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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Guiné 63/74 - P13748: Agenda cultural (342): Convite para assistir à apresentação do livro "Corredor da Morte", de Mário Vitorino Gaspar, dia 28 de Outubro de 2014, pelas 15h00, no Auditório Jorge Maurício, na ADFA, Lisboa (Mário Vitorino Gaspar)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Vitorino Gaspar (ex-Fur Mil At Art e Minas e Armadilhas da CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68), com data de 15 de Outubro de 2014:

Caros Camaradas e Amigos
Como vai a Tabanca Grande?
O meu filho está a enviar este Anexo visto não me ser possível, por enquanto, ir ao computador.

- Vai Presidir à Mesa o Presidente da Direcção Nacional da Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA), Comendador José Eduardo Gaspar Arruda

- A Apresentação do Livro vai ser feita pela Professora Ermelinda Caetano

- Mário Vitorino Gaspar como Autor do Livro.

Um abraço
Mário Vitorino Gaspar

Nota: Não tenho acompanhado o Blogue, a vista esquerda está um pouco turva.
Existiram algumas Sondagens? Gosto sempre de participar, nem que seja através de mensagens via telemóvel. Se existe alguma Sondagem em curso digam-me.
Embora o conheçam aqui vai o meu contacto: 93 621 42 84
 
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Nota do editor

Último poste da série de 15 de Outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13740: Agenda cultural (341): Apresentação do livro do Prof. Doutor Valentino Viegas, "Goa, O preço da identidade", dia 21 de Outubro de 2014, pelas 15h00 horas, na Livraria-Galeria Municipal Verney/Colecção Neves e Sousa, em Oeiras (Manuel Barão da Cunha)

terça-feira, 30 de julho de 2013

Guiné 63/74 - P11886: Prosas & versos de Ricardo Almeida, ex-1º cabo da CCAÇ 2548 (Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71) (9): Em louvor dos deficientes das forças armadas (DFA) (Ricardo Almeida)

1. Texto enviado em 26 de janeiro último pelo Ricardo Almeida [, ex-1.ºcabo, CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Farim, K3 / Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71]

Tem este texro o fim de alertar consciêcias esquecidas neste nosso Portugal: refiro-me ao ostracismo e desprezo que os nossos governantes têm votado as Forças Armadas de Portugal e,  mais concretamente, aos deficientes militares que depois de 40 anos do término da guerra colonial, continuam a clamar que lhe seja aplicado o Decreto Lei nº 43/76.

Refiro ainda que este texto foi publicado no jornal ELO, orgão da ADFA [,publicação que tem já 39 anos de existência].

Nunca o conceito de soldado esteve tão actualizado a meu ver e, nesse sentido, lembro aos nossos governantes uma lição que aprendi nos bancos da escola primária.

Então: o soldado é o homem a quem a pátria confia a sagrada missão de velar pela sua honra, de garantir a sua independência.  Ao dar-lhe a farda e a arma ela diz-lhe:

"Aqui tens esta farda, pega nesta arma, de agora em diante és o meu defensor e conto contigo! Enquanto te exercitas no manejo das armas, te afazes ao frio, ao calor e á fadiga e te submetes à obdiência, o país,  graças a ti, que velas por ele, pode entregar-se tranquilamente aos trabalhos da paz. Orgulha-te da tua missão; esta farda, respeita-a,  livra-te de a desonrar. Desde o dia que pela primeira vez a vestires não deixes que o teu coração perca os sentimentos de dignidade e de coragem que convêm aos homens a quem Portugal, comete a nobre missão de velar pela sua honra e pela sua indepedência. Lembra-te que a nossa história nos dá belos exemplos do brio dos nossos soldados! Segue estes exemplos e a pátria ser-te à eternamente grata."

Ora seguindo estes exemplos, a ADFA é sua herdeira
 e fiel depositária desse espirito. Então:  à ADFA, a
todos os que partiram e aqueles que já têm a viagem marcada, aqui deixo o meu grito de revolta, clamando por justiça que não se acalma sem ver o Dec Lei nº 43/76 posto em prática e na íntegra, em tudo o que diz respeito aos deficientes das forças armadas,  sem subtarfugios e invenção, de mais um [Dec Lei nº] 134/97,  de tão má memória para todos nós.

Não podemos permitir que alguém, sem conhecer o nosso passado, se arrogue o direito de nos negar sem que primeiro, nos consultar sobre as nossas necessidades e mazelas que ao serviço da pátria, não regateamos esforços pela nossa condição; e que por via disso, se criou o Decreto Lei nº 43/76, para que a pátria reconheça todos os sacrificios passados!

Vêm agora uns senhores esbarrar connosco sobre um direito que é dos mais elementares; a saúde gratuita e extensiva ás nossas companheiras que,  pelo o seu carinho,esforço mental e psicológico e também fisico, merecem estar em lugar cimeiro nesta nação Portugal.

Junto especifico a razão do texto.

2. Poema > Em louvor dos Deficientes das Forças Armadas (DFA) e demais combatentes


Mas como pode Portugal
Desprezar tantas familias,
Não cumprindo o seu dever
E os corpos devolver,
P'ra se fazer o funeral.

E deste mundo cruel,
Quando amanhã eu morrer,
Não levo saudade, mas levo a paz,
De tanto na vida sofrer.

Fui fazer guerra a um povo
Que. de tão martirizado.
Pegou em armas de fogo
P'ra banir tanto diabo.

E, como se não bastasse,
Muitos de nós lá ficaram,
Cegos, amblíopes e estropiados.
E, se a vida que eu carrego,
Fosse minha por um segundo,
Não me importava ser cego
P'ra depois ver este mundo!

Uma criança corria
Com seu arco na bagagem,
Era o brinquedo que tinha
P'ra ser mais breve a viagem.

Sua mãe fora doçura,
Mas seu pai o pôs andar,
De casa com amargura,
Por não haver que lhe dar.

Disse adeus à sua terra
E às coisas belas que tinha,
Feito homem foi p'ra guerra,
Com saudades da mãezinha.

Com vinte anos de vida
O ensinaram a manejar
Uma arma assassina,
P'ra em terra estranha matar!

Uma criança corria
Com seu arco na bagem,
Era o brinquedo que tinha
Naquela mata que ardia!

E fugia, fugia.
De Coimbra para Coimbra,
Um comboio circulava
E outro que de lá vinha,
Em Coimbra ele parava.

Gente, muita gente,
E eu estava no meio,
Coimbra e mais gente apressada!
Para onde irão com tanta pressa?

E eu, sem pressa, aqui estou,
À espera, embebedando-me
Com a paisagem
De água
E comboios
E gente.

