa, ficam as saudades (9) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P18000: O nosso blogue em números (43): Eu registei a visualização nº 8200000, ontem, às 18h47, e portanto o nosso recorde dos 10 milhões!... Aqui fica para memória futura... E parabéns, conseguimos! (Jorge Araújo)



1. Mensagem do nosso colaborador permanente, Jorge Araújo:

Data: 21 de novembro de 2017 às 19:25
Assunto: VISUALIZAÇÃO - 8.200.000

Caro Camarada Luís,

Tal como previas esta manhã no P17997 (*), "hoje, 21 de novembro, logo mais ao fim da tarde, atingimos os 8,2 milhões" de visualizações. Adicionado o registo anterior dará, então, a soma de 10 milhões.

Eram 18h47 quando o marcador atingiu esse número. Aqui deixo o competente registo de prova para memória futura.

Seria interessante, caso aceites a ideia, que a sua divulgação correspondesse ao próximo poste - o 18.000.

PARABÉNS... conseguiste/conseguimos!

Boa semana

Um forte abraço para o colectivo de editores.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Guiné 61/74 - P17999: Agenda cultural (610): O livro "Guiné - Crónicas de Guerra e Amor", da autoria de Paulo Cordeiro Salgado, foi apresentado no passado dia 16 de Novembro, na Messe de Oficiais, no Porto (Paulo Salgado / Amaral Bernardo)



O LIVRO "GUINÉ - CRÓNICAS DE GUERRA E AMOR", DE PAULO CORDEIRO SALGADO, FOI APRESENTADO, NO PASSADO DIA 16 DE NOVEMBRO, NA MESSE DOS OFICIAIS, NO PORTO

O Presidente do Núcleo do Porto da Liga dos Combatentes, Sr. Coronel José Manuel Belchior, deu corpo à apresentação do meu livro “Guiné – Crónicas de Guerra e Amor”, em ambiente militar, e que teve lugar na messe de oficiais, à Batalha, no Porto, no dia 16 do corrente mês de Novembro. 

A mesa foi constituída pelo representante do General Comandante do Pessoal, Sr. Coronel Jaime Sequeira, que presidiu; o Sr. Coronel José Manuel Belchior, que moderou; o editor, o Sr. Tenente-Coronel na reserva, António Lopes (Sá Gué); o apresentador, Sr. Dr. Amaral Bernardo, Médico e Professor jubilado, além do autor, Paulo Cordeiro Salgado, este vosso amigo.

Estiveram presentes alguns militares e ex-militares, pessoas amigas, colegas de juventude, além da mulher e da filha do autor.


O autor, Paulo Cordeiro Salgado, com a filha e a esposa

 O autor, Paulo Cordeiro Salgado, e o senhor Coronel José Manuel Belchior

Este encontro inseriu-se no contexto de tertúlias organizado pela Liga do Combatentes, sob o lema “Fim do Império”, evento que tem periodicidade mensal.

Após a apresentação do livro pelo Dr. Amaral Bernardo, teve lugar um animado debate em torno do livro e de situações relativas ao ambiente da guerra colonial, um tema que não está esgotado e que, segundo alguns dos presentes, deve ser abordado e transmitido às gerações que se seguiram à que teve de enfrentar uma situação bélica não desejável.

Como é razoável e intelectualmente correcto, abstenho-me de fazer comentários. No entanto, darei a conhecer, muito brevemente, a ideia geral, a súmula, da apresentação que, gentilmente, o Dr. Amaral Bernardo me entregou. Permitam-me, ao menos, uma palavra de respeitosa referência aos militares na reserva e ainda aos militares no activo e aos amigos que, uma vez mais, ousaram acompanhar este evento.

A apresentação do livro foi acompanhada de um texto que se junta na globalidade, respeitando o interesse e o empenho do Dr. Amaral Bernardo, bem como a autorização pertinente. À medida que ia lendo alguns excertos, ia comentando o que lhe “deu” o livro. Agradeço-lhe a generosidade, sempre despida de louvaminhices, pois este Amigo não é e nunca foi de “passar a mão pelo lombo” a ninguém.

O autor.

