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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Guiné 63/74 - P13683: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (4): "Vem à minha tabanca" e "Música que foi cantada", dois poemas de Atanásio Miranda, guineense, à época funcionário das alfândegas, pp. 12/14



Guiné > Bissau > Sede da UDIB - União Desportiva Internacional de Bissau > c. 1962/64. Foto do nosso camarada açoriano Durval Faria (ex-fur mil da CCAÇ 274, Fulacunda,  jan 1962/ jan 64)

Foto: © Durval Faria / Blogue Luís Graça > Camaradas da Guiné (2011). Todos os direitos reservados.



Elemento gráfico da capa do documento policopiado do Caderno de Poesias "Poilão", editada em dezembro de 1973 pelo Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino (O GDC dos Empregados do BNU foi criado em 1924).

 Com o 25 de abril de 1974, esta coleção não teve continuidade: estava prevista publicação de um  2º caderno («Batuque», com poemas do Albano de Matos) e de um 3º,  dedicado ao Pascoal D'Artagnan.














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1. Dois poemas de Atanásio Miranda, filho da Guiné, funcionário aduaneiro na época (1973/74). São escassas as referências a este poeta, de quem não sabemos se continuou, depois da independência do seu país,  a cultivar a poesia.  Vem nesta  antologia nas pp. 12/14.

Por ter o título truncado, pedimos ao Albano de Matos que nos substitísse a pag. 14 ("Música que foi cantada").  O outro  poema ("Vem à minha tabamca", pp. 12/13) foi menção honrosa nos jogos florais da UDIB - União Desportiva Internacional de Bissau,, em 1972.

Recorde-se que esta antologia da poesia guineense (ao que parece, a primeira a ser  publicada em português)  deve muito à carolice, ao entusiasmo, à dedicação e à sensibilidade sococultural de dois homens: o Aguinaldo de Almeida, funcionário do BNU, e o nosso camarada  Albano Mendes de Matos [, hoje ten cor art ref, esteve no GA 7 e QG/CTIG, Bissau, 1972/74, e foi o "último soldado do império"; é natural de Castelo Branco, vive no Fundão; é poeta, romancista e antropólogo] [Foto à esquerda, em Bissau, então tenente]

Temos uma cópia, em pdf, do Caderno de Poesias "Poilão", que ele nos mandou,.

Temos também a sua autorização para reproduzir aqui, para conhecimento de um público lusófono mais vasto, este livrinho de poesia, de que se fizeram apenas 700 exemplares, policopiados, distribuídos em fevereiro de 1974, em Bissau. A iniciativa foi do Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino (BNU), cuja origem remonta a 1924. 

Num próximo poste publicaremos as respostas que o Albano de Matos nos deu em relação alguns questões sobre o "making of" desta antologia e os autores selecionados, com destaque para o Pascoal d'Artagnan (1938-1991), sem dúvida o grande poeta guineense da sua geração, na opinião do Albano de Matos.  Era filho de pai italiano e de mãe balanta,
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sábado, 27 de setembro de 2014

Guiné 63/74 - P13657: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (3): "Mãos", "Balantão" e "Cachimbêro", três poemas do poeta maior desta antologia, natural de Farim, Pascoal d' Artagnan [Aurigema] (1938-1991), pp. 9/11




Elementos da capa do documento policopiado do Caderno de Poesias Poilão", editada em dezembro de 1973 pelo Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino (O GDC dos Empregados do BNU foi criado em 1924).







[Local e data: Catió — Campo de aviação. Junho de 1971]





1. O nosso camarada Albano Mendes de Matos [, ten cor art ref, que esteve no GA 7 e QG/CTIG, Bissau, 1972/74, e foi o "último soldado do império"; é natural de Castelo Branco, vive no Fundão; é poeta, romancista e antropólogo], mandou-nos uma cópia, em pdf, do Caderno de Poesias "Poilão"...

Temos a sua autorização para reproduzir aqui, para conhecimento de um público lusófono mais vasto, este livrinho, de que se fizeram apenas 700 exemplares, policopiados, distribuídos em fevereiro de 1974, em Bissau. A iniciativa foi do Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino (BNU), cuja origem remonta a 1924.