Estou a viver um sonho
Do qual não posso fugir,
É um processo medonho
Que tenho que concluir.

Não faço parte da terra,
Não faço parte do todo,
Mas fiz parte duma guerra
Em terras de outro povo.

Fiz um poema à lua
E não é que ela gostou?
Mas disse-me que era só tua
Porque por mim já passou!

Vê lá bem essa malvada...
Que luar não mais me deu!
E disse que era só tua,
P' não me preocupar com nada
Porque está a chegar ao fim,

A minha noite de breu
Por onde tenho caminhado.
E sair fora de mim,
Deixando-te o meu legado.

Marques de Almeida


PS - Aquele abraço a toda a Tabanca Grande. Luis,  eu não tenho por hábito dar titulo ao que escrevo por isso se lhe quiseres dár-lhe,  estás á vontade. Um grande abraço,  meu amigo.

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Nota do editor:

Último psote da série > 10 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11548: Prosas & versos de Ricardo Almeida, ex-1º cabo da CCAÇ 2548, Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71) (8): K3, Madrinha de guerra

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Guiné 63/74 - P9241: Recortes de imprensa (54): No DN, declarações do Ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, na Associação dos Deficientes das Forças Armadas: Temos que fazer a paz com a História

Com a devida vénia ao DN - Diário de Notícias, transcrevemos declarações do actual Ministro da Defesa, proferidas na ADFA durante uma cerimónia evocativa dos 50 anos da Guerra Colonial.



O ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, afirmou hoje que Portugal "vive mal" com o tema da Guerra Colonial e defendeu que 37 anos depois do fim do conflito é preciso "fazer a paz com a História".

Por Lusa (Ontem)

"Com razão ou sem razão, a verdade é que parece que temos vergonha da guerra. Vivemos mal com as razões que nos levaram para África, vivemos mal com o que lá se passou e consequentemente com quem por lá passou", disse Aguiar-Branco.

O ministro, que discursava numa cerimónia na Associação de Deficientes das Forças Armadas (ADFA) de evocação dos 50 anos do início da Guerra Colonial, considerou ser responsabilidade do seu ministério "fazer a paz com a História" e assegurou que irá pessoalmente "conduzir o processo" e que nos próximos quatro anos tudo fará "para que isso seja possível".

"Somos todos muito mais filhos da Guerra Colonial do que estamos dispostos a admitir", continuou, apontando a ADFA como "a organização que mais se empenhou em evocar os cinquenta anos da Guerra Colonial". Aguiar-Branco considerou que "a perseverança" desta associação "ao serviço dos combatentes, muitas vezes com a própria inércia do Estado, exige, todos os dias, que estes homens não sejam esquecidos".

O ministro da Defesa defendeu ainda que "a manutenção da isenção das taxas moderadoras e a manutenção dos subsídios aos deficientes das Forças Armadas" é "uma questão de Justiça" e que "o contrário seria sempre imoral".

Já aos jornalistas, no final da cerimónia e depois de ter sido descerrada uma placa evocativa, afirmou que a valorização do papel Forças Armadas na Guerra Colonial se faz realçando o que a instituição "significou no nascimento da nossa democracia" e reconciliando "esse período com os exemplos vivos". Aguiar-Branco reforçou que "serão sempre prioritárias as medidas que puderem ir ao encontro da reparação que estes portugueses merecem". [...]
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 8 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9159: Recortes de imprensa (53): Em, A Semana - Opinião, África no tempo das belas Signares, de Arsénio Fermino Pina (Nelson Herbert)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8519: Agenda Cultural (142): Apresentação do livro “CATARSE” do Capelão Militar Abel Gonçalves

Camaradas,

Passamos divulgar o seguinte convite para a apresentação de um livro que vai ter lugar na próxima sexta-feira, dia 08 de Julho, na A.D.F.A. - Associação dos Deficientes das Forças Armadas, do Porto, às 16H00, solicitando a sua divulgação junto dos vossos amigos.

APRESENTAÇÃO DO LIVRO “CATARSE” DO CAPELÃO MILITAR ABEL GONÇALVES

Convidam-se os Associados, familiares e amigos a estarem presentes na apresentação do livro “CARTARSE”, da autoria do Padre Abel Gonçalves, a ter lugar no dia 08 de Julho de 2011, às 16H00, no Salão Nobre da Delegação do Porto.
Esta obra descreve as experiências subjectivas de um ser humano na Guerra Colonial na Guiné que, simultaneamente, assume o papel de Capelão e o de militar, e é uma oferta do seu autor à Delegação do Porto da ADFA, revertendo o produto da sua venda para as obras.
A DIRECÇÃO
O Presidente
(Abel Fortuna)
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Nota de MR:
Vd. último poste desta série de 4 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8502: Agenda Cultural (141): Inauguração da Exposição de Fotografia Flores Que Não Existem e lançamento do livro Na Kontra Ka Kontra, dia 7 de Julho pelas 17 horas no Vivacidade - Espaço Criativo - Porto (Fernando Gouveia)

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Guiné 63/74 - P8389: Agenda Cultural (129): Apresentação do livro Dias de Coragem e de Amizade, de Nuno Tiago Pinto, no dia 7 de Junho passado na sede da ADFA (Miguel Pessoa)





1. Em mensagem do dia 7 de Junho de 2011, recebemos do nosso camarada Miguel Pessoa, ex-Ten Pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74, hoje Coronel Pilav Reformado, a reportagem que se segue, referente à apresentação do livro "Dias de Coragem e de Amizade", de Nuno Tiago Pinto.





APRESENTAÇÃO DO LIVRO “DIAS DE CORAGEM E DE AMIZADE





Em 7 de Junho decorreu nas instalações da Associação de Deficientes das Forças Armadas (ADFA) a sessão de lançamento do livro “Dias de Coragem e de Amizade”, do jornalista Nuno Tiago Pinto, obra publicada pela Editora “A esfera dos livros”*.

Este jornalista passou anteriormente pela SIC Notícias e O Independente, e está desde 2006 ligado à revista Sábado, onde é subeditor da secção Portugal.

Na mesa de honra estavam o anfitrião, Comendador José Arruda, presidente da ADFA, ladeado pelo autor, Nuno Tiago Pinto, e Marta Paixão, da editora “A esfera dos livros”. Nos extremos da mesa sentavam-se ainda o fotógrafo Rafael G. Antunes, que colaborou neste livro, e o nosso camarada Carlos de Matos Gomes, autor do prefácio da obra.

Nas palavras de apresentação do livro, Matos Gomes realçou a franqueza e lealdade que ressalta dos depoimentos incluídos na obra. Por sua vez o autor referiu que este livro retrata os momentos mais dramáticos dos cinquenta entrevistados, ex-combatentes na guerra de África.