"Guiné - Crónicas de Guerra e Amor"
de Paulo Cordeiro Salgado,
Lema D'Origem, Lda. - Outubro de 2016
Prefácio de Mário Tomé


O apresentador, Prof Amaral Bernardo, e o autor Paulo Cordeiro Salgado

Professor Amaral Bernardo

«LIVRO “CRÓNICAS DE GUERRA E AMOR”, DE PAULO CORDEIRO SALGADO APRESENTAÇÃO PELO DR. AMARAL BERNARDO NA TERTÚLIA “O FIM DO IMPÉRIO” PROMOVIDA PELA LIGA DOS COMBATENTES DO NÚCLEO DO PORTO

O autor deste livro é o Dr. Paulo Salgado, aqui presente, amigo com quem partilhei “interessantes cumplicidades”, como ele teve a gentiliza de referir na simpática dedicatória com que fez o favor de me autenticar nesta obra.
Se a Mário Tomé, “não esperando”, não o surpreendeu por ser o comandante de companhia (ver prefácio), a mim, o convite para esta delicada tarefa apanhou-me… sexta-feira… num fim de tarde à secretária… Tinha estado na apresentação aqui no Porto. O Dr. Manuel Pavão havia lido algumas crónicas do livro… tinha deixado para altura mais oportuna a leitura plena… pum!
Não pude recusar!
E aqui estou.

Quem conhece o Paulo Salgado sabe que ele tem um traço partilhado pelos “malandrecos”… Olhem bem para esta foto da contracapa… Só há um termo que define plenamente… PÍCARO, julgo, como dizem os… espanhóis, no bom sentido, entenda-se.
Contudo sinto-me honrado com esta “malandrice” e de modo nenhum podia recusar, dado o nosso histórico comum… a Guerra, o Hospital de Sto. António e as andanças da cooperação com a Guiné-Bissau… embora sinta o peso da responsabilidade. Este livro já foi apresentado a vários públicos por pessoas bem legitimadas para o fazerem. Mas, como se calhar, só ele é que ouviu as outras, pelo que conto com a sua compreensão e benevolência. E quem sabe, porventura valorizará ainda mais as anteriores.

Sobre o livro em si…
Mais que apresentá-lo, vou mais descrever o que me tocou, as emoções que vivi.
Reconheço que após este nosso encontro aqui, no livro... ficámos ainda mias próximos.
Muito bem organizado, como se pode ver na arrumação de:
Advertência – Prefácio – Olossato – Termos utlizados – Bibliografia – Poilão de Brá.

A acção principal do livro desenrola-se na então Guiné, mormente no período da guerra pela independência – mas vai mais longe: dá traços históricos desde a descoberta até aos nossos dias, passando pelas vicissitudes da colonização (com tudo o que teve de bom e de mau – a escravatura) e, mais recentemente, já depois da independência, a COOPERAÇÃO. E de que é que trata, então?
Vinte anos depois de ter terminado a COMISSÃO DE SERVIÇO (como então se dizia) um ex-oficial miliciano-alferes volta à Guiné, agora como cooperante e conta-nos, em crónicas vividas, o que sentiu... e voltou a viver.
Estamos a falar do Alberto... e quem é ele? Quem foi ele?
Pode parecer estranho... mas eu conheci o Alberto antes de ele ser o Alberto (no Hospital de Sto. António nas nossas andanças da cooperação na montagem e execução de um projecto de formação pós-graduada a médicos da Guiné-Bissau promovido pelo Banco Mundial e que o consórcio ICBAS/HGSA ganhou em concurso Internacional - 2 anos, melhor, 4). Conheci-o, direi bem... em consequências das ”cumplicidades” que fomos criando.

É um livro muito bem conseguido.
Capa sóbria… singela… a respeitar e proteger o conteúdo raro… delicado… sublime… os sentimentos… as emoções vividas… vidas no limite!
Os últimos parágrafos de cada crónica são reveladores de ideias-chave:
DOR – DESESPERO – TRISTEZA – MAS TAMBÉM AMOR E ESPERANÇA; A HISTÓRIA – mergulhar no passado; os cenários; as personagens; o gongorismo do discurso.
Li este livro antes. Depois vivi o livro.
Não é um livro para ler… é um livro para se ir saboreando como deve ser feito com tudo o que é raro.
Este é um livro precioso... não é mais um livro... é genuíno... verdadeiro, que nos traz, e que nos faz viver com o autor, recordações de um tempo único, radical... no fio da navalha e que marcou e alterou a nossa vida para sempre, tão entranhadamente se meteu em nós que continuamos a viver ‘la’ (como diz Luís Albuquerque, psiquiatra – estes rapazes continuam em guerra!).
E que tem beleza... e a poesia que emana do destilado cristalino das vivências autênticas... primárias, sempre de sobrevivência... que nos agarraram à vida.
Puros adjectivos? Não! Quem o ler verá que eu fui modesto no que acabo de dizer.
Homenagem aos que morreram… aos que deixaram lá o nosso bem supremo – A VIDA
Nós somos História… breve acabaremos… depois, os historiadores deturparão consoante o figurino político.
Somos todos responsáveis…

LOBO ANTUNES refere na última entrevista ao Ípsilon (ver Público de 10.11.2107), de que respigo algumas ideias:
«Não sei explicar bem, mas a maior parte do que sou continua lá.
Foi uma experiência tão radical… tão violenta…
Isto vai dar cabo da nossa juventude, da nossa idade madura, da nossa velhice…
Não é possível contar um quotidiano de guerra a quem não esteve na guerra.»