2. Reproduzimos hoje  três poemas do poeta guineense, natural de Farim, Pascoal D’Artagnan Aurigema (1938-1991).  É o poeta "maior" desta antologia.  Sobre ele escreveu Moema Parente Augel:

(...) "Pascoal D’Artagnan Aurigema nasceu em Farim, em 1938, e morreu em  Bissau, em 1991, sem tem conseguido publicar em vida seus poemas, embora  tivesse tido a preocupação de distribuir várias cópias datilografadas de um conjunto deles e ofertado a amigos. Depois de sua morte, foi publicada em Brasília  uma pequena coleção sob o título de Amor e esperança (1994), dentro da coleção  Vozes d’África, e em 1997, em Bissau, com o número cinco da Colecção Kebur,  sob o título Djarama e outros poemas, com 136 páginas e quase oitenta poemas (1996).

A obra de Pascoal D’Artagnan Aurigemma, em seus diferentes aspectos,  pode ilustrar como o escritor, assumindo seu papel social, identifica-se com  seu povo, convencido de sua função como porta-voz e tcholonadur, expressão guineense muito apropriada para designar o mensageiro, o intérprete." (...)
(in: Moema Parente Augel   Vozes que não se calaram. Heroização, ufanismo e guineidade- SCRIPTA, Belo Horizonte, v. 14, n. 27, p. 13-27, 2º sem.2010)

Tem vários poemas. anteriores e posteriores à independência do seu país,  publicados na  Antologia poética da Guiné-Bissau. Coordenação do Centro Cultural Português em Bissau e da União Nacional dos Artistas e Escritores da Guiné-Bissau. Prefácio de Manuel Ferreira. Lisboa, Editorial Inquérito, 1990. (*)

CANÇÃO DE CRIANÇA

Vento forte
vento norte
lá vem a criança
na sua esp’rança.

Vento forte
vento norte
lá vem a criança 
na sua pujança.

Da tabanca erguida
toda ela de vida
lá vem a criança
na sua embalança.

Lá vem a criança
na sua bonança
lá vem lá vem
saudar alguém.

Lá vem a criança
na sua esp’rança
lá vem a criança
na sua pujança.

Lá vem a criança
na sua bonança
lá vem lá vem
beijar a mãe.

Iha das Galinhas, 1967

PRATO DE FOME

Uma mesa triste onde talher e tudo falta
p’ra vingar fome

Mão de alguém-menino
corre [?] como esqueleto numa tigela de fome.

Alguém-menino
saído dum ventre feliz de parir.

Vida de amor de alguém-menino
talvez sonhando um futuro risonho
como tantas outras vidas sonharam.

Alguém-menino — alma simples
contemplando a certeza da revolução.

Nem pilão pila
colonial vida de pilão vazio.

Bissau, Safim, 1973

In: Antologia poética da Guiné-Bissau. Coordenação do Centro Cultural Português em Bissau e da União Nacional dos Artistas e Escritores da Guiné-Bissau. Prefácio de Manuel Ferreira. Lisboa, Editorial Inquérito, 1990

Fonte: Sítio  Tripov > Guiné-Bissau > Poetas > Pascoal d'Artagnan (com a devida vénia...)

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

uiné 63/74 - P13647: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (2): "Párti um peso" e "Canção de Mamã Negra", de Albano de Matos, pp. 6/7







Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Bambadinca > CCS/BART (1979/72) > Fotos do álbum do fur mil op esp. Pel Rec Info, Bemjamin Durães: tributo à beleza das crianças. bajudas, muheres e  mães fulas.

Fotos: © Benjamim Durães (2011). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: LG]



Elementos da capa do documento policopiado do Caderno de Poesias Poilão", editada em dezembro de 1973 pelo Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino (O GDC dos Empregados do BNU foi criado em 1924).











1. O nosso camarada Albano Mendes de Matos [, ten cor art ref, que esteve no GA 7 e QG/CTIG, Bissau, 1972/74, e foi o "último soldado do império"; é natural de Castelo Branco, vive no Fundão; é poeta, romancista e antropólogo], mandou-nos uma cópia, em pdf, do Caderno de Poesias "Poilão"...

Temos a sua autorização para reproduzir aqui, para conhecimento de um público lusófono mais vasto, este livrinho, de que se fizeram apenas 700 exemplares, policopiados, distribuídos em fevereiro de 1974, em Bissau. A iniciativa foi do Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, cuja origem remonta a 1924.