Com esta edição o autor pretendeu assinalar os 50 anos do início da guerra colonial. A tomada de contacto com as realidades vividas pelos entrevistados acabou por ultrapassar o objectivo inicial. Afinal, trata-se de aproximar as pessoas de episódios relativamente recentes da nossa História, mas que parecem longínquos para tantos, hoje em dia; e de dar voz aos antigos combatentes, para que eles pudessem de alguma forma relatar aquilo por que passaram – ou que ainda passam, na actualidade.

Após esta apresentação iniciou-se a sessão de autógrafos, que reuniu bastantes interessados. Por curiosidade refira-se que o autor aproveitou a oportunidade para solicitar aos presentes que autografassem o seu próprio livro, nos capítulos que diziam respeito aos entrevistados.

Miguel Pessoa


Giselda com Manuel Bastos, ex-combatente em Moçambique, DFA, autor do livro “Cacimbados – A vida por um fio”.

Carlos de Matos Gomes e José Arruda, presidente da ADFA.

O presidente da ADFA com o autor, Nuno Tiago Pinto.

A Giselda folheia o livro acabado de comprar. Sobre a mesa um segundo livro, a ofertar futuramente a alguém que o mereça…

Aspecto da assistência.

O autor Nuno Tiago Pinto, acompanhado pelo fotógrafo que colaborou neste livro, Rafael G. Antunes.

Aspecto da mesa. Ao centro reconhece-se o Comendador José Arruda, presidente da ADFA, ladeado pelo autor, Nuno Tiago Pinto, e Marta Paixão, da editora “A esfera dos livros”. Nos extremos, o fotógrafo Rafael Antunes e o Cor. Carlos de Matos Gomes.

José Arruda na introdução à obra.

Carlos de Matos Gomes, autor do prefácio do livro, tendo a seu lado Marta Paixão, da editora “A esfera dos livros”.

O autor durante a sessão de autógrafos.

Aspecto da fila formada para a sessão de autógrafos.

Chegada a sua vez, a Giselda cumprimenta o autor.

[Fotos e legendagem: © Miguel Pessoa (2011) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados]
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Nota de CV:

(*) Vd. poste de 6 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8380: Agenda Cultural (128): Lançamento do livro Dias de Coragem e de Amizade, de Nuno Tiago Pinto, editado pela Esfera dos Livros: Lisboa, sede da ADFA, Av Padre Cruz, dia 7 de Junho, 18h30

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Guiné 63/74 - P8380: Agenda Cultural (128): Lançamento do livro Dias de Coragem e de Amizade, de Nuno Tiago Pinto, editado pela Esfera dos Livros: Lisboa, sede da ADFA, Av Padre Cruz, dia 7 de Junho, 18h30



Título > Dias de Coragem e Amizade
Colecção: > História Divulgativa
Nr de páginas > 400 ilustrado
PVP c/ IVA > 23 €
ISBN > 978-989-626-316-4
Formato >16 x 23,5
Encadernação > Brochado
Ano de edição: 2011

Sinopse (Fonte: A Esfera dos Livros... Adaptação livre,  com a devida vénia):


«O fundamental neste livro é que, através daquilo que os protagonistas descrevem, nós, os portugueses de hoje, temos acesso à história dos anos da guerra como ela ficou gravada naqueles que a fizeram. Não é pouca coisa.» Coronel Matos Gomes in Prefácio.

O jornalista Nuno Tiago Pinto ouviu cada um dos 50 testemunhos que fazem parte deste livro e captou o momento mais dramático da sua experiência nos três cenários da guerra colonial – Angola, Guiné e Moçambique.

(i) O médico Abílio Alves esteve um ano e meio em Nambuangongo, Angola, a tentar salvar vidas, com poucos meios e sob ataques constantes;

(ii) António Lobato foi o primeiro piloto a despenhar-se na Guiné, o chamado Vietname português, e aquele que mais tempo esteve preso nas mãos do PAIGC – sete anos;


(iii)  Maria Arminda Lopes Pereira dos Santos [ membro da nossa Tabanca Grande,] pertenceu ao primeiro grupo de enfermeiras pára-quedistas e durante dez anos percorreu vários cenários da guerra colonial;


(iv)  António José Freire foi atingido, em Angola, por um estilhaço que lhe arrancou uma parte do crânio; ao todo, foi operado 18 vezes à cabeça;


(v) José Vicente decidiu arriscar a vida ao volante de um Unimog para a companhia não ficar uma noite inteira sem água. Sofreu um acidente e ficou paraplégico...


São relatos impressionantes, feitos na primeira pessoa, de actos de coragem e de amizade, de medo, heroísmo, desespero, de soldados, médicos, enfermeiras que combateram, de diferentes formas, em nome da pátria. 


Ao todo, foram mobilizados para os três teatros de guerra entre 800 mil, e um milhão de portugueses. Destes, mais de nove mil morreram em combate ou num dos muitos acidentes que, por descuido, falta de preparação ou infortúnio,  acabaram por causar vítimas. Os outros milhares de portugueses regressaram a casa com marcas físicas ou psicológicas de uma guerra que os transformou e marcou para sempre. Esta é a sua história.

Sobre o autor [, foto à esquerda, da editora> Nuno Tiago Pinto:

(i)  Nasceu em 1978, em Lisboa; (ii) licenciou-se em Relações Internacionais; (iii) tirou o curso de especialização em jornalismo no CENJOR; (iv) passou pela redacção da Sic Notícias; (v) foi jornalista e editor de Internacional e de Sociedade no semanário O Independente; (vi)  está desde 2006 na revista Sábado onde é sub-editor da secção Portugal.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Guiné 63/74 – P6629: FAP (50): A Associação dos Deficientes das Forças Armadas homenageou Força Aérea Portuguesa (Carlos Vinhal)

Com a devida vénia ao Correio da Manhã, damos destaque a uma notícia inserta naquele jornal de domingo, dia 20 de Junho de 2010, dando conta de uma cerimónia de homenagem à Força Aérea Portuguesa promovida pela Associação dos Deficientes das Forças Armadas.

O título da notícia "Nunca nos deixaram" é sugestivo, justo e verdadeiro.

É evidente que mais que ninguém, os nossos deficientes estarão reconhecidos aos militares nossa FAP, porque muitos deles, não fora os inestimáveis serviços de evacuação, muitas das vezes nas piores condições de segurança, não estariam vivos.