Minhas Caras e meus Caros,
Aquilo dói muito.
Ninguém desce vivo de uma cruz!
Passaram? Ainda lá estou.
Está tudo tão vivo… os cheiros … as cores…
Nunca vi nada mais bonito… os crepúsculo e os amanheceres muito rápidos…
Uma sensualidade enorme!

Amaral Bernardo
16 de Novembro de 2017
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Notas do editor:

- Paulo Salgado foi Alf Mil Op Esp da CAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72

- Amaral Bernardo foi Alf Mil Médico do BCAÇ 2930, Catió, 1970/72

Último poste da série de 21 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17998: Agenda cultural (609): Tertúlia do Programa Fim do Império, 1.º Encontro no Clube do Alto da Barra, dia 24 de Novembro, 6.ª feira, às 15h00 (Manuel Barão da Cunha)

Guiné 61/74 - P17998: Agenda cultural (609): Tertúlia do Programa Fim do Império, 1.º Encontro no Clube do Alto da Barra, dia 24 de Novembro, 6.ª feira, às 15h00 (Manuel Barão da Cunha)

Tertúlia do Programa Fim do Império
Clube do Alto da Barra

1.º Encontro: dia 24 de Novembro, 6.ª feira, 15h00, no salão do Clube

Integrando apresentação de livros, com participação de autores:
da coleção Fim do Império, da autoria do editor Daniel Gouveia, frequentador do Clube, alferes miliciano em Angola, elemento do Quinteto Académico, 5.º/Arcanjos e bons demónios, reedição, de DG Edições, e 19.º/Cartas do Mato, de Âncora Editora (cada exemplar custa 12€, mas quem comprar os dois só paga 20€, sendo 20% para o CAB);



e “Caminhando pelas ilhas açorianas”, dos sócios eng.ª química Maria Antonieta e farmacêutico dr. Eduardo Barata (combatente em Angola, professor da Academia Sénior de Oeiras).


O Clube do Alto da Barra (CAB) fica situado no complexo urbanístico Alto da Barra, na extremidade mais próxima de Carcavelos e da universidade em construção, em frente à Feitoria do Colégio Militar e praia da Torre. 
O complexo é constituído por cinco blocos, dois mais próximos da avenida marginal (B e E) e três na retaguarda (A, C e D). 
O CAB tem a entrada próximo do bloco D. Entra-se no complexo junto ao bloco A, após rotunda debaixo da Marginal, para quem vem de Cascais, e próximo do INATEL; ou junto ao bloco C, após saída da Marginal, para quem vem de Lisboa e após semáforos.

Informação encaminhada, como sempre, pelo Coronel de Cav Ref, Manuel Barão da Cunha 
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Nota do editor

Último poste da série de 20 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17994: Agenda cultural (608): Uma grande festa de amor, amizade e camaradagem, a do lançamento do livro "A Caminho de Viseu", do Rui Alexandrino Ferreira, nas instalações do RI 14, Viseu, em 4 do corrente - Parte II

Guiné 61/74 - P17997: O nosso blogue em números (42): Parabéns, camaradas e amigos, atingimos hoje 10 milhões de visualizações, desde 23/4/2004... É um número redondo, e é caso para celebrar e refletir: 761 membros (registados) da Tabanca Grande, 18 mil postes publicados, um arquivo fotográfico fantástico, dezenos de livros que "todos ajudámos a escrever", quase 14 anos a "partilhar memórias e afetos"... e sobretudo a recusa, de toda uma geração de ex-combatentes, em ir na forma... para a "vala comum do esquecimento"...


Hoje, 21 de novembro de 2017, o nosso blogue atinge os 10 milhões de visualizações / visitas!... E no dia 23 de abril de 2018 completaremos os 14 anos de existência!

Infogravura: Miguel Pessoa (2017)


1. Em 6 de março deste ano, o Jorge Araújo havia fixado, para a eternidade, às 11h11, o nº 7777777 no nosso contador de visualizações... Sete milhões setecentos e setenta e sete mil, setecentos e setenta e sete...