Reproduzimos hoje mais dois dos três dos poema de Albano de Matos (pp. 5/7), que abrem o pequeno livro, de 35 pp. O Albano de Matos, editor literário, juntou nesta primeira antologia da poesia guineense, 24 poemas, de 11 poetas lusófonos (4 da Guiné, 3 de Cabo Verde e 4 de Portugal). Dos poetas guineenses o destaque vai para Pascoal D’Artagnan Aurigema (1938-1991), com três poemas que apresentaremos no próximo poste. (LG)

PS - Para os nossos leitores mais jovens, e os demais que não conheceram o território da Guiné no tempo dos portugueses: "parte peso" (crioulo) = dar dinheiro ("patacão)", dar um tostão... O peso era a unidade da moeda local. o escudo guineense (no tempo colonial). Esta cena aqui evocada no poema "parti un peso, patrão" era frequente, num país em guerra,  nomeadamente em Bissau, pejada de soldados, nas ruas e nas esplanadas, geralmente em trânsito (uns a partir, outros a chegar)...Muitos miúdos mascaravam a mendicidade, vendendo "mancarra" (amendoim)... Já o termo "patrão", como sinónimo de branco, seria mais usado em Angola (, território por onde também passou o Albano de Matos, camarada de grande sensibilidade sociocultural)...

Quantao ao poema "Canção de Mamã Negra" tem evidentes ressonâncias angolanas...Vem-me à memória poetas angolanos como: (i) o Viriato da Cruz (Porto Amboim, 1928- Pequim, China, 1973), autor do magistral poema "Mamã negra: canto de esperança"; ou como  (oo) Alda Lara (Benguela, 1930-Cambambe, 1962) e o seu poema "Prelúdio"  (que é datado de Lisboa, 1951) e onde se encontram as famosas estrofes da Mãe Negra, cantadas por angolanos e portugueses (com destaque para o Paulo de Carvalho). 

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Guiné 63/74 - P13641: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (1): Pássaro tecelão, de Albano de Matos, p. 5


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Bambadinca (?) > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  Ninhos do "pássaro tecelão" (?)...

Foto © José Carlos Lopes (2013). Todos os direitos reservados. (Edição  e legendagem: L.G.)







Capa do documento policopiado do Caderno de Poesias Poilão", editada em dezembro de 1973 pelo Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino (O  GDC dos Empregados do BNU  foi criado em 1924).










"Pássaro tecelão", o poema de Albano de Matos (p. 5), que abre o  perqueno livro, de 35 pp., O Albano de Matos, editor literário, juntou nesta primeira antologia da poesia guineense,  24 poemas,  de 11 poetas lusófonos (4 da Guiné, 3 de Cabo Verde e 4 de Portugal).




1. O nosso camarada Albano Mendes de Matos [, ten cor art ref, que esteve no GA 7 e QG/CTIG, Bissau, 1972/74, e foi o "último soldado do império",], mandou-nos uma cópia, em pdf, do Caderno de Poesias "Poilão"...

Essa aventura (cultural) já aqui foi contada (*). Ele foi um dos obreiros deste livrinho, quer como editor literário quer como autor.

Ficou-nos a curiosidade em saber mais sobre o  conteúdo desta brochuira que representou uma lufada de ar fresco no ambiente, já cético e depressivo, de Bissau, no final da guerra. O lançamento da obra foi feita em fevereiro de 1974, a escassos dois meses do 25 de abril. 700 exemplares do texto, policopiado, esgotarm-se num ápice.

Com o devido apoio e a competente autorização do nosso camarada Albano de Matos (, hoje a viver no Fundão, ) vamos (re)publicar este caderno de poesia, dando-o a conhecer a um público mais vasto de leitores lusófonos, em Portuigal, na Guiné-Bissau, em Cabo Verde e demais lugares do espaço lusófono.

Obrigado, Albano, com o nosso apreço e gratidão. E também ao Aguinaldo de Almeida, que fez parte da equipa deste projeto cultural. LG


[Foto acima;  Bissau > 1974 > Albano de Matos, a preparar o Caderno de Poesias «Poilão», no Clube Militar de Oficiais; foto à direita: o Albano de Matos, hoje]

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Nota do editor:

(*) Vd.poste de 13 de abril de 2014 >  Guiné 63/74 - P12975: Memórias dos últimos soldados do império (2): A aventura do "Caderno de Poesia Poilão", de que se fizeram 700 exemplares, a stencil, em fevereiro de 1974, em edição do Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do BNU (Albano Mendes de Matos)


(...) Posso dizer que fui o último militar português a vaguear pelas ruas de Bissau, de onde saí, na noite de 13 de Outubro, para o aeroporto de Bissalanca, para regressar a Portugal, no último avião da Guiné, na madrugada do dia 14 de Outubro de 1974.

 (...) Colocado em Bissau, sujeito a horários, não tive condições, nem disponibilidade para contactos com os povos negros. Em Bissau, passei a frequentar a UDIB - União Desportiva Internacional de Bissau, da qual fui sócio (...), o Grupo Desportivo e Cultural do Banco Nacional Ultramarino e a Associação Comercial. Na UDIB e no Grupo Desportivo e Cultural do BNU, colaborei na organização eventos culturais, como, concursos literários e sessões de teatro.