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Nota de CV:

Vd. último poste da série de20 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 – P6620: FAP (49): Pista da época (Como a fruta) (Miguel Pessoa, ex-Ten Pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74) 

sábado, 13 de março de 2010

Guiné 63/74 – P5991: Iniciativas da ADFA em Lisboa (4): Vítimas de stress pós-traumático da Guerra do Ultramar - Rede Solidária (Luís Nabais)

1. Promovendo mais uma das iniciativas da ADFA (Associação dos Deficientes da Forças Armadas), recebemos esta mensagem do nosso camarada Luís Nabais, ex-Alf Mil Op Esp/RANGER da CCS/BCAÇ 2885, Mansoa 1969/71, com data de 8 de Março de 2010:
Vítimas de stress pós traumático da Guerra do Ultramar Rede Solidária
Camaradas, Queria tornar público, junto dos ex-Combatentes mais vitimados pelas vicissitudes da Guerra do Ultramar, que aproveitem o que nos resta das "esmolas" que este governo, nos vai dando. Creio que é bem explicativo. O Porto e Coimbra também têm psicóloga e psiquiatra. Li, porque me foi também enviado, que a Liga dos Combatentes também tem apoio, pelo que deve também ser publicitada esta iniciativa. Nós, DFA´s, temos uma possibilidade mais rápida de, para alguns, virem a ser também considerados DFA’s, receber apoio médico gratuito (agora), e, eventualmente, uma reforma, se forem considerados como vítimas de stress de guerra. Consultem o folheto infra-anexo. Como sabem faço parte da Direcção da Delegação de Lisboa.
São muitos, como era de prever, os que agora (mais de 35 anos depois do fim da guerra) nos procuram, apenas para que lhes seja prestado apoio psiquiátrico, da Rede Solidária. A viuvez de alguns, o refúgio na bebida, a vida madrasta, os revezes da vida, etc. têm feito com que muitos se tornem de tal modo marginalizados, solitários e intratáveis, que são as próprias famílias a levá-los lá, quando não os deixam ao puro abandono... A ideia desta divulgação surgiu-me, quando fui almoçar com o pessoal do meu Batalhão, no passado dia 6 de Março, e vi o estado de degradação psíquica e física, em que se encontram alguns dos meus Camaradas. Um abraço, e olhem… aproveitem o que ainda nos resta da Rede Solídária.

Luís Nabais Alf Mil Op Esp/RANGER da CCS/BCAÇ 2885 (Sócio efectivo da ADFA, nº 9724) ___________ 

Notas de M.R.: Vd. último poste da série em: 8 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 – P4478: Iniciativas da ADFA em Lisboa (3): Almoço/Convívio do pessoal da BA 12 (Pilotos, Mecânicos e Enf Pára-quedistas (Luís Nabais)

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Guiné 63/74 – P4478: Iniciativas da ADFA em Lisboa (3): Almoço/Convívio do pessoal da BA 12 (Pilotos, Mecânicos e Enf Pára-quedistas (Luís Nabais)

1. Promovendo uma das iniciativas da ADFA (Associação dos Deficientes da Forças Armadas), recebemos esta mensagem do nosso camarada Luís Nabais, ex-Alf Mil da CCS/BCAÇ 2885, Mansoa 1969/71, com data de 6 de Junho de 2009:

Caros Eduardo e Carlos,

Como vos havia já dito e vocês tão amavelmente haviam publicado, quando esta ideia era ainda era apenas uma intenção, gostaria de vos pedir agora a publicação, no blogue, do almoço/convívio do pessoal da BA 12 (Pilotos, Mecânicos e Enfermeiras Pára-quedistas) que, enfim, conseguimos agendar.

Este evento está já publicitado, também, no blogue da malta da BA 12 e, definitivamente, terá lugar no próximo dia 27 de Junho, na sede da ADFA.

Será uma homenagem, onde recordaremos todos aqueles que não conseguimos, nem queremos esquecer.

Alguns fazem questão de cá estar deslocando-se de bem longe, em cadeiras de rodas e, outros, ainda, comparecerão com as suas próteses, mas não querem deixar passar em branco esta homenagem.

São DFA’s, que querem dizer também: EU ESTOU PRESENTE!

As esposas podem e devem participar também.

A cada uma das pessoas inscritas, além da festa e do convívio, será entregue uma medalha comemorativa do evento.

O preço será de 20 €!

NOTAS:
Aquando da publicação do texto inicial, fomos questionados sobre a eventual presença, ou não, nesta confraternização, das “nossas” enfermeiras Paraquedistas!

Estamos à espera que, entre todos os “tertulianos”, muitos as conheçam e as contactem. Peçam-lhes, por favor, para elas marcarem a sua indispensável e tão desejada presença também.

ATENÇÃO: INSCREVAM-SE JÁ… SÓ DISPOMOS DE 15O LUGARES (o espaço não dá para mais).

Localização e estacionamento há e vocês conhecem.

Agradecendo a publicação desta convocatória, bem hajam e um abraço,

Luís Nabais
(Sócio efectivo da ADFA, nº 9724)

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Notas de M.R.:

As inscrições podem ser feitas directamente para aquele blogue (especialistasdaba12@gmail.com) ou para a ADFA, ao cuidado da Dª Conceição Valente, nº Tel-217 512 600. Já agora, a ADFA localiza-se entre a Av Padre Cruz e Av Rainha D.Leonor, no Lumiar. Perto tem o Instituto Ricardo Jorge, e é perto do Estádio do Sporting, parecendo não haver problemas de estacionamento.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Guiné 63/74 - P4374: Agenda Cultural (14): Visita à ADFA e palestra do jornalista Joaquim Furtado, em 26 de Maio (Luís Nabais)

Amigos e Camaradas Tertulianos,

Por Convite, que desde já todos agradecemos, do nosso Amigo e Camarada Tertuliano Luís Nabais, autorizado pelo José Arruda, Presidente da ADFA.

CONVITE:

No âmbito das comemorações do 35º aniversário do 25 de Abril e da ADFA... a Direcção Nacional convidou o jornalista Joaquim Furtado, para proferir uma palestra sobre a sua participação no 25 de Abril e, muito especialmente, no que se refere à série televisiva de sua autoria, sobre a Guerra Colonial, que acabou de a ser apresentada na RTP1 (2ª parte).

O convite da ADFA foi amavelmente aceite por este prestigiado jornalista, para se efectivar no próximo dia 26 de Maio, pelas 17h30.

Foram também convidados todos os membros dos Órgãos Sociais, Nacionais e Locais a participarem nesta palestra, que terá lugar no Auditório Jorge Maurício, na sede da ADFA, em Lisboa.

Façam chegar este convite também aos Associados da ADFA que, com certeza, gostarão de estar presentes.

.....