Fantástico, é como se se tratasse da passagem de um metereorito, ou até de um meteoro ou de um cometa!... O caso não era para menos: era uma "capicua perfeita e irrepetível"... Com mais um dígito 7, só daqui a 70 anos é que veríamos o contador atingir os 77 milhões, 777 mil e 777 visualizações.!... (Se lá chegássemos, e se o nosso blogue lá chegasse, e se o nosso planeta, a rebentar pelas costuras, lá chegasse...).

Hoje, 21 de novembro, logo mais ao fim da tarde, atingimos os 8, 2 milhões  ou seja, mais meio milhão (a contar  de março de 2017)... Se somarmos aos 1,8 milhões de visualizações que vêm contabilizados desde o início do blogue (abril de 2004) até julho de 2010 (, mês e ano em que começou a funcionar o atual contador), temos a bonita soma de 10 milhões de visualizações de páginas!...

Em 13 anos e meio de vida do blogue (faremos 14 anos em 23/4/2018, se lá chegarmo, e se Deus, Alá e so bons irãs nos protegerem..), dez milhões de visualizações são um número bonito para um blogue como o nosso que não fala de política, futebol e religião... E não tem publicidade. E tem a concorrência (no mínimo, desleal...) do Facebook...

Ocasião para deslumbramentos? Nada disso!... Não estamos a competir com nada nem com ninguém, apenas connosco próprios: na realidade, a nossa luta é contra o tempo, é contra a inércia, é contra o esquecimento, é contra a corrente, é contra o cinismo dos poderes instituídos, é contra o envelhecimento, é contra a literacia funcional e informática da nossa geração...

Ao fim destes anos todos, temos apenas (!) 761 membros (registados) na  nossa Tabanca Grande, mesmo assim somos provavelmente a maior comunidade virtual de antigos de combatentes de guerras contemporâneas em toda a Web. E também nos encontramos, cara a cara, e à mesa, com maior ou menor regularidade, a nível local, regional e nacional. (Isto sem desconsideração pelos 2560 amigos da nossa página do Facebook, Tabanca Grande Luís Graça).

Modéstia à parte, somos também um grupo de ajuda mútua e prestamos um serviço (porque não dizê-lo?) público... Somos um blogue em português, lusófono e tudo o que também diz respeito à historiografia da presença portuguesa  no mundo (da Guiné a Timor), não nos é indiferente...Fazemos pontes com o passado, o presente e o futuro. Fazemos pontes entre os falantes da língua portuguesa.  Temos, enfim, uma relação especial com a Guiné e o seu povo: de carinho, de solicitude, de amizade, de solidariedade, de esperança...

Neste espaço de tempo, já realizámos, por exemplo, 12 encontros nacionais da Tabanca Grande desde 2006, com um total de 1648 participantes (oriundos de todas as partes de Portugal continental, das regiões autónomas e da diáspora lusitana).

No final de 2016, estávamos com 9,3 milhões de visualizações, oriundas sobretudo de Portugal (42%), EUA (25%), Brasil (7%), Alemanha (5%) e França (4%). (**).

Comparando com os dados de finais de 2016, temos até agora mais 30 novos grão-tabanqueiros, passando dos 731 para os 761 (61 dos quais já falecidos). (***)

Quanto ao número de postes publicados, não devemos ultrapassar os 1250, este ano. Estamos com cerca de 1100 (****). Mas no total já ultrapassámos os 18 mil postes.


2. Camaradas e amigos: não temos "graveto" (como se diz no Porto...) para fazer um jantar de gala no Panteão Nacional ou no Palácio de Queluz... Mas vamos comemorar, modestamente, à nossa maneira... Como? 

Vamos continuar a

(i) enriquecer o nosso património de memórias e de saberes sobre a Guiné e a guerra que nos coube em sorte, entre 1961 e 1974;

(ii) trazer um "periquito" connosco e apadrinhar a sua entrada na Tabanca Grande: queremos chegar  aos 800 no final do ano de 2018!;

(iii) ler e comentar os nossos postes;

(iv) publicar mais fotos;

(v) fazer um esforço para identificar e motivar gente nossa com gosto para a escrita e/ou para a fotografia!...

E, naturalmente, vamos desde já (vi) preparar o nosso XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande, a realizar em Monte Real, Leiria, em 5 de maio  de 2018. Registem na agenda!... No mesmo sítio do costume e com rancho melhorado!...

Nestes 10 milhões de visualizações (grosso modo, visitas), estás tu, caro leitor, estamos todos nós, editores, autores, colaboradores permanentes, leitores!...

E se há algum mérito neste desempenho bloguístico, isto deve-se a quem nos lê, comenta, escreve, manda textos e fotos, convive nas nossas tabancas... (Tabancas de Matosinhos, dos Melros, do Centro, da Linha, etc, sem esquecer a Tabanca Grande que é a mãe de todas as tabancas...).

A ti, caro leitor, o nosso Oscar Bravo, o nosso OBrigado! 

A todos os nossos colaboradores permanentes, o nosso Alfabravo, o nosso xicoração fraterno! 

.... E,  claro, não podemos esquecer, neste dia, os nossos editores que começaram (e a continuam) a fazer este blogue, e que deram (e continuam a dar) o seu melhor!

_________________

Notas do editor:

(*) Último blogue da série > 7 de março de 2017 > Guiné 61/74 - P17113: O nosso blogue em números (41): O Jorge Araújo registou ontem, dia 6, às 11h11, o nº 7777777 no nosso contador de visualizações: uma capicua perfeita e irrepetível... Na próxima (77777777), daqui a 7 décadas já estaremos todos/as a dormir o sono dos justos... Os heróis, poucos, esses terão um lugar especial no Olimpo...

(**)  Vd. poste de 7 de janeiro de 2017 > Guiné 61/74 - P16928: O nosso blogue em números (40): No final de 2016, atingimos um total de 9,3 milhões de visualizações... Quem nos visita, vem sobretudo de Portugal (41,9 %), EUA (24,9 %), Brasil (6,8 %), Alemanha (4,6 %) e França (4,3%)

(***) Vd. poste de 5 de janeiro de 2017 > Guiné 61/74 - P16922: O nosso blogue em números (39): Em 13 anos, de 23/4/2004 até ao final de 2016, publicámos 16890 postes, e a Tabanca Grande tem hoje 731 membros (51 dos quais falecidos)

Guiné 61/74 - P17996: Historiografia da presença portuguesa em África (102): António Estácio: O Contributo Chinês para a Orizicultura Guineense - Parte IV: (vi) da importação à exportação de arroz de arroz

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Leiria > Monte Real > 2010 > V Encontro Nacional da Tabanca Grande, Leiria, Monte Real > António Estácio, 

1. Continuação da publicação da comunicação do António Estácio, sobre o contributo da comunidade chinesa na Guiné, para o desenvolvimento da cultura do arroz, nas primeiras décadas do séc. XX.

Temos a autorização expressa do autor, o nosso amigo e camarada António [Júlio Emerenciano ] Estácio, que tem 45 referências no nosso blogue. Eis aqui uma breve nota curriucular sobre ele:
(i) é lusoguineense, nascido em 1947, e criado no chão de Papel, em Bissau, com raízes transmontanas, tendo vivido também em Bolama;

(ii) formou-se como engenheiro técnico agrário (Coimbra, 1964-1967, Escola de Regentes Agrícolas, onde foi condiscípulo do Paulo Santiago), depois de frequentar o Liceu Honório Barreto;

(iii) fez a tropa (e a guerra) em Angola, como alferes miliciano (1970/72);

(iv) trabalhou depois em Macau (de 1972 a 1998);

(v) vive há quase duas décadas em Portugal, no concelho de Sintra;

(vi) é membro da nossa Tabanca Grande desde maio de 2010;

(viii) tem-se dedicado à escrita, dois dos seus livros mais recentes narram as histórias de vida de duas "Mulheres Grandes" da Guiné, a cabo-verdiana Nha Carlota (1889-1970) e a guineense Nha Bijagó (1871-1959);

(ix) o seu livro mais recente (2016, 491 pp.), de temática guineense, tem como título "Bolama, a saudosa", edição de autor;

(x) a comunicação que agora se reproduz foi feita no âmbito da V Semana Cultural da China, de 21 a 26 de janeiro de 2002;


2. O Contributo Chinês para a Orizicultura Guineense - Parte IV: (vi)  da importação à exportação
 de arroz (pp. 452-458 ):













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(Continua)
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Notas do editor:

Postes anteriores da série;


16 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17977: Historiografia da presença portuguesa em África (100): António Estácio: O Contributo Chinês para a Orizicultura Guineense - Parte II: (iii) da pesca à agricultura; (iv) os primeiros chineses e seus descendentes

15 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17974: Historiografia da presença portuguesa em África (99): António Estácio: O Contributo Chinês para a Orizicultura Guineense - Parte I: (i) preâmbulo: (ii) generalidades