Nos inícios do mês de Dezembro de 1973, ao ler o jornal «Voz da Guiné», deparei com um escrito de Agostinho de Azevedo, alferes miliciano, creio que chefe de redacção do jornal, insinuando que não havia poesia na Guiné. Respondi com um escrito, «O Despertar da Guiné», dizendo que havia poesia na Guiné e que, em breve, iríamos ter um Caderno de Poesias, com o título de «Poilão», a designação de uma árvore sagrada na Guiné. Depois da publicação do primeiro número, seriam publicados cadernos de poesia de um só autor.

No Grupo Desportivo de Cultural do BNU, conheci guineenses e cabo-verdianos que faziam poesias e pedi originais para colaboração em «Poilão», que ainda guardo no meu arquivo. Juntei 24 poemas de 4 poetas da Guiné, 3 de Cabo Verde e 4 de Portugal.

De modo artesanal, fiz 300 exemplares do caderno. Dactilografei os poemas, imprimi-os em duplicador, dobrei as folhas e agrafei-as em capa de cartolina, esta impressa em tipografia, com desenho do poilão da autoria de um alferes miliciano, do Batalhão de Transmissões.

Os 300 exemplares do Caderno de Poesias «Poilão», editado pelo Grupo Desportivo e Cultural do Banco Nacional Ultramarino, esgotaram-se na noite do lançamento. Sem preço de capa, cada pessoa dava a importância que queria. O preço por unidade foi de 20$00 a 100$00.

Por minha proposta, o dinheiro angariado foi doado à Leprosaria da Cumura, nas proximidades de Bissau. Preparei, então, mais 400 exemplares que se esgotaram num dia. Havia apetência para a Poesia na Guiné. Eu apercebi-me desse facto.


 (...) Com um mês de licença, em Portugal, e com as antevisões do 25 de Abril, não foram publicados mais cadernos.

O Caderno de Poesias «Poilão» está referenciado, praticamente, em todas as Bibliografias, Dicionários, Histórias e Estudos da Literatura Africana de Expressão Portuguesa, sendo considerado como a primeira Antologia de Poesia na Guiné-Bissau. Tem sido referido em tertúlias, seminários e encontros culturais.

Em «Poilão», colaborou Pascoal D’Artagnam Aurigema, falecido em 1991, que foi um dos principais poetas da Guiné-Bissau [. Nasceu, em Farim, em 1938]  (..:).

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Guiné 63/74 - P13427: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (19): Onde adquirir um exemplar (ou uma cópia) do Caderno de Poesias Poilão, editado em 1974, em Bissau


Guiné > Bissau > 1974 > Capa do documento policopiado do Caderno de Poesia Poilão", editada pelo Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino. Cortesia do nosso camarada Albano Mendes de Matos, ten cor art ref, que vive no Fundão [, ex-ten art, GA 7 e QG/CTIG, Bissau, 1972/74],

Foto: © Albano Mendes de Matos (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]

1. Mensagem de uma nossa leitora, doutoranda no Reino Unido:

Data: 20 de Julho de 2014 às 19:01
Assunto: Caderno de poesia poilão

Caros senhores Luís Graça e Carlos Vinhal,

Cadernos da poesia "poilão".

Vi o vosso blog na internet com referência ao caderno (*), daí o contacto. Os senhores, por acaso, têm alguma cópia extra que queiram vender? Caso não tenham, teriam a amabilidade de me dizer como é que posso obter uma cópia desse livro o mais rapidamente possível, por favor?

Agradecendo antecipadamente a vossa atenção, apresento os meus cumprimentos.

2. Resposta de L.G.:

Cara leitora: Obrigado pelo seu contacto. A referência ao "Caderno de poesia poilão" vem num poste de 13/4/2014, assinado por Albano Mendes de Matos (*), membro deste blogue coletivo, que vive no Fundão, Portugal. Só ele pode arranjar-lhe um exemplar do livro de poesia em questão.
Vou dar-lhe conhecimento deste mail e do seu pedido.Fique com o contacto dele (...) (**).
 