Amigos e Camaradas Tertulianos,

Será com todo o gosto que por lá serão recebidos.

Eu não estarei (vou à Beira Alta) com a mulher e filho, mas estará o Janeiro e o Pinela, além da Direcção Nacional.

Abraço
Luís Nabais

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Nota de MR:

Vd. último poste da série em:

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Guiné 63/74 - P4179: Agenda Cultural (5): Exposição Testemunhos de Guerra, Museu Municipal - Paços de Ferreira, 25 de Abril a 24 de Maio de 2009

1. Mensagem de Orlando Miguel com data de 9 de Abril de 2009:

O Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Paços de Ferreira, tem o prazer de convidar V.Exa. e família a estar presente na inauguração da exposição temporária "TESTEMUNHOS DE GUERRA", integrada nas comemorações do 35º aniversário do 25 de Abril de 1974, pelas 15 horas, no dia 25 de Abril de 2009 no Museu Municipal Museu do Móvel de Paços de Ferreira.

Contamos com a sua presença





Exposição “Testemunhos de Guerra”

Uma abordagem sobre a presença de Portugal em África, qualquer que seja o prisma dessa observação, é um desafio que tem tanto de aliciante como de arriscado. São inúmeras e diversificadas as fontes de informação disponíveis, são exaustivas as investigações até hoje realizadas. Mas como em qualquer facto que envolve emoções colectivas, as conclusões quanto às razões da nossa presença, à forma humana e social que a revestiu, são divergentes ou até antagónicas.
Se isto é verdade em relação aos acontecimentos distanciados no tempo, a análise do período que decorreu entre 1961 e 1974, ainda recente nas nossas memórias, reveste-se de particular sensibilidade.

Envolvendo cerca de 1.361.596 jovens, e por consequência, todos os seus familiares, afectou um imenso universo humano que, ainda hoje, se questiona sobre as razões de tantos e tão prolongados sacrifícios. O facto é que, de uma forma ou de outra, e por muito que alguns queiram recusá-lo, foram de todos os Portugueses os dias e os longos anos da Guerra Colonial.

A Guerra que Portugal travou durante 13 anos nas nossas ex-colónias – Angola, Guiné e Moçambique, e que teve como desfecho o 25 de Abril de 1974, é o tema que nos propomos tratar nesta exposição.

Este evento é dirigido não só, a todos os que tenham alguma curiosidade em conhecer mais em pormenor o que foi a Guerra do Ultramar, nomeadamente os mais jovens, assim como àqueles que tiveram um papel activo no desenrolar deste acontecimento – os ex-combatentes, permitindo-lhes rever em fotografias alguns locais onde viveram durante a sua permanência em África.

A exposição está dividida em diversos momentos que nos retratam os mais variados aspectos da Guerra, através de uma forte componente fotográfica, apoiada igualmente por armamento e equipamentos militares.

A exposição inicia-se com um painel dedicado aos Antecedentes, onde deparamos com fotos panorâmicas das mais significativas cidades das antigas colónias. A par dessas urbes encontramos imagens em que nos surgem obras públicas de significativa dimensão. A partida das nossas tropas, as condições da viagem e os seus meios de combate perpassam noutras tantas fotos. Num segundo momento da exposição denominado As tropas, seus meios, podemos ver a chegada e o desfile das nossas tropas nas capitais das colónias, bem como a euforia e contentamento da população. Imagens há que nos revelam os meios logísticos utilizados pelos nossos militares ao longo destes 13 anos de Guerra.

O painel A Acção Social, reporta-se à cooperação dos militares com as populações autóctones, com destaque para as relações entre os soldados e as crianças, no âmbito da actividade do psicossocial, constituindo um dado relevante. As iniciativas de carácter social promovidas pelos nossos militares, traduziram-se em contribuições extremamente valiosas nos domínios da acção educativa, económica, sanitária e médica.

Num outro momento da exposição denominado O Inimigo temos a possibilidade de compreender a ideologia e os objectivos dos diferentes líderes e movimentos de libertação existentes em Angola, Moçambique e Guiné. Apresenta-se-nos um conjunto de fotografias da vivência da guerrilha africana, bem como de armamento apreendido pelas nossas tropas. Expostas em vitrines, estão algumas das principais armas usadas pelos guerrilheiros.

Em Os Aquartelamentos, emerge através das fotos o quotidiano da vida dos combatentes, as suas instalações, o seu viver diário, os seus tempos livres, as suas expectativas e os seus trabalhos no decurso de ansiedades e incertezas.

De grande riqueza fotográfica se apresenta o painel Os Combates, com fotografias de situações de combate, de ataques e emboscadas. Imagens dos corpos especiais de combate, com destaque para os Comandos, os Pára-quedistas e os Fuzileiros, têm também lugar nesta exposição. Em exposição podemos observar algumas das principais armas usadas pelas tropas portuguesas neste conflito.

A exposição termina com um sector dedicado Às Consequências desta Guerra, onde se podem apreciar alguns dos tipos de condecorações existentes, como o Colar de Torre e Espada, a Medalha de Valor Militar, a de Cruz de Guerra e a das Campanhas de África.

Também nesta zona da exposição, há lugar para a referência às consequências físicas e psíquicas da Guerra:

Os deficientes e a sua Associação (ADFA);
A listagem dos militares que faleceram: 9.749 mortos;
O 25 de Abril de 1974;
As datas da independência das colónias.
No seu conjunto a exposição “Testemunhos de Guerra” representa com critério uma visão global das fases que marcaram um período recente da história de Portugal.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 29 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4093: Agenda Cultural (5): Poetas da guerra colonial em conferência internacional, Coimbra, CES/UC, 30/3/2009 (Cristina Néry)

domingo, 29 de março de 2009

Guiné 63/74 - P4096: Tabanca Grande (128): Orlando Pinela, militar da CART 1614 (Guiné, 1966/68)


1. Comentário de Orlando Pinela no Poste 3986:

Luis Graça, após contacto com o blog e sendo um visitante assidúo, ao mesmo venho apresentar-me:

Fui combatente na Guiné e subscrevo os comentários do Tony Grilo enviados do Canadá.

Então com toda a liberdade aí vai: sou Orlando Pinela da CART 1614 e fui ferido em Setembro de 1967 em Cabedú. Para avivar a memória, era o Quarteleiro.
Deixo o meu endereço electrónico - opinela@gmail.com


2. Mensagem enviada em 8 de Março de 2009 a Orlando Pinela:

Caro camarada Pinela
Já que te identificaste como ex-combatente da Guiné, não queres entrar para a nossa Tabanca Grande?
Se assim o entenderes manda uma foto do teu tempo de tropa e outra actual, tipo passe de preferência, em formato JPEG. Diz-nos qual foi o teu posto militar, especialidade, Unidade a que pertenceste na Guiné, anos de comissão e tudo o mais que achares útil para te conhecermos.

Ficamos à espera de notícias tuas.
Recebe um abraço do camarada
Carlos Vinhal
Co-editor do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné




3. Mensagem de Orlando Pinela, CART 1614, Guiné 1966/68, com data de 24 de Março de 2009:

Boa tarde e saudações cordiais do camarada Pinela.
Aí vai o meu pobre historial militar.

Fiz a recruta na Serra da Carregueira no 1.º turno de 1966, tendo tido uma recepção excepcional como faxina à cozinha. Nunca tinha visto tanta loiça, era um autentico Hotel de *****, os quartos eram todos duplos e tinham uma média de 160 camas.

Esses dois meses, além da chuva e do frio, tudo passou sem grandes sobressaltos além de alguns roubos de equipamento.

Como já estávamos naquele Resort há muito tempo, todos fomos à vida indo eu parar ao Entroncamento, terra muito conhecida pelos combóios, talvez fossem mais os militares que a população. Aí sim, tive uma rececpão estupenda de boas instalações, no quarto de vez em quando, como o mesmo não era muito grande, era necessário desviar as camas para passar o combóio e também não eramos muitos, mais ou menos uns 300.

Assim chegou o mês de Agosto, fim da especialidade e nova mudança sempre a fugir para o Norte.

Agora sim fui para uma cidade estupenda, a capital de Trás-os-Montes, Vila Real, condições acolhedoras e condignas e uma excelente camaradagem, ficando a fazer serviço no material de Guerra, tendo quase todos os dias a visita do senhor Comandante da Unidade (RI13), um homem com dignidade e de bom coração.

Como também sou Trasmontano da região de Bragança, muitos fins de semana lá ía a casa para encher as peles. Assim pelo fim de Setembro acabou a estadia nesta unidade e rumando para uma cidade a Sul do Rio Douro, Vila Nova de Gaia, já com o bilhete na bagagem para novos rumos. Estive três dias na Serra do Pilar até me reagrupar à Companhia. Mais uma vez fui conhecer novas caras, pois nem uma alma conhecida. O Bart 1896 integrava as Carts 1612, 1613 e 1614, tendo passado por uma Bateria em Leixões até ao treino operacional em Viana do Castelo com o embarque a 12 de Novembro de 1966.

Esta discricção é em traços largos a minha passagem pelo Serviço Militar no Continente, talvez não seja muito importante para os camaradas do blog, mas é o começo da minha apresentação.

Dentro de dias vou começar a escrever a minha singela passagem por terras da Guiné.

Despeço-me com um abraço para todos os camaradas da Tabanca Grande e em especial ao camarada Carlos Vinhal em ter pachorra para me aturar.

Um abraço
Orlando Pinela


4. Comentário de CV

Caro Pinela, bem-vindo à Tabanca Grande.

Descreveste de uma maneira curiosa os teus primeiros tempos de tropa e com algum humor. Era a melhor maneira de encarar a situação.

Quando mandares a continuação da tua carreira, não te esqueças de referir o teu Posto e Especialidade e, locais por onde andou a tua Companhia.
Tiveste a má sorte de teres sido ferido, conta-nos como em que circunstâncias aconteceu isso. És considerado DFA?
Esqueceste-te de enviar as fotos da praxe, mas fá-lo-ás brevemente, concerteza.

Para tua informação, este teu camarada, mora a pouco mais de 1 quilómetro do local onde havia a tal Bateria de Artlilharia Anti-Aérea Fixa de Leixões, por onde passaste, hoje desactivada e local de uma urbanização habitacional.
De pequenito, me lembro de ver passar os tropas em passo de corrida pela minha rua, a caminho do quartel.

Esperando a tua colaboração, deixo-te um abraço em nome da Tertúlia.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 26 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4080: Tabanca Grande (127): Manuel Resende, ex-Alf Mil, CCAÇ 2585 (Jolmete, 1969/71): como o mundo é pequeno e o nosso blogue é grande

quinta-feira, 19 de março de 2009

Guiné 63/74 - P4053: Blogoterapia (98): José Silva, um camarada com muita falta de sorte

1. Mensagem de um nosso camarada que não se assina, mas que julgamos tratar-se de José Silva, com data de 17 de Março de 2009:

Como todos vós fui mobilizado para a Guiné, 1971/73 - Aldeia Formosa, onde cumpri a minha comissão, mau grado os infortúnios que podiam advir no teatro de guerra. Poderei afirmar com toda a veemência que a corrente do destino, se é que há destino, se caudicou ao escolher uma vítima, que já o era antes de ter sido.

Após a recruta e encaminhado para a Especialidade de Transmissões de Infantaria (BCC5) Batalhão de Caçadores 5 em Campolide - Lisboa: foi já no IAO, com duas semanas de campo, se a memória não me falha, que fui acometido de doença súbita, no (Inverno do meu descontentemento), perdoem-me o plágio, que a meningite surge nua e crua, a um jovem militar envaidecido com a sua Especialidade e nas espectativas que na época se empolavam.

Transferido para o (HMDIC), em estado muito grave, foi através de algumas vontades altruístas que fui atendido por uma equipa médica, a quem muito devo e quem dera hoje em dia poder abraçá-los, pelo trabalho que tiveram para me curarem de tal maleita, como se dizia em meias idades e há uns séculos atrás. Pensei na altura e já a caminho de casa para uns dias de recuperação, que talvez essa grave doença inibice qualquer hipótese de mobilização, mas como já referi tal não aconteceu.

Ao afirmar dupla vitimização, incluo como é óbvio a ida para a Guiné, a poucos quilómetros de Conácri e num aquartelamento, que como Comando de Agrupamemto, era um alvo apetecível para o PAIGC, com sequentes ataques ao aquartelamento, que se dividiam ora com mísseis terra-ar e canhoadas ou com grupos suicídas, que se encostavam ao arame farpado com a costureirinha e roquetada prá frente, e isto meus amigos foi um caso muito sério, pois às vezes estávamos debaixo de fogo uma e hora e meia.

Hoje em dia, ataques de pânico depressão crónica e enfisema pulmonar: alguém é servido? Perdoem-me ser mordaz, mas a revolta continua.

Sei que em alguns hospitais há a consulta de Stress Pós-Traumático, mas também sei que a maioria nem um tiro deu e, sem vergonha apresentam-se como vítimas da guerra, tendo estado em locais onde as grandes farras e caçadas erm prato do dia. Espero que alguém ponha fim à farsa e que aos hospitais sejam exigidas políticas de atendimento, de forma a evitar os trapaçeiros. Aqui no Porto não há essa política de verdade, não por culpa dos hospitais, mas por políticas descabidas. Era bem preciso que se pusesse fim ao trapaceirismo que já existe por quem diz ter traumas, com o fito de obter relatórios favoráveis para as juntas médicas.

2. Comentário de CV

Aqui fica o desabafo deste nosso camarada que sofre na pele as mazelas deixadas pela sua estada na Guiné. Sabemos que há pessoas que se aproveitam das possibilidades dadas aos verdadeiros doentes para obterem de forma fraudulenta benesses a que não têm direito. Cabe às autoridades e aos técnicos de saúde separar o trio do joio.

Os que são mesmo doentes devem dirigir-se ao hospital mais próximo, Liga dos Combatentes ou Associação dos Deficientes das Forças Armadas e apresentar o seu problema, fazendo menção à qualidade de ex-combatentes da Guerra Colonial.

Olhando pela sua saúde e procurando ajuda, contribuem para o bem-estar do agregado familiar em que estão inseridos.

A todos os camaradas na situação deste nosso companheiro, José Silva (?), os nossos desejos de rápidas melhoras.
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Vd. último poste da série de 14 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4032: Blogoterapia (97): Pois.. Juvenal Amado, Assim não falamos na primeira pessoa (José Brás)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Guiné 63/74 - P3916: Tabanca Grande (121): Giselda Antunes Pessoa, 2.º Srgt Grad Enfermeira Pára-quedista (Guiné, 1972/74)

Giselda Antunes, 2.º Srgt Grad Enfermeira Pára-quedista (Guiné, 1972-74)

  1. Temos o prazer de receber entre nós, como tertuliana, a senhora Enfermeira Giselda Antunes Pessoa, ex-Enf Pára-quedista (1970/74), que prestou serviço em Moçambique no ano de 1971 e na Guiné entre Janeiro de 1972 e Abril de 1974. 

 Homenageando a senhora D. Giselda queremos honrar também todas as suas companheiras, que nos três teatros de operações, mas principalmente na Guiné, desempenharam a mais nobre missão que se pode ter num conflito armado. 

Os Serviços de Saúde eram demais importantes, quer na prevenção e tratamento de todo o tipo de doenças, como no socorro e acompanhamento durante as evacuações solicitadas por ferimentos em combate ou doenças. À nossa nova tertuliana pedimos também a sua colaboração, pois terá algumas histórias, não das trágicas, essas porventura quer esquecer ou já esqueceu, mas das que ainda retém na memória e que podem ser revividas e contadas.

 Durante as suas andanças pelo mato teve concerteza momentos pitorescos e experiências que jamais viveria se não fosse naquelas circunstâncias. Como já aqui foi contado no blogue, tanto a Giselda como o marido, Cor Pilav Ref Miguel Pessoa, foram alvo de mísseis Strela no CTIG mas felizmente estão cá para nos contar essas peripécias e outras, na primeira pessoa do singular ou do plural. 

 Aproveitamos o ensejo para reafirmar o seguinte: ficámos satisfeitos ao constatar que o almoço de homenagem da ADFA - em princípio dirigido só aos Pilotos e Mecânicos da FAP - vai ser alargado às nossas queridas Enfermeiras. Elas merecem o nosso eterno agradecimento e os deficientes (ou quem por elas foi assistido e se encontra hoje livre de qualquer mazela) são os primeiros a sentir e manifestar esse reconhecimento.

Giselda Antunes, algures na Guiné.


A ex-Enf Pára-quedista Giselda Antunes recebendo das mãos do, então CEMFA, General Taveira Martins, um Diploma de agradecimento e reconhecimento pelos serviços prestados em prol dos combatentes feridos em combate, e não só. Esta homenagem que ocorreu em 20 de Junho de 2006, foi feita a TODAS as Enfermeiras Pára-quedistas, com a entrega de diplomas individuais. Diploma de agradecimento entregue à Srgt Enf Pára-quedistas pelo CEMFA, devido ao serviço que prestou à FAP entre Agosto de 1970 e Maio de 1974.

Guiné-Bissau > 1995 > Giselda Antunes Pessoa entre os despojos do Império Fotos: © Miguel Pessoa (2009). Direitos reservados. 

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Nota do editor CV: 

 Vd. último poste da série de 17 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3908: Tabanca Grande (120): José Carmino Videira Azevedo, ex-Soldado Cond Auto Rodas da CCAV 2487/BCAV 2868 (Bula, 1969/71) 

 Sobre as enfermeiras pára-quedistas ver poste de: 20 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3914: As nossas queridas enfermeiras pára-quedistas (1): Uma brincadeira (machista...) em terra dos Lassas (Mário Fitas)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Guiné 63/74 - P3912: Iniciativas da ADFA em Lisboa (2): Em busca das Enfermeiras Pára-quedistas (Luís Nabais / Victor Barata)

1. Para conhecimento da Tertúlia, uma vez que a iniciativa da ADFA em homenagear os nossos camaradas da Força Aérea se tornou irreversível e adquiriu uma dimensão superior à que os organizadores esperavam.

Mensagens trocadas nos dias 13 e 15 de Fevereiro de 2009:

2. De Luís Nabais para o nosso Blogue:

Carlos:
Quero agradecer o empenho que puseste na minha mensagem (*).
O impacto foi muito maior do que eu/nós esperávamos, mas uma coisa ressalta e que eu/nós não podemos deixar de sentir e concordar.

Todos, mas todos, têm falado nas ex-enf paraquedistas, na altura um número reduzidíssimo pelo que tenho lido, mas que ninguém deixa de referenciar.

Assim, faz um aditamento para serem/ou nos contactarem, já que só temos o contacto de uma, senhora já com alguma idade, mas que nos escreveu uma carta extremamente enternecedora, e a quem iremos contactar para se juntar a nós brevemente num almoço pessoal.

Agradeço uma vez mais o teu empenho e o do Luis (que espero ver breve por lá)
Abraço
Luis Nabais


3. Mensagem de Luís Nabais com data de 15 de Fevereiro de 2009, dirigida ao nosso camarada Victor Barata, Especialista da Força Aérea, que mantém vivo e actuante a página Especialista da Base Aérea 12, Guiné 65/74.

Assunto: Homenagem aos Pilotos e Mecânicos da FAP que estiveram na Guiné

Caro Barata:
Como verás abaixo, vou pedir ao Carlos Vinhal e Luís Graça a publicação no nosso blog do que escreveste, e que, podes crer, me/nos tocou (falo por todos aqueles que devem a vida às vossas acções).

Quero que saibas que a ideia não é só minha. O Presidente da Delegação de Lisboa, Francisco Janeiro, foi quem primeiro falou no assunto, e nós Direcção, agarramos a ideia com unhas e dentes, para concretizar.

O Carlos Vinhal vai com certeza compor e publicar, do facto espero que não te ofendas pelo pedido de publicação na íntegra.

Tens o meu mail, sabes a morada da ADFA, tens o blog... estarás sempre em casa, se e quando apareceres.

Falaremos mais
Abraço e Bem-Hajas pela força que nos deste.
Luis Nabais

4. Na mesma mensagem vinha para o nosso Blogue:

Caro Carlos:
Começo a ficar "vaidoso" com a aceitação da ideia.
Vamos ter gente.

Levanta-se-nos o problema de não ter contacto com as enfermeiras paraquedistas (afinal elas voavam com estes homens que queremos homenagear), mas aí, o nosso blog pode por certo, ajudar.

Peço-te que publiques e aguardar mais contactos.

Como podes ver, o Barata já disse presente, de uma forma que me tocou profundamente, e vai tocar por certo todos aqueles que lerem isto.

Abraço Carlos, e vamos em frente nesta ideia de agradecer àqueles que nos evacuaram, tantas vezes debaixo de fogo.
Luis Nabais


5. Fica agora a mensagem a que se refere o camarada Luís Nabais

Assunto: Homenagem aos Pilotos e Mecânicos da FAP que estiveram na Guiné.

Companheiro Luis Nabais.
Sou Victor Barata editor do Blog "especialistasdaba12.blogspot.com", espaço este que foi criado por pilotos e especialistas da Força Aérea que operaram na Guiné.

Ao ver o Blog do Luís Graça, onde também pertenço como Tertuliano, li o teu email no intuito da ADFA homenagear-nos!

Pois Companheiro, a emoção apoderou-se de mim ao sentir o vosso reconhecimento pela nossa árdua missão.

Não resisti e de imediato reproduzi e comentei no nosso blog o seguinte:

Nós, ADFA, estamos e pensar fazer um almoço/homenagem aos antigos pilotos e mecânicos de aeronaves, que estiveram na Guiné.

Podes publicar, para saber se há interessados? Pensamos que seja em Abril.

É nossa intenção fazê-lo em Lisboa na sede da ADFA.
O Chefe da Força Aérea vai estar lá também, e tenho já confirmados alguns nomes, alguns ex-comandantes da TAP!
A data ainda não está definida, embora apontemos para um sábado Abril.

Quero também informar que já temos mais um psiquiatra a trabalhar connosco (dois, agora), que poderão fazer consultas "particulares" (o preço será informado aquando da marcação, caso não tenham ADME), e também Clínica Geral.

Claro que, recordo novamente, não tendo ADM, a consulta será por inteiro, mas são 30€ (com estacionamento e almoço, agora a 4,50 €).Estou/estamos a envidar esforços para ter muito brevemente estomatologia.
Tentaremos, logo que possível, acordos com ADSE ou outras entidades - não ainda -, infelizmente, mas garanto brevidade!

Abraço
Luís Nabais

VB:Companheiros da ADFA, representada pelo Luís Nabais, com alguma surpresa e emoção até, que lemos e publicamos esta vossa iniciativa.

Surpresa porque sempre, e ainda hoje, o pessoal da FAP é alvo de diversas opiniões extremamente injustas por parte de muitos que cujo o objectivo da sua participação no TO eram, à época, era defender o seu gabinete e os respectivos escudos, os pesos se calhar nem precisavam deles para a vida que faziam... Em contrapartida, reconheço a angustia e o desespero que existiu muitas vezes que era solicitada a nossa presença e esta não era correspondida, obrigando-vos a criarem uma opinião revoltante em relação a nós.

Só não fizemos o que não pudemos. Muitas evacuações foram feitas em condições que vós próprios (ADFA) sabem melhor que ninguém, pondo em risco a nossa própria vida, para salvar a dos outros que infelizmente muitas vezes não valeu de nada e outras que deixou as marcas que muitos de vós ostentam hoje!
Os pilotos, em que condições forneciam o apoio a aéreo?

Recordam-se, certamente, numa semana do ano de 1973, quantos perderam a vida!?

A geografia da Guiné,cujo ponto mais alto +/- 400m é Madina de Boé, o que equivale a dizer que quando uma aeronave descolava de Bissalanca era visível em todo o território, não tinhas árvores ou trincheiras para nos refugiarmos, enfim, os companheiros em terra precisavam de nós.

Pois bem, Luís, se permites, e como os últimos são sempre os primeiros, esqueceram-se de integrar nessa homenagem aquelas cujo o seu empenho na Guerra da Guiné foi louvável, aquelas que salvaram muitas vidas, aquela meia dúzia de pessoas que não tinha mãos a medir, ao ponto de uma delas ter perdido a vida, talhada pelo hélice de um DO 27, quando se preparava para salvar a vida dos outros, AS NOSSAS ENFERMEIRAS PARAQUEDISTAS!

Não podem ser esquecidas, Luís!
O Nosso Bem Haja.


Peço-te desculpa, mas estas verdadeiras COMPANHEIRAS DE GUERRA, não podem ser esquecidas neste evento.

Luís, dispõe do nosso/teu blog para o que achares oportuno, tudo faremos para que o vosso desejo seja um êxito.

Aguardo um teu comentário a isto e o que queiras publicar no Blog.

Saudações Aeronáuticas
Victor Barata

Guiné > Bissau > Bissalanca > BA12 > A chegada do hospital, em maca, do Ten Pilav Miguel Pessoa. Do lado direito, a Enf Pára-quedista Giselda Antunes. Foto do Srgt Coelho, da secção fotográfica da BA12.


6. Comentário de CV:

Caros camaradas Tertulianos, quem tiver conhecimento do paradeiro de alguma das senhoras Enfermeiras Paraquedistas, verdadeiros Anjos da Guarda, que literalmente desciam dos céus para nos auxiliar nos momentos mais trágicos das nossas jovens vidas, façam favor de contactar o Luís Nabais ou o Victor Barata.

A iniciativa da ADFA é louvável e os deficientes, mais que ninguém, reconhecem o quanto valiosa foi a acção dos nossos camaradas das Força Aérea onde se incluem, por voarem, os Pilotos, Mecânicos e Enfermeiras Pára-quedistas. Não podemos contudo esquecer, os Especialistas que em terra tudo faziam para manter operacionais as aeronaves.
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Nota de CV:

(*) Vd. poste de 13 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3887: Iniciativas da ADFA em Lisboa (Luís Nabais)