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 13 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P12975: Memórias dos últimos soldados do império (2): A aventura do "Caderno de Poesia Poilão", de que se fizeram 700 exemplares, a stencil, em fevereiro de 1974, em edição do Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do BNU (Albano Mendes de Matos)

(**) Último poste da série > 29 de janeiro de  2014 >  Guiné 63/74 - P12652: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (18): "A caça no império português", de Henrique Galvão e outros (1943) (Miguel Alves P. Joaquim / Mário Beja Santos)

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Guiné 63/74 - P12979: Documentos (27): Memórias dos últimos soldados do império (3): (Albano Mendes de Matos / Magalhães Ribeiro)



1. O nosso Camarada Albano Mendes de Matos, TCor Art.ª Ref, que esteve no GA 7 e QG/CTIG (Bissau, 1972/74), via e-mail, ajudou-me a ajustar memórias quarentonas e a ultimar a seguinte mensagem. 



2. Com foi dito no comentário final da primeira mensagem desta série “Memórias dos últimos soldados do império”, ficou lançado o desafio ao nosso último grã-tabanqueiro, nº 652 – TCor Albano Mendes de Matos, para abrir o "baú" das suas recordações e continuar a partilhar, connosco histórias e memórias do seu/nosso tempo... Recorde-se que ele terá sido o último militar português a vaguear pelas ruas de Bissau, na noite de 13 para 14 de outubro de 1974, antes de apanhar o último avião para Lisboa. 



3. Já eu, eterno "pira de Mansoa", também estou nesta lista dos últimos soldados do império, tendo regressado em 15 de Outubro de 1974, na última viagem do T/T Uíge, com as últimas tropas portuguesas que estiveram no CTIG. Os últimos a embarcar, não tendo deixado essa tarefa para mais ninguém, foram os comandantes e eu um dos penúltimos… nada importante a dizer mais sobre esta matéria! 

4. No entanto, lembrei-me de pedir ao TCOR Albano Matos, que me ajudasse a completar este “puzzle” e, acto que aproveito para agradecer aqui, recebi de imediato a seguinte e prestimosa resposta:

“Caro Amigo Eduardo,

Sobre a data da saída da Guiné, de facto, deixei Bissau antes da meia-noite do dia 14, portanto dia 13, e tomei o último avião militar da Guiné já no dia 14. Um navio estava ao largo para zarpar depois de os últimos militares terem saído de avião. Havia militares no forte da Amura, onde tinha a minha bagagem, que saíram de tarde. Fui o último a sair do Quartel-General do CTIG depois do meio-dia do dia 13. Só encontrei lá um comandante do PAIGC que me levou para a cidade. O meu condutor, embebedou-se no restaurante de um primo, que ficou em Bissau, e não pode ir buscar-me. ao QG. 

Almocei e jantei na casa de um antigo militar, que era locutor da Emissora, e ficava na Guiné. Passei o dia e parte da noite em Bissau, pelas ruas e não encontrei qualquer militar além do meu condutor. Os militares do QG foram, pela manhã, para a Base Aérea de Bissalanca. O que eu sabia é que estava um navio ao largo para sair logo que todos os militares deixassem o território da Guiné. Portanto, sairia em 14 de Outubro. Saiu em 15. Sempre pensei que tivessem saído em 14. Diziam que esse navio estava em Bissau, para sair com as últimas tropas porque poderia haver algum acontecimento.

É a razão por que eu digo que fui o último a sair das ruas de Bissau. No aeroporto, a despedirem-se de nós estavam dirigentes do PAIGC e o presidente da Câmara de Bissau.

Eu quis fazer uma reportagem sobre o último avião da Guiné, mas outro antecipou-se. Quando chegou o navio com as últimas tropas, o general Galvão de Figueiredo e alguns oficiais, que vieram no último avião, foram ao desembarque. A notícia dos últimos da Guiné, os que vieram de barco, está nos jornais. Creio que está esclarecido.

Eu vim no último avião, o amigo Magalhães veio no último barco, logo, depois de mim.

Abraço.”

5. Fui ao meu arquivo da Guiné dar mais umas voltas à papelada e acabei por descobrir, entre vária documentação do resgresso, 3 documentos que me foram entregues no UÍGE, que penso podem ser interessantes para quem gosta destas coisas e que passo a publicar para vosso conhecimento:

Normas internas - 1

Normas internas - 2


 Capa da ementa do dia 15 de Outubro de 1974

 Ementa do dia 15 de Outubro de 1974 - Messe de Sargentos
 Mensagem de despedida do dia 20 de Outubro de 1974 - Chegada ao cais de Alcântara.

Um abraço Amigo para todos e cada um de vós, 
Magalhães Ribeiro, Fur Mil OpEsp/RANGER da CCS/BCAÇ 4612/74
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Nota de M.R.:

Último poste desta série